N&N Negócios & Novidades JP 2 Sábado e domingo, 15 e 16 de agosto de 2009 Astrologia no meio empresarial Segundo astrólogo Ivan Freitas, empresas analisam mapa astral para contratar funcionários e escolher suas funções > ONEIDE TEIXEIRA A astrologia está sendo utilizada no meio empresarial como alternativa rápida de investigação do perfil dos candidatos a vaga de emprego. Em Cachoeira do Sul ainda não há informações, mas sabese que empresas do centro do país já estão avaliando o mapa astral de seus futuros e atuais funcionários. A análise é feita a partir de um mapa astrológico, que se baseia na data, horário e local de nascimento da pessoa. Esse mapa fornece informações sobre a personalidade, aspectos de saúde, habilidades, defeitos, como num raio X psicológico. Além disso, aponta possibilidades e dificuldades nos campos afetivo, profissional e familiar. É possível ainda usar as informações do mapa para investigar questões pontuais, como uma mudança de emprego ou a escolha de um profissional para um cargo. “Por isso se chama mapa, pois serve para ir de um lugar para outro com segurança”, diz o professor astrólogo Ivan Freitas, delegado regional do Sindicato dos Astrólogos do Estado de São Paulo. Com a utilização desse novo recurso de investigação profissional deve aumentar as oportunidades de emprego para os astrólogos. Também chamados de cosmoanalistas, segundo o código brasileiro de profissões, os astrólogos orientam pessoas e organizações privadas ou públicas e fazem previsões com base na interpretação de configurações astrológicas. Pesquisam e elegem momentos e locais precisos para diversos objetivos. Podem ministrar cursos, dar consultoria e atuar nos meios de comunicação. FORMAÇÃO - Entre as instituições para a formação de astrólogos está a Escola Superior de Astrologia Astro Service - Academia de Cosmoanálise e Ciências Naturais de Porto Alegre. A escola oferece curso básico e de graduação na área de astrologia e autoconhecimento, com mensalidades que variam de R$ 120,00 a R$ 150,00. Fica na Avenida Cruz Alta, 326. Telefones (51) 33770004 e (51) 9174-4491. Entrevista Apesar da atividade ser reconhecida como profissão pelo Ministério do Trabalho desde 1977 e contar com órgãos de informação e sindicatos regionais, os astrólogos ainda buscam reforçar a diferenciação em relação a outras técnicas de investigação e até de práticas adivinhatórias. Confira a entrevista com o professor e astrólogo Ivan Freitas, delegado regional do Sindicato dos Astrólogos do Estado de São Paulo. >> O que é um astrólogo? “É um consultor ou um coaching, como se diz atualmente. Misto de psicólogo, padre, que ouve e tem de ter as ferramentas para poder dar uma orientação com uso do mapa astrológico, cuja função é orientar todo o tipo de informação. Diferente da psicologia, oferece respostas rápidas. É como fazer terapia com alguém que não precisa perguntar tudo sobre a sua vida para saber as respostas”. >> Qual área tem oferecido boas oportunidades de trabalho aos astrólogos? “Consultoria a empresas ou pessoas físicas que procuram respostas rápidas e não têm tempo para longos processos de consultoria ou seis meses de terapia. Nas empresas, há sete anos começou um trabalho em parceria com departamentos de recursos humanos, que pedem a análise do mapa dos funcionários para escolha de novas funções”. >> Qual formação mínima exigida de um astrólogo? “Pelo menos um ano de curso. A Ordem Nacional dos Astrólogos e Cosmoanalistas reconhece que a formação mínima engloba 300 horas de curso, além da especialização”. >> Como escolher um bom profissional? “É importante verificar o tipo de curso feito. Há muitos cursos para autoconhecimento e os de formação, que é dividido em três gurus? “Desconfie de uma abordagem ligada ao místico, ao sobrenatural e que tenha aura de mistério. Deve ser algo próximo a um bate-papo com alguém que há muito tempo te conhece. A astrologia foi cercada de muito mistério, pois era algo reservado a reis, príncipes e papas, o que era chamado de astrologia de gabinete, para quem tinha poder, e não para as massas. Mas hoje, para desmistificar, há escolas, cursos, palestras”. partes: básico, avançado e de plena formação. Por isso não se deve buscar referências apenas na mídia ou pelo site do profissional. É bom seguir o bom e velho boca a boca”. >> E quando não existiam escolas e nem cursos superiores de Astrologia? Como os astrólogos eram formados? “Os astrólogos formados há 20 anos começaram a aprender de maneira autodidata ou tendo aulas particulares com outros profissionais, pois não havia literatura em português sobre este assunto. Hoje já há escolas e até universidades de astrologia em São Paulo e no Rio Grande do Sul”. >> Astrólogos devem ter aura de mistério ou parecer com >> Muitos astrólogos também oferecem terapias alternativas. A astrologia pode ser combinada a outras técnicas? “Pode, mas o faz-tudo não é legal, pois astrologia é o tipo de estudo que demanda dedicação integral. Quanto mais você sabe, mais sabe que não sabe nada. Quem me procura no consultório quer saber de astrologia. O profissional pode até conhecer outras terapias, mas o perigo é ter estudado tudo e não saber nada. É recomendado fazer faculdade de Psicologia ou ler muito sobre o assunto”. >> Quais os principais desafios da profissão? “Esclarecer que um profissional não precisa cobrar caro para ser bom. É melhor sempre buscar referências. E também não acredito em pagar uma pessoa para passar a mão na sua cabeça. Não parece ser essa a função de alguém com todas as informações da sua vida”.