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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA A
FORMAÇÃO DE PREÇOS NA PEQUENA EMPRESA
Por: Márcia Valéria Vieira Souza
Orientador
Prof. Jorge Tadeu V. Lourenço, D. Sc
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA
FORMAÇÃO DE PREÇOS NA PEQUENA EMPRESA
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa.
Por: . Márcia Valéria Vieira Souza
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus acima de tudo, ao
meu filho, meu marido, pais, irmão,
professores e amigos pelo incentivo
dado sem o qual não teria vencido este
desafio.
4
DEDICATÓRIA
Dedico
ao
compreender
ausência.
meu
filho
meus
Gabriel,
por
momentos
de
5
RESUMO
O objetivo desta monografia é identificar a importância da contabilidade
de custos nos processos de precificação de mercadorias em pequenas
empresas.
Pretende-se analisar os métodos de formação de preços, o
controle de custos e a forma de atuação para determinar o preço ideal do
produto ou serviço.
Os resultados elencados demonstraram que a
contabilidade de custos permite o gerenciamento das contingências internas
relativas aos gastos da empresa. Os custos ocupam um lugar de destaque na
gerência financeira por que permite a análise dos indicativos diretos para a
formação de preços com base em custos. Quando se sabe quanto custa um
produto ou serviço, certamente ficará mais fácil decidir sobre um preço justo
que possa ser considerado de forma a almejar a satisfação da clientela e da
empresa.
6
METODOLOGIA
A metodologia do estudo orientou pela pesquisa bibliográfica e
exploratória centrada nas contribuições teóricas de vários autores que
realizaram artigos e dissertações sobre o uso da contabilidade de custos na
formação de preços ao consumidor.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Contabilidade de Custos
11
CAPÍTULO II - Classificação dos Custos
19
CAPÍTULO III – Métodos de Custeio
24
CAPÍTULO IV – Formação de Preços
34
CAPÍTULO V – Equívocos na Formação de Preços 47
CONCLUSÃO
51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
53
ÍNDICE
55
FOLHA DE AVALIAÇÃO
56
8
INTRODUÇÃO
Na economia globalizada de hoje, as pequenas empresas enfrentam
acirrada competição das organizações de grande porte, de forma que a
formação de preços é fundamental para determinar o andamento financeiro.
Nesse processo, o conhecimento sobre
a contabilidade de custos e as
variáveis que podem ajudar a definir os preços são ferramentas de grande
valor.
A contabilidade de custos permite ao pequeno empreendedor a
elaboração de planejamento geral dos preços, a partir dos dados financeiros e
gerenciais da formação dos preços, tendo como produto final para o
empresário a visualização atual de sua empresa, sua viabilidade e um
delineamento do seu futuro.
O processo de administração de pequenas empresas exige o
conhecimento dos custos e formação do preço de venda ao consumidor. Essa
ações de avaliação financeira envolvem a apropriação dos custos e
discernimento entre custos fixos e variáveis e análise da estrutura de custos da
empresa a fim de se determinar com base na realidade, uma formação de
preços que seja alta demais, que possa afugentar a clientela ou
excessivamente baixo, a ponto de não cobrir as despesas gerenciais ou dá
prejuízos.
O objetivo desse estudo é demonstrar a importância da contabilidade
de custos como ferramenta para a orientação na formação de preços nas
pequenas empresa.
Pretende-se identificar as variáveis mais utilizadas e
meios e recursos necessários para este procedimento financeiro e operacional
que exige metodologia adequada para a definição e aplicação na formação de
preços.
9
Justifica-se a realização deste estudo com base nos pressupostos de
que a contabilidade de custo se constitui em ferramenta eficaz na formação de
preços nas pequenas empresas, um aspecto administrativo-financeiro
importante no crescente desenvolvimento da competitividade e a dificuldades
dos pequenos empreendimentos de se manterem no mercado, a partir de
padrões aceitáveis de preços de mercado. Considerando-se que a fixação de
preços compatíveis com as exigências do mercado e, ao mesmo tempo, a
obtenção de lucros, garante a sobrevivência do negócio.
Desta forma, a contabilidade de custos na formação de preços oferece
métodos eficazes para avaliar as formas de vender a um preço acessível e
ainda oferecer meios de lucratividade.
As contribuições esperadas deste estudo se centram na reflexão sobre
as vantagens da utilização da contabilidade de custos na formação de preços
de produtos e serviços, como uma necessidade de aprimorar as técnicas de
gerenciamento de resultados.
O primeiro capítulo aborda a contabilidade de custos como fonte de
informações para os diversos níveis gerenciais auxiliando a qualquer empresa
que deseje controlar os gastos necessários a produção.
O segundo capítulo esclarece a importância de classificar corretamente
os custos em diretos ou indiretos em fixos ou variáveis de modo que a
pequena empresa explore ao máximo os recursos disponíveis dos custos fixos
para aumentar a lucratividade.
O terceiro capítulo destaca os métodos de custeios para que possa a
pequena empresa escolher qual método se enquadra melhor a sua atividade
empresarial.
10
O quarto capítulo apresenta que devido à concorrência acirrada, os
preços, atualmente são definidos pelo mercado. Assim a contabilidade de
custos é importante instrumento de decisão, na hora de adequar os custos
aos preços praticados.
Finalmente o quinto capítulo demonstra alguns equívocos que
acontecem na formulação de preços, os quais podem ser fatais para a saúde
financeira de qualquer empresa, principalmente da pequena empresa, que
não dispõe de grandes cifras de capital de giro, devendo ser evitados para que
possa ter preços competitivos, mas que não comprometam a sua
lucratividade.
CAPÍTULO I
CONTABILIDADE DE CUSTOS
11
A contabilidade produz informações e a avaliação destinada a fornecer
aos seus usuários demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e
de produtividade, a respeito da entidade objeto de
contabilização.
Antes da Revolução Industrial os bens eram produzidos por pessoas
ou grupos de pessoas que poucas vezes constituíam entidades jurídicas. Com
o advento das indústrias a função da contabilidade ficou mais complexa, o que
na era mercantilista simplesmente tinha-se na conta estoque o valor das
compras, passou-se a ter no processo fabril uma série de valores pagos pelos
fatores de produção, surgindo a necessidade de adaptação da contabilidade
utilizada nas empresas comerciais para as industriais.
A partir dessa
necessidade nasceu a contabilidade de custos, que nesta época tinha a função
de resolver problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado
não sendo utilizada como instrumento de administração.
Atualmente, a contabilidade de custos é uma atividade que produz
informações de custos para os diversos níveis gerenciais, Ferreira diz que:
É a área da contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de
bens e serviços. Tem aplicação em qualquer empresa na qual se deseje
controlar os gastos necessários à produção de bens e serviços. (FERREIRA,
2003, p. 1).
A contabilidade de custos é uma ferramenta eficaz diante das novas
exigências por parte dos administradores, já que utiliza cada vez mais dados
quantitativos e não monetários e variáveis importantes para permitir uma
tomada de decisão no processo de formação de preços. Conforme Souza:
Fundamentalmente, a contabilidade de custos refere-se hoje às atividades de
coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de
decisões de todos os tipos, desde as relacionadas com operações repetitivas
12
até as de natureza estratégica não repetitivas, e, ainda, auxilia na formulação
das principais políticas das organizações. (SOUZA, 2002, p. 33).
O
papel da contabilidade de custos é permitir ao administrador as
projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário, segundo
Martins:
A contabilidade de custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle e
a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais
importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões,
orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente
seguinte acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os
valores anteriormente definidos. (MARTINS, 2008, p. 21).
Segundo Megliorini (2007 p.3) a contabilidade de custos gera subsídios
para:
• a determinação dos custos dos insumos aplicados na produção;
• a determinação dos insumos das diversas áreas que compõe a
empresa;
• as políticas de redução de redução dos custos dos insumos
aplicados na produção ou das diversas áreas que compõem a
empresa;
• o controle das operações e das atividades;
• a administração, auxiliando-a na tomada de decisões ou na
solução de problemas especiais;
• as políticas de redução de desperdício de material, tempo ocioso
etc.
• a elaboração de orçamentos.
Os custos ocupam um lugar de destaque na gerência financeira de
todos os processos relativos a formação de preços. Quando se sabe quanto
custa um produto ou serviço, sabe-se que se for vendido abaixo disso implicase em prejuízo comprometendo a saúde financeira da empresa ou se for
vendido por um preço elevado, em comparação com o mercado, poderá ficar
encalhado na prateleira, comprometendo o giro de capital da empresa.
13
Megliorini (2007 p.3) afirma também que a contabilidade de custos
auxilia na solução de problemas relacionados:
• ao preço de venda;
• à contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro
da empresa;
• ao preço mínimo de determinado produto em situações especiais;
• ao nível mínimo de atividades exigido para que o negócio passe a
ser viável;
• ao gerenciamento dos custos;
• a diversos problemas específicos.
O método mais utilizado no processo de formação de preços se orienta
pela análise do cenário de bom desempenho operacional da empresa quanto
aos custos diretos e indiretos dos materiais e insumos de produção, na mãode-obra, etc. Todas essa variáveis permitem ao gestor analisar como formar
os preços dos produtos e serviços. Conforme Souza:
Toda e qualquer mercadoria ou serviço tem um custo possível de ser
determinado. O valor padrão de custo é calculado a partir de padrões técnicos
de produção, que são definidos com base em processos, em que
primeiramente são quantificados o consumo e a utilização dos materiais, da
mão-de-obra, dos gastos gerais de fabricação e de quaisquer outros insumos
necessários à fabricação de uma unidade de produto. (SOUZA,2002 p.44).
Portanto, a contabilidade de custo produz informações gerenciais para
que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam capazes de
planejar, controlar e decidir com maior eficiência no momento de definição do
custo padrão definido como o custo normal de um produto.
1.1 – A contabilidade de custos como ferramenta na formação
de preços
14
No mundo globalizado de hoje as pequenas empresas devem utilizar a
contabilidade de custos como principal ferramenta para que possam manter
um preço competitivo com as empresas de grande porte.
A apuração dos custos em pequenas empresas se constitui em uma
atividade de controle necessária ao adequado gerenciamento e nas tomadas
de decisões. Portanto, as análises de custos é uma absoluta necessidade
como instrumento eficaz de gerência e acompanhamento dos serviços e na
implantação de medidas de formação de preços ao consumidor no que
concerne à quantificação e controle adequado de cada componente da
formação de preço.
No que se refere a contabilidade de custo como ferramenta necessária
a formação do preço de venda, Martins destaca que:
No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois
consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem
respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de
introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de
compra ou produção. (MARTINS, 2008, p. 22).
Nas pequenas empresas a política de preços
é fundamental.
Considerando-se que existem muitas dificuldades no processo de formação de
preços. É necessário que ao fixar o preço de um produto ou serviço leve em
consideração que este seja capaz de cobrir todos os gastos inerentes ao
funcionamento da empresa, além da margem de lucro, o que torna atrativo o
negócio estabelecido.
As pequenas empresas de vendas e serviços devem ter como
redefinição das prioridades essenciais, a formação de preços nas medidas
administrativas iniciais.
Martins (2008) afirma que o importante é que o
sistema de custo produza informações úteis e consistentes com a filosofia da
empresa.
15
A contabilidade de custos se constitui em importante ferramenta de
gerenciamento por que permite a utilização de vários métodos direcionados à
situação real da empresa e suas reais necessidades.
Mas embora seja
instrumento fundamental na formação de preços, outros fatores também
influenciam conforme citados por Martins:
Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo
do produto; porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é
suficiente, Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda,
os preços de produtos dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a
estratégia de marketing da empresa etc. (MARTINS, 2008, p. 218).
Não podemos negar que fatores externos influenciam muito na
formação do preço de venda de um produto ou serviço, porém a pequena
empresa deve estar sempre atenta ao controle interno de seu custo. E por
isso a contabilidade de custos é uma ferramenta de suma importância no
gerenciamento e tomada de decisão, devendo fazer parte de sua estratégia
como parâmetros para decisões administrativas mais coerentes.
1.2 – Conceitos e Terminologias
Para que possamos entender como podemos utilizar a contabilidade
de custos como ferramenta, no planejamento estratégico da formação de
preços precisamos conhecer a terminologia utilizada. De acordo com Ferreira
(2003) ainda existem certas divergências entre os termos utilizados, pois falta
uma linguagem-padrão,
porém utilizaremos os termos de acordo com a
doutrina predominante de expressões utilizadas na contabilidade de custos.
16
Alguns termos utilizados no dia-a-dia tem o seu emprego
como
sinônimos, mas quando aplicados na contabilidade de custos tem significados
bem distintos.
Segundo Ferreira (2003) a contrapartida da aquisição de um bem ou
serviços é considerado um gasto. Martins definiu:
Gasto – Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício
financeiro para a entidade, sacrifício esse representado por entrega ou
promessa de entrega de ativos. (MARTINS, 2008, p.24).
O gasto implica em desembolso, mas são conceitos distintos, segundo
Martins:
Desembolso – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto
defasada ou não do gasto. (MARTINS, 2008, p. 25).
Vários autores consideram que um gasto pode ter como contrapartida um
investimento, um custo, uma despesa ou uma perda.
Um investimento é quando a empresa adquire um bem ou serviço que se
incorpora ao ativo, Martins descreve que:
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens e serviços (gastos) que
são “estocados’ nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de
sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua
desvalorização são especificamente chamados investimentos. (MARTINS,
2008, p. 218).
O custo representa o valor dos bens e serviços consumidos na
produção de outros bens ou serviços.
Pode-se entender como custos, os
gastos incorridos para obtenção de resultados e serviços prestados. Martins
define custos como:
17
O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo,
no momento da utilização de fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço.(MARTINS, 2008, p. 25).
O gasto ocorrido com a redução patrimonial intencional com o objetivo
de realização de receitas é considerado como despesa.
Ferreira (2003)
considera que o sacrifício patrimonial correspondente às despesas se deve ao
fato de elas não gerarem uma contrapartida que se incorpore ao patrimônio.
Outro gasto que também ocorre no processo produtivo são as perdas
que podem ser classificadas como: perdas normais e anormais. As perdas
normais são aquelas que ocorrem durante o processo produtivo e são tratadas
como custo, embora não se agregue ao produto são computadas como parte
de seu custo.
As perdas anormais, são aquelas que ocorrem por fatores
alheios a vontade do administrador é a perda improdutiva, o sacrifício
patrimonial involuntário podem acontecer por vários motivos, entre eles por
furtos, incêndios, obsolescência e até mesmo por pagamento de mão-de-obra
ociosa.
A cada gasto ocorrido na pequena empresa cabe ao administrador
classificá-lo como investimento, custo, despesa ou perda, pois cada um tem
seu papel distinto no controle do patrimônio.
Uma boa classificação dos gastos ocorridos na empresa poderá
propiciar segurança para o administrador tomar decisões táticas e estratégicas
dos controles de custos, na redução de custos, na eliminação de desperdícios,
e na comparação de processos de produção e dos seus custos.
As pequenas empresas necessitam de cortes ou racionalização de
custos para oferecer preços mais acessíveis do que a concorrência, sem
deixar de lado a qualidade dos serviços ou produtos.
18
Assim a contabilidade de custos pode prestar grande auxílio a estas
organizações, pois fornece, análises sobre o comportamento dos custos e das
despesas, variações entre custos previstos e reais, análise da evolução das
vendas, lucros e retorno do capital investido em linhas de produtos ou serviços.
Para que a pequena empresa permaneça de modo competitivo no
mercado é necessário que além de compreender precisamente o custo e a
lucratividade de cada um de seus produtos, serviços e clientes estejam aptas
a transformações que
as obriguem a praticar novas formas de gestão
adotando metodologias de custeio que possibilitem implantar ações gerenciais
que garantam competitividade frente aos seus concorrentes.
CAPÍTULO II
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Reconhecemos como custos os gastos efetuados para operacionalizar
e comercializar produtos ou serviços. É de suma importância classificá-los
como diretos, indiretos, fixos ou variáveis, para se ter uma real visão de onde
estão sendo empregados os recursos financeiros da empresa.
2.1– Custos Diretos e indiretos
19
Todos os gastos ocorridos tais como a matéria-prima, a mão-de-obra,
a energia elétrica, a depreciação etc são custos apropriados ao produto ou
serviço e classificá-los em diretos ou indiretos vai ao dessa necessidade.
Sá (2008, p.150) considera custos diretos aqueles que se relacionam
ao que fisicamente se identifica no produto fabricado.
Os custos diretos constituem todos aqueles elementos de custo
individualizáveis com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam
imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma correspondência
proporcional.
Os custos diretos são aqueles que podem ser apropriados aos
produtos ou serviços conforme o consumo direto, são diretamente incluídos no
cálculo e não necessita de rateios ou apropriações.
Custos Indiretos São os custos apropriados aos produtos ou serviços
em função de uma base de rateio ou apropriação.
Os custos indiretos
são os custos que não se podem apropriar
diretamente a cada tipo de bem ou serviço em função de custo no momento de
sua ocorrência.
Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais
mediante o emprego de critérios pré-determinados e vinculados a causas
correlatas, como mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem , gastos com
energia, com base em horas/máquinas utilizadas entre outros fatores.
Os custos indiretos nos obrigam a utilizar critérios de rateios e
estimativas. O rateio é um artifício que usamos para alocar os custos que não
visualizamos com objetividade e segurança à aqueles produtos ou serviços aos
quais se referem, entre outros temos como exemplos:
20
•
depreciação de equipamentos que fabricam mais de um
produto;
•
energia elétrica;
•
conta da água;
•
telefone;
•
aluguel;
•
seguros;
•
mão-de-obra de supervisores;
•
peças de manutenção;
Embora os custos diretos ou indiretos entrem na base de cálculo para
a formação de preços dos produtos a sua identificação é necessária para ser
utilizada como ferramenta para tomada de decisões.
2.2 – Custos Fixos e Variáveis
Além de classificar os custos em diretos e indiretos temos outra
classificação
variáveis.
importante a ser feita que é classificar os custos em fixos e
Em relação a esta classificação, Martins (2008, p.49), considera
que:
Outra classificação usual, (e mais importante que todas as demais) é a que
leva em consideração a relação entre o valor total de um custo e o volume de
atividade numa unidade de tempo. Divide-se basicamente os custos em fixos
e variáveis.(MARTINS, 2008,p. 49).
Essa divisão ocorre em função do comportamento dos elementos de
custos em relação às possíveis alterações no volume de produção de bens ou
serviços, segundo Moreira em 1988:
Os custos fixos, normalmente ocorrem por contratos estabelecidos
previamente, são necessários obrigatoriamente desembolsá-los todo o mês em
21
virtude de que é indispensável para que a empresa operacionalize
normalmente, independentemente da quantidade produzida e vendida pela
empresa.
São exemplos destes custos fixos: aluguel, [água, luz, telefone,
propaganda, salários e encargos, entre outros, para que a empresa
desempenhe adequadamente suas funções visando atingir seus objetivos.
Os recursos dos custos fixos não são infinitos, com o aumento da
produção, pode ultrapassar a capacidade de produção instalada. Megliorini
diz que:
Custos semifixos: são os elementos de custos classificados como fixos mas
que se alteram em decorrência de mudança na capacidade de produção
instalada (MEGLIORINI, 2007, p.13).
Importante não confundir custos fixos com custos repetitivos. Os custos
repetitivos tem eternamente a mesma importância, valores dos custos fixos
expressos em moedas não necessitam ter sempre os mesmos valores.
Os custos variáveis ocorrem somente em virtude da produção e
comercialização dos produtos ou serviços produzidos pela empresa.
São
exemplos práticos dos custos variáveis:
•
a matéria-prima utilizada na produção de cada produto;
•
a embalagem;
•
o transporte;
•
os impostos incidentes sobre o faturamento da empresa;
•
e todo o esforço necessário para a comercialização e
distribuição dos mesmos.
Os materiais diretos aplicados na produção de bens e serviços, num
determinado período de tempo depende diretamente do volume de bens ou
serviços produzidos, logo materiais diretos são custos variáveis.
22
Os custos variáveis por sua vez, podem muitas vezes apresentar uma
parcela fixa, certos contratos são estabelecidos com um valor mínimo de
consumo e a partir de determinado ponto passa a ser considerado variável,
Mgliorini, explica que:
Custos semivariáveis são os elementos de custos que possuem, em seu
valor, uma parcela fixa e outra variável, isto é, têm um comportamento
de custo fixo até certo momento e depois se comportam como custo
variável (MEGLIORINI, 2007, p.12).
O custo total é a somatória dos custos fixos e variáveis. Classificar
como custo fixo ou variável, é a maior dificuldade encontrada pelos
empresários de pequeno porte, pois, estes têm grande dificuldade em
distinguir e separar os custos pertinentes a empresa.
O administrador da pequena empresa tem que levar em consideração
a suma importância de classificar corretamente os custos fixos e os custos
variáveis. A pequena empresa deve tomar consciência de que deve explorar
todos os recursos disponíveis do custo fixo ao máximo.
23
CAPÍTULO III
MÉTODOS DE CUSTEIOS
A contabilidade de custos apresenta vários métodos que podem
auxiliar gestores a desenvolverem o gerenciamento de custos. Cabe ao gestor
escolher o que lhe for mais apropriado para auxiliá-lo na gestão de seu
estabelecimento. Segundo Bornia (2002), o método de custeio é análise do
sistema sob o ponto de vista operacional, de como alocar os custos indiretos
aos produtos, isto é, como processar os dados para gerar a informação.
Verifica-se que a informação de custos permite aos gestores um
domínio ou conhecimento, já que a contabilidade de custos também fornece
informações detalhadas sobre as despesas operacionais envolvidas nos
negócios. Desta forma, através de um sistema de custos é possível conhecer
detalhadamente o custo de operação nas empresas para suprir esses
profissionais com informações que os orientem na tomada de decisões.
24
Na concepção de Abbas (2001), a escolha do método é importante na
utilização da contabilidade de custos, na medida em que para a análise direta
da melhor forma de uso dessa ferramenta contábil na pequena empresa,
conforme a necessidade de informação.
A
Contabilidade
de
custos
oferece
informações
sobre
as
movimentações de estoques, sobre os custos de vendas e distribuição, sobre
as vendas e lucros de cada linha de produtos fabricados ou serviços
prestados. Conforme Riccio:
A crescente competitividade em todos os tipos de mercados tornou a
informação de custos uma das bases mais importantes da contabilidade
gerencial. Incrementou a ligação da contabilidade com outras disciplinas e
gerou novos paradigmas na gestão empresarial. A busca de respostas cada
vez mais precisas para os problemas das empresas fez crescer as discussões
e a pesquisa em torno das metodologias de custeio e da utilização da
informação de custos. (RICCIO, 2005 p.1).
Existem
métodos
específicos
que
se
enquadram
à
atividade
empresarial em todas as suas demanda de informações no fornecimento
registros completos e seguros das transações comerciais, como técnicas de
gestão.
Segundo Kaplan (1998), todas as empresas necessitam identificar o
tipo de método para cada área de atuação ou resultado esperado. Nesse
contexto, o método de custeio baseado em atividades é dinâmico e favorece
aos gestores ações que se correlata plenamente com as mudanças ocorridas
no ambiente competitivo.
Portanto o método é fundamental para os gestores que dependem de
informações para melhorar a qualidade, pontualidade e eficiência das
atividades que executam, além de permitir aos gestores à compreensão
precisa do custo, direcionada à formação de preços e a lucratividade de cada
um dos produtos, serviços e clientes.
25
3.1 Método do Custo Padrão
O Método do Custo Padrão é um método utilizado para o controle dos
custos. Controlar é conhecer a realidade, comparar com o que foi estabelecido
previamente, tomar conhecimento rápido das divergências, suas origens e
tomar atitudes para sua correção.
A comparação entre o custo fixado como
padrão e o custo que realmente aconteceu auxilia o gestor em:
•
Eliminação de falhas nos processos produtivos;
•
Aprimoramento dos controles;
•
Instrumento de avaliação do desempenho;
•
Contribuir para o aprimoramento dos procedimentos de
apuração do custo real;
•
Rapidez na obtenção das informações.
Bornia (2002, p.89) especifica o método do custo padrão nas etapas a
seguir:
•
Fixar um custo-padrão, que servirá de referência para a análise
dos custos;
•
Determinar o custo realmente incorrido;
•
Levantar a variação (desvio) incorrida entre o padrão e o real;
•
Analisar a variação, a fim de auxiliar na procura das causas
(motivos) que levaram aos desvios.
Martins (2008) defende a fixação do custo padrão como gradativa, com
melhorias no decorrer do tempo, tornando-a mais acreditável e útil, custeando
assim a produção de forma dinâmica para a obtenção de sucesso na fixação.
26
O administrador da pequena empresa deve levar em conta que na hora
de fixar o custo padrão precisa do auxílio de quem produz o bem ou serviço,
Berti (2006), afirma que:
Na determinação do custo padrão é importante que o contador de custos
consulte o departamento de planejamento ou gerente de produção por que
esses têm o conhecimento apurado sobre o sistema de produção, o volume de
insumos utilizados para cada unidade do produto, bem como, o gasto de tempo
para produzir e assim por diante. (BERTI , 2006 p.72).
O método de custeio-padrão pode ser utilizado, contabilmente e
gerencialmente, porém, é imprescindível que seu ajuste com os custos reais se
faça regularmente, exigindo-se tal procedimento quando por ocasião do
levantamento do balanço patrimonial.
3.2– Custeio por absorção
O Custeio por Absorção tem como característica a absorção de todos
os gastos relativos ao esforço de fabricação, sendo rateados para todos os
produtos fabricados. Consiste na apropriação de todos os custos diretos e
indiretos, fixos e variáveis causados pelo uso de recursos da produção aos
bens elaborados num determinado período.
A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre
custos e despesas. A separação é importante porque as contas de despesas
são jogadas imediatamente no resultado do exercício, enquanto que apenas os
custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento.
O Custeio por Absorção é o único aceito pela Legislação do Imposto
de Renda do Brasil por atender os seguintes princípios contábeis:
•
Princípio da realização da receita - Ocorre a realização da
receita quando da transferência do bem vendido para
terceiros;
27
•
Princípio da confrontação -
As despesas devem ser
reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que
ajudam a gerar.
•
Princípio da competência - As despesas e receitas devem
ser reconhecidas nos períodos de sua competência, ou seja,
no período em que ocorrer o seu fato gerador.
O primeiro passo para a apuração dos custos é separar os gastos do
período em despesas, custos e investimentos segundo Megliorini (2007):
As despesas não são apropriadas aos produtos, e sim lançadas na
demonstração de resultados do exercício, por estarem relacionadas à geração
de receita e à administração da empresa; os custos são apropriados aos
produtos; e os investimentos são ativados (MEGLIORINI, 2007, p.20).
Os seguintes passos devem ser seguidos para a apuração do exercício:
•
Separação de custos e despesas;
•
Apropriação dos custos diretos e Indiretos à produção realizada no
período;
•
Apuração do custo dos produtos em elaboração;
•
Apuração do custo da produção acabada;
•
Apuração do custo dos produtos vendidos;
•
Apuração do resultado.
Na apuração dos custos diretos e indiretos, de acordo com (Berti,
2007, p.60) o custo direto é aquele que não necessita de instrumentos,
métodos e fórmulas de auxílio para identificá-los, os mais comuns são:
matéria-prima, mão-de-obra direta, embalagens, enquanto que,
o custo
indireto é aquele que é necessário uma metodologia, uma forma de rateio
para identificar o custo e não se pode afirmar com precisão se o valor está
realmente correto, para que se obtenha um resultado mais próximo da
realidade da empresa é importante que o gestor tenha bom senso na definição
28
dos rateios, utilizando mapas de localização de custos ou planilhas que
apresentem os custos aos seus respectivos centro de custos.
Vantagens do custeio por absorção, segundo Leone (1996) são:
•
Considera o total dos custos por produto;
•
Formação de custos para estoques;
•
Permite a apuração dos custos por centros de custos.
Desvantagens do custeio por absorção, também segundo Leone
(1996): Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos;
• Não evidencia a capacidade ociosa da entidade;
• Os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto nem
sempre justos;
• Apresentar
pouca
quantidade
de
informações
para
fins
gerenciais.
Embora seja o método de custeio aprovado pela legislação do Imposto
de Renda o gestor da pequena empresa deve levar em consideração que o
método do custeio por absorção não deve ser utilizada como ferramenta
gerencial para a formação do preço de venda.
3.3 – Custeio Variável ou Direto
O custeio variável ou direto apropria aos produtos fabricados todos os
custos variáveis, sejam diretos ou indiretos, deixando os custos fixos, como
despesas, indo diretamente ao resultado, e isso provoca uma diminuição do
imposto a pagar, por esse motivo não é aceito pela legislação do Imposto de
Renda.
29
No custeio variável não se utilizam arbitrariedades para apropriar os
custos indiretos aos produtos, considera como custos somente aqueles itens
que variam conforme a produção da empresa.
Como ferramenta gerencial de custos, é mais vantajoso que o custeio
por absorção, por relacionar o custo com a sua produção, evitando
arbitrariedades na alocação dos custos. O custeio variável pode ser usado
internamente na empresa e também formalizado na contabilidade, desde que
no final do período seja feito um lançamento de ajuste para que fique de
acordo dom os critérios exigidos pela legislação.
Pelo método do custo variável, obtém-se a margem de contribuição de
cada produto, linha de produtos, clientes etc., o que possibilita aos gestores
utilizá-la como ferramenta auxiliar para tomar decisões Megliorini (2007, p.113
e 114) cita:
• Identificar os produtos que contribuem mais para a lucratividade
da empresa;
• Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas
ou reduzidas e aqueles que podem ser suas vendas
incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos
da linha de produção;
• Identificar os produtos que proporcionaram maior rentabilidade
quando existem fatores que limitam a produção, permitindo o
uso mais racional desses fatores;
• Definir o preço dos produtos em condições especiais, por
exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa;
• Decidir entre comprar e fabricar;
• Determinar o nível mínimo de atividades para que passe a ser
rentável;
• Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto
permitido.
30
3.3.1 – Margem de Contribuição
A margem de contribuição é a diferença entre a receita e o custo
variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à
empresa entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser
imputado sem erros. Megliorini considera que:
A margem de contribuição é o montante que resta do preço de venda de um
produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis. Representa
a parcela excedente dos custos e das despesas gerados pelos produtos. A
empresa só começa a ter lucro quando a margem de contribuição dos produtos
vendidos supera os custos e despesas fixos do exercício. Assim, essa
margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos à cobertura dos
custos e despesas fixos e ao lucro (MEGLIORINI, 2007, p.114).
A margem de contribuição resulta do seguinte cálculo:
MC = PV - Cv - Dv
Onde:
MC= Margem de Contribuição
PV= Preço de Venda
CV= Custos Variáveis
DV= Despesas Variáveis
3.4 – Custeio Baseado em Atividades
O sistema de custos ABC – Activity Based Costing – ou custeio
baseado em atividades é uma metodologia que oferece as condições de
melhorar a qualidade das informações de custos, a partir de decisões
31
automáticas, que possam estar relacionadas às atividades de produção e
suporte, e custos de processos e de produtos, focalizando a atenção dos
gerentes nos produtos e processos com maior potencialidade para o aumento
dos lucros.
Assim o método ajuda na tomada de decisão e focar a gestão dos
negócios por que possibilita o rastreamento dos custos de um negócio a partir
da correlação entre as atividades com a geração das receitas e o consumo de
recursos, como um método especial de gestão que possibilite obter
informações aos seus negócios, permitindo que seus gestores tracem
caminhos que conduzam ao êxito.
Segundo Kaplan (1998), todas as empresas necessitam identificar o
tipo de método específico para cada área de atuação ou resultado esperado.
Nesse contesto, o método de custeio baseado em atividade é dinâmico e
favorece aos gestores ações que se correlata plenamente com as mudanças
ocorridas no ambiente competitivo.
O custeio dos produtos ou serviços provocados por rateios arbitrários
de custos indiretos pode prejudicar a formação de preços e nesse processo
deverá existir a presença constante de atividades que agregam valor. Além de
identificar os custos administrativos.
Para Cogan
(1999, p.111), os sistemas convencionais de análises
baseadas em pesquisas de mercado se centram no processo externo á
empresa e não deve ser utilizada de forma isolada, pois não permitem análises
mais consistentes quanto aos problemas econômicos e de controle financeiro
da empresa e que precisam ser avaliados antes da formação de preços.
A contabilidade de custos favorece a escolha correta do método de
análise para cada realidade na medida em que permite aos usuários a
utilização de direcionadores, para alocar as despesas de uma forma mais
32
realista aos produtos e serviços. Conforme Cogan (1999), dentre os métodos
utilizados pelas empresas:
O sistema ABC identifica as causas dos custos, e, os produtos incorrem
nestes mesmos custos através das atividades que eles exigem. O ABC na
prática leva a um rastreamento de dados que habitualmente não são
considerados nos sistemas de custeios tradicionais, por extensão, ele ajuda a
redimensionar a mentalidade gerencial das empresas onde é aplicado.
(COGAN, 1999, p. 102).
Assim, verifica-se que o sistema ABC favorece a visualização de
cenários para a análise da demanda por indicadores para determinar o preço
do produto de operações internas.
33
CAPÍTULO IV
FORMAÇÃO DE PREÇOS
Na atual conjuntura econômica, onde a concorrência está cada vez
maior, a briga por preços passa ser vital para o sucesso e a própria
sobrevivência das empresas. Megliorini diz que:
Tudo o que constitui objeto de transação, produto, mercadoria ou serviço
prestado entre uma empresa e seus consumidores necessita de um preço. No
entanto, determinar esse valor em um mercado onde ocorrem freqüentes
mudanças no modelo concorrencial tem se tornado tarefa cada vez mais difícil.
(MEGLIORINI, 2007, p.175).
Os preços são considerados pelos consumidores como um dos mais
importantes elos de fidelização nas empresas. Portanto, a formação de preços
pelas
empresas
é
um
processo
de
operacionalização
que
requer
conhecimentos e controle de variáveis e métodos de custos para a sua
definição.
Existem vários conceitos de preços, que não são conflitantes, mas
complementares em uma economia competitiva e constantemente em
mutação. Conforme Zicher (2002, p.15), preço é a quantidade de dinheiro,
bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir à propriedade ou uso de
um produto.
O primeiro passo para a formação do preço de venda é calcular o
custo do produto ou serviço. Segundo Sardinha (1995, p.2). O sucesso
empresarial pode não ser conseqüência da decisão do preço. Porém, o preço
34
equivocado de um produto certamente o levará ao comprometimento da saúde
financeira da empresa.
A implantação de um sistema de custo para a pequena empresa é
fundamental para a sua sobrevivência.
O controle de custo auxilia na
definição para o cálculo do custo correto e a formação de preços competitivos.
Megliorini (2007) esclarece que:
Embora o gestor possa calcular os custos de um produto com o máximo
rigor, utilizando diferentes métodos de custeio (por absorção, variável, ABC
etc.), no momento de definir o preço ele depara com um problema
operacional altamente complexo. Além de proporcionar um retorno adequado
ao investimento realizado, o preço está sujeito a aspectos que fogem ao
controle da empresa, como as regulamentações governamentais, o avanço
tecnológico, a obsolescência, a mudança de gosto do consumidor, os preços
da concorrência, entre outros. Assim, decidir o preço de um produto envolve
muito mais que simplesmente efetuar cálculos. (MEGLIORINI, 2007, p. 175176).
A única forma de tornar um produto ou serviço mais acessível e atraente
ao consumidor se constitui na estratégia de estabelecer o preço correto.
Atingir o preço correto é uma das mais fundamentais e importantes funções da
administração. Conforme Zicher (2002), a formação de preços de venda de
um produto deve seguir a avaliação dinamizada dos custos para depois ser
adicionada uma margem de lucro desejada pela empresa. A determinação
desta margem de lucro depende da estrutura de mercado na qual está inserida
a empresa produtora.
Hoje em dia não se pode formar o preço de venda de um bem ou
serviço tendo seu custo como base, é nessa hora que começam a surgir
problemas. Megliorini (2007, p.176) destaca que um dos problemas refere-se
à determinação do custo que pode assumir diferentes valores, dependendo do
método de custeio utilizado em seu cálculo. Depende também da maneira
como os recursos consumidos na obtenção do produto são valorizados: se o
preço de aquisição desses recursos é o preço de mercado à vista ou a prazo,
35
com ou sem desconto; se é o valor pago na última aquisição ou se esse valor é
corrigido por um índice qualquer etc.
Atualmente a empresa deixa de ter o poder de determinar o preço de
venda. Segundo Megliorini (2007) é o mercado, portanto, que acaba ditando o
preço que está disposto a pagar.
Como atualmente é o mercado que determina o preço de venda a
contabilidade de custo deixou de calcular o preço baseado nos custo e passou
a verificar a viabilidade de ofertar determinado produto ou serviço pelo preço
estipulado pelo mercado avaliando se consegue atingir a lucratividade
esperada capaz de remunerar adequadamente os investimentos realizados
nas empresas por seus proprietários.
O custo não é mais a base para a formação do preço, passando a
representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o produto.
Para chegar a esse custo, a empresa atende, aos clientes que determinam o
preço e aos proprietários da empresa, que determinam o lucro.
A contabilidade de custos serve de ferramenta para utilizar diversas
estratégias para a formação do preço de venda para seu produto ou serviço.
Dentre elas destaca-se a formação do preço de venda baseada nos métodos
de custos.
4.1 – Formação do preço de venda com base no custo
Apesar de saber que atualmente o preço de venda é determinado pelo
que, o mercado está disposto a pagar pelos produtos ou serviços oferecidos,
o cálculo do preço de venda a partir do custo torna-se necessário para apurar
um padrão inicial, que servirá como ponto de partida para futuras análises
36
comparativas. Diversas situações sugerem a formação de preços por meio
dos custos de produção.
Como os exemplos citados por Padoveze (1996, p.
280).
•
Introdução de novos produtos no mercado;
•
Análise e acompanhamento constantes do custo e dos preços
dos atuais produtos;
•
Surgimento de novos negócios;
•
Pedidos especiais;
•
Produtos por encomendas;
•
Análise de preços de produtos concorrentes, etc.
Martins (2008, p.218) afirma que esta forma de calcular os preços de
venda – “preços de dentro para fora” -, o ponto de partida é o custo do bem ou
serviço apurado segundo um dos métodos de custeio por absorção, variável,
ABC etc. Sobre este custo é determinado uma margem , denominada markup, que deverá ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo
como, tributos, comissões e o lucro desejado pelos administradores.
4.1.1 – Formação do preço de venda a partir do custeio por
absorção
Segundo Martins (2008, p.41-42), este sistema consiste na apropriação
de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção;
todos os gatos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos
os produtos feitos.
Padoveze (2000) ressalta que, em uma análise histórica, percebe-se
que este sistema de custeio veio a ser utilizado mais em razão dos critérios de
inventários do que das necessidades gerencias das empresas.
37
Neste sentido, infere-se que o sistema de custeio por absorção não está
preocupado em fazer distinção entre custo fixos e variáveis. Sua premissa
fundamental é separar custos e despesas. Sendo que os custos são
apropriados aos produtos, para, no momento da venda, serem confrontados
com as receitas geradas, e as despesas são lançadas diretamente no
resultado do período.
4.1.2 – Formação do preço de venda a partir do custeio variável
ou direto
Martins (2008, p.208) define o custeio direto ou variável como aquele em
que só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos
separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o
resultado, para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis.
Diferentemente do custeio por absorção, o custeio variável parte do
pressuposto de que os custos fixos são difíceis de serem alocados aos
produtos e, portanto, devem ir diretamente para o resultado.
Este critério torna-se importante na formação de preços de venda
porque, por meio dele pode-se identificar a margem de contribuição que cada
produto ou serviço oferece à empresa. Martins (2008) afirma que atualmente é
mesmo sendo o mercado o grande definidor do preço, a ideia de se utilizar a
figura da margem de contribuição para auxiliar na tomada de decisão muitas
vezes pode ser útil na fixação de preços.
Portanto, este sistema só considera como custo do produto os custos
variáveis utilizados no processo produtivo, sendo assim, os custos fixos são
considerados como se fossem despesas do período, pois estes custos
independem do volume de produção.
4.1.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio ABC
38
No método de custeio ABC os custos fixos criam problemas na alocação
aos produtos, tanto quanto a variação nos volumes de produção. Portanto, a
sistemática de apuração do preço de venda dos produtos ou serviços é quase
a mesma para o custeio por absorção e pelo ABC, ou seja, conhecido o custo
unitário de um produto, acrescido das despesas globais do mesmo, determinase
o preço de venda adicionando-se a margem de lucro desejada, por
unidade.
Porém este raciocínio só teria validade se a empresa fabricasse um
produto sem concorrência, ou se o preço do mesmo fosse controlado pelo
governo. Outro fator de grande relevância para a não utilização do método do
custeio baseado em atividades é que o referido método é de grande
recomendação e aplicabilidade apenas nas grandes empresas, as quais
possuem sistemas de informações completos, em departamentos bem
organizados, facilitando a obtenção das informações necessárias e perfeita
alocação dos custos às atividades.
Este critério não é viável para a pequena empresa, pois ela não dispõe
de sistemas que facilitem a correta apuração dos custos envolvidos na
produção.
4.2 – Mark-up
Quaisquer que sejam os métodos de custeios utilizados para a apuração
do custo a equação que representa o preço de venda é a seguinte:
P=C+L
Onde:
P = preço
39
C= custo
L = lucro
Para se definir o preço de venda com base nos custos incorridos para
fabricar um produto ou realizar um serviço, agrega-se a esses custos uma
margem conhecida como mark-up.
O mark-up consiste em uma margem, geralmente expressa na forma de
um índice ou percentual, que é adicionada ao custo dos produtos. Esse custo
apresentará variações, dependendo do método de custeio utilizado.
Na
composição do mark-up, Megliorini (2007, p.181) destaca que é necessário
determinar:
os percentuais das despesas de vendas e das despesas
administrativas, o percentual de lucro desejado e as alíquotas dos impostos
para o produto ou serviço que está sendo precificado (ISS, ICMS, IPI), bem
como as dos impostos incidentes sobre as receitas da empresa (PIS, Cofins).
Este método de calcular os preços é muito utilizado pelas empresas.
Vejamos um exemplo, baseado no custeio por absorção citado por Martins
(2008, p.219):
Custo unitário: $8
Despesas gerais e administrativas (DGA): 10% da receita bruta (*)
Comissões dos vendedores (COM): 5% do preço de venda bruto
Tributos (IMP) incidentes sobre o preço de venda: 20% bruto
Margem de Lucro desejada (MLD): 5% sobre a receita bruta
O mark-up seria, então, calculado da seguinte forma:
DGA =
10%
COM =
5%
=
20%
MLD =
5%
IMP
40
Total =
40% sobre o preço de venda bruto = markup
O preço de venda (PV) será o calculo acrescido de 40% do PV:
PV
=
$8 + 0,4 PV
PV - 0,4
= $8
0,6 PV
= $8
PV
= $8
0,6
PV
= $13,33
Por esse método o preço de venda seria fixado em $13,33.
Esse preço de $13,33 seria, então, uma referência, sujeira a ajustes –
para mais ou para menos – de acordo com as condições de mercado.
Martins (2008, p.219) considera que este método de calcular os preços
com base em custos é muito utilizado pelas empresas,porém apresenta
algumas deficiências, como: não considerar, pelo menos inicialmente, as
condições de mercado, fixar o percentual de cobertura das despesas fixas de
forma arbitrária.
A pequena empresa que está exposta diariamente a uma concorrência
com as grandes empresas que lideram o mercado, saber calcular corretamente
o preço de venda não é o bastante para a sobrevivência e o crescimento da
empresa, muito menos uma simples determinação do valor a ser praticado. É
necessário sim, acima de tudo, utilizar adequadamente um sistema que lhe
possibilite não só saber qual o preço ideal, mais saber como flexibilizá-lo diante
de diferentes alternativas que o mercado oferece.
4.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio meta
41
Partindo-se do pressuposto de que quem determina o preço de venda
pagar é o mercado a empresa deve calcular o seu custo para saber se ele não
ultrapassa o seu preço de venda.
Martins (2008, p. 223) Afirma que problema de muitas vezes o preço
ideal não ser capaz de produzir o resultado mínimo necessário, ou de nem
mesmo ser capaz de cobrir os gastos o custeio meta deve ser um processo de
planejamento dos lucros, preços e custos que parta do preço de venda para
chegar aos custos, por este motivo diz-se que é o custo definido de fora para
dentro.
Com a concorrência cada vez mais acirrada, o consumidor cada vez
mais exigente e esclarecido o preço passa a ser formado praticamente em
função da oferta e da procura. A necessidade da empresa se adaptar a este
novo cenário, o qual as empresas não podem alterar seus preços por
modificação na sua estrutura de custos, o caminho inverso mencionado
passou a ser necessária para melhor posicionamento estratégico e
desempenho,
Martins (2008, p.224) questiona. Qual o custo máximo
suportável de forma a atingir o retorno desejável?
Qual o custo máximo admissível ao produto ou serviço? Responder
esta pergunta não é tarefa muito simples, mas se torna necessário para a
sobrevivência, principalmente para a pequena empresa que normalmente não
tem grandes cifras de capital de giro. Martins determina que:
Martins (2008) considera o custo meta, apesar de um conceito simples,
é também uma mentalidade de gerenciamento.
Para se chegar a um
denominador comum de qual o custo meta e qual o produto a ser feito enfim,
para se definir uma estratégia empresarial, há que existir uma integração entre
todas as partes.
42
Martins (2008) afirma que o sucesso do custo meta só é possível com
uma simbiose entre todas as partes da empresa, a engenharia responde por
quais tecnologias são disponíveis, o marketing pela análise do comportamento
do consumidor, a contabilidade auxilia nas definições das estratégias
financeiras, apurações de custos, planejamento de orçamentos e previsões de
demonstrações, além dos departamentos de limpeza, de compras de
segurança, entre outros, exigindo que todos trabalhem em uma equipe única,
todos em busca de atingir um custo compatível com um retorno satisfatório
para a empresa.
Nesse contexto, a análise de custos exigirá do administrador da
pequena empresa uma visão integrada de todos os departamentos da
empresa.
4.4 – Fatores que influenciam na formação de preços
Uma boa política de preços também pode ser uma política de marketing,
cuja a estratégia, se torna possível a partir dos conhecimentos de métodos de
análise de custos para a perfeita definição dos preços em seu processo de
formação. Quando a política de preços da organização se torna o foco de
fidelização do cliente se faz necessária e se torna a função dos objetivos
logísticos da empresa.
Neste contexto a análise de custos exigirá do administrador a
identificação de algumas variáveis como a penetração no mercado de seus
produtos, o aumento de participação da empresa e quais os produtos poderão
ter o preço de exclusividade. Assim o administrador deverá realizar a sua
política de preços em função da demanda.
43
A determinação de preço que compreende na venda de produtos ou
serviços específicos por preços diferenciados, tendo como base, cliente,
época, local e momento são algumas das estratégias de diferenciação que
algumas empresas decidem realizar como política de preços em função da
concorrência e da fidelização de clientes.
A contabilidade de custo tem a função de favorecer métodos para a
análise de custos diferenciados a
serem praticados pela organização.
A
política de preços pode ser um fato de competitividade e permite ao
consumidor ter a chance de comparar a melhor oferta e a procura.
Segundo Souza (2002), o processo de formação que tem por base os
custos, que deverão ser definidos como um índice ou um percentual que irá
adicionar-se aos custos e despesas. Portanto, a contabilidade de custos a
criação de estratégias de formação de preços na prática de diferentes preços.
Nesse contexto, o melhor método de formação de preços deverá ser os
que estão baseados no mercado, sendo esse gerenciamento baseado no
preço percebido líquido para cada ordem ou transação.
Kraemer (1998, p.3), considera que a precificação de um produto deve
levar em consideração que a principal tarefa do negócio é criar valor no
mercado e que a função do preço é refletir o valor do produto.
Assim, as formações de preços devem estar direcionadas à melhor
estratégia que atenda o preço correto e os desejos da clientela e ao mesmo
tempo refletir continuamente as mudanças das condições de mercado.
É,
portanto, fundamental que as empresas realizem a precificação com base
condizente com o valor que os clientes atribuem ao produto.
Kotler (1998) acrescenta que, nos últimos anos, os preços têm sofrido
uma pressão forte dos consumidores, devido à estagnação da renda e
44
aumento da oferta de novos produtos. Desta forma ocorre uma reação em
cadeia para baixar os preços:
os consumidores pressionam os varejista e
estes pressionam os atacadistas ou fabricantes.
A precificação deve ser uma política, com base fundamentada na
determinação de preços, considerando, aspectos como os custos, a demanda
e a concorrência. Dentre as estratégias de precificação encontram-se também
medidas para conciliar as metas de custos com a qualidade.
Assim, os
processos de precificação demandam conhecimentos sobre contabilidade,
custos e o conhecimento dos preços de mercado para se basear na formação
de preços de seus produtos.
Portanto o administrador da pequena empresa deve estar atento as
constantes mudanças do mercado, sabendo que hoje consumidor é bem mais
exigente do que era no passado, já que vai bem longe o tempo que bastava
calcular o custo do produto, acrescentar uma margem de lucro e estava
estabelecido o preço de venda.
Atualmente vários fatores influenciam na hora de estabelecer o valor do
preço de venda. O preço deve ser calculado de fora para dentro, ou seja o
mercado é quem determina seu valor, é nesta hora que a contabilidade de
custo assume uma função mais nobre onde passou a adaptar os custos ao
preço praticado no mercado.
O pequeno empresário não pode simplesmente estabelecer o seu preço
de venda baseado no preço do concorrente, ele deve utilizar os dados
fornecidos pela contabilidade de custos para saber se realmente o seu preço é
capaz de satisfazer os seus custos e estabelecer uma margem de lucratividade
satisfatória.
45
CAPÍTULO V
EQUÍVOCOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS
Muitas empresas não dão a devida importância que a definição do preço
merece, saber formar preço corretamente é o segredo para o sucesso da
empresa.
46
A pequena empresa ao estabelecer o seu preço de venda não
deve
considerar apenas o valor monetário a ser cobrado do cliente pela
entrega de um produto, que justifique o seu custo e o lucro desejado pela
empresa. Deve sim, ser um valor que traduza todos os objetivos desejados da
empresa, tanto de curto como de longo prazo. Muitos erros, na formação dos
preços de vendas ocorrem por não considerarem outros aspectos além do
custo. Segundo Sardinha:
O preço é um elemento quantitativo que resume de forma numérica as
estratégicas de marketing que a empresa tentou reagir. Em outras palavras, o
preço é a única forma de quantificar o “mix” de marketing. Esta é a razão pela
qual sua determinação requer cuidadosos estudos do mercado, da
concorrência e de fatores internos e externos à empresa, de modo a resultar
em um valor coerente com estratégia de marketing (SARDINHA, 1995, p.3).
Para formar um preço de venda que seja bom ao mesmo tempo
para o consumidor e para a empresa é necessário definir um preço que o
cliente esteja disposto a pagar pelo produto e ao mesmo tempo seja um preço
capaz de cobrir todos os recursos consumidos pelo produto e, ao final, gerar
uma parcela de lucro para a empresa. Para isso, é indispensável que ao definir
o preço a ser praticado sejam levados vários aspectos além do custo, aspectos
esses que a pesquisa pretende levantar e evidenciar como os mesmos devem
ser considerados na formação do preço.
O conhecimento dos próprios custos e despesas, além do método de formação
de preços, auxilia o entendimento dos custos da concorrência e da estratégia
competitiva, ficando a empresa mais bem aparelhada para desenvolver sua
própria estratégia de preços e política mercadológica, tornando-se assim muito
mais competitiva (BERNARDI, 1998, p. 249).
Sem métodos de custos, os erros que mais comuns encontrados nas
empresas de acordo com (Cogan, 1999, p.31), são: a falta de flexibilidade
comercial; separar o preço do restante do composto de marketing; preços não
suficientemente segmentados ou uniformidade exagerada.
abordado por Cogan:
Outro aspecto
47
As empresas não devem delegar a responsabilidade dos pecos aos
vendedores ou ao canal de distribuição, pois elas podem estar abdicando do
futuro estratégico do negócio. Segundo o autor, deve haver uma relação
harmoniosa entre a área financeira e a de marketing, de modo a atingir lucros
desejados e ao mesmo tempo satisfazer os clientes (COGAN, 1999, p. 37).
As práticas mais utilizadas pelas empresas para a formação de preços e
constituem na colocação de uma margem sobre os custos ou acompanhar os
preços da concorrência. Cogan (1999) alerta para outro problema que é a falta
de uma visão mais holística do formador de preços tradicional. Normalmente
as suas preocupações repousam nos preços de cobrir os custos e ainda ter
lucros para poder definir o preço que o consumidor deverá pagar pelo produto.
Por outro lado os estrategistas de preços, têm outra abordagem à
questão de que custos se deve ter para obter lucros, dados os preços de
mercado, e a preocupação de quanto o produto vale para o cliente e como se
pode comunicar melhor este valor para justificar o preço.
Para evitar erros na determinação de preços os administradores devem
reconhecer o quanto o preço do produto impacta no resultado. O estrategista
não permite que o mercado ou a concorrência estabeleça os preços ele é que
influencia o mercado através da criação do valor.
Segundo Cogan (1999, p.55) as promoções de vendas são vistas pelos
consumidores como um método aceitável de redução de preços.
Cogan
salienta que os consumidores devem perceber este desconto como vantajoso,
caso contrário, o impacto no aumento de vendas não será suficiente para
compensar a diminuição das margens.
Para um produto que atrai os compradores pelo baixo preço é
necessário obter baixo custo de distribuição; para um produto que atrai os
consumidores pelos seus atributos superiores apesar do preço alto, é
recomendável obter uma distribuição que complemente esses atributos e os
48
torne visíveis. Quando o valor da diferenciação do produto se suporta através
desta argumentação, é arriscado confiar completamente na distribuição
independente.
A distribuição pode-se transformar em um serviço de diferenciação do
produto, diminuindo a sensibilidade a preços, por parte dos clientes. Portanto,
na medida em que for oferecido um pacote de serviços diferenciados pela
distribuição, aumenta a competitividade do produto e torna o preço menos
relevante. A proposta é trabalhar o produto com o conceito de um serviço e ter
métodos de controle de custos para definir o preço de um produto.
Cogan (1999) considera que é necessária ao gestor experiência e
conhecimentos de seus custos internos e externos para adequar a precificação
de produtos ou serviços, assim como estratégias que permitam oferecer um
preço que seja favorável ao cliente e à empresa. Nesse contexto, todas as
decisões da administração devem levar em conta as informações geradas pelo
sistema de custos, como critério efetivo de fixação de preços
Muitas empresas definem seus preços através da utilização de mark-up
sem conhecer o critério de como foi elaborado, tão pouco tem o conhecimento
de quanto sobra do preço de venda após a dedução de todos os custos e
despesas inerentes ao produto. Esse tipo de atitude faz com que muitas
empresas ou deixem de vender por ter preços muitos altos, ou acabem tendo
prejuízos por praticarem preços muito baixos ou ainda enfrentam sérios
problemas com a concorrência por não terem uma política flexível de preços.
O preço de venda não deve ser considerado apenas o valor monetário a
ser cobrado do cliente pela entrega de um produto, que justifique o seu custo
desejado pela empresa. Deve ser um valor que traduza todos os objetivos
almejados pela empresa, tanto no curto como no longo prazo. Muitos erros de
formulação dos preços de vendas ocorrem por não considerarem outros
aspectos além dos custos.
49
Portanto, saber calcular corretamente o preço de venda não é o
bastante para a sobrevivência e o crescimento da pequena empresa, muito
menos uma simples determinação do valor a ser praticado. É necessário sim,
acima de tudo, usar adequadamente um sistema que lhe possibilite não só
saber qual o preço ideal, mais saber como flexibilizá-lo diante de diferentes
alternativas que o mercado oferece.
CONCLUSÃO
Não podemos negar que vários fatores influenciam na formação de
preço de um produto ou serviço, mas sem dúvida alguma, não podemos deixar
de destacar a importância da contabilidade de custos que se constitui em uma
das variáveis mais indicadas o processo de análise durante a precificação. A
análise por custos favorece a gerência das informações básicas nas quais
podem ser tomadas as decisões acerca das diretrizes dos preços de produtos
e serviços.
As empresas erram na avaliação de preços por que geralmente
desconsideram os fatores que cada vez mais dirigem os custos, tais como
contribuição, variedade e complexidade.
50
A formação do preço de venda deve conter os custos gerais d todos os
processos envolvidos, ou gastos efetivados, para que o mesmo possa utilizalos como parâmetro de balizamento na marcação de seus produtos, com base
nas informações obtidas no custo da empresa.
Embora se considerem que existem outros fatores determinantes, que
alteram profundamente a lucratividade como a competitividade, a análise de
custos reduz a condição do administrador de errar no processo de formação de
preços, considerando-se que esses muitas vezes ficam à mercê dos fatores de
mercado.
Portanto, a contabilidade de custos permite o gerenciamento das
contingências internas relativas aos gastos da empresa. Os custos ocupam
um lugar de destaque na gerência financeira por que permitem a análise dos
indicativos diretos para a formação de preços com base em custos. Quando
se sabe quanto se custa um produto ou serviço, certamente ficará mais fácil
decidir um preço justo que possa ser considerado de forma a almejar a
satisfação da clientela e da empresa.
O processo de formação de preços exige conhecimentos de
contabilidade de custos a fim de determinar o preço ideal de um produto ou
serviço para auxiliar a gerência no processo de tomada de decisões no
estabelecimento do preço das vendas.
O estudo realizado permitiu identificar à importância dos custos na
contabilidade gerencial, determinando as diretrizes gerais de como estabelecer
as análises de preços, que poderão ser essenciais, basta para isso que o
gestor aceite escolher os melhores métodos de atuação.
A análise dos custos às atividades deve ser feita de forma bastante
criteriosa, identificados os fatores internos e externos que possam adentrar nas
51
atividades relacionadas que permitam estabelecer uma relação do custo na
formação de preços.
A pequena empresa deve estar atenta aos custos gastos no processo
de produção do bem ou do serviço, pois é vital para a continuidade da
atividade empresarial. que se estabeleça um preço satisfatório à ela própria à
clientela. Para que isso seja conseguido, a contabilidade de custos oferece
dados, que transmitem com segurança o custo desembolsado. Quando se
sabe quanto se custa, pode-se estabelecer um preço justo, tanto para o
mercado quanto para a satisfação da margem de lucro.
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ZICHER, Alberto.
Modelo para formação de preços a partir do valor
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Santa Catarina. Florianópolis, 2202.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
CONTABILIDADE DE CUSTOS
11
1.1 – A contabilidade de custos como ferramenta na formação do preço 14
1.2 – Conceitos e Terminologias
16
54
CAPÍTULO II
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
19
2.1 – Custos Diretos e Indiretos
19
2.2 – Custos Fixos e Variáveis
21
CAPÍTULO III
MÉTODOS DE CUSTEIO
24
3.1 – Métodos do Custo Padrão
25
3.2 – Custeio por Absorção
27
3.3 – Custeio Variável ou Direto
29
3.3.1 – Margem de Contribuição
30
3.4 – Custeio Baseado em Atividades
31
CAPÍTULO IV
FORMAÇÃO DE PREÇOS
4.1 – Formação do preço de venda com base no custo
.
34
36
4.1.1 – Formação do preço de venda a partir do custeio
variável
38
4.1.2 - Formação do preço de venda a partir do custeio
Variável ou direto
38
4.1.3 - Formação do preço de venda a partir do custeio
ABC
39
4.2- Mark-up
40
4.3 – Formação do preço de venda a partir do custeio meta
42
4.4 – Fatores que influenciam na formação de preços
43
CAPÍTULO V
EQUÍVOCOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS
47
CONCLUSÃO
51
55
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
53
ÍNDICE
55
56
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
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Data da entrega:
Avaliado por:
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