1 EFEITOS BIO-PSICO-SOCIAIS DO EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVÍDUOS COM HIV Cássio Figueiredo do Amaral Aluno concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Oton Ribeiro de Ribeiro Professor orientador do CEDF/UEPA Rodolfo Azevedo Raiol Mestrando em educação física e coorientador do trabalho Resumo Atualmente, vírus HIV vem ganhando proporções absurdas no mundo inteiro segundo dados recentes publicados pela Unaids. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) provoca uma imunossupressão no sistema imunológico que faz com que o sistema imunológico não consiga combater doenças que geralmente e capaz de combater, doenças essas chamadas de “oportunistas”, porem com o surgimento da terapia antiretroviral fortemente ativa, aumentou consideravelmente a estimativa de vida dos indivíduos infectados, mas a terapia proporciona efeitos colaterais, tais como disfunções metabólicas que aumentam os riscos de doenças crônicodegenerativas, entre outras disfunções, eis que entra o papel do exercício físico no combate de inúmeras doenças relacionadas com a terapia ou com a própria doença. Os estudos aqui apresentados vão buscar analisar o efeitos do exercício físico em indivíduos infectados em uma revisão de literatura no banco de dados Scielo, dos últimos 10 anos. Os estudos encontrados e analisados demonstraram uma serie de benefícios para indivíduos infectados, portanto, desde que os exercícios aeróbios e resistidos sejam trabalhados em conjunto e que o profissional saiba em que estagio da doença se encontra o aluno para que a prescrição possa ser precisa a ponto de lhe trazer todos os benefícios possíveis. Palavras-Chave: Exercício físico. Hiv. Aids. Individuo infectado. Introdução Atualmente o vírus HIV vem ganhando proporções absurdas no mundo inteiro, segundo dados da Unaids do ano de 2012 (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) divulgou um levantamento sobre a incidência do vírus HIV na população mundial. O relatório indica que 34,2 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, sendo 30,7 milhões de adultos, 16,7 milhões de mulheres e 3,4 milhões de menores de 15 anos. Segundo, o Boletim Epidemiológico (2005) – AIDS e DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) de janeiro a junho de 2005, do Programa nacional de DST e AIDS, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, foram 2 registrados desde 1980 a 2004, 171.923 óbitos por AIDS no Brasil, chegando a uma taxa de mortalidade em 2004 de 6,1 por 100.000 habitantes. Segundo Guyton (2002) a infecção pelo vírus da AIDS, o HIV, afeta diretamente o sistema imunológico destruindo suas células de defesa, principalmente os linfócitos T - CD4+. Hoje em dia pessoas infectadas podem levar uma vida normal devido à evolução farmacológica, assim reduzindo a taxa de mortalidade de indivíduos infectados. Hoje o tratamento farmacológico é comumente denominado: terapia antirretroviral (TARV), terapia antirretroviral potente (TARP) ou Highly active antiretroviral therapy (HAART). (MARQUEZ; SOUZA, 2009). Diante do quadro clínico criado pela própria infecção e/ou pelos efeitos adversos impostos pelos medicamentos antirretrovirais, tais como: imunossupressão, incapacidade funcional de trabalho, dislipidemias, hipotrofia muscular, lipodistrofia ou síndrome lipodistrófica, doenças arterocoronarianas, diabetes mellitus tipo II, acidose láctica, depressão. O exercício físico, como terapia coadjuvante, ganhou muita atenção científica ao longo desses anos (MARQUEZ; SOUZA, 2009). Segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) o exercício físico adequado e planejado para esses indivíduos se torna primordial, já que há varias produções cientificas comprovando a sua eficácia contra as doenças crônico degenerativas, como as relacionadas acima. Portanto o seguinte estudo irá responder: Quais os efeitos bio-psicosociais do exercício físico em indivíduos portadoras do vírus? Quais tipos de exercício mais indicados para o individuo portador do vírus? Teria algum benefício o exercício de alta intensidade para este grupo? Tendo em vista que o treinamento resistido e o exercício aeróbio são os tipos de exercícios mais usados em estudos na literatura, partiremos da hipótese que o exercício físico traz algum benefício para o individuo portador, seja ele biológico, psicológico ou social. O principal objetivo do trabalho e analisar de forma sistemática de artigos publicados na SCIELO nos últimos 10 anos que explanem os efeitos bio-psicosociais do exercício físico em indivíduos portadores do vírus. Como objetivo específico o presente estudo irá verificar qual tipo de exercício combate com eficácia os efeitos colaterais da terapia antirretroviral e analisar qual 3 tipo de exercício trará mais benefícios para sistema imunológico do individuo infectado. Tendo como abordagem segundo Araujo et al. (2011) fenomenológica hermenêutica devido a analise dos fatos através de revisão de literatura. 1.2 Justificativa Há mais de vinte anos desde sua descoberta, existem lacunas na assistência aos portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), principalmente no que concerne à convivência do indivíduo com a doença, na busca de atender às suas necessidades psicossociais e incentivar a capacidade de autonomia para se cuidar. (CAETANO; PAGLIUCA, 2006 apud RODRIGUES; ÁVILA 2008) Atualmente, a prescrição de atividades físicas e exercícios físicos deve ser precisa e detalhada para cada individuo e principalmente para portador do vírus. Segundo o Ministério da Saúde (2012) a pratica regular de atividade física é considerada uma das principais estratégias para promoção da Saúde e prevenção de doenças Crônicas degenerativas. Os termos atividade física e exercício físico são comumente confundidos, mesmo apresentando algumas características em comum, eles são distintamente conceituados. O ministério da saúde (2012) também define que atividade física é qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto de energia acima dos níveis de repouso, como por exemplo, atividades físicas diárias. Já o exercício físico é definido como movimento corporal planejado, estruturado e repetido. (Santarém, 1998) Podemos dizer que a falta de estudos sobre o determinado assunto na literatura deixam muitas lacunas e acaba limitando arcabouço teórico dos profissionais da Saúde. Assim entende-se que este estudo tem uma grande relevância para o meio acadêmico, pois, vai proporcionar maneiras de se trabalhar com o individuo infectado baseando se em estudos recentes publicados em revistas eletrônicas conceituadas e que os resultados possam ser divulgados para esclarecer algumas lacunas deixadas por outros estudos. Além de poder contribuir para que outras pesquisas sejam feitas sobre a temática. Sistema imune. 4 O sistema imune corresponde a órgãos, células e tecidos, responsáveis pela proteção do organismo contra agentes estranhos (antígenos), tais agentes podem ser vírus, bactérias, ou células do próprio corpo, que por algum motivo estão afetando negativamente o funcionamento normal do organismo. A proteção do corpo se dá por meio da identificação dos organismos estranhos, seguida da destruição seletiva da entrada desses organismos no corpo humano. (SELUNAIOV; DIAS; ANDRADE, 2009 apud SOARES, 2012) Os órgãos que compõem o sistema imune dividem-se em órgãos linfoides primários, que são timo e medula óssea, nos quais ocorrem o desenvolvimento e maturação das células da resposta imune e, órgãos linfoides secundários, que são os linfonodos, baço, tecido linfoide, os quais organizam a resposta imune (Guyton, 1984 apud SANTOS, 2007). Guyton e Hall (1997) falam que ”os tecidos de defesa do corpo contra os agentes invasores, são os glóbulos brancos e o sistema de macrófagos dos tecidos, os quais agem por dois modos diferentes para combater uma provável doença.”. Segundo Guyton (1984) O corpo humano possui a capacidade de resistir a quase todos os tipos de microorganismos ou toxinas que tendem a lesar os tecidos e órgãos. Essa capacidade chama-se imunidade, que pode ser inata ou adaptativa, também chamada de imunidade adquirida. A imunidade inata ou resistência natural é a primeira linha de defesa do organismo e opera na fase inicial de uma resposta imune. A imunidade inata resulta de processos como: fagocitose de bactérias e outros invasores por glóbulos brancos e células dos sistemas macrófagos dos tecidos, destruição dos organismos deglutidos no estomago por enzimas digestivas, resistência da pele á invasão por organismos e presença no sangue de certos compostos químicos, que se fixam a organismos estranhos ou toxinas, destruindoos. (GUYTON, 1984). As células do sistema imune são conhecidas como leucócitos, também chamados de glóbulos brancos e são unidades móveis. São formados, em parte, na medula óssea (os granulócitos e os monócitos, bem como alguns linfócitos) e, em parte no tecido linfóide (linfócitos e plasmócitos). Após a sua formação são transportados, pelo sangue, para as diferentes partes do corpo onde precisam ser utilizados. (SANTOS et al, 2007) 5 Segundo Guyton (1984) normalmente estão presentes no sangue seis tipos de leucócitos: os neutrófilos polimorfonucleados, os eosinófilos polimorfonucleados, os basófilos polimorfonucleados, os monócitos, os linfócitos e, por vezes, os plasmócitos. Segundo Santos et al. (2007) as atividades dos monócitos e macrófagos incluem a ingestão e a destruição de microorganismos, a apresentação do antígeno e posteriormente, a estimulação das células T e a secreção de citocinas que também estimulam a atividade de outras células imunes. Segundo Santos et al. (2007) temos como segunda linha de defesa , a imunidade adaptativa, que se desenvolve durante a vida e que possui a capacidade especifica de reconhecer antígenos estranhos, eliminando-os seletivamente. A imunidade adaptativa ou adquirida é extremamente importante como proteção contra organismos invasores, para os quais o corpo não possui imunidade inata (GUYTON, 2002 apud SANTOS, 2007; FREIRE, 2001). A imunidade adquirida é o produto do sistema linfóide do organismo. Os indivíduos com deficiência genética de linfócitos, ou cujos linfócitos foram destruídos por irradiação ou substâncias químicas, não podem desenvolver qualquer imunidade adquirida. Portanto, é evidente que os linfócitos são essenciais para a vida do ser humano. (GUYTON; HALL, 1997) Segundo Guyton (1984) este tipo de imunidade está subdividido em dois outros tipos denominados de imunidade humoral e imunidade celular. A imunidade humoral o organismo desenvolve anticorpos circulantes, que são moléculas de globulina, capazes de atacar o agente invasor. Segundo Guyton (1984) a imunidade celular ou também chamada algumas vezes de imunidade linfocitária, corre pela formação de grande numero de linfócitos bastante especializados, que são especificamente sensibilizados contra o agente estranho. Esses linfócitos especializados possuem a capacidade especial de se fixarem ao agente estranho e destruí-lo. Segundo Santos et al. (2007) os linfócitos são divididos em linfócitos B e T ou células B e T respectivamente. Ambos os tipos de linfócitos originam-se no embrião, a partir das células tronco-hematopoiéticas pluripotentes. Em resumo, os linfócitos T saem da medula óssea para o timo para amadurecerem e se tornarem imunocompetentes. Os linfócitos T estão divididos em células auxiliares, que produzem substâncias (linfocinas) que ativam os linfócitos B e outras células, células 6 supressoras, que inibem a atividade dos linfócitos B e T e que ajudam no controle da resposta imune, células exterminadoras, que matam o antígeno, e células de memória, que “lembram-se” do antígeno em encontros futuros. As células T são responsáveis pela imunidade celular. (SANTOS et al, 2007) Segundo Guyton e Hall (1997) tornou-se evidente a existência de diversos tipos diferentes de células T, que são classificadas em três grandes grupos: células T auxiliares, células T citotóxicas e células T supressoras. As funções de cada uma dessas células são totalmente distintas, dentre as três o estudo irá se aprofundar nas células T auxiliares, pois a mesma tem ligação direta com o trabalho. Segundo Guyton e Hall (1997) as células T auxiliares são as mais numerosas de todas as células T, tem a função de auxiliar de diversas maneiras o sistema imune e de fato, atuam como principal regulador de todas as funções imunes. Desempenham esse papel por meio da formação de uma série de mediadores proteicos, denominados linfoquinas, que atuam sobre outras células do sistema imune, bem como sobre as células da medula óssea. Na ausência das linfoquinas derivadas das células T auxiliares, o resto do sistema imune fica quase totalmente paralisado. De fato, são as células T auxiliares que são inativadas ou destruídas pelo vírus da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), deixando o organismo quase totalmente desprotegido contra doenças infecciosas, resultando nos rápidos efeitos letais bem conhecidos da AIDS. (GUYTON; HALL, 1997) Os linfócitos B mantêm-se na medula óssea e depois de se tornarem imunocompetentes saem e circulam pelos tecidos linfoides através da corrente sanguínea e dos vasos linfáticos, alojando-se perto dos linfócitos T. As células B são diferentes das células T, pois sua reação imune é mediada por anticorpo, produzem células plasmáticas que secretam anticorpo. São responsáveis pela imunidade humoral. (GUYTON, 1984) As células natural killer, também componentes do sistema imune, são as células assassinas naturais e constituem outros tipos de linfócitos, que não possuem imunoglobulinas de superfície celular e nem receptores de células T, essas células são um pouco maiores que os linfócitos e apresentam granulações em sua estrutura. As NK possuem a capacidade inata de destruir células tumorais, células infectadas e células anormais sem sensibilização prévia, fazem parte do sistema imune inato e sua atividade é regulada por algumas interleucinas. (SOARES, 2012) 7 Segundo Santos et al. (2007) o sistema imune também é composto por fatores solúveis, que são encontrados no sangue ou em outros líquidos corporais. Os fatores solúveis atuam como mediadores de várias funções imunes e podem atingir diretamente, matando ou neutralizando os patógenos, ou indiretamente, como mensageiros químicos entre os diferentes tipos de células imunes. Compõem os fatores solúveis: as citocinas, as imunoglobulinas, o anticorpo, as proteínas da fase aguda e o complemento. AIDS/HIV Segundo Veronesi e Focaccia (2002) apud Santos et al. (2007) entende-se por síndrome, o grupo de sinais e sintomas que em conjunto caracterizam uma doença, por imunodeficiência, a incapacidade do sistema de defesa do organismo humano em combater microorganismos invasores, e por adquirida, que não é congênita, a AIDS não é causada espontaneamente, porém,é causada por um fator externo, a infecção pelo HIV. O agente etiológico é o HIV (vírus da imunodeficiência humana), que possui as glicoproteínas envoltoras, gp120 e gp41, promovendo a ligação por afinidade com as moléculas CD4+, com isso acabam se replicando e instaurando, assim, a infecção. A contagem de linfócitos T auxiliares bem abaixo de 200 células/mm3 pode indicar a presença de AIDS. (MARQUEZ e SOUZA, 2008) Segundo Deresz et al. (2007) nessa fase inicial, as glicoproteínas do envelope do HIV, gp120 e gp41, que juntas formam a gp160, são fundamentais para o processo infeccioso por sua atuação na ligação e entrada do conteúdo viral na célula hospedeira e a proteína responsável pela replicação do vírus e a proteína transregulatoria. A infecção pelo HIV afeta principalmente as células do linfócito T, que expressão os receptores das células CD4+, a depleção dessas células imunes resulta na incapacidade do sistema imune em combater doenças que normalmente poderia combater, essas doenças são chamadas de doenças oportunistas e segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) consequentemente leva a perda de massa muscular e degeneração do sistema nervoso central. Houve isolamento de duas formas geneticamente diferentes de HIV (HIV-1 e HIV-2) que segundo Lazarotto (1999) apud Rodrigues e Ávila (2008) e Rouquayol e Almeida Filho (2003) parecem estar relacionadas com a localização geográfica. HIV1 mais encontrado nas Américas, na Europa e no Saara Africano, quanto ao HIV-2 8 foi primeiramente encontrado na África Ocidental e tem período de latência clinica maior. Os sintomas iniciais da primeira fase da infecção, que apresentam grande semelhança com as demais doenças, tais como: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele e gânglios embaixo do braço, pescoço ou virilha. (MARQUES, SOUZA, 2008) Segundo Raso et al. (2007) a transmissão ocorre através do contato direto do individuo não infectado com os fluidos corporais do individuo infectado que contenham o vírus ou células infectadas pelo vírus por meio principalmente de três vias de transmissão que são: contato sexual, inoculação parental e passagem do vírus de mãe para o filho recém nascido. Dentre esses, o principal modo de transmissão se da por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo. Segundo o Ministério da Saúde (2011) De acordo com o último Boletim Epidemiológico (ano base 2010), foram notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no Siscel/Siclom, 608.230 casos de aids, acumulados de 1980 a junho de 2011, sendo 397.662 (65,4%) no sexo masculino e 210.538 (34,6%) no sexo feminino. A razão de sexo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1985, para cada 26 casos entre homens havia um caso entre mulher. Em 2010, essa relação é de 1,7 homens para cada caso em mulheres. Segundo o Ministério da Saúde (2011) os primeiros casos da doença foram registrados predominantemente em adultos gays, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos, mas, como foi mostrado anteriormente, os casos entre as mulheres vieram aumentando ao logo dos anos . Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, desde o momento em que o individuo foi infectado ate a aparição dos primeiros sintomas, podem se passar anos. Esta fase se denomina de assintomática, pois o individuo não apresenta nenhum sintoma da doença, para que essa fase ocorra vai depender, principalmente, do estado de saúde em que a pessoas se encontra. (BORUCH, 2011) Durante essa fase assintomática, o período de latência do vírus é marcado por uma forte interação do sistema imune e as rápidas mutações do vírus, fazendo com que o vírus amadureça e morra de forma equilibrada. (BORUCH, 2011) É claro que a terapia antirretroviral altamente ativa contribuiu muito para a sobrevida do individuo infectado, segundo Santos et al. (2007) diminuiu 85% 9 comparando um período de 1995 á 1999, com isso as infecções oportunistas se tornaram menos frequentes, pois as células T auxiliares chegam a aumentar consideravelmente a ponto de prevenir infecções capazes de ameaçar a vida dos indivíduos infectados. Como já citado no estudo, a Terapia antirretroviral pode ocasionar uma serie de efeitos colaterais, é inegável eficácia da terapia no combate contra a doença e com a extensão do comprimento de vida do individuo infectado, mas a qualidade de vida acaba sendo reduzida pelo convívio com os efeitos colaterais (SANTOS et al, 2007). 2.2.1 AIDS/HIV e os aspectos psico-sociais Para Lara e Fernández (1998) os indivíduos infectados com HIV são submetidos a muitos fatores estressantes, o primeiro fator, a meu ver o mais maçante de todos, é receber a noticia de que você é soropositivo, depois que o individuo se recupera do choque inicial, surgem novas preocupações tais como a marginalização social, perda da independência, falta de alto estima entre outros fatores. Esses fatores podem levar o individuo a um estado de ansiedade e depressão que tem sido associado à progressão da doença. (LARA E FERNÁNDEZ, 1998). Portanto, de acordo com Silva e Ferreira (2011) apud Werneck e Navarro, 2011: “o benefício psicológico do exercício está atrelado à individualidade do praticante, às características do exercício e ao ambiente em que se pratica para que a atividade seja executada de forma prazerosa”. Com isso, o fator ambiental e os tipos de exercícios realizados se tornam fundamentais para que a pessoa se sinta confortável a pratica. (VIEIRA, 2009 apud SILVA; FERREIRA, 2011) 2. 3 Sistema imune e o Exercício O nosso organismo vive em um estado dinâmico de equilíbrio, devido a sua interação com o meio externo, quando ocorre um estimulo externo o nosso corpo tem que se reorganizar e ajustas os sistemas para se ajustar a nova realidade. (GENTIL, 2005). Logo podemos concluir que a pratica de exercício físico provoca um desequilíbrio homeostático no nosso organismo, que depois se adapta ao reorganiza as suas funções do organismo deixando o mesmo mais forte e resistente, e devido a 10 isso vêm sendo incentivada por inúmeros órgãos de pesquisa na área da saúde, devido à relação das evidencias cientificas feitas sobre os efeitos positivos na saúde dos humanos. (RODRIGUES; ÁVILA, 2008) Segundo Santarém (S/D) entendemos que exercício físico é uma atividade estrutura e planejada para atingir um objetivo funcional ou morfológico. Os tipos de exercícios mais conhecidos e estudados na literatura são os exercícios aeróbios os exercícios aeróbios dizem respeito ao tipo de metabolismo energético que está sendo utilizado preferencialmente. Os exercícios aeróbicos são de longa duração, geralmente feitos em movimentos lentos e os exercícios anaeróbios que são divididos em treinamento resistido, que são contrações musculares que são realizados contra uma resistência graduada e os de velocidade, que podem ser realizados com ou sem carga e lentos ou não, e treinamento intervalado. (GENTIL, 2005; SANTARÉM, 1998; SOARES, 2012). A musculação é o tipo de exercício mais popular atualmente e é entre os exercícios físicos que mais proporciona alterações morfológicas e funcionais no ser humano, pois provocam varias disfunções no sistema imune durante o momento do exercício por meio do rompimento dos sarcomeros, diminuição das reservas energéticas, acumulo de metabólitos e por meio de outras alterações fisiológicas. (UCHIDA et al, 2008; GENTIL, 2005). Segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) diferentes tipos de exercício físico e de cargas podem provocar alterações distintas no sistema imune, devido a isso podemos distinguir os exercícios como agudo (carga súbita de exercício), moderado (50 – 65% do vo2max) ou intenso (acima de 65% do Vo2máx). Segundo Vaisberg e Rosa (2002) nos possuímos três grupos de mecanismos que modulam o sistema imune que são: Hormonais, metabólicos e mecânicos. Entre os principais hormônios que atuam no sistema imune durante o exercício são: as catecolaminas (epinefrina), o cortisol, hormônio do crescimento (GH) e peptídeos opióides (endorfinas). 2.3.1 – Relação do exercício com a intensidade Vaisberg e Rosa (2002) dizem que as principais alterações encontradas em exercícios de alta intensidade (Acima de 60% do VO2máx) se associa a aumento de leucócitos circulantes que se da principalmente as custas de Linfócitos, neutrófilos e em menos escala os Neutrófilos. Após um período de recuperação pós-exercício a 11 um decréscimo acentuado na contagem de linfócitos que chega a ser de 30 á 50% menos do que estava no período pré-exercício, que acaba perdurando por seis horas. Especificamente o exercício físico agudo intenso afeta a produção tecidual, as citocinas e as interleucinas e o fator de necrose tumoral que se assemelha a uma resposta inflamatória de uma infecção ou trauma. (LEANDRO et al, 2002) Exercícios físicos moderados (<60% do VO2máx) estão relacionados ao aumento da resposta dos mecanismos de defesa orgânica. Aumento da função dos neutrófilos. A redistribuição destas células no compartimento vascular em resposta ao exercício parece ser mediada pela adrenalina, e em menor grau pela noradrenalina. (MARTINEZ; MON, 1999) Segundo Martinez e Mon (1999) o “estresse” produzido pelo exercício físico agudo e também pelos aspectos psicológicos provoca o aumento da descarga de catecolaminas. Devido a esses diferentes tipos de cargas, intensidade de exercício e aptidão física de cada individuo, podemos dizer que o exercício físico pode tanto melhorar como debilitar o sistema imune (RASO et al, 2007; PAPACOSTA; GLEENSON, 2013). 3 Metodologia O seguinte estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e irá se basear em artigos publicados em revistas eletrônicas através da scielo que é Scientific Electronic Library Online (biblioteca cientifica eletrônica em linha) que foi escolhido devido ser um modelo para a publicação eletrônica cooperativa de periódicos científicos que tem uma indexação muito ampla, que tem hipertextos com base de dados nacionais e internacionais. A análise dos textos vai ser feita através de textos publicados no período de 2003 a 2013 que abordem uma ou todas as vertentes do presente estudo, com as seguintes palavras chave: AIDS, hiv e exercício físico, physical exercise and HIV e hiv e os aspectos psicológico, exercício físico e aspectos psicológicos. Exercício e aspectos sociais. A pesquisa foi dividida em oito fases que são destacadas por Marconi e Lakatos (2007) e Gil (1985), as quais são: Escolha do tema; Elaboração do plano de trabalho; Identificação; Localização; interpretação; e a Redação. Compilação; Fichamento; Análise e 12 4 Exercício físico e HIV Como já citado em estudos anteriores no aporte teórico, é notório que o exercício físico tem papel importante na vida de qualquer individuo e é recomendado para todos, principalmente para os idosos devido ao decréscimo de suas funções morfológicas e fisiológicas, sendo que em idosos sedentários podem apresentar diminuição tanto na capacidade de força, quanto na qualidade de vida em muitos aspectos importantes. Sendo adicionado doença crônica degenerativa como hiv/aids podem piorar a situação, porque eles potencializam os efeitos do envelhecimento, diminuição da força e da função muscular. (SOUZA et al, 2011) Devido a tais problemas, um dos principais objetivos do exercício físico e de tentar recuperar aptidão física, buscar melhorias morfológicas e funcionais em indivíduos portadores da doença. (GOMES et al, 2010) Os estudos foram analisados e estritamente divididos como mostrado na tabela 1. Tabela 1: analise dos textos Referencia Estudo Efeitos Efeitos fisiológicos e psicosociais Conclusão funcionais Lazzarotto et al, 2010 Souza et al, 2009 , HIV,AIDS e Treinamento Concorrente: a revisão sistemática Sanguínea arterial mais baixa, menor risco de diabetes, doença arterial coronariana e obesidade, aumento de força Não apresentou nada a respeito do sobre o tema. Benefícios do treinamento aeróbio e/ou resistido em indivíduos HIV+: Uma Revisão Sistemática Aumento de linfócitos T cd4, manutenção do consumo Maximo de oxigênio, massa muscular, da força, na resistência anaeróbia, redução do percentual de gordura, normalização no índice glicêmico, diminuição nos fatores de risco coronariano. Melhora na autoestima, diminuição da ansiedade, melhora do bem estar e da qualidade de vida e melhora das funções cognitivas. Divergências em estudos aeróbicos. O Estudo indica treinamento conjunto (aeróbio e força), carência de estudos com treinamento conjunto. As recomendações específicas incluem programa de treinamento aeróbio, três a cinco sessões por semana a 50 85% da frequência cardíaca máxima, ou 4585% do VO2 máx, sendo o treinamento de força executado para grandes grupos musculares, em intensidade moderada com oito a 12 repetições por exercício. Divergências em algumas metodologias de autores, em consenso de intensidade, volume de treino, estagio da doença e variação dos medicamentos usados. Autores indicam o treinamento conjunto( aeróbio e força) e destacam que o profissional tem que ter o 13 Deresz et al, 2007 O estresse oxidativo e o exercício físico em indivíduos HIV positivo Sanguínea arterial mais baixa, menor risco de diabetes, doença arterial coronariana e obesidade, aumento de força Não apresentou nada a respeito do sobre o tema. Botti et al, 2009 Conflitos e sentimentos de mulheres portadores de hiv/aids: estudo de revisão Nada abordado no estudo Vulnerabilidade de mulheres com a descoberta. Nível de estresse esta vinculado com Gomes et al, 2010 Efeito do exercício físico na percepção de satisfação de vida e função imunológica em pacientes infectados pelo HIV: Ensaio clínico não randomizado. Não houve decréscimo da contagem de células Tcd4 Melhora significativa na percepção da satisfação de vida nos indivíduos que participaram das atividades físicas. Mello et al,2005 O exercício físico e os aspectos psicobiológicos Não foi abordado no artigo. Melhora na qualidade de vida, diminuição nos níveis de ansiedade e distúrbios relacionados com o humor. Souza et al, 2010 Efeito do exercício e resistência progressiva sobre a evolução da força de idosos que vivem com o HIV em comparação com controles saudáveis Resistência exercício demonstrou outros benefícios específicos entre as pessoas idosas, isto é: melhorar de condicionamento cardiovascular, aumento de força, aumento da massa óssea, , menor a possibilidade de fraturas com envelhecimento e aumento da massa magra impedindo diminuição da força relacionada com o envelhecimento. Melhora na qualidade de vida através da percepção. real conhecimento do estágio do aluno, para que seu limite de esforço não seja superestimado e nem subestimado. O Estudo indica treinamento conjunto (aeróbio e força), carência de estudos com treinamento conjunto. As recomendações específicas incluem programa de treinamento aeróbio, três a cinco sessões por semana a 50 85% da frequência cardíaca máxima, ou 4585% do VO2 máx, sendo o treinamento de força executado para grandes grupos musculares, em intensidade moderada com oito a 12 repetições por exercício. Pesquisas escassas, aponta a Necessidade de abordagens sócio culturais para entendimento da aids e fatores atribuídos a ela, como: vulnerabilidade, promoção da auto estima e da cidadania. Em conclusão, um programa de condicionamento físico de intensidade moderada, combinando exercícios aeróbios, de força e flexibilidade foi capaz de melhorar significativamente a percepção de satisfação de vida dos indivíduos soropositivos sem acarretar prejuízos imunológicos, ao menos nos limites das características daqueles observados no presente estudo. Diante dos estudos descritos anteriormente, verifica-se que o exercício físico sistematizado pode acarretar diversos benefícios tanto na esfera física quanto mental do ser humano, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Estudo apresentou resultados estatisticamente relevantes para o uso de treinamento resistido em idosos vivendo com hiv, porem ainda e ressaltado que o trabalho em conjunto com os médicos e muito importante para saber a condição e estagio da doença em que o paciente se encontra, a escassez em de estudos. 14 Souza et al, 2008 . Treinamento resistido progressivo em pacientes HIV positivos em idosos. Aumento de força, melhora significativa nas células cd4, diminuição do percentual de gordura, Nada foi apresentado no estudo. Apesar da amostra pequena o estudo mostrou que os exercícios contra resistência podem beneficiar pessoas idosas que vivem com o vírus hiv. Fonte: Tabela elaborada pelo autor (2013). 4.1 Efeitos do exercício físico e Sistema imune Em um estudo realizado por Souza et al. (2008) em respeito à evolução dos marcadores virológicos e imunológicos da infecção por HIV foram analisados aumentos significativas nas células CD4 e em células CD8 e em adição a um aumento não significativo em células cd8. Este estudo foi realizado em idosos com mais de 60 anos que praticaram musculação por um ano. E demonstrou que o exercício resistido pode trazer melhoras na carga viral. Já em estudos analisados por Marques e Souza (2009) também houve melhorias significativas na contagem de células CD4 e CD8 e ainda evidenciaram também um decréscimo em relação ao grupo controle. Alem de verificar em estudos que realizavam exercícios alta intensidade, houve um aumento nas células de defesa do corpo leucócitos, neutrófilos, monócitos e linfócitos aumentam durante e imediatamente após o exercício, sendo em maiores concentrações no esforço em exercícios de longa duração. Em contrapartida os mesmos autores não evidenciaram melhoras relevantes nas células CD4 e CD8 em outros estudos analisados. Souza et al. (2011) realizou outro estudo tendo como um dos objetivos era analisar a contagem de células CD4 e demonstro que não houve melhora estatisticamente relevante. Assim como no estudo realizado por Gomes et al. (2010) que também não demonstraram melhoras relevantes em células CD4. Lazzarotto et al. (2010) também não encontrou melhorias significativas nas células T CD4, mas observou que houve uma baixa significativa na carga viral, assim como houveram estudos que não mostraram melhorias na carga viral. Portanto, a um grande conflito na literatura e a carência de estudos em relação a melhorias relevantes na contagem de células CD4 e CD8. (DERESZ et al, 2007; MARQUES; SOUZA, 2008; GOMES et al, 2010; SOUZA et al, 2008) 4.1.2 Efeitos do exercício físico na Força e capacidade funcional. 15 Segundo Marquez e Souza (2009) em indivíduos infectados é comum ocorrer decréscimo na força e na capacidade funcional e exercício mais indicado e o treinamento com peso, principalmente pela sua capacidade de adaptação de cargas para cada indivíduo. Estudos analisados pelo mesmo observaram que houve aumento significativo de força. No estudo promovido por Souza et al. (2008) em idosos com mais de 60 anos que possuem Hiv e mas que apresentavam estagio clinico estável da doença, usando apenas treinamento resistido por um ano verificou-se um aumento substancial da força visto em todos os exercícios em todos os pacientes que completaram o programa de treinamento, independentemente da sua idade, sexo, fase inicial de infecção pelo HIV ou a presença de qualquer morbidade HIV / AIDSassociado. Também no mesmo estudo foi observado a melhora da capacidade funcional através dos testes realizados. Além de não ter ocorrido nenhum efeito adverso significativo relacionado com o programa de exercícios ou qualquer nova (ou agravamento da já existente) condição relacionada com a SIDA desenvolvido durante o período de treinamento. (SOUZA et al, 2008) Deresz et al (2007) defende a especificidade de cada tipo de exercício, o exercício aeróbio proporciona melhoras significativas no sistema cardiorrespiratório e o treinamento com peso proporciona melhorias a capacidade funcional e nos níveis de força. Souza et al (2010) mostrou em seu estudo com idosos acima de 60 anos covivendo com o vírus que apenas praticavam exercício resistido que além do ganho de força os mesmo tiveram uma melhora significativa no condicionamento cardiovascular entre outros benefícios, também vistos por outros autores, como, aumento da massa óssea, aumento da massa magra e melhora no perfil lipídico. (DERESZ et al.2007; MARQUES; SOUZA, 2008; GOMES, 2010; SOUZA et al, 2008; LAZZAROTTO et al. , 2010) 4.1.3 Efeitos do exercício físico sobre os fatores psicológicos e sociais Em um estudo de LaPerriere (1991) et al. apud Gomes et al. (2010) propuseram um modelo teórico para descrever as relações entre o exercício e os aspectos psicológico, endócrino e imunológico. De acordo com esse modelo, o treinamento físico talvez contribuísse para a melhora do estado emocional, aumentasse a liberação de opioides endógenos e reduzisse a atividade dos 16 sistemas adrenocortical, pituitário e hipotalâmico (ACPH) ou seja, acreditando-se nesse modelo, a atividade física teria potencial para moderar as sequelas psicológicas e fisiológicas de doenças crônicas, incluindo a infecção pelo HIV. Segundo Marques e Souza (2007) indivíduos infectados já estão propícios a ter algumas alterações mentais, sendo que os mais evidenciados na literatura são: ansiedade e depressão. O elevado índice de estresse esta sendo fortemente relacionado a aceleração da doença. No estudo de Gomes et al. (2010) foi investigado o efeito de um programa de condicionamento físico na função imunológica e no bem-estar psicológico de indivíduos soropositivos. E como resultado houve melhora significativa na percepção da satisfação de vida nos indivíduos. Mello et al (2005) nos diz que: “Estudos realizados nos EUA afirmam que a prática sistemática do exercício físico para a população em geral está associada à ausência ou a poucos sintomas depressivos ou de ansiedade. Mesmo em indivíduos diagnosticados clinicamente como depressivos, o exercício físico tem se mostrado eficaz na redução dos sintomas associados à depressão”. Com base na afirmação acima, posso dizer que todos os autores citados na tabela 1 afirmam que há uma melhora no bem estar psicológico em indivíduos portadores do vírus. Portanto o exercício físico tem como contribuir de maneira eficaz na redução da ansiedade, depressão e na melhora do bem-estar e qualidade de vida em indivíduos infectados. (LAZZAROTTO et al, 2010). 17 5 Conclusão O exercício físico se mostrou muito eficaz e seguro na melhoria contra alguns efeitos adversos provocados pelo HIV. Porem não há muitos estudos na literatura que abordem o referido tema. A escassez de trabalhos relacionando o exercício físico com o HIV acaba deixando lacunas sobre o referido tema. Uma delas e perceber que há muitas falhas em metodologias de estudos, que acabam não abordando que estagio clinico o individuo se encontra, há falta de parâmetros relação volume e intensidade, acaba deixando perguntas, pois estudos com alta intensidade e alto volume divergem em seus resultados. Para que um programa de exercício físico alcance todos os efeitos benéficos à saúde dos indivíduos HIV, é necessária a atuação em conjunto com medico e também se faz necessário a prescrição adequada que englobe componentes de força e aeróbio, devido à especificidade de cada treinamento. Quanto à intensidade do exercício, não existe consenso com relação à carga máxima de esforço para HIV, pois estudos com protocolos de treinamento de alta intensidade encontraram resultados favoráveis e seguros, contradizendo a ideia de que exercícios intensos colocam em risco a saúde dos soropositivos. Porém, ficou bem claro que a zona de conforto a ser trabalhada em exercícios aeróbios é entre 45 a 80% do vo2max e para o treinamento de força executado para grandes grupos musculares, em intensidade moderada com oito a 12 repetições por exercício e series múltiplas para cada musculatura, a maioria dos autores diz que o ambos os treinamentos trazem benefícios psicológico, biológicos e sociais para o individuo infectado. 18 ABSTRACT Currently HIV is gaining absurd proportions worldwide, according to data from the year 2012 UNAIDS (Joint United Nations Programme on HIV / AIDS) released a survey on the incidence of HIV in the population. The report shows that 34.2 million people live with HIV worldwide, with 30.7 million adults, 16.7 million women and 3.4 million children under 15 years. The HIV virus causes immune suppression of the immune system that causes the immune system is unable to combat diseases that are generally able to combat these diseases called opportunistic opportunistic infections. With the advent of highly active antiretroviral therapy has greatly increased the estimated life of infected individuals, however therapy provides many side effects, such as metabolic disorders that increase the risk of chronic degenerative diseases, among other disorders, behold, comes the role of exercise to combat numerous diseases related to the therapy or the disease itself. The studies presented here will seek to analyze the effects of physical exercise in individuals infected and analyze whether the exercise will bring some benefit physiological or psychosocial. A study was made to review articles analyzing the SciELO database, which has extensive indexing of the past 10 years. The studies found and analyzed showed a series of benefits for infected individuals, however most studies differ in their methodologies and relate a standard for training prescription and in relation to the intensity and volume of the same. Therefore, since the aerobic and resistance exercises are worked together and the professional know which stage of the disease is the student so that the prescription can be accurate enough to bring you all the possible benefits. Keywords: Exercise. Hiv. AIDS. Infected individual. REFERENCIAS AGNEW, Victor. Atividade física e a infecção pelo HIV: uma análise crítica. Revista Brasileira Medicinas Esporte [online]. 1999, vol.5, n.3, pp. 99-107. http://www.scielo.br/pdf/rbme/v5n3/08.pdf BORUCH, Tatiane. Alterações decorrentes da prática de musculação em uma paciente soropositivo: um estudo de caso. 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