Sistemas operacionais de rede: Windows e Linux Introdução Um sistema operacional de rede é simplesmente um sistema operacional com serviços de rede, que chamamos de um modo geral de “servidor”. Dependendo do caso em que a rede se encontra, podemos usar vários tipos de estruturas de servidores, algumas delas estão citadas abaixo: 1. Cliente – Servidor 2. Ponto – a – ponto 3. Terminal burro 4. Cloud. Mas para que servem os servidores? Simples, servem para suprir as necessidades dos usuários, que neste contexto chamamos de “clientes”. Alguns exemplos de necessidades e soluções baseadas em sistemas operacionais de rede estão descritos abaixo. Para integrar um banco de arquivos de uma empresa, instalamos um servidor de arquivos ftp. Se a empresa possui um software que necessite de vários bancos de dados, instalamos um servidor de banco de dados. Se os alunos de uma escola entram em material impróprio no contexto escolar, instalamos um servidor proxy. Se um projeto necessita de grande poder de processamento, usamos um sistema ponto-a-ponto ou um servidor cloud. Se uma biblioteca deseja criar uma lan house onde os seus clientes tenham identificações únicas, podemos criar terminais burros e as credenciais ficam em um servidor que opera um sistema operacional de rede. Tipos de servidores Existem servidores para todo o tipo de situação, mas o mais importante é saber para que o servidor vai funcionar. Dependendo do tipo de ambiente (local onde será instalado o sistema, problema a ser resolvido ou recurso a ser criado) um servidor é melhor que o outro. Porém os sistemas operacionais de rede são bem flexíveis e permitem que se instale um ou mais servidores em um único sistema operacional. Alguns tipos de servidores e suas características estão descritas abaixo. Cliente-Servidor Atualmente é o tipo de arquitetura mais indicado quando se precisa de permissões, controle e integridade. Podemos dizer que em um lado da “ponta” da rede está o servidor que fornece os recursos (arquivos, banco de dados, dns etc). E do outro lado da “ponta” está o cliente que utiliza os recursos do servidor. Podemos exemplificar esta arquitetura como uma academia. O administrador do servidor seria o dono da academia que fazem as regras da academia, horário de abertura e fechamento, hierarquias e permissões e cobrança do serviço que os clientes utilizam (pessoas que frequentam a academia). Há também os instrutores, normalmente pessoas formadas em educação física. Estes instrutores ajudam as pessoas da academia em seus exercícios físicos e notificam as pessoas que estão fazendo errado com advertências. Os instrutores da academia podem ser comparados com os moderadores que monitoram os clientes e notificam para o administrador do sistema falhas de segurança e infração de regras feitos pelos clientes. E finalmente temos as pessoas que utilizam a academia. Elas pagam pelo serviço que academia oferece e praticam exercícios físicos com a ajuda dos instrutores que estão sempre por perto para auxiliar e informar como se deve proceder os exercícios físicos. As pessoas da academia podem ser comparadas aos clientes (usuários) do sistema, que utilizam os recursos do servidor e são monitorados pelos moderadores. Nesta arquitetura nós temos duas divisões: O cliente – servidor dedicado e o cliente – servidor não dedicado. Cliente-Servidor dedicado O cliente – servidor dedicado é usado geralmente quando um serviço é utilizado por vários clientes em tempo integral e que precise ser seguro e confiável. Por exemplo, a loja Vende+ possui além da sua matriz, 100 filiais espalhadas pelo país. Esta mesma loja possui um sistema integrado que conecta todas as lojas, então caso um cliente desta loja queira que um produto seja entregue em outra cidade que também possui uma loja Vende+. É óbvio que o sistema da loja Vende+ vai precisar de um servidor de banco de dados para armazenar informações e também é óbvio que este banco de dados precisa ser guardado com segurança e tenha rotinas de backup para garantir sua integridade. Então o ideal para este sistema é uma estrutura cliente – servidor dedicado, pois além de precisar de um poder de processamento maior do que o cliente – servidor não dedicado, precisa de uma rede de alta velocidade e um maior investimento. Podemos concluir então que a arquitetura cliente – servidor dedicado é utilizada geralmente para soluções que necessitem de uma confiabilidade muito grande e que não deixem o cliente “na mão”. Cliente-Servidor não dedicado O Cliente – Servidor não dedicado é utilizado quando se precisa utilizar o servidor para outros fins que não sejam recursos compartilhados. Podemos utilizar como exemplo um pequeno escritório de advocacia onde os advogados João e Maria trabalham. Os dois advogados foram contratados para trabalhar em um caso de propaganda enganosa. Eles querem dividir os documentos eletrônicos que estão produzindo como provas para ganhar a causa. Então o ideal para eles é criarem um servidor de arquivos onde os dois irão gravar e ler os documentos. Não é necessário um alto poder de processamento, nem permissões de arquivo, pois os dois advogados só querem compartilhar os arquivos. Então o ideal para este caso é uma estrutura cliente – servidor não dedicado. João poderá utilizar seu computador como servidor de arquivos e ao mesmo tempo produzir seus documentos enquanto Maria poderá ler os arquivos de João e compartilhar os seus também. Além de arquivos, eles podem compartilhar a mesma impressora ou qualquer outro dispositivo através de um servidor em qualquer um dos computadores, desde que estejam ligados á rede. Podemos concluir então que enquanto o servidor dedicado se “dedica” apenas à tarefas relacionadas com servidores, o servidor não dedicado pode tanto ser utilizado como servidor como pode ser utilizado com uma interface gráfica onde podem ser executados aplicativos que só um usuário utiliza. Ponto-a-ponto Ao contrário da arquitetura cliente – servidor, o foco do ponto – a – ponto (que também pode ser chamada de peer-to-peer ou p2p) é a distribuição de serviços, onde todo mundo é ao mesmo templo um cliente e um servidor. Atualmente as melhores aplicações desta arquitetura são de resolução de problemas matemáticos e distribuição de arquivos pela internet. Devido à baixa restrição que este tipo de arquitetura oferece comparado ao cliente-servidor, ainda não é utilizado para sistemas operacionais em grande escala. Terminal burro Semelhante ao cliente – servidor o terminal burro consiste um servidor que fornece todos os recursos de processamento para vários periféricos de entrada e saída. Estes periféricos estão conectados à um computador de baixo processamento, que conectado à rede com o servidor, envia os dados do usuário e depois que estes dados são processados pelo servidor, são mostrados na tela para o usuário que fica com a ilusão que ele está usando uma máquina local quando na verdade tudo o que está acontecendo fica dentro do servidor. Cloud A arquitetura do tipo “nuvem” é um conceito antigo porém sua fama vem aumentado devido à internet. Esta arquitetura consiste em um computador conectado à Internet que provê o servidor e todos os aplicativos de dentro da “nuvem”, pois não se sabe o lugar e nem como os dados do cliente estão sendo processados. Esta arquitetura independe da plataforma e sistema que é utilizado no cliente. A única coisa que é preciso em um computador para que esta arquitetura funcione é um navegador de internet e a própria conexão com a “nuvem”. Alguns exemplos que utilizam esta arquitetura estão listados abaixo. Google Drive Eye OS Google Docs Sky drive Netflix Google Analytics ICloud Como já comentado nesta aula, a melhor arquitetura dependerá do problema que deve ser resolvido. Da mesma forma que um servidor dedicado não deve ser configurado com um sistema operacional que foca mais a interatividade com usuário do que com diretivas de segurança você não deve configurar um sistema operacional extremamente complexo para uma simples troca de músicas entre duas pessoas. Por isto uma análise completa da situação do problema, infraestrutura e recursos disponíveis, tempo e necessidade da solução e outros pontos vão ser indispensáveis para aplicação de um servidor. Abaixo estão algumas comparações dos serviços oferecidos por dois sistemas operacionais que possuem vantagens e desvantagens dependentes do tipo de servidor escolhido. Windows Server Da empresa Microsoft este sistema operacional está sempre do lado do usuário, dificultando a vida dos administradores de redes. Para o contexto de sistemas operacionais de rede, poucas pessoas são realmente capacitadas para desenvolver um servidor que seria tão bom comparado à um servidor Linux. Porém algumas tarefas de configuração são bem mais fáceis de serem executadas, pois a maioria dos computadores ainda usarem os sistemas operacionais desta empresa. Características principais Software proprietário, isto é, pago. Aplicações mais fáceis de planejar e construir Configurações simplificadas Manutenção e atualizações constantes Menor custo a curto prazo, maior custo à longo prazo. Baixa flexibilidade Multitarefa Multiprocessamento Maior quantidade de erros e bugs. Instável quando muitos clientes conectam simultaneamente Ideal para pequenas empresas e lugares onde não utilizem muitos recursos variados Tipos de servidores Servidor de arquivos : Diretórios compartilhados do windows. Controle de acesso: Windows Active Directory Servidor HTTP : Apache Servidor de aplicações : . NET Servidor de impressão Servidor de comunicação Terminal Server Linux Server Existem várias distribuições que vêm com núcleo “Linux” e que possuem as mesmas funções, com pequenas alterações que se adaptam ao gosto do administrador de rede. Alguns preferem utilizar a distribuição “Ubuntu” por ser mais interativa e descomplicada. Outros preferem utilizar a distribuição “Slackware” que é mais complexa no início, porém possui uma estrutura extremamente simplória estável e segura. Outras distribuições populares estão listadas abaixo. Fedora BSD Linux Mint Mandriva Xubuntu openSUSE Debian As distribuições são diferentes porém o propósito é o mesmo. Servir como base de soluções em servidores simples e com a máxima eficiência. Algumas características de servidores baseados no núcleo “Linux” estão descritas abaixo. Características principais Software open-source, isto é, grátis. Aplicações necessitam de maior planejamento e configuração Configurações complexas que necessitam de estudo e manual Raramente acontecem manutenção e atualizações Maior custo a curto prazo, menor custo à longo prazo. Alta flexibilidade Multitarefa Multiprocessamento Confiável Estável Ideal para administradores de redes que necessitam de um servidor seguro e de pouca manutenção Tipos de servidores Servidor de arquivos : Samba Controle de acesso: openLDAP Servidor HTTP : Apache Servidor de aplicações : PHP, Tomcat, Servidor de impressão : CUPS Servidor de comunicação Terminal Server : LTS Conclusão Os sistemas operacionais de rede nunca estiveram tão complexos de entender e completos para aprender. Existem na internet infindáveis soluções para cada tipo de servidor, desde configurações simples em janelas até compilações complexas de serviços específicos. O principal para saber por onde se guiar é saber o que se quer encontrar. Não adianta vasculhar a internet procurando uma solução baseado em um planejamento vago. É preciso estudo e análise da situação para conseguir criar um bom planejamento para instalar um servidor de maneira rápida e que não precise de muitas manutenções, pois cada manutenção custa tempo e dinheiro. O objetivo desta aula foi mostrar da forma mais simples possível o que são sistemas de computador de rede e quais suas diferenças na arquitetura e programação. Alguns itens foram deixados de lado para a aula não ficar muito extensa. Podemos citar aqui por exemplo os componentes de uma rede, as topografias e os tipos de camadas que envolvem a parte de comunicação de um computador para o outro. Porém estes assuntos ficam para uma próxima oportunidade. http://www.jonathanribas.com/blog/sistemas-operacionais-de-rede-windows-e-linux/ acessado em 07/07/2015