Antissépticos Maria Clara Padoveze Antissépticos •Definições em antissepsia •Microbiota da pele •Etapas da avaliação de antissépticos •Características dos principais antisépticos Antissépticos Aplicados para descontaminação de tecidos vivos: • Antissepsia: inibir o crescimento ou destruir microrganismos nas camadas da pele (superficiais e profundas) • Degermação: remoção de detritos Pulverizador Championnière, usado en la antisepsia quirúrgica. Grabado procedente de La nueva cirugía antiséptica (1882), de Juan Aguila y Lara. ANTISSÉPTICOS São substâncias antimicrobianas que inativam microrganismos ou inibem seu crescimento em tecidos vivos (pele e mucosas integras). Messiano RAB, 2016 A pele • Representa uma importante barreira contra infecções • Possui camadas nas quais se alojam os microrganismos • É um componente importante da regulação térmica Microbiota da pele Microbiota transitória: • Camada superficial da pele – Micrococcus, Staphylococcus. – Facilmente removível com água e sabão Microbiota residente: • Camadas profundas da pele – Corynebacterium, Lactobacilllus, Acinetobacter, Pseudomonas, E. coli. – Requer aplicação de germicida para sua inativação ou redução Antisséptico ideal • Amplo espectro – Ação rápida – Efeito residual • Ação em presença de matéria orgânica • Baixa toxicidade ou irritabilidade • Estabilidade, não-corrosividade, odor agradável • Baixo custo Antissépticos • Bactericidas: capacidade de destruir as bactérias nas formas vegetativas • Bacteriostático: não destroem, mas apenas inibem o crescimento de patógenos. • Índice terapêutico: relação entre a concentração eficaz contra microrganismos e efeitos deletérios sobre tecidos vivos • Interferência nos processos de cicatrização local. ANTISSÉPTICOS MAIS COMUNS UTILIZADOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE Álcool • Mecanismo de ação principal: denaturação de proteínas • Concentração de uso: ideal 70% [germicida entre 60-95%] – Proteínas denaturam menos em ausência de água • • • • • Ação rápida Excelente ação germicida amplo espectro. Toxicidade e irritabilidade: baixa Ressecativo Sem efeito residual Iodóforos (PVPI) • Polímero carreador: polivinilpirrolidona – Complexado com iodo: liberação gradual do princípio ativo • Mecanismo de ação: rápida penetração na parede celular, formação de complexos com aminoácidos e ácidos graxos, resultando em inibição da síntese de proteínas e alteração da membrana celular. • Concentração de uso: iodo a 10% • Velocidade moderada • Toxicidade e irritabilidade moderada • Excelente ação germicida amplo espectro. • Efeito residual Gluconato de Chlorohexidina (CHG) • Mecanismo de ação principal: ligação e ruptura da membrana citoplasmática, precipitando o conteúdo celular – Considerado mais efetivo para Gram+ • Concentração de uso: 2 a 4% • Velocidade moderada • Toxicidade de mucosa auditiva e ocular, cérebro e meninges • Excelente ação germicida amplo espectro • Efeito residual Ação germicida - comparação Álcool Iodóforo CHG Gram+ + + + Gram(-) + + +/- Micobactérias + + - Esporos - - - Vírus lipídico/envelopado + + + +/- + +/- + + +/- Vírus não lipídico fungos Outros antissépticos • Quaternários de amônia e triclosan (ou irgasan): principalmente bacteriostático e fungistático, fracamente ativo contra Gram(-). • Paraclorometaxilenol: ativo contra Gram+ e (-), virus, micobacteria e alguns virus. • Mercuriais (mercurio cromo, merthiolate), iodo e líquido de dakin não são indicados para uso na assistência à saúde. Antissépticos Veículos do princípio ativo: • Alcool: pele íntegra • Sabão: – pele íntegra – feridas expostas por tempo prolongado • Água – mucosas Indicações do uso de antissépticos • Higiene das mãos no pré-operatório • Antissepsia da pele no pré-operatório • Limpeza de algumas feridas com sujidade • Preparação de mucosas para procedimentos invasivos Bibliografia • FDA. Inside clinical trials: testing medical products in people. [http://www.fda.gov] • COUTINHO, E.S.F. et al. Ensaios clínicos pragmáticos: uma opção na construção de evidências em saúde. Cad. Saúde Pública, 19(4), 2003. • SATTAR, A.S. Microbicidal testing of germicides: an update. In: RUTALA, W.A. Disinfection Sterilization and Antisepsis in Healthcare. Cap. 19. p. 227-40. 1997. • WEBER DJ et al. Outbreaks associated with contaminated antiseptics and disinfectants. In: RUTALA WA. Disinfection, Sterilization and antisepsis. Cap 3. 4959. 2006. • Mesiano RAB. Uso racional de antissépticos e saneantes. In: Carrara D, Strabelli TMV, Uip DE. Controle de infecção: a prática no terceiro milênio. Guanabar Koogan: São Paulo, 2016. Cap. 19. p. 166179.