LITOSFERA A litosfera é a capa rígida que reveste nosso planeta, englobando a crosta dos continentes, a crosta oceânica e a parte superior do manto. Sob a litosfera, o interior do planeta divide-se em manto, núcleo externo e núcleo central. Ainda há muito para saber sobre o interior da Terra. O poço de petróleo mais profundo penetra cerca de 10 km na crosta, mas o centro do planeta está a 6,4 mil km. O pouco que a ciência registra sobre o assunto vem de indícios, como as análises dos terremotos e da lava expelida pelos vulcões, além do estudo dos meteoritos, fragmentos de corpos similares à Terra. Por tais indícios, os geólogos e geofísicos sabem que o manto é sólido e constituído por silicatos e o núcleo do planeta, composto de ferro sólido, cercado por uma camada de ferro derretido (núcleo externo), a uma temperatura aproximada de 5,5 mil célsius, quase tão quente quanto a superfície do Sol. O deslocamento do ferro líquido ao redor do núcleo sólido cria o campo magnético do planeta, que é percebido pelas bússolas. Esse campo funciona como um escudo invisível que protege a Terra, desviando o vento solar – partículas energizadas lançadas pelo Sol. Essas partículas, quando atingem o campo magnético terrestre, são desviadas em direção aos polos e dão origem às auroras boreais (no norte) e austrais (no sul). A crosta é porção externa da Terra, a mais delgada de suas camadas e a que conhecemos melhor. Ela é tão fina em relação ao restante do planeta que pode ser comparada à casca de uma maçã em relação à maçã inteira. Embora seja composta de material rochoso, portanto sólido e aparentemente de grande resistência, é, na verdade, muito frágil. Sua espessura é variável, sendo maior onde há grandes montanhas e menor nas fossas oceânicas. Sob os oceanos, a crosta costuma ter cerca de 7 km de espessura; sob os continentes, ela chega a 40 km em média. As espessuras extremas estão em 5 e 70 quilômetros. Está dividida em crosta continental e crosta oceânica, com composições diversas e espessuras diferentes. A crosta continental é formada essencialmente de silicatos aluminosos (por isso era antigamente chamada de sial) e tem uma composição global semelhante à do granito. Mede 25 a 50 km de espessura e as ondas sísmicas primárias nela propagam-se a 5,5 km/s. A crosta oceânica é composta essencialmente de basalto, formada por silicatos magnesianos (por isso antigamente chamada de sima). Tem 5 a 10 km de espessura e é mais densa que a crosta continental por conter mais ferro. As ondas sísmicas têm nela velocidade de 7 km/s. Quase metade (47%) deste envoltório da Terra é composta de oxigênio. A crosta é formada basicamente de óxidos de silício, alumínio, ferro, cálcio, magnésio, potássio e sódio. A sílica (óxido de silício) é o principal componente, e o quartzo, o mineral mais comum nela. A crosta está dividida em muitos fragmentos, as placas tectônicas. Há 250 milhões de anos, todos os contentes estavam unidos, formando uma só massa continental, a Pangeia. Essa massa começou a se fragmentar e ao longo de algumas centenas de milhões de anos deu origem aos continentes e oceanos atuais. As placas flutuam sobre o manto, mais precisamente sobre a astenosfera, uma camada plástica situada abaixo da crosta. Movimentam-se continuamente, alguns centímetros por ano. Em algumas regiões do globo, duas placas se afastam uma de outra e em outros, elas se chocam. Logo abaixo da crosta, está o manto, que é a camada mais espessa da Terra. Ele possui uma espessura de 2.950 quilômetros e formou-se há 3,8 bilhões de anos. Na passagem da crosta para o manto, a velocidade das ondas sísmicas sofre brusca elevação. Essa característica é usada para marcar o limite entre uma camada e a outra, e a zona onde ocorre a mudança é chamada de Descontinuidade de Mohorovicic, em homenagem ao cientista que a descobriu, em 1910. O manto divide-se em manto superior e inferior. O superior tem, logo abaixo da crosta, uma temperatura relativamente baixa (100°C) e uma consistência similar à da camada acima, com velocidade de ondas sísmicas de 8,0 km/s. No manto inferior, porém, esta velocidade aumenta para 13,5 km/s, com temperatura bem mais alta, chegando a 2.200°C (3.500°C segundo outros autores) perto do núcleo. Essa diferença na velocidade sísmica traduz uma mudança na composição química das rochas. De fato, os minerais que compõem o manto são muito ricos em ferro e magnésio, destacando-se os piroxênios e as olivinas. As rochas dessa porção da Terra são principalmente peridotitos, dunitos e eclogitos, pobres em silício e alumínio quando comparadas com as rochas da crosta. Abaixo de 100 km de profundidade, o manto mostra sensível redução na velocidade das ondas sísmicas. Como não há grande variação na composição química das rochas, essa redução da velocidade significa que abaixo de 100 km as rochas estão parcialmente fundidas, o que diminui bastante sua rigidez. A crosta, juntamente com a porção rígida do manto, é chamada de litosfera (esfera rochosa). Já a parte do manto de baixa velocidade e bem mais quente (até 870°C) é chamada de astenosfera (esfera sem força). É ela quem permite às placas tectônicas se movimentarem. Essas placas são, portanto, pedaços de litosfera, não de crosta apenas.