UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA A FORMAÇÃO DE PREÇOS NA PEQUENA EMPRESA Por: Márcia Valéria Vieira Souza Orientador Prof. Jorge Tadeu V. Lourenço, D. Sc Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS NA PEQUENA EMPRESA Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: . Márcia Valéria Vieira Souza 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus acima de tudo, ao meu filho, meu marido, pais, irmão, professores e amigos pelo incentivo dado sem o qual não teria vencido este desafio. 4 DEDICATÓRIA Dedico ao compreender ausência. meu filho meus Gabriel, por momentos de 5 RESUMO O objetivo desta monografia é identificar a importância da contabilidade de custos nos processos de precificação de mercadorias em pequenas empresas. Pretende-se analisar os métodos de formação de preços, o controle de custos e a forma de atuação para determinar o preço ideal do produto ou serviço. Os resultados elencados demonstraram que a contabilidade de custos permite o gerenciamento das contingências internas relativas aos gastos da empresa. Os custos ocupam um lugar de destaque na gerência financeira por que permite a análise dos indicativos diretos para a formação de preços com base em custos. Quando se sabe quanto custa um produto ou serviço, certamente ficará mais fácil decidir sobre um preço justo que possa ser considerado de forma a almejar a satisfação da clientela e da empresa. 6 METODOLOGIA A metodologia do estudo orientou pela pesquisa bibliográfica e exploratória centrada nas contribuições teóricas de vários autores que realizaram artigos e dissertações sobre o uso da contabilidade de custos na formação de preços ao consumidor. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Contabilidade de Custos 11 CAPÍTULO II - Classificação dos Custos 19 CAPÍTULO III – Métodos de Custeio 24 CAPÍTULO IV – Formação de Preços 34 CAPÍTULO V – Equívocos na Formação de Preços 47 CONCLUSÃO 51 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53 ÍNDICE 55 FOLHA DE AVALIAÇÃO 56 8 INTRODUÇÃO Na economia globalizada de hoje, as pequenas empresas enfrentam acirrada competição das organizações de grande porte, de forma que a formação de preços é fundamental para determinar o andamento financeiro. Nesse processo, o conhecimento sobre a contabilidade de custos e as variáveis que podem ajudar a definir os preços são ferramentas de grande valor. A contabilidade de custos permite ao pequeno empreendedor a elaboração de planejamento geral dos preços, a partir dos dados financeiros e gerenciais da formação dos preços, tendo como produto final para o empresário a visualização atual de sua empresa, sua viabilidade e um delineamento do seu futuro. O processo de administração de pequenas empresas exige o conhecimento dos custos e formação do preço de venda ao consumidor. Essa ações de avaliação financeira envolvem a apropriação dos custos e discernimento entre custos fixos e variáveis e análise da estrutura de custos da empresa a fim de se determinar com base na realidade, uma formação de preços que seja alta demais, que possa afugentar a clientela ou excessivamente baixo, a ponto de não cobrir as despesas gerenciais ou dá prejuízos. O objetivo desse estudo é demonstrar a importância da contabilidade de custos como ferramenta para a orientação na formação de preços nas pequenas empresa. Pretende-se identificar as variáveis mais utilizadas e meios e recursos necessários para este procedimento financeiro e operacional que exige metodologia adequada para a definição e aplicação na formação de preços. 9 Justifica-se a realização deste estudo com base nos pressupostos de que a contabilidade de custo se constitui em ferramenta eficaz na formação de preços nas pequenas empresas, um aspecto administrativo-financeiro importante no crescente desenvolvimento da competitividade e a dificuldades dos pequenos empreendimentos de se manterem no mercado, a partir de padrões aceitáveis de preços de mercado. Considerando-se que a fixação de preços compatíveis com as exigências do mercado e, ao mesmo tempo, a obtenção de lucros, garante a sobrevivência do negócio. Desta forma, a contabilidade de custos na formação de preços oferece métodos eficazes para avaliar as formas de vender a um preço acessível e ainda oferecer meios de lucratividade. As contribuições esperadas deste estudo se centram na reflexão sobre as vantagens da utilização da contabilidade de custos na formação de preços de produtos e serviços, como uma necessidade de aprimorar as técnicas de gerenciamento de resultados. O primeiro capítulo aborda a contabilidade de custos como fonte de informações para os diversos níveis gerenciais auxiliando a qualquer empresa que deseje controlar os gastos necessários a produção. O segundo capítulo esclarece a importância de classificar corretamente os custos em diretos ou indiretos em fixos ou variáveis de modo que a pequena empresa explore ao máximo os recursos disponíveis dos custos fixos para aumentar a lucratividade. O terceiro capítulo destaca os métodos de custeios para que possa a pequena empresa escolher qual método se enquadra melhor a sua atividade empresarial. 10 O quarto capítulo apresenta que devido à concorrência acirrada, os preços, atualmente são definidos pelo mercado. Assim a contabilidade de custos é importante instrumento de decisão, na hora de adequar os custos aos preços praticados. Finalmente o quinto capítulo demonstra alguns equívocos que acontecem na formulação de preços, os quais podem ser fatais para a saúde financeira de qualquer empresa, principalmente da pequena empresa, que não dispõe de grandes cifras de capital de giro, devendo ser evitados para que possa ter preços competitivos, mas que não comprometam a sua lucratividade. CAPÍTULO I CONTABILIDADE DE CUSTOS 11 A contabilidade produz informações e a avaliação destinada a fornecer aos seus usuários demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, a respeito da entidade objeto de contabilização. Antes da Revolução Industrial os bens eram produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas vezes constituíam entidades jurídicas. Com o advento das indústrias a função da contabilidade ficou mais complexa, o que na era mercantilista simplesmente tinha-se na conta estoque o valor das compras, passou-se a ter no processo fabril uma série de valores pagos pelos fatores de produção, surgindo a necessidade de adaptação da contabilidade utilizada nas empresas comerciais para as industriais. A partir dessa necessidade nasceu a contabilidade de custos, que nesta época tinha a função de resolver problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado não sendo utilizada como instrumento de administração. Atualmente, a contabilidade de custos é uma atividade que produz informações de custos para os diversos níveis gerenciais, Ferreira diz que: É a área da contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de bens e serviços. Tem aplicação em qualquer empresa na qual se deseje controlar os gastos necessários à produção de bens e serviços. (FERREIRA, 2003, p. 1). A contabilidade de custos é uma ferramenta eficaz diante das novas exigências por parte dos administradores, já que utiliza cada vez mais dados quantitativos e não monetários e variáveis importantes para permitir uma tomada de decisão no processo de formação de preços. Conforme Souza: Fundamentalmente, a contabilidade de custos refere-se hoje às atividades de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisões de todos os tipos, desde as relacionadas com operações repetitivas 12 até as de natureza estratégica não repetitivas, e, ainda, auxilia na formulação das principais políticas das organizações. (SOUZA, 2002, p. 33). O papel da contabilidade de custos é permitir ao administrador as projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário, segundo Martins: A contabilidade de custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos. (MARTINS, 2008, p. 21). Segundo Megliorini (2007 p.3) a contabilidade de custos gera subsídios para: • a determinação dos custos dos insumos aplicados na produção; • a determinação dos insumos das diversas áreas que compõe a empresa; • as políticas de redução de redução dos custos dos insumos aplicados na produção ou das diversas áreas que compõem a empresa; • o controle das operações e das atividades; • a administração, auxiliando-a na tomada de decisões ou na solução de problemas especiais; • as políticas de redução de desperdício de material, tempo ocioso etc. • a elaboração de orçamentos. Os custos ocupam um lugar de destaque na gerência financeira de todos os processos relativos a formação de preços. Quando se sabe quanto custa um produto ou serviço, sabe-se que se for vendido abaixo disso implicase em prejuízo comprometendo a saúde financeira da empresa ou se for vendido por um preço elevado, em comparação com o mercado, poderá ficar encalhado na prateleira, comprometendo o giro de capital da empresa. 13 Megliorini (2007 p.3) afirma também que a contabilidade de custos auxilia na solução de problemas relacionados: • ao preço de venda; • à contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro da empresa; • ao preço mínimo de determinado produto em situações especiais; • ao nível mínimo de atividades exigido para que o negócio passe a ser viável; • ao gerenciamento dos custos; • a diversos problemas específicos. O método mais utilizado no processo de formação de preços se orienta pela análise do cenário de bom desempenho operacional da empresa quanto aos custos diretos e indiretos dos materiais e insumos de produção, na mãode-obra, etc. Todas essa variáveis permitem ao gestor analisar como formar os preços dos produtos e serviços. Conforme Souza: Toda e qualquer mercadoria ou serviço tem um custo possível de ser determinado. O valor padrão de custo é calculado a partir de padrões técnicos de produção, que são definidos com base em processos, em que primeiramente são quantificados o consumo e a utilização dos materiais, da mão-de-obra, dos gastos gerais de fabricação e de quaisquer outros insumos necessários à fabricação de uma unidade de produto. (SOUZA,2002 p.44). Portanto, a contabilidade de custo produz informações gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir com maior eficiência no momento de definição do custo padrão definido como o custo normal de um produto. 1.1 – A contabilidade de custos como ferramenta na formação de preços 14 No mundo globalizado de hoje as pequenas empresas devem utilizar a contabilidade de custos como principal ferramenta para que possam manter um preço competitivo com as empresas de grande porte. A apuração dos custos em pequenas empresas se constitui em uma atividade de controle necessária ao adequado gerenciamento e nas tomadas de decisões. Portanto, as análises de custos é uma absoluta necessidade como instrumento eficaz de gerência e acompanhamento dos serviços e na implantação de medidas de formação de preços ao consumidor no que concerne à quantificação e controle adequado de cada componente da formação de preço. No que se refere a contabilidade de custo como ferramenta necessária a formação do preço de venda, Martins destaca que: No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção. (MARTINS, 2008, p. 22). Nas pequenas empresas a política de preços é fundamental. Considerando-se que existem muitas dificuldades no processo de formação de preços. É necessário que ao fixar o preço de um produto ou serviço leve em consideração que este seja capaz de cobrir todos os gastos inerentes ao funcionamento da empresa, além da margem de lucro, o que torna atrativo o negócio estabelecido. As pequenas empresas de vendas e serviços devem ter como redefinição das prioridades essenciais, a formação de preços nas medidas administrativas iniciais. Martins (2008) afirma que o importante é que o sistema de custo produza informações úteis e consistentes com a filosofia da empresa. 15 A contabilidade de custos se constitui em importante ferramenta de gerenciamento por que permite a utilização de vários métodos direcionados à situação real da empresa e suas reais necessidades. Mas embora seja instrumento fundamental na formação de preços, outros fatores também influenciam conforme citados por Martins: Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto; porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é suficiente, Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa etc. (MARTINS, 2008, p. 218). Não podemos negar que fatores externos influenciam muito na formação do preço de venda de um produto ou serviço, porém a pequena empresa deve estar sempre atenta ao controle interno de seu custo. E por isso a contabilidade de custos é uma ferramenta de suma importância no gerenciamento e tomada de decisão, devendo fazer parte de sua estratégia como parâmetros para decisões administrativas mais coerentes. 1.2 – Conceitos e Terminologias Para que possamos entender como podemos utilizar a contabilidade de custos como ferramenta, no planejamento estratégico da formação de preços precisamos conhecer a terminologia utilizada. De acordo com Ferreira (2003) ainda existem certas divergências entre os termos utilizados, pois falta uma linguagem-padrão, porém utilizaremos os termos de acordo com a doutrina predominante de expressões utilizadas na contabilidade de custos. 16 Alguns termos utilizados no dia-a-dia tem o seu emprego como sinônimos, mas quando aplicados na contabilidade de custos tem significados bem distintos. Segundo Ferreira (2003) a contrapartida da aquisição de um bem ou serviços é considerado um gasto. Martins definiu: Gasto – Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. (MARTINS, 2008, p.24). O gasto implica em desembolso, mas são conceitos distintos, segundo Martins: Desembolso – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto. (MARTINS, 2008, p. 25). Vários autores consideram que um gasto pode ter como contrapartida um investimento, um custo, uma despesa ou uma perda. Um investimento é quando a empresa adquire um bem ou serviço que se incorpora ao ativo, Martins descreve que: Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens e serviços (gastos) que são “estocados’ nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados investimentos. (MARTINS, 2008, p. 218). O custo representa o valor dos bens e serviços consumidos na produção de outros bens ou serviços. Pode-se entender como custos, os gastos incorridos para obtenção de resultados e serviços prestados. Martins define custos como: 17 O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização de fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.(MARTINS, 2008, p. 25). O gasto ocorrido com a redução patrimonial intencional com o objetivo de realização de receitas é considerado como despesa. Ferreira (2003) considera que o sacrifício patrimonial correspondente às despesas se deve ao fato de elas não gerarem uma contrapartida que se incorpore ao patrimônio. Outro gasto que também ocorre no processo produtivo são as perdas que podem ser classificadas como: perdas normais e anormais. As perdas normais são aquelas que ocorrem durante o processo produtivo e são tratadas como custo, embora não se agregue ao produto são computadas como parte de seu custo. As perdas anormais, são aquelas que ocorrem por fatores alheios a vontade do administrador é a perda improdutiva, o sacrifício patrimonial involuntário podem acontecer por vários motivos, entre eles por furtos, incêndios, obsolescência e até mesmo por pagamento de mão-de-obra ociosa. A cada gasto ocorrido na pequena empresa cabe ao administrador classificá-lo como investimento, custo, despesa ou perda, pois cada um tem seu papel distinto no controle do patrimônio. Uma boa classificação dos gastos ocorridos na empresa poderá propiciar segurança para o administrador tomar decisões táticas e estratégicas dos controles de custos, na redução de custos, na eliminação de desperdícios, e na comparação de processos de produção e dos seus custos. As pequenas empresas necessitam de cortes ou racionalização de custos para oferecer preços mais acessíveis do que a concorrência, sem deixar de lado a qualidade dos serviços ou produtos. 18 Assim a contabilidade de custos pode prestar grande auxílio a estas organizações, pois fornece, análises sobre o comportamento dos custos e das despesas, variações entre custos previstos e reais, análise da evolução das vendas, lucros e retorno do capital investido em linhas de produtos ou serviços. Para que a pequena empresa permaneça de modo competitivo no mercado é necessário que além de compreender precisamente o custo e a lucratividade de cada um de seus produtos, serviços e clientes estejam aptas a transformações que as obriguem a praticar novas formas de gestão adotando metodologias de custeio que possibilitem implantar ações gerenciais que garantam competitividade frente aos seus concorrentes. CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Reconhecemos como custos os gastos efetuados para operacionalizar e comercializar produtos ou serviços. É de suma importância classificá-los como diretos, indiretos, fixos ou variáveis, para se ter uma real visão de onde estão sendo empregados os recursos financeiros da empresa. 2.1– Custos Diretos e indiretos 19 Todos os gastos ocorridos tais como a matéria-prima, a mão-de-obra, a energia elétrica, a depreciação etc são custos apropriados ao produto ou serviço e classificá-los em diretos ou indiretos vai ao dessa necessidade. Sá (2008, p.150) considera custos diretos aqueles que se relacionam ao que fisicamente se identifica no produto fabricado. Os custos diretos constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma correspondência proporcional. Os custos diretos são aqueles que podem ser apropriados aos produtos ou serviços conforme o consumo direto, são diretamente incluídos no cálculo e não necessita de rateios ou apropriações. Custos Indiretos São os custos apropriados aos produtos ou serviços em função de uma base de rateio ou apropriação. Os custos indiretos são os custos que não se podem apropriar diretamente a cada tipo de bem ou serviço em função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios pré-determinados e vinculados a causas correlatas, como mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem , gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas entre outros fatores. Os custos indiretos nos obrigam a utilizar critérios de rateios e estimativas. O rateio é um artifício que usamos para alocar os custos que não visualizamos com objetividade e segurança à aqueles produtos ou serviços aos quais se referem, entre outros temos como exemplos: 20 • depreciação de equipamentos que fabricam mais de um produto; • energia elétrica; • conta da água; • telefone; • aluguel; • seguros; • mão-de-obra de supervisores; • peças de manutenção; Embora os custos diretos ou indiretos entrem na base de cálculo para a formação de preços dos produtos a sua identificação é necessária para ser utilizada como ferramenta para tomada de decisões. 2.2 – Custos Fixos e Variáveis Além de classificar os custos em diretos e indiretos temos outra classificação variáveis. importante a ser feita que é classificar os custos em fixos e Em relação a esta classificação, Martins (2008, p.49), considera que: Outra classificação usual, (e mais importante que todas as demais) é a que leva em consideração a relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide-se basicamente os custos em fixos e variáveis.(MARTINS, 2008,p. 49). Essa divisão ocorre em função do comportamento dos elementos de custos em relação às possíveis alterações no volume de produção de bens ou serviços, segundo Moreira em 1988: Os custos fixos, normalmente ocorrem por contratos estabelecidos previamente, são necessários obrigatoriamente desembolsá-los todo o mês em 21 virtude de que é indispensável para que a empresa operacionalize normalmente, independentemente da quantidade produzida e vendida pela empresa. São exemplos destes custos fixos: aluguel, [água, luz, telefone, propaganda, salários e encargos, entre outros, para que a empresa desempenhe adequadamente suas funções visando atingir seus objetivos. Os recursos dos custos fixos não são infinitos, com o aumento da produção, pode ultrapassar a capacidade de produção instalada. Megliorini diz que: Custos semifixos: são os elementos de custos classificados como fixos mas que se alteram em decorrência de mudança na capacidade de produção instalada (MEGLIORINI, 2007, p.13). Importante não confundir custos fixos com custos repetitivos. Os custos repetitivos tem eternamente a mesma importância, valores dos custos fixos expressos em moedas não necessitam ter sempre os mesmos valores. Os custos variáveis ocorrem somente em virtude da produção e comercialização dos produtos ou serviços produzidos pela empresa. São exemplos práticos dos custos variáveis: • a matéria-prima utilizada na produção de cada produto; • a embalagem; • o transporte; • os impostos incidentes sobre o faturamento da empresa; • e todo o esforço necessário para a comercialização e distribuição dos mesmos. Os materiais diretos aplicados na produção de bens e serviços, num determinado período de tempo depende diretamente do volume de bens ou serviços produzidos, logo materiais diretos são custos variáveis. 22 Os custos variáveis por sua vez, podem muitas vezes apresentar uma parcela fixa, certos contratos são estabelecidos com um valor mínimo de consumo e a partir de determinado ponto passa a ser considerado variável, Mgliorini, explica que: Custos semivariáveis são os elementos de custos que possuem, em seu valor, uma parcela fixa e outra variável, isto é, têm um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se comportam como custo variável (MEGLIORINI, 2007, p.12). O custo total é a somatória dos custos fixos e variáveis. Classificar como custo fixo ou variável, é a maior dificuldade encontrada pelos empresários de pequeno porte, pois, estes têm grande dificuldade em distinguir e separar os custos pertinentes a empresa. O administrador da pequena empresa tem que levar em consideração a suma importância de classificar corretamente os custos fixos e os custos variáveis. A pequena empresa deve tomar consciência de que deve explorar todos os recursos disponíveis do custo fixo ao máximo. 23 CAPÍTULO III MÉTODOS DE CUSTEIOS A contabilidade de custos apresenta vários métodos que podem auxiliar gestores a desenvolverem o gerenciamento de custos. Cabe ao gestor escolher o que lhe for mais apropriado para auxiliá-lo na gestão de seu estabelecimento. Segundo Bornia (2002), o método de custeio é análise do sistema sob o ponto de vista operacional, de como alocar os custos indiretos aos produtos, isto é, como processar os dados para gerar a informação. Verifica-se que a informação de custos permite aos gestores um domínio ou conhecimento, já que a contabilidade de custos também fornece informações detalhadas sobre as despesas operacionais envolvidas nos negócios. Desta forma, através de um sistema de custos é possível conhecer detalhadamente o custo de operação nas empresas para suprir esses profissionais com informações que os orientem na tomada de decisões. 24 Na concepção de Abbas (2001), a escolha do método é importante na utilização da contabilidade de custos, na medida em que para a análise direta da melhor forma de uso dessa ferramenta contábil na pequena empresa, conforme a necessidade de informação. A Contabilidade de custos oferece informações sobre as movimentações de estoques, sobre os custos de vendas e distribuição, sobre as vendas e lucros de cada linha de produtos fabricados ou serviços prestados. Conforme Riccio: A crescente competitividade em todos os tipos de mercados tornou a informação de custos uma das bases mais importantes da contabilidade gerencial. Incrementou a ligação da contabilidade com outras disciplinas e gerou novos paradigmas na gestão empresarial. A busca de respostas cada vez mais precisas para os problemas das empresas fez crescer as discussões e a pesquisa em torno das metodologias de custeio e da utilização da informação de custos. (RICCIO, 2005 p.1). Existem métodos específicos que se enquadram à atividade empresarial em todas as suas demanda de informações no fornecimento registros completos e seguros das transações comerciais, como técnicas de gestão. Segundo Kaplan (1998), todas as empresas necessitam identificar o tipo de método para cada área de atuação ou resultado esperado. Nesse contexto, o método de custeio baseado em atividades é dinâmico e favorece aos gestores ações que se correlata plenamente com as mudanças ocorridas no ambiente competitivo. Portanto o método é fundamental para os gestores que dependem de informações para melhorar a qualidade, pontualidade e eficiência das atividades que executam, além de permitir aos gestores à compreensão precisa do custo, direcionada à formação de preços e a lucratividade de cada um dos produtos, serviços e clientes. 25 3.1 Método do Custo Padrão O Método do Custo Padrão é um método utilizado para o controle dos custos. Controlar é conhecer a realidade, comparar com o que foi estabelecido previamente, tomar conhecimento rápido das divergências, suas origens e tomar atitudes para sua correção. A comparação entre o custo fixado como padrão e o custo que realmente aconteceu auxilia o gestor em: • Eliminação de falhas nos processos produtivos; • Aprimoramento dos controles; • Instrumento de avaliação do desempenho; • Contribuir para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real; • Rapidez na obtenção das informações. Bornia (2002, p.89) especifica o método do custo padrão nas etapas a seguir: • Fixar um custo-padrão, que servirá de referência para a análise dos custos; • Determinar o custo realmente incorrido; • Levantar a variação (desvio) incorrida entre o padrão e o real; • Analisar a variação, a fim de auxiliar na procura das causas (motivos) que levaram aos desvios. Martins (2008) defende a fixação do custo padrão como gradativa, com melhorias no decorrer do tempo, tornando-a mais acreditável e útil, custeando assim a produção de forma dinâmica para a obtenção de sucesso na fixação. 26 O administrador da pequena empresa deve levar em conta que na hora de fixar o custo padrão precisa do auxílio de quem produz o bem ou serviço, Berti (2006), afirma que: Na determinação do custo padrão é importante que o contador de custos consulte o departamento de planejamento ou gerente de produção por que esses têm o conhecimento apurado sobre o sistema de produção, o volume de insumos utilizados para cada unidade do produto, bem como, o gasto de tempo para produzir e assim por diante. (BERTI , 2006 p.72). O método de custeio-padrão pode ser utilizado, contabilmente e gerencialmente, porém, é imprescindível que seu ajuste com os custos reais se faça regularmente, exigindo-se tal procedimento quando por ocasião do levantamento do balanço patrimonial. 3.2– Custeio por absorção O Custeio por Absorção tem como característica a absorção de todos os gastos relativos ao esforço de fabricação, sendo rateados para todos os produtos fabricados. Consiste na apropriação de todos os custos diretos e indiretos, fixos e variáveis causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados num determinado período. A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as contas de despesas são jogadas imediatamente no resultado do exercício, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. O Custeio por Absorção é o único aceito pela Legislação do Imposto de Renda do Brasil por atender os seguintes princípios contábeis: • Princípio da realização da receita - Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem vendido para terceiros; 27 • Princípio da confrontação - As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar. • Princípio da competência - As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos de sua competência, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador. O primeiro passo para a apuração dos custos é separar os gastos do período em despesas, custos e investimentos segundo Megliorini (2007): As despesas não são apropriadas aos produtos, e sim lançadas na demonstração de resultados do exercício, por estarem relacionadas à geração de receita e à administração da empresa; os custos são apropriados aos produtos; e os investimentos são ativados (MEGLIORINI, 2007, p.20). Os seguintes passos devem ser seguidos para a apuração do exercício: • Separação de custos e despesas; • Apropriação dos custos diretos e Indiretos à produção realizada no período; • Apuração do custo dos produtos em elaboração; • Apuração do custo da produção acabada; • Apuração do custo dos produtos vendidos; • Apuração do resultado. Na apuração dos custos diretos e indiretos, de acordo com (Berti, 2007, p.60) o custo direto é aquele que não necessita de instrumentos, métodos e fórmulas de auxílio para identificá-los, os mais comuns são: matéria-prima, mão-de-obra direta, embalagens, enquanto que, o custo indireto é aquele que é necessário uma metodologia, uma forma de rateio para identificar o custo e não se pode afirmar com precisão se o valor está realmente correto, para que se obtenha um resultado mais próximo da realidade da empresa é importante que o gestor tenha bom senso na definição 28 dos rateios, utilizando mapas de localização de custos ou planilhas que apresentem os custos aos seus respectivos centro de custos. Vantagens do custeio por absorção, segundo Leone (1996) são: • Considera o total dos custos por produto; • Formação de custos para estoques; • Permite a apuração dos custos por centros de custos. Desvantagens do custeio por absorção, também segundo Leone (1996): Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos; • Não evidencia a capacidade ociosa da entidade; • Os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos; • Apresentar pouca quantidade de informações para fins gerenciais. Embora seja o método de custeio aprovado pela legislação do Imposto de Renda o gestor da pequena empresa deve levar em consideração que o método do custeio por absorção não deve ser utilizada como ferramenta gerencial para a formação do preço de venda. 3.3 – Custeio Variável ou Direto O custeio variável ou direto apropria aos produtos fabricados todos os custos variáveis, sejam diretos ou indiretos, deixando os custos fixos, como despesas, indo diretamente ao resultado, e isso provoca uma diminuição do imposto a pagar, por esse motivo não é aceito pela legislação do Imposto de Renda. 29 No custeio variável não se utilizam arbitrariedades para apropriar os custos indiretos aos produtos, considera como custos somente aqueles itens que variam conforme a produção da empresa. Como ferramenta gerencial de custos, é mais vantajoso que o custeio por absorção, por relacionar o custo com a sua produção, evitando arbitrariedades na alocação dos custos. O custeio variável pode ser usado internamente na empresa e também formalizado na contabilidade, desde que no final do período seja feito um lançamento de ajuste para que fique de acordo dom os critérios exigidos pela legislação. Pelo método do custo variável, obtém-se a margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes etc., o que possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar para tomar decisões Megliorini (2007, p.113 e 114) cita: • Identificar os produtos que contribuem mais para a lucratividade da empresa; • Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser suas vendas incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção; • Identificar os produtos que proporcionaram maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção, permitindo o uso mais racional desses fatores; • Definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa; • Decidir entre comprar e fabricar; • Determinar o nível mínimo de atividades para que passe a ser rentável; • Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido. 30 3.3.1 – Margem de Contribuição A margem de contribuição é a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erros. Megliorini considera que: A margem de contribuição é o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis. Representa a parcela excedente dos custos e das despesas gerados pelos produtos. A empresa só começa a ter lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos supera os custos e despesas fixos do exercício. Assim, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos à cobertura dos custos e despesas fixos e ao lucro (MEGLIORINI, 2007, p.114). A margem de contribuição resulta do seguinte cálculo: MC = PV - Cv - Dv Onde: MC= Margem de Contribuição PV= Preço de Venda CV= Custos Variáveis DV= Despesas Variáveis 3.4 – Custeio Baseado em Atividades O sistema de custos ABC – Activity Based Costing – ou custeio baseado em atividades é uma metodologia que oferece as condições de melhorar a qualidade das informações de custos, a partir de decisões 31 automáticas, que possam estar relacionadas às atividades de produção e suporte, e custos de processos e de produtos, focalizando a atenção dos gerentes nos produtos e processos com maior potencialidade para o aumento dos lucros. Assim o método ajuda na tomada de decisão e focar a gestão dos negócios por que possibilita o rastreamento dos custos de um negócio a partir da correlação entre as atividades com a geração das receitas e o consumo de recursos, como um método especial de gestão que possibilite obter informações aos seus negócios, permitindo que seus gestores tracem caminhos que conduzam ao êxito. Segundo Kaplan (1998), todas as empresas necessitam identificar o tipo de método específico para cada área de atuação ou resultado esperado. Nesse contesto, o método de custeio baseado em atividade é dinâmico e favorece aos gestores ações que se correlata plenamente com as mudanças ocorridas no ambiente competitivo. O custeio dos produtos ou serviços provocados por rateios arbitrários de custos indiretos pode prejudicar a formação de preços e nesse processo deverá existir a presença constante de atividades que agregam valor. Além de identificar os custos administrativos. Para Cogan (1999, p.111), os sistemas convencionais de análises baseadas em pesquisas de mercado se centram no processo externo á empresa e não deve ser utilizada de forma isolada, pois não permitem análises mais consistentes quanto aos problemas econômicos e de controle financeiro da empresa e que precisam ser avaliados antes da formação de preços. A contabilidade de custos favorece a escolha correta do método de análise para cada realidade na medida em que permite aos usuários a utilização de direcionadores, para alocar as despesas de uma forma mais 32 realista aos produtos e serviços. Conforme Cogan (1999), dentre os métodos utilizados pelas empresas: O sistema ABC identifica as causas dos custos, e, os produtos incorrem nestes mesmos custos através das atividades que eles exigem. O ABC na prática leva a um rastreamento de dados que habitualmente não são considerados nos sistemas de custeios tradicionais, por extensão, ele ajuda a redimensionar a mentalidade gerencial das empresas onde é aplicado. (COGAN, 1999, p. 102). Assim, verifica-se que o sistema ABC favorece a visualização de cenários para a análise da demanda por indicadores para determinar o preço do produto de operações internas. 33 CAPÍTULO IV FORMAÇÃO DE PREÇOS Na atual conjuntura econômica, onde a concorrência está cada vez maior, a briga por preços passa ser vital para o sucesso e a própria sobrevivência das empresas. Megliorini diz que: Tudo o que constitui objeto de transação, produto, mercadoria ou serviço prestado entre uma empresa e seus consumidores necessita de um preço. No entanto, determinar esse valor em um mercado onde ocorrem freqüentes mudanças no modelo concorrencial tem se tornado tarefa cada vez mais difícil. (MEGLIORINI, 2007, p.175). Os preços são considerados pelos consumidores como um dos mais importantes elos de fidelização nas empresas. Portanto, a formação de preços pelas empresas é um processo de operacionalização que requer conhecimentos e controle de variáveis e métodos de custos para a sua definição. Existem vários conceitos de preços, que não são conflitantes, mas complementares em uma economia competitiva e constantemente em mutação. Conforme Zicher (2002, p.15), preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir à propriedade ou uso de um produto. O primeiro passo para a formação do preço de venda é calcular o custo do produto ou serviço. Segundo Sardinha (1995, p.2). O sucesso empresarial pode não ser conseqüência da decisão do preço. Porém, o preço 34 equivocado de um produto certamente o levará ao comprometimento da saúde financeira da empresa. A implantação de um sistema de custo para a pequena empresa é fundamental para a sua sobrevivência. O controle de custo auxilia na definição para o cálculo do custo correto e a formação de preços competitivos. Megliorini (2007) esclarece que: Embora o gestor possa calcular os custos de um produto com o máximo rigor, utilizando diferentes métodos de custeio (por absorção, variável, ABC etc.), no momento de definir o preço ele depara com um problema operacional altamente complexo. Além de proporcionar um retorno adequado ao investimento realizado, o preço está sujeito a aspectos que fogem ao controle da empresa, como as regulamentações governamentais, o avanço tecnológico, a obsolescência, a mudança de gosto do consumidor, os preços da concorrência, entre outros. Assim, decidir o preço de um produto envolve muito mais que simplesmente efetuar cálculos. (MEGLIORINI, 2007, p. 175176). A única forma de tornar um produto ou serviço mais acessível e atraente ao consumidor se constitui na estratégia de estabelecer o preço correto. Atingir o preço correto é uma das mais fundamentais e importantes funções da administração. Conforme Zicher (2002), a formação de preços de venda de um produto deve seguir a avaliação dinamizada dos custos para depois ser adicionada uma margem de lucro desejada pela empresa. A determinação desta margem de lucro depende da estrutura de mercado na qual está inserida a empresa produtora. Hoje em dia não se pode formar o preço de venda de um bem ou serviço tendo seu custo como base, é nessa hora que começam a surgir problemas. Megliorini (2007, p.176) destaca que um dos problemas refere-se à determinação do custo que pode assumir diferentes valores, dependendo do método de custeio utilizado em seu cálculo. Depende também da maneira como os recursos consumidos na obtenção do produto são valorizados: se o preço de aquisição desses recursos é o preço de mercado à vista ou a prazo, 35 com ou sem desconto; se é o valor pago na última aquisição ou se esse valor é corrigido por um índice qualquer etc. Atualmente a empresa deixa de ter o poder de determinar o preço de venda. Segundo Megliorini (2007) é o mercado, portanto, que acaba ditando o preço que está disposto a pagar. Como atualmente é o mercado que determina o preço de venda a contabilidade de custo deixou de calcular o preço baseado nos custo e passou a verificar a viabilidade de ofertar determinado produto ou serviço pelo preço estipulado pelo mercado avaliando se consegue atingir a lucratividade esperada capaz de remunerar adequadamente os investimentos realizados nas empresas por seus proprietários. O custo não é mais a base para a formação do preço, passando a representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o produto. Para chegar a esse custo, a empresa atende, aos clientes que determinam o preço e aos proprietários da empresa, que determinam o lucro. A contabilidade de custos serve de ferramenta para utilizar diversas estratégias para a formação do preço de venda para seu produto ou serviço. Dentre elas destaca-se a formação do preço de venda baseada nos métodos de custos. 4.1 – Formação do preço de venda com base no custo Apesar de saber que atualmente o preço de venda é determinado pelo que, o mercado está disposto a pagar pelos produtos ou serviços oferecidos, o cálculo do preço de venda a partir do custo torna-se necessário para apurar um padrão inicial, que servirá como ponto de partida para futuras análises 36 comparativas. Diversas situações sugerem a formação de preços por meio dos custos de produção. Como os exemplos citados por Padoveze (1996, p. 280). • Introdução de novos produtos no mercado; • Análise e acompanhamento constantes do custo e dos preços dos atuais produtos; • Surgimento de novos negócios; • Pedidos especiais; • Produtos por encomendas; • Análise de preços de produtos concorrentes, etc. Martins (2008, p.218) afirma que esta forma de calcular os preços de venda – “preços de dentro para fora” -, o ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos métodos de custeio por absorção, variável, ABC etc. Sobre este custo é determinado uma margem , denominada markup, que deverá ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo como, tributos, comissões e o lucro desejado pelos administradores. 4.1.1 – Formação do preço de venda a partir do custeio por absorção Segundo Martins (2008, p.41-42), este sistema consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gatos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Padoveze (2000) ressalta que, em uma análise histórica, percebe-se que este sistema de custeio veio a ser utilizado mais em razão dos critérios de inventários do que das necessidades gerencias das empresas. 37 Neste sentido, infere-se que o sistema de custeio por absorção não está preocupado em fazer distinção entre custo fixos e variáveis. Sua premissa fundamental é separar custos e despesas. Sendo que os custos são apropriados aos produtos, para, no momento da venda, serem confrontados com as receitas geradas, e as despesas são lançadas diretamente no resultado do período. 4.1.2 – Formação do preço de venda a partir do custeio variável ou direto Martins (2008, p.208) define o custeio direto ou variável como aquele em que só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis. Diferentemente do custeio por absorção, o custeio variável parte do pressuposto de que os custos fixos são difíceis de serem alocados aos produtos e, portanto, devem ir diretamente para o resultado. Este critério torna-se importante na formação de preços de venda porque, por meio dele pode-se identificar a margem de contribuição que cada produto ou serviço oferece à empresa. Martins (2008) afirma que atualmente é mesmo sendo o mercado o grande definidor do preço, a ideia de se utilizar a figura da margem de contribuição para auxiliar na tomada de decisão muitas vezes pode ser útil na fixação de preços. Portanto, este sistema só considera como custo do produto os custos variáveis utilizados no processo produtivo, sendo assim, os custos fixos são considerados como se fossem despesas do período, pois estes custos independem do volume de produção. 4.1.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio ABC 38 No método de custeio ABC os custos fixos criam problemas na alocação aos produtos, tanto quanto a variação nos volumes de produção. Portanto, a sistemática de apuração do preço de venda dos produtos ou serviços é quase a mesma para o custeio por absorção e pelo ABC, ou seja, conhecido o custo unitário de um produto, acrescido das despesas globais do mesmo, determinase o preço de venda adicionando-se a margem de lucro desejada, por unidade. Porém este raciocínio só teria validade se a empresa fabricasse um produto sem concorrência, ou se o preço do mesmo fosse controlado pelo governo. Outro fator de grande relevância para a não utilização do método do custeio baseado em atividades é que o referido método é de grande recomendação e aplicabilidade apenas nas grandes empresas, as quais possuem sistemas de informações completos, em departamentos bem organizados, facilitando a obtenção das informações necessárias e perfeita alocação dos custos às atividades. Este critério não é viável para a pequena empresa, pois ela não dispõe de sistemas que facilitem a correta apuração dos custos envolvidos na produção. 4.2 – Mark-up Quaisquer que sejam os métodos de custeios utilizados para a apuração do custo a equação que representa o preço de venda é a seguinte: P=C+L Onde: P = preço 39 C= custo L = lucro Para se definir o preço de venda com base nos custos incorridos para fabricar um produto ou realizar um serviço, agrega-se a esses custos uma margem conhecida como mark-up. O mark-up consiste em uma margem, geralmente expressa na forma de um índice ou percentual, que é adicionada ao custo dos produtos. Esse custo apresentará variações, dependendo do método de custeio utilizado. Na composição do mark-up, Megliorini (2007, p.181) destaca que é necessário determinar: os percentuais das despesas de vendas e das despesas administrativas, o percentual de lucro desejado e as alíquotas dos impostos para o produto ou serviço que está sendo precificado (ISS, ICMS, IPI), bem como as dos impostos incidentes sobre as receitas da empresa (PIS, Cofins). Este método de calcular os preços é muito utilizado pelas empresas. Vejamos um exemplo, baseado no custeio por absorção citado por Martins (2008, p.219): Custo unitário: $8 Despesas gerais e administrativas (DGA): 10% da receita bruta (*) Comissões dos vendedores (COM): 5% do preço de venda bruto Tributos (IMP) incidentes sobre o preço de venda: 20% bruto Margem de Lucro desejada (MLD): 5% sobre a receita bruta O mark-up seria, então, calculado da seguinte forma: DGA = 10% COM = 5% = 20% MLD = 5% IMP 40 Total = 40% sobre o preço de venda bruto = markup O preço de venda (PV) será o calculo acrescido de 40% do PV: PV = $8 + 0,4 PV PV - 0,4 = $8 0,6 PV = $8 PV = $8 0,6 PV = $13,33 Por esse método o preço de venda seria fixado em $13,33. Esse preço de $13,33 seria, então, uma referência, sujeira a ajustes – para mais ou para menos – de acordo com as condições de mercado. Martins (2008, p.219) considera que este método de calcular os preços com base em custos é muito utilizado pelas empresas,porém apresenta algumas deficiências, como: não considerar, pelo menos inicialmente, as condições de mercado, fixar o percentual de cobertura das despesas fixas de forma arbitrária. A pequena empresa que está exposta diariamente a uma concorrência com as grandes empresas que lideram o mercado, saber calcular corretamente o preço de venda não é o bastante para a sobrevivência e o crescimento da empresa, muito menos uma simples determinação do valor a ser praticado. É necessário sim, acima de tudo, utilizar adequadamente um sistema que lhe possibilite não só saber qual o preço ideal, mais saber como flexibilizá-lo diante de diferentes alternativas que o mercado oferece. 4.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio meta 41 Partindo-se do pressuposto de que quem determina o preço de venda pagar é o mercado a empresa deve calcular o seu custo para saber se ele não ultrapassa o seu preço de venda. Martins (2008, p. 223) Afirma que problema de muitas vezes o preço ideal não ser capaz de produzir o resultado mínimo necessário, ou de nem mesmo ser capaz de cobrir os gastos o custeio meta deve ser um processo de planejamento dos lucros, preços e custos que parta do preço de venda para chegar aos custos, por este motivo diz-se que é o custo definido de fora para dentro. Com a concorrência cada vez mais acirrada, o consumidor cada vez mais exigente e esclarecido o preço passa a ser formado praticamente em função da oferta e da procura. A necessidade da empresa se adaptar a este novo cenário, o qual as empresas não podem alterar seus preços por modificação na sua estrutura de custos, o caminho inverso mencionado passou a ser necessária para melhor posicionamento estratégico e desempenho, Martins (2008, p.224) questiona. Qual o custo máximo suportável de forma a atingir o retorno desejável? Qual o custo máximo admissível ao produto ou serviço? Responder esta pergunta não é tarefa muito simples, mas se torna necessário para a sobrevivência, principalmente para a pequena empresa que normalmente não tem grandes cifras de capital de giro. Martins determina que: Martins (2008) considera o custo meta, apesar de um conceito simples, é também uma mentalidade de gerenciamento. Para se chegar a um denominador comum de qual o custo meta e qual o produto a ser feito enfim, para se definir uma estratégia empresarial, há que existir uma integração entre todas as partes. 42 Martins (2008) afirma que o sucesso do custo meta só é possível com uma simbiose entre todas as partes da empresa, a engenharia responde por quais tecnologias são disponíveis, o marketing pela análise do comportamento do consumidor, a contabilidade auxilia nas definições das estratégias financeiras, apurações de custos, planejamento de orçamentos e previsões de demonstrações, além dos departamentos de limpeza, de compras de segurança, entre outros, exigindo que todos trabalhem em uma equipe única, todos em busca de atingir um custo compatível com um retorno satisfatório para a empresa. Nesse contexto, a análise de custos exigirá do administrador da pequena empresa uma visão integrada de todos os departamentos da empresa. 4.4 – Fatores que influenciam na formação de preços Uma boa política de preços também pode ser uma política de marketing, cuja a estratégia, se torna possível a partir dos conhecimentos de métodos de análise de custos para a perfeita definição dos preços em seu processo de formação. Quando a política de preços da organização se torna o foco de fidelização do cliente se faz necessária e se torna a função dos objetivos logísticos da empresa. Neste contexto a análise de custos exigirá do administrador a identificação de algumas variáveis como a penetração no mercado de seus produtos, o aumento de participação da empresa e quais os produtos poderão ter o preço de exclusividade. Assim o administrador deverá realizar a sua política de preços em função da demanda. 43 A determinação de preço que compreende na venda de produtos ou serviços específicos por preços diferenciados, tendo como base, cliente, época, local e momento são algumas das estratégias de diferenciação que algumas empresas decidem realizar como política de preços em função da concorrência e da fidelização de clientes. A contabilidade de custo tem a função de favorecer métodos para a análise de custos diferenciados a serem praticados pela organização. A política de preços pode ser um fato de competitividade e permite ao consumidor ter a chance de comparar a melhor oferta e a procura. Segundo Souza (2002), o processo de formação que tem por base os custos, que deverão ser definidos como um índice ou um percentual que irá adicionar-se aos custos e despesas. Portanto, a contabilidade de custos a criação de estratégias de formação de preços na prática de diferentes preços. Nesse contexto, o melhor método de formação de preços deverá ser os que estão baseados no mercado, sendo esse gerenciamento baseado no preço percebido líquido para cada ordem ou transação. Kraemer (1998, p.3), considera que a precificação de um produto deve levar em consideração que a principal tarefa do negócio é criar valor no mercado e que a função do preço é refletir o valor do produto. Assim, as formações de preços devem estar direcionadas à melhor estratégia que atenda o preço correto e os desejos da clientela e ao mesmo tempo refletir continuamente as mudanças das condições de mercado. É, portanto, fundamental que as empresas realizem a precificação com base condizente com o valor que os clientes atribuem ao produto. Kotler (1998) acrescenta que, nos últimos anos, os preços têm sofrido uma pressão forte dos consumidores, devido à estagnação da renda e 44 aumento da oferta de novos produtos. Desta forma ocorre uma reação em cadeia para baixar os preços: os consumidores pressionam os varejista e estes pressionam os atacadistas ou fabricantes. A precificação deve ser uma política, com base fundamentada na determinação de preços, considerando, aspectos como os custos, a demanda e a concorrência. Dentre as estratégias de precificação encontram-se também medidas para conciliar as metas de custos com a qualidade. Assim, os processos de precificação demandam conhecimentos sobre contabilidade, custos e o conhecimento dos preços de mercado para se basear na formação de preços de seus produtos. Portanto o administrador da pequena empresa deve estar atento as constantes mudanças do mercado, sabendo que hoje consumidor é bem mais exigente do que era no passado, já que vai bem longe o tempo que bastava calcular o custo do produto, acrescentar uma margem de lucro e estava estabelecido o preço de venda. Atualmente vários fatores influenciam na hora de estabelecer o valor do preço de venda. O preço deve ser calculado de fora para dentro, ou seja o mercado é quem determina seu valor, é nesta hora que a contabilidade de custo assume uma função mais nobre onde passou a adaptar os custos ao preço praticado no mercado. O pequeno empresário não pode simplesmente estabelecer o seu preço de venda baseado no preço do concorrente, ele deve utilizar os dados fornecidos pela contabilidade de custos para saber se realmente o seu preço é capaz de satisfazer os seus custos e estabelecer uma margem de lucratividade satisfatória. 45 CAPÍTULO V EQUÍVOCOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS Muitas empresas não dão a devida importância que a definição do preço merece, saber formar preço corretamente é o segredo para o sucesso da empresa. 46 A pequena empresa ao estabelecer o seu preço de venda não deve considerar apenas o valor monetário a ser cobrado do cliente pela entrega de um produto, que justifique o seu custo e o lucro desejado pela empresa. Deve sim, ser um valor que traduza todos os objetivos desejados da empresa, tanto de curto como de longo prazo. Muitos erros, na formação dos preços de vendas ocorrem por não considerarem outros aspectos além do custo. Segundo Sardinha: O preço é um elemento quantitativo que resume de forma numérica as estratégicas de marketing que a empresa tentou reagir. Em outras palavras, o preço é a única forma de quantificar o “mix” de marketing. Esta é a razão pela qual sua determinação requer cuidadosos estudos do mercado, da concorrência e de fatores internos e externos à empresa, de modo a resultar em um valor coerente com estratégia de marketing (SARDINHA, 1995, p.3). Para formar um preço de venda que seja bom ao mesmo tempo para o consumidor e para a empresa é necessário definir um preço que o cliente esteja disposto a pagar pelo produto e ao mesmo tempo seja um preço capaz de cobrir todos os recursos consumidos pelo produto e, ao final, gerar uma parcela de lucro para a empresa. Para isso, é indispensável que ao definir o preço a ser praticado sejam levados vários aspectos além do custo, aspectos esses que a pesquisa pretende levantar e evidenciar como os mesmos devem ser considerados na formação do preço. O conhecimento dos próprios custos e despesas, além do método de formação de preços, auxilia o entendimento dos custos da concorrência e da estratégia competitiva, ficando a empresa mais bem aparelhada para desenvolver sua própria estratégia de preços e política mercadológica, tornando-se assim muito mais competitiva (BERNARDI, 1998, p. 249). Sem métodos de custos, os erros que mais comuns encontrados nas empresas de acordo com (Cogan, 1999, p.31), são: a falta de flexibilidade comercial; separar o preço do restante do composto de marketing; preços não suficientemente segmentados ou uniformidade exagerada. abordado por Cogan: Outro aspecto 47 As empresas não devem delegar a responsabilidade dos pecos aos vendedores ou ao canal de distribuição, pois elas podem estar abdicando do futuro estratégico do negócio. Segundo o autor, deve haver uma relação harmoniosa entre a área financeira e a de marketing, de modo a atingir lucros desejados e ao mesmo tempo satisfazer os clientes (COGAN, 1999, p. 37). As práticas mais utilizadas pelas empresas para a formação de preços e constituem na colocação de uma margem sobre os custos ou acompanhar os preços da concorrência. Cogan (1999) alerta para outro problema que é a falta de uma visão mais holística do formador de preços tradicional. Normalmente as suas preocupações repousam nos preços de cobrir os custos e ainda ter lucros para poder definir o preço que o consumidor deverá pagar pelo produto. Por outro lado os estrategistas de preços, têm outra abordagem à questão de que custos se deve ter para obter lucros, dados os preços de mercado, e a preocupação de quanto o produto vale para o cliente e como se pode comunicar melhor este valor para justificar o preço. Para evitar erros na determinação de preços os administradores devem reconhecer o quanto o preço do produto impacta no resultado. O estrategista não permite que o mercado ou a concorrência estabeleça os preços ele é que influencia o mercado através da criação do valor. Segundo Cogan (1999, p.55) as promoções de vendas são vistas pelos consumidores como um método aceitável de redução de preços. Cogan salienta que os consumidores devem perceber este desconto como vantajoso, caso contrário, o impacto no aumento de vendas não será suficiente para compensar a diminuição das margens. Para um produto que atrai os compradores pelo baixo preço é necessário obter baixo custo de distribuição; para um produto que atrai os consumidores pelos seus atributos superiores apesar do preço alto, é recomendável obter uma distribuição que complemente esses atributos e os 48 torne visíveis. Quando o valor da diferenciação do produto se suporta através desta argumentação, é arriscado confiar completamente na distribuição independente. A distribuição pode-se transformar em um serviço de diferenciação do produto, diminuindo a sensibilidade a preços, por parte dos clientes. Portanto, na medida em que for oferecido um pacote de serviços diferenciados pela distribuição, aumenta a competitividade do produto e torna o preço menos relevante. A proposta é trabalhar o produto com o conceito de um serviço e ter métodos de controle de custos para definir o preço de um produto. Cogan (1999) considera que é necessária ao gestor experiência e conhecimentos de seus custos internos e externos para adequar a precificação de produtos ou serviços, assim como estratégias que permitam oferecer um preço que seja favorável ao cliente e à empresa. Nesse contexto, todas as decisões da administração devem levar em conta as informações geradas pelo sistema de custos, como critério efetivo de fixação de preços Muitas empresas definem seus preços através da utilização de mark-up sem conhecer o critério de como foi elaborado, tão pouco tem o conhecimento de quanto sobra do preço de venda após a dedução de todos os custos e despesas inerentes ao produto. Esse tipo de atitude faz com que muitas empresas ou deixem de vender por ter preços muitos altos, ou acabem tendo prejuízos por praticarem preços muito baixos ou ainda enfrentam sérios problemas com a concorrência por não terem uma política flexível de preços. O preço de venda não deve ser considerado apenas o valor monetário a ser cobrado do cliente pela entrega de um produto, que justifique o seu custo desejado pela empresa. Deve ser um valor que traduza todos os objetivos almejados pela empresa, tanto no curto como no longo prazo. Muitos erros de formulação dos preços de vendas ocorrem por não considerarem outros aspectos além dos custos. 49 Portanto, saber calcular corretamente o preço de venda não é o bastante para a sobrevivência e o crescimento da pequena empresa, muito menos uma simples determinação do valor a ser praticado. É necessário sim, acima de tudo, usar adequadamente um sistema que lhe possibilite não só saber qual o preço ideal, mais saber como flexibilizá-lo diante de diferentes alternativas que o mercado oferece. CONCLUSÃO Não podemos negar que vários fatores influenciam na formação de preço de um produto ou serviço, mas sem dúvida alguma, não podemos deixar de destacar a importância da contabilidade de custos que se constitui em uma das variáveis mais indicadas o processo de análise durante a precificação. A análise por custos favorece a gerência das informações básicas nas quais podem ser tomadas as decisões acerca das diretrizes dos preços de produtos e serviços. As empresas erram na avaliação de preços por que geralmente desconsideram os fatores que cada vez mais dirigem os custos, tais como contribuição, variedade e complexidade. 50 A formação do preço de venda deve conter os custos gerais d todos os processos envolvidos, ou gastos efetivados, para que o mesmo possa utilizalos como parâmetro de balizamento na marcação de seus produtos, com base nas informações obtidas no custo da empresa. Embora se considerem que existem outros fatores determinantes, que alteram profundamente a lucratividade como a competitividade, a análise de custos reduz a condição do administrador de errar no processo de formação de preços, considerando-se que esses muitas vezes ficam à mercê dos fatores de mercado. Portanto, a contabilidade de custos permite o gerenciamento das contingências internas relativas aos gastos da empresa. Os custos ocupam um lugar de destaque na gerência financeira por que permitem a análise dos indicativos diretos para a formação de preços com base em custos. Quando se sabe quanto se custa um produto ou serviço, certamente ficará mais fácil decidir um preço justo que possa ser considerado de forma a almejar a satisfação da clientela e da empresa. O processo de formação de preços exige conhecimentos de contabilidade de custos a fim de determinar o preço ideal de um produto ou serviço para auxiliar a gerência no processo de tomada de decisões no estabelecimento do preço das vendas. O estudo realizado permitiu identificar à importância dos custos na contabilidade gerencial, determinando as diretrizes gerais de como estabelecer as análises de preços, que poderão ser essenciais, basta para isso que o gestor aceite escolher os melhores métodos de atuação. A análise dos custos às atividades deve ser feita de forma bastante criteriosa, identificados os fatores internos e externos que possam adentrar nas 51 atividades relacionadas que permitam estabelecer uma relação do custo na formação de preços. A pequena empresa deve estar atenta aos custos gastos no processo de produção do bem ou do serviço, pois é vital para a continuidade da atividade empresarial. que se estabeleça um preço satisfatório à ela própria à clientela. Para que isso seja conseguido, a contabilidade de custos oferece dados, que transmitem com segurança o custo desembolsado. Quando se sabe quanto se custa, pode-se estabelecer um preço justo, tanto para o mercado quanto para a satisfação da margem de lucro. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABBAS, Kátia. Dissertação Gestão de custos em organizações hospitalares. (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. BERNADI, Luis Antonio. Política e formação de preços. 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Modelo para formação de preços a partir do valor percebido pelo mercado. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2202. ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I CONTABILIDADE DE CUSTOS 11 1.1 – A contabilidade de custos como ferramenta na formação do preço 14 1.2 – Conceitos e Terminologias 16 54 CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 19 2.1 – Custos Diretos e Indiretos 19 2.2 – Custos Fixos e Variáveis 21 CAPÍTULO III MÉTODOS DE CUSTEIO 24 3.1 – Métodos do Custo Padrão 25 3.2 – Custeio por Absorção 27 3.3 – Custeio Variável ou Direto 29 3.3.1 – Margem de Contribuição 30 3.4 – Custeio Baseado em Atividades 31 CAPÍTULO IV FORMAÇÃO DE PREÇOS 4.1 – Formação do preço de venda com base no custo . 34 36 4.1.1 – Formação do preço de venda a partir do custeio variável 38 4.1.2 - Formação do preço de venda a partir do custeio Variável ou direto 38 4.1.3 - Formação do preço de venda a partir do custeio ABC 39 4.2- Mark-up 40 4.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio meta 42 4.4 – Fatores que influenciam na formação de preços 43 CAPÍTULO V EQUÍVOCOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS 47 CONCLUSÃO 51 55 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53 ÍNDICE 55 56 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: