MAMÍFEROS MARINHOS E MHC: VARIABILIDADE GENÉTICA EM TRÊS ESPÉCIES DA COSTA DO SUL DO BRASIL. 1Heinzelmann L, 2Ott PH, 3Secchi ER, 4 Zaha A, 1,5Haag, KL. 1Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular UFRGS [email protected] , 2Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul – GEMARS, 3Laboratório de Mamíferos Marinhos, Museu Oceanográfico "Prof. Eliézer C. Rios", Rio Grande, Brasil. 4Centro de Biotecnologia – UFRGS, 5Departamento de Genética - UFRGS. [email protected] Os genes do MHC (Major Histocompatibility Complex) compõem um sistema genético importante para a sobrevivência de espécies ameaçadas, uma vez que sua baixa variabilidade tem sido associada a uma menor capacidade de resposta a doenças e diminuição do sucesso reprodutivo. Neste trabalho, está sendo investigada a variabilidade genética no MHC para três espécies de mamíferos marinhos (a toninha, Pontoporia blainvillei, a baleia franca austral, Eubalaena australis e o lobo marinho Sul Americano, Arctocephalus australis) do sul do Brasil com intensa mortalidade provocada por atividades humanas atuais ou passadas. O estabelecimento do grau de polimorfismo desses genes para as espécies estudadas permitirá inferências a respeito da vulnerabilidade de suas populações e poderá auxiliar na compreensão do seu "status" de conservação, bem como sobre seu grau de erosão genética. As amostras coletadas de animais mortos encalhados, capturados acidentalmente por embarcações pesqueiras ou através de um sistema de biópsia, tiveram a região variável do exon 2 do gene DQb do MHC amplificada por PCR. O fragmento resultante (172 pb) foi analisado quanto a polimorfismos de seqüência através da técnica de SSCP utilizando o sistema GenePhor (Pharmacia Biotech). Até o momento, 54 amostras de toninha, 35 de lobo marinho Sul Americano e 10 de baleia franca austral foram analisadas. Para a toninha, não foi detectada nenhuma variação no padrão de bandas de SSCP nos 54 indivíduos analisados. Essa ausência de variabilidade foi corroborada através do seqüenciamento manual da região amplificada de três indivíduos. A diminuição do tamanho populacional devido à alta incidência de capturas acidentais e a perda de variabilidade como provável conseqüência deste processo, pode ser uma das explicações para este resultado. A baleia franca austral e o lobo marinho Sul Americano apresentaram variação, mas os níveis desta variação serão determinados após a análise completa das amostras (n=30 para E. australis e n=35 para A. australis). Órgão Financiador : CAPES; Fundação o Boticário de Proteção a Natureza