desempenho agronômico de feijão caupi em função do

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Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
MAURO GOMES DOS SANTOS
DESEMPENHO AGRONÔMICO DE FEIJÃO CAUPI EM FUNÇÃO DO
ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTAS CULTIVADO NOS
SISTEMAS DE VÁRZEA IRRIGADA E CERRADO
GURUPI – TO
2014
2
Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
MAURO GOMES DOS SANTOS
DESEMPENHO AGRONÔMICO DE FEIJÃO CAUPI EM FUNÇÃO DO
ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTAS CULTIVADO NOS
SISTEMAS DE VÁRZEA IRRIGADA E CERRADO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Produção Vegetal da Universidade Federal do
Tocantins como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. D Sc. Manoel Mota dos Santos
GURUPI - TO
2014
3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
S237d
Santos, Mauro Gomes dos.
Desempenho agronômico de feijão caupi em função do espaçamento e
densidade de plantas cultivado nos sistemas de várzea irrigada e cerrado / Mauro
Gomes dos Santos - Gurupi, 2014.
48f.
Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de
Pós-Graduação em Produção Vegetal, 2014.
Linha de pesquisa: Fitotecnia.
Orientador: Prof. D Sc. Manoel Mota dos Santos.
1. Sistemas de cultivo. 2. Características. 3. Rendimento. I. Santos, Manoel
Mota dos. II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título.
CDD: 632.7
Bibliotecária: Glória Maria Soares Lopes
CRB-1 / 2088
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por
qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor
(Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
4
Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
Defesa nº 12/2014
ATA DA DEFESA PÚBLICA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE MAURO GOMES
DOS SANTOS, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO
VEGETAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
Aos 31 dias do mês de outubro do ano de 2014, às 08 horas e 10 minutos, na Sala 15 do Bloco II,
reuniu-se a Comissão Examinadora da Defesa Pública, composta pelos seguintes membros: Prof.
Orientador D Sc. Manoel Mota dos Santos do Campus Universitário de Gurupi / Universidade Federal
do Tocantins, Prof. D Sc. Hélio Bandeira Barros do Campus Universitário de Gurupi / Universidade
Federal do Tocantins, Prof. Dr. Raimundo Laerton de Lima Leite do, Campus Araguatins / Instituto
Federal do Tocantins e Prof. D Sc.. Rodrigo Ribeiro Fidelis do Campus Universitário de Gurupi /
Universidade Federal do Tocantins, sob a presidência do primeiro, a fim de proceder a arguição
pública da DISSERTAÇÃO DE MESTRADO de MAURO GOMES DOS SANTOS, intitulada
"DESEMPENHO AGRONÔMICO DE FEIJÃO CAUPI EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO E
DENSIDADE DE PLANTAS CULTIVADO NOS SISTEMAS DE VÁRZEA IRRIGADA E CERRADO".
Após a exposição, o discente foi arguido oralmente pelos membros da Comissão Examinadora, tendo
parecer FAVORÁVEL à aprovação, habilitando-o ao título de Mestre em Produção Vegetal.
Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, foi assinada pelos membros
da Comissão Examinadora.
D Sc. Hélio Bandeira Barros
Primeiro examinador
Dr. Raimundo Laerton de Lima Leite
Segundo examinador
D Sc. Rodrigo Ribeiro Fidelis
Terceiro examinador
D Sc. Manoel Mota dos Santos
Universidade Federal do Tocantins
Orientador e presidente da banca examinadora
Gurupi, 31 de outubro de 2014.
D Sc. Rodrigo Ribeiro Fidelis
Coordenador do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal
5
À Deus, razão de existência, amparo, refúgio e sabedoria em todos os dias.
“Tudo é do Pai, toda honra e toda glória, é Dele a vitória alcançada em minha vida. Tudo é do
Pai, se sou fraco e pecador, bem mais forte é o meu Senhor, que me cura por amor”.
Frederico Cruz
Aos meus filhos Mauro Victor, Marcelo e Laura, minha esposa Gilcêila, meus pais
Sebastião Celestino e Maria das Dores e meus irmãos Maurício (In memory), Marcondes e
Muryllo, pois foram e são fundamentais em todos os momentos.
Ao Professor Manoel Mota dos Santos, orientador e amigo que muito contribuiu nessa
caminhada.
DEDICO
6
AGRADECIMENTOS
Meu Deus que se faz presente em toda minha trajetória de vida. E o melhor, com sua força e
magnitude, protegendo e agraciando e dando a direção certa em cada passo.
Ao professor Manoel Mota dos Santos, que oportunizou o desenvolvimento dessa dissertação,
não medindo esforços para orientar as mais diversas atividades que surgiam durante a
realização dos trabalhos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins
– UFT – Campus de Gurupi pela oportunidade de engrandecimento intelectual e profissional.
Ao Instituto Federal do Tocantins, Campus Araguatins, pela oportunidade de capacitação,
bem como ao Programa Pró-Qualificar pela concessão de bolsa. E ao Campus Gurupi, pelo
apoio, em especial Sabino, Marinalva, Paulo Paz, Antonio Carlos e Wesley.
A todos os professores do mestrado, em especial aos professores doutores Aurélio, Hélio,
Ildon, Jair, Joênes, Rodrigo Fidelis e Tarcísio.
Aos colegas do Núcleo de Estudos em Fitotecnia (NEF) que contribuíram para o
desenvolvimento da pesquisa.
À minha família, pela confiança depositada. Minha esposa e filhos por estarem presentes em
mais uma batalha. Meus pais e irmãos pelas palavras de incentivo. Minha sogra e sogro, pelo
apoio.
Aos colegas de Pós Graduação Sérgio Costa, Aparecida, Kelly, Ronice, Kleiciane, Leila e
Carol.
Agradeço todos os funcionários da UFT – Campus de Gurupi, em especial à Érika e Welda
(secretaria da Pós em Produção Vegetal), o técnico Michel e aos motoristas.
Ao Professor Hélio e o Sr. Vilson pela disponibilidade da área e apoio técnico no Projeto Rio
Formoso.
Ao Professor Dr Francisco Filho da Silva (In memory) pelo incentivo de ingressar em mais
uma etapa da vida.
Ao grupo de pesquisa do Profº Dr Rodrigo Ribeiro Fidelis, pelo espaço cedido, quando
solicitado.
Ao Sr. Manoel Cunha pelos préstimos e apoio para o ingresso em mais essa etapa galgada.
A todos que direto ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento dessa pesquisa de
dissertação.
Muito Obrigado
7
RESUMO DA DISSERTAÇÃO
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Universidade Federal do Tocantins, outubro 2014.
Desempenho agronômico de feijão caupi em função do espaçamento e densidade de
plantas cultivado nos sistemas de Várzea irrigada e Cerrado. Orientador: D Sc. Manoel
Mota dos Santos.
O feijão caupi Vigna unguiculata (L.) Walp, é uma leguminosa, que constitui um dos
principais componentes da dieta alimentar, alternativa social e econômica na geração de
renda, nas regiões Nordeste e Norte do Brasil, especialmente na zona rural. A densidade de
plantas tem influência direta na morfofisiologia, nos componentes de produção e no
rendimento do feijão caupi. O espaçamento interfere diretamente na produtividade. Neste
trabalho, o objetivo foi avaliar cultivares de feijão caupi em função da densidade de plantas e
espaçamento em dois sistemas de cultivos, sendo um em Várzea irrigada e outro no Cerrado.
Os experimentos foram realizados no município de Formoso do Araguaia (Várzea), na
entressafra 2013 e outro na fazenda experimental (Cerrado) da Universidade Federal do
Tocantins, safra 2013/2014, Campus de Gurupi. Em cada sistema de cultivo, avaliou-se o
comportamento de três cultivares (BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba) em
função de 3 densidades de plantas (8, 10 e 12 plantas por metro), com espaçamento de 0,70m
e quatro repetições; e o comportamento da cultivar BRS Sempre Verde em função de 3
densidades (4, 8 e 12 plantas por metro) e 2 espaçamentos (0,35 e 0,70m) com quatro
repetições, ambos utilizando-se o delineamento em blocos casualizados. Cada unidade
experimental foi constituída de quatro linhas com 4 m de comprimento. A adubação de
plantio e de cobertura foram realizadas seguindo as recomendações, baseadas nas amostras
dos solos. As características avaliadas foram diâmetro de caule, florescimento, massa de cem
grãos, clorofila total e produtividade para os dois experimentos e comprimento de vagem,
massa de cinco vagens, massa de grãos de cinco vagens, quantidade de grãos por vagens e
altura de inserção de vagem apenas para o experimento de densidade e cultivar. As densidades
de plantas por metro linear influenciam o diâmetro de caule nos sistemas de Várzea e
Cerrado. Compreender e utilizar o comportamento fisiológico das plantas, deixou de ser visto
como uma simples questão fisiológica ou ecológica, mas como importante ferramenta para
equacionar ou minimizar problemas sociais e econômicos da humanidade.
Palavras-chave: sistemas de cultivo; características; rendimento.
8
ABSTRACT OF DISSERTATION
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Federal University of Tocantins , October 2014.
Agronomic performance of cowpea due to the spacing and density of plants grown in
irrigated systems of Lowland and savanna. Advisor: D Sc. Manoel Mota dos Santos.
The cowpea Vigna unguiculata (L.) Walp, is a legume, which constitutes a major component
of their diet, social and economical alternative income generation in Northeast and North
regions of Brazil, especially in the countryside. The plant density has a direct influence on
morphophysiology in yield components and yield of cowpea. The spacing directly affects the
productivity. In this work, we evaluated cultivars of cowpea as a function of plant density and
spacing in two cropping systems, one in irrigated Lowland and another in the Savanna. The
experiments were conducted in the municipality of Formoso do Araguaia (Lowland) in the
2013 offseason and another at the experimental farm (Savanna), Federal University of
Tocantins, crop 2013/2014 Campus Gurupi. In each cropping system, evaluated the
performance of three cultivars (BRS Sempre Verde, BRS Nova Era and BRS Guariba) as a
function of three plant densities (8, 10 and 12 plants per meter) with spacing of 0.70m and
four replications; and the behavior of BRS Sempre Verde function in three densities (4, 8 and
12 plants per meter) and two spacings (0.35 and 0.70m) with four replications, both using the
completely randomized block design. Each experimental unit consisted of four rows with 4 m
long. The planting fertilization and coverage were performed following the recommendations
based on soil samples. The characteristics evaluated were stem diameter, flowering, mass
hundredfold, total chlorophyll and productivity in both experiments and length of pod, weight
of five pods, grain yield of five pods, number of seeds per pod and insertion height of pod just
to experiment and cultivate density. The density of plants per meter influence stem diameter
in Lowland and Savanna systems. Understanding and using the physiological behavior of
plants, no longer seen as a simple physiological or ecological issue, but as an important tool to
equate or minimize social and economic problems of humanity.
Keywords: cropping systems; characteristics; performance.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................................................ 8
OBJETIVO GERAL .................................................................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................... 11
RESUMO - Capítulo 1 .............................................................................................................................................. 12
ABSTRACT – Chapter 1 ............................................................................................................................................ 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 14
2 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................................................... 16
2.1 Sistemas de cultivos ......................................................................................................................................... 16
2.1.1 Projeto Rio Formoso ........................................................................................................................................ 16
2.1.2 Fazenda experimental UFT .............................................................................................................................. 17
2.2 As cultivares .................................................................................................................................................... 19
2.2.1 BRS Sempre Verde ........................................................................................................................................... 19
2.2.2 BRS Nova Era .................................................................................................................................................... 19
2.2.3 BRS Guariba...................................................................................................................................................... 19
2.3 Implantação, condução, coleta e avaliação dos experimentos ......................................................................... 20
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 22
3.1 Sistema de Várzea – Projeto Rio Formoso ....................................................................................................... 22
3.2 Sistema de Cerrado – Fazenda experimental .................................................................................................. 28
4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................................................... 35
4.1 Sistema de Várzea ........................................................................................................................................... 35
4.2 Sistema de Cerrado ......................................................................................................................................... 35
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................... 36
RESUMO – Capítulo 2 ............................................................................................................................................. 39
ABSTRACT – Chapter 2 ............................................................................................................................................ 40
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 41
2 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................................................... 43
2.1 Sistemas de cultivos ......................................................................................................................................... 43
2.1.1 Projeto Rio Formoso ........................................................................................................................................ 43
2.1.2 Fazenda experimental UFT .............................................................................................................................. 44
2.2 A cultivar BRS Sempre Verde ........................................................................................................................... 46
2.3 Implantação, condução, coleta e avaliação dos experimentos ........................................................................ 46
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 48
3.1 Sistema de Várzea – Projeto Rio Formoso ....................................................................................................... 48
3.2 Sistema de Cerrado – Fazenda experimental .................................................................................................. 50
4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................................................... 53
4.1 Sistema de Várzea ........................................................................................................................................... 53
4.2 Sistema de Cerrado ......................................................................................................................................... 53
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................... 54
10
LISTA DE TABELAS
Capítulo 1
TABELA 1: Resumo da análise de variância para as características florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC),
massa de cem grãos (MCG), comprimento de vagem (CV), quantidade de grãos por vagem (QGV), massa de cinco
vagens (M5V), massa de grãos de cinco vagens (MG5V), altura de inserção de vagem (AIV), clorofila total (CLT) e
produtividade (PROD) para as cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba em sistema de Várzea
irrigada, região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013.........................................23
TABELA 2: Médias da característica diâmetro de caule (DC) das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS
Guariba, em função da densidade de plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins,
Formoso do Araguaia, entressafra 2013........................................................................................................................ 24
TABELA 3: Médias das características florescimento (FLOR) e altura de inserção de vagem (AIV), das cultivares BRS
Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da densidade de plantas, em sistema de Várzea, região
sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013..................................................................25
TABELA 4: Médias das características massa de cinco vagens (M5V), massa de grãos de cinco vagens (MG5V),
quantidade de grãos por vagem (QGV) e comprimento de vagem (CV) das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era
e BRS Guariba, em função da densidade de plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins,
Formoso do Araguaia, entressafra 2013 ........................................................................................................................26
TABELA 5: Médias das características massa de cem grãos (MCG) e produtividade (PROD) das cultivares BRS Sempre
Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da densidade de plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do
Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013.......................................................................................28
TABELA 6: Resumo da análise de variância para as características florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC),
massa de cem grãos (MCG), comprimento de vagem (CV), quantidade de grãos por vagem (QGV), massa de cinco
vagens (M5V), massa de grãos de cinco vagens (MG5V), altura de inserção de vagem (AIV), clorofila total (CLT) e
produtividade (PROD) para as cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba em sistema de Cerrado,
região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014..........................................................................................30
TABELA 7: Médias das características florescimento (FLOR) e quantidade de grãos por vagem (QGV) das cultivares
BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi,
safra 2013/2014..............................................................................................................................................................31
TABELA 8: Médias das características diâmetro de caule (DC) e clorofila total (CLT) das cultivares BRS Sempre Verde,
BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra
2013/2014.......................................................................................................................................................................32
TABELA 9: Médias das características quantidade de grãos por vagem (QGV) e comprimento de vagem (CV) das
cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins,
Gurupi, safra 2013/2014.................................................................................................................................................33
TABELA 10: Médias das características massa de cem grãos (MCG) e produtividade (PROD) das cultivares BRS Sempre
Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra
2013/2014.......................................................................................................................................................................34
Capítulo 2
TABELA 1: Resumo da análise de variância para as características, florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC),
massa de cem grãos (MCG), clorofila total (CLT) e produtividade (PROD), para a cultivar BRS Sempre Verde, cultivada
no sistema de Várzea , na região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013............. 49
TABELA 2: Médias das características de florescimento (FLOR), Clorofila total (CLT) e produtividade (PROD) em
sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins, entressafra 2013.............................................................50
11
TABELA 3: Resumo da análise de variância para as características, florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC),
massa de cem grãos (MCG), clorofila total (CLT) e produtividade (PROD), para a cultivar BRS Sempre Verde, em
sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.........................................................51
TABELA 4: Médias da característica diâmetro de caule (DC) em função da densidade de plantas e espaçamentos com
a cultivar BRS Sempre Verde, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra
2013/2014.......................................................................................................................................................................52
8
INTRODUÇÃO GERAL
O feijão caupi é um grão bastante consumido no Brasil, em especial, no Norte e
Nordeste. É uma cultura relativamente de ciclo curto, rústica, entretanto, em condições
agronômicas favoráveis ao seu desenvolvimento o resultado é ainda mais satisfatório
(AGEITEC, 2013). É uma Dicotyledonea, que pertence à ordem Fabales, família Fabaceae,
subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolinea, gênero Vigna, subgênero
Vigna, seção Catiang, subespécie unguiculata e espécie Vigna Unguiculata (L.) Walp.
(FREIRE FILHO et al., 2005).
A produção de feijão caupi, no Brasil, concentra-se nas regiões Nordeste, em torno
de 1,5 milhões de hectares, seguida do Norte com 56,8 mil hectares, com uma produção
brasileira em torno de 783 mil toneladas, contribuindo com 35,6 % da área plantada e 15 % da
produção de feijão total (feijão caupi + feijão comum) no país (EMBRAPA ARROZ E
FEIJÃO, 2012). A cultura também está conquistando espaço na região Centro-Oeste, devido
ao desenvolvimento de cultivares com características que favorecem o cultivo mecanizado,
dentre elas, o porte mais ereto (SILVA, 2009).
O cultivo do feijão caupi está se expandindo para a região do Cerrado, das regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo incorporado aos arranjos produtivos como safrinha
após as culturas da soja e arroz. No Cerrado, quando é cultivado em forma de safrinha,
principalmente, o feijão caupi apresenta custo de produção bastante competitivo, fator que
tem feito aumentar o interesse dos produtores pela cultura. E, além disso, a produção é de alta
qualidade, possibilitando que o produto tenha boa aceitação por todos os integrantes de sua
cadeia produtiva (FREIRE FILHO et al., 2011).
Essa leguminosa é base alimentar de muitas populações rurais, devido ao seu elevado
valor nutritivo, nível proteico, energético e à sua fácil adaptação a solos de baixa fertilidade,
com períodos de seca prolongada (WIKIPÉDIA, 2013).
É expressivo o consumo de caupi. E o seu plantio está deixando de ser apenas de
subsistência para atingir áreas maiores, aumentando o número de área plantada e buscando
seu cultivo dentro dos padrões agronômicos favoráveis ao desenvolvimento da cultura,
melhorando ainda sua produtividade (AGEITEC, 2013).
Dentro das características morfoagronômicas que apresentam incidência direta na
produtividade de grãos de feijão caupi, a densidade de plantas é uma das mais importantes,
9
influenciando diretamente na morfofisiologia, nos componentes de produção e no rendimento
dessa leguminosa (BEZERRA et al., 2012).
Segundo Santana (2009), o espaçamento entre fileiras de plantas de feijão caupi, se
relaciona ao valor econômico da cultura, assim, quando há maior preço para venda de uma
cultura, aumenta-se o número de plantas por área da referida cultura, utilizando-se
espaçamentos menores. Entretanto, buscam novas técnicas de manejo, como espaçamento
adequado entre plantas e proporção do número de plantas por área, que venha melhorar o
rendimento e exploração da área agricultável.
O Tocantins apresenta área plantada de feijão caupi, na região de várzeas tropicais,
em torno de 3,5 mil hectares e uma produção anual de 4,5 mil toneladas. Sendo que, o preço
de comercialização do feijão caupi, segundo expectativas da CONAB, para a Safra 2013/2014
gira em torno de R$60,00/saco (CONAB, 2013).
Os trabalhos com caupi vêm ganhando espaço no meio científico, devido a grande
importância social e econômica, citadas anteriormente.
A Universidade Federal do Tocantins – UFT, Campus de Gurupi, é uma das
Instituições de pesquisa que busca contextualizar tal cultura, bem como fazer uso das
condições adequadas de solo e clima encontradas no Estado do Tocantins, para o
desenvolvimento dessa cultura, e ainda proporcionar ao agricultor, seja ele pequeno, médio ou
grande, informações adequadas para alcançarem o sucesso em suas lavouras, em sistema de
Várzea ou Cerrado, com a utilização das melhores técnicas agronômicas, comprovadas
cientificamente.
Este trabalho de dissertação foi dividido em dois capítulos, para melhor
entendimento do leitor. Sendo que o capítulo1 trás o comportamento de três cultivares de
feijão caupi (BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba) em função de diferentes
densidades de plantas (8, 10 e 12) por metro, em dois sistemas de cultivo (Várzea e Cerrado).
E o capítulo 2 procurou analisar o desempenho agronômico da cultivar BRS Sempre Verde,
entretanto, em função do espaçamento (35 e 70 cm) entre linhas e densidade de plantas (4, 8 e
12) nos sistemas de cultivo de Várzea e Cerrado. O experimento no sistema de Várzea foi na
entressafra 2013 e no Cerrado na safra 2013/2014.
Com a realização dessa pesquisa, será dada a oportunidade de aumentar o
conhecimento na área, recebendo a titulação desejada, satisfação profissional e também, com
grande importância, contribuir para o desenvolvimento de pesquisas sobre feijão caupi, no
Brasil, especificamente no Estado do Tocantins.
10
OBJETIVO GERAL
Avaliar o desempenho agronômico de cultivares de feijão caupi em função do
espaçamento e densidade de plantas nos sistemas de Várzea e Cerrado no Estado do
Tocantins.
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGEITEC – Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Brasília. Disponível em:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/. Acesso em: 26 nov. 2013.
BEZERRA, A. A. C. et al. Comportamento morfoagronômico de feijão caupi, cv. BRS
Guariba, sob diferentes densidades de plantas. Revista de Ciências Agrárias, Belém, v. 55, n.
3, p. 184-189, jul./set. 2012.
CONAB. 2013. Perspectivas para a agropecuária. Companhia Nacional de Abastecimento
–
v.1
–
Brasília–DF:
CONAB,
2013.
Disponível
em:
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_09_13_14_55_32_perspectivas_da
_agropecuaria_2013.pdf. Acesso em: 03 jun. 2014.
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO. Home Page. Socioeconomia para arroz e feijão. 2012.
Disponível em: <http://www.cnpaf.embrapa.br/socioeconomia/index.htm>. Acesso em: 12
set. 2014.
FREIRE FILHO, F. R. et al. Feijão caupi no Brasil : produção, melhoramento genético,
avanços e desafios. Embrapa Meio-Norte, Teresina 2011. 84 p.
FREIRE FILHO, F. R. et al. (Org.) Feijão caupi: Avanços Tecnológicos. Brasília-DF,
Embrapa Meio-Norte, 2005. p. 25-104.
SANTANA, R. O. Rendimento do consórcio milho x feijão em função de arranjos
espaciais e adubação mineral. Programa de Pós-graduação - Mestrado em Agronomia da
Universidade Federal da Paraíba, 2009.
SILVA, K. J. D. Estatística da Produção de feijão caupi. 2009. Disponível em:
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=34241. Acesso em: 16 jun. 2014.
VIGNA UNGUICULATA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php? title =
Vigna_unguiculata & oldid = 36215730 >. Acesso em: 27 nov. 2013.
12
RESUMO - Capítulo 1
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Universidade Federal do Tocantins, outubro 2014.
Avaliação de feijão caupi em função da densidade de plantas cultivado nos sistemas de
Várzea irrigada e Cerrado. Orientador: D Sc. Manoel Mota dos Santos.
Estudou-se o comportamento de três cultivares de feijão caupi (BRS Sempre Verde, BRS
Nova Era e BRS Guariba) em função de diferentes densidades de plantas, em dois sistemas de
cultivo (Várzea e Cerrado). O potencial produtivo das cultivares é expresso, como resultado
da combinação de um conjunto de fatores, destacando-se, dentre eles, a densidade de plantas,
por influenciar várias características morfofisiológicas e ainda no rendimento de grãos. Em
certa condição de solo, clima, variedade e tratos culturais, há um número ideal de plantas por
unidade de área para se alcançar a mais alta produção. O objetivo foi avaliar o comportamento
agronômico das cultivares de feijão caupi em função da densidade de plantio em dois sistemas
de cultivo, sendo o primeiro no Projeto Rio Formoso, localizado no município de Formoso do
Araguaia, região sudoeste do Tocantins, na Bacia do Médio Araguaia, sistema de Várzea. E o
segundo, no Cerrado, na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Tocantins,
localizado na região sul do Estado do Tocantins. Foram testados 9 tratamentos, dispostos em
esquema fatorial 3 x 3 (três cultivares e três densidades de plantas), com quatro repetições,
utilizando-se o delineamento em blocos casualizados. Cada unidade experimental foi
constituída de quatro linhas de 4 m de comprimento, com espaçamento fixo de 0,70 m entre
fileiras. Os tratamentos foram: 8, 10 e 12 plantas por metro linear, para cada cultivar utilizado.
As características avaliadas foram: florescimento, diâmetro de caule, comprimento de vagem,
massa de cinco vagens, massa de grãos de cinco vagens, quantidade de grãos por vagens,
altura de inserção de vagem, clorofila total, massa de cem grãos e produtividade. As
densidades de plantas por metro linear influenciam o diâmetro de caule das cultivares
analisadas na Várzea. A BRS Guariba é a cultivar que apresenta maior produtividade no
sistema de Cerrado.
Palavras-chave: vigna unguiculata; produtividade; sistemas de cultivo.
13
ABSTRACT – Chapter 1
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Federal University of Tocantins , October 2014.
Evaluation of cowpea due to the density of plants grown in irrigated systems of Lowland
and Savanna. Advisor: D Sc. Manoel Mota dos Santos.
Studied the behavior of three cowpea cultivars (BRS Sempre Verde, BRS Nova Era and BRS
Guariba) for different plant densities in both cropping systems (Lowland and Savanna). The
yield potential of cultivars is expressed as a result of the combination of a set of factors,
highlighting, among them, the plant density by influencing several morphophysiological and
still on yield characteristics. In certain conditions of soil, climate, variety and cultural
practices, there is an optimum number of plants per unit area to achieve higher output. The
objective was to evaluate the agronomic performance of cultivars of cowpea as a function of
planting density in two cropping systems, the first being in Rio Formoso Project, located in
the municipality of Formoso do Araguaia, Tocantins southwestern region, in the Middle
Araguaia basin system floodplain. And second, the Savanna, the Experimental Farm of the
Federal University of Tocantins, located in the southern region of the state of Tocantins. 12
treatments were tested in a factorial 3 x 3 (three cultivars and three plant densities), with four
replications using a randomized block design. Each experimental unit consisted of four rows
of 4 m length with fixed spacing of 0.70 m between rows. The treatments were: 8, 10 and 12
plants per linear meter for each cultivar. The characteristics evaluated were: flowering, stem
diameter, length of pod, weight of five pods, grain yield of five pods, number of seeds per
pod, pod insertion height, chlorophyll, hundred grain mass and productivity. The density of
plants per meter influence stem diameter of the cultivars analyzed Floodplain. The BRS
Guariba is the cultivar that has higher productivity in the Savanna system.
Keywords: vigna unguiculata; productivity; cropping systems.
14
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será abordado o comportamento de três cultivares de feijão caupi
(BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba) em função de diferentes densidades de
plantas em dois ambientes distintos (Várzea e Cerrado). Fazendo um breve comentário sobre
os ambientes em questão, suas localizações e particularidades, e uma sucinta descrição das
características de cada cultivar envolvida nos experimentos.
O potencial produtivo das cultivares é expresso, como resultado da combinação de
um conjunto de fatores, destacando-se, dentre eles, a densidade de plantas por influenciar
várias características morfológicas, fisiológicas e ainda no rendimento de grãos (BEZERRA,
2005), e segundo Cardoso e Ribeiro (2006) a escassez ou excesso de plantas por área é uma
das causas da baixa produtividade do feijão caupi no Brasil.
A densidade considerada como sendo ótima para o plantio é definida como o número
de plantas que será capaz de explorar, de maneira mais eficiente e completa, uma determinada
área do solo. Assim para uma certa condição de solo, clima, variedade e tratos culturais, há
um número ideal de plantas por unidade de área para se alcançar a mais alta produção. E a
escassez ou excesso de plantas irá afetar direta e negativamente a produção desejada
(ANDRADE JUNIOR et al., 2002).
Segundo Bezerra et al. (2008) a densidade e o arranjo de plantas determinam o grau
de competição e o estádio em que ela será mais intensa entre as plantas. A competição
fisiológica nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura, com alta intensidade, devido a
um excesso de plantas por unidade de área, pode desenvolver plantas improdutivas, além de
causar a diminuição do estande produtivo final e, consequentemente, afetar o rendimento de
grãos.
De acordo com Chavarria et al., 2011, o número máximo de plantas em um
determinado espaço, resulta em competição fisiológica entre elas e a produtividade está
diretamente vinculada à intensidade de luz, bem como com a duração do período de atividade
fotossintética realizada pelas plantas.
Segundo Mendes et al. (2005) a porcentagem de luz interceptada, o índice de área
foliar e a taxa de crescimento da cultura são influenciadas pelo tamanho da população de
plantas.
Os cultivos tecnificados exigem cultivares com alto potencial de rendimento de grãos
e arquitetura de plantas adequadas aos cultivos e à colheita mecanizada. E nas regiões Centro-
15
Oeste, Norte e Nordeste o plantio do feijão caupi vem sendo viabilizado em grandes áreas
dessas regiões, como cultura principal ou de safrinha, e, em especial, nos Cerrados piauienses,
onde se observam aumentos significativos da área plantada (BEZERRA et al., 2012).
De maneira geral, a área foliar, mostra-se bastante importante, no que diz respeito à
medição e análise da capacidade fotossintética, como também na determinação da densidade
adequada ao plantio (NASCIMENTO, 2009).
A utilização de uma densidade de plantio adequada para o feijão caupi, contribui de
maneira expressiva para a economia de nitrogênio (N2) nos solos e leva a aumentos de
produtividade (BELANE e DAKORA, 2010). Podendo aumentar ainda, com o uso de uma
densidade apropriada, a fixação desse mesmo nutriente (N2) em determinada área plantada
(MAKOI; CHIMPHANGO; DAKORA, 2009).
O feijão caupi, apesar de ser considerada uma cultura bastante rústica e tolerante a
determinadas condições de solos de baixa fertilidade natural, responde muito bem a adubação
química, sendo obedecido as recomendações para a cultura, de acordo com a análise de solo
(SMIDERLE e SCHWENGBER, 2008).
Diante disso, objetivou se com esse trabalho avaliar cultivares de feijão caupi em
função do espaçamento e densidade de plantas em dois sistemas de cultivo (Várzea e
Cerrado).
16
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Sistemas de cultivos
2.1.1 Projeto Rio Formoso
O Projeto Rio Formoso está localizado no município de Formoso do Araguaia, região
sudoeste do Tocantins, na Bacia do Médio Araguaia, acesso para a Ilha do Bananal, a 73 km
de Gurupi (pólo regional), e a 320 km de Palmas – capital do Estado (WIKIPÉDIA, 2013).
O experimento foi instalado em 9 de junho de 2013 em um talhão do Projeto Rio
Formoso com 170 m de altitude, 11º45’ S, 49º41’ W, solo do tipo Gley Pouco Húmico, área
denominada de várzea, com irrigação subsuperficial com controle do lençol freático
(EMBRAPA, 2013).
Segundo Peel (2007), o clima é Aw, definido como tropical quente e úmido com
estação chuvosa no verão e seca no inverno, com temperatura média anual em torno de 26ºC,
sendo a amplitude térmica muito pequena, com temperatura média mensal mínima de 20ºC e
máxima de 33ºC. E precipitação média anual de 1.632 mm, registrando nos meses de outubro
a março os maiores índices pluviométricos e, de abril a setembro, os menores.
Os dados climatológicos compreendidos, entre os meses de junho a agosto de 2013,
mais especificamente no período de 07/06 a 15/08/2013 (70 dias), durante o ciclo de
desenvolvimento das cultivares, envolvendo temperatura média e umidade relativa do ar,
estão apresentados abaixo (Figura 1). Os dados de precipitação não foram citados, devido
serem iguais a zero para o período informado.
17
Formoso
Temperatura média (°C)
Umidade (%)
100
39
90
80
70
33
60
30
50
40
27
Umidade (%)
Temperatura (°C)
36
30
24
20
10
21
0
10/06
24/06
08/07
22/07
05/08
Data
Figura 1: Dados de Temperatura e Umidade, no período de 07/06 a 15/08/2013 – Formoso do Araguaia –
TO/2013.
Com a análise de solo, realizada no perfil de 0 a 20cm, 50 dias antes do plantio, no
talhão do experimento, foram obtidos como resultados principais, um pH em CaCl2 de 5,2;
cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al) 4,7; 1,1 e 0,0 cmolc dm-3, respectivamente;
potássio e fósforo (K e P) em ppm de 21 e 31,7, nessa ordem; uma matéria orgânica de 5,7%,
areia, silte e argila iguais a 61, 8 e 31%, respectivamente.
2.1.2 Fazenda experimental UFT
O segundo experimento foi instalado no dia 04 de janeiro de 2014, na Fazenda
Experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi,
localizado na região sul do Estado do Tocantins a 11º 43’ S e 49º 04’ W, a 280 m de altitude.
Clima tropical úmido com pequena deficiência hídrica (B1wA’a’), com temperatura média
anual de 29,5 °C, com precipitação anual média de 1804 mm, sendo um verão chuvoso e um
inverno seco. Savana tropical (Aw) por Köppen – Geiger (PEEL, 2007).
18
Na Figura 2, são disponibilizados os dados climatológicos, referente à umidade
relativa, temperatura e precipitações médias do período de 01/01 a 11/03/2014, equivalente
aos 70 dias, onde ocorreu praticamente todo o ciclo de desenvolvimento das cultivares.
Gurupi
Temperatura média (°C)
Precipitação (mm)
Umidade (%)
100
39
Temperatura (°C)
36
80
70
33
60
30
50
40
27
30
24
20
Precipitação (mm) e Umidade (%)
90
10
21
0
06/01
20/01
03/02
17/02
03/03
Data
Figura 2: Dados de Temperatura, Umidade e Precipitação no período de 01/01 a 11/03/2014 – Gurupi –
TO/2014.
A análise química e física do solo foi feita na camada de 0-20 cm de profundidade,
realizada 50 dias antes do plantio, apresentando os principais resultados: pH em H2O de 5,2;
cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al) em cmolc dm-3 de 0,4; 0,2 e 0,2, respectivamente;
potássio (K) e fósforo (P), em ppm, iguais 30 e 0,5, respectivamente; a matéria orgânica de
1,4%; areia, silte e argila, em porcentagem, nessa sequência, foram iguais a: 66,5; 5 e 28,5.
Embora, a análise de solo indique uma possível necessidade de calagem, a mesma não foi
realizada devido a planta de feijão caupi ser considerada rústica; no qual, em condições de
solo ácido a planta de feijão caupi tem mostrado bom desenvolvimento.
O solo foi classificado como Latossolo Vermelho – Amarelo distrófico, textura
média com seus atributos químicos e físicos, típico de Cerrado (EMBRAPA, 2013).
19
2.2 As cultivares
2.2.1 BRS Sempre Verde
O feijão caupi BRS Sempre Verde, de crescimento indeterminado, porte enramador,
com floração média aos 52 dias e ciclo médio de 75 dias, apresenta cor da semente esverdeada
(tipo sempre-verde) e folha globosa. Sua flor é roxa, a vagem imatura é de cor verde e quando
seca é amarela, com comprimento médio de 17 cm (FREIRE FILHO, 1994).
2.2.2 BRS Nova Era
A cultivar BRS Nova Era tem porte semi ereto, com ciclo de 65 a 70 dias, sendo que
a floração plena ocorre em torno de 41 dias. Apresenta ramos laterais curtos e inserção das
vagens um pouco acima do nível da folhagem. Tem o folíolo central semilanceolado. A cor
das vagens na maturidade fisiológica e de colheita é amarelo-clara, podendo nessas fases,
apresentar pigmentação roxa nos lados das vagens. Os grãos são de cor branca, grandes,
reniformes, com tegumento levemente enrugado e anel do hilo marrom. Possui ainda alta
resistência ao acamamento e uma boa desfolha natural, o que confere a cultivar um grande
potencial para colheita mecânica direta, com uma leve dessecação e, no caso de solos mais
arenosos e ambientes mais secos, sem dessecação. Apresentando também grãos bem
formados, com padrão de preferência de boa parte dos consumidores, dentro do mercado
nacional e internacional (FREIRE FILHO et al., 2008).
2.2.3 BRS Guariba
Segundo Gonçalves et al. (2009), a BRS Guariba tem porte semi ereto, apresenta
tegumento branco, é resistente a diversas doenças e tem boa adaptabilidade em diferentes
ecossistemas do país, principalmente nas regiões Nordeste, Norte e Centro - Oeste, onde vem
aumentando sua área de produção, sobretudo, como opção para cultivo em safrinha. Seu ciclo
é de 65 a 70 dias, com floração aos 41 dias. Apesar de ter crescimento indeterminado,
apresenta ramos relativamente curtos e resistência ao acamamento, característica que facilita
muito na colheita, principalmente mecanizada, pois as vagens ficam posicionadas acima da
folhagem. Sendo exportada para países como Índia, Turquia, Canadá, Portugal, Israel e Egito,
onde obteve grande aceitação.
20
2.3 Implantação, condução, coleta e avaliação dos experimentos
Os experimentos foram realizados na entressafra de 2013, sistema de Várzea, em
Formoso do Araguaia, e outro na Fazenda experimental da Universidade Federal do
Tocantins, Campus de Gurupi, na safra 2013/2014, no Cerrado. As coordenadas e principais
características dos locais utilizados para alocar os experimentos foram descritos
anteriormente. Em ambos os trabalhos foram utilizadas as cultivares BRS Sempre Verde, BRS
Nova Era e BRS Guariba.
Tanto na Várzea quanto no Cerrado, foram testados 9 tratamentos, dispostos em
esquema fatorial 3 x 3 (3 cultivares e 3 densidades de plantas), com quatro repetições,
utilizando-se o delineamento em blocos casualizados. Cada unidade experimental foi
constituída de quatro linhas de 4 m de comprimento, com espaçamento fixo de 0,70 m entre
fileiras. A parcela útil de 5,6 m2 foi formada por duas linhas centrais, excluindo-se, como
bordadura, as linhas externas. Os tratamentos de densidade de plantio foram compostos por:
8, 10 e 12 plantas por metro linear, para cada cultivar utilizado. A adubação de plantio para o
sistema de Cerrado em Gurupi foi utilizando 300 kg ha-1 do formulado 5-25-15. E a adubação
de cobertura foi realizada 25 dias após emergência (DAE), na dose de 90 kg ha-1 de
nitrogênio, seguindo as recomendações de Ambrosano et al. (1996), utilizando-se a ureia
como fonte de nitrogênio. Já para o sistema de Várzea, em Formoso do Araguaia, a adubação
de plantio foi feita com 100 Kg ha-1 do formulado 2-20-20, sendo feita adubação de cobertura
aos 25 DAE na dose de 60 Kg ha-1 de nitrogênio, sendo a ureia a fonte utilizada. A semeadura
e as adubações foram realizadas de forma manual nos dois sistemas de cultivo sendo ainda
efetuado o desbaste das plantas 10 dias após a emergência (DAE), mantendo-se a densidade
desejável por metro linear, para cada um dos tratamentos.
Para o tratamento de sementes, realizado um dia antes do plantio, foi utilizado dois
inseticidas, um sistêmico do grupo químico Neonicotinóides e ingrediente ativo Tiametoxam,
com concentração 700 g Kg-1, sendo a dosagem utilizada de 15 g 10 Kg-1 de sementes. Outro
de contato e ingestão, Piretróide (lambda-cialotrina) com concentração de 50 g L-1 e
Antranilamida (chlorantranilipole) com 100 g L-1, e dosagem de 10 g 10 Kg-1 de sementes e
um fungicida do grupo químico Carboxanilida (Carboxina+Tiram), sistêmico e de contato,
com concentração de 200 g L-1 e dosagem de 25 ml 10 Kg-1 de sementes. Esses produtos
foram utilizados como forma de prevenção de possíveis doenças e pragas nos dois sistemas de
cultivos.
Em ambos experimentos, o controle de plantas daninhas foi realizado manualmente
21
através de capina aos 30 dias após o plantio. Os tratamentos fitossanitários foram feitos com a
primeira aplicação 25
dias após o plantio (DAP) com o inseticida lambda-
cialotrina+clorantraniliprole com dose de 200 ml ha-1, inseticida de contato e ingestão, para o
combate de pragas e durante o ciclo da cultura, principalmente para o controle da vaquinha.
Foi utilizado também aos 40 DAP, o produto do grupo Acetamiprido, na dose de 250 g. p.c.
ha-1, inseticida sistêmico, para o controle de mosca branca. Sendo que em Formoso do
Araguaia foi utilizado ainda o inseticida do grupo Fenilpirazol de contato (Etiprole) de
concentração de 200 g L-1 na dosagem de 2 litros por hectare para o controle do tripes, em
duas aplicações, aos 20 dias e aos 40 dias (DAE) após a germinação.
As características avaliadas foram florescimento (FLOR) observado quando a planta
atingiu mais de 50% de florescimento; diâmetro de caule (DC), em milímetros, medido com
paquímetro a uma altura de 2 cm do solo;
altura de inserção de vagem (AIV), sendo
considerada a primeira vagem, utilizando régua graduada em centímetros; massa de cem grãos
(MCG) em gramas; comprimento de vagem (CV) em centímetros, utilizando régua graduada
em centímetros; massa de cinco vagens (M5V) em gramas, pegando cinco vagens aleatórias;
massa de grãos de cinco vagens (MG5V) em gramas, extraindo os grãos das vagens
selecionadas e obtendo a massa dos mesmo; quantidade de grãos por vagens (QGV),
quantificando os grãos extraídos das vagens e fazendo média; produtividade (PROD) em
quilos por hectare, após correção da umidade para 13% e clorofila total (CLT), medida em
índice de clorofila Falker (icf), determinado no estádio de florescimento pleno. As leituras
para determinação da clorofila, foram efetuadas na primeira folha trifoliolada completamente
desenvolvida, a partir do ápice da planta, em cinco plantas, e em três folhas por planta, de
uma das linhas centrais da área útil. As leituras foram todas realizadas no início da manhã
com clorofilômetro modelo Clorofilog CFL 1030 (FALKER, 2008).
Os dados experimentais foram submetidos à análise individual e conjunta de
variância, com aplicação do teste F e, quando significativas, comparações de médias pelo
teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Utilizando-se o programa computacional SISVAR –
Sistema de análise estatística para microcomputadores (FERREIRA, 2011).
22
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados e discussão apresentados a seguir, foram analisados e discutidos,
isoladamente, em cada sistema de cultivo (Várzea e Cerrado).
3.1 Sistema de Várzea – Projeto Rio Formoso
Na análise de variância (Tabela 1) é apresentado o quadrado médio das análises das
características avaliadas para o experimento de densidades e cultivares no sistema de cultivo
em Várzea.
Ao ser analisado a interação simples de cultivar e densidade, Tabela 1, verificou-se
diferença estatística apenas para a característica de diâmetro de caule (DC).
E na análise isolada, Tabela 1, apenas as características de diâmetro de caule (DC) e
clorofila total (CLT) não foram estatisticamente significativas para a fonte cultivar. E para a
fonte de variação densidade todas as características não apresentaram diferença estatística ao
nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
A densidade de plantas apesar de ser uma característica de grande importância, ao se
analisar os caracteres morfoagronômicos em plantas; para o feijão caupi, conforme os
resultados apresentados, não influencia nos caracteres avaliados, com exceção do DC.
Possivelmente, pode ser explicado pela baixa exigência da planta, tanto em captação de luz,
por ser uma planta C3, e as cultivares avaliadas serem de crescimento indeterminado, bem
como pela baixa exigência da planta em nutrientes.
Os coeficientes de variações apresentaram valores de baixos a médios, variando de
0,82 a 15,57% (Tabela 1), segundo Oliveira et al. (2009), mostrando que os dados
experimentais foram precisos e que os experimentos foram bem conduzidos.
23
Tabela 1: Resumo da análise de variância para as características florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC), massa de cem grãos (MCG),
comprimento de vagem (CV), quantidade de grãos por vagem (QGV), massa de cinco vagens (M5V), massa de grãos de cinco vagens (MG5V),
altura de inserção de vagem (AIV), clorofila total (CLT) e produtividade (PROD) para as cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS
Guariba em sistema de Várzea irrigada, região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013.
Quadrado Médio
FV
GL
FLOR
DC
MCG
CV
QGV
M5V
MG5V
AIV
CLT
PROD
Cultivar
2
113,4444*
0,1325NS
246,2963*
33,7369*
73,8477*
30,9064*
14,6626*
326,3344*
14,2638 NS
494.035,1538*
Densidade
2
0,1111NS
0,2215NS
0,0358NS
0,1155 NS
0,6678 NS
0,7739 NS
0,6555 NS
67,3611 NS
38,1360 NS
69.010,0644 NS
Cult*Densid
4
0,1111 NS
0,8562*
1,0682 NS
1,0130 NS
2,3544 NS
0,8483 NS
0,7540 NS
10,0261 NS
31,4187 NS
22.438,4684 NS
Rep
3
0,1111
0,4193
1,4245
2,3032
0,8918
2,6542
1,2706
33,8885
12,6129
517.936,0765
Erro
24
0,1111
0,1184
0,9707
1,1964
1,5335
2,9076
2,1161
30,8676
14,0793
32.505,9477
40,6111
8,9822
21,4005
18,1614
12,555
16,5269
12,6383
67,0389
57,2627
1.157,8411
0,82
3,83
4,60
6,02
9,86
10,32
11,51
8,29
6,55
15,57
Média geral
C V (%)
NS
não significativo; ** significativo para P < 0,01; * significativo para P < 0,05 pelo teste F.
24
A seguir serão apresentadas as tabelas contendo as principais características
avaliadas no experimento, seja pelo seu efeito isolado ou dentro de uma interação, juntamente
com seus resultados, comparações e discussões.
Para a variável diâmetro de caule (DC), Tabela 2, observou-se que houve interação
das cultivares com as densidades, onde a cultivar BRS Sempre Verde não apresentou
diferença estatística entre as densidades, possivelmente por ser uma cultivar rústica e por ser
entre as cultivares avaliadas, a que tem crescimento indeterminado mais evidente, enquanto
que a BRS Nova Era teve maior diâmetro de caule com a densidade de 12 plantas por metro
linear (9,57 mm). Já a BRS Guariba obteve maior diâmetro de caule com a densidade de 8
plantas (9,34 mm).
Tabela 2: Médias da característica diâmetro de caule (DC) das cultivares BRS Sempre Verde,
BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da densidade de plantas, em sistema de Várzea,
região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013.
Diâmetro de caule – DC (mm)
Cultivares/Densidades
8
10
12
BRS Sempre Verde
9,18 aA
9,07 aA
9,05 abA
BRS Nova Era
BRS Guariba
8,42 bB
8,75 aB
9,57 aA
9,34 aA
8,71 aB
8,72 bB
Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Ao analisar o efeito das densidades entre as cultivares (Tabela 2), com 10 plantas por
metro linear, não foi estatisticamente significativo para as cultivares. Com 8 plantas a cultivar
BRS Nova Era obteve menor diâmetro (8,42 mm). Com 12 plantas a cultivar BRS Nova Era
teve maior diâmetro, mas estatisticamente igual a BRS Sempre Verde, que por sua vez
estatisticamente igual a BRS Guariba.
A variação no diâmetro de caule (Tabela 2) foi relativamente pequena entre as
cultivares, relacionado as densidades de plantas. Muito provavelmente relacionado à
população de plantas utilizada, que variou de 114 a 180 mil plantas por hectare, podendo
assim, ser consideradas como pouco denso para as cultivares analisadas. Os trabalhos de
Bezerra et al. (2013), com feijão caupi, cv BRS Nova Era, em população de plantas variando
de 100 a 500 mil plantas por hectare, houve uma redução de 35,13% no diâmetro de caule. E
Bezerra et al. (2012), em experimento com a cv BRS Guariba, nas mesmas populações de
plantas, encontraram um decréscimo de 30,20% no diâmetro de caule. Esses experimentos
25
evidenciam que o diâmetro de caule para as cultivares avaliadas, podem sofrer maiores
reduções quando a população de planta é aumentada consideravelmente.
Na Tabela 3, analisando médias para a variável florescimento (FLOR), observou-se
estatisticamente, diferença entre as cultivares onde a BRS Sempre Verde apresentou maior
dias para atingir seu florescimento (44 dias), onde mostrou diferença de cinco e seis dias para
as cultivares BRS Nova Era e BRS Guariba, respectivamente. Tal fato ocorreu,
provavelmente, devido à própria formação genética entre os cultivares, os quais pertencem a
diferentes ciclos vegetativos.
Freire Filho et al. (1994) citam para BRS Sempre Verde
florescimento médio de 52 dias. Freire Filho et al. (2008) com a BRS Nova Era, citam uma
média de 41 dias para o florescimento. E Gonçalves et al. (2009), citam para BRS Guariba um
florescimento médio aos 41 dias.
Tabela 3: Médias das características florescimento (FLOR) e altura de inserção de vagem
(AIV), das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da
densidade de plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins,
Formoso do Araguaia, entressafra 2013.
Cultivares
Florescimento - FLOR (dias)
BRS Sempre Verde
44,00 a
BRS Nova Era
BRS Guariba
Cultivares
39,83 b
38,00 c
Altura de inserção de vagem – AIV (cm)
BRS Sempre Verde
62,77b
BRS Nova Era
65,50b
BRS Guariba
72,85a
Médias seguidas das mesmas letras , não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Para a característica altura de inserção de vagem (Tabela 3), as médias apresentam a
cultivar BRS Guariba com maior altura de primeira vagem (72,85 cm), as demais foram
estatisticamente iguais. A altura de inserção de vagem tem relação direta com altura de planta
e porte da mesma, pois a BRS Guariba, assim como a BRS Nova Era tem porte semi ereto e
uma disposição dos ramos mais ereto, o que pode conferir uma maior altura de planta. Já a
cultivar BRS Sempre Verde por ter maior crescimento, possivelmente tem vagens prostradas e
com menor tamanho de pecíolo. Segundo Freire Filho et al. (2005) a arquitetura da planta é
influenciada pela interação dos caracteres como hábito de crescimento; comprimento do
hipocótilo, epicótilo, entrenós, ramos principal e secundário e pedúnculo da vagem;
26
disposição dos ramos laterais em relação ao ramo principal; disposição dos pedúnculos das
vagens em relação à copa da planta e consistência dos ramos.
Ao analisar a característica massa de cinco vagens (M5V), Tabela 4, as médias
indicam que a BRS Nova Era apresentou menor M5V, e as outras cultivares foram iguais
estatisticamente.
Para a característica massa de grãos de cinco vagens (MG5V), a BRS Nova Era foi a
que teve menor resposta, diferindo estatisticamente para todas as características analisadas
(Tabela 4), possivelmente por ser uma cultivar que possui maior quantidade de vagens por
planta e consequentemente maior produtividade, conforme mostrado na Tabela 5.
Tabela 4: Médias das características massa de cinco vagens (M5V), massa de grãos de cinco
vagens (MG5V), quantidade de grãos por vagem (QGV) e comprimento de vagem (CV) das
cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da densidade de
plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do
Araguaia, entressafra 2013.
Cultivares
Massa de cinco vagens – M5V (g)
BRS Sempre Verde
17,51 a
BRS Nova Era
BRS Guariba
Cultivares
14,67 b
17,39 a
Massa de grãos de cinco vagens – MG5V (g)
BRS Sempre Verde
13,05 a
BRS Nova Era
11,38 b
BRS Guariba
13,47 a
Cultivares
Quantidade de grãos por vagem – QGV
BRS Sempre Verde
14,93 a
BRS Nova Era
9,98 c
BRS Guariba
12,75 b
Cultivares
Comprimento de vagem – CV (cm)
BRS Sempre Verde
18,35 b
BRS Nova Era
16,35 c
BRS Guariba
19,65 a
Médias seguidas das mesmas letras, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
27
Na Tabela 4, para característica quantidade de grãos por vagem (QGV), houve
diferença estatística entre as cultivares, onde a BRS Nova Era foi a que obteve menor QGV, e
a BRS Sempre Verde a maior quantidade de grãos por vagem. O comprimento de vagem bem
acentuado possibilita uma maior quantidade de locus ou grãos menores nas vagens, podendo
conferir maior quantidade de grãos por vagem.
As médias da característica comprimento de vagem (CV), Tabela 4, apresentam a
BRS Guariba com maior comprimento de vagem (19,65 cm) e a BRS Nova Era o menor
comprimento de vagem (16,35 cm), atribuído à característica genética de cada cultivar.
As características avaliadas (Tabela 4), encontram-se dentro de médias esperadas,
uma vez que dependem da peculiaridade inerente à cada cultivar, pouco variando às
condições impostas. Este trabalho corrobora com os experimentos de Freire Filho et al.
(1994), que citam para cultivar BRS Sempre Verde, dados médios de comprimento de vagem
de 17 cm e número médio de sementes por vagem igual a 15. E Freire Filho et al. (2008)
trabalhando com BRS Nova Era, encontraram médias de 15 cm e 10 sementes,
respectivamente. Gonçalves et al. (2009) avaliaram BRS Guariba, obtiveram médias de 17,8
cm de comprimento de vagem e 12 grãos por vagem.
Para a característica massa de cem grãos (MCG), Tabela 5, observou-se que as
médias foram significativas estatisticamente para as cultivares, onde a BRS Nova Era obteve
maior MCG (25,92 g) e a BRS Sempre Verde a menor massa de cem grãos (16,86 g).
Freire Filho et al. (1994) encontraram massa média de cem sementes para cultivar
Sempre Verde igual 12,5g. Freire Filho et al. (2008) trabalhando com BRS Nova Era,
obtiveram média de 20g e Gonçalves et al. (2009) alcançaram uma média de 19,5g para a
BRS Guariba, evidenciando em tais experimentos, médias próximas, porém inferiores, das
encontradas neste trabalho (Tabela 5).
28
Tabela 5: Médias das características massa de cem grãos (MCG) e produtividade (PROD) das
cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em função da densidade de
plantas, em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins, Formoso do
Araguaia, entressafra 2013.
Cultivares
Massa de cem grãos – MCG (g)
BRS Sempre Verde
BRS Nova Era
BRS Guariba
Cultivares/Densidades
16,86 c
25,92 a
21,40 b
Produtividade – PROD (Kg ha-1)
BRS Sempre Verde
974,79 b
BRS Nova Era
1.376,01 a
BRS Guariba
1.122,71 b
Médias seguidas das mesmas letras, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Para a característica produtividade (Tabela 5), a cultivar BRS Nova Era obteve maior
média de produtividade (1.376,01 Kg ha-1), as demais foram estatisticamente iguais.
Provavelmente por se tratar de uma cultivar mais moderna.
De acordo com Neves et al. (2011), num cultivo de feijão caupi, para a região Norte,
a cv BRS Nova Era, obteve média de 1.054 Kg ha-1, enquanto que BRS Guariba e BRS
Sempre Verde, nas regiões do Piauí e Maranhão, obtiveram produtividades de 1.508 e 976 Kg
ha-1, respectivamente. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão (2012), a média nacional para o
feijão caupi foi de 464 Kg ha-1 e na região Norte, foi de 756 Kg ha-1, demonstrando que as
médias obtidas neste trabalho, são bem expressivas.
3.2
Sistema de Cerrado – Fazenda experimental
Na análise de variância (Tabela 6) é apresentado o quadrado médio das análises das
características avaliadas para o experimento de densidades e cultivares em sistema de cultivo
de Cerrado.
Analisando a interação simples de cultivar e densidade, Tabela 6, verifica-se que foi
significativa estatisticamente apenas para as características florescimento (FLOR) e
quantidade de grãos por vagem (QGV).
E na análise isolada, Tabela 6, apenas as características de massa de grãos de cinco
vagens (MG5V) e massa de cinco vagens (M5V) não foram estatisticamente significativas
para a fonte de variação cultivar. E para a fonte de variação densidade de plantas, todas as
características avaliadas, não apresentaram, estatisticamente, significância.
29
Como comentado no subitem 3.1, a densidade de plantas é uma característica de
grande importância quando se aos caracteres morfoagronômicos em plantas, embora, para o
feijão caupi, conforme os resultados apresentados, não influencia as características avaliadas.
Possivelmente, pode ser explicado pela baixa exigência da planta, tanto em captação de luz,
por ser uma planta C3, e as cultivares avaliadas serem de crescimento indeterminado, bem
como pela baixa exigência da planta em nutrientes.
Os coeficientes de variações apresentaram valores de baixos a médios, variando de
0,85 a 37,17% (Tabela 6), o que segundo Oliveira et al. (2009), mostra que os dados
experimentais obtiveram boa precisão e que os experimentos foram bem conduzidos.
30
Tabela 6: Resumo da análise de variância para as características florescimento (FLOR), diâmetro de caule (DC), massa de cem grãos (MCG),
comprimento de vagem (CV), quantidade de grãos por vagem (QGV), massa de cinco vagens (M5V), massa de grãos de cinco vagens (MG5V),
altura de inserção de vagem (AIV), clorofila total (CLT) e produtividade (PROD) para as cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS
Guariba em sistema de Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Quadrado Médio
FV
GL
FLOR
DC
MCG
CV
QGV
M5V
MG5V
AIV
CLT
PROD
Cultivar
2
90,5278*
4,8325*
158,5450*
32,9142*
44,3878*
32,3057NS
16,1544 NS
131,7633*
57,4523*
754.551,3438*
Densidade
2
0,1944NS
0,3376NS
0,7318 NS
0,6275 NS
1,1511 NS
4,1805 NS
0,8958 NS
14,1700 NS
0,6721 NS
84.874,7844 NS
Cult*Densid
4
0,4444**
0,7091 NS
0,4784 NS
1,5923 NS
8,8144**
6,7705 NS
6,8139 NS
21,7183 NS
6,5172 NS
18.741,3806 NS
Rep
3
0,4444
0,9620
5,5142
4,5422
4,5051
24,3350
11,9286
44,4485
31,0258
218.503,1167
Erro
24
0,1527
0,5357
0,7276
1,0545
2,9526
9,7359
6,0289
22,0010
8,0673
71.384,7706
45,7778
8,5408
20,1422
18,2813
13,6111
17,8269
13,5741
63,8167
50,9311
718,8430
0,85
8,57
4,24
5,62
12,62
17,50
18,09
7,35
5,58
37,17
Média geral
C V (%)
NS
não significativo; ** significativo para P < 0,01; * significativo para P < 0,05 pelo teste F.
31
As tabelas contendo as principais características avaliadas (estatisticamente
significativas) no experimento, seja pelo seu efeito isolado ou dentro de uma interação,
juntamente com seus resultados, comparações e discussões, serão apresentadas a seguir.
Para a característica florescimento (FLOR), Tabela 7, obteve-se diferença estatística
entre as densidades, apenas para a cultivar BRS Nova Era, entretanto, dentro de todas as
densidades, houve variação para as cultivares, onde a BRS Sempre Verde apresentou mais
dias para o florescimento. Tal fato ocorreu, provavelmente, a formação genética inerente à
cada cultivar. Pois segundo Freire Filho et al. (1994) a BRS Sempre Verde tem floração
média de 52 dias. Freire Filho et al. (2008), citam o florescimento da BRS Nova Era em torno
de 41 dias e Gonçalves et al. (2009) com BRS Guariba, citam seu florescimento aos 41 dias
após a emergência. Tais referências elucidam este trabalho.
Tabela 7: Médias das características florescimento (FLOR) e quantidade de grãos por vagem
(QGV) das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de
Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Florescimento – FLOR (dias)
10
12
Cultivares/Densidades
8
BRS Sempre Verde
49,00 aA
48,75 aA
48,50 aA
BRS Nova Era
BRS Guariba
45,00 bB
45,75 bA
45,00 bB
43,25 cA
43,25 cA
43,50 cA
Quantidade de grãos por vagem – QGV
Cultivares/Densidades
8
10
12
BRS Sempre Verde
14,95 aA
17,25 aA
15,25 aA
BRS Nova Era
14,00 aA
11,25 bA
11,60 bA
BRS Guariba
12,95 aA
11,70 bA
13,55 abA
Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Ao ser analisada a característica quantidade de grãos por vagem (QGV), Tabela 7,
percebe-se que as cultivares não apresentam diferença estatística para as densidades as quais
foram submetidas. Embora, dentro de densidade tenha sido observado significância, onde com
8 plantas por metro linear foi a única que não conferiu variação para as cultivares. Com 10
plantas por metro, a BRS Sempre Verde obteve maior quantidade de grãos por vagem (17,25)
e com a densidade de 12 plantas por metro a BRS Sempre Verde teve maior QGV, entretanto
32
estatisticamente igual a BRS Guariba, que a mesma foi igual estatisticamente a BRS Nova
Era.
A característica de QGV (Tabela 7), encontra-se dentro da média esperada, uma vez
que depende da peculiaridade inerente à cada cultivar, pouco variando às condições impostas.
Os resultados encontrados neste experimento corroboram com Freire Filho et al. (1994), citam
para cultivar BRS Sempre Verde, dados médios de quantidade de sementes por vagem igual a
15, Freire Filho et al. (2008) trabalhando com BRS Nova Era, encontraram médias de 10
sementes por vagem e Gonçalves et al. (2009) avaliaram BRS Guariba, que obtiveram médias
de 12 grãos por vagem.
Ao analisar as médias para característica diâmetro de caule (DC), Tabela 8,
observou-se estatisticamente, diferença entre as cultivares, onde BRS Nova Era apresenta
maior diâmetro de caule (9,25 mm), as demais não tiveram diferença significativa. Tal
cultivar pode ter sido favorecido além de seu porte semi ereto, o que facilita um maior
engrossamento do caule, uma vez que não há muita competição com os ramos laterais ou por
alguma mancha de solo com maior teor de nutrientes.
Tabela 8: Médias das características diâmetro de caule (DC) e clorofila total (CLT) das
cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado, região
sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Cultivares
Diâmetro de caule – DC (cm)
BRS Sempre Verde
8,32 b
BRS Nova Era
BRS Guariba
Cultivares
9,25 a
8,04 b
Clorofila total – CLT (icf)
BRS Sempre Verde
48,60 b
BRS Nova Era
52,95 a
BRS Guariba
51,24 ab
Médias seguidas das mesmas letras , não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Para característica clorofila total (CLT), Tabela 8, a cultivar BRS Nova Era tem
maior teor de clorofila total (52,95 icf), entretanto estatisticamente igual a BRS Guariba, que
por sua vez é igual estaticamente, a BRS Sempre Verde. Os valores CLT, Tabela 8, estão
próximos aos encontrado por Silva et al. (2013), que foi de 54,3 com o uso do ClorofiLOG,
também utilizado neste trabalho.
33
Ao analisar as médias da característica comprimento de vagem (CV), Tabela 9,
observou-se que BRS Guariba obteve maior CV (19,92 cm), e a BRS Nova Era o menor
comprimento de vagem (16,60 cm). As médias de CV (Tabela 9), dependem da peculiaridade
inerente à cada cultivar, pouco variando às condições impostas. Freire Filho et al. (1994),
citam para cultivar BRS Sempre Verde, dados médios de comprimento de vagem de 17 cm. Já
Freire Filho et al. (2008) trabalhando com BRS Nova Era, encontraram médias de 15 cm.
Gonçalves et al. (2009) avaliaram BRS Guariba, obtiveram médias de 17,8 cm de
comprimento de vagem. Este trabalho corrobora com tais experimentos, onde as médias deste
são próximas, porém maiores.
Tabela 9: Médias das características quantidade de grãos por vagem (QGV) e comprimento de
vagem (CV) das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de
Cerrado, região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Cultivares
Comprimento de vagem – CV (cm)
BRS Sempre Verde
18,32 b
BRS Nova Era
16,60 c
BRS Guariba
Cultivares
BRS Sempre Verde
BRS Nova Era
BRS Guariba
19,92 a
Altura de inserção de vagem – AIV (cm)
64,03 ab
60,40 b
67,02 a
Médias seguidas das mesmas letras, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Com as médias de altura de inserção de vagem (AIV), Tabela 9, obteve-se diferença
significativa entre as cultivares, onde a BRS Guariba teve maior AIV (67,02 cm), embora seja
estatisticamente igual a BRS Sempre Verde, que por sua vez igual estatisticamente a BRS
Nova Era. Essa diferença na AIV pode estar relacionada com a formação genética da cultivar,
uma vez que a BRS Guariba tem porte semi ereto, o que pode conferir a mesma uma maior
altura de planta e diretamente uma maior altura de inserção de primeira vagem.
Segundo Freire Filho et al. (2005) a arquitetura da planta é influenciada pela
interação dos caracteres como hábito de crescimento; comprimento do hipocótilo, epicótilo,
entrenós, ramos principal e secundário e pedúnculo da vagem; disposição dos ramos laterais
em relação ao ramo principal; disposição dos pedúnculos das vagens em relação à copa da
planta e consistência dos ramos.
34
Para a média de massa de cem grãos (MCG), Tabela 10, é observado estatisticamente
diferença entre as cultivares, onde BRS Nova Era obteve maior MCG (23,40 g) e BRS
Sempre Verde a menor massa de cem grãos (16,22 g). Freire Filho et al. (1994) encontraram
peso médio de cem sementes para cultivar Sempre Verde igual 12,5g. Freire Filho et al.
(2008) com a BRS Nova Era, obtiveram média de 20g e Gonçalves et al. (2009) alcançaram
uma média de 19,5g para a BRS Guariba, evidenciando em tais experimentos, médias
próximas, porém inferiores, das encontradas neste trabalho.
Tabela 10: Médias das características massa de cem grãos (MCG) e produtividade (PROD)
das cultivares BRS Sempre Verde, BRS Nova Era e BRS Guariba, em sistema de Cerrado,
região sul do Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Cultivares/Densidades
Massa de cem grãos – MCG (g)
BRS Sempre Verde
16,22 c
BRS Nova Era
23,40 a
BRS Guariba
Cultivares/Densidades
20,80 b
Produtividade – PROD (Kg ha-1)
BRS Sempre Verde
554,82 b
BRS Nova Era
594,21 b
BRS Guariba
1.007,49 a
Médias seguidas das mesmas letras, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Para a característica produtividade (PROD), Tabela 10, obteve-se maior média de
produtividade para BRS Guariba (1.007,49 Kg ha-1), as demais cultivares não tiveram
diferença estatisticamente. Neves et al. (2011), num cultivo de feijão caupi, para a região
Norte, a cv BRS Nova Era, obtiveram média de 1.054 Kg ha-1, enquanto que BRS Guariba e
BRS Sempre Verde, nas regiões do Piauí e Maranhão, obtiveram produtividades de 1.508 e
976 Kg ha-1, respectivamente. Segundo a Embrapa Arroz e Feijão (2012), a média nacional
para o feijão caupi foi de 464 Kg ha-1 e na região Norte, foi de 756 Kg ha-1, demonstrando que
as médias obtidas neste trabalho, são bem expressivas.
35
4 CONCLUSÕES
4.1 Sistema de Várzea
As densidades de plantas por metro linear influenciam o diâmetro de caule das
cultivares analisadas.
A cultivar BRS Sempre Verde demora mais dias para atingir seu florescimento.
A cultivar BRS Nova Era tem a maior massa de cem grãos e maior produtividade.
4.2 Sistema de Cerrado
Há interação das cultivares com as densidades de plantas por metro linear para a
característica de florescimento.
A cultivar BRS Nova Era tem seu florescimento retardado com a utilização da
densidade de 10 plantas por metro linear.
A BRS Guariba é a cultivar que apresenta maior produtividade.
36
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http:// www. http://revista.ufrr.br/index.php/agroambiente/article/view/155/89. Acesso em: 11
set. 2014.
39
RESUMO – Capítulo 2
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Universidade Federal do Tocantins, outubro 2014.
Avaliação de feijão caupi, cultivar Sempre Verde, em função do espaçamento e
densidade de plantas na Várzea irrigada e no Cerrado. Orientador: D Sc. Manoel Mota
dos Santos.
O desempenho do feijão caupi, cv BRS Sempre Verde, relacionado com espaçamento entre
linhas e densidades de plantas no Cerrado e na Várzea irrigada, foi o objeto de estudo deste
capitulo. O cultivo do feijão caupi, não diferente de outras culturas, exige manejo adequado
para estabelecer o equilíbrio dos fatores de produção, levando a possibilidade de alcançar
resultados expressivos quanto à produtividade. E o espaçamento, assim como a densidade de
plantas, se inclui na relação dos pontos chaves para obter bons resultados na produção de
grãos, sendo necessário conhecer bem tais aspectos para a tomada de decisão. Para a
condução dos experimentos foram utilizados dois sistemas de cultivos distintos, sendo um no
município de Formoso do Araguaia (Várzea irrigada do Projeto Rio Formoso) de junho a
agosto de 2013 (entressafra) e outro na fazenda experimental da Universidade Federal do
Tocantins, Campus de Gurupi, no Cerrado, de janeiro a março de 2014 (safra 2013/2014). Em
ambos os trabalhos, foram utilizados apenas uma cultivar, a BRS Sempre Verde. Sendo
testados 6 tratamentos, dispostos em esquema fatorial 2 x 3 (2 espaçamentos e 3 densidades
de plantas) em quatro repetições e delineamento em blocos casualizados. Cada unidade
experimental foi constituída de quatro linhas com 4 m de comprimento, com espaçamentos de
0,35 m e 0,70 m entre fileiras. Os tratamentos foram: 4, 8 e 12 plantas por metro linear, para a
cultivar utilizada. As características avaliadas foram florescimento, diâmetro de caule, massa
de cem grãos, clorofila total e produtividade. No sistema de Várzea irrigada, as densidades de
plantas por metro linear não tem influencia nos espaçamentos entre linhas e o espaçamento de
35 cm entre linhas proporciona uma maior produtividade para a cultivar avaliada. Sendo que
no sistema de Cerrado há interação das densidades de plantas por metro linear com os
espaçamentos entre linhas para a característica diâmetro de caule e os espaçamentos entre
linhas de plantio e as densidades de plantas por metro linear não influenciam na
produtividade.
Palavras-chave: vigna unguiculata; várzea tropical; produtividade.
40
ABSTRACT – Chapter 2
SANTOS, Mauro Gomes dos, M Sc. Federal University of Tocantins , October 2014.
Evaluation of cowpea cultivar Green Always, as a function of spacing and plant density
in irrigated Lowland and the Savanna. Advisor: D Sc. Manoel Mota dos Santos.
The performance of cowpea, BRS Sempre Verde, related to spacing and plant densities in the
Savanna and Irrigated Lowland, was the subject of this chapter. The cultivation of cowpea,
not unlike other cultures, requires appropriate to establish the balance of factors of production
management, raising the possibility of achieving significant results for productivity. And the
spacing, and plant density, is included in the list of key points for good results in the
production of grain, being necessary to know such aspects for decision making. For
conducting experiments through two separate cultures were used, one in the city of Formoso
do Araguaia (Irrigated Lowland Project Rio Formoso) from June to August 2013 (off season)
and another at the experimental farm of the Federal University of Tocantins, Campus Gurupi,
Savanna, January-March 2014 (season 2013/2014). In both studies, only one cultivar were
used, the BRS Sempre Verde. Being tested 6 treatments arranged in a 2 x 3 factorial design (2
3 spacings and plant densities) in four replications and a randomized block design. Each
experimental unit consisted of four rows with 4 m long with spacings of 0.35 I 0.70 m
between rows. The treatments were: 4, 8 and 12 plants per linear meter for cultivar. The
characteristics evaluated were flowering, stem diameter, weight of hundred grains, total
chlorophyll and productivity. In Lowland irrigated system, the densities of plants per meter
has no influence on the spacing between rows and 35 cm spacing between rows provides
increased productivity for the cultivars evaluated. Since the Savanna system for interaction of
plant density per meter with spacings characteristic for stem diameter and spacing between
rows, and planting densities of plants per meter no influence on productivity.
Keywords: vigna unguiculata; tropical lowland; productivity.
41
1 INTRODUÇÃO
No segundo capítulo será apresentado o desempenho do feijão caupi, cv Sempre
Verde, citada no capítulo anterior, relacionada com espaçamento entre linhas e densidades de
plantas, em ambiente de Cerrado e várzea. Trazendo ainda os resultados e discussões,
conclusões e as referências utilizadas.
O cultivo do feijão caupi, não diferente de outras culturas, exige um manejo
adequado para estabelecer o equilíbrio dos fatores de produção, levando a possibilidade de
alcançar resultados expressivos quanto à produtividade. E o espaçamento, assim como a
densidade de plantas, se inclui na relação dos pontos chaves para obter bons resultados na
produção de grãos, sendo necessário conhecer bem tais aspectos para a tomada de decisão
(CARDOSO E RIBEIRO, 2006b).
Em feijão caupi, a prática de desbaste, bem como o espaçamento adequado, está
diretamente relacionada com o aumento da produtividade. A escolha do espaçamento a ser
utilizado está intimamente ligada à densidade e a cultivar que será introduzida. E o desbaste
proporciona uma melhor instalação da cultura em campo, otimizando o desenvolvimento das
plantas, diminuindo a competitividade entre as mesmas, que consequentemente terão uma
produção de grãos mais expressiva (SILVA et al., 2013).
Segundo Cardoso e Ribeiro (2006a), a produção de grãos por planta e a
produtividade de grãos de feijão caupi são alteradas pelo espaçamento entre fileiras e a
densidade de plantas. Os efeitos do espaçamento são lineares decrescentes para as duas
características citadas. À medida que se aumenta o espaçamento, a partir de 50 cm, tanto a
produção de grãos por planta, quanto a produtividade por hectare são afetadas negativamente.
E com o aumento da densidade de plantas, ocorre um decréscimo no número de vagem por
planta, bem como na produção de grãos por planta.
A inobservância da população de plantas de feijão caupi em determinado plantio,
com o uso de maquinário ou não, promove alterações significativas na morfologia da planta,
com reduções nos componentes de produção (BEZERRA, 2012).
Segundo Mendes et al. (2005), o tamanho da população de plantas, em determinado
ambiente, influencia a porcentagem de luz que incide nas folhas, bem como o índice de área
foliar e a taxa de crescimento da cultura, podendo levar à queda nos indicadores referentes a
produtividade.
42
Existe uma relação direta da densidade de plantas com o rendimento de grãos. O
acréscimo de plantas, acima do indicado para determinada cultivar, pode levar a redução na
quantidade de grãos por unidade de área, ou seja, a produtividade apresentará menores valores
quando se fizer uso de altas densidades de plantio (OLUFAJO e SINGH, 2002). E fazer uso
de uma densidade de plantio adequada para o feijão caupi, leva a expressiva economia de
nitrogênio (N2) nos solos, com aumentos de produtividade (BELANE e DAKORA, 2010).
De acordo com Bezerra et al. (2012) a tendência tem sido desenvolver cultivares com
alto potencial de rendimento de grãos e boa arquitetura de plantas adequando assim aos
cultivos adensados. Com o intuito, ainda, de facilitar a colheita mecanizada, atendendo às
exigências dos cultivos tecnificados, viabilizando grandes áreas de plantio nas regiões CentroOeste, Norte e Nordeste, que vem crescendo a cada ano, é que a arquitetura de plantas vem
sendo trabalhada e estudada nos experimentos de pesquisa em busca de adequação do feijão
caupi às novas tendências do mercado.
Diante do exposto, objetivou se com esse trabalho avaliar a cultivar de feijão caupi,
BRS Sempre Verde, em função do espaçamento e densidade de plantas em diferentes sistemas
de cultivo (Várzea e Cerrado).
43
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Sistemas de cultivos
2.1.1 Projeto Rio Formoso
O Projeto Rio Formoso está localizado no município de Formoso do Araguaia, região
sudoeste do Tocantins, na Bacia do Médio Araguaia, acesso para a Ilha do Bananal, a 73 km
de Gurupi (pólo regional), e a 320 km de Palmas – capital do Estado (WIKIPÉDIA, 2013).
O experimento foi instalado em 9 de junho de 2013 em um talhão do Projeto Rio
Formoso com 170 m de altitude, 11º45’ S, 49º41’ W, solo do tipo Gley Pouco Húmico, área
denominada de várzea, com irrigação subsuperficial com controle do lençol freático.
(EMBRAPA, 2013)
Segundo Peel (2007), o clima é Aw, definido como tropical quente e úmido com
estação chuvosa no verão e seca no inverno, com temperatura média anual em torno de 26ºC,
sendo a amplitude térmica muito pequena, com temperatura média mensal mínima de 20ºC e
máxima de 33ºC. E precipitação média anual de 1.632 mm, registrando nos meses de outubro
a março os maiores índices pluviométricos e, de abril a setembro, os menores.
Os dados climatológicos compreendidos, entre os meses de junho a agosto de 2013,
mais especificamente no período de 07/06 a 15/08/2013 (70 dias), durante o ciclo de
desenvolvimento das cultivares, envolvendo temperatura média e umidade relativa do ar,
estão apresentados abaixo (Figura 1). Os dados de precipitação não foram citados, devido
serem iguais a zero para o período informado.
44
Formoso
Temperatura média (°C)
Umidade (%)
100
39
90
80
70
33
60
30
50
40
27
Umidade (%)
Temperatura (°C)
36
30
24
20
10
21
0
10/06
24/06
08/07
22/07
05/08
Data
Figura 1: Dados de Temperatura e Umidade, no período de 07/06 a 15/08/2013 – Formoso do Araguaia –
TO/2013.
Com a análise de solo, realizada no perfil de 0 a 20cm, 50 dias antes do plantio, no
talhão do experimento, foram obtidos como resultados principais, um pH em CaCl2 de 5,2;
cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al) 4,7; 1,1 e 0,0 cmolc dm-3, respectivamente;
potássio e fósforo (K e P) em ppm de 21 e 31,7, nessa ordem; uma matéria orgânica de 5,7%,
areia, silte e argila iguais a 61, 8 e 31%, respectivamente.
2.1.2 Fazenda experimental UFT
O segundo experimento foi instalado no dia 04 de janeiro de 2014, na Fazenda
Experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi,
localizado na região sul do Estado do Tocantins a 11º 43’ S e 49º 04’ W, a 280m de altitude.
Clima tropical úmido com pequena deficiência hídrica (B1wA’a’), com temperatura média
anual de 29,5 °C, com precipitação anual média de 1804 mm, sendo um verão chuvoso e um
inverno seco. Savana tropical (Aw) por Köppen – Geiger (PEEL, 2007).
45
Na Figura 2, são disponibilizados os dados climatológicos, referente à umidade
relativa, temperatura e precipitações médias do período de 01/01 a 11/03/2014, equivalente
aos 70 dias, onde ocorreu praticamente todo o ciclo de desenvolvimento das cultivares.
Gurupi
Temperatura média (°C)
Precipitação (mm)
Umidade (%)
100
39
Temperatura (°C)
36
80
70
33
60
30
50
40
27
30
24
20
Precipitação (mm) e Umidade (%)
90
10
21
0
06/01
20/01
03/02
17/02
03/03
Data
Figura 2: Dados de Temperatura, Umidade e Precipitação no período de 01/01 a 11/03/2014 – Gurupi –
TO/2014.
A análise química e física do solo foi feita na camada de 0-20 cm de profundidade,
realizada 50 dias antes do plantio, apresentando os principais resultados: pH em H2O de 5,2;
cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al) em cmolc dm-3 de 0,4; 0,2 e 0,2 respectivamente;
potássio (K) e fósforo (P), em ppm, iguais 30 e 0,5, respectivamente; a matéria orgânica de
1,4%; areia, silte e argila, em porcentagem, nessa sequência, foram iguais a: 66,5; 5 e 28,5.
Embora, a análise de solo indique uma possível necessidade de calagem, a mesma não foi
realizada devido a planta de feijão caupi ser considerada rústica; no qual, em condições de
solo ácido a planta de feijão caupi tem mostrado bom desenvolvimento.
O solo foi classificado como Latossolo Vermelho – Amarelo distrófico, textura
média com seus atributos químicos e físicos, típico de Cerrado (EMBRAPA, 2013).
46
2.2 A cultivar BRS Sempre Verde
O feijão caupi BRS Sempre Verde, de crescimento indeterminado, porte enramador,
com floração média aos 52 dias e ciclo médio de 75 dias, apresenta cor da semente esverdeada
(tipo sempre-verde) e folha globosa. Sua flor é roxa, a vagem imatura é de cor verde e quando
seca é amarela, com comprimento médio de 17 cm (FREIRE FILHO, 1994).
2.3 Implantação, condução, coleta e avaliação dos experimentos
Para a condução dos experimentos foram utilizados dois sistemas de cultivos
distintos, sendo o de Várzea irrigada no município de Formoso do Araguaia (Projeto Rio
Formoso), de junho a agosto de 2013 e o de Cerrado na Fazenda experimental da
Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, de janeiro a março de 2014. Em
ambos os trabalhos, foram utilizados apenas cultivar BRS Sempre Verde.
Nos sistemas de cultivos (Várzea e Cerrado), foram testados 6 tratamentos, dispostos
em esquema fatorial 2 x 3 (2 espaçamentos e 3 densidades de plantas), com quatro repetições,
utilizando-se o delineamento em blocos casualizados. Cada unidade experimental foi
constituída de quatro linhas de 4 m de comprimento, com espaçamentos de 0,35 m e 0,70 m
entre fileiras. A parcela útil, com 5,6 m2, para o espaçamento de 0,70 m e 2,8 m2 quando
usado 0,35 m entre linhas, formada por duas linhas centrais, excluindo-se, como bordadura, as
linhas externas. Os tratamentos foram: 4, 8 e 12 plantas por metro linear, para a cultivar
utilizada.
Na adubação de plantio para o sistema de cultivo do Cerrado, em Gurupi, foi
utilizado 300 kg ha-1 do formulado 5-25-15. Com cobertura aos 25 dias após emergência, na
dose de 90 kg ha-1 de nitrogênio (N), seguindo as recomendações de Ambrosano et al. (1996),
utilizando-se a ureia como fonte de N. Já no sistema de cultivo em Várzea, em Formoso do
Araguaia, a adubação de plantio foi feita com 100 Kg ha-1 do formulado 2-20-20, não sendo
realizada adubação de cobertura, entretanto as sementes foram inoculadas com a bactéria
Bradyrhizobium sp., na concentração de 3,0 x 109 células viáveis por ml g-1, a dosagem
utilizada foi de 100 ml g-1 para 25 kg de sementes. A semeadura e adubação foram realizadas
de forma manual em Gurupi e mecanicamente em Formoso. O desbaste das plantas foi aos 10
DAE, deixando a densidade desejável por metro linear, para cada tratamento.
O controle de plantas daninhas foi realizado, nos dois experimentos, manualmente
através de capina aos 30 dias após o plantio. Os tratamentos fitossanitários foram feitos com a
47
primeira aplicação aos 25 dias após o plantio (DAP) com o inseticida lambdacialotrina+clorantraniliprole com dose de 200 ml ha-1, inseticida de contato e ingestão, para o
combate de pragas e durante o ciclo da cultura, principalmente para o controle da vaquinha.
Foi utilizado também aos 40 DAP, o produto do grupo Acetamiprido, na dose de 250 g. p.c.
ha-1, inseticida sistêmico, para o controle de mosca branca. Sendo que em Formoso do
Araguaia foi utilizado ainda o inseticida do grupo Fenilpirazol de contato (Etiprole) de
concentração de 200 g L-1 na dosagem de 2 litros por hectare para o controle do tripes, em
duas aplicações, aos 20 dias e aos 40 dias após a germinação.
As características avaliadas foram florescimento (FLOR) em dias, observado quando
a planta atingiu mais de 50% de florescimento; diâmetro de caule (DC) em milímetros,
medido com paquímetro, a uma altura de 2 cm do solo; massa de cem grãos (MCG) em
gramas, pegando cem grãos aleatórios; produtividade (PROD) em quilogramas por hectare,
após correção da umidade para 13% e clorofila total (CLT), pelo índice de clorofila Falker
(ICF), determinado no estádio de florescimento pleno, sendo efetuadas na primeira folha
trifoliolada completamente desenvolvida, a partir do ápice da planta, em cinco plantas, e em
três folhas por planta, de uma das linhas centrais da área útil, realizadas no início da manhã
com clorofilômetro modelo Clorofilog CFL 1030 (FALKER, 2008).
Os dados foram submetidos à análise de variância, comparando as médias pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para as análises estatísticas foi utilizado o
programa computacional SISVAR – Sistema de análise estatística para microcomputadores
(FERREIRA, 2011).
48
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados a seguir foram apresentados e analisados de maneira isolada para cada
sistema de cultivo (Várzea e Cerrado). E discutidos apenas os que estatisticamente foram
significativos.
3.1 Sistema de Várzea – Projeto Rio Formoso
Na análise de variância (Tabela 1) é apresentado o quadrado médio das análises das
características avaliadas para o experimento de densidades e espaçamentos em sistema de
cultivo de Várzea.
Ao ser analisado a interação simples de densidade e espaçamento (Tabela 1),
verifica-se que não foi significativo, estatisticamente, para nenhuma das características
avaliadas.
E na análise isolada, Tabela 1, para a fonte de variação densidade não foi obtido
estatisticamente significância nas características avaliadas. E para a fonte de variação
espaçamento, apenas diâmetro de caule (DC) e massa de cem grãos (MCG) não foram
estatisticamente significativas.
Os coeficientes de variações apresentaram valores de baixos a alto, variando de 4,48
a 46,22% (Tabela 1), segundo Oliveira et al. (2009), mostrando que os dados experimentais
foram precisos e que os experimentos foram bem conduzidos. Pois mesmo apresentando um
coeficiente de variação considerado alto, está abaixo do valor máximo estabelecido por estes
autores.
49
Tabela 1: Resumo da análise de variância para as características, florescimento (FLOR),
diâmetro de caule (DC), massa de cem grãos (MCG), clorofila total (CLT) e produtividade
(PROD), para a cultivar BRS Sempre Verde, cultivada no sistema de Várzea , região sudoeste
do Estado do Tocantins, Formoso do Araguaia, entressafra 2013.
Quadrado Médio
FV
GL
DC
MCG
CLT
PROD
Densidade
2
2,0416 NS
0,2590 NS
3,5824 NS
9,7224 NS
25.862,47 NS
Espaçamento
1
32,6667*
0,7141 NS
0,0092 NS
105,6301*
4.272.977,9430*
Densid*Espac
2
1,0416 NS
0,7787 NS
0,0571 NS
20,5649 NS
371.416,2452 NS
Rep
3
4,1111
0,1924
4,5706
26,3813
256.154,0132
Erro
15
3,7444
0,3842
2,2095
11,0305
464,691,6495
43,1667
7,9075
20,7171
50,6820
1.474,8437
4,48
7,84
7,18
6,55
46,22
Média geral
CV (%)
NS
FLOR
não significativo; ** significativo para P < 0,01; * significativo para P < 0,05 pelo teste F.
As tabelas que serão apresentadas a seguir, contêm as características avaliadas que
foram estatisticamente significativas nos experimentos, juntamente com seus resultados,
comparações e discussões.
Para a característica florescimento (FLOR), Tabela 2, observou-se diferença
estatística para as médias de espaçamento, onde foi obtido maior dias para o florescimento
(44,33) com o espaçamento de 70 cm. Tal resultado pode ser explicado pelo fato que no
menor espaçamento as plantas terem maior competição fisiológica forçando um florescimento
mais cedo do que quando submetida à uma situação mais favorável ao seu desenvolvimento,
com menor competição. Estes dados corroboram com Costa et al. (2013) que encontraram
uma média de florescimento de 46 dias para a mesma cultivar estudada.
Ao analisar as médias, para a característica clorofila total (CLT), Tabela 2, foi
observado que houve diferença significativa entre as médias dos espaçamentos, onde o maior
espaçamento de 70 cm, obteve maior média de clorofila total (52,78 icf). Isso pode ser
explicado pela menor competição entre as plantas com um maior espaçamento, onde a
incidência de luz solar é maior, o que confere a planta maior absorção luminosa, bem como
teores de clorofila total mais elevados.
50
Tabela 2: Médias das características de florescimento (FLOR), Clorofila total (CLT) e
produtividade (PROD) em sistema de Várzea, região sudoeste do Estado do Tocantins,
entressafra 2013.
Espaçamentos
Florescimento – FLOR (dias)
35 cm
42,00 b
70 cm
44,33 a
Espaçamentos
Clorofila total – CLT (icf)
35 cm
48,58 b
70 cm
52,78 a
Espaçamentos
Produtividade – PROD (kg ha-1)
35 cm
1.896,79 a
70 cm
1.052,89 b
Médias seguidas das mesmas letras, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Para a característica produtividade (PROD), Tabela 2, observou-se que houve
diferença estatística entre as médias dos espaçamentos, sendo que a produtividade foi maior
para o espaçamento de 35 cm (1.896,79 Kg ha-1), equivalente a 80,15% maior que o
espaçamento de 70 cm entre linhas. Provavelmente, com a utilização de menor espaçamento
há tendência de maior número de plantas por hectare, o que pode levar a um aumento de
produtividade. Este trabalho corrobora com Costa et al. (2013) que ao utilizarem um
espaçamento de 80 cm entre linhas, encontraram uma produtividade de 756,36 Kg ha-1, para a
mesma cultivar, em Gurupi – TO.
3.2
Sistema de Cerrado – Fazenda experimental
Na análise de variância (Tabela 3) é apresentado o quadrado médio das análises das
características avaliadas para o experimento de densidades e espaçamentos em sistema de
cultivo de Cerrado.
Ao ser analisado a interação simples de densidade e espaçamento (Tabela 3),
verifica-se que apenas a característica diâmetro de caule (DC) foi significativo,
estatisticamente.
E na análise isolada, Tabela 3, para a fonte de variação densidade não foi obtido
estatisticamente significância nas características avaliadas. Segundo Bezerra et al. (2009) o
acréscimo na densidade de plantas de feijão caupi promove um aumento na produtividade.
51
Entretanto Bezerra et al. (2012), afirmam que ao alterar a população de plantas leva a
uma redução no diâmetro de caule, entretanto não influencia na massa de cem grãos. Os
resultados deste trabalho corrobora com Bezerra et al. (2012), embora discordem do citado
por Bezerra et al. (2009) para o ambiente de Cerrado.
Ao avaliar a fonte de variação espaçamento, foi observado que apenas diâmetro de
caule (DC) foi estatisticamente significativo. A não interação para as demais características
pode está associado à plasticidade das plantas de feijoeiro.
Os coeficientes de variações apresentaram valores de baixos a alto, variando de 2,02
a 43,36% (Tabela 3), segundo Oliveira et al. (2009), mostra que os dados experimentais foram
precisos e que os experimentos foram bem conduzidos. Pois mesmo apresentando um
coeficiente de variação considerado alto, está abaixo do valor máximo estabelecido por estes
autores.
Tabela 3: Resumo da análise de variância para as características, florescimento (FLOR),
diâmetro de caule (DC), massa de cem grãos (MCG), clorofila total (CLT) e produtividade
(PROD), para a cultivar BRS Sempre Verde, em sistema de Cerrado, região sul do Estado do
Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Quadrado Médio
FV
GL
NS
FLOR
DC
MCG
CLT
PROD
Densidade
2
0,1250NS
1,6669 NS
0,6721 NS
27,0667 NS
42.608,4988 NS
Espaçamento
1
0,6667 NS
3,2487**
0,2166 NS
4,9686 NS
20.533,5000 NS
Densid*Espac
2
0,2917 NS
3,6584**
1,0126 NS
3,6726 NS
9.567,8263 NS
Rep
3
0,7778
2,3385
0,4486
5,4345
34.870,7804
Erro
15
0,9444
0,6844
1,0562
8,5410
57.530,2512
Média geral
48,00
8,9529
17,3367
48,1267
533,1075
CV (%)
2,02
9,24
5,93
6,07
43,36
não significativo; ** significativo para P < 0,01; * significativo para P < 0,05 pelo teste F.
Para a análise da característica diâmetro de caule (DC), Tabela 4, observou-se que
houve diferença significativa apenas para o espaçamento de 35 cm entre as densidades de
plantas, obtendo maior valor com 4 plantas por metro linear (9,83 mm), não diferindo
estatisticamente para as demais densidades. E dentro dos espaçamentos, a diferença estatística
52
foi apenas para 8 plantas por metro linear, que encontrou maior DC com espaçamento de 70
cm.
Tabela 4: Médias da característica diâmetro de caule (DC) em função da densidade de plantas
e espaçamentos com a cultivar BRS Sempre Verde, em sistema de Cerrado, região sul do
Estado do Tocantins, Gurupi, safra 2013/2014.
Diâmetro de caule – DC (mm)
Espaçamentos/Densidades
4
8
12
35 cm
9,83aA
7,70bB
8,21aB
70 cm
9,12aA
9,67aA
9,16aA
Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas nas linhas e minúsculas, nas colunas, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
A variação no diâmetro de caule (Tabela 4), provavelmente está relacionado à
população de plantas utilizada, que variou de 114 a 180 mil plantas por hectare, com
espaçamento de 70 cm e uma variação de 114 a 342 mil plantas por hectare para o
espaçamento de 35 cm, podendo assim, serem consideradas como pouco denso para a cultivar
analisada. Bezerra et al. (2013), com feijão caupi, em uma população de plantas variando de
100 a 500 mil plantas por hectare, houve uma redução de 35,13% no diâmetro de caule. Esse
experimento evidencia que o diâmetro de caule para a cultivar avaliada, pode sofrer maiores
reduções quando a população de planta é aumentada consideravelmente.
53
4 CONCLUSÕES
4.1 Sistema de Várzea
As densidades de plantas por metro linear não tem influencia nos espaçamentos entre
linhas para a cultivar avaliada.
Com o espaçamento entre linhas de 70 cm as plantas de feijão caupi apresentam
maior clorofila total.
O espaçamento de 35 cm entre linhas proporciona uma maior produtividade.
4.2 Sistema de Cerrado
Há interação das densidades de plantas por metro linear com os espaçamentos entre
linhas para a característica diâmetro de caule.
A cultivar BRS Nova Era tem seu florescimento retardado com a utilização da
densidade de 10 plantas por metro linear.
Os espaçamentos entre linhas de plantio e as densidades de plantas por metro linear
não influenciam na produtividade.
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