SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE Senac PORTO ALEGRE CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS MICHELLE LIANE DA SILVA ALVES OS FATORES INTERNOS PRÉ-SELECIONADOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL QUE INTERFEREM NA RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS: Um estudo de caso na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda localizada em Porto Alegre/RS Porto Alegre 2014 MICHELLE LIANE DA SILVA ALVES OS FATORES INTERNOS PRÉ-SELECIONADOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL QUE INTERFEREM NA RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS: Um estudo de caso na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda localizada em Porto Alegre/RS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos, pela Faculdade Senac Porto Alegre. Orientador: Prof. Me. Heloisa Rocha Porto Porto Alegre 2014 MICHELLE LIANE DA SILVA ALVES OS FATORES INTERNOS PRÉ-SELECIONADOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL QUE INTERFEREM NA RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS: Um estudo de caso na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda localizada em Porto Alegre/RS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos, pela Faculdade Senac Porto Alegre. Orientador: Prof.Me. Heloisa Rocha Porto Aprovado pela Banca Examinadora em ________________ de 2014. ___________________________________ Prof. Me. Heloisa Rocha Porto Orientador – Faculdade Senac Porto Alegre ___________________________________ Prof. Me. Judith Elba Merlo Ferrán Faculdade Senac Porto Alegre ___________________________________ Prof. Me. Marcelo Oliveira da Silva Faculdade Senac Porto Alegre Dedico este trabalho para Lúcia de Moura Duarte, minha amada vovó. AGRADECIMENTOS À minha família pelos incentivos, apoio e amor. Ao meu namorado, Leonardo Montes, pelo amor e carinho. Aos docentes do curso superior de tecnologia em gestão de recursos humanos que me auxiliaram nesse processo de aprendizado, amadurecimento e principalmente por terem mostrado novos horizontes na área de gestão de pessoas. Aos queridos profissionais da biblioteca da Faculdade Senac, especialmente para Tatiana Perin, pelas orientações sobre as normas da ABNT. À minha orientadora Heloisa Rocha Porto pelo carinho e incentivos durante as orientações. Foi um grande prazer ter essa oportunidade de receber suas orientações. Aos amigos que adquiri na faculdade, especialmente para Lúcia Nogueira, Fracis Ramos, Mariana Saul e Rita Duarte. À empresa Pm Comunicação Ltda, por permitir que eu realizasse esse estudo com seus colaboradores e gestores. Aos colegas de trabalho que preencheram o questionário aplicado nesse estudo. Aos gestores que disponibilizaram seu tempo para realizar a entrevista. “Pensar no desenvolvimento e manutenção do colaborador, é garantir o clima organizacional saudável para a empresa”. Fábio Santos RESUMO O presente estudo buscou analisar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional que interferem na retenção de funcionários na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda. O tema clima organizacional é muito abrangente, há inúmeros fatores a analisar, seja interno e externo. A pesquisadora, através de conversas com os membros da empresa e observação, delimitou a análise de oito fatores internos do clima organizacional sendo eles: remuneração, liderança, comunicação, progresso profissional, trabalho em equipe, fatores motivacionais, ambiente de trabalho e reconhecimento, além de analisar o clima e cultura organizacional. Para embasamento desse tema foi fundamental buscar a opinião de vários autores sobre as variáveis pesquisadas, sendo o autor Ricardo Luz (2007) uma referência para o desenvolvimento do referencial teórico desse estudo. Visando um estudo aprofundado dos fatores analisados uma abordagem desse estudo obteve dois momentos: qualitativa, entrevistando os gestores e quantitativa, com a mensuração da opinião dos funcionários. O tipo de pesquisa foi exploratóriadescritiva, tendo a delimitação o estudo de caso. Por se tratar de um estudo de caso houve três técnicas de coleta de dados: questionário, com 20 perguntas, sendo duas questões para cada fator abordado nessa pesquisa; entrevista semi estruturada, com 10 perguntas para descobrir as percepções dos gestores, e a observação participante. Após coleta de dados foi escolhida a técnica de análise interpretativa para análise dos dados. Identificou-se, através das três fontes de coleta de dados, que o clima organizacional é uma ferramenta estratégica na retenção de funcionários. Notou-se a sintonia de ponto de vista entre gestores e funcionários. Dos fatores estudados os que retêm os funcionários são: liderança, progresso profissional, trabalho em equipe, fatores motivacionais, ambiente de trabalho e reconhecimento. Já os que precisam ser melhorados são: comunicação e remuneração. Palavras-chave: Clima organizacional. Retenção de funcionários. Estratégia. RESUMEN El presente estudio busca analizar los factores internos pre-seleccionados del clima organizacional que interfieren en la retención de empleados en la matriz de la empresa Pm Comunicação Ltda. El tema clima organizacional abarca diferentes cosas, hay numerosos factores para analizar, sea interno o externo. La investigadora a través de conversaciones con los miembros de la empresa y observación, delimitó el análisis de ocho factores internos de clima organizacional siendo ellos: remuneración, liderazgo, comunicación, progreso profesional, trabajo en equipo, factores motivacionales, ambiente de trabajo y reconocimiento, además de analizar el clima y la cultura organizacional. Para el correcto análisis de ese tema fue fundamental buscar la opinión de varios autores sobre las variables investigadas, siendo el autor Ricardo Luz (2007) una referencia para el desarrollo del referencial teórico de ese estudio. Buscando un estudio profundo de los factores analizados un enfoque de ese estudio obtuvo dos etapas: cualitativa, entrevistando gestores y cuantitativa, con la medida de la opinión de los empleados. El tipo de investigación fue exploratoria-descriptiva, teniendo la delimitación del estudio de caso. Por tratarse de un estudio de caso hubo tres técnicas de recolección de datos: cuestionario, con 20 preguntas, siendo dos preguntas para cada factor abordado en la investigación; entrevista semi estructurada, con 10 preguntas para descubrir las percepciones de los gestores, y la observación del participante. Luego de la recolección de datos fue escogida la técnica de análisis interpretativa para análisis de datos. Se identificó, a través de las tres fuentes de recolección de datos, que el clima organizacional es una herramienta estratégica en la retención de empleados. Se notó la sintonía de punto de vista entre gestores y funcionarios. De los factores estudiados los que retienen los funcionarios son: liderazgo, progreso profesional, trabajo en equipo, factores motivacionales, ambiente de trabajo y reconocimiento. Ya los que necesitan ser mejorados son: comunicación y remuneración. Palabras-claves: Clima organizacional. Retención de funcionarios. Estrategia. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo de gestão de pessoas ................................................................. 18 Figura 2 – As fases de transformação de um grupo em equipe ................................ 23 Figura 3 – Modelo de liderança ................................................................................. 25 Figura 4 – O processo de comunicação .................................................................... 30 Figura 5 – A teoria dos dois fatores de Herzberg ...................................................... 32 Figura 6 – Recompensas financeiras e não financeiras da remuneração ................. 37 Figura 7 – Como é o processo onde há um bom ambiente de trabalho .................... 39 Figura 8 – Elaboração do questionário ...................................................................... 45 Figura 9 – E-mail marketing do cliente Bibi ............................................................... 52 Figura 10 – Social media Hotéis Othon ..................................................................... 53 Figura 11 – Anúncio em display Beach Park ............................................................. 54 Figura 12 – Página web Pmweb................................................................................ 55 Figura 13 – Versão mobile do site da Pmweb ........................................................... 55 Figura 14 – Cozinha da empresa Pm Comunicação Ltda ......................................... 90 Figura 15 – Sala de reunião “tatame” ........................................................................ 91 Figura 16 – Sala de reunião Dom Pedro ................................................................... 92 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Etapas da pesquisa ................................................................................ 43 Quadro 2 – Dados dos entrevistados ........................................................................ 56 Quadro 3 – Clima organizacional como ferramenta estratégica de retenção de funcionários. .............................................................................................................. 58 Quadro 4 – Existe o trabalho em equipe na Pm Comunicação Ltda ......................... 62 Quadro 5 – Crescimento profissional dos funcionários ............................................. 66 Quadro 6 – Gestão de equipe ................................................................................... 69 Quadro 7 – A comunicação organizacional precisa de melhorarias .......................... 73 Quadro 8 – Orgulho de trabalhar na Pm Comunicação Ltda..................................... 77 Quadro 9 – As recompensas financeiras oferecidas pela empresa suprem as necessidades da maioria ........................................................................................... 81 Quadro 10 – Cultura Let’s Rock ................................................................................ 86 Quadro 11 – O ambiente de trabalho proporcionando bem estar e satisfação para as pessoas ..................................................................................................................... 89 Quadro 12 – A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas? Dê um exemplo ..................................................................................................................... 94 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Um dos motivos para continuar trabalhando na Pm Comunicação Ltda é o clima organizacional ............................................................................................... 60 Gráfico 2 – O clima do ambiente de trabalho é bom ................................................. 60 Gráfico 3 – Gosto da equipe de trabalho ................................................................... 64 Gráfico 4 – Há vontade de ajudar o time a crescer e ser reconhecido ...................... 65 Gráfico 5 – Existe oportunidade de crescimento profissional e consequentemente o desenvolvendo de carreira na empresa .................................................................... 67 Gráfico 6 – Através dos méritos há oportunidades de progresso profissional ........... 68 Gráfico 7 – O gestor é uma inspiração de líder por causa da maneira que conduz sua equipe ................................................................................................................. 71 Gráfico 8 – Confiança e respeito no gestor da equipe .............................................. 72 Gráfico 9 – A comunicação entre os membros da equipe é boa ............................... 75 Gráfico 10 – Difícil ocorrer problemas de comunicação entre os times da empresa . 76 Gráfico 11 – É bom sair de casa e vir trabalhar......................................................... 79 Gráfico 12– Orgulho de divulgar que faço parte da Pm Comunição Ltda.................. 79 Gráfico 13 – Há satisfação com as recompensas financeiras oferecidas pela empresa .................................................................................................................... 83 Gráfico 14 – Os benefícios oferecidos são suficientes para necessidade do funcionário ................................................................................................................. 84 Gráfico 15 – Os valores e crenças das pessoas são respeitados ............................. 87 Gráfico 16 – Há uma identificação com a cultura “Let’s Rock” .................................. 88 Gráfico 17 – O espaço de trabalho é moderno e bonito ............................................ 92 Gráfico 18 – O local de trabalho é confortável e causa bem-estar ............................ 93 Gráfico 19 – A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas? Dê um exemplo ..................................................................................................................... 97 Gráfico 20 – A empresa valoriza as conquistas individuais e coletivas ..................... 98 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 14 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17 2.1 GESTÃO DE PESSOAS ..................................................................................... 17 2.2 CLIMA ORGANIZACIONAL................................................................................. 19 2.2.1 Fator interno: trabalho em equipe ................................................................ 22 2.2.2 Fator interno: liderança ................................................................................. 24 2.2.3 Fator interno: reconhecimento ..................................................................... 26 2.2.4 Fator interno: comunicação .......................................................................... 28 2.2.5 Fator interno: fatores motivacionais ............................................................ 31 2.2.6 Fator interno: crescimento profissional ....................................................... 33 2.2.7 Fator interno: remuneração ........................................................................... 35 2.2.8 Fator interno: ambiente de trabalho ............................................................. 38 2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................... 39 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 42 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 42 3.1.1 Abordagem...................................................................................................... 42 3.1.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................ 43 3.2 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ......................................................... 44 3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS .................................................................. 45 3.3.1 Técnica de coleta de dados: questionário ................................................... 45 3.3.2 Técnica de coleta de dados: entrevistas ...................................................... 46 3.3.3 Técnica de coleta de dados: observação participante ................................ 47 3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS................................................................. 48 4 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 50 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................... 50 4.2 CARACTERIZAÇÕES DOS ENTREVISTADOS ................................................. 56 4.3 CARACTERIZAÇÕES DOS RESPONDENTES .................................................. 57 4.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS E OPINIÃO DOS FUNCIONÁRIOS ....................................................................................................... 57 4.4.1 Clima organizacional...................................................................................... 58 4.4.2 Trabalho em equipe ........................................................................................ 61 4.4.3 Progresso profissional .................................................................................. 66 4.4.4 Liderança ........................................................................................................ 69 4.4.5 Comunicação .................................................................................................. 73 4.4.6 Fatores motivacionais.................................................................................... 77 4.4.7 Remuneração .................................................................................................. 81 4.4.8 Cultura organizacional ................................................................................... 85 4.4.9 Ambiente de trabalho ..................................................................................... 89 4.4.10 Reconhecimento .......................................................................................... 94 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 100 5.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................ 102 5.2 SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS ....................................................... 102 APÊNDICE A – Questionário ................................................................................ 107 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista ................................................................... 109 ANEXO A – AUTORIZAÇÃO DA EMRPESA ......................................................... 110 13 1 INTRODUÇÃO Analisar os fatores do clima organizacional é muito importante para haver, assim, indicadores sobre a satisfação das pessoas em uma organização. Há muitos fatores que podem ser mensuráveis, sejam internos ou externos. Um bom clima organizacional pode impactar positivamente nos resultados de uma empresa, porque o status é o reflexo do comportamento das pessoas e seu grau de motivação em fazer parte do respectivo grupo. As empresas do ramo da tecnologia, caso da empresa analisada nesse estudo, vêm enfrentando muitos desafios para reter seus funcionários. Cada organização busca desenvolver estratégias para se consolidar em um mercado competitivo, sendo uma das metas a busca pela retenção dos seus funcionários. A Pm Comunicação Ltda está há dezoito anos no mercado de marketing digital e vem crescendo ano após ano. Um dos motivos desse sucesso é devido à cultura Let’s Rock que visa estimular os colaboradores a vontade de arrasar nas suas atuações na organização, tendo sempre a vontade de fazer o seu melhor, sem se preocupar com as barreiras que virão pela frente no decorrer dos respectivos projetos. Ao observar e analisar a dinâmica organizacional durante o mês de julho de 2014, foi perceptível que os gestores e funcionários destacam o bom ambiente de trabalho como um dos motivos para não saírem da empresa. Pelos inúmeros fatores que podem ser analisados quando estudado o clima organizacional, a autora delimitou em analisar oito fatores internos, sendo eles: remuneração, liderança, comunicação, progresso profissional, trabalho em equipe, fatores motivacionais, ambiente de trabalho e reconhecimento, além de analisar o clima e cultura organizacional da organização pesquisada. Essa delimitação teve como critério os fatores mencionados nas entrevistas realizadas em julho de 2014, através da observação participante e embasamento teórico do autor Ricardo Luz (2007). Este trabalho apresenta como metodologia duas abordagens, sendo uma qualitativa e outra quantitativa. Por esse estudo ter duas abordagens, foi percebido que o tipo de pesquisa ocorreu em dois momentos: exploratória, ao analisar as percepções dos entrevistados e descritiva, por descrever a opinião dos funcionários. A pesquisa em questão caracteriza-se como um estudo de caso, e, por esse motivo, foram escolhidos pela pesquisadora três formas de coleta de dados: 14 entrevistas com gestores, aplicação do questionário com os funcionários e a observação participante. É importante ressaltar que noventa por cento dos funcionários responderam o questionário pessoalmente e dos oito gestores da matriz da empresa, cinco foram entrevistados face a face. Através da análise das três fontes de dados foi constatado que o clima é uma ferramenta estratégica de retenção de funcionários e desde sua fundação, foi tratado como um diferencial na organização pesquisada. Dos oito fatores pré-selecionados nesse estudo, somente os fatores comunicação e remuneração devem ser melhor desenvolvidos para aumentar o grau de satisfação do grupo de funcionários. A partir do próximo tópico será apresentado o problema de pesquisa, objetivo geral e objetivos específicos dessa pesquisa. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA Quais fatores internos pré-selecionados do clima organizacional interferem na retenção de funcionários na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda, localizada em Porto Alegre/RS? 1.2 OBJETIVOS Apresentado o problema, foi selecionado o seguinte objetivo geral e objetivos específicos: 1.2.1 Objetivo geral Analisar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional que interferem na retenção de funcionários na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda. 1.2.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos estabelecidos foram: 15 a) Identificar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional mais relevantes para retenção de funcionários na opinião dos profissionais efetivados; b) Verificar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional mais relevantes para retenção de funcionários na percepção dos gestores das principais áreas de negócio; c) Comparar as opiniões dos funcionários e a percepção dos gestores sobre os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional que interferem na retenção dos funcionários; 1.3 JUSTIFICATIVA O mercado de trabalho está em constante mudança. Novas oportunidades e tecnologias surgem diariamente. As organizações que já entenderam que é necessário pensar e agir estrategicamente estão sendo eleitas as melhores para se trabalhar. Durante a graduação, a autora desse trabalho vivenciou experiências de quais ferramentas estratégicas que a área de recursos humanos pode desenvolver e transformar, respeitando a cultura organizacional, existentes na empresa onde executará suas atividades. Na sua trajetória acadêmica e experiências profissionais, ficou evidente que uma empresa que pensa estrategicamente deve identificar e utilizar os fatores favoráveis do seu clima organizacional como ferramenta de retenção de funcionários. Por esse motivo, fica destacada a importância desse estudo para a Faculdade Senac, especialmente ao curso de Gestão de Recursos Humanos, pois através do aprendizado na instituição a autora desenvolveu sua visão estratégica sobre o mercado de trabalho, compartilhando com o meio acadêmico um assunto que é fundamental para as relações humanas nas empresas. A escolha desse tema foi determinante por perceber que na matriz da organização onde desenvolveu sua pesquisa, ex-funcionários solicitaram uma nova oportunidade para trabalhar novamente na empresa, alegando que o clima é muito bom. Além deste acontecimento, foi observado que a direção estratégica da empresa, composta pelo Chief Executive Officer, sócios, conselheiro e a área de 16 gestão de pessoas, utiliza o clima organizacional como ferramenta estratégica para a retenção de funcionários. A autora desse trabalho analisou oito fatores internos pré-selecionados do clima organizacional após observação sobre o clima organizacional da empresa onde executa suas atividades profissionais. Foram eles: remuneração; liderança; trabalho em equipe; crescimento profissional; fatores motivacionais; comunicação; ambiente de trabalho e reconhecimento. A base de referência desse trabalho é obra do autor Ricardo Luz (2007), que identifica trinta e quatro fatores a serem pesquisadas nas empresas para serem avaliados os fatores internos e externos que interferem no “estado” do clima organizacional. A autora escolheu somente oito das variáveis porque deseja estudar os fatores internos relevantes para a organização, após entrevistar funcionários e um grupo de gestores, que destacaram alguns dos fatores pré-selecionados, como reconhecimento, ambiente de trabalho e fatores motivacionais, e por acreditar que fatores como comunicação, remuneração e liderança devem sempre ser analisados, pois são determinantes na satisfação dos membros em uma organização, ajudando assim a organizar e reter seus funcionários. Acredita-se que após a finalização deste trabalho serão identificados quais desses oito fatores são determinantes para a retenção de funcionários e quais devem ser melhor desenvolvidos na empresa Pm Comunicação Ltda. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO Essa seção apresentará a fundamentação teórica que servirá de base para as posteriores análises de pesquisa. Serão abordados tópicos relativos ao estudo de gestão de pessoas, clima organizacional, os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional e cultura organizacional. 2.1 GESTÃO DE PESSOAS O clima organizacional é a base dessa pesquisa. Esse tema é um dos tantos que se originam quando é estudado Gestão de Pessoas. Por esse motivo é importante a contextualização da área de recursos humanos e as transformações que vêm ocorrendo nesse setor, que tem o principal papel ser o defensor do desenvolvimento humano nas organizações. Mascarenhas (2008) afirma que a área de gestão de pessoas surgiu no início do século XX e pode ser dividida em três fases: a) Administração de pessoal: a principal atuação do departamento pessoal era ser responsável pela administração da mão de obra como custo, porque os funcionários eram fatores de produção. Os princípios orientadores desse modelo eram a produtividade, a recompensa, e a eficiência de custos. b) Gestão do comportamento: nesse modelo, do início da década 60, a administração de recursos humanos progressivamente deixava de se focar nas tarefas, custos e os resultados produtivos imediatos para se concentrar no comportamento das pessoas. As empresas começaram nesse período responsabilizar-se pela manutenção da motivação dos funcionários. Em contraponto, era esperado o envolvimento das pessoas permanente com o trabalho, em um contrato de submissão de longo prazo. c) Gestão estratégica: nos anos 80, as organizações começaram a vincular a gestão de pessoas às estratégias da organização. Essa fase iniciou com uma crítica ao modelo anterior, gestão do comportamento. A gestão de RH tinha como missão adaptar suas políticas às estratégias do negócio. É importante ressaltar que esse modelo não previa a participação ativa da 18 área de recursos humanos na definição das estratégias centrais das empresas. Sob o ponto de vista de Dutra (2009) a balança da Figura 1 é a representação do contínuo equilíbrio que deve ser buscando entre pessoas e empresas. Ambas possuem papéis importantes nessa busca do equilíbrio. Figura 1 – Modelo de gestão de pessoas Fonte: Dutra (2009). Dutra (2009) define que o modelo de gestão de pessoas pode ser analisado em seis partes: a) Papel das pessoas: cabe às pessoas a gestão de seu desenvolvimento, competitividade profissional e carreira. No início dos anos dois mil, as pessoas começaram a valorizar mais as oportunidades concretas de desenvolvimento na movimentação dentro da empresa e no mercado de trabalho. b) Papel das empresas: as empresas precisam estar em contínua interação com as pessoas, somente assim conseguirão alavancar sua competitividade por meio das pessoas. As empresas precisam estimular o desenvolvimento das pessoas na organização. c) Processos de gestão de pessoas: são interações entre partes com um objetivo e dentro de parâmetros previamente definidos. Os objetivos e 19 parâmetros dos processos podem ser classificados em função da sua natureza, em: movimentação; desenvolvimento e valorização. d) Bases estruturais: é o conjunto de compromissos mútuos estabelecidos entre a empresa e as pessoas. Podem ser traduzidos no conjunto de políticas e práticas existentes nas organizações que orientam o comportamento. e) Processos de apoio: compreendem todas as interações não ligadas unicamente à gestão de pessoas, mas que são fundamentais para que ela possa ser efetiva, são: informações; comunicação; relações sindicais e relações com a comunidade. Ulrich (2011) contempla afirmando que as transformações da área de gestão de pessoas necessitam estar consolidadas no contexto das necessidades do negócio. É fundamental as práticas de RH estarem integradas umas com as outras em torno dos resultados-chaves dos negócios. A maioria das organizações busca se renovar tendo como meta ser diferente perante as suas concorrentes. Para isso ocorrer é necessário chegar ao ponto de ser atrativos para captar recursos e manter o seu grupo de funcionários satisfeitos e motivados em busca das metas da empresa. A área de gestão de pessoas tem como sua principal meta a manutenção da boa relação entre empresa e pessoas. Uma das formas de atingir esse objetivo é através do clima organizacional. O tópico seguinte abordará os conceitos de clima organizacional e a contextualização dos oito fatores internos pré-selecionados nesse estudo. 2.2 CLIMA ORGANIZACIONAL O clima organizacional vem sendo estudo de psicólogos, profissionais da área de recursos humanos e administradores para atender melhor como funciona a dinâmica das organizações. Por ser um dos processos de gestão de pessoas que pode mudar de acordo com os acontecimentos e mudanças organizacionais, é importante monitorar o clima organizacional e considerá-lo no momento de traçar as estratégias que a empresa pretende executar hoje e futuro. De acordo com Luz (2007), com a abertura da economia brasileira no início dos anos 90 e por conta da posterior entrada de produtos e organizações estrangeiras no Brasil, as empresas brasileiras, para sobreviver ao aumento da 20 competição, adotaram uma série de estratégias para a redução do quadro de funcionários. A tendência iniciada no início dos anos 90 se concretizou e hoje é um dos grandes desafios das organizações brasileiras e estrangeiras conseguirem que seus trabalhadores “vistam a camiseta da empresa” e permaneçam por períodos médios e longos nas empresas produzindo o seu melhor, pois assim será possível as organizações comercializarem produtos ou serviços de qualidade e se destacarem em seu mercado de atuação. O clima organizacional é uma das estratégias da gestão para obter essa meta. Sob o ponto de vista de Martins (2008), o clima organizacional é um conceito importante para a compreensão do modo como o contexto do trabalho afeta o comportamento e as atitudes das pessoas neste ambiente, sua qualidade de vida e o desempenho da organização. Devido às rápidas mudanças que vêm ocorrendo nos anos da globalização, as empresas têm tentado conhecer melhor a dinâmica da vida organizacional, buscando identificar como trabalhadores expostos a uma série de estímulos oriundos da organização e do ambiente de trabalho têm percepções similares e atribuem significados semelhantes aos aspectos importantes da vida organizacional. Vásquez e Santos (2011) acrescentam que estudiosos de várias áreas pesquisaram sobre comportamento na organização, a interação entre os indivíduos, fatores que impulsionavam ou desestimulavam a realização das atividades, e a influência do fator humano na produtividade e no desempenho organizacional. A preocupação e a valorização das pessoas como um dos elementos mais importantes da estrutura organizacional abriram caminho para várias investigações comportamentais conduzidas a partir 1930 pela Escola de Relações Humanas. Através dessas investigações sugiram as primeiras pesquisas que buscavam a avaliar a percepção dos indivíduos sobre os elementos e as condições de trabalho às quais que estavam submetidos. Tais investigações conduziram para uma nova área de pesquisa denominada “clima organizacional”. Kanaane (1999) já afirma que quando se consegue criar um clima organizacional que propicie a satisfação das necessidades de seus participantes e que canalize seus comportamentos motivados para a realização dos objetivos da organização, simultaneamente, tem-se um clima propício ao aumento da eficácia da mesma. Nesse sentido, as organizações, buscando melhorar seu clima, estão adotando estruturas horizontalizadas, enxutas, onde as pessoas tendem a participar, 21 efetivamente do negócio da empresa, recebendo informações e colaborando na realização do trabalho em equipe, bem como no planejamento estratégico. Um melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria da qualidade de vida do homem no trabalho, para a otimização do desempenho das organizações e para o esclarecimento das relações entre esta e outras variáveis do comportamento organizacional (MARTINS et al., 2004). De acordo com Luz (2007), após análise dos conceitos dos diferentes autores sobre clima organizacional pode-se encontrar pelo menos três palavras-chaves, que estão quase sempre presentes nas definições do que é clima organizacional: a) Satisfação (dos funcionários): a palavra mais presente nos conceitos dos diferentes autores. Diretamente ou indiretamente, os conceitos evidenciam a relação do clima com o grau de satisfação das pessoas que trabalham em uma organização. b) Percepção (dos funcionários): citada em muitas definições de clima, refere-se à percepção que os funcionários têm sobre os diferentes aspectos da empresa que possam influenciá-los, positivamente ou negativamente. Quando o clima é bom os trabalhadores percebem a empresa positivamente e, ao contrário, eles percebem mal a empresa, o clima tende assim ser ruim. c) Cultura (Organizacional): alguns autores tratam clima e cultura como sendo coisas parecidas, fazendo sempre menção à cultura quando se referem ao clima. Isso porque a cultura influencia, sobremaneira, o clima de uma empresa. São faces de uma mesma moeda, são questões complementares. Através desses conceitos do clima organizacional percebe-se que a cultura organizacional está diretamente relacionada com o clima do ambiente de uma organização. Há vários fatores, internos e externos, que interferem nessa áurea no dia a dia de trabalho. Esse trabalho se limita em pesquisar oito fatores internos do clima que interferem na retenção dos funcionários. Portanto, os fatores internos são; remuneração; liderança; trabalho em equipe; crescimento profissional; fatores motivacionais; comunicação; ambiente de trabalho e reconhecimento. 22 A seguir, será conceitualizado cada fator interno do clima organizacional pesquisado nesse estudo. 2.2.1 Fator interno: trabalho em equipe Trabalhar em equipe lembra times de jogos esportivos coletivos: se um jogador jogar muito mal, será inevitável a derrota durante o jogo. Já se houver uma estrela do time que não incentive os demais a buscar a excelência no seu desempenho, será difícil motivar os outros jogadores a jogar a seu favor. Há diferença entre um grupo de trabalho e equipe. A partir de agora, será discriminada essa diferença e o que é trabalho em equipe. Para Moura (2012), trabalho em equipe é a sinergia na qual o todo é maior do que a soma das partes que unem um grupo de indivíduos com valores, pensamentos e comportamentos diferentes, para trabalhar juntos e assim obter uma diferenciação no mercado, investindo em qualidade, inovação e melhorias para uma determinada organização conquistar seu espaço no ramo de atuação. Ao definir o trabalho em equipe é fundamental saber o que é uma equipe. Ponder (2010, p. 168) afirma que uma equipe é: Um grupo de pessoas que atinge colaborativamente objetivos específicos. Inúmeras são as configurações de uma equipe, como pequenos grupos que trabalham em contato íntimo uns com os outros, grupos isolados que trabalham em diferentes países, um departamento de marketing dentro de uma empresa ou toda a empresa. Em algumas organizações, há equipes dentro de equipes. Elas sempre existiram de alguma forma, recebendo nomes como grupos, unidades ou seleções. (PONDER, 2010, p. 168). Poder (2010) acrescenta que o resultado de um bom trabalho em equipe, operações eficientes, coordenadas, cooperativas e bem-sucedidas, é a razão principal de se formar uma, pois são muitos os benefícios gerados para o gestor, colegas e organização. Moscovici (2013) ressalta que o futuro pertence às organizações baseadas em equipes. Grupos existem em todas as empresas, equipes são raras ainda, embora se utilize o nome de equipe para grupo. Um grupo só se transforma em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento. O processo de autoexame e 23 avaliação é contínuo, em ciclos recorrentes de percepção dos fatos, diagnose, planejamento de ação, prática/implementação, resolução de problemas e avaliação. Grupos e equipes não são a mesma coisa. Para Robbins (2004), o grupo é o conjunto de dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se juntam para atingir objetivos específicos. Já um grupo de trabalho interage basicamente para compartilhar informações e tomar decisões para ajudar cada membro com seu desempenho em sua área de responsabilidade. Segundo Bressano (2012), as empresas estão valorizando cada vez mais as competências comportamentais, como trabalhar em equipe. O grupo de indivíduos que trabalham em determinadas metas inicia como um grupo. A equipe irá surgir de acordo com a sinergia entre esses indivíduos. Há fases nessa transformação de grupos em equipes. Figura 2 – As fases de transformação de um grupo em equipe Fonte: Bressano (2012). Na representação da Figura 2, a fase de formação é uma etapa de exploração, na qual todos os indivíduos estão se avaliando e a insegurança predomina. Nesse estágio, a produtividade é baixa e não se pode esperar que as pessoas tenham um alto desempenho. O foco dessa fase é montar a equipe, estabelecer objetivos, papéis, regras, enfim, fazer o time interagir e fazer as pessoas “vestirem a camiseta”. A fase do conflito é quando começam a se formar os subgrupos, pessoas buscando o domínio no grupo e um comportamento defensivo para achar culpados para os problemas. Entretanto, nessa fase é que o grupo começa a definir sua missão, metas e papéis dos indivíduos. Os membros começam a definir a sua forma única de trabalhar em conjunto em prol do projeto. Já na fase da normatização a equipe começa a desenvolver suas regras próprias para realizar em conjunto e os membros param de querer “chamar atenção” 24 e começam a perceber que “todos estão no mesmo barco”. O espírito de competição é substituído pelo espírito de cooperação. A produtividade começa a surgir e é nessa etapa que o time deve ter uma visão crítica para não entrar em uma zona de conforto. O grupo inicia sua formação como equipe na fase do desempenho, na qual o “todo é maior do que a soma das partes”. O time se desenvolve e começa a utilizar procedimentos estruturados para se comunicar, resolver conflitos, alocar recursos e relacionar-se com a organização. Os conflitos são enxergados como uma forma de descobrir soluções e a equipe começa a ter orgulho das suas conquistas. A última fase, desintegração, ocorre somente em equipes temporárias: criadas especificamente para um determinado projeto. O principal objetivo da organização é estabelecer um processo de transição e deixar claro o futuro de cada membro. Nas equipes permanentes, o foco é procurar sobreviver e se fortalecer nos processos de transformação de uma organização. É constatado que o trabalho em equipe é um desenvolvimento dos grupos criados pelas organizações. Quando os grupos chegarem à fase de desempenho, o resultado será positivo para a empresa e para os indivíduos, pois a grande diferença de uma empresa de destaque no mercado é fazer diferente e melhor que as demais. Isso se torna possível quando se tem o alto desempenho das pessoas em prol dos projetos da empresa. 2.2.2 Fator interno: liderança Ser o supervisor de uma equipe não é um papel fácil aos gestores. Se tornar uma referência, saber escutar e desenvolver o time ao seu máximo é os principais objetivos do líder de time. Sob o ponto de vista de Robbins (2004), liderança é a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance dos objetivos. A origem dessa influência pode ser formal, como a conferida por um alto cargo. Uma pessoa pode assumir um papel de liderança apenas em função do cargo que ocupa. Nem todos os líderes são administradores, nem todos os administradores são líderes. Os líderes podem surgir também naturalmente no interior de um grupo ou por indicação formal. Para Vergara (2007), a liderança é uma das capacidades que um gestor deve ter para liderar um time. O líder deve ter uma visão de onde a empresa quer chegar, 25 qual sua missão, estabelecer objetivos e definir metas para buscar o desenvolvimento dos membros da sua equipe. Além disso, o gestor deve estar com as antenas ligadas para o que acontece no mundo, porque, com a globalização é fundamental estar preparado para as transformações. Moura (2012) acrescenta que o principal papel do líder é de condutor. O líder, além de uma visão abrangente do negócio da organização e do mercado, deve conhecer profundamente a sua equipe e deve ter a dimensão exata das potencialidades de cada membro. Deve mostrar os objetivos e se dispor a orientar, suprir e escutar. O líder é, antes de tudo, um condutor de pessoas; deve priorizá-las, independente de qualquer método, rotina ou norma processual. Seu foco deve ser o clima emocional da equipe e o resultado esperado. Kouzes e Posner (2013) ressaltam que os líderes deveriam ser gestores que buscam contato com os corações e as mentes das pessoas, não somente pensar nas metas que a organização propõe, mas sim, como cada indivíduo poderá conceder o seu melhor na atividade proposta para atingir os objetivos organizacionais. Na Figura 3 verifica-se a ilustração do resumo do modelo de liderança a ser praticado pelos gestores, segundo Posner e Kouzes (2013). Figura 3 – Modelo de liderança Fonte: Kouzes e Posner (2013). 26 Kellerman (2005, p. 17) lembra e destaca que “[...] liderança não é conceito moral. Líderes são como todos nós: confiáveis e enganadores, covardes e corajosos, ambiciosos e generosos”. Kellerman (2005) afirma ainda que os subordinados podem ter uma grande dificuldade em compreender seus líderes, pois algumas das maiores dificuldades nos relacionamentos entre superiores e subalternos derivam da percepção. Muitas lideranças fracassadas podem ser atribuídas a percepções equivocadas e simplificadas em excesso pelo empregado, ou à falha do superior em reconhecer o contexto ou o quadro de referências dentro dos quais seus atos serão compreendidos pelo subordinado. A liderança é um dos principais desafios das organizações, pois alguns gestores assumem o papel de líderes por suas conquistas nas competências técnicas. O fato de liderar um time vai muito além de ser bom tecnicamente nas atividades de um determinado setor, mas querer mudar comportamentos que precisam ser desenvolvidos para a obtenção de melhores resultados da equipe que coordena. 2.2.3 Fator interno: reconhecimento Ser valorizado pelo seu desempenho é uma grande satisfação ao indivíduo que busca dar o seu melhor nas atividades que executa em uma empresa. O reconhecimento pode ser uma grande ferramenta motivacional e ajudar o desenvolvimento humano nas organizações, basta saber usá-lo. Para Marques [20--], o reconhecimento é quando o gestor comunica ao empregado que está percebendo que o mesmo está superando as expectativas, ajudando a organização a crescer e agregando melhorias na equipe. Essa comunicação deve ser em um momento de feedback, trazendo situações que discriminem a satisfação com o trabalho do funcionário. Esse reconhecimento está ligado diretamente a um trabalho de motivação, pois através dele o funcionário se sente valorizado, capaz e estimulado para realizar seus deveres de uma maneira melhor, sempre querendo se superar. Segundo Entschev (2012), nenhum funcionário dará o máximo de si para a empresa se não for reconhecido. A organização pode ter inúmeros benefícios, altos salários e proporcionar um ótimo ambiente, mas, se não reconhecer o bom 27 desempenho de um funcionário ou equipe, será muito difícil motivá-los para melhorarem (ainda mais) seu desempenho, se aprofundarem nos assuntos profissionais ou buscarem novos conhecimentos. O reconhecimento está ligado diretamente à valorização do profissional e implica diretamente nos resultados individuais e coletivos da empresa. Quando um gestor realiza o ato do reconhecer um bom desempenho de um funcionário ou equipe ele transmite confiança e consideração. Mostra também para os indivíduos o quanto eles são importantes para a empresa. Essas atitudes são combustíveis para a produtividade e, sem elas, uma equipe pode parar de funcionar. Robbins (2004) contempla que o reconhecimento pode ser desenvolvido em tipos de programas. Desde um cumprimento de um chefe ao seu funcionário que realizou um bom trabalho, pelo envio de um e-mail ou por cerimônias oficiais de premiação nas quais troféus e placas são oferecidos aos indivíduos e às equipes, o importante é motivar o funcionário com o reconhecimento. Gil (2011, p. 211) ressalta que “[...] os empregados costumam ser incentivados a progredir de acordo com um padrão de metas a serem alcançadas. Logo, cada avanço deve ser reconhecido e todos os seus êxitos devem ser elogiados e recebidos de modo animador”. O reconhecimento eficaz é sob medida para cada pessoa porque o que é importante para as pessoas varia consideravelmente. Cada um tem seus objetivos e metas. Um funcionário muito ambicioso pode achar que um tempo de conversa com o presidente da empresa é o melhor reconhecimento para os seus esforços. Já um funcionário muito dedicado, que sempre tem dificuldades de sair do escritório deixando o trabalho inacabado, talvez valorize mais ter um dia de folga para passear com a família em um parque de diversão por conta da empresa. O papel do gestor é identificar qual é a melhor forma de reconhecer cada indivíduo da sua equipe, e saber também valorizar as conquistas coletivas de uma forma que todos se sintam comprometidos com os objetivos da empresa no alcance das suas metas (ELTON; GOSTICK, 2009). Gil (2011) acrescenta que é necessário as empresas demonstrarem receptividade a todas as ideias manifestadas. Deve-se agradecer de imediato todas as sugestões que forem enviadas. Convém também à empresa se esforçar para aceitar a maioria das sugestões, mesmo que para isso seja preciso adaptá-las. Essa 28 ação é um grande encorajamento de iniciativas dos empregados, que se sentirão reconhecidos pela organização. Poder (2007) destaca que as expectativas dos colaboradores devem ser respondidas imediatamente, deixando claro o que é real, o que é possibilidade, o que é oportunidade e, principalmente, o que dependente do funcionário e o que a organização pode oferecer. Assim, é possível ter uma forma de reconhecer as conquistas dos funcionários de acordo com as possibilidades que a empresa pode oferecer. Essa transparência deve ocorrer desde início da parceria funcionárioempresa. O reconhecimento é uma ferramenta que, se bem utilizada, pode auxiliar na retenção de funcionários. É fundamental entender que uma forma de reconhecimento utilizada para reconhecer um determinado empregado não servirá para o outro. Além de o gestor ter uma visão de quando as conquistas estão sendo de uma equipe ao invés de só um individuo, para assim não cometer uma injustiça e, como consequência, desmotivar o seu time. 2.2.4 Fator interno: comunicação Uma comunicação clara e objetiva nas empresas evita muitos problemas que ocorrem no dia a dia das organizações. É um dos principais desafios de uma empresa que pensa e age estrategicamente. Para Gil (2001), as pessoas que sabem se expressar sem desembaraço se julgam bons comunicadores. Mais existe uma grande diferença entre informar e comunicar. Informar é um ato unilateral, que envolve a pessoa que tem uma informação a dar. Já comunicar implica tornar algo comum, fazer-se entender, provocar reações no interlocutor. Como saber comunicar significa fazer-se entender, o comunicador precisa estar capacitado não apenas para falar, mas também para ouvir. Já Robbins destaca que: Uma ideia, por melhor que seja, será inútil se não for transmitida para outros e compreendida por eles. A comunicação perfeita seria como um pensamento ou ideia transmitida de uma pessoa para outra de tal modo que a figura mental percebida pelo receptor fosse idêntica à do emissor. (ROBBINS, 2004, p. 120). 29 É importante ressaltar que a comunicação não é somente falar e ouvir. Schermerhorn Jr., Hunt e Osborn (1999, p. 242) afirmam que “[...] normalmente o lado não-verbal da comunicação tem a chave do que uma pessoa está realmente pensando ou querendo dizer”. O principal objetivo de uma comunicação perfeita é transmitir um pensamento ou ideia de um remetente para um destinatário exatamente da mesma forma como o remetente imaginou. Esse objetivo quase nunca é atingido devido a distorções e outras barreiras. As barreiras podem ser: hábitos de escuta, falta de comentários, percepção, requisitos de funções, meio de informação, falta de honestidade, linguagem e emoções. (ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2013, p. 104-105). Viera (2004) contempla que comunicação é o diálogo, controvérsia, compartilhamento. Quando a empresa está disposta a abrir processos de comunicação precisa estar disponível a ouvir. E ouvir significa se abrir ao elogio e à crítica, a controvérsia e ao debate. A comunicação organizacional é um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos para reforçar as ideias e a imagem organizacional aos seus públicos de interesse. Para entender o processo de comunicação, Bowditch (2002) afirma que é preciso considerar uma série de fatores: a) Quem está comunicando a quem, em termos dos papéis que essas pessoas desempenham; b) A linguagem ou o(s) símbolo (s) usado para a comunicação, e a respectiva capacidade de levar a informação e esta ser entendida por ambas as partes; c) O canal de comunicação, ou meio empregado e como as informações são recebidas através dos diversos canais (tais como comunicação falada ou escrita); d) O conteúdo da comunicação (boas ou más notícias, relevantes ou irrelevantes, familiares ou estranhas); e) As características interpessoais do transmissor e as relações interpessoais entre o transmissor e o receptor (em termo de confiança, influência etc.); f) O contexto no qual a comunicação ocorre, em termos de estrutura organizacional (dentro de ou entre departamentos, níveis e assim por diante), espaço físico (a distância entre o transmissor e o receptor) e o ambiente social (no escritório de quem, trajando uniformes ou não etc.). 30 A soma desses diversos fatores e o modelo básico da comunicação, conforme Figura 4, proporcionam uma base para se analisar e compreender a comunicação nas organizações. Figura 4 – O processo de comunicação Fonte: Chiavenato (2010). França (2008, p. 114) destaca que as barreiras para a comunicação eficaz “[...] referem-se aos fatores que dificultam a comunicação por meio da distorção das mensagens e dos ruídos e obstáculos no processo de comunicação”. Segundo a autora, há quatro barreiras que são terminantes para os problemas de comunicação, são elas: a) Filtragem: a manipulação de informações de um emissor para que elas sejam vistas mais favoravelmente pelo receptor. b) Seletividade: os receptores no processo de comunicação veem e ouvem seletivamente baseando-se em suas necessidades, motivações, experiência, formação e outras características. Os receptores também projetam seus interesses e expectativas no momento da decodificação da mensagem. c) Atitude defensiva: os agentes do processo de comunicação, quando se sentem ameaçados, reduzem a capacidade de atingir compreensão mútua. A mensagem é interpretada como ameaçadora e, com isso, a resposta é distorcida e atrapalha a comunicação eficaz. d) Linguagem: é importante os mensageiros terem a compreensão que as palavras podem ter significados diferentes para as pessoas. Isso ocorre 31 porque a influência de cada indivíduo, como formação cultural, educação e idade, gera a definição das palavras. Muitas vezes os emissores presumem que as palavras e termos que usam habitualmente possuem o mesmo significado para o receptor. A partir da compreensão da importância da comunicação, percebe-se o quanto esse processo é fundamental para os processos da organização fluirem de uma maneira eficaz. Precisa haver uma doação dos dois lados, fonte e receptor, para serem evitados ruídos incorretos nessa transmissão de mensagem. 2.2.5 Fator interno: fatores motivacionais A motivação é o principal combustível para a produtividade da empresa. Funcionários motivados tendem a proporcionar melhores resultados e ajudar as equipes a se desenvolverem continuamente, buscando sempre o melhor rendimento para assim a empresa ser e se manter competitiva em seus negócios. Gil (2001) afirma que motivação é a força que estimula as pessoas a agir. Sabe-se que a motivação sempre tem origem em uma necessidade. Portanto, cada indivíduo dispõe de motivações próprias geradas por necessidades distintas e não se pode, a rigor, afirmar que uma pessoa seja capaz de motivar a outra. Os gestores precisam estar atentos aos fatores motivacionais que motivam seu time e, após essa identificação, criar condições para que as tarefas a eles atribuídas, assim como seu ambiente de trabalho, sejam capazes de satisfazê-los. A motivação se refere às forças dentro de uma pessoa responsáveis pelo nível, direção e persistência do esforço dispendido no trabalho. O nível é a quantidade de esforço que a pessoa emprega, isto é, quão duro trabalha (por exemplo, pouco ou muito); direção é o que a pessoa opta por fazer quando está face a um grande número de alternativas possíveis (isto é, se vai empregar o esforço visando à qualidade ou à quantidade do produto); persistência se refere a quanto tempo a pessoa continua numa determinada ação (por exemplo, desiste, se está difícil, ou continua tentando. (SCHERMERHORN Jr; HUNT; OSBORN, 1999, p. 86). A teoria que foi decisiva para análise dos fatores motivacionais nas empresas foi de Frederick Herzberg. Seu objetivo foi identificar os fatores que causavam a satisfação e insatisfação dos empregados no ambiente de trabalho. Herzberg criou a teoria dos dois fatores, onde dividiu em duas partes: fatores higiênicos e 32 motivacionais. Os fatores higiênicos se referem aos fatores às condições de trabalho, segurança, salário, política da empresa e relacionamento com funcionários. Segundo Frederick Herzberg (apud ELIANA, [20--]), a nomenclatura “fator higiênico” foi escolhida para mostrar que deve ser algo totalmente prevenido em uma empresa para não gerar insatisfação dos colaboradores, ao mesmo tempo em que, quando estão de acordo com o ambiente, ocorre tudo de forma correta. Frederick Herzberg (apud PARIARD, 2011) contempla explicando que o fator motivacional é referente ao conteúdo do cargo, às tarefas, e as atividades relacionadas com o cargo em si. É a liberdade de decidir como executar o trabalho, auto avaliação do desempenho e responsabilidade total pelas tarefas que é executada pelo indivíduo em uma empresa. A presença produz motivação, enquanto a ausência não produz satisfação, diferente do fator higiênico, que se ausente, desmotiva, e quando presente, pode não ser motivador. Figura 5 – A teoria dos dois fatores de Herzberg Fonte: Chiavenato (2010). As pessoas podem encontrar no trabalho uma de suas maiores fontes de satisfação. A maior parte do tempo de uma pessoa e seus esforços é dedicada a seu trabalho. Se o trabalho é desafiador e interessante e instiga as melhores capacidades do indivíduo, este encontra real satisfação ao executá-lo. As grandes e bem-sucedidas empresas em qualquer lugar do mundo são grandes e bem-sucedidas porque seu pessoal emprega esforço e imaginação em seu trabalho com satisfação. (PASCHOAL, 2006, p. 20). 33 Bergamini (2008) afirma que motivação e necessidade são sinônimos, pois quanto maior a necessidade não atendida, maior será a motivação. Isso ocorre porque cada indivíduo tem diferentes necessidades que desencadeiam os desejos e expectativas, tendo a origem nas carências da pessoa. Portanto, quanto maior a satisfação, maior a motivação. Quanto mais satisfeita uma necessidade, menos ela energiza o comportamento. De acordo com Kellerman (2005), os seres humanos não são máquinas com um só conjunto de teclas de apertar. Quando suas complexas reações a amor, prestígio, independência, realização e associação de grupo não são reconhecidas, tendem a funcionar como autômatos, ficando distantes de aplicar sua máxima eficiência à tarefa, e, no mínimo, agem como escravos revoltosos que, consciente ou inconscientemente, sabotam as atividades que supostamente deveriam estar promovendo. Os fatores motivacionais são vários, variam de acordo com a necessidade de cada um, mas é fundamental que a empresa perceba quais são os principais nas suas equipes de trabalho. Assim é viável buscar implementar políticas que ajudem aos gestores a estimular a motivação internada de seus funcionários perante a execução das atividades na empresa. 2.2.6 Fator interno: crescimento profissional A maioria dos funcionários de uma empresa busca crescer profissionalmente na organização onde trabalha. Com novos aprendizados adquiridos durante sua trajetória, vêm novos desafios. A partir da superação dos desafios propostos pela organização, surge a vontade de ser valorizado e ganhar novos compromissos, que causem um propósito para estar buscando melhorias em suas práticas profissionais. Paschoal (2006) acredita que quando uma organização concede reais chances de crescimento profissional, acontece um ciclo virtuoso: a empresa melhora seu desempenho, eleva autoestima do colaborador, o faz sentir-se mais feliz e mais motivado, levando-o a produzir mais e melhor. É um processo onde todos os lados ganham. Bohlander e Snell (2011) afirmam que o setor de recursos humanos tem um papel fundamental no desenvolvimento profissional de carreira. Os autores dividem em quatro processos este papel: 34 a) Associar as necessidades individuais e da empresa: incentivar a responsabilidade pela sua carreira, estabelecer a definição e o planejamento de metas mútuas e criar um suporte para o empregado e empresa conseguir desenvolver o planejamento. b) Identificar as oportunidades e os requisitos de carreira: identificar as futuras competências necessárias, estabelecer progressos de cargo/trajetória de carreira e equilibrar promoções, transferências e saídas. c) Medir o potencial do funcionário: medir competências (avaliações) e estabelecer planos de sucessão. d) Instruir carreira e iniciativas de desenvolvimento: fornecer aconselhamentos de carreira, dar feedback de desenvolvimento e fornecer treinamentos necessários de carreira. Robbins (2005) destaca que o funcionário deve ser o responsável pela administração do seu plano de crescimento de carreira, e a empresa tem a responsabilidade a ajudá-lo a construir sua autoconfiança e a manter sua empregabilidade por meio do aprendizado continuado. A organização precisa conceder o apoio necessário para que os seus funcionários desenvolvam suas capacidades, habilidades e conhecimentos. Esse apoio incluiu: a) Comunicação clara das metas e estratégicas futuras da organização: quando as pessoas sabem aonde a empresa quer chegar são mais capazes de fazer planos individuais para compartilhar no futuro; b) Criação de oportunidades de crescimento: os funcionários devem ter oportunidades de vivenciar experiências de trabalho novas, interessantes e profissionalmente desafiadores; c) Assistência financeira: a empresa deve custear os treinamentos necessários para atualização dos funcionários. d) Oferecer o tempo necessário ao aprendizado para os funcionários: é importante a empresa fornecer tempo livre aos funcionários para a realização de cursos e a carga de trabalho não deve impedir que os funcionários não tenham tempo para desenvolver suas capacidades, habilidades e conhecimentos. 35 O crescimento profissional depende diretamente do empenho do funcionário em busca do seu aperfeiçoamento e desenvolvimento nas atividades que executa, não é um processo rápido. Poder (2007) afirma que se as empresas reconhecerem que cada pessoa é única, oferecer diferentes desafios e recompensas terão um funcionário em constante desenvolvimento e alcançando resultados além do esperado pela organização. Para esse crescimento acontecer é fundamental buscar recursos e apoio da empresa, e a organização estar ciente que é fundamental para ajudar o seu profissional nessa trajetória. 2.2.7 Fator interno: remuneração O indivíduo, quando busca uma oportunidade de emprego, sempre analisa com muito critério a sua remuneração, ela é determinante para a manutenção das finanças pessoais e conquista de novos objetivos. A remuneração é um dos principais atrativos de uma empresa para recompensar e motivar seus recursos, tornando-se assim um sistema fundamental para a retenção de funcionários. Para Wood Jr. e Picarelli Filho (2004), a remuneração não deve ser vista pela empresa como um fator de custo, mas sim, como um fator de aperfeiçoamento da organização, como impulsionador de processos de melhoria e aumento de competitividade. Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) complementam que a remuneração deve fazer parte de um sistema estratégico com uma combinação equilibrada de diferentes formas de remuneração, conforme a seguir: a) Remuneração funcional: é determinada pela função e ajustada ao mercado. É conhecida pela sigla de Plano de Cargos e Salários. b) Salário indireto: compreende benefícios e outras vantagens. A tendência é a flexibilização dos benefícios. Normalmente os benefícios variam de acordo com o nível hierárquico. c) Remuneração por habilidades: desloca o foco do cargo ou função para o indivíduo. Assim, as habilidades determinam a base de remuneração. d) Remuneração por competências: a diferença para a remuneração anterior é que normalmente a remuneração por habilidade é geralmente aplicada 36 no nível operacional, já a remuneração por competências é mais adequada aos demais níveis da organização. e) Previdência complementar: é um componente complementar par auxiliar futuramente na aposentadoria dos funcionários, contribuí normalmente para a valorização do compromisso de longo prazo entre empresa e funcionários. f) Remuneração variável: é vinculada a meta de desempenho dos indivíduos, das equipes ou da organização. g) Participação acionária: possui conexão com o objetivo de lucratividade da empresa e utilizada para reforçar o compromisso de longo prazo entre empresa e colaboradores h) Alternativas criativas: incluem prêmios, gratificações e outras formas de reconhecimento. Com a extensão e diversidade das transformações que estão acontecendo, não há mais estratégia de salário única e ideal para todas as organizações, e isso nós já sabemos, mas continua ao mencionar que qualquer uma dessas novas abordagens salariais pode ser muito eficaz se ajustada – e alinhada – às necessidades e metas de evolução da empresa, assim como as culturas de trabalho, o que nos faz compreender que, antes de qualquer novo plano de remuneração ser projetado, é preciso haver uma clara compreensão de vários aspectos da organização: valores atuais, estrutura, estrutura social, além da projeção de metas e visão futurista. (FLANNERY apud ARAUJO; GARCIA, 2010, p. 56). De acordo com Lopes (2009), as organizações, a partir do século vinte, começaram a dar ênfase à remuneração por desempenho, para tornar-se justas e competitivas no mercado de trabalho. Recompensar com maiores parcelas remuneratórios aqueles que apresentam resultados melhores ou performances superiores parece lógico e justo, mas se as empresas não tiverem critérios bem definidos da avaliação de desempenho podem ocorrer insatisfações e injustiças com o grupo de funcionários. Na visão da autora, a remuneração por desempenho é uma grande ferramenta de retenção de funcionários, se permitirem que todos os funcionários tenham chances iguais de serem avaliados e compensados pelos seus resultados. Chiavenato (2010, p. 279) afirma que “[...] as organizações estão interessadas em investir em recompensas para as pessoas desde que delas possam receber contribuições ao alcance de seus objetivos”. 37 Chiavenato (2010, p. 281) ressalta que há diversos tipos de recompensa. Na Figura 6 verifica-se os tipos de remuneração financeira e não financeira. Figura 6 – Recompensas financeiras e não financeiras da remuneração Recompensa organizacional Financeiras Não Financeiras Diretas Indiretas Orgulho da empresa e do trabalho; Promoções; Salário direto; Férias; Prêmios; Gratificações; Comissões. Fonte: Chiavenato, (2010). Horas extras; 13º salário; Poder (2007) acrescenta que as empresas devem lembrar que cada indivíduo tem sua escala de valores pessoais, por isso alguns benefícios são muito importantes para uns e para outros nem tanto. As empresas devem analisar os propósitos dos benefícios para a vida de cada funcionário, sabendo até que ponto os benefícios são fundamentais para a realização de um bom trabalho, o quanto a concessão de um benefício pode fidelizar o colaborador, e identificar se é um benefício ou assistencialismo. O grande desafio das organizações é buscar novas opções de benefícios de acordo com a realidade do seu grupo de funcionários, renovar as opções periodicamente, não se tornar um pacote de assistencialismo. A remuneração deve ser planejada de acordo com as possibilidades financeiras da empresa e atrativa para competir com mercado de trabalho. Não se 38 trata somente de pagar bem financeiramente, mas tudo o que poderá proporcionar para a conquista dos objetivos do funcionário. 2.2.8 Fator interno: ambiente de trabalho A arquitetura de uma empresa pode estimular a produtividade e melhorar o relacionamento entre os indivíduos em uma organização. Isso ocorre porque o layout e decoração de um local de trabalho pode causar um impacto como a felicidade por estar ali naquele ambiente. Chiavenato (2010) acredita que as empresas de tecnologia buscaram, a partir da década de 90, criar um design moderno nos escritórios para funcionar como uma propaganda de um suposto clima de trabalho feliz que a empresa proporciona. Normalmente, esse ambiente é proporcionado por empresas que tenham práticas de RH avançadas e o profissional é visto como parceiro, que participa ativamente da implementação da estratégia e tem parte da sua remuneração atrelada aos resultados. Criar um ambiente de trabalho saudável não é apenas o ideal a ser feito pela empresa, porque ele também beneficia a organização a evitar funcionários com problemas de saúde física e psicológica. É fundamental cuidar da limpeza do ambiente e conceder momentos de descanso. Para isso ocorrer, é necessário que os gestores da empresa prestem atenção às queixas dos funcionários, sendo fontes valiosas de informações sobre possíveis problemas que ocorram no ambiente de trabalho (ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2013). Nos últimos vinte e cinco anos de pesquisas na Great Place to Work®1 é constatado que os funcionários acreditam que uma boa empresa para se trabalhar deve ter um ambiente que preze a confiança entre os colegas, onde os funcionários tenham orgulho de fazer o que fazem e gostam das pessoas com as quais trabalham. Isso só é possível de acontecer com um bom ambiente de trabalho. 1 Great Place em 1991 por Robert to Work Institute (GPTW) Levering nos Estados é uma empresa de consultoria fundada Unidos com sede em São Francisco, Califórnia e escritórios afiliados em diversos países do mundo. Sua função é avaliar a gestão de empresas de diversos tipos; serviços, multinacionais, pequenas e médias empresas e de vários tipos de indústrias em 41 países visando à aplicar pesquisas com empregadores para entender a excelência no ambiente de trabalho. 39 Figura 7 – Como é o processo onde há um bom ambiente de trabalho Fonte: Great Place to Work® (2013). O fator interno ambiente de trabalho pesquisado nesse estudo visou ressaltar o quanto um ambiente de trabalho moderno, espaçoso e onde ocorre um processo como ilustrado na Figura 7 é importante para a retenção de funcionários. 2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL A cultura organizacional é fundamental para um clima organizacional. Muitas vezes esses dois fatores existentes nas organizações se misturam no entendimento de funcionários, gestores e diretores, por isso é necessário explicar o que é cultura organizacional e, assim, mostrar qual a diferença entre os dois fatores. 40 Robbins (2004) afirma que a cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros que difere uma organização da outra. Esse sistema se constitui das características valorizadas pela organização. As sete características básicas que, em conjunto, captam a essência da cultura de uma organização são: a) A inovação e a assunção de riscos: o grau em que os funcionários são estimulados a serem inovadores e a assumir riscos. b) A atenção aos detalhes: é o grau esperado de precisão, análise e atenção aos detalhes. c) A orientação para os resultados: quanto os graus em que os dirigentes focam os resultados mais do que as técnicas e os processos empregados para alcançá-lo. d) A orientação para as pessoas: trata-se do grau em que as decisões dos dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as pessoas na organização. e) A orientação para a equipe: o grau em que as atividades de trabalho são organizadas mais em função das equipes do que dos indivíduos. f) A agressividade: a intensidade em que as pessoas, em vez de afáveis e acomodadas, são competitivas e agressivas. g) A estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do status quo em contraste com o crescimento. A cultura organizacional é o sistema de ações, valores e crenças compartilhado que se desenvolve numa organização e orienta o comportamento dos seus membros. [...] Assim como não há duas pessoas com a mesma personalidade, não existem duas culturas organizacionais perfeitamente idênticas. [...] As diferenças culturais têm um grande impacto sobre o desempenho das organizações e sobre a qualidade de vida dos seus membros. (SCHERMERHORN Jr; HUNT; OSBORN, 1999, p. 196). A cultura pode ser definida como um conjunto de padrões de comportamento e das crenças de uma empresa/organização percebidas e vividas pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam a dinâmica das relações empresarias. Há um conjunto de regras não escritas que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização. Por esse motivo, os processos de mudanças são difíceis, exigindo cuidado e tempo (MOURA 2012). 41 Paschoal (2006, p. 138) acredita que “[...] a cultura constitui um dos elementos que mantém a empresa unida e se compõe das crenças, das expectativas, das normas, das maneiras de comunicação e demais práticas que, de uma forma ou outra, afetam as ações e comportamentos das pessoas no trabalho”. Moura (2012) acrescenta que o clima mapeia o ambiente interno que varia segundo a motivação dos indivíduos, apreende suas reações imediatas, suas satisfações e insatisfações pessoais. O clima não evidencia os modos institucionais de agir e pensar, a cultura já deixa claro esse modo presente na organização. A autora afirma que o clima tem uma natureza mais transitória, podendo aceitar intervenções de curto prazo, já a cultura é enraizada, envolvendo assim mudanças organizacionais mais profundas e normalmente de longo prazo. A cultura está interligada aos valores dos seus fundadores, mitos criados desde sua fundação e crenças que os funcionários possuem em comum com os fundadores. O clima é um reflexo dessa cultura, algo que sofre mudanças em curto e médio prazo de acordo com os acontecimentos que ocorrem no dia a dia organizacional. O clima faz parte da cultura, essa que interfere diretamente no ambiente de trabalho e está enraizada nos processos organizacionais. Após conceituar os fatores internos do clima organizacional que podem interferir na retenção de funcionários, encaminha-se no próximo capítulo a metodologia utilizada para alcançar o objetivo deste trabalho. 42 3 METODOLOGIA Esta seção aborda descritivamente os métodos de pesquisa utilizados, compreendendo a caracterização da pesquisa, tipos de abordagem, o instrumento de pesquisa, como as entrevistas e os questionários foram aplicados e a forma que os dados foram analisados. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A seguir, será caracterizado o tipo de pesquisa que foi utilizado para que os dados fossem obtidos 3.1.1 Abordagem Esse estudo teve abordagem qualitativa e quantitativa, pois foram consideradas importantes essas duas abordagens para serem atingidos os objetivos específicos dessa situação problema. A abordagem qualitativa foi utilizada para descobrir a percepção dos gestores sobre os fatores internos pré-selecionados na pesquisa. Segundo Castro (2006, p. 113), “[...] conversar com o objeto de estudo é o método mais direto e mais óbvio de fazer pesquisa quantitativa. Naturalmente, há várias maneiras de se conversar. Algumas são bastante soltas, como as entrevistas em profundidade”. As entrevistas foram parcialmente estruturadas com os gestores da empresa. O roteiro de entrevista foi elaborado para descobrir como os gestores entrevistados percebem os fatores internos do clima interferindo na retenção de funcionários. Gil (2010) afirma que a ideia da entrevista não é uma conversa comum, mas sim, uma conversa planejada contendo um objetivo já definido em obter dados para a pesquisa, através de um interrogatório. Já para mensurar a opinião dos funcionários efetivos foi utilizada a abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário com vinte questões que abordam perguntas que visam descobrir a opinião sobre os fatores préselecionados, cultura e clima organizacional. 43 Para Duarte (2014), a abordagem quantitativa visa traduzir em números as opiniões dos respondentes para então obter a análise dos dados e assim chegar-se em uma conclusão. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 53) afirmam que “[...] o questionário é a forma mais usada para coletar os dados, pois possibilita medir com mais exatidão o que se deseja”. Visando a compreensão do leitor, foi criado o Quadro 1, que simplifica a abordagem dessa pesquisa: Quadro 1 – Etapas da pesquisa Qualitativa/Exploratória Quantitativa Qualitativa Entrevistas informais com Aplicação de questionário Entrevista semi gestores e ex- face a face com os funcionários que funcionários efetivos estruturada com gestores reingressaram na empresa Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. 3.1.2 Tipo de Pesquisa O tipo de pesquisa escolhido foi a descritiva e exploratória. Visto que, dessa forma, será possível descrever a opinião dos funcionários e descobrir a percepção dos gestores sobre os fatores internos pré-selecionados nesse estudo de caso. Assim, será possível atingir o objetivo geral dessa pesquisa: analisar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional que interferem na retenção de funcionários na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda. Sobre o tipo de pesquisa exploratória Cervo, Bervian e Silva (2007) afirmam que: A pesquisa exploratória é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. [...] Tais estudos têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas ideias (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007 p. 63). 44 Contemplando isso, Duarte (2013) afirma que nesse tipo de pesquisa o pesquisador deverá iniciar por um processo de sondagem, com objetivo de aprimorar as ideias, descobrir intuições e, posteriormente, construir hipóteses. Sobre o tipo de pesquisa descritiva, Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 63) afirmam que a pesquisa descritiva “[...] observa, registra, analisa e correlaciona fatos e fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Segundo Alves (2007, p. 54) a pesquisa descritiva “[...] adota como procedimento de coleta de dados o uso de entrevistas e da observação, e como recursos, os questionários, entre outros”. Por este fundamento, entende-se que o mais apropriado para esse estudo é a pesquisa descritiva, análise da opinião dos funcionários, e exploratória, análise das percepções dos gestores, devido às informações pretendidas. 3.2 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO A pesquisa é um estudo de caso na empresa Pm Comunicação Ltda. Segundo Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é “[...] uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto”. Gil (2009, p. 14) acrescenta que o estudo de caso “[...] pode ser utilizado para fornecer explicações acerca de fatos e fenômenos sob o enfoque sistêmico. [...] Os estudos de caso podem servir tanto a propósitos exploratórios quanto descritivos”. A autora deste trabalho, por participar do grupo em estudo, realizou ainda uma observação participante. Para Alves (2007), o pesquisador que realiza uma observação participante tem acesso a um variado número de informações e deve cuidar para não expor suas opiniões sobre os acontecimentos observados, para assim o diário de campo ser um documento confiável. As duas outras formas de coleta de dados foram as entrevistas semi estruturadas com cinco gestores da organização e a aplicação de questionário em quarenta e quatro funcionários efetivos da empresa. Acredita-se que através da coleta dessas três fontes tenha sido possível realizar a triangulação de dados e responder à pergunta problema desse estudo. 45 3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS Nesse estudo foram realizadas três técnicas de pesquisa: entrevista com gestores, questionário aplicado com funcionários efetivos e observação participante. Será abordado nos próximos subcapítucos o detalhamento das técnicas. 3.3.1 Técnica de coleta de dados: questionário Com a aplicação do questionário, o foco foi identificar a opinião dos funcionários sobre fatores internos do clima organizacional pré-estabelecidos nesse estudo, sobre clima e cultura organizacional da empresa Pm Comunicação Ltda. O questionário foi elaborado através da adaptação da escala de Rensis Likert, visando uma análise interpretativa dos dados, destacando os maiores percentuais. As perguntas foram elaboradas através da observação e entrevistas, conforme a Figura 8, a seguir: Figura 8 – Elaboração do questionário As primeiras entrevistas Questionário com gestores Observação participante Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Foram aplicadas vinte questões para cada respondente, sendo duas de cada fator interno do clima analisado nesse estudo. O instrumento de coleta de dados foi aplicado no dia primeiro de outubro de 2014, face a face ao grupo de funcionários, sendo explicado o propósito da pesquisa e as opções de respostas, sendo que poderia ser escolhida somente uma alternativa para cada pergunta afirmativa, conforme verifica-se no Apêndice A. Para Oliveira (2001), a escala de Likert é confiável porque permite obter informações sobre o nível de sentimentos dos respondentes, o que dá mais liberdade para os indivíduos e, assim, torna os dados mais confiáveis. 46 Gil (2010) afirma que é necessário tabular os dados e codificar as respostas para poder realizar uma análise de dados coerente e precisa sobre os resultados obtidos quando se é utilizado o questionário como técnica de coleta de dados. No dia trinta de setembro de 2014 foi aplicado um pré-teste com um grupo de quatro funcionários, que visou confirmar se as questões afirmativas estavam objetivas e de fácil compreensão ao leitor. O retorno foi positivo, sem dúvidas sobre as questões, e, assim, no dia seguinte no turno da manhã, a pesquisadora aplicou o instrumento aos quarentas e quatro funcionários. O questionário foi respondido e devolvido na tarde do dia primeiro de outubro de 2014 e manhã do dia dois de outubro de 2014 por quarenta funcionários, sendo, assim, atingido noventa por cento do público pesquisado. 3.3.2 Técnica de coleta de dados: entrevistas Um dos objetivos dessa pesquisa foi descobrir a percepção dos gestores sobre os fatores internos do clima organizacional analisados nesse estudo. Em agosto de 2014, a empresa contava com oito gestores que coordenam as áreas de negócio. A autora convidou cinco destes gestores. O critério foi coletar as percepções dos gestores que já estão há mais de dez anos na organização e dois novos supervisores, que assumiram o papel de gestores neste último ano na empresa. Os três gestores não convidados estavam em um momento intenso de viagens aos clientes, portanto não foi viável realizar entrevistas face a face. No dia dois de outubro de 2014, na sala de reunião nas dependências da empresa, iniciou-se a coleta de dados. Nesse dia foram realizadas duas entrevistas, uma com duração de vinte minutos e a segunda com duração de uma hora. Já no dia três de outubro de 2014, a pesquisadora conseguiu entrevistar somente um gestor. O diálogo durou quarenta e quatro minutos na sala do setor de recurso humanos. Na semana seguinte, dia sete de outubro de 2014, foi agendado o encontro com um gestor no início da manhã, onde a pesquisadora conseguiu fazer a metade das perguntas, até questão cinco, e o restante foi realizado no final do mesmo dia. Essa interrupção ocorreu porque nessa data havia um evento interno e ocorreram imprevistos na manhã. O gestor em questão se demonstrou compreensivo e 47 concedeu uma entrevista de cinquenta minutos, relatando também fatos da sua trajetória na empresa. A última entrevista ocorreu no dia quatorze de outubro de 2014, no início da tarde, em uma sala de reunião nas dependências da empresa. O gestor demonstrou que ainda está em uma fase de conhecimento da organização e não pode afirmar certas percepções. O encontro teve duração de trinta minutos. A pesquisadora contextualizou o estudo de caso para todos os entrevistados, gravou os diálogos e informou que não seria divulgada a identificação nesse estudo, para garantir total confiabilidade dos dados e evitar possíveis exposições. O objetivo central foi transcrever os principais trechos para assim ser realizada a análise de dados. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 51) afirmam que “[...] a entrevista é uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatório do informante, dados para a pesquisa”. Alves (2007) acrescenta que a entrevista estabelece uma interação entre o entrevistado e o entrevistador, permitindo, assim, colher uma gama de informações, aprofundar os dados fornecidos e, principalmente, ouvir diretamente e imediatamente a fonte informante. Importante ressaltar que havia um roteiro de seis questões e através das entrevistas foi definido o roteiro de entrevista que se encontra no Apêndice B. As questões sete a dez foram surgindo de acordo com os diálogos. 3.3.3 Técnica de coleta de dados: observação participante O estudo em questão surgiu através da percepção da autora sobre as ferramentas estratégicas de gestão de pessoas que são utilizadas na retenção de funcionários da empresa Pm Comunicação Ltda. No início de julho de 2014, ocorreram acontecimentos que demonstravam que o clima organizacional era o motivo de muitos funcionários quererem continuar desenvolvendo sua carreira na empresa. O clima já havia despertado a vontade de ex-funcionários voltarem a trabalhar na organização, porque segundo alguns relatos, o clima que encontravam na Pm Comunicação Ltda não havia igual em outras empresas, segundo relato de dois funcionários durante a observação participante 48 Contemplando isso, alguns gestores utilizavam dessa ferramenta, clima organizacional, para captar novos funcionários, no momento de “vender” a empresa aos candidatos dos processos seletivos que ocorriam durante mês de julho de 2014. Através da observação participante, iniciada em julho de 2014, a pesquisadora resolveu pesquisar quais dos fatores internos do clima organizacional interferiam na retenção de funcionários. Gil (2009) ressalta que uma das principais vantagens da observação participante é permitir a percepção da realidade do ponto de vista das pessoas pesquisadas, e não de um ponto de vista externo. Com a observação e referência bibliográfica de autor Ricardo Luz (2007) foram determinados os oito fatores pesquisados nesse estudo. Para Alves (2007), o observador participante tem acesso a um variado número de informações, onde é fundamental não deixar que suas interpretações e seus juízos de valor interfiram no objeto pesquisado ou proceder ao registro de anotações de forma inadequada. Marconi e Lakatos (2007) acrescentam que o objetivo geral do pesquisador é ganhar a confiança do grupo, fazer os indivíduos compreenderem a importância da investigação. Durante o período de julho/2014 a outubro/2014 foi escrito no diário de campo fatos determinantes que serão discriminados na análise de dados. Esses fatos são momentos que a pesquisadora captou, através da sua observação, acontecimentos que ajudaram na melhor compreensão sobre a dinâmica organizacional quando analisado os fatores internos pré-selecionados desse estudo no dia a dia da Matriz da Pm Comunicação Ltda. Após contextualizar a técnica de coleta de dados do estudo de caso, na seção seguinte será detalhada a técnica de análise dos dados. 3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS Visando buscar a melhor compreensão dos dados obtidos na coleta de dados nesse estudo de caso, considera-se que a análise interpretativa é mais adequada para analisar o material coletado. 49 Marconi e Lakatos (2007b, p. 28) explicam que a análise interpretativa é a “[...] demonstração dos tipos de relações entre as ideias do autor em razão do contexto cientifico e filosófico, de diferentes épocas”. Para Gil (2009), na análise deve ser realizada a triangulação, que é reconhecida como a mais importante estratégica adotada na análise e interpretação dos resultados do estudo de caso. Na interpretação dos dados da opinião dos funcionários efetivos, serão analisados os principais percentuais, conforme os gráficos que serão apresentados na análise de dados. Importante ressaltar que foram escolhidos três métodos de coleta de dados para ser possível uma análise de dados do problema pesquisa de uma forma confiável, buscando, assim, responder os objetivos desse estudo com a triangulação de dados. Na seção seguinte será iniciada a análise dos dados obtidos através das entrevistas com os gestores, resultados das respostas do questionário aplicado aos funcionários efetivos e observação participante. 50 4 ANÁLISE DE DADOS Nessa seção serão apresentadas a caracterização da empresa pesquisada e análises de dados coletados através dos questionários, entrevistas e observação participante. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA Conforme o site institucional (2014)2, a Pm Comunicação Ltda, denominada Pmweb Marketing Cloud Services, foi fundada em dezembro de 1996 por Tárik Potthoff, que nessa época tinha dezessete anos de idade e lançou-se programador de páginas on-line, quando a internet ainda dava os primeiros passos no mundo e, por isso, ninguém sequer imaginava ainda as mídias sociais. A organização presta serviços de marketing digital e CRM a fim de promover uma venda direta para os consumidores dos seus clientes, usando ferramentas para que cada consumidor receba informações dos produtos de acordo com o histórico do seu consumo e lista de desejos informados nos sites, com o objetivo de impulsionar a receita dos clientes. Os principais setores que a empresa atende são hotelaria, atendendo dezenove das vintes maiores redes hoteleiras do Brasil. Também possui a carteira do ramo do varejo, onde na lista constam clientes como Lojas Renner, Lojas Colombo, Bibi, Paquetá, Brastemp e Magazine.com, entre outros. Atualmente, a empresa tem sete sócios, com Tárik sendo um deles e a Oracle, uma das empresas de tecnologia mais importante do mundo, outro. A empresa oferece com exclusividade a plataforma Oracle Responsys Marketing Suíte no Brasil, uma solução líder em marketing cross channel com diversas aplicações que permitem criar, executar, aperfeiçoar e gerir campanhas de marketing online, através de e-mail marketing, web, mobile, social media e display. A seguir, serão ilustrados exemplos dos trabalhados desenvolvidos na Pm Comunicação Ltda, visando melhor entendimento do negócio da empresa pesquisada nesse estudo. 2 Disponível em: <www.pmweb.com.br>. Acesso em 10 out. 2014. 51 O principal produto desenvolvido pela organização é o e-mail marketing, um canal de comunicação que tem como objetivo criar e manter um relacionamento aberto entre as empresas e seu público-alvo, ou seja, aquelas pessoas que têm interesse em sua marca, produtos ou serviços. Os clientes são cadastrados, concedendo seu consentimento para receber diversas informações, entre elas promoções, novidades, boletins informativos e um relacionamento personalizado de acordo com seu histórico de consumo e preferências, cadastradas através de formulários online/físicos. A Pm Comunicação Ltda recebeu, em 2014, o prêmio da eAwards3 de melhor empresa de e-mail marketing digital do Brasil, indicada pelos seus clientes para concorrer ao prêmio. Como exemplo de um e-mail marketing desenvolvido pela Pm Comunicação verifica-se a Figura 7, do cliente Bibi, que através do cadastro do filho da cliente, dados do tamanho do pé e idade, é possível descobrir o tempo que o cliente da Bibi estará precisando de novos calçados. 3 Os eAwards Braspag premiam os melhores negócios online do Brasil e são realizados anualmente pela empresa eWorld, editora da revista profissional de ecommerce e marketing online, eMagazine e a feira eShow. Os eAwards reconhecem publicamente as inovações desenvolvidas pelas páginas da web brasileira, sua excelência, profissionalismo, investigação e desenvolvimento, com a finalidade de melhorar a experiência de compra aos clientes ou visitantes, tornando-se desta forma, referência de êxito para o setor do comércio eletrônico e marketing online. . 52 Figura 9 – E-mail marketing do cliente Bibi Fonte: Blog Pmweb (2014). O cliente Bibi realiza uma comunicação estratégica com seu cliente final através do e-mail marketing, e consegue fidelizar seu consumidor por tratá-lo de forma personalizada, informando constantemente novidades sobre os seus produtos. Um dos serviços prestados pela Pm Comunicação é atuação em social media, ligada ao posicionamento da marca no meio digital. Trata-se de um conjunto de estratégias para a manutenção e para o crescimento da presença da marca em mídias sociais dos clientes. Os principais serviços de social media são o gerenciamento do posicionamento e presença da marca nas redes sociais, o planejamento, análise e otimização das campanhas e criação e promoção de conteúdos. 53 A seguir, na Figura 8, verifica-se a página oficial dos Hotéis Othon (cliente da Pm Comunicação) no Facebook. Figura 10 – Social media Hotéis Othon Fonte: Facebook Hotéis Othon (2014)4. Através social media o cliente Hotéis Othon tem mais um canal de comunicação estratégica com seus clientes. Há possibilidade de divulgar notícias, promoções e informativo através da sua página na rede social mais acessado do mundo. A Figura 11, a seguir, ilustra um display do cliente Beach Park 4 Disponível em: www.facebook.com/hoteisothon>. Acesso em: 15 out. 2014. 54 Figura 11 – Anúncio em display Beach Park Fonte: Arquivo interno Pmweb (2014). O display são os anúncios de publicidade divulgados em canais de comunicação online. Na campanha para o cliente Beach Park, o objetivo é despertar o interesse do consumidor que ainda não foi ao parque aquático. Na Figura 12 visualiza-se uma página do site da empresa Pm Comunicação Ltda. 55 Figura 12 – Página web Pmweb Fonte: Arquivo interno Pmweb (2014). O site da empresa foi atualizado no mês de agosto de 2014 e é considerando uma página web moderna, porque possui design responsivo. Dentro do site há inúmeras páginas, como histórico da organização, prêmios, onde se localiza os escritórios, carteira como lista de clientes entre outras informações. O site tem um design responsivo porque, quando acessado em versão mobile, sua navegação não perde a qualidade e mantém sua facilidade de acessar as informações, conforme a figura 11. Figura 13 – Versão mobile do site da Pmweb Fonte: Arquivo interno Pmweb (2014). 56 No próximo tópico será realizada a caracterização dos entrevistados. 4.2 CARACTERIZAÇÕES DOS ENTREVISTADOS Os entrevistados são caracterizados pela letra E, e, respectivamente por um número, uma vez enfatizados nas entrevistas que as identificações não seriam publicadas. O perfil do entrevistado, idade, tempo de serviço e formação não foram descritos nesse estudo porque a pesquisadora acredita que realizando esse perfil seria viável identificar os cinco gestores que concederam as entrevistas. Visando uma confiabilidade dos dados, optou-se pela não identificação dos gestores da empresa Pm Comunicação Ltda. A seguir, o quadro com ordem das entrevistas. Quadro 2 – Dados dos entrevistados ENTREVISTADO E1 Entrevistado 1 E2 Entrevistado 2 E3 Entrevistado 3 E4 Entrevistado 4 E5 Entrevistado 5 Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. No próximo subcapítulo será justificada a não identificação dos respondentes do questionário aplicado na Pm Comunicação Ltda. 57 4.3 CARACTERIZAÇÕES DOS RESPONDENTES A pesquisadora optou por não fazer qualquer identificação dos respondentes, tendo como objetivo descobrir a opinião sobre o clima, cultura, remuneração, liderança, trabalho em equipe, crescimento profissional, fatores motivacionais, comunicação, ambiente de trabalho e reconhecimento da matriz da empresa Pm Comunicação Ltda com confiabilidade e sem expor nenhum membro da empresa. Essa opção foi analisada com cuidado após analisar o grupo de funcionários efetivos, pois através da observação participante foi percebido que seria de fácil interpretação se fosse realizado alguma caracterização dos respondentes, por ser um grupo de pequeno porte. Dos quarenta e quatro funcionários efetivos que foram convidados a responder o questionário, quarenta retornaram com o documento preenchido. Sendo assim, foi atingindo noventa por cento do público alvo. A seguir serão analisados os dados obtidos através do questionário, entrevistas e observação participante. 4.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS E OPINIÃO DOS FUNCIONÁRIOS Nesta seção será apresentada a análise das entrevistas aplicadas aos supervisores e os dados do questionário aplicado aos funcionários efetivos. A análise foi feita comparando as respostas dos entrevistados com a opinião dos funcionários obtida na aplicação do questionário e observação participante. Na entrevista com roteiro semi estruturado foram realizadas dez perguntas, sendo que cada uma aborda os fatores pesquisados nesse estudo que são clima organizacional, trabalho em equipe, progresso profissional, liderança, comunicação, fatores motivacionais, remuneração, cultura organizacional, ambiente de trabalho e reconhecimento. Já no questionário foram realizadas duas perguntas para cada fator analisado nessa pesquisa mencionada anteriormente. A linguagem utilizada referente à percepção dos gestores é justificada em razão das transcrições literais das respostas de cada pesquisado. 58 Para melhor compreensão da análise de dados, cada fator analisado estará estruturado em subtítulos. A seguir análise da 1ª variável pesquisada nesse estudo, o clima organizacional. 4.4.1 Clima organizacional Na pergunta número 1 foi questionado se o clima organizacional é uma ferramenta estratégica de retenção de funcionários. No Quadro 3 há os principais trechos das entrevistas concedidas pelos cinco gestores da organização. Quadro 3 – Clima organizacional como ferramenta estratégica de retenção de funcionários. Pergunta 1 - Você considera o clima organizacional uma ferramenta estratégica de retenção de funcionários? Explique E1 Acredito que sim, porque existe uma amizade entre os membros da minha equipe que vão além das questões profissionais. Importante ressaltar que esse sentimento de amizade também ocorre com outros colegas fora da equipe, o que torna o clima muito bom. Um exemplo é quando tem confraternizações na cozinha, onde é realizada uma interação bacana com todos os colegas. [...] E2 [...].Sim, com certeza é uma das ferramentas estratégicas que ajudam a empresa reter as pessoas. Eu considero o clima organizacional excelente, porque os aspectos interpessoais são valorizados. [...] A maneira como é conduzido o relacionamento pessoa a pessoa que faz esse clima organizacional ser um dos destaques da gestão da empresa. E3 Sem dúvida nenhuma o clima é um fator preponderante na Pmweb. Muitas vezes ele foi o maior diferencial, acima de salários e benefícios. Anos atrás não havia um pacote de benefícios muito atrativo, e o clima ajudou a manter muitas pessoas trabalhando conosco. [...] É importante ressaltar que isso vem da cultura dos fundadores da empresa, sempre existiu uma valorização e uma relação transparente com os membros. [...] Isso é repassado para todos os gestores e alguns que já passaram pela empresa não se adaptaram bem nessa cultura e consequentemente saíram da Pmweb. [...] E4 Eu acho que sim. Porque o clima na empresa, como um todo, é um fator diferencial da Pmweb.[...] Isso é visível na convivência com os membros da minha equipe, quando há um problema com um todos se unem para ajudar o colega a resolver o problema. Isso vai além da equipe que eu coordeno. Esse exemplo que estou dando mostra como as pessoas se gostam. Não tem como não ter um clima agradável onde os membros podem dar suas respectivas opiniões sobre os acontecimentos do setor, empresa e o gestor escutá-los. [...] Importante ressaltar essa forma “humana” de tratar cada individuo vem da forma que os fundadores da empresa lidam com os membros desde que iniciou as atividades da Pmweb. [...] E5 [...] Acredito que sim, porque é um dos fatores que me retém aqui. [...] Com certeza, é um fator decisivo na hora das pessoas pensarem em procurar alguma oportunidade no mercado. [...] Desde primeiro dia que coloquei os pés na empresa eu me senti bem com a infraestrutura e as pessoas, esse bem estar eu nunca tive em outra empresas na qual eu já passei durante minha carreira. [...] Gosto de vir para cá, não sinto uma obrigação em vir trabalhar só por trabalhar, sei que vou encontrar pessoas que gosto e ter um espaço que é legal. [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. 59 Os entrevistados E1, E2, E3, E4 e E5 acreditam que o clima organizacional é uma ferramenta estratégica de retenção de funcionários, sendo um dos diferenciais acima de salários e benefícios, conforme explanação do E3. Observa-se também que o clima organizacional é o reflexo da cultura proposta pelos fundadores da organização, como exposto nas respostas dos entrevistados E3 e E4. Para Kanaane (1999), quando se consegue criar um clima organizacional que propicie a satisfação das necessidades de seus participantes e que canalize seus comportamentos motivados para a realização dos objetivos da organização, simultaneamente, tem-se um clima propício ao aumento da eficácia da mesma. O E5 ressaltou que “[...] não sente uma obrigação em vir trabalhar só por trabalhar, porque sabe que encontrará diariamente pessoas que gosta e pelo espaço legal que a empresa proporciona para seus colaboradores”. Já o E2 ressalta que considera o clima organizacional excelente “[...] porque os aspectos interpessoais são valorizados”. O E1 contempla afirmando que há uma amizade entre os membros da empresa, não é somente os aspectos profissionais que são valorizados. Após averiguar as percepções dos entrevistados será apresentada a pergunta correspondente que foi aplicada aos funcionários. Para esses, perguntou-se: “Eu considero o ambiente organizacional um dos principais motivos para eu continuar trabalhando na Pmweb”, de acordo com o Gráfico 1. 60 Gráfico 1 – Um dos motivos para continuar trabalhando na Pm Comunicação Ltda é o clima organizacional Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Na questão 1, 90% dos funcionários concordaram que o clima organizacional é um dos motivos que fazem trabalhar na Pm Comunição Ltda. Nota-se, no Gráfico 1, que os funcionários corroboram com os supervisores que o clima organizacional é um fator decisivo para seguir trabalhando na empresa. Para complementar a avaliação da opinião dos funcionários sobre o clima organizacional foi realizada a pergunta “Eu acredito que o clima do meu ambiente de trabalho é bom”, conforme o Gráfico 2. Gráfico 2 – O clima do ambiente de trabalho é bom Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). 61 Observa-se, no Gráfico 2, que 97% dos funcionários acreditam que que o clima do ambiente de trabalho é bom, essa questão reafirma que o clima organizacional é um ferramenta estratégica da gestão organizacional da Pm Comunicação Ltda. Após análise dos resultados das questões referente ao clima organizacional respondida pelos funcionários, será exposto com os dados da observação participante. No decorrer da observação participante foi perceptível que o clima é uma ferramenta estratégica para a retenção de funcionários, através de relatos de funcionários novos, com mais de três anos de empresa, e ex-funcionários que retornaram a trabalhar na Pm Comunicação Ltda. Um dos ex-funcionários que reingressaram na empresa pediu para voltar porque após experimentar novas experiências no mercado de trabalho percebeu que não encontraria o bom ambiente de trabalho em outro lugar. No desenrolar a conversa com esse membro, em julho de 2014, foi citado o respeito dos supervisores por cada membro da empresa, onde cada um pode ser escutado, conceder ideias e propor projetos para melhoria da gestão organizacional. Depois de examinar a percepção dos gestores, opinião dos funcionários e observação participante pode se afirmar que o clima organizacional é um dos motivos que fazem os funcionários efetivos ficarem trabalhando na organização pesquisada. A afirmação mostra que a concepção de Martins (2008) que as empresas têm tentado conhecer melhor a dinâmica da vida organizacional e usá-la como uma ferramenta de satisfazer seus trabalhadores é fundamental para mantêlos engajados em prol do negócio. Em seguida, será abordado o fator trabalho em equipe, após análise de dados do clima organizacional. 4.4.2 Trabalho em equipe No Quadro 4 será abordado como os gestores compreendem o trabalho em equipe em seus respectivos times e o que ressaltam de exemplo quando analisado esse fator. 62 Quadro 4 – Existe o trabalho em equipe na Pm Comunicação Ltda Pergunta 2 - É visível, no dia a dia, o trabalho em equipe no seu time? O que você ressaltaria de exemplo? E1 Eu estimulo o trabalho em equipe, por exemplo: eu envio uma demanda para um funcionário e peço que ele troque uma ideia com o outro colega antes de devolver a atividade finalizada. [...] Como cada membro tem sua responsabilidade na equipe. [...] às vezes, pela alta demanda, fica um pouco difícil toda a equipe trabalhar junto. [...] Quando alguém está precisando de uma sugestão ou até apoio, todos ajudam o colega, porque somos um time. E2 Sim é visível o trabalho em equipe. [...] Meu maior desafio é fazer as pessoas se relacionarem inter áreas e fazerem os acontecimentos, aprendizados e novidades serem compartilhados nos times [...]. Exemplos: Há reuniões periódicas, onde as pessoas demonstram o que estão fazendo, defendendo seus projetos. [...] As pessoas são prédispostas a ajudar as outras, não precisa pedir duas vezes uma pessoa ajuda a outra. Isso se deve a vontade das pessoas que trabalham comigo em ajudar o próximo. [...] Esse fenômeno é forte em algumas equipes, não posso garantir que ocorra em toda a empresa, mas vejo que o fundador da empresa deseja que isso se propague para todos os setores.[...] E3 [...] Importante ressaltar que quando um novo colega ingressa na minha equipe são repassadas suas responsabilidades, sem impor algo. [...] Naturalmente o novo membro saberá a quem pedir auxílio, sem necessariamente ser o gestor, e terá conhecimento de qual nicho dentro do time que será responsável [...] Dentro das inúmeras responsabilidades individuais sempre é estimulado o compartilhamento do que está sendo feito nos projetos, os conhecimento adquirido durante sua trajetória de carreira, e principalmente: a divulgação de quais são as estratégias, essas repassadas pelos gestores, que a organização aguarda para cada produto desenvolvido. [...] É estimulado o diálogo e compartilhamento de ideias entre os membros para ajudar o time a crescer junto [...] Isso acorre porque a empresa permite essa sinergia na equipe que coordeno [...] E4 É evidente o trabalho em equipe no meu time. [...] Muitos setores trocam opiniões com o meu setor, pedindo conselhos para poder tomar decisões importantes e os membros da minha equipe tem total liberdade para dar sua opinião nesse momento de aconselhamento. [...] Um exemplo recente desse trabalho em equipe é que o meu time ajudou outro setor em uma atividade que estava com o prazo de entrega próximo ao término, sem isentar. [...]. E5 Hoje na equipe que coordeno está havendo acontecimentos que demonstram que há um movimento de trabalho em equipe [...], mas é recente. Posso afirmar que nem sempre foi assim, pela alta demanda de solicitações. Cada um tem suas responsabilidades e é necessário repassar a demanda para o colega explicando o que foi feito e como deve ser operado [...]. Um exemplo bom de trabalho equipe que vem ocorrendo é que um setor que tem ligação direta nas demandas da área está criando diálogos entre os membros da minha equipe para mostrar o que precisa ser desenvolvido. Não só ser feito de qualquer maneira, precisa se entregar as tarefas com qualidade. [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Verifica-se que os gestores E1, E2, E3 e E4 percebem acontecimentos em suas respectivas equipes que enfatizam que há um trabalho em equipe em seus setores, apesar de cada membro ter suas responsabilidades e desafios individuais. Essa percepção dos quatro gestores realça o posicionamento de Poder (2010), que acredita que o resultado de um bom trabalho de equipe, operações eficientes, coordenadas, cooperativas e bem-sucedidas, é a razão principal de se formar uma, pois são muitos os benefícios gerados para o gestor, colegas e organização. 63 Na opinião do E2 essa sinergia de trabalho em equipe acabe sendo consequência das ‘’[...] pessoas serem pré-dispostas a ajudar as outras, não precisando pedir duas vezes para um colega ajudar o outro. “Esse fenômeno é forte em algumas equipes, não posso garantir que ocorra em toda a empresa, mas vejo que o fundador da empresa deseja que isso se propague para todos os setores”. No relato da E1 “[...] quando alguém está precisando de uma sugestão ou até apoio, todos ajudam o colega, porque somos um time”. Esses dois relatos são fatos determinantes que revelam que o trabalho em equipe ocorre no dia-a-dia da organização pesquisada. É necessário frisar que há grupos dentro da empresa que estão em processo de desenvolvimento para tornar-se uma equipe. Esse movimento é natural quando há entrada de novos membros no grupo e mudanças na estrutura de hierarquia. O E5 acredita que está havendo um movimento no time que coordena. Esse acontecimento está ocorrendo porque estão sendo estimulada a interação entre os membros através de reuniões semanais, onde é encorajado que os indivíduos compartilhem conhecimentos. Além disso, são incentivados os encontros com outros times para trocar ideias sobre os trabalhos desenvolvidos. A percepção do E5 está de acordo com Moura (2012), que afirma que o grupo só se transforma em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento. Após averiguar as opiniões dos gestores foram verificadas as opiniões dos funcionários. No Gráfico 3 foi indagado se o colaborador gosta da sua equipe de trabalho. 64 Gráfico 3 – Gosto da equipe de trabalho Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Na ilustração do Gráfico 3, quando questionados se gostam da equipe em que trabalham, 97% concordaram, mostrando assim que há uma sintonia com as percepções dos entrevistados. Para Bressano (2012), o grupo de indivíduos que trabalham em determinadas metas inicia como um grupo, a equipe irá surgir de acordo com a sinergia entre esses indivíduos. Um dos itens a avaliar é se os indivíduos gostam da sua equipe de trabalho, pois a satisfação por fazer parte do grupo auxilia no desenvolvimento das equipes. Para uma análise precisa desse fator, foi realizada a pergunta se o funcionário tem vontade de ajudar o seu time a crescer e ser reconhecido. No Gráfico 4 há demonstração dos resultados. 65 Gráfico 4 – Há vontade de ajudar o time a crescer e ser reconhecido Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). O desejo de ajudar seu time a crescer e, consequentemente, ser reconhecido, foi demonstrado por 95% dos funcionários, entrando em consenso com o que Robbins (2004) afirma ser uma transformação de grupo em equipe, pois quando dois ou mais indivíduos se juntam para atingir objetivos específicos, o trabalho em equipes se tona uma realidade. Através da observação participante foi notável que os gestores estão cada vez mais estimulando a integração entre os membros dos seus times e também entre as equipes que participam dos processos relacionados às atividades diárias. Em outubro de 2014 ocorreu um evento interno, onde várias equipes se juntaram o dia todo para compartilhar os desafios de cada setor, as metas e estratégias a curto e médio prazo relacionado ao negócio da empresa. Esse movimento constata que o trabalho em equipe é estimulado pela gestão da empresa. Depois de realizar a análise de dados das três fontes de dados, é visível que o trabalho em equipe ajuda na retenção de funcionários na empresa Pm Comunicação Ltda, pois observa-se que os supervisores afirmam que há trabalho em equipe e os funcionários também concordam que gostam de trabalhar em equipe. Logo, há sintonia dessa ideia nos diferentes níveis hierárquicos da empresa. No próximo subcapítulo será abordado o fator progresso profissional. 66 4.4.3 Progresso profissional No Quadro 5 foi questionado “Quais são as chances dos funcionários terem um crescimento profissional na organização?” A seguir, a transcrição literal dos principais trechos das entrevistas. Quadro 5 – Crescimento profissional dos funcionários Pergunta 3 - Quais são as chances dos funcionários terem um crescimento profissional na organização? E1 Eu sou um exemplo de crescimento profissional na empresa [...]. Vejo pelo meu histórico de crescimento que os membros da equipe que coordeno podem crescer profissionalmente de acordo com os resultados que obtém através dos desafios propostos pela organização. [...] Há mais de um colega que iniciou como estagiário, foi efetivado e hoje está na empresa em pleno desenvolvimento e planejando os próximos passos da sua carreira aqui [...] E2 Sim, eu não posso confirmar com assertividade que cem por centro das pessoas que estão sob minha coordenação têm conhecimento sob isso. Eu sempre busco desenvolvêlos, para haver o crescimento profissional de cada um. Eu vejo que a organização busca dentro das atividades que cada um desenvolve a possibilidade real de um colaborador júnior receber a oportunidade de ser um sênior através dos seus méritos durante a sua trajetória na Pmweb [...]. E3 [...] Hoje eu tenho um caso de crescimento profissional de um colega que eu pude ajudar nos últimos cinco anos a desenvolver-se através da mentoring e atualmente assume o cargo de gerente pelo seu mérito e pelas oportunidades que surgiram na organização nos últimos anos [...] Desde que foram percebidas as habilidades de gestão nessa pessoa foi traçado juntamente com ela o plano de carreira que poderia e queríamos que desenvolvesse na empresa. [...] Atualmente esse gestor está desenvolvendo alguns membros da sua equipe para em um futuro breve desenvolver atividades que ele desenvolvia antigamente, seguindo assim o ciclo de crescimento profissional na equipe [...] E4 A Pmweb como um todo é uma grande desenvolvedora de líderes, pessoas e geniosinhos, como chamamos internamente. [...] As pessoas tem incentivos para terem um crescimento profissional na empresa. Eu tenho mais de um caso de um profissional que entrou em atividades operacionais e atualmente é analista ou coordenador de equipe [...] Inclusive um desses profissionais me auxilia na coordenação da área, sendo meu braço direito [...]. E5 Sim há uma oportunidade de crescimento profissional. Alguns funcionários tem mais chance pela complexidade de suas atividades [...] Aqui tem a chance de um júnior virar sênior, sempre de acordo com o seu desenvolvimento. [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Os entrevistados E1, E2, E3, E4 e E5 afirmam que os membros da empresa têm reais chances de crescimento profissional. Nota-se que E1, hoje gestor, é um exemplo de crescimento profissional. A empresa preza o desenvolvimento das pessoas na organização, segundo o entrevistado E2, mas “[...] não pode confirmar com assertividade se todas as pessoas que estão sobre sua coordenação têm conhecimento das chances de progresso profissional”. 67 O E4 ressalta que tem mais de um caso em sua equipe de pessoas que tiveram chance de sair do cargo operacional para cargos táticos e estratégicos, porque a Pmweb “[...] é uma grande desenvolvedora de líderes, pessoas e geniozinhos”. Já o entrevistado E5 acrescenta dizendo “[...] que um júnior pode virar um sênior, sempre de acordo com o seu desenvolvimento”. Paschoal (2006) acredita que quando uma organização concede reais chances de crescimento profissional acontece um ciclo virtuoso: a empresa melhora seu desempenho, eleva autoestima do colaborador, o faz sentir-se mais feliz e mais motivado, levando-o a produzir mais e melhor. É um processo onde todos os lados ganham. A posição de Paschoal (2006) está de acordo com a percepção do E3, que relatou o exemplo de progresso profissional de um gestor que atualmente está desenvolvendo membros do seu time para desenvolver atividades antes executadas por ele. Quando se fala em progresso profissional, não há como não associar ao plano de carreira individual de cada membro que compõem o grande grupo. No Gráfico 5 foi interrogado se o funcionário acredita que é possível ter um plano de carreira na empresa. Gráfico 5 – Existe oportunidade de crescimento consequentemente o desenvolvendo de carreira na empresa Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). profissional e 68 Na opinião de 80% dos funcionários é real a possibilidade do crescimento profissional e desejo de desenvolver sua carreira na empresa. Isso condiz com o que os entrevistados afirmaram em suas respectivas entrevistas. A fim de apurar a opinião dos funcionários sobre o crescimento profissional, foi perguntado se acreditam que existem reais chances de progresso profissional através dos seus méritos, a seguir no Gráfico 6. Gráfico 6 – Através dos méritos há oportunidades de progresso profissional Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Assim ficou constatado que 72% concordam com a afirmação de que há chances de progresso profissional através dos méritos. O resultado do Gráfico 6 entra em consenso com observação participante. Durante os três meses de observação participação houve casos de crescimento profissional com mais de um funcionário. A empresa já passou por muitas mudanças de negócios e sempre prezou valorizar as pessoas que estão buscando seu desenvolvimento profissional. Anualmente, é realizada uma avaliação por meritocracia onde todos os gestores avaliam o desempenho dos seus subordinados juntamente com a área de recursos humanos. Os E2 e E5 ressaltaram as reais chances de um júnior se tornar pleno e depois um sênior, sendo uma das ferramentas que auxiliam tornar o crescimento profissional uma realidade para os funcionários. 69 Interessante ressaltar que o plano de cargos e salários está em constantes melhorias, pois é necessário sempre avaliar a ferramenta para torná-la competitiva com o mercado de trabalho. Logo, após avaliar a percepção dos entrevistados, opinião dos funcionários e observação participante é plausível confirmar que o progresso profissional é um fator determinante para retenção de funcionário. A seguir o Quadro 6 irá analisar o fator liderança. 4.4.4 Liderança No quadro 6 foi instigado a auto percepção dos gestores sobre sua liderança em suas respectivas equipes. Quadro 6 – Gestão de equipe Pergunta 4 - Você é um bom gestor? Por quê? E1 [...] Eu me esforço bastante para ajudar minha equipe ter um entrosamento, para ter um clima bom. [...] Acredito que isso seja consequência da minha gestão. Eu busco sempre mensurar os resultados da equipe e repassar isso para as pessoas envolvidas nos processos. [...] Utilizo quase metade do meu tempo na empresa na gestão das pessoas que coordeno isso é importante para me ajudar a desenvolver cada vez mais. [...] E2 [...] Eu me considero um bom gestor porque tenho características de lideranças no meu perfil comportamental, acredito que são natas e busco desenvolvê-las. [...] Importante ressaltar que eu sei liderar núcleos de trabalho não uma organização. [...] Eu prezo sempre um bom nível de relacionamento, baseado na verdade, com os meus colegas [...] Não tenho medo de dar feedbacks e receber. Tenho um compromisso muito alto em desenvolver as pessoas e proporcionar que o ambiente de trabalho que seja humanizado, respeitando valores e crenças de cada um, isso é fundamental para ter as pessoas jogando bem no time que coordeno. [...] Sei as competências que os membros da minha equipe possuem e tento aproveitá-los as melhores atividades que possam desenvolver com sucesso. [...] Fracassos já ocorreram nessa trajetória, mas faz parte do aprendizado de um gestor. [...] Estou sempre aberto a conversar sobre qualquer coisa [...] E3 Bom é uma coisa muito relativa [...] Eu mensuro minha gestão pelos resultados que alcanço como gestor. Já tive muitos insucessos com profissionais que tecnicamente eram muito bons, isso pode ter sido consequência da minha metodologia de gestão que eu utilizei. Não percebi que deveria ter tratado diferente aquela pessoa. [...] A questão não é ser bom ou ruim gestor, é o resultado que a minha gestão trás para a empresa. Nesse sentido posso dizer que sou bom gestor, pois já trouxe resultados que tornam a empresa diferenciada no mercado de atuação [...] [...] Já tive momentos ruins e pontos fracos na minha trajetória de gestor, pode ser que meu estágio de maturidade para esse papel ainda não estava no ponto que deveria estar. [...] As pessoas que estavam diferentes do perfil que desejava saíram porque eu não consegui inseri-las na minha equipe. Tenho grandes sucessos que mostram que adquiri a maturidade necessária para liderar, por isso posso dizer que sou um bom gestor hoje. [...] E4 [...] Eu acho que sim, porque primeiro lugar eu respeito às pessoas que trabalham comigo. [...] Todos os meus funcionários, sem exceção, vieram trabalhar comigo sem 70 experiência. Nunca exaltei em ensinar tudo que eu sei [...] Todos foram desenvolvidos para ter autonomia e desenvolver assim suas atividades de forma que achasse melhor, perante minha supervisão. [...] Sempre que proponho uma atividade explico o porquê preciso e faço o meu colega entender o porquê e como deve ser realizada a atividade. [...] Eu acredito que quando as pessoas entendem a importância da sua atividade para a empresa o resultado é além do esperado. [...] Quero que cada um conheça seu propósito nessa companhia e sabia da sua importância [...]. Já tive gestores que não permitiram eu ter autonomia e quando entre na Pmweb me desenvolvi de uma maneira única, por essa confiança no meu potencial. [...] Isso eu sempre repassei aos meus subordinados. E5 Não sei responder [...] Bom, na verdade eu tento ser um bom gestor. Sempre estou solicitando feedback, acho isso importante. [...] Sinto que a equipe está comprometida com as minhas propostas para operação do setor. [...] Espero que eu possa me desenvolver como gestor com o tempo [...] Hoje não posso garantir que meus colegas de equipe me vêm como um bom gestor. Eu tento ser, mas não está claro para mim se realmente sou um bom gestor. Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Essa questão foi realizada para os gestores analisarem seu papel como líderes de equipe e também fazerem uma autoanálise do seu papel na organização. Os entrevistados E1 e E5 acreditam que estão se desenvolvendo como gestores, eles acreditam estar no caminho certo para se tornar um bom gestor, porque buscam engajar seus funcionários nos propósitos da organização. Vergara (2007) acredita que o líder deve ter uma visão de onde a empresa quer chegar, qual sua missão, estabelecer objetivos e definir metas para buscar o desenvolvimento dos membros da sua equipe. O E1 afirma mensurar os resultados da sua equipe e mostrar para as pessoas envolvidas nas atividades diárias o retorno do trabalho do seu time. O E2 considera-se um bom gestor por ter um perfil de liderança nato e buscar sempre desenvolver as competências necessárias para realizar uma boa gestão do núcleo que coordenada. O E2 acredita usar as melhores competências de cada membro do seu time a favor do negócio da empresa, visando sempre ter uma relação transparente, um feedback constante e sabendo escutar antes de falar. Esse modo que o E2 lida com seus liderados condiz com o que Kouzes e Posner (2013) ressaltam que os gestores devem buscar contato com os corações e as mentes das pessoas, não somente pensar nas metas que a organização propõe, mas sim como cada indivíduo poderá conceder o seu melhor na atividade proposta para atingir os objetivos organizacionais. O E4 ressalta que há uma autonomia para seus colegas trabalharem da forma que acharem melhor para desenvolverem suas metas no time, sempre tendo E4 disponível para ensinar, acompanhar e desenvolvê-los constantemente. 71 O modo que é realizado a gestão do E4 entra em consenso com o que Moura (2012) afirma ser uma das principais metas de um líder: mostrar os objetivos e se dispor a orientar, suprir e escutar. Lembrando sempre é o líder é, antes de tudo, um condutor de pessoas; deve priorizá-la, independente de qualquer método, rotina ou norma processual. Já para o E3 ser um bom gestor pode ser mensurado na forma que sua liderança traga resultados para a organização. O E3 afirma que durante sua trajetória teve bons profissionais e não conseguiu mantê-los trabalhando na empresa pela metodologia de gestão utilizada, mas acredita que esses fracassos foram importantes para seu crescimento como gestor. Kellerman (2005) afirma que os líderes são como qualquer pessoa, pois passam por momentos de medo, fracassos, altos e baixos na vida, como qualquer pessoa. No Gráfico 7 foi questionado se o líder da respectiva equipe serve de inspiração por saber executar o papel de condutor de pessoas. Gráfico 7 – O gestor é uma inspiração de líder por causa da maneira que conduz sua equipe Fonte:Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Na visualização do Gráfico 7, 77% dos funcionários acreditam que o gestor da equipe é um exemplo de como conduzir um time porque sua liderança serve de inspiração. Já 18% não concordam que seu líder executa um bom papel na equipe. O papel de líder de equipe é um grande desafio para qualquer gestor, para ser mensurado se um supervisor está desenvolvendo seu papel de uma forma positiva 72 foi questionado se o modelo de gestão aplicado pelo chefe serve de inspiração. Os exemplos bons servem de inspiração para serem melhorados e serem assim referências para futuros desafios. Com intenção em aprofundar a descoberta da opinião dos funcionários sobre a liderança foi questionado no Gráfico 8 se o funcionário sente respeito e confiança pelo gestor. Gráfico 8 – Confiança e respeito no gestor da equipe Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014) É perceptível que 80% têm respeito e confiança pelo gestor da sua equipe, mostrando assim uma relação saudável entre subordinado e líder na maioria das equipes da empresa pesquisada. Ao analisar os dois gráficos do fator liderança constatou-se que mais de 70% concordam que seu líder executa bem seu papel na equipe. Alguns gestores acreditam que estão apreendendo a liderar e conduzir um grupo de pessoas ao alcance das metas da empresa, que é um dos principais desafios da liderança. Ao constatar que alguns gestores acreditam que precisam melhorar seu papel, é justificável que um pequeno grupo de pessoas não esteja satisfeito com sua liderança, conforme observado nos gráficos 7 e 8. No decorrer da observação participante foi visível que cada equipe da Pm Comunicação Ltda tem sua particularidade e alguns gestores têm realmente o conhecimento que precisam melhorar seu papel como líder. 73 Os gestores solicitam feedbacks constantes, buscam orientações de como agir em certas situações e querem ser desenvolvedores de pessoas. É fundamental ressaltar que vários acontecimentos durante julho a outubro/14 foram determinantes para essa constatação. Ao observar o resultado das entrevistas com supervisores, opinião dos funcionários e observação participante pode ser afirmar que posição de Vergara (2007) que o líder deve ter uma visão de onde a empresa quer chegar, qual sua missão, estabelecer objetivos e definir metas para buscar o desenvolvimento dos membros da sua equipe, é de extrema importância para os gestores serem bons líderes. Em seguida será analisado o fator comunicação. 4.4.5 Comunicação A comunicação é um dos grandes desafios de qualquer empresa. No Quadro 7 foi questionado se o gestor considera que o processo de comunicação organizacional precisa de melhorias. Quadro 7 – A comunicação organizacional precisa de melhorarias Pergunta 5 - Você considera que o processo de comunicação organizacional precisa de melhorias? E1 É a maior falha da Pmweb hoje, há muitas falhas de comunicação entre as equipes. [...] Considero que setores como o RH e Direção deveriam cuidar bastante para evitar problemas de comunicação que algumas vezes partem desses locais. [...] Um exemplo foi o impasse sobre férias coletivas em um momento foi falado que iria ter e semanas depois foi divulgador que não iria ter mais. Isso causa um transtorno imenso, e acho que as partes que irão analisar deveriam sentar conversar e depois que alinhar repassar ao grupo a decisão da empresa. [...] Já aconteceu mais de uma vez minha equipe receber uma demanda com o prazo estourando e eu, gestor, não sabia que havia essa demanda com um colega de outra área. [...] Aí você para tudo para atender a urgência e acaba ficando no sufoco com as atividades que estão no prazo. [...] Tudo devido à falha de comunicação. E2 Nós temos muitos problemas de comunicação organizacional e isso está travando a organização. [...]A comunicação é parte do processo e isso não ocorre no dia a dia. Um exemplo é a comunicação entre as equipes é muito ineficiente e ineficaz. [...] Hoje passe o bastão das coisas sem haver uma comunicação sobre o processo, como foi feito e qual o caminho a seguir. [...] Isso leva ao desperdício de tempo enorme [...] Quando um projeto atrasada sempre será culpado alguém, não o todo. [...] Na minha visão alguns se sobrecarregam com os problemas que poderiam ser solucionados se houvesse uma comunicação eficaz entre a equipe. E3 [...] É um dos grandes gargalhos negativos da empresa nesses últimos anos. Éramos uma empresa pequena anos atrás, hoje temos mais que o dobro de funcionários, a maioria com menos de dois anos de empresa. [...] A interação na época do grupo menor era falar olho no olho na hora que surgia a necessidade. Hoje 74 com um grupo que aumentou bastante o processo de comunicação deveria ter um processo institucional, com formas e fluxos definidos para estimular uma comunicação eficaz. [...] Muitas áreas dobraram de tamanho e não foi pensado em formas de estimular uma comunicação entre essas áreas. [...] Isso também tem haver com a gestão das equipes, que deveriam estimular esse processo de comunicação. É um dos maiores desafios da empresa. E4 Eu não sei direito avaliar, porque tem muitos aspectos que precisam ser considerados no momento de avaliação da comunicação organizacional. [...] Pensando na minha área com as outras eu considero boa à comunicação. [...] O meu setor sempre tem livre acesso quando solicita uma informação para qualquer pessoa ou área. [...] Hoje não tem ferramenta que ajude a comunicação organizacional fluir entre as áreas. [...] No âmbito organizacional é importante sim haver melhorias na comunicação. [...] Como divulgar as diretrizes para todos. Já tem casos que mostram que a empresa quer cuidar disso, como o blog da Pmweb e eventos internos. [...] E5 É um dos únicos problemas que eu presencio aqui é a comunicação. [...] Muitas vezes as pessoas preferem conversar pelo Skype a olho no olho, acredito que isso dificulta muito os diálogos entre as pessoas e as interpretações incorretas. [...] Tenho exemplos que as informações vêm pela metade, principalmente das áreas que estão diretamente ligadas às operações da minha equipe. [...] Algumas cobranças vêm para mim e eu nem sabia que era responsável pela situação, porque não foi falado, explicado e afirmado comigo ou equipe. Ressalto que hoje está havendo algumas intervenções a fim de melhorar a comunicação entre os times da empresa, isso já é algo. [...] Exemplo é e-mail de apresentação dos novos colegas, blog da empresa, festas dos aniversariantes onde o pessoal socializa e troca ideias. [...] Acho que a empresa deveria investir em atividades que façam as pessoas sair atrás da tela e interagir, conversarem e assim compartilharem ideias. Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Os entrevistados E1, E2, E3, E4 e E5 acreditam que uma das falhas da gestão da empresa é a comunicação organizacional. O E1 ressalta que os gestores devem alinhar os comunicados antes de repassar aos funcionários, para serem evitadas frustrações e mal entendidos. Bowditch (2002) explica que para o processo de comunicação ocorrer de forma eficaz é preciso entender quem está comunicando a quem, a linguagem usada para a comunicação, o canal de comunicação (falada ou escrita), o conteúdo da comunicação, as características interpessoais do transmissor e as relações interpessoais entre o transmissor e o receptor. O E2 ressalta que a comunicação é falha entre as equipes. É repassada uma tarefa para outro setor sem informar o histórico do processo que foi conduzido. Para o E3 a comunicação é o principal gargalo da organização, e isso se deve ao rápido crescimento da empresa. No decorrer da expansão da organização, não foi elaborado um processo institucional de comunicação. Robbins, Decenzo e Wolter (2013) acreditam que a comunicação tem muitas falhas por causa das distorções e barreiras, que podem ser hábitos de escuta, falta 75 de comentários, percepção, requisitos de funções, meio de informação, falta de honestidade, linguagem e emoções. Se houver um processo institucional, citado pelo E3, as falhas citadas pelos autores poderão ser amenizada e até extintas no decorrer da implementação do processo. Com relação à comunicação interna das equipes o E4 afirma comunicação na sua equipe é boa, mas no âmbito organizacional seriam necessárias melhorias, pois não ocorre de uma maneira satisfatória. O E5 acredita que falta uma conversa olho no olho, ao invés de trocar conversas via Skype ou e-mail. O E5 ressalta que já há atitudes por parte da gestão da empresa, como a confraternização dos aniversariantes do mês, blog institucional que divulga novidades sobre os serviços da organização e os e-mails internos apresentando os novos colegas, que demonstram que a empresa visa uma melhoria em sua comunicação. A percepção do E5 entra em senso comum com Viera (2004), que entende que a comunicação organizacional é um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos para reforçar as ideias e a imagem organizacional aos seus públicos de interesse. Em seguida, a análise das percepções dos entrevistados foi perguntando aos funcionários se considera que a comunicação entre os membros da equipe é boa, conforme o gráfico 9. Gráfico 9 – A comunicação entre os membros da equipe é boa Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). 76 Observa-se que 67% concordam com E4, a comunicação entre os membros da equipe é boa. Mas 28% optaram pela opção neutra, o que mostrar que um número considerável não concorda e nem discorda sobre a comunicação entre os membros é boa. Essa análise entra em concordância com as percepções dos entrevistados, o que mostra uma sintonia entre as duas partes. Já para ampliar a análise da opinião dos funcionários, no Gráfico 10 foi solicitada a opinião sobre a comunicação entre os times da empresa, conforme a seguir. Gráfico 10 – Difícil ocorrer problemas de comunicação entre os times da empresa Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Dos quarenta respondentes, 65% não concordam que há uma comunicação boa entre as equipes, o que mostra que, certamente, ocorrem problemas no fluxo de informações entre os setores da empresa. Portanto, as percepções dos entrevistados e opinião dos funcionários estão de acordo que a comunicação organizacional é um dos pontos a melhor na gestão da Pm Comunicação Ltda. Ao observar o cotidiano do grupo foi notado que os gestores e funcionários têm consciência que comunicação precisa de melhorias urgentemente. 77 De agosto de 2014 a outubro de 2014 foram realizados eventos internos para compartilhar novidades, conhecimentos e para estimular a interação entre os membros. Para serem notáveis os resultados é necessário um período para sentir os impactos sobre os estímulos proposto pela organização. Para a comunicação parar de ser um gargalo, conforme a percepção do E3, a empresa precisa criar um processo institucional de comunicação e assim se pode garantir que é um dos grandes desafios de gestão da Pm Comunicação Ltda. No próximo quadro serão abordados os fatores motivacionais. 4.4.6 Fatores motivacionais Os fatores motivacionais são essenciais para mensurar o grau de satisfação das pessoas com a organização. Para melhor compreender os fatores motivacionais foi realizada a pergunta “Os funcionários sentem orgulho de trabalhar na empresa”, conforme o Quadro 8. Quadro 8 – Orgulho de trabalhar na Pm Comunicação Ltda Pergunta 6 – Os funcionários sentem orgulho de trabalhar aqui? Por quê? E1 Sim, eu acredito que isso cresceu muito nos últimos tempos. Não sei se é porque temos a sede nova. [...] A empresa não é uma agência de publicidade e propagando, há vários núcleos aqui dentro. [...] Percebo que muitos possuem orgulho de dizer: eu trabalho na Pmweb, um exemplo quando são postadas as fotos das novidades da empresa nas mídias e é compartilhado por quase os funcionários. E2 Sim. [...] De uns anos para cá a empresa tem desenvolvido uma marca de inspiração para as pessoas. [...] Muitos contam colegas para amigos, pessoas de fora o quanto é bom trabalhar aqui e viver nesse ambiente organizacional. Isso é vender a empresa. [...] E3 Sempre existiu esse orgulho de fazer parte time Pmweb. Isso é reflexo dos fundadores da empresa que estimularam momentos de descontração, como as festas de integração que estimulavam as pessoas interagir uma com a outra e compartilhar esse sentimento de prazer em trabalhar aqui. Isso cria um ambiente agradável [...] Hoje as pessoas compartilhar muito nas mídias sociais quando tem algo diferente, para mostrar o quanto é bom trabalhar aqui. [...] E4 Eu sinto muito orgulho de trabalhar aqui, como acho que todos os funcionários da minha equipe sintam também. Um exemplo é quando temos familiares nas dependências da empresa, em festas ou visitas, a maneira que encanta os terceiros, com o espaço, despertar um orgulho geral. [...] As pessoas aqui dentro realmente são elas mesmas e são respeitadas. Há muitas tribos e todas convivem com harmonia. [...] E5 [...] Nunca parei para pensar nisso [...] Acho que sim, é relativo avaliar porque não conheço o pessoal fora da empresa. [...] Vejo que as pessoas postam que gostam de trabalhar aqui quando tem alguma novidade e podem se “gabar” para os amigos, exemplo quando são postadas as fotos nas mídias quando é dado cerveja, crachá descolado, enfim, em momentos bons. [...] Sinto que as pessoas gostam de trabalhar aqui, mas orgulho por isso eu não posso confirmar, porque não tenho certeza. [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. 78 Os entrevistados E1, E2, E3 e E4 ressaltam que existe um orgulho dos funcionários em trabalhar na empresa. Conforme o E2, a Pm Comunicação Ltda tem desenvolvido uma marca de inspiração para as pessoas. O E4 contempla dizendo que as pessoas são realmente elas mesmas no meio organizacional e seus valores e crenças respeitados. Por esse motivo há várias tribos que vivem com harmonia. Paschoal (2006, p. 20) afirma que “[...] as pessoas podem encontrar no trabalho uma de suas maiores fontes de satisfação”. Portanto, pessoas satisfeitas com seus trabalhos são motivadas em desenvolver seus compromissos profissionais com mais disposição. Os entrevistados E1, E3 e E5 mencionaram o fato dos membros da empresa postarem fotos quando há novidades, em casos de um momento marcante que ocorra no dia a dia de trabalho em redes sociais. Entretanto, o E5 salienta que percebe manifestações de orgulho somente quando há novidades, para “se gabar para os amigos” que trabalha em uma empresa diferenciada, mas não sabe como esse orgulho é propagando no dia a dia fora da empresa. O E3 agrega com sua percepção afirmando que sempre foi estimulado pelos fundadores momentos agradáveis, gerando assim um bom clima organizacional. Essa estimulação entra em consenso com o que Gil (2001) destaca: “[...] os gestores precisam estar atentos aos fatores motivacionais que motivam seu time e após essa identificação criar condições para as tarefas a eles atribuídas, assim como seu ambiente de trabalho, sejam capazes de satisfazê-los”. Para melhor compreender o fator fatores motivacionais foi instigado para os funcionários na pergunta 11 do questionário, Apêndice A, se é bom sair de casa e vir trabalhar na Pm Comunicação Ltda, conforme Gráfico 11. 79 Gráfico 11 – É bom sair de casa e vir trabalhar Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). No Gráfico 11 é destacado que 87% dos funcionários possuem motivação para sair de casa para ir trabalhar na empresa. Um dos principais fatores motivacionais que geram satisfação é o trabalho em si, segundo Frederick Herzberg (apud PARIARD, 2011). Em busca de ampliar a descoberta da opinião dos funcionários sobre fatores motivacionais, no Gráfico 12 há ilustração dos resultados do questionamento “Se há orgulho de divulgar a terceiros que trabalha na Pm Comunicação Ltda”. Gráfico 12– Orgulho de divulgar que faço parte da Pm Comunição Ltda Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). 80 O orgulho de trabalhar na empresa e divulgar para terceiros é uma realidade para 95% dos respondentes. Esse dado reafirma a percepção dos entrevistados e confirma que a empresa desenvolve uma marca de inspiração para seus membros, conforme diálogo transcrito do E2. Para estimular o orgulho das pessoas em trabalhar na empresa é fundamental tratá-las como Kellerman (2005) expõem em sua explanação, a seguir. De acordo com Kellerman (2005), os seres humanos não são máquina com um só conjunto de teclas de apertar. Quando suas complexas reações a amor, prestígio, independência, realização e associação de grupo não são reconhecidas tendem a funcionar como autômatos, ficando distantes de aplicar sua máxima eficiência à tarefa, e no mínimo agem como escravos revoltosos que, consciente ou inconscientemente, sabotam as atividades que supostamente deveriam estar promovendo. No decorrer da observação participante, dois fatos servem de exemplo para complementar à percepção dos entrevistados e opinião dos funcionários sobre os fatores motivacionais. No dia 15 de outubro de 2014 foi realizado o primeiro Pmweb Day, um dia para descobrir e compartilhar novidades sobre inovação, estratégias e principalmente estimular a comunicação de boas ideias entre os membros da equipe. Ao observar o grupo no final das palestras foi explícito que a maioria estava muito satisfeito com o engajamento da empresa em promover essa integração e conceder horas de diálogo. Muitos funcionários postaram fotos em mídias sociais agradecendo por fazer parte do time e pela empresa proporcional momentos bons. Observou-se também que, ao divulgar vagas de emprego/estágio nas mídias (sites/blog/redes sociais), muitos colaboradores repassam aos seus contatos e escrevem frases pedindo que venham trabalhar na melhor empresa do Brasil. Assim, ao analisar a percepção dos gestores, opinião dos funcionários e observações participante é possível concluir que os fatores motivacionais são determinantes para a retenção de funcionários. No próximo tópico será analisado o fator remuneração. 81 4.4.7 Remuneração A remuneração é um dos atrativos de uma organização, porque com alta competitividade no mercado de trabalho por bons profissionais esse fator precisa ser utilizado estrategicamente, para conseguir atrair e reter pessoas. No intuito de descobrir a percepção de cada gestor foi perguntado se “As recompensas financeiras oferecidas pela empresa suprem as necessidades da maioria dos funcionários, conforme o Quadro 9. Quadro 9 – As recompensas financeiras oferecidas pela empresa suprem as necessidades da maioria Pergunta 7 - Você acredita que as recompensas financeiras oferecidas pela empresa suprem as necessidades da maioria funcionários? E1 Acho que está abaixo do que o mercado está pagando. [...] Sei que receberia mais fora daqui pelo meu trabalho. Mais eu acredito que tanto eu quanto os meus colegas de equipe valorizam muito os benefícios da empresa, como auxílio idiomas, ter um local bacana para trabalhar [...] o vale refeição é muito bom [...] Isso tudo compensa, hoje não adianta só salários. [...] E2 Hoje sim. Há um bom balanço entre remuneração e benefícios. Isso é uma forma da empresa ser estratégica. E3 As pessoas que tem mais de dois anos sim, porque quanto mais tempo de casa mais valorizada ela é. Isso é cosequencia dos méritos adquiridos em suas trajetórias, porque a empresa sempre prezou em valorizar aqueles funcionários que entregavam resultados além do que era preposto. [...] Eu acredito que a empresa tem uma dificuldade em conceder benefícios reais para as pessoas, que agreguem algo além da recompensa. [...] A base operacional da empresa não é recompensada como deveria ser, porque financeiramente para a empresa é muito delicado. [...] Tivemos inclusões de benefícios interessantes, auxílio educação e idiomas, mas algo que significativo como um plano de saúde ainda não foi possível. [...] Já perdemos bons funcionários por encontrarem no concorrente melhores benefícios, mas os que entenderam nosso propósito estão conosco até hoje. [...] E4 Eu acredito que sim. [...] A minha equipe já teve grandes conquistas nas suas vidas através da remuneração recebida na empresa. Percebo que há funcionários bem contentes com as recompensas, principalmente com os benefícios de auxílio educação e idiomas. [...] A média salarial da empresa não é ruim e os benefícios concedidos atendem a maioria das necessidades dos funcionários que em sua maioria é jovem. [...] E5 [...] Depende de caso a caso, alguns sim e outros não. [...] Porque tenho uma pessoa tem um potencial promissor e está recebendo abaixo do que eu acredito ser o ideal. [...] Os benefícios são bons, exceto a falta de um plano de saúde coberto pela empresa. [...] O vale refeição é muito bom, o auxílio educação e idiomas. [...] Há benefícios como café de “qualidade” e frutas que são de grande valor para o pessoal, são benefícios além do valor numérico [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Somente os entrevistados E2 e E4 afirmam que as recompensas financeiras, salário e benefícios, atendem à maioria dos funcionários. O E4 acredita que a média salarial atende à maioria do público da organização, que são os jovens. 82 O E3 ressalta que os funcionários acima de dois anos recebem uma boa remuneração, mas a base operacional não é recompensada como deveria ser. Inclusive já houve saída de bons profissionais por encontrar na concorrência um pacote de benefícios mais atrativos. Para Wood Jr. e Picarelli Filho (2004), a remuneração não deve ser vista pela empresa como um fator de custo, mas sim como um fator de aperfeiçoamento da organização, como impulsionador de processos de melhoria e aumento de competitividade. Os entrevistados E1, E3, E4 e E5 destacam os benefícios de idiomas e auxílio educação (graduação e pós-graduação) como sendo um diferencial na remuneração. O E5 percebe que alguns benefícios, como frutas concedidas semanalmente e o café, não tem valor numérico para os funcionários, mas são muito valorizados pelas pessoas. Poder (2007) acrescenta que as empresas devem lembrar que cada indivíduo tem sua escala de valores pessoais, por isso, alguns benefícios são muito importantes e para outros nem tanto. As empresas devem analisar os propósitos dos benefícios para a vida de cada funcionário. O quanto a concessão de um benefício pode fidelizar o colaborador e identificar se é um benefício ou assistencialismo. É fundamental renovar as opções periodicamente, não se tornar um pacote de assistencialismo. A recompensa por desempenho é citada pelo E3, pois um funcionário que faz além do proposto tem reais chances de receber aumento de salário. Segundo Lopes (2009), a remuneração por desempenho é uma grande ferramenta de retenção de funcionários, se permitirem que todos os funcionários tenham chances iguais de serem avaliados e compensados pelos seus resultados. Após verificar as percepções dos entrevistados, foi questionado para os quarenta funcionários se estão satisfeitos com as recompensas financeiras oferecidas pela organização, de acordo com o Gráfico 13. 83 Gráfico 13 – Há satisfação com as recompensas financeiras oferecidas pela empresa Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Percebe-se que menos que a metade, 47%, está satisfeito com salário e benefícios oferecidos pela empresa. Do público respondente, 28% não souberam se concordam ou não concordam se são satisfatórias as recompensas financeiras propostas pela empresa. Já 25% não concordam que as recompensas financeiras são satisfatórias de acordo com suas necessidades pessoais. Cada pessoa tem suas necessidades e pretensões quando questionado a remuneração. Buscando uma melhor compreensão sobre a análise da opinião dos funcionários foi instigada a opinião sobre os benefícios oferecidos são suficientes para a necessidade do funcionário, conforme o Gráfico 14. 84 Gráfico 14 – Os benefícios oferecidos são suficientes para necessidade do funcionário Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Observam-se através dos percentuais divulgados que 52% dos funcionários concordam que os benefícios oferecidos são suficientes para suprir suas necessidades. Entretanto, 33% dos quarenta respondentes optaram pela opção neutra, já 15% não concorda que os benefícios oferecidos são suficientes para sua necessidade pessoal. Chiavenato (2010, p. 279) afirma que “[...] as organizações estão interessadas em investir em recompensas para as pessoas desde que delas possam receber contribuições ao alcance de seus objetivos”. O pacote de benefícios pode ser um grande diferencial na remuneração dos funcionários. A empresa tem o grande desafio de recompensar seus recursos da forma que valorize aqueles que possuem melhor desempenho. Para isso acontecer, é essencial analisar estratégias para elaborar requisitos mensuráveis que possam demonstrar que a recompensa, via benefícios, são justas para todos os colaboradores. Na observação participante e no decorrer das entrevistas foi percebível que a gestão da empresa percebe que a remuneração precisa ser avaliada constantemente e melhorando periodicamente, sempre visando ser um diferencial da empresa. 85 O grande objetivo da gestão da Pm Comunicação Ltda é equilibrar a “saúde” financeira com os projetos de ampliação do pacote de benefícios e remuneração variável, com critérios justos para todos. Essa observação ocorreu durante o mês de julho a setembro de 2014, onde a gestão da empresa buscou planejar seus benefícios e pensar em formas de remuneração estrategicamente em médio e longo prazo. Um fato analisado foi que em julho de 2014 houve aumentos salariais por méritos e anualmente ocorre a avaliação por meritocracia. Nota-se que os requisitos para essa concessão de aumento salarial não estão claros para uma grade parte dos funcionários, através dos índices apresentados no Gráfico 13. Assim, através da análise das três fontes de coleta de dados, pode-se afirmar que os benefícios são para metade dos funcionários um fator decisivo para continuar trabalhando na organização e o plano de cargos e salários deve ser desenvolvido visando um equilíbrio entre a saúde financeira da empresa e satisfação dos funcionários. 4.4.8 Cultura organizacional O clima organizacional é o reflexo da cultura proposta pelos fundadores. Quando a pesquisadora ingressou no grupo de funcionários da Pm Comunicação Ltda em julho de 2014, os colegas de trabalho desejavam boas-vindas com “Let’s Rock”. A imagem que a empresa repassa aos novos funcionários é que é uma companhia do rock. Para captar as percepções dos gestores sobre a cultura foi questionado “O que é a cultura Let’s Rock para você?”, de acordo com o Quadro 10. 86 Quadro 10 – Cultura Let’s Rock Pergunta 8 - O que é a cultura Let’s Rock para você? E1 Vai lá e faz bem feito, porque somos demais! Fazer as coisas com toda a energia possível, se superar. A vibe do Rock estimula isso. [...] Para mim isso resume o que é a cultura Let’s Rock. [...] Acredito que é estar na vanguarda das coisas, além do seu tempo. [...] Buscar a oportunidade antes d aparecer [...] o fundador da empresa fez isso quando fundou a Pmweb. E2 Primeiro: Let’s Rock não é associado à música, mas sim em uma atitude de “Vamos Arrasar”. É ter vontade de fazer o melhor não importando a barreira que temos que enfrentar. É ter uma visão além do esperado [...].Buscar alternativas para o diferente, sem isentar. Ser livre para dar o seu ponto de vista e fazer o seu melhor sempre no que é proposto como desafio. E3 Nasceu, segundo minha percepção, da ideia de sermos muito dinâmicos e nada acomodados. Não somos uma empresa que fica com o pensamento dentro de um quadrado. Fomos sempre uma empresa que procurou estimular seus clientes em pensar além do esperado e consequentemente solicitar resultados maiores da nossa organização. [...] Let’s Rock é sair da zona de conforto, buscar novas ideias e buscar ser criativo naquilo que faz. [...] E4 Eu acho que cultura do Let’s Rock não é empresa que abala as estruturas, como rock. A Pmweb tem uma coisa que me encanta muito que tem um respeito imenso pelo seu cliente. [...] Ela não quer apenas vender seu produto, mas sim ajudar seu cliente a ser o melhor, esse é o diferencial da empresa. Isso é Lets’Rock. [...] Criar campanhas únicas para cada cliente, se reinventando constantemente e agregando valor naquilo que executa além do esperado. [...] E5 [...] Para mim não diz muita coisa [...] porque ser Rock é ser descolado [...] Vejo algumas restrições em algumas ações da empresa que são contraditórias. [...] A empresa tem um público jovem e precisa compreender que às vezes o funcionário pode parar algumas horas, assistir um vídeo ou escutar algumas músicas. [...] Isso faz parte do processo produtivo de cada pessoa, não adianta criar proibições visando a produtividade em um grupo que preza a liberdade. [...] Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Ao analisar os diálogos das entrevistas é possível identificar que os entrevistados E1, E2, E3 e E4 acreditam que a cultura Let’s Rock é fazer o melhor em tudo que é proposto, de uma maneira única e criativa. Dessa forma os clientes sempre terão serviços únicos. O E1 relata que acredita que isso ocorre desde início da empresa, pois seu fundador buscou a oportunidade antes dela aparecer, assim pensou além do esperado. Já para o E2, a cultura Let’s Rock não tem haver com o estilo música, mas sim com a atitude “Vamos Arrasar”. Já o E5 já associa a cultura com o estilo musical, porque existem ações não descoladas por parte da gestão que na sua percepção impactam na produtividade dos seus subordinados. Moura (2012) destaca o clima não evidencia os modos institucionais de agir e pensar, a cultura já deixa claro esse modo presente na organização. 87 Os E3 e E4 ressaltam a importância da cultura com os clientes. O E3 tem convicção que a Pm Comunicação Ltda sempre foi uma empresa que procurou estimular seus clientes em pensar além do esperado e, consequentemente, solicitar resultados maiores. Por esse motivo os funcionários sempre foram estimulados em sair da zona de conforto. O E4 contempla dizendo que a “[...] organização não quer apenas vender seus produtos, mas sim ajudar seu cliente a ser o melhor, esse é o diferencial. Isso é Lets’Rock”. Para os autores Schermerhorn Jr; Hunt; Osborn. (1999) a cultura organizacional é o sistema de ações, valores e crenças compartilhado que se desenvolve numa organização e orienta o comportamento dos seus membros. Nota-se que dos cinco gestores, somente um ter uma percepção diferente dos demais, conforme analisado, do que é a cultura Let’s Rock. Acredita-se que a cultura organizacional é também o resultado da soma de valores e crenças de cada membro que participa do grupo organizacional. No Gráfico 15 foi analisada a opinião dos funcionários sobre seus valores e crenças serem respeitados pela empresa, a seguir, Gráfico 15 – Os valores e crenças das pessoas são respeitados Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Para 87% dos funcionários, os valores e crenças são respeitados pela empresa e somente 13% optaram pela opção neutra. Observa-se, assim, que a maioria das pessoas é respeitada perante suas diferenças. 88 Robbins (2004) afirma que a cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhado pelos membros que difere uma organização da outra. Esse sistema se constitui das características valorizadas pela organização. Com o objetivo descobrir se há uma identificação com a cultura da Pm Comunicação Ltda, foi realizada a pergunta 16 “Eu me identifico com a cultura “Let’s Rock”. Gráfico 16 – Há uma identificação com a cultura “Let’s Rock” Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Pode-se analisar que 82% dos funcionários afirmam ter uma identificação com a cultura Let’s Rock. Paschoal (2006, p. 138) acredita que “[...] a cultura constitui um dos elementos que mantém a empresa unida e se compõe das crenças, das expectativas, das normas, das maneiras de comunicação e demais práticas que, de uma forma ou outra, afetam as ações e comportamentos das pessoas no trabalho”. Observou-se que dos cinco entrevistados quatro entram em acordo quando definem o que é ser “Let’s Rock”: Agir para frente, com ânimo e fazer melhor do que o esperado. Na observação participante foi percebível que alguns membros do grupo não compreendem que ser “Let’s Rock” não está vinculado em ser roqueiro ou não, mas sim em ter uma atitude de fazer o diferente e o seu melhor. Durante os três meses de observação, foi observado que alguns gestores não compreendem esse posicionamento e assim não propagam aos seus colegas de 89 equipe. Aqueles que compreendem o propósito do que é ser Let’s Rock conseguem se adaptar com maior rapidez e engrenar em suas atividades. A cultura de diálogo aberto, compartilhamento de boas ideias, escutar o que o funcionário tem a dizer, estimulada pelos fundadores desde início da organização, vem sendo um dos destaques da empresa e ajuda na retenção dos funcionários. 4.4.9 Ambiente de trabalho O fator ambiente de trabalho analisado nesse estudo é ambiente físico e a organização do seu design. No Quadro 11, a seguir, foi questionado se o ambiente de trabalho proporciona bem estar e satisfação para as pessoas. Quadro 11 – O ambiente de trabalho proporcionando bem estar e satisfação para as pessoas Pergunta 9 - O ambiente de trabalho proporciona bem estar e satisfação para as pessoas? E1 Com certeza, somos muito felizes nesse ambiente. Aqui tem espaço e é personalizado de acordo com as características de cada membro da organização [...] Já tivemos uma sede que no final estávamos apertados demais. [...] A energia da empresa com as cores vibrantes, as salas de reuniões modernas e confortáveis [...] Espaço da cozinha, isso tudo é bom demais [...] E2 Sim, nós estamos muito bem aparados nos dia de hoje. É uma das melhores sedes que a empresa já teve. [...] Temos amplos espaços, um imobiliário correto, proporcionando um cuidado com ergonomia das pessoas e assim seu bem- estar. [...] Toda a organização tem a mesma tocada, porque todas as pessoas são importantes, não importa a posição que ela ocupa na organização. [...] Isso gera uma igualdade entre todos e consequentemente a satisfação com o ambiente de trabalho. E3 Causa uma alta satisfação nas pessoas, sem dúvida nenhuma. As formas de interações entre as áreas nesse ambiente é muito bom. [...] Nunca ouvi ninguém reclamar desse ambiente de trabalho, pelo contrário são muitos elogios dos espaços e forma que ele é decorado. E4 Sim, porque as pessoas tem um ambiente bom para trabalhar. A preocupação com o espaço onde trabalhamos sempre foi um dos cuidados da organização. [...] Muitas pessoas ficam aqui após expediente, porque os espaços são confortáveis, boa iluminação, bonito, a cozinha é super legal porque fazemos o lanche e encontramos alguém para conversar e trocar ideias. [...] E5 Isso eu não tenho dúvida. O espaço físico é muito bom, um exemplo são as cadeiras confortáveis que são disponibilizadas para todos. [...] A forma que o espaço é “decorado” também deixa o ambiente leve. [...] Só estou preocupada com o espaço físico no momento porque está entrando pessoas novas e os lugares vazios estão ficando escassos. [...] É um ambiente novo também, o escritório foi planejado e isso faz toda a diferença. Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Como analisado nas respostas dos entrevistados E1, E2, E3, E4, e E5, o ambiente da empresa é um dos grandes destaques, porque é um espaço amplo, 90 confortável, limpo, colorido, moderno e com espaços que permitem uma confraternização entre os membros. Os entrevistados E4 e E5 destacam que as pessoas sentem prazer de estar no ambiente de trabalho. O E4 destaca a cozinha da empresa, onde são realizadas as refeições e também um ponto de encontro para troca de ideias entre os colegas. Na Figura 14 há uma foto da cozinha da empresa, onde é realizado as refeições, confraternizações, e um local que também pode ser usado para reuniões de trabalho. Figura 14 – Cozinha da empresa Pm Comunicação Ltda Fonte: Facebook Pmweb (2014). Para os entrevistados E1, E2, E3 é a melhor sede que a empresa já teve, pois cada funcionário tem seu espaço, salas com cores vibrantes, causando assim um sentimento de satisfação e bem-estar. Esse ambiente descrito tem a ver com o negócio da empresa: marketing digital, portanto, ligado diretamente ao atualizado mundo da tecnologia. 91 Chiavenato (2010) acredita que as empresas de tecnologia buscaram, a partir da década de 90, criar um design moderno nos escritórios para funcionarem como uma propaganda de um suposto clima de trabalho feliz que a empresa proporciona. As salas de reuniões da organização são um dos pontos fortes do ambiente de trabalho, como na demonstrado nas Figuras 15 e 16. Figura 15 – Sala de reunião “tatame” Fonte: Arquivo interno digital da Pmweb (2014). Na Figura 15, a imagem é da sala de reunião que possuí uma mini biblioteca, para que seja um espaço de lazer no intervalo, além de realização de reunião entre os times. Já na figura 16 está a sala onde são realizadas as reuniões com clientes e com grupos grandes, pelo número de pessoas que o espaço comporta. 92 Figura 16 – Sala de reunião Dom Pedro Fonte: Arquivo interno digital da Pmweb (2014). Buscando avaliar a opinião dos funcionários sobre o ambiente de trabalho foi perguntado se o espaço físico é moderno e bonito. O resultado consta no Gráfico 17, a seguir. Gráfico 17 – O espaço de trabalho é moderno e bonito Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). 93 Percebe-se que 90% dos funcionários concordam que o espaço da empresa é moderno e bonito. O espaço moderno é valorizado para atender as expectativas do seu principal público: jovens. Além de conceder um espaço moderno, é imprescindível haver um ambiente onde o local seja confortável e cause assim bem-estar. No Gráfico 18 foi questionado se o local de trabalho é confortável e causa bem-estar. Gráfico 18 – O local de trabalho é confortável e causa bem-estar Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Destaca-se que 82% concordam que o ambiente de trabalho é confortável e causa bem-estar. Segundo os autores Robbins, Decenzo e Wolter (2013), criar um ambiente de trabalho saudável não é apenas o ideal a ser feito pela empresa porque ele também beneficia a organização a evitar funcionários com problemas de saúde física e psicológica. É fundamental cuidar da limpeza do ambiente e conceder momentos de descanso. Para isso ocorrer são necessários os gestores da empresa prestarem atenção às queixas dos funcionários, sendo fontes valiosas de informações sobre possíveis problemas que ocorram no ambiente de trabalho. As organizações buscam proporcionar ambientes agradáveis aos seus funcionários para evitar possíveis problemas de saúde e causar um sentimento de felicidade por estar desfrutar do aquele espaço. 94 Na observação participante percebeu-se que o ambiente físico é muito valorizado pela gestão. O escritório atual foi inaugurado em março de 2014, sendo projetado para atender todos os públicos de forma personaliza. Como relatado pelo E4, as pessoas gostam de ficar no local após seu expediente, isso demonstra o bem-estar das pessoas com o local. Alguns funcionários mostram-se orgulhosos com o ambiente de trabalho. É natural ver fotos do ambiente compartilhados em redes sociais. Durante o mês de setembro/14 um membro do grupo convidou sua família (mãe, pai e irmã) para ver a estrutura da empresa. A família ficou encantada com o bem-estar das pessoas no ambiente organizacional e elogiou o espaço para todos os colegas de trabalho do filho. O fator ambiente de trabalho é, portanto, um dos fatores que auxiliam na retenção de funcionários. 4.4.10 Reconhecimento O reconhecimento é um fator muito abrangente. Há formas de reconhecer uma conquista e bons resultados prestados a favor da organização, sendo imprescindível reconhecer conquistas individuais e méritos coletivos. No Quadro 12 há as percepções dos gestores sobre o reconhecimento realizado pela empresa pesquisada sobre as conquistas das equipes e pessoas, a seguir. Quadro 12 – A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas? Dê um exemplo Pergunta 10 - A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas? Dê um exemplo E1 Com certeza. Está sendo criado um procedimento de comunicação quinzenal ou semanalmente, ainda está sendo definido, para informar a equipe das conquistas de cada um, compartilhar as ideias boas para os demais e assim deixar um registro para os novos colegas [...] Atitudes como essa são estimuladas pela organização. [...] Eu sou um belo exemplo de reconhecimento [...]da Pmweb com seus colaboradores [...] e quero que todos da minha equipe passem por momentos tão bons quanto os que já passei aqui, pelo reconhecimento pelos meus esforços e dedicação com os projetos da empresa. E2 A empresa reconhece as pessoas de acordo com à medida que consegue enxergálas[...] É um desafio para a gestão da Pmweb entender que esse fenômeno que acontece hoje. 95 [...] As pessoas próximas ao fundador conseguem mostrar o quanto são importantes para o funcionamento das atividades da empresa e o ajudam nas melhorias dos processos organizacionais. Esses são reconhecidos sem dúvida nenhuma. [...] Muitas pessoas aqui dentro da organização se destacam e ninguém enxerga muitos casos, porque o gestor não deixa as pessoas irem para o holofote e não é enxergada assim pelo fundador e o próprio RH. [...] Isso vem da missão dos gestores, que deveriam desenvolver seus recursos para brilharem em cima do palco, mostrando assim o seu talento e um reconhecimento pelos seus méritos. [...] Isso vai muito além de aumentos salariais. [...] E3 Algumas pessoas tem reconhecimento sim, outras tem certa dificuldade. A empresa ainda não criou uma forma muito legal de conceder esse reconhecimento. Hoje é forma muito informal, consequência da cultura organizacional. [...] Essa informalidade é bom em certas ocasiões, mas quando falamos de reconhecimento não. [...] Já tive casos de uma promoção de um colega ser alinhada comigo e a direção, mas não comunicada de uma forma clara pelo setor que deveria efetuar a efetivação da promoção. Isso é consequência das falhas de comunicação entre as áreas. [...] e por não ter um processo definido para todos. [...] E4 Com certeza, toda minha equipe é valorizada pelos membros da empresa. Esse reconhecimento é muito normal na empresa. [...] Muitos começaram como juniores e hoje alguns estão desenvolvendo papéis analíticos na organização. Esse reconhecimento é consequência do respeito pelo trabalho de cada um [...] Vejo isso nítido na minha equipe e com colegas de outras áreas.[...] E5 [...] Vejo que é reconhecido às conquistas em casos pontuais, não é algo espontâneo. [...] Normalmente levo feedback positivos mas logo vem cobranças. [...] Hoje a equipe está criando manuais dos processos e se entra uma pessoa nova ele saberá como fazer e onde deve ser feito. Até o momento não tivemos um “que legal equipe, parabéns”. [...] A maioria das vezes eu peço o reconhecimento para a minha equipe e não sou atendido. [...] Quando recebo retorno de clientes internos e externos sob as conquistas da equipe eu repasso para todos, para saberem que o trabalho está sendo desenvolvido está sendo reconhecido. [...] Fonte: Elaborado pela autora deste trabalho. Os entrevistados E1 e E4 acreditam que os funcionários são reconhecidos pelo seu desempenho, conforme a percepção do E4 há exemplos de colegas que começaram como juniores e atualmente assumem papéis táticos na empresa. O E1 afirma ser um exemplo de reconhecimento. O E1 estimula a valorização das conquistas da equipe e de cada membro do seu time, mostrando os resultados e compartilhando as ideias boas entre todos os participantes do grupo. Para Entschev (2012), nenhum funcionário dará o máximo de si para a empresa se não for reconhecido. O reconhecimento está ligado diretamente à valorização do profissional e implicam diretamente aos resultados individuais e coletivos da empresa. Quando um gestor realiza o ato do reconhecer um bom desempenho de um funcionário ou equipe transmitirá confiança e consideração. Mostrará também para os indivíduos o quanto eles são importantes para a empresa. Essas atitudes são combustíveis para a produtividade e sem elas uma equipe pode parar de funcionar. 96 Já para os entrevistados E2, E3 e E5 o reconhecimento concedido pela empresa é para alguns, não há um programa estruturado para criar uma igualdade na forma de avaliar os membros e as equipes. O E2 acredita que alguns colegas da equipe não são “vistos” pela empresa porque não são colocados nos holofotes. É perceptível que as pessoas próximas ao fundador da empresa recebem mais reconhecimentos daqueles que estão fora da sua visão. O E3 afirma que os critérios para avaliar o desempenho dos membros da equipe não são estruturados, o que causa uma sensação de desigualdade em alguns casos. O E3 ressalta que o problema de comunicação organizacional atrapalha o processo de reconhecimento. Já o E5 sente que as conquistas da sua equipe não estão sendo reconhecidas, pois melhorias são realizadas, mas não é dado um feedback para o grupo. Gil (2011, p. 211) ressalta que “[...] os empregados costumam ser incentivados a progredir de acordo com um padrão de metas a serem alcançadas. Logo, cada avanço deve ser reconhecido e todos os seus êxitos devem ser elogiados e recebidos de modo animador”. Percebe-se que três gestores desejam melhorias no fator reconhecimento, pois há algumas falhas no ato de reconhecer alguma conquista individual ou coletiva. Visando uma melhor compreensão desse fator foi questionado aos funcionários se há reconhecimento seu pelo desempenho por parte da empresa. A seguir, o Gráfico 19, onde há a ilustração dos resultados. 97 Gráfico 19 – A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas? Dê um exemplo Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Observa-se que 77% dos funcionários acreditam que existe o reconhecimento da empresa pelo seu desempenho. Já 15% optaram pela opção neutra. O que mostra que há uma parcela considerável de funcionários indecisos sobre a forma de valorização pelo desempenho dos funcionários serem considerada satisfatória. Robbins (2004) acredita que o reconhecimento pode ser desenvolvido em tipos de programas. Desde um cumprimento de um chefe ao seu funcionário que realizou um bom trabalho, pelo envio de um e-mail ou por cerimônias oficiais de premiação na quais troféus e placas são oferecidos aos indivíduos e as equipes, o importante é motivar o funcionário com o reconhecimento. Portando, reconhecer um bom empenho não é somente recompensar financeiramente, mas saber usar outras formas de valorizar a dedicação dos colaboradores perante os desafios propostos pela organização. Almejando uma melhor análise do fator reconhecimento foi questionado se a empresa valoriza as conquistas individuais e coletivas, conforme o Gráfico 20. 98 Gráfico 20 – A empresa valoriza as conquistas individuais e coletivas Fonte: Elaborado pela pesquisadora deste trabalho (2014). Percebe-se que 70% dos respondentes acreditam que a empresa valoriza as conquistas individuais e coletivas. Observa-se também que 25% não souberam afirmar se sim ou não sobre o questionamento de reconhecimento individual e coletivo. Avaliar as melhores formas de fazer o reconhecimento, para esse ser eficaz deveria ser sob medida para cada pessoa, conforme afirmam Elton e Gostick (2009). Isso porque cada funcionário tem seus objetivos e metas. Os autores ressaltam que o papel do gestor é identificar qual é a melhor forma de reconhecer cada indivíduo da sua equipe, e saber também valorizar as conquistas coletivas de uma forma que todos se sintam comprometidos com os objetivos da empresa no alcance das suas metas. No decorrer da observação participante alguns membros questionaram sobre o que precisavam atingir de metas para conquistar promoções. O que enfatiza que os gestores devem estar atentos a formas de recompensar seus funcionários, de acordo com as metas propostas. Um movimento que vem ocorrendo com frequência desde setembro de 2014 é a divulgação via e-mail os novos projetos, parabenizando as pessoas envolvidas no processo e destacando a importância dos serviços para a conquista de mais clientes a cada ano. A forma de reconhecer o desempenho individual e coletivo deve ser mais bem estruturada, de acordo com a necessidade de cada setor e anseios individuais. 99 Percebe-se que mais de 70% dos funcionários sentem-se reconhecidos e, portanto, valorizados, e para esse percentual aumentar é preciso analisar as estratégias da empresa que visam políticas de gestão de pessoas eficazes para auxiliar aos gestores nesse processo desafiador. Na próxima seção serão apresentadas as conclusões alcançadas através da análise de dados, as limitações do estudo e sugestões para novas pesquisas. 100 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, a busca por bons profissionais é constante, mas reter as pessoas em uma organização em prol da sua missão e metas é um grande desafio. Buscar descobrir o que retêm as pessoas nas organizações vem sendo uma das principais estratégias da área de recursos humanos. Saber analisar e avaliar os fatores do clima organizacional é essencial para mensurar o grau de satisfação dos funcionários em uma empresa. A pesquisadora ingressou no grupo pesquisado em julho de 2014 e através de observações, conversas com gestores e funcionários foi possível perceber que havia algo diferente na organização, porque as pessoas demonstravam afeições pela empresa. Esse fato passou a instigar a autora que sentiu necessidade de identificar o que diferenciava esta empresa das outras organizações. Após analisar as percepções dos membros foi possível identificar que o clima organizacional é o grande diferencial da Pm Comunicação Ltda. Na análise das conversas com funcionários e gestores, oito fatores internos do clima se destacaram, optando-se por esses serem as variáveis desse estudo: trabalho em equipe, progresso profissional, liderança, comunicação, fatores motivacionais, remuneração, ambiente de trabalho e reconhecimento além da cultura e clima organizacional da organização. Considera-se que esses fatores impactam na decisão das pessoas em permaneceram na organização, por esse motivo o objetivo geral deste estudo foi analisar os fatores internos pré-selecionados do clima organizacional que interferem na retenção de funcionários na matriz da empresa Pm Comunicação Ltda. O primeiro instrumento de coleta de dados a ser aplicado, após definição do objetivo geral do estudo, foi o questionário. Esse foi entregue pessoalmente a todos os funcionários efetivos da matriz da empresa Pm Comunicação Ltda. Noventa por cento do público alvo retornou a pesquisa. Após mensuração dos dados e análise interpretativa dos maiores percentuais foi possível identificar que para os funcionários os fatores pré-selecionados que auxiliam na sua permanência na organização são: trabalho em equipe, progresso profissional, liderança, fatores motivacionais, ambiente de trabalho e reconhecimento. Observa-se na análise de dados que as oportunidades de progresso profissional são consequência do reconhecimento que os membros recebem por 101 parte da empresa, através da meritocracia. Nota-se também que existe um orgulho de trabalhar no local pesquisado nesse estudo. As pessoas sentem-se bem, satisfeitas com espaço físico e há muitas equipes e poucos grupos. Durante a observação participante, os fatos que ocorreram mostraram que há uma sinergia entre os membros da equipe, porque muitas pessoas desejam alcançar méritos individuais, mas ajudar também sua equipe a se destacar é um dos seus objetivos na empresa. Ao identificar as opiniões dos funcionários foi possível atingir o objetivo específico “a”, porque foram encontrados os fatores que auxiliam na retenção dos funcionários na empresa Pm Comunicação Ltda, na opinião dos mesmos. Encontraram-se também os fatores que devem ser monitorados e analisados pela gestão da empresa que são: comunicação e remuneração. Ambas variáveis não tiveram o destaque de satisfação que as demais tiveram na mensuração dos percentuais referente às opiniões dos empregados. Ao verificar as percepções dos gestores sobre os fatores pré-estabelecidos, observou-se uma sintonia muito interessante entre as opiniões dos funcionários e percepções dos gestores. Isso porque ao serem questionados nas entrevistas, face a face, sobre os fatores pré-estabelecidos que não obtiverem grande destaque, notou-se que todos os gestores consideram a comunicação um dos gargalos da gestão organizacional. Os gestores sabem que melhorias devem ser feitas quando analisada a comunicação. A maioria dos entrevistados ressaltou os fatores trabalho em equipe, ambiente de trabalho, reconhecimento, progresso profissional, liderança e fatores motivacionais sendo determinantes para reter os profissionais. Assim, pode-se afirmar que os objetivos “b” e “c” foram atingidos nesse estudo, pois houve a verificação das percepções de cinco gestores e a comparação com as opiniões dos funcionários sobre os fatores pré-estabelecidos do clima organizacional nessa pesquisa. Ressalta-se que a cultura organizacional proposta pelo fundador da empresa, Let’s Rock, é propagada pelos líderes de equipe. No percurso dessa investigação foi possível concluir que os fatores do clima organizacional pesquisados nesse estudo podem fazer uma grande diferença no momento de um funcionário decidir continuar sua carreira na organização ou buscar novos desafios no mercado de trabalho. 102 5.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA Como fator de limitação para o desenvolvimento da pesquisa pode-se citar a escolha por pesquisar apenas oito fatores dos trinta e quatro fatores do clima organizacional sugeridos pelo autor Ricardo Luz. A pesquisadora avaliou que para a execução desse estudo e o tempo proposto para execução, não seria possível analisar todos os fatores do clima mencionados pelo autor. Além do pouco tempo de convivência com o grupo pesquisado. Outro fator de limitação foi não identificação do perfil dos entrevistados e funcionários. Essa escolha surgiu através da necessidade de não ser autorizado em identificar nenhum membro da organização. A autora não foi autorizada em anexar o diário de campo, referente às observações discriminadas na análise de dados, para assim ser evitada a identificação dos funcionários e gestores. 5.2 SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS Como sugestão para desenvolver futuras pesquisas sugere-se pesquisar a comunicação organizacional da empresa Pm Comunicação Ltda. De acordo com funcionários e gestores, esse é um grande problema da gestão da empresa. Observou-se também que o impacto dos problemas por falhas ou falta de comunicação, entre membros e entre as equipes, impactam diretamente na satisfação das pessoas que fazem parte da equipe. 103 REFERÊNCIAS ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo. 2. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. ARAUJO, Luis César G. de; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: edição compacta. São Paulo: Atlas, 2010. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 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Leia as questões a seguir e escolha UMA alternativa que melhor corresponde à sua opinião sobre as afirmativas. 1 Questão Eu considero o ambiente organizacional um dos principais motivos para eu continuar trabalhando na Pmweb. 2 Eu acredito que o clima do meu ambiente de trabalho é bom. 3 Gosto da minha equipe de trabalho. 4 Um dos meus objetivos na organização é ajudar o meu time a crescer e ser reconhecido pelas suas conquistas. 5 Há possibilidade de crescimento profissional, eu quero desenvolver minha carreira aqui. 6 Percebo que tenho reais chances de progresso profissional através dos meus méritos. 7 O gestor da minha equipe é um exemplo de como conduzir um time, porque sua liderança serve de inspiração. 8 Sinto confiança e respeito pelo meu gestor. 9 A comunição entre os meus colegas é boa. 10 É difícil ocorrer problemas de comunicação entre os times da empresa. 11 Fico contende de sair de casa e vir para Pmweb 12 Tenho orgulho de falar para as pessoas que eu trabalho aqui. 1 2 3 4 5 108 13 Estou satisfeito com as recompensas financeiras que a empresa oferece. 14 Considero os benefícios oferecidos pela empresa adequados para suprir as minhas necessidades. 15 Os meus valores e crenças são respeitados. 16 Eu me identifico com a cultura "Let's Rock". 17 O meu espaço de trabalho é demais! Porque ele é moderno e bonito. 18 O espaço físico do meu local de trabalho é confortável e adequado para meu bem-estar. 19 Sou reconhecido pelo meu desempenho. 20 A empresa valoriza as minhas conquistas e da minha equipe de trabalho. 109 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista 1) Você considera o clima organizacional uma ferramenta estratégica de retenção de funcionários? Explique. 2) É visível no dia a dia o trabalho em equipe no seu time? O que você ressaltaria de exemplo? 3) Quais são as chances dos funcionários terem um crescimento profissional na organização? 4) Você é um bom gestor? Por quê? 5) Você considera que o processo de comunicação organizacional precisa de melhorias? 6) Os funcionários sentem orgulho de trabalhar aqui? Por quê? 7) Você acredita que as recompensas financeiras oferecidas pela empresa suprem as necessidades da maioria dos funcionários? 8) O que é a cultura Let’s Rock para você? 9) O ambiente de trabalho proporciona bem estar e satisfação para as pessoas? 10) A empresa reconhece as conquistas das equipes e pessoas. Dê exemplos. 110 ANEXO A – AUTORIZAÇÃO DA EMRPESA