Introdução

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EFEITOS BIO-PSICO-SOCIAIS DO EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVÍDUOS COM
HIV
Cássio Figueiredo do Amaral
Aluno concluinte do CEDF/UEPA
[email protected]
Oton Ribeiro de Ribeiro
Professor orientador do CEDF/UEPA
Rodolfo Azevedo Raiol
Mestrando em educação física e coorientador do trabalho
Resumo
Atualmente, vírus HIV vem ganhando proporções absurdas no mundo inteiro
segundo dados recentes publicados pela Unaids. O vírus da imunodeficiência
humana (HIV) provoca uma imunossupressão no sistema imunológico que faz com
que o sistema imunológico não consiga combater doenças que geralmente e capaz
de combater, doenças essas chamadas de “oportunistas”, porem com o surgimento
da terapia antiretroviral fortemente ativa, aumentou consideravelmente a estimativa
de vida dos indivíduos infectados, mas a terapia proporciona efeitos colaterais, tais
como disfunções metabólicas que aumentam os riscos de doenças crônicodegenerativas, entre outras disfunções, eis que entra o papel do exercício físico no
combate de inúmeras doenças relacionadas com a terapia ou com a própria doença.
Os estudos aqui apresentados vão buscar analisar o efeitos do exercício físico em
indivíduos infectados em uma revisão de literatura no banco de dados Scielo, dos
últimos 10 anos. Os estudos encontrados e analisados demonstraram uma serie de
benefícios para indivíduos infectados, portanto, desde que os exercícios aeróbios e
resistidos sejam trabalhados em conjunto e que o profissional saiba em que estagio
da doença se encontra o aluno para que a prescrição possa ser precisa a ponto de
lhe trazer todos os benefícios possíveis.
Palavras-Chave: Exercício físico. Hiv. Aids. Individuo infectado.
Introdução
Atualmente o vírus HIV vem ganhando proporções absurdas no mundo
inteiro, segundo dados da Unaids do ano de 2012 (Programa Conjunto das Nações
Unidas sobre HIV/AIDS) divulgou um levantamento sobre a incidência do vírus HIV
na população mundial. O relatório indica que 34,2 milhões de pessoas vivem com
HIV no mundo, sendo 30,7 milhões de adultos, 16,7 milhões de mulheres e 3,4
milhões de menores de 15 anos.
Segundo, o Boletim Epidemiológico (2005) – AIDS e DST (Doenças
Sexualmente Transmissíveis) de janeiro a junho de 2005, do Programa nacional de
DST e AIDS, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, foram
2
registrados desde 1980 a 2004, 171.923 óbitos por AIDS no Brasil, chegando a uma
taxa de mortalidade em 2004 de 6,1 por 100.000 habitantes.
Segundo Guyton (2002) a infecção pelo vírus da AIDS, o HIV, afeta
diretamente
o
sistema
imunológico
destruindo
suas
células
de
defesa,
principalmente os linfócitos T - CD4+.
Hoje em dia pessoas infectadas podem levar uma vida normal devido à
evolução farmacológica, assim reduzindo a taxa de mortalidade de indivíduos
infectados. Hoje o tratamento farmacológico é comumente denominado: terapia
antirretroviral (TARV), terapia antirretroviral potente (TARP) ou Highly active
antiretroviral therapy (HAART). (MARQUEZ; SOUZA, 2009).
Diante do quadro clínico criado pela própria infecção e/ou pelos efeitos
adversos
impostos
pelos
medicamentos
antirretrovirais,
tais
como:
imunossupressão, incapacidade funcional de trabalho, dislipidemias, hipotrofia
muscular, lipodistrofia ou síndrome lipodistrófica, doenças arterocoronarianas,
diabetes mellitus tipo II, acidose láctica, depressão. O exercício físico, como terapia
coadjuvante, ganhou muita atenção científica ao longo desses anos (MARQUEZ;
SOUZA, 2009).
Segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) o exercício físico adequado e
planejado para esses indivíduos se torna primordial, já que há varias produções
cientificas comprovando a sua eficácia contra as doenças crônico degenerativas,
como as relacionadas acima.
Portanto o seguinte estudo irá responder: Quais os efeitos bio-psicosociais do exercício físico em indivíduos portadoras do vírus? Quais tipos de
exercício mais indicados para o individuo portador do vírus? Teria algum benefício o
exercício de alta intensidade para este grupo?
Tendo em vista que o treinamento resistido e o exercício aeróbio são os tipos
de exercícios mais usados em estudos na literatura, partiremos da hipótese que o
exercício físico traz algum benefício para o individuo portador, seja ele biológico,
psicológico ou social.
O principal objetivo do trabalho e analisar de forma sistemática de artigos
publicados na SCIELO nos últimos 10 anos que explanem os efeitos bio-psicosociais do exercício físico em indivíduos portadores do vírus.
Como objetivo específico o presente estudo irá verificar qual tipo de exercício
combate com eficácia os efeitos colaterais da terapia antirretroviral e analisar qual
3
tipo de exercício trará mais benefícios para sistema imunológico do individuo
infectado. Tendo como abordagem segundo Araujo et al. (2011) fenomenológica
hermenêutica devido a analise dos fatos através de revisão de literatura.
1.2 Justificativa
Há mais de vinte anos desde sua descoberta, existem lacunas na assistência
aos
portadores
do
Vírus
da
Imunodeficiência
Humana
e
Síndrome
da
Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), principalmente no que concerne à
convivência do indivíduo com a doença, na busca de atender às suas necessidades
psicossociais e incentivar a capacidade de autonomia para se cuidar. (CAETANO;
PAGLIUCA, 2006 apud RODRIGUES; ÁVILA 2008)
Atualmente, a prescrição de atividades físicas e exercícios físicos deve ser
precisa e detalhada para cada individuo e principalmente para portador do vírus.
Segundo o Ministério da Saúde (2012) a pratica regular de atividade física é
considerada uma das principais estratégias para promoção da Saúde e prevenção
de doenças Crônicas degenerativas.
Os termos atividade física e exercício físico são comumente confundidos,
mesmo apresentando algumas características em comum, eles são distintamente
conceituados. O ministério da saúde (2012) também define que atividade física é
qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em
gasto de energia acima dos níveis de repouso, como por exemplo, atividades físicas
diárias. Já o exercício físico é definido como movimento corporal planejado,
estruturado e repetido. (Santarém, 1998)
Podemos dizer que a falta de estudos sobre o determinado assunto na
literatura deixam muitas lacunas e acaba limitando arcabouço teórico dos
profissionais da Saúde. Assim entende-se que este estudo tem uma grande
relevância para o meio acadêmico, pois, vai proporcionar maneiras de se trabalhar
com o individuo infectado baseando se em estudos recentes publicados em revistas
eletrônicas conceituadas e que os resultados possam ser divulgados para esclarecer
algumas lacunas deixadas por outros estudos. Além de poder contribuir para que
outras pesquisas sejam feitas sobre a temática.
Sistema imune.
4
O sistema imune corresponde a órgãos, células e tecidos, responsáveis pela
proteção do organismo contra agentes estranhos (antígenos), tais agentes podem
ser vírus, bactérias, ou células do próprio corpo, que por algum motivo estão
afetando negativamente o funcionamento normal do organismo. A proteção do corpo
se dá por meio da identificação dos organismos estranhos, seguida da destruição
seletiva da entrada desses organismos no corpo humano. (SELUNAIOV; DIAS;
ANDRADE, 2009 apud SOARES, 2012)
Os órgãos que compõem o sistema imune dividem-se em órgãos linfoides
primários, que são timo e medula óssea, nos quais ocorrem o desenvolvimento e
maturação das células da resposta imune e, órgãos linfoides secundários, que são
os linfonodos, baço, tecido linfoide, os quais organizam a resposta imune (Guyton,
1984 apud SANTOS, 2007).
Guyton e Hall (1997) falam que ”os tecidos de defesa do corpo contra os
agentes invasores, são os glóbulos brancos e o sistema de macrófagos dos tecidos,
os quais agem por dois modos diferentes para combater uma provável doença.”.
Segundo Guyton (1984) O corpo humano possui a capacidade de resistir a
quase todos os tipos de microorganismos ou toxinas que tendem a lesar os tecidos e
órgãos. Essa capacidade chama-se imunidade, que pode ser inata ou adaptativa,
também chamada de imunidade adquirida. A imunidade inata ou resistência natural
é a primeira linha de defesa do organismo e opera na fase inicial de uma resposta
imune.
A imunidade inata resulta de processos como: fagocitose de bactérias e
outros invasores por glóbulos brancos e células dos sistemas macrófagos dos
tecidos, destruição dos organismos deglutidos no estomago por enzimas digestivas,
resistência da pele á invasão por organismos e presença no sangue de certos
compostos químicos, que se fixam a organismos estranhos ou toxinas, destruindoos. (GUYTON, 1984).
As células do sistema imune são conhecidas como leucócitos, também
chamados de glóbulos brancos e são unidades móveis. São formados, em parte, na
medula óssea (os granulócitos e os monócitos, bem como alguns linfócitos) e, em
parte no tecido linfóide (linfócitos e plasmócitos). Após a sua formação são
transportados, pelo sangue, para as diferentes partes do corpo onde precisam ser
utilizados. (SANTOS et al, 2007)
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Segundo Guyton (1984) normalmente estão presentes no sangue seis tipos
de leucócitos: os neutrófilos polimorfonucleados, os eosinófilos polimorfonucleados,
os basófilos polimorfonucleados, os monócitos, os linfócitos e, por vezes, os
plasmócitos.
Segundo Santos et al. (2007) as atividades dos monócitos e macrófagos
incluem a ingestão e a destruição de microorganismos, a apresentação do antígeno
e posteriormente, a estimulação das células T e a secreção de citocinas que
também estimulam a atividade de outras células imunes.
Segundo Santos et al. (2007) temos como segunda linha de defesa , a
imunidade adaptativa, que se desenvolve durante a vida e que possui a capacidade
especifica de reconhecer antígenos estranhos, eliminando-os seletivamente.
A imunidade adaptativa ou adquirida é extremamente importante como
proteção contra organismos invasores, para os quais o corpo não possui imunidade
inata (GUYTON, 2002 apud SANTOS, 2007; FREIRE, 2001).
A imunidade adquirida é o produto do sistema linfóide do organismo. Os
indivíduos com deficiência genética de linfócitos, ou cujos linfócitos foram destruídos
por irradiação ou substâncias químicas, não podem desenvolver qualquer imunidade
adquirida. Portanto, é evidente que os linfócitos são essenciais para a vida do ser
humano. (GUYTON; HALL, 1997)
Segundo Guyton (1984) este tipo de imunidade está subdividido em dois
outros tipos denominados de imunidade humoral e imunidade celular. A imunidade
humoral o organismo desenvolve anticorpos circulantes, que são moléculas de
globulina, capazes de atacar o agente invasor.
Segundo Guyton (1984) a imunidade celular ou também chamada algumas
vezes de imunidade linfocitária, corre pela formação de grande numero de linfócitos
bastante especializados, que são especificamente sensibilizados contra o agente
estranho. Esses linfócitos especializados possuem a capacidade especial de se
fixarem ao agente estranho e destruí-lo.
Segundo Santos et al. (2007) os linfócitos são divididos em linfócitos B e T ou
células B e T respectivamente. Ambos os tipos de linfócitos originam-se no embrião,
a partir das células tronco-hematopoiéticas pluripotentes. Em resumo, os linfócitos T
saem da medula óssea para o timo para amadurecerem e se tornarem
imunocompetentes. Os linfócitos T estão divididos em células auxiliares, que
produzem substâncias (linfocinas) que ativam os linfócitos B e outras células, células
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supressoras, que inibem a atividade dos linfócitos B e T e que ajudam no controle da
resposta imune, células exterminadoras, que matam o antígeno, e células de
memória, que “lembram-se” do antígeno em encontros futuros. As células T são
responsáveis pela imunidade celular. (SANTOS et al, 2007)
Segundo Guyton e Hall (1997) tornou-se evidente a existência de diversos
tipos diferentes de células T, que são classificadas em três grandes grupos: células
T auxiliares, células T citotóxicas e células T supressoras. As funções de cada uma
dessas células são totalmente distintas, dentre as três o estudo irá se aprofundar
nas células T auxiliares, pois a mesma tem ligação direta com o trabalho.
Segundo Guyton e Hall (1997) as células T auxiliares são as mais numerosas
de todas as células T, tem a função de auxiliar de diversas maneiras o sistema
imune e de fato, atuam como principal regulador de todas as funções imunes.
Desempenham esse papel por meio da formação de uma série de mediadores
proteicos, denominados linfoquinas, que atuam sobre outras células do sistema
imune, bem como sobre as células da medula óssea.
Na ausência das linfoquinas derivadas das células T auxiliares, o resto do
sistema imune fica quase totalmente paralisado. De fato, são as células T auxiliares
que são inativadas ou destruídas pelo vírus da síndrome de imunodeficiência
adquirida (AIDS), deixando o organismo quase totalmente desprotegido contra
doenças infecciosas, resultando nos rápidos efeitos letais bem conhecidos da AIDS.
(GUYTON; HALL, 1997)
Os linfócitos B mantêm-se na medula óssea e depois de se tornarem
imunocompetentes saem e circulam pelos tecidos linfoides através da corrente
sanguínea e dos vasos linfáticos, alojando-se perto dos linfócitos T. As células B são
diferentes das células T, pois sua reação imune é mediada por anticorpo, produzem
células plasmáticas que secretam anticorpo. São responsáveis pela imunidade
humoral. (GUYTON, 1984)
As células natural killer, também componentes do sistema imune, são as
células assassinas naturais e constituem outros tipos de linfócitos, que não possuem
imunoglobulinas de superfície celular e nem receptores de células T, essas células
são um pouco maiores que os linfócitos e apresentam granulações em sua estrutura.
As NK possuem a capacidade inata de destruir células tumorais, células infectadas e
células anormais sem sensibilização prévia, fazem parte do sistema imune inato e
sua atividade é regulada por algumas interleucinas. (SOARES, 2012)
7
Segundo Santos et al. (2007) o sistema imune também é composto por
fatores solúveis, que são encontrados no sangue ou em outros líquidos corporais.
Os fatores solúveis atuam como mediadores de várias funções imunes e podem
atingir diretamente, matando ou neutralizando os patógenos, ou indiretamente, como
mensageiros químicos entre os diferentes tipos de células imunes. Compõem os
fatores solúveis: as citocinas, as imunoglobulinas, o anticorpo, as proteínas da fase
aguda e o complemento.
AIDS/HIV
Segundo Veronesi e Focaccia (2002) apud Santos et al. (2007) entende-se
por síndrome, o grupo de sinais e sintomas que em conjunto caracterizam uma
doença, por imunodeficiência, a incapacidade do sistema de defesa do organismo
humano em combater microorganismos invasores, e por adquirida, que não é
congênita, a AIDS não é causada espontaneamente, porém,é causada por um fator
externo, a infecção pelo HIV.
O agente etiológico é o HIV (vírus da imunodeficiência humana), que possui
as glicoproteínas envoltoras, gp120 e gp41, promovendo a ligação por afinidade com
as moléculas CD4+, com isso acabam se replicando e instaurando, assim, a
infecção. A contagem de linfócitos T auxiliares bem abaixo de 200 células/mm3 pode
indicar a presença de AIDS. (MARQUEZ e SOUZA, 2008)
Segundo Deresz et al. (2007) nessa fase inicial, as glicoproteínas do envelope
do HIV, gp120 e gp41, que juntas formam a gp160, são fundamentais para o
processo infeccioso por sua atuação na ligação e entrada do conteúdo viral na célula
hospedeira e a proteína responsável pela replicação do vírus e a proteína
transregulatoria. A infecção pelo HIV afeta principalmente as células do linfócito T,
que expressão os receptores das células CD4+, a depleção dessas células imunes
resulta na incapacidade do sistema imune em combater doenças que normalmente
poderia combater, essas doenças são chamadas de doenças oportunistas e
segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) consequentemente leva a perda de massa
muscular e degeneração do sistema nervoso central.
Houve isolamento de duas formas geneticamente diferentes de HIV (HIV-1 e
HIV-2) que segundo Lazarotto (1999) apud Rodrigues e Ávila (2008) e Rouquayol e
Almeida Filho (2003) parecem estar relacionadas com a localização geográfica. HIV1 mais encontrado nas Américas, na Europa e no Saara Africano, quanto ao HIV-2
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foi primeiramente encontrado na África Ocidental e tem período de latência clinica
maior.
Os sintomas iniciais da primeira fase da infecção, que apresentam grande
semelhança com as demais doenças, tais como: febre persistente, calafrios, dor de
cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele e gânglios embaixo do
braço, pescoço ou virilha. (MARQUES, SOUZA, 2008)
Segundo Raso et al. (2007) a transmissão ocorre através do contato direto do
individuo não infectado com os fluidos corporais do individuo infectado que
contenham o vírus ou células infectadas pelo vírus por meio principalmente de três
vias de transmissão que são: contato sexual, inoculação parental e passagem do
vírus de mãe para o filho recém nascido. Dentre esses, o principal modo de
transmissão se da por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo.
Segundo o Ministério da Saúde (2011) De acordo com o último Boletim
Epidemiológico (ano base 2010), foram notificados no Sinan, declarados no SIM e
registrados no Siscel/Siclom, 608.230 casos de aids, acumulados de 1980 a junho
de 2011, sendo 397.662 (65,4%) no sexo masculino e 210.538 (34,6%) no sexo
feminino. A razão de sexo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1985, para cada
26 casos entre homens havia um caso entre mulher. Em 2010, essa relação é de 1,7
homens para cada caso em mulheres.
Segundo o Ministério da Saúde (2011) os primeiros casos da doença foram
registrados predominantemente em adultos gays, usuários de drogas injetáveis e
hemofílicos, mas, como foi mostrado anteriormente, os casos entre as mulheres
vieram aumentando ao logo dos anos
.
Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem
desenvolver a doença, desde o momento em que o individuo foi infectado ate a
aparição dos primeiros sintomas, podem se passar anos. Esta fase se denomina de
assintomática, pois o individuo não apresenta nenhum sintoma da doença, para que
essa fase ocorra vai depender, principalmente, do estado de saúde em que a
pessoas se encontra. (BORUCH, 2011)
Durante essa fase assintomática, o período de latência do vírus é marcado
por uma forte interação do sistema imune e as rápidas mutações do vírus, fazendo
com que o vírus amadureça e morra de forma equilibrada. (BORUCH, 2011)
É claro que a terapia antirretroviral altamente ativa contribuiu muito para a
sobrevida do individuo infectado, segundo Santos et al. (2007) diminuiu 85%
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comparando um período de 1995 á 1999, com isso as infecções oportunistas se
tornaram menos frequentes, pois as células T auxiliares chegam a aumentar
consideravelmente a ponto de prevenir infecções capazes de ameaçar a vida dos
indivíduos infectados.
Como já citado no estudo, a Terapia antirretroviral pode ocasionar uma serie
de efeitos colaterais, é inegável eficácia da terapia no combate contra a doença e
com a extensão do comprimento de vida do individuo infectado, mas a qualidade de
vida acaba sendo reduzida pelo convívio com os efeitos colaterais (SANTOS et al,
2007).
2.2.1 AIDS/HIV e os aspectos psico-sociais
Para Lara e Fernández (1998) os indivíduos infectados com HIV são
submetidos a muitos fatores estressantes, o primeiro fator, a meu ver o mais
maçante de todos, é receber a noticia de que você é soropositivo, depois que o
individuo se recupera do choque inicial, surgem novas preocupações tais como a
marginalização social, perda da independência, falta de alto estima entre outros
fatores.
Esses fatores podem levar o individuo a um estado de ansiedade e depressão
que tem sido associado à progressão da doença. (LARA E FERNÁNDEZ, 1998).
Portanto, de acordo com Silva e Ferreira (2011) apud Werneck e Navarro,
2011: “o benefício psicológico do exercício está atrelado à individualidade do
praticante, às características do exercício e ao ambiente em que se pratica para que
a atividade seja executada de forma prazerosa”. Com isso, o fator ambiental e os
tipos de exercícios realizados se tornam fundamentais para que a pessoa se sinta
confortável a pratica. (VIEIRA, 2009 apud SILVA; FERREIRA, 2011)
2. 3 Sistema imune e o Exercício
O nosso organismo vive em um estado dinâmico de equilíbrio, devido a sua
interação com o meio externo, quando ocorre um estimulo externo o nosso corpo
tem que se reorganizar e ajustas os sistemas para se ajustar a nova realidade.
(GENTIL, 2005).
Logo podemos concluir que a pratica de exercício físico provoca um
desequilíbrio homeostático no nosso organismo, que depois se adapta ao reorganiza
as suas funções do organismo deixando o mesmo mais forte e resistente, e devido a
10
isso vêm sendo incentivada por inúmeros órgãos de pesquisa na área da saúde,
devido à relação das evidencias cientificas feitas sobre os efeitos positivos na saúde
dos humanos. (RODRIGUES; ÁVILA, 2008)
Segundo Santarém (S/D) entendemos que exercício físico é uma atividade
estrutura e planejada para atingir um objetivo funcional ou morfológico.
Os tipos de exercícios mais conhecidos e estudados na literatura são os
exercícios aeróbios os exercícios aeróbios dizem respeito ao tipo de metabolismo
energético que está sendo utilizado preferencialmente. Os exercícios aeróbicos são
de longa duração, geralmente feitos em movimentos lentos e os exercícios
anaeróbios que são divididos em treinamento resistido, que são contrações
musculares que são realizados contra uma resistência graduada e os de velocidade,
que podem ser realizados com ou sem carga e lentos ou não, e treinamento
intervalado. (GENTIL, 2005; SANTARÉM, 1998; SOARES, 2012).
A musculação é o tipo de exercício mais popular atualmente e é entre os
exercícios físicos que mais proporciona alterações morfológicas e funcionais no ser
humano, pois provocam varias disfunções no sistema imune durante o momento do
exercício por meio do rompimento dos sarcomeros, diminuição das reservas
energéticas, acumulo de metabólitos e por meio de outras alterações fisiológicas.
(UCHIDA et al, 2008; GENTIL, 2005).
Segundo Felipe, Turino e Navarro (2008) diferentes tipos de exercício físico e
de cargas podem provocar alterações distintas no sistema imune, devido a isso
podemos distinguir os exercícios como agudo (carga súbita de exercício), moderado
(50 – 65% do vo2max) ou intenso (acima de 65% do Vo2máx).
Segundo Vaisberg e Rosa (2002) nos possuímos três grupos de mecanismos
que modulam o sistema imune que são: Hormonais, metabólicos e mecânicos. Entre
os principais hormônios que atuam no sistema imune durante o exercício são: as
catecolaminas (epinefrina), o cortisol, hormônio do crescimento (GH) e peptídeos
opióides (endorfinas).
2.3.1 – Relação do exercício com a intensidade
Vaisberg e Rosa (2002) dizem que as principais alterações encontradas em
exercícios de alta intensidade (Acima de 60% do VO2máx) se associa a aumento de
leucócitos circulantes que se da principalmente as custas de Linfócitos, neutrófilos e
em menos escala os Neutrófilos. Após um período de recuperação pós-exercício a
11
um decréscimo acentuado na contagem de linfócitos que chega a ser de 30 á 50%
menos do que estava no período pré-exercício, que acaba perdurando por seis
horas. Especificamente o exercício físico agudo intenso afeta a produção tecidual,
as citocinas e as interleucinas e o fator de necrose tumoral que se assemelha a uma
resposta inflamatória de uma infecção ou trauma. (LEANDRO et al, 2002)
Exercícios físicos moderados (<60% do VO2máx) estão relacionados ao
aumento da resposta dos mecanismos de defesa orgânica. Aumento da função dos
neutrófilos. A redistribuição destas células no compartimento vascular em resposta
ao exercício parece ser mediada pela adrenalina, e em menor grau pela
noradrenalina. (MARTINEZ; MON, 1999)
Segundo Martinez e Mon (1999) o “estresse” produzido pelo exercício físico
agudo e também pelos aspectos psicológicos provoca o aumento da descarga de
catecolaminas.
Devido a esses diferentes tipos de cargas, intensidade de exercício e aptidão
física de cada individuo, podemos dizer que o exercício físico pode tanto melhorar
como debilitar o sistema imune (RASO et al, 2007; PAPACOSTA; GLEENSON,
2013).
3 Metodologia
O seguinte estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e irá se
basear em artigos publicados em revistas eletrônicas através da scielo que é
Scientific Electronic Library Online (biblioteca cientifica eletrônica em linha) que foi
escolhido devido ser um modelo para a publicação eletrônica cooperativa de
periódicos científicos que tem uma indexação muito ampla, que tem hipertextos com
base de dados nacionais e internacionais. A análise dos textos vai ser feita através
de textos publicados no período de 2003 a 2013 que abordem uma ou todas as
vertentes do presente estudo, com as seguintes palavras chave: AIDS,
hiv e
exercício físico, physical exercise and HIV e hiv e os aspectos psicológico, exercício
físico e aspectos psicológicos. Exercício e aspectos sociais.
A pesquisa foi dividida em oito fases que são destacadas por Marconi e
Lakatos (2007) e Gil (1985), as quais são: Escolha do tema; Elaboração do plano de
trabalho;
Identificação;
Localização;
interpretação; e a Redação.
Compilação;
Fichamento;
Análise
e
12
4 Exercício físico e HIV
Como já citado em estudos anteriores no aporte teórico, é notório que o
exercício físico tem papel importante na vida de qualquer individuo e é recomendado
para todos, principalmente para os idosos devido ao decréscimo de suas funções
morfológicas e fisiológicas, sendo que em idosos sedentários podem apresentar
diminuição tanto na capacidade de força, quanto na qualidade de vida em muitos
aspectos importantes. Sendo adicionado doença crônica degenerativa como hiv/aids
podem piorar a situação, porque eles potencializam os efeitos do envelhecimento,
diminuição da força e da função muscular. (SOUZA et al, 2011)
Devido a tais problemas, um dos principais objetivos do exercício físico e de
tentar recuperar aptidão física, buscar melhorias morfológicas e funcionais em
indivíduos portadores da doença. (GOMES et al, 2010)
Os estudos foram analisados e estritamente divididos como mostrado na
tabela 1.
Tabela 1: analise dos textos
Referencia
Estudo
Efeitos
Efeitos
fisiológicos e
psicosociais
Conclusão
funcionais
Lazzarotto et al,
2010
Souza et al, 2009
, HIV,AIDS e
Treinamento
Concorrente: a
revisão
sistemática
Sanguínea arterial mais
baixa, menor risco de
diabetes, doença arterial
coronariana e obesidade,
aumento de força
Não apresentou nada
a respeito do sobre o
tema.
Benefícios do
treinamento
aeróbio e/ou
resistido em
indivíduos HIV+:
Uma Revisão
Sistemática
Aumento de linfócitos T
cd4,
manutenção
do
consumo
Maximo
de
oxigênio, massa muscular,
da força, na resistência
anaeróbia, redução do
percentual de gordura,
normalização no índice
glicêmico, diminuição nos
fatores
de
risco
coronariano.
Melhora
na
autoestima, diminuição
da ansiedade, melhora
do bem estar e da
qualidade de vida e
melhora das funções
cognitivas.
Divergências em estudos
aeróbicos. O Estudo indica
treinamento
conjunto
(aeróbio e força), carência
de
estudos
com
treinamento conjunto. As
recomendações
específicas
incluem
programa de treinamento
aeróbio, três a cinco
sessões por semana a 50 85%
da
frequência
cardíaca máxima, ou 4585% do VO2 máx, sendo o
treinamento
de
força
executado para grandes
grupos musculares, em
intensidade moderada com
oito a 12 repetições por
exercício.
Divergências em algumas
metodologias de autores,
em
consenso
de
intensidade, volume de
treino, estagio da doença e
variação
dos
medicamentos
usados.
Autores
indicam
o
treinamento
conjunto(
aeróbio e força)
e
destacam
que
o
profissional tem que ter o
13
Deresz et al, 2007
O estresse
oxidativo e o
exercício físico em
indivíduos HIV
positivo
Sanguínea arterial mais
baixa, menor risco de
diabetes, doença arterial
coronariana e obesidade,
aumento de força
Não apresentou nada
a respeito do sobre o
tema.
Botti et al, 2009
Conflitos e
sentimentos de
mulheres
portadores de
hiv/aids: estudo de
revisão
Nada abordado no estudo
Vulnerabilidade de
mulheres com a
descoberta. Nível de
estresse esta
vinculado com
Gomes et al, 2010
Efeito do exercício
físico na
percepção de
satisfação de vida
e função
imunológica em
pacientes
infectados pelo
HIV: Ensaio clínico
não randomizado.
Não houve decréscimo da
contagem de células Tcd4
Melhora significativa
na percepção da
satisfação de vida nos
indivíduos que
participaram das
atividades físicas.
Mello et al,2005
O exercício físico
e os aspectos
psicobiológicos
Não foi abordado no artigo.
Melhora na qualidade
de vida, diminuição
nos níveis de
ansiedade e distúrbios
relacionados com o
humor.
Souza et al, 2010
Efeito do exercício
e resistência
progressiva sobre
a evolução da
força de idosos
que vivem com o
HIV em
comparação com
controles
saudáveis
Resistência exercício
demonstrou outros
benefícios específicos
entre as pessoas idosas,
isto é: melhorar de
condicionamento
cardiovascular, aumento
de força, aumento da
massa óssea, , menor a
possibilidade de fraturas
com envelhecimento e
aumento da massa magra
impedindo diminuição da
força relacionada com o
envelhecimento.
Melhora na qualidade
de vida através da
percepção.
real
conhecimento
do
estágio do aluno, para que
seu limite de esforço não
seja superestimado e nem
subestimado.
O
Estudo
indica
treinamento
conjunto
(aeróbio e força), carência
de
estudos
com
treinamento conjunto. As
recomendações
específicas
incluem
programa de treinamento
aeróbio, três a cinco
sessões por semana a 50 85%
da
frequência
cardíaca máxima, ou 4585% do VO2 máx, sendo o
treinamento
de
força
executado para grandes
grupos musculares, em
intensidade moderada com
oito a 12 repetições por
exercício.
Pesquisas escassas,
aponta a Necessidade de
abordagens sócio culturais
para entendimento da aids
e fatores atribuídos a ela,
como: vulnerabilidade,
promoção da auto estima e
da cidadania.
Em conclusão, um
programa de
condicionamento físico de
intensidade moderada,
combinando exercícios
aeróbios, de força e
flexibilidade foi capaz de
melhorar significativamente
a percepção de satisfação
de vida dos indivíduos
soropositivos sem acarretar
prejuízos imunológicos, ao
menos nos limites das
características daqueles
observados no presente
estudo.
Diante dos estudos
descritos anteriormente,
verifica-se que o
exercício físico
sistematizado pode
acarretar diversos
benefícios tanto na esfera
física quanto mental do ser
humano, proporcionando
uma melhor qualidade de
vida.
Estudo apresentou
resultados estatisticamente
relevantes para o uso de
treinamento resistido em
idosos vivendo com hiv,
porem ainda e ressaltado
que o trabalho em conjunto
com os médicos e muito
importante para saber a
condição e estagio da
doença em que o paciente
se encontra, a escassez
em de estudos.
14
Souza et al, 2008
.
Treinamento
resistido
progressivo em
pacientes HIV
positivos em
idosos.
Aumento de força, melhora
significativa nas células
cd4, diminuição do
percentual de gordura,
Nada foi apresentado
no estudo.
Apesar da amostra
pequena o estudo mostrou
que os exercícios contra
resistência podem
beneficiar pessoas idosas
que vivem com o vírus hiv.
Fonte: Tabela elaborada pelo autor (2013).
4.1 Efeitos do exercício físico e Sistema imune
Em um estudo realizado por Souza et al. (2008) em respeito à evolução dos
marcadores virológicos e imunológicos da infecção por HIV foram analisados
aumentos
significativas nas células CD4 e em células CD8 e em adição a um
aumento não significativo em células cd8. Este estudo foi realizado em idosos com
mais de 60 anos que praticaram musculação por um ano. E demonstrou que o
exercício resistido pode trazer melhoras na carga viral.
Já em estudos analisados por Marques e Souza (2009) também houve
melhorias significativas na contagem de células CD4 e CD8 e ainda evidenciaram
também um decréscimo em relação ao grupo controle. Alem de verificar em estudos
que realizavam exercícios alta intensidade, houve um aumento nas células de
defesa do corpo leucócitos, neutrófilos, monócitos e linfócitos aumentam durante e
imediatamente após o exercício, sendo em maiores concentrações no esforço em
exercícios de longa duração. Em contrapartida os mesmos autores não
evidenciaram melhoras relevantes nas células CD4 e CD8 em outros estudos
analisados.
Souza et al. (2011) realizou outro estudo tendo como um dos objetivos era
analisar a contagem de células CD4 e demonstro que não houve melhora
estatisticamente relevante.
Assim como no estudo realizado por Gomes et al. (2010) que também não
demonstraram melhoras relevantes em células CD4.
Lazzarotto et al. (2010) também não encontrou melhorias significativas nas
células T CD4, mas observou que houve uma baixa significativa na carga viral,
assim como houveram estudos que não mostraram melhorias na carga viral.
Portanto, a um grande conflito na literatura e a carência de estudos em
relação a melhorias relevantes na contagem de células CD4 e CD8. (DERESZ et al,
2007; MARQUES; SOUZA, 2008; GOMES et al, 2010; SOUZA et al, 2008)
4.1.2 Efeitos do exercício físico na Força e capacidade funcional.
15
Segundo Marquez e Souza (2009) em indivíduos infectados é comum ocorrer
decréscimo na força e na capacidade funcional e exercício mais indicado e o
treinamento com peso, principalmente pela sua capacidade de adaptação de cargas
para cada indivíduo. Estudos analisados pelo mesmo observaram que houve
aumento significativo de força.
No estudo promovido por Souza et al. (2008) em idosos com mais de 60 anos
que possuem Hiv e mas que apresentavam estagio clinico estável da doença,
usando apenas treinamento resistido por um ano verificou-se um aumento
substancial da força visto em todos os exercícios em todos os pacientes que
completaram o programa de treinamento, independentemente da sua idade, sexo,
fase inicial de infecção pelo HIV ou a presença de qualquer morbidade HIV / AIDSassociado. Também no mesmo estudo foi observado a melhora da capacidade
funcional através dos testes realizados. Além de não ter ocorrido nenhum efeito
adverso significativo relacionado com o programa de exercícios ou qualquer nova
(ou agravamento da já existente) condição relacionada com a SIDA desenvolvido
durante o período de treinamento. (SOUZA et al, 2008)
Deresz et al (2007) defende a especificidade de cada tipo de exercício, o
exercício aeróbio proporciona melhoras significativas no sistema cardiorrespiratório
e o treinamento com peso proporciona melhorias a capacidade funcional e nos
níveis de força.
Souza et al (2010) mostrou em seu estudo com idosos acima de 60 anos
covivendo com o vírus que apenas praticavam exercício resistido que além do ganho
de força os mesmo tiveram uma melhora significativa no condicionamento
cardiovascular entre outros benefícios, também vistos por outros autores, como,
aumento da massa óssea, aumento da massa magra e melhora no perfil lipídico.
(DERESZ et al.2007; MARQUES; SOUZA, 2008; GOMES, 2010; SOUZA et al, 2008;
LAZZAROTTO et al. , 2010)
4.1.3 Efeitos do exercício físico sobre os fatores psicológicos e sociais
Em um estudo de LaPerriere (1991) et al. apud Gomes et al. (2010)
propuseram um modelo teórico para descrever as relações entre o exercício e os
aspectos psicológico, endócrino e imunológico. De acordo com esse modelo, o
treinamento físico talvez contribuísse para a melhora do estado emocional,
aumentasse a liberação de opioides endógenos e reduzisse a atividade dos
16
sistemas adrenocortical, pituitário e hipotalâmico (ACPH) ou seja, acreditando-se
nesse modelo, a atividade física teria potencial para moderar as sequelas
psicológicas e fisiológicas de doenças crônicas, incluindo a infecção pelo HIV.
Segundo Marques e Souza (2007) indivíduos infectados já estão propícios a
ter algumas alterações mentais, sendo que os mais evidenciados na literatura são:
ansiedade e depressão. O elevado índice de estresse esta sendo fortemente
relacionado a aceleração da doença.
No estudo de Gomes et al. (2010) foi investigado o efeito de um programa de
condicionamento físico na função imunológica e no bem-estar psicológico de
indivíduos soropositivos. E como resultado houve melhora significativa na percepção
da satisfação de vida nos indivíduos.
Mello et al (2005) nos diz que:
“Estudos realizados nos EUA afirmam que a prática sistemática do
exercício físico para a população em geral está associada à ausência
ou a poucos sintomas depressivos ou de ansiedade. Mesmo em
indivíduos diagnosticados clinicamente como depressivos, o
exercício físico tem se mostrado eficaz na redução dos sintomas
associados à depressão”.
Com base na afirmação acima, posso dizer que todos os autores citados na
tabela 1 afirmam que há uma melhora no bem estar psicológico em indivíduos
portadores do vírus.
Portanto o exercício físico tem como contribuir de maneira eficaz na redução
da ansiedade, depressão e na melhora do bem-estar e qualidade de vida em
indivíduos infectados. (LAZZAROTTO et al, 2010).
17
5 Conclusão
O exercício físico se mostrou muito eficaz e seguro na melhoria contra alguns
efeitos adversos provocados pelo HIV. Porem não há muitos estudos na literatura
que abordem o referido tema.
A escassez de trabalhos relacionando o exercício físico com o HIV acaba
deixando lacunas sobre o referido tema. Uma delas e perceber que há muitas falhas
em metodologias de estudos, que acabam não abordando que estagio clinico o
individuo se encontra, há falta de parâmetros relação volume e intensidade, acaba
deixando perguntas, pois estudos com alta intensidade e alto volume divergem em
seus resultados.
Para que um programa de exercício físico alcance todos os efeitos benéficos
à saúde dos indivíduos HIV, é necessária a atuação em conjunto com medico e
também se faz necessário a prescrição adequada que englobe componentes de
força e aeróbio, devido à especificidade de cada treinamento. Quanto à intensidade
do exercício, não existe consenso com relação à carga máxima de esforço para HIV,
pois estudos com protocolos de treinamento de alta intensidade encontraram
resultados favoráveis e seguros, contradizendo a ideia de que exercícios intensos
colocam em risco a saúde dos soropositivos.
Porém, ficou bem claro que a zona de conforto a ser trabalhada em exercícios
aeróbios é entre 45 a 80% do vo2max e para o treinamento de força executado para
grandes grupos musculares, em intensidade moderada com oito a 12 repetições por
exercício e series múltiplas para cada musculatura, a maioria dos autores diz que o
ambos os treinamentos trazem benefícios psicológico, biológicos e sociais para o
individuo infectado.
18
ABSTRACT
Currently HIV is gaining absurd proportions worldwide, according to data from the
year 2012 UNAIDS (Joint United Nations Programme on HIV / AIDS) released a
survey on the incidence of HIV in the population. The report shows that 34.2 million
people live with HIV worldwide, with 30.7 million adults, 16.7 million women and 3.4
million children under 15 years. The HIV virus causes immune suppression of the
immune system that causes the immune system is unable to combat diseases that
are generally able to combat these diseases called opportunistic opportunistic
infections. With the advent of highly active antiretroviral therapy has greatly
increased the estimated life of infected individuals, however therapy provides many
side effects, such as metabolic disorders that increase the risk of chronic
degenerative diseases, among other disorders, behold, comes the role of exercise to
combat numerous diseases related to the therapy or the disease itself. The studies
presented here will seek to analyze the effects of physical exercise in individuals
infected and analyze whether the exercise will bring some benefit physiological or
psychosocial. A study was made to review articles analyzing the SciELO database,
which has extensive indexing of the past 10 years. The studies found and analyzed
showed a series of benefits for infected individuals, however most studies differ in
their methodologies and relate a standard for training prescription and in relation to
the intensity and volume of the same. Therefore, since the aerobic and resistance
exercises are worked together and the professional know which stage of the disease
is the student so that the prescription can be accurate enough to bring you all the
possible benefits.
Keywords: Exercise. Hiv. AIDS. Infected individual.
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