a guerra civil - Igreja Presbiteriana de Coelho Neto: Seguindo o

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A Revolução Russa
A Revolução Russa
Depois de três anos de participação na Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), a Rússia foi sacudida
por duas revoluções que acabaram destruindo o
regime czarista e, em seguida, o próprio sistema
capitalista em todo o antigo Império Russo.
A Revolução Russa
O primeiro movimento revolucionário ocorreu em
março de 1917 (fevereiro, pelo calendário russo)
em São Petersburgo, capital e cidade mais
industrializada do país. A Revolução de Fevereiro,
como foi chamada a revolta, provocou a queda
do czar (rei) Nicolau II.
A Revolução Russa
Era o início de um intenso processo revolucionário
que levaria à Revolução de Outubro de 1917, da
qual surgiria a União Soviética, primeiro Estado no
mundo a adotar o sistema socialista. A partir de
então, grande parte da história do século XX seria
marcada por profunda rivalidade entre o
capitalismo e o socialismo.
A Rússia antes da
revolução
Antes da revolução
No início do século XX, a Rússia era ainda um país
de economia predominantemente agrícola, com
uma população de 130 milhões de habitantes, dos
quais 100 milhões moravam no campo. Embora a
servidão tivesse sido abolida em 1861, a grande
massa de camponeses vivia em condições
semifeudais, condenada à miséria.
Antes da revolução
Além disso, mantinham-se no país as monarquias
absolutistas, a união entre o Estado e a Igreja
ortodoxa e os privilégios da nobreza.
Antes da revolução
Desde os últimos anos do século XIX, porém, a
Rússia tinha sido tomada por acelerado processo
de industrialização financiado por capitais
estrangeiros, principalmente franceses. Surgiram
indústrias de grande porte, concentradas em
algumas cidades, como São Petersburgo, Moscou
e Kiev, que reuniam grande quantidade de
operários.
Antes da revolução
A maioria recebia baixos salários, vivia em
péssimas condições e era submetida a jornadas
diárias de trabalho de até quinze horas. Por volta
de 1900, no entanto, já se podia observar a
crescente influência de intelectuais e militantes
socialistas entre esse proletariado.
Os partidos políticos
Como a Rússia era controlada por uma monarquia
absolutista, não havia no país liberdade de
opinião, nem eleições livres, nem direitos
democráticos. Apesar dessas características, vários
partidos políticos de oposição se formaram na
virada do século. Três acabaram se destacando.
Os partidos políticos
Um deles, o Partido Socialista-Revolucionário (PSR),
foi fundado formalmente em 1901 e agrupava
diversas correntes políticas. Seus membros lutavam
pela democracia e propunham uma ampla frente
de classes sociais para derrubar o czarismo. Sua
base incluía camponeses e profissionais liberais
que viviam no campo e em pequenas vilas, como
médicos, agrônomos e funcionários públicos.
Os partidos políticos
A oposição era feita também pelo Partido
Operário Social-Democrata Russo (POSDR), criado
em 1898, sob a inspiração das idéias marxistas. No
segundo congresso, realizado pelo POSDR em
1903, surgiram internamente duas correntes
antagônicas: os bolcheviques (maioria) e os
mencheviques (minoria).
Os partidos políticos
Os bolcheviques, liderados por Vladimir Ilitch
Ulianov (mais conhecido como Lênin),
argumentavam que, para tirar a Rússia do atraso
histórico em que vivia, era necessário realizar uma
revolução democrática, sob a liderança da classe
operária, pois a fraca burguesia russa não tinha
força nem interesse em derrubar o czarismo.
Os partidos políticos
Os mencheviques discordavam dessa tese,
argumentando que a implantação do socialismo
deveria ser precedida de uma revolução
burguesa, capaz de modernizar o país por meio
do desenvolvimento capitalista e de abrir caminho
para uma posterior revolução proletária.
A Revolução de
1905
SURGEM OS SOVIETES
Os partidos políticos
O terceiro grupo a se destacar foi o Partido
Constitucional Democrata, formado em 1905. Seus
membros eram chamados kadetes, termo
derivado de KD, iniciais do nome do partido em
russo. Partido liberal da burguesia, lutava por
reformas políticas que implantassem uma
democracia nos moldes ocidentais.
Surgem os sovietes
Em 1905, a Rússia se envolveu numa guerra com o
Japão pelo controle da Manchúria, território
pertencente à China, e acabou derrotada. O
conflito agravou a miséria das camadas baixas da
população e a derrota desmoralizou os
governantes.
Surgem os sovietes
As manifestações de protesto popular que
eclodiram por toda a parte foram duramente
reprimidas. No dia 22 de janeiro de 1905 (9 de
janeiro, segundo o calendário que vigorava na
Rússia), a polícia abriu fogo contra uma multidão
concentrada diante do palácio do czar, em São
Petersburgo, matando vários manifestantes.
Surgem os sovietes
O episódio, conhecido como Domingo Sangrento,
foi o estopim de um grande movimento
revolucionário, durante o qual surgiram os primeiros
sovietes (conselhos) de operários, forma de
organização política que iria ter importante papel
no processo revolucionário de 1917.
Surgem os sovietes
Em São Petersburgo, os trabalhadores elegeram
para a presidência do soviete da cidade um
jovem marxista: Lev Davidovich Bronstein,
conhecido como Leon Trotsky.
Surgem os sovietes
Todavia, o ímpeto revolucionário foi contido por
uma série de medidas adotadas pelo czar. Como
primeiro passo, ele criou a Duma, uma espécie de
parlamento, composto por representantes eleitos,
e dotou a Rússia de uma Constituição.
Surgem os sovietes
Com essa medida, o país passou a ser governado
por uma monarquia constitucional, embora o czar
continuasse com poderes quase absolutos,
podendo inclusive limitar as ações da Duma.
Surgem os sovietes
Os setores revolucionários mais moderados ficaram
satisfeitos com as conquistas alcançadas. A divisão
da oposição e o retorno das tropas que
combateram os japoneses no Oriente permitiram
ao czar colocar na ilegalidade os sovietes
operários e prender ou exilar os líderes
oposicionistas mais atuantes.
Guerra e revolução
Guerra e revolução
Os conflitos sociais voltaram a se agravar no país
durante a Primeira Guerra Mundial. A medida que
as forças russas sofriam derrotas, aumentavam as
dificuldades internas. A guerra exigia sacrifícios
econômicos e humanos cada vez maiores: em
1916, a Rússia já havia perdido, entre mortos,
feridos, desaparecidos e prisioneiros, cerca de 3
milhões de soldados.
Guerra e revolução
No ano seguinte, as perdas chegaram a 5,5
milhões de homens, a maioria de origem
camponesa. Como consequência, os campos se
esvaziaram e a produção de gêneros alimentícios
ficou seriamente comprometida.
Guerra e revolução
No início de março de 1917 (fevereiro, pelo
calendário russo), a escassez de alimentos fez com
que as autoridades de São Petersburgo instituíssem
cartões de racionamento. Enormes filas se
formaram nas portas de padarias, açougues e
mercearias e em pouco tempo não havia mais
alimentos.
Guerra e revolução
Greves começaram a eclodir em todo o país,
sobretudo em São Petersburgo, onde as
manifestações operárias se tornaram constantes.
Uma delas foi dispersada por soldados, deixando
dezenas de mortos e feridos.
Guerra e revolução
A tragédia traria graves consequências ao
governo: cansados de reprimir os trabalhadores,
grupos de soldados se amotinaram contra os
oficiais e se uniram aos manifestantes. O arsenal
da cidade foi assaltado e um prédio público
incendiado. Soldados e trabalhadores marcharam
então contra o palácio do czar e o ocuparam sem
resistência
Guerra e revolução
Dias depois, o czar abdicou do trono em favor do
filho Miguel, que também foi convencido a
renunciar. Assim, o czarismo chegava ao fim.
Enquanto isso, fortalecia-se em toda a Rússia uma
forma de organização revolucionária criada em
1905, os sovietes, agora compostos de operários,
soldados e marinheiros.
Fevereiro de 1917
A queda da Monarquia e a implantação da
República marcam o início da primeira fase da
Revolução Russa. Para impedir que os setores mais
radicais chegassem ao poder, membros do partido
da burguesia, os kadetes, formaram o Governo
Provisório, tendo como base a Duma. O objetivo era
elaborar uma constituição que criasse condições
para estabelecer um governo definitivo.
Fevereiro de 1917
Com a revolução, o nome da capital, São
Petersburgo, passou a ser Petrogrado. Organizado
no calor da revolta popular, o soviete de
Petrogrado decidiu não participar do Governo
Provisório, embora reconhecesse sua legitimidade.
Fevereiro de 1917
De todo modo, a presença e a atuação do soviete
na capital russa criavam uma situação de "duplo
poder": um governo institucional dirigido pelo
partido da burguesia e um poder informal, o soviete,
que para os trabalhadores era o verdadeiro
governo da Rússia.
Fevereiro de 1917
O Governo Provisório manteve o país na guerra,
cumprindo os acordos firmados pelo czar com a
Inglaterra e a França, e permitiu o retorno dos
exilados políticos, entre eles Lênin e Trotsky. Nas
zonas rurais, os camponeses ocupavam e dividiam
as terras da nobreza e, nas cidades, os operários
assumiam o controle das fábricas.
Fevereiro de 1917
Sem esperar pelas decisões do Governo Provisório,
manifestantes se pronunciavam contra a guerra e
organizavam administrações revolucionárias em
diversas cidades, sob a direção de sovietes. Nesse
momento, a maior parte dos sovietes era
controlada por socialistas moderados, como os
mencheviques, e socialistas revolucionários.
A Revolução de Outubro
O agravamento da crise possibilitou o
fortalecimento dos bolcheviques. Ao voltar do exílio,
Lênin divulgou suas Teses de abril, nas quais
defendia "Todo o poder aos sovietes", que, junto
com "Paz, pão e terra", se transformou na bandeira
dos revolucionários.
A Revolução de Outubro
Trotsky, que aderiu ao grupo bolchevique em julho
de 1917, era novamente presidente do soviete de
Petrogrado e foi incumbido de organizar a Guarda
Vermelha, uma milícia operária destinada a
enfrentar as tentativas de golpes de Estado
provenientes da alta cúpula militar.
A Revolução de Outubro
Entre julho e agosto de 1917, os bolcheviques
começaram a conquistar o controle da maioria dos
sovietes. O novo governo tomou as medidas
longamente anunciadas pelos revolucionários:
institucionalização dos sovietes como órgãos de
poder, reforma agrária com ampla distribuição de
terras aos camponeses, nacionalização dos bancos
etc.
A Revolução de Outubro
Em março de 1918, o governo de Lênin e Trotsky
assinou com a Alemanha o Tratado de Brest-Litovsk,
pelo qual a Rússia se afastava da guerra, perdia
grande parte de seu território e se obrigava a pagar
uma indenização de um bilhão e meio de dólares à
Alemanha.
A guerra civil
Os proprietários de terras e os capitalistas,
inconformados com a perda de seus bens,
pegaram em armas contra o governo
revolucionário. Eles contavam com o apoio de
vários países europeus, que, temendo a difusão dos
ideais socialistas pelo continente, enviaram tropas
para ajudá-los a retomar o poder.
A guerra civil
Iniciada em 1918, a guerra civil duraria três anos e
devastaria a Rússia. Para enfrentá-la, Trotsky foi
nomeado comissário do povo (o equivalente a
ministro) para a Guerra e, nessa função, organizou o
Exército Vermelho, que esmagou as forças inimigas.
A guerra civil
Durante o conflito, Lênin tomou medidas radicais
para garantir a produção e o abastecimento. Foi o
chamado comunismo de guerra, um programa que
incluiu, entre outras medidas, a abolição dos
salários, a estatização das fábricas com mais de
cinco operários e a obrigatoriedade de os
camponeses entregarem a colheita ao governo.
Por essa época, o partido bolchevique passou a se
chamar Partido Comunista.
A NEP e a
estabilização do
regime
A estabilização do regime
Os bolcheviques venceram a guerra civil, mas o país
foi arrasado. Os estragos causados pela guerra
reduziram a produção de 1921 a apenas 13% do
que fora em 1913. A crise provocava revoltas e os
camponeses se recusavam a entregar sua
produção. Calcula-se que 5 milhões de pessoas
tenham morrido de fome em 1921.
A estabilização do regime
Nesse mesmo ano, Lênin anunciou a Nova Política
Econômica, a NEP. Tratava-se, na verdade, de um
retorno parcial a formas de economia capitalista
para superar a crise, aumentando a produção. Os
camponeses passaram a vender suas colheitas no
mercado, fábricas com menos de vinte
empregados foram privatizadas e o governo tomou
medidas para atrair capitais estrangeiros.
A estabilização do regime
Como resultado dessa política, entre 1922 e 1924, a
produção da Rússia aumentou quatro vezes. No
mesmo período, o país mudou oficialmente seu
nome para União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
A morte de Lenin e a luta pelo
poder
Em janeiro de 1924, morreu Lênin, o principal líder da
Revolução de 1917. Com isso, abriu-se uma disputa
pelo poder entre Trotsky e o secretário-geral do
Partido Comunista, Josef Stálin.
A morte de Lenin e a luta pelo
poder
Trotsky defendia a tese da revolução permanente,
pois entendia que o socialismo só poderia se
consolidar e se desenvolver na Rússia se a
revolução ocorresse também nos países capitalistas
avançados. Dessa forma, era preciso que o
governo soviético estimulasse as ações
revolucionárias na Europa.
A morte de Lenin e a luta pelo
poder
Já para Stálin era possível construir o socialismo num
só país, apesar do cerco capitalista. Segundo ele, a
revolução era inviável, naquele momento histórico,
nos demais países.
A morte de Lenin e a luta pelo
poder
Trotsky foi derrotado e começou a ser duramente
perseguido por Stálin, que adotou contra ele uma
série de punições. Em 1925, Trotsky perdeu o posto
de comissário do povo para a Guerra; em 1927, foi
desligado do partido; e, em 1929, acabou expulso
da União Soviética.
A morte de Lenin e a luta pelo
poder
Rejeitado pelos governos dos países capitalistas da
Europa, refugiou-se no México, onde se exilou com
o apoio do presidente nacionalista Lázaro
Cárdenas. Ali seria assassinado, a mando de Stálin,
em 1940.
O totalitarismo
stalinista
O totalitarismo stalinista
O governo de Stálin foi marcado pela repressão
política aos dissidentes comunistas e, na esfera da
economia, pelos planos quinquenais, que
substituíram a NEP a partir de 1928. Esses planos
estabeleciam metas e mobilizavam os recursos da
nação para atingi-las no prazo estipulado de cinco
anos. Isso implicava rígida planificação central e
alto controle do Estado sobre a economia.
O totalitarismo stalinista
Depois da morte de Lênin e do afastamento de
Trotsky, o poder soviético perdeu suas
características revolucionárias iniciais. Com a
ascensão de Stálin, o Estado soviético passou a ser
formado por um grande número de funcionários,
que integravam uma burocracia privilegiada e
autoritária. Era essa burocracia que determinava os
objetivos e os métodos da planificação econômica.
O totalitarismo stalinista
O primeiro plano quinquenal entrou em vigor em
1928 e tinha como metas a rápida industrialização e
a completa coletivização das terras. Essa linha de
orientação foi seguida também pelo segundo
plano quinquenal (1933-1938) e pelos que vieram
depois.
O totalitarismo stalinista
Entre 1928 e 1940, a produção industrial cresceu 8,5
vezes, mostrando os bons resultados dos planos
quinquenais nesse setor da economia. O
crescimento ocorreu principalmente na área de
produção de máquinas e equipamentos.
O totalitarismo stalinista
O setor de bens de consumo, porém, foi relegado a
segundo plano. E no campo, além de o êxito ter
sido relativo, os resultados negativos da
planificação burocrática se fizeram sentir de modo
intenso. Aí, o governo Stalinista impôs a
coletivização das terras e dos rebanhos por meio da
violência, assassinando em massa os camponeses
que resistiam à medida.
O totalitarismo stalinista
Quando finalmente a resistência foi vencida, as
pequenas propriedades desapareceram para dar
lugar a cooperativas de produção — os kolkhoses
— e a fazendas estatais — os sovkhoses.
O totalitarismo stalinista
No plano político, o governo de Stálin se
caracterizou pelo esmagamento dos sovietes como
órgãos de representação operária e pela violenta
perseguição aos que esboçavam qualquer
oposição a seu poder. Entre as vítimas dessa política
estavam antigos líderes bolcheviques, como
Zinoviev, Kamenev e Bukharin, além de Trotsky e
outros, acusados dos mais variados crimes contra o
regime.
O totalitarismo stalinista
No período de 1936 a 1944, cerca de 7 milhões de
pessoas foram presas e milhares de comunistas que
reivindicavam um processo democrático acabaram
condenados à morte nos "processos de Moscou",
como ficaram conhecidos os julgamentos
montados pelo governo Stalinista.
O totalitarismo stalinista
Repressivo e totalitário, o socialismo estatalburocrático de Stálin na prática foi a negação dos
ideais de Marx e dos primeiros pensadores
socialistas.
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