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Célula
Introdução
Quem somos nós? De onde viemos? Para
onde vamos?
Essas são as grandes perguntas que perturbam a humanidade.
[...] Deus disse: “Pululem as águas de uma multidão
de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo
do firmamento dos céus.”
Ao longo dos séculos, várias hipóteses
foram formuladas, por filósofos e cientistas, na
tentativa de explicar como teria surgido a vida
em nosso planeta.
Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão
de seres vivos que enchem as águas, segundo a sua
espécie, e todas as aves segundo a sua espécie. E
Deus viu que isso era bom.
Portanto, antes de iniciarmos o estudo
da célula, unidade básica dos seres vivos, é
importante conhecermos as teorias sobre a
origem da vida.
(Gn 1: 11; 20)
Abordagem teórica
Chamamos de fixismo porque essa hipótese
admite que as espécies são imutáveis através
dos tempos, ou seja, não se modificam através
dos milhões e milhões de anos que se sucederam ao seu aparecimento neste planeta.
Panspermia
A origem da vida
Hipótese do fixismo ou da
criação especial
Creative Commons/Alice Popkorn.
Essa hipótese acompanha todas as narrações religiosas sobre a criação da vida na Terra,
como, por exemplo, a narração bíblica do Velho
Testamento, inserida em Gênesis.
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[...] Deus disse: “Produza a terra plantas, ervas que
contenham semente e árvores frutíferas que deem
fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua
semente.” E assim foi feito.
Essa hipótese foi criada pelo filósofo grego
do século V a.C., Anaxágoras, e admite a origem
extraterrena da vida. Ela diz: “A vida é formada
a partir de germes etéreos dispersos por todo o
Universo, que aguardam o instante propício para
o seu completo desenvolvimento”.
Essa hipótese não durou muito tempo, porque a própria ciência concluiu que esses minúsculos esporos encontrariam enormes variações
de temperatura e radiação, ao entrarem na Terra,
que impediriam sua sobrevivência. Além disso,
os cientistas concluíram que, se a vida na Terra
se originou de extraterrestres, a questão da origem da vida continuaria sem resolução. Afinal,
como teriam surgido os extraterrestres?
Paisagem como ilustração para a hipótese da
criação especial.
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Wikimedia Commons.
Shutterstock.
Abiogênese ou geração
espontânea
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Até o século XIX, imaginava-se que os seres
vivos poderiam surgir não só a partir do cruzamento entre si, mas também a partir da matéria bruta,
de uma forma espontânea. Essa ideia, proposta
há mais de 2 000 anos por Aristóteles, era conhecida por geração espontânea ou abiogênese.
Os defensores dessa hipótese supunham que
determinados materiais brutos conteriam um
“princípio ativo”, isto é, uma “força” capaz de
comandar uma série de reações que culminariam com a súbita transformação do material
inanimado em seres vivos.
O grande poeta romano Virgílio (70 a.C. - 19
a.C.), autor das Éclogas e da Eneida, garantia
que moscas e abelhas nasciam de cadáveres
em putrefação. Já na Idade Média, Aldovandro
afirmava que, do lodo do fundo das lagoas,
poderiam nascer patos e morcegos. O padre
Anastásio Kircher (1627-1680), professor de
Ciência do Colégio Romano, explicava a seus
alunos que do pó de cobra, espalhado pelo chão,
nasceriam muitas cobras.
No século XVII, o naturalista Jan Baptist van
Helmont (1577-1644), de origem belga, ensinava
como produzir ratos e escorpiões a partir de uma
camisa suada, germe de trigo e queijo.
Nesse mesmo século, começaram a surgir
sábios com novas ideias, que não aceitavam
a abiogênese e procuravam desmascará-la,
com suas experiências baseadas no método
científico.
Abiogênese X biogênese
Em meados do século XVII, o biólogo italiano Francesco Redi elaborou experiências que,
na época, abalaram profundamente a teoria da
geração espontânea. Colocou pedaços de carne
no interior de frascos, deixando alguns abertos
e fechando outros com uma tela. Observou que
o material em decomposição atraía moscas, que
entravam e saíam ativamente dos frascos abertos. Depois de algum tempo, notou o surgimento
de inúmeros “vermes” deslocando-se sobre
a carne e consumindo o alimento disponível.
Nos frascos fechados, porém, onde as moscas
não tinham acesso à carne em decomposição,
esses “vermes” não apareciam. Redi, então,
isolou alguns dos “vermes” que surgiram no
interior dos frascos abertos. Observando-lhes o
comportamento, notou que, após consumirem
avidamente o material orgânico em putrefação,
tornavam-se imóveis, assumindo um aspecto ovalado, terminando por desenvolver cascas externas
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Terra vista do espaço, como ilustração da hipótese da
panspermia.
duras e resistentes. Após alguns dias, as cascas
quebravam-se e, do interior de cada unidade,
saía uma mosca semelhante àquelas que haviam
pousado sobre a carne em putrefação.
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Wikimedia Commons.
A experiência de Redi favoreceu a biogênese,
teoria segundo a qual a vida se origina somente
de outra vida preexistente.
Experimento realizado por Francesco Redi.
Quando Anton van Leeuwenhoek (16321723), na Holanda, construindo microscópios,
observou pela primeira vez os micróbios, reavivou a polêmica sobre a geração espontânea,
abalando seriamente as afirmações de Redi.
Foi na segunda metade do século passado
que a abiogênese sofreu seu golpe final. Louis
Pasteur (1822-1895), grande cientista francês,
preparou um caldo de carne, que é um excelente
meio de cultura para micróbios, e submeteu-o
a uma cuidadosa técnica de esterilização, com
aquecimento e resfriamento. Hoje, essa técnica
é conhecida como “pasteurização”.
Louis Pasteur em laboratório.
Uma vez esterilizado, o caldo de carne era
conservado no interior de um balão “pescoço
de cisne”.
Devido ao longo gargalo do balão de vidro,
o ar penetrava no balão, mas as impurezas
ficavam retidas na curva do gargalo. Nenhum
microrganismo poderia chegar ao caldo de
carne. Assim, a despeito de estar em contato
com o ar, o caldo se mantinha estéril, provando
a inexistência da geração espontânea. Muitos
meses depois, Pasteur exibiu seu material na
Academia de Ciências de Paris. O caldo de carne
estava perfeitamente estéril. Era o ano de 1864.
A geração espontânea estava completamente
desacreditada.
1. Pasteur colocou caldo de carne
em um balão de vidro.
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2. Depois, usando calor, fabricou um
“pescoço em
S”.
4. A poeira contendo os micróbios ficou retida na curva e o caldo permaneceu
estéril por muito tempo.
5. “O fecho de ouro”! Pasteur inclina o vidro, de
modo que o caldo entre em contato com a poeira:
surgem micróbios no líquido.
O esquema de Louis Pasteur.
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3. Ferveu o caldo,
matando os micróbios.
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Célula
Domínio público.
Em 1665, Robert Hooke, um pesquisador
inglês, utilizando um microscópio bastante rudimentar, observou a cortiça (rolha, “casca” das
árvores) e notou que era formada por numerosos
compartimentos vazios.
Wikimedia Commons/James Leek.
Corte de cortiça vista ao microscópio – cada espaço observado no tecido
corresponde a uma célula.
Em latim, compartimento ou lugar fechado
é cella e o diminutivo é feito usando o sufixo
ulla, portanto, Hooke denominou o que viu de
célula.
Outros também fizeram descobertas importantes:
•• 1833, Robert Brown evidenciou a presença de um corpúsculo na célula, que
denominou de núcleo.
•• 1839, Matthias Schleiden e Theodor
Schwann formularam a primeira teoria
celular, que enunciava “Todos os seres
vivos são constituídos por células.”
Robert Hooke – pesquisador que criou o
termo célula, ao observar cortiça pelo microscópio.
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Domínio público.
•• 1858, Rudolf Virchow apresentou a ideia
de que “toda célula origina-se de outra
preexistente”.
Microscópio utilizado por Robert Hooke.
Com as conclusões desses e de outros
cientistas, podemos inferir que para termos um
ser vivo complexo, como o ser humano, é necessário que ele seja formado por células que,
quando se juntam e desempenham uma única
função, constituem o tecido; os tecidos se unem
formando os órgãos, que juntos constituem sistemas que formarão o organismo.
Sabendo que a célula forma todo e qualquer
ser vivo, podemos conceituá-la como:
É possível classificar as células de acordo
com a organização do seu núcleo em:
•• Procariontes: células em que o núcleo
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Célula: é a unidade morfofisiológica de todo
e qualquer ser vivo.
não é protegido por membrana, ou seja, o material genético fica solto no citoplasma.
Ex.: bactérias e cianobactérias (cianofíceas ou algas azuis).
•• Eucariontes: células em que o núcleo é protegido por membrana, ou seja, o material genético fica protegido. Destacam-se as células animais e as vegetais.
Ex.: células do corpo humano.
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1.Cápsula
1
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2.Parede celular
3.Membrana plasmática
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4.Citoplasma
5.Ribossomos
6.Mesossomo
7.DNA (nucleoide)
8.Flagelo
Exemplo de organismo procarionte (imagem fora da escala real).
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Célula animal – exemplo de organismo eucarionte (imagem fora da escala real).
1. Nucléolo
8. Retículo endoplasmático não granuloso
2. Núcleo (delimitado pela carioteca)
9. Mitocôndria
3. Ribossomo
10.Vacúolo
4. Vesícula
11.Citoplasma
5. Retículo endoplasmático granuloso
12.Lisossomo
6. Complexo golgiense
13.Centríolos
7. Membrana plasmática
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A célula pode ser dividida em três partes
fundamentais:
•• membrana plasmática;
Além de delimitar o conteúdo celular, as membranas podem executar outras funções e, para
isso, desenvolveram especializações, como microvilosidades, desmossomos e interdigitações.
•• núcleo.
Membrana plasmática
A membrana plasmática é uma estrutura que
está presente em todas as células procarióticas e
eucarióticas. A membrana delimita o conteúdo da
célula, separando o meio intracelular (interior da
célula) do meio extracelular (exterior da célula), e
é a principal responsável pelo controle da entrada
e saída de substâncias da célula.
A estrutura da membrana plasmática só
pode ser vista através do uso de microscópio
eletrônico. Usando técnicas de laboratório, os
pesquisadores descobriram que ela é formada
por proteínas, lipídios (gorduras) e glicídios (açúcares), portanto, podemos dizer que a membrana
plasmática é glicolipoproteica. Para poder mostrar
como os lipídios, glicídios e proteínas estavam
dispostos na membrana, os cientistas propuseram vários modelos, mas somente em 1972 Singer e Nicholson criaram um modelo, hoje aceito,
chamado de modelo mosaico fluido. Segundo
esse modelo, as membranas são formadas por
duas camadas de lipídios (bicamada de lipídios),
com proteínas embutidas na mesma, lembrando
um mosaico.
Proteínas
•• Microvilosidades : com a função de
aumentar a área de absorção celular,
a membrana celular cria projeções digitiformes (em forma de dedos). Essa
especialização pode ser encontrada
principalmente em células cuja função
é a de absorver substâncias, como, por
exemplo, as do intestino delgado.
•• Desmossomos: entre duas células adjacentes, formam-se placas densas e
filamentos de proteínas, que conferem
forte aderência entre elas.
•• Interdigitações: são saliências e reentrâncias das membranas celulares de células
vizinhas, que se encaixam umas nas outras, aumentando a coesão e facilitando
as trocas de substâncias entre elas.
Microvilosidades
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•• citoplasma;
Interdigitações
Desmossomos
Glicocálix
hemidesmossomos
Especializações da membrana plasmática (imagem
fora da escala real).
Camada
fosfolipídica
Membrana plasmática em corte (imagem fora da
escala real).
Outras especializações da membrana plasmática
Parede celular
É uma estrutura de constituição complexa, rígida, formada principalmente pela
celulose (polissacarídeo) e pectinas (polissacarídeos com aminoácidos). Enquanto
a celulose garante a rigidez da parede, a
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Proteína
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Especializações da membrana
pectina garante flexibilidade e elasticidade,
e também adesão entre as células vizinhas.
A PC está presente nas células dos vegetais, das bactérias e dos fungos. Porém, a
PC dos fungos é constituída pela quitina,
polissacarídeo semelhante à celulose.
Em células jovens, a PC é bastante tenra,
delgada e flexível. Nas adultas, é bastante
resistente.
Entre as duas PC de células vegetais
formam-se poros chamados plasmodesmos, por onde circulam substâncias.
Plasmodesmos
Os plasmodesmos são aberturas presentes nas células vegetais, que permitem
a passagem do citoplasma entre elas. Podemos dizer que nos plasmodesmos se formam pontes citoplasmáticas, importantes
para a nutrição e transporte de substâncias
da planta.
Glicocálix
Estrutura presente na superfície da
membrana das células animais. Constitui-se basicamente de glicoproteínas. Cada
glicocálix é único, ou seja, cada glicocálix
é uma identidade. O glicocálix tem função
antigênica, ou seja, funciona do mesmo
modo que os antígenos, determinando uma
identidade química à célula.
(FERNANDES, R; PIMENTEL, F. Citologia: membrana. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007. 278 p. (SAE – Ensino Médio
– 1a série.))
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Transporte de substâncias da
membrana
A célula não é totalmente isolada pela
membrana plasmática, ela precisa de substâncias do meio externo, assim como, também,
eliminar substâncias tóxicas que produz. Esse
processo de entrada e saída de substâncias
é chamado de permeabilidade seletiva. Esse
fluxo de substâncias pode ou não desprender
energia. De acordo com esse critério, podemos
distinguir dois tipos fundamentais de transporte:
passivo e ativo.
Transporte passivo
Tipo de transporte que não necessita de
consumo de energia, a membrana permite a livre
passagem de substâncias, não apresentando
caráter seletivo. O transporte passivo pode ser:
difusão e osmose.
•• Difusão: movimento de moléculas, como,
por exemplo, sais minerais e gases,
pela membrana. Esse movimento é mais
intenso no sentido da região onde há
maior concentração de moléculas para
onde a concentração é menor. A difusão
pode ser simples ou facilitada. Ela é dita
simples quando ocorre através de poros
presentes na membrana; e é considerada
facilitada quando o soluto necessita de
uma proteína transportadora para atravessar a membrana.
•• Osmose : passagem espontânea do
solvente (geralmente a água) através
de uma membrana semipermeável, do
meio menos concentrado para o meio
mais concentrado. O meio menos concentrado é chamado de hipotônico, e o
meio mais concentrado é chamado de
hipertônico, por isso podemos dizer que
a osmose é a passagem de solvente do
meio hipotônico para o meio hipertônico.
A osmose é muito comum quando, por
exemplo, ao ficarmos algum tempo no
mar, notamos que as pontas dos dedos
ficam enrugadas, isso acontece porque
perdemos água do nosso corpo para o
mar, pelo fato de que nosso corpo é menos concentrado em sal que o mar.
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Esquema de osmose em célula animal – hemácia
(imagens fora da escala real).
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
K
K
K
K
K
K
K
K
K
Estímulo
K
K
K
K
K
K
K
K
K
K
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Na
Encontramos mais íons potássio dentro do
neurônio do que fora, e também encontramos
mais íons sódio fora da célula do que dentro;
quando o estímulo passa, há uma inversão, ou
seja, íons potássio saem da célula e íons sódio
entram, para que logo depois da passagem do
estímulo voltem ao estado inicial.
Transporte ativo
Endocitose
No transporte ativo, ao contrário do passivo,
há um gasto de energia. Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio (Na+) e potássio
(K+).
A endocitose corresponde à entrada de substâncias de alto peso molecular e, em alguns casos,
de células inteiras.
•• Bomba de Na+ e K+: esse transporte verifica-se em células nervosas (neurônios), é
assim que os estímulos passam por elas.
Quando temos um estímulo, por exemplo, uma batida no pé, a dor passará de
neurônio para neurônio até ser analisado
e respondido com a contração da perna.
Esse estímulo passará pelo interior do
neurônio, trocando os íons potássio pelos
íons sódio, como mostra o esquema.
A endocitose envolve basicamente dois processos: fagocitose e pinocitose.
Fagocitose: processo de englobamento de
partículas sólidas, através de pseudópodos.
Pinocitose: processo de englobamento de
substâncias líquidas ou de partículas dissolvidas
em um meio líquido.
É um fenômeno observado na maioria das células, e serve principalmente para a alimentação.
Pequenas partículas
dissolvidas em água
Bactéria
Membrana plasmática
envolve o material a ser
ingerido
Pseudópode
Citoplasma
Núcleo
Fagossomo
Membrana plasmática
sofre a invaginação e
engloba o material a
ser ingerido
Pinossomo
IESDE Brasil S.A.
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Na
Citoplasma
Núcleo
Esquema dos processos de endocitose (imagens fora da escala real).
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Meio externo
isotônico com meio
interno: hemácia
normal. A quantidade de água que
entra na célula é
igual à que sai,
havendo equilíbrio.
Colocando-se a
célula em meio
externo muito
hipotônico, ocorre
entrada de água
na célula, que
se rompe (lise
celular). IESDE Brasil S.A.
Colocando-se
a célula em
meio externo
hipertônico, há
perda de água
pela célula,
que se torna
murcha.
Exocitose
A exocitose, também chamada de clasmocitose, é a eliminação de substâncias da célula para
seu exterior. É um processo essencial para a célula, pois mantém seu equilíbrio.
Para saber mais
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de um milhão de crianças
morrem devido à desidratação causada pela diarreia. No final dos anos 1970, esses números eram alarmantes, chegando a cinco milhões de crianças, naquele ano (Unicef, 2005).
A diarreia é um dos sinais clínicos de distúrbios gastrointestinais, e é caracterizada por um
aumento tanto do volume de fezes como da frequência de defecação.
Em casos de diarreia aguda, a simples ingestão de água não é uma medida eficiente para
evitar a desidratação, pois o rápido movimento da água nos tubos digestivos impede que ela
seja absorvida pelos tecidos das células.
Pesquisadores da Índia e Bangladesh descobriram, em 1968, uma solução contendo
quantidades adequadas para as células das paredes intestinais. Dessa maneira, alguém
sofrendo de diarreia poderia repor líquidos e sais, ingerindo essa solução. Isso contornaria
a necessidade de hidratação através da injeção intravenosa, um processo invasivo que pode
causar transtorno às crianças.
Desde 1980, o Unicef, em sua campanha para salvar vidas de crianças, distribui em
mais de 60 países envelopes contendo uma mistura de sais para reidratação oral (ORS, oral
rehydration solution). Esse envelope possui uma constituição química conhecida: cloreto de
sódio (2,6g/L), glicose (13,5g/L), cloreto de potássio (1,5g/L) e citrato de sódio (2,9g/L). Com
o intuito de ampliar a abrangência de sua campanha, o Unicef divulga o uso de uma solução
líquida feita em casa, o conhecido “soro caseiro”. Este deve ser feito dissolvendo-se em um
copo de água filtrada um punhado de açúcar (~12 g) e uma pitada de sal (~1,5g) e administrado à criança com diarreia a cada meia hora. São substâncias do cotidiano, disponíveis em
todas as casas e é uma solução de fácil preparação. Outra vantagem desse método é que
podem ser administradas pelas mães ou agentes de saúde.
No entanto, por que essa mistura de substâncias tão comuns é capaz de salvar vidas de
crianças em alto grau de desidratação?
O processo envolvido nessa questão é o que chamamos de osmose, que é a passagem de
um solvente através de uma membrana semipermeável que separa duas soluções de diferentes
concentrações. Assim, o soro para reidratação oral possui uma determinada concentração de
substâncias que permitem que uma grande quantidade de água atravesse a parede do tubo
digestivo para o meio extracelular, reidratando assim a criança.
(VIEIRA, Herberth Juliano; FIGUEIREDO-FILHO, Luiz Carlos Soares de; FATIBELLO-FILHO, Orlando. Revista Química Nova na Escola,
n. 26, nov. 2007. Adaptado.)
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Exercício resolvido
1. Dê duas diferenças entre os processos de
pinocitose e fagocitose.
``
Solução:
Fagocitose – entrada de substâncias sólidas,
ocorre um englobamento.
Pinocitose – entrada de substâncias líquidas,
ocorre uma invaginação.
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Exercícios de aplicação
4. É comum quando tomamos banho de mar
que as pontas dos dedos fiquem enrugadas.
Explique como isso acontece.
1. Desde a Antiguidade, o salgamento tem sido
usado como recurso para evitar a putrefação
de alimentos, como a carne de boi, de porco
e de peixe. Explique o mecanismo através do
qual o salgamento preserva os alimentos.
2. As bananas mantidas à temperatura ambiente deterioram-se, em consequência da
proliferação de microrganismos. O mesmo
não acontece com a bananada, conserva
altamente açucarada produzida com essa
fruta.
a) Explique, com base no transporte de
substâncias através da membrana plasmática, por que bactérias e fungos não
conseguem proliferar em conservas com
alto teor de açúcar.
5. Explique a afirmação: “É bom comer banana
porque esta contém potássio e potássio faz
bem para a memória”.
6. Através do processo de pinocitose, a célula:
a) elimina excretas.
b) engloba material.
c) secreta substâncias.
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d) emite pseudópodos.
b) Dê exemplo de outro método de conservação de alimentos que tenha por base
o mesmo princípio fisiológico.
3. A diversidade dos seres vivos é muito
grande. Ao mesmo tempo, os seres vivos
são extremamente parecidos em muitos
aspectos. Discuta essa afirmativa à luz da
teoria celular.
e) sofre divisão.
Questões de
processos seletivos
1. (OSEC-SP) As células possuem uma membrana plasmática que as separa do meio
exterior. Essa membrana é formada por:
a) fosfolipídios, apenas.
b) fosfolipídios e proteínas.
c) proteínas, apenas.
e) ácidos carboxílicos.
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E_EM_1_BIO_001
d) lipídios.
a) microvilosidades.
b) plasmodesmos.
c) desmossomos.
d) vilosidades.
e) interdigitações.
3. (UFSC) Uma das propriedades fundamentais
da membrana plasmática é sua permeabi­li­
da­de seletiva. Vários processos de passagem de substâncias através da membrana
são conhecidos. Pode-se afirmar, a respeito
deles, que:
01) A osmose é a passagem de solvente
do meio mais concentrado para o meio
menos concentrado.
02) Todo transporte de substâncias através da membrana envolve gasto de
energia.
04) A difusão é facilitada quando envolve a
presença de moléculas transportadoras
específicas.
08) O transporte ativo é caracterizado pela
passagem de soluto contra gradiente
de concentração e em presença de
moléculas transportadoras.
Soma ( )
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4. (PUC-SP) Sabe-se que as células epiteliais
acham-se fortemente unidas, sendo necessária uma força considerável para separá-las. Isto se deve à ação:
a) do ATP, que se prende às membranas
plasmáticas das células vizinhas.
b) da substância intercelular.
c) dos desmossomos.
d) dos centríolos.
e) dos cromossomos.
5. (PUC Minas) Macrófagos eliminam células
debilitadas e restos celulares, realizando
importante serviço de limpeza de nosso
corpo, eliminando grande quantidade de
glóbulos vermelhos senescentes por dia.
Esse processo é chamado:
a) exocitose.
b) pinocitose.
c) clasmocitose.
d) fagocitose.
e) autólise.
6. (OMEC-SP) No fenômeno da osmose:
a) o solvente move-se do meio hipertônico
para o hipotônico.
b) o solvente move-se do meio hipotônico
para o hipertônico.
c) o soluto move-se do meio hipotônico
para o hipertônico.
d) o soluto move-se do meio hipertônico
para o hipotônico.
e) o solvente move-se do meio mais concentrado para o menos concentrado.
7. (UFMG) O esquema abaixo representa a
concentração de íons dentro e fora dos
glóbulos vermelhos.
plasma
membrana plasmática
glóbulo vermehlo
K+
K+
K+
K+
plasma
Na+
Na+
Na+
Na+
IESDE Brasil S.A.
2. (UEL - PR) Em algumas células, a membrana
plasmática apresenta determinadas especializações ligadas à função desempenhada
pela célula. As evaginações da membrana,
que ocorrem em certos epitélios, como
o do intestino delgado, com a função de
aumentar a superfície de contato com os
alimentos e, consequentemente, garantir
uma absorção eficiente, são chamadas:
A entrada de K+ e a saída de Na+ dos glóbulos vermelhos podem ocorrer por:
a) transporte passivo.
b) plasmólise.
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c) osmose.
d) difusão.
A seta 1 indica:
a) lipídio.
e) transporte ativo.
b) proteína.
c) carboidrato.
8. (UFCE) Indique as alternativas corretas,
relativas às membranas celulares:
01) Tanto as células eucarióticas como as
procarióticas apresentam uma membrana plasmática.
02) O controle da entrada e saída de substâncias e a proteção mecânica do conteúdo celular são alguns dos papéis da
membrana plasmática.
d) ácido nucleico.
e) actinomiosina.
10.(CESGRANRIO-RJ) No desenho abaixo, observamos três tubos de ensaio contendo
soluções de diferente concentração de NaCl,
e as modificações sofridas pelas hemácias
presentes no seu interior. Em relação a este
desenho, assinale a alternativa correta:
04) Tanto os desmossomos como as interdigitações têm papel importante na
coesão entre células vizinhas.
08) As microvilosidades são dobras da
membrana plasmática que reduzem
a eficiência de absorção do alimento
digerido.
32) Dois exemplos clássicos de transporte
ativo são a difusão e a osmose.
64) Qualquer processo de captura através
do envolvimento de partículas pela célula é chamado endocitose.
Soma ( )
9. (VUNESP-SP) O esquema abaixo apresenta
o mosaico fluido, que atualmente é o mais
aceito para a membrana celular.
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a) Em 1, a solução é isotônica em relação
à hemácia; em 2, a solução é hipertônica em relação à hemácia; e em 3, a
solução é hipotônica em relação à hemácia.
b) As hemácias em 1 sofreram alteração
de volume, porém em 2 ocorreu plasmólise, e em 3 turgência.
c) Considerando a concentração isotônica
de NaCl = 0,9%, a solução 2 certamente
possui uma concentração de NaCl inferior a 0,9% e a solução 3 uma concentração de NaCl superior a 0,9%.
d) As hemácias do tubo 2 sofreram perda
de água para a solução, enquanto que
as do tubo 3 aumentaram seu volume,
depositando-se no fundo.
e) A plasmólise sofrida pelas hemácias do
tubo 2 ocorreu em razão da perda de
NaCl para o meio.
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E_EM_1_BIO_001
16) Duas características do transporte ativo
são: 1. pode ocorrer contra um gradiente de concentração; 2. depende do
fornecimento de energia pela célula.
Gabarito
Exercícios de aplicação
6. B
7. E
1. Colocando sal na carne, tornamos o meio
externo mais concentrado, fazendo com que
saia água da carne, dificultando a invasão de
microrganismos que irão decompô-la.
2. a) Aumentando a concentração com o açúcar, a bananada perde água, dificultando a
proliferação de microrganismos.
8. 87 (01 + 02 + 04 + 16 + 64)
9. B
10.C
b) A preparação de carne-seca.
3. Segundo Schleiden e Schwann, todos os
seres vivos são formados por células.
4. Isso acontece porque a água do mar é um
meio mais concentrado do que o nosso corpo e, portanto, pelo fenômeno da osmose, o
nosso corpo perde água para o mar, o que
deixa os dedos enrugados.
5. O potássio da banana vai ajudar na transmissão dos estímulos nervosos, através do
transporte ativo da membrana, denominado
bomba de sódio e potássio.
6. B
Questões de
processos seletivos
1. B
2. A
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3. 12 (04 + 08)
4. C
5. D
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