Ausência de variabilidade em genes relacionados à resposta imune

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Ausência de variabilidade em genes
relacionados à resposta imune na
comunidade indígena Xavante de Pimentel
Barbosa, MT
Zembrzuski, VM1; Basta, PC2; Coimbra Junior, CEA2; Santos, RV2; Salzano, FM1; Hutz, MH1
Departamento de Genética, UFRGS, Porto Alegre-RS;
Departamento de Endemias, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro-RJ
[email protected]
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Palavras-chave: genes, sistema imune, índios
Em índios Xavante da região central do Brasil, assim como em muitas outras populações indígenas, a mortalidade
introduzida pelas epidemias marcou profundamente aspectos biológicos e culturais dessas populações. Além disso, o
perfil epidemiológico dos Xavante continua dominado por doenças infecciosas e parasitárias. A enorme diversidade dos
genes envolvidos com resposta imune sugere que as doenças infecciosas são importantes forças na evolução humana, e
os estudos com gêmeos e filhos adotados indicam que os fatores genéticos do hospedeiro são os maiores determinantes
da suscetibilidade às doenças infecciosas em humanos. Muitos genes relacionados ao sistema imune são alvos de estudos
que buscam associar polimorfismos imunogenéticos com suscetibilidade a doenças infecciosas humanas. Como exemplo,
podem-se citar os genes do Complexo Maior de Histocompatibilidade, assim como genes de citocinas, quimiocinas e
seus receptores. Entretanto, a interpretação da literatura mostra resultados inconsistentes entre as diferentes populações.
Avaliar a importância de fatores genéticos de suscetibilidade às doenças infecciosas, em grupos indígenas, é de grande
relevância para se tentar traçar o perfil imune dessas populações. Com esse objetivo, foram analisados neste trabalho
cinco polimorfismos em genes relevantes para a resposta imune: rs11575934 (IL12RB1 641A/G), rs375947 (IL12RB1
1094T/C), rs3948464 (SP110 int6 C/T), rs2114592 (SP110 ex11 C/T) e rs2476601 (PTPN22 1858C/T). A amostra
compõe-se de 492 índios Xavante da comunidade de Pimentel Barbosa, MT; os polimorfismos foram genotipados
pela técnica de PCR em tempo real, através do método de discriminação alélica. Os resultados obtidos mostraram
ausência de variabilidade nas freqüências alélicas para as variantes estudadas, o que contrasta com dados de outras
populações, em que as menores freqüências alélicas situam-se em torno de 0,5. Pode-se notar um grande contraste
entre o repertório imune restrito dos Xavante e as profundas transformações demográficas, ecológicas e epidemiológicas
ocorridas nas últimas décadas. Isso poderia estar influenciando nas diferenças de suscetibilidade às doenças infecciosas
e parasitárias nesse grupo, e, portanto, a atenção básica das políticas de saúde pública para as populações indígenas
deveria ser diferenciada.
Apoio financeiro: CNPq, PRONEX, FAPERGS, Instituto do Milênio.
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