24/10/2016 INTRODUÇÃO À CINÉTICA Profa. Marcia M. Meier Físico-Química II 1 Por que estudar Físico-Química? A físico-química é o estudo dos princípios físicos fundamentais que governam as propriedades e o comportamento dos sistemas químicos. Estudo macroscópico (a partir das propriedades da matéria) Estudo microscópico (moléculas) 1 24/10/2016 Por que estudar Físico-Química? Físico-química em quatro áreas: Termodinâmica: é uma ciência macroscópica que estuda as relações entre as varias propriedades de equilíbrio de um sistema e as variações das propriedades de equilíbrio nos processos. química quântica: aplicação da mecânica quântica à estrutura atômica, às ligações moleculares e à espectroscopia mecânica estatística: estuda como os níveis molecular e macroscópico estão relacionados um ao outro. Cinética: é o estudo da velocidade de processos tais como reações químicas, difusão e a circulação de carga em uma célula eletroquímica. Químicos ambientais usam a termodinâmica para encontrar a composição de equilíbrio de lagos e correntes, a cinética química para estudar as reações dos poluentes na atmosfera e a cinética física para estudar a velocidade de dispersão dos poluentes no meio ambiente. Químicos inorgânicos utilizam a química quântica e a espectroscopia para estudar as ligações químicas. Químicos orgânicos usam a cinética para entender os mecanismos das reações; os cálculos da química quântica para estudar as estruturas e estabilidades de intermediários de reações; as regras de simetria deduzidas da química quântica, para predizer o caminho de muitas reações; e a ressonância magnética nuclear (RMN) e a espectroscopia no infravermelho para ajudar na determinação das estruturas dos compostos químicos. 2 24/10/2016 Engenheiros químicos aplicam a termodinâmica para predizer a composição de equilíbrio de misturas reacionais, a cinética para calcular a rapidez com que produtos serão formados. Geoquímicos traçam diagramas de fases termodinâmicos para entender processos da Terra. O reconhecimento generalizado da físico-química como uma disciplina começou em 1887 com a fundação da revista Zeitschrift für Physikalische Chemie por Wilhelm Ostwald, com J. H. van’t Hoff como coeditor. Ostwald, van’t Hoff, Gibbs e Arrhenius são geralmente considerados como os fundadores da físico-química. Objetivo Compreender: Velocidade de reações Velocidade de consumo de reagentes Velocidade de formação de produtos Velocidade média e instantânea Equações de velocidade de 1ª, 2ª ordem e ordem Zero Meia vida Velocidade e equilíbrio Fatores que influenciam a velocidade de reação Teoria das colisões Catalisadores. 6 3 24/10/2016 CINÉTICA Combustão do hidrogênio Oxidação do ferro rápida Lenta 7 CINÉTICA Gases liberados para a atmosfera, como o metano, contribuem no armazenamento de calor, elevando a temperatura atmosférica. No entanto, Metano sofre decomposição na atmosfera em presença de radicais hidroxila. Ideal: velocidade de decomposição do metano seja maior que a velocidade de formação. 8 4 24/10/2016 CINÉTICA O envelhecimento dos alimentos gera substâncias que alteram o alimento, tornando-o impróprio para o consumo. A previsão da validade de um alimento faz uso de conceitos de CINÉTICA! 9 10 5 24/10/2016 VELOCIDADE De maneira geral, velocidade é a variação de uma propriedade em função do tempo Formado Consumido 11 VELOCIDADE CONSUMO DE REAGENTE FORMAÇÃO DE PRODUTOS Tangentes traçadas ao longo da curva de velocidade: Quanto t = 0 é chamada de velocidade inicial da reação. Em qualquer valor de t determina-se a velocidade instantânea neste instante. 12 6 24/10/2016 VELOCIDADE O perfil das curvas cinéticas depende da estequiometria da reação. Por exemplo: 2H2O2 (aq) → O2 (g) + 2H2O(l) - 13 Acompanhamento da velocidade Como acompanhar o progresso de uma reação? 1) Variação de massa ou volume CaCO3(s) + 2HCl(aq) → CaCl2 (aq) + H2O(l) + CO2(g) 14 7 24/10/2016 Acompanhamento da velocidade 2) Variação de intensidade de absorção de radiação= Métodos espectroscópicos 2[MnO4]- + 5H2O2 (aq) + 6H+ → 2Mn2+(aq) + 5O2 (g) + 8H2O(l) purpura A medida que o permanganato é consumido sua absorção no espectro visível decrescente. Através da Lei de Lambert Beer (Abs = b..C), calcula-se a concentração de permanganato ao longo do tempo. 15 Acompanhamento da velocidade 3) Medidas de condutividade da solução e pH (CH3) 3CCl(aq) + H2O(l) → (CH3)3COH(aq) + H+(aq) + Cl-(aq) 16 8 24/10/2016 Reações Elementares Reações elementares são reações que ocorrem em uma única etapa que envolvem uma ou duas moléculas ou átomos. Por exemplo: H • + Cl2 → HCl + Cl • C2H6 → 2CH3 • 17 Reações complexas Reações complexas são reações que ocorrem em uma série de etapas elementares, sendo que cada etapa tem sua própria constante de velocidade, algumas podem ocorrer rapidamente e outras lentamente. Conhecer as etapas elementares envolvidas em uma reação complexa permite conhecer o mecanismo da reação (química orgânica). Por exemplo: Reação Global: (CH3)3C-Br + OH- → (CH3)3C-OH + Br- complexa Etapa 1: (CH3)3C-Br → (CH3)3C+ + Br- (lenta) Etapa 2: (CH3)3C+ (rápida) Elementares que Combinadas formam a reação complexa + OH- → (CH3)3C-OH Físico Química! 18 9 24/10/2016 Reações complexas Reações complexas são reações que ocorrem em uma série de etapas elementares, sendo que cada etapa tem sua própria constante de velocidade, algumas podem ocorrer rapidamente e outras lentamente. Conhecer as etapas elementares envolvidas em uma reação complexa permite conhecer o mecanismo da reação (química orgânica). Por exemplo: 19 Equação de velocidade Para a reação abaixo a velocidade tem o mesmo valor se acompanharmos o consumo dos reagentes ou a formação dos produtos. H • + Cl2 → HCl + Cl • No entanto, para a reação a seguir a velocidade com que o radical metila é formado é o dobro da velocidade com que o etano é consumido: C2H6 → 2CH3 • É bom ter uma definição para a velocidade de uma reação que dê o mesmo valor da velocidade independente da substância que está sendo monitorada, esteja você monitorando o consumo ou formação dos produtos. 20 10 24/10/2016 Equação de velocidade Para a reação de decomposição do peróxido de hidrogênio: 2H2O2 (aq) → O2 (g) + 2H2O(l) Precisamos encontrar uma expressão onde as velocidades de decomposição do peróxido e formação de oxigênio e água seja iguais. De forma genérica: aA + bB cC + dD 21 Equação de velocidade Exercício 1: Escreva as equações de velocidade para as reações a seguir: a) b) H • + Cl2 → HCl + Cl • c) 2CH3 • → C2H6 22 11 24/10/2016 Equação de velocidade 23 Equação de velocidade Exercício 2 A)Como a velocidade de desaparecimento de ozônio relaciona-se com a velocidade de aparecimento de oxigênio na seguinte equação: 2O3(g) → 3O2(g) B) Se a velocidade de aparecimento de O2 é 6,0 x 10-5 mol/L.s em determinado instante, qual é o valor da velocidade de desaparecimento do ozônio nesse mesmo instante? Resposta: 4,0 x 10-5 mol/L.s 24 12 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Esta é a relação entre as velocidades dos produtos e reagentes: Esta é a Lei de velocidade para a reação de decomposição de N2O5 : Velocidade de desaparecimento de N2O5 = k [N2O5 ] 25 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Determinado experimentalmente!! 26 13 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Ordem da reação e lei de velocidade • Para uma reação geral com a lei da velocidade dizemos que a reação é de ordem m no reagente 1 e n no reagente 2. • A ordem total ou global de reação é m + n + … • Uma reação pode ser de ordem zero se m, n, … são zero. • Observe que os valores dos expoentes (ordens) têm que ser determinados experimentalmente. Eles não estão simplesmente relacionados com a estequiometria. 27 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Uso das velocidades iniciais para determinar as leis de velocidade • Uma reação é de ordem zero em um reagente se a variação da concentração daquele reagente não produz nenhum efeito. Ex: velocidade de desaparecidmento de NH3 = k • Uma reação é de primeira ordem se, ao dobrarmos a concentração, a velocidade dobrar. • Uma reação é de ordem n se, ao dobrarmos a concentração, a velocidade aumentar de 2n. • Observe que a constante de velocidade não depende da concentração. 28 14 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Exercício 3: 1) Qual será a velocidade da reação de decomposição de HI se a concentração do ácido dobrar? 2) Qual será a velocidade da reação de decomposição do pentóxido de dinitrogênio quando sua concentração dobrar? 3) Quando a concentração de NO é dobrada, a velocidade da reação aumenta por um fator de 4. Se as concentrações de NO e O2 são dobradas, a velocidade aumenta por um fator de 8. Quais são as ordens dos reagentes e a ordem total da reação? Resposta: segunda ordem em NO e primeira ordem em O2. 2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g) 29 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Exercício 4: Para determinar a Lei de Velocidade de uma reação é necessário realizar uma série de experimentos variando a concentração inicial dos reagentes e medir a respectiva velocidade da reação. Considere a reação: NH4+(aq) + NO2-(aq) → N2 (g) + 2H2O(l) Considerando a tabela de velocidade, determine: a) Qual a expressão da Lei de velocidade para esta reação? b) Qual o valor da constante k da Lei de velocidade? 30 15 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Exercício 5: Quatro experimentos foram realizados para descobrir como a velocidade inicial de consumo de íon BrO3- varia na reação em presença de brometo e ácido. Analise os resultados na tabela entregue e responda: a) Qual a Lei de Velocidade para esta reação? b) Qual o valor de k para esta reação. 31 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Método da Velocidade Inicial Considere a reação: 2N2O5 (g) → 4NO2 (g) + O2(g) Acompanhamos a concentração de N2O5 em função do tempo. Fizemos o experimento 5 vezes, partindo de concentrações iniciais diferentes (gráfico) Traçando a tangente no tempo zero, conseguimos a velocidade inicial para cada experimento. 32 16 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Considere a reação: 2N2O5 (g) → 4NO2 (g) + O2(g) Experime nto Concentra ção inicial de N2O5 Velocidade de consumo de N2O5 1 0,01 mol/L 0,5 x10-4 mol/L.s 2 0,02 mol/L 1,0 x10-4 mol/L.s 3 0,04 mol/L 2,0 x10-4 mol/L.s 4 0,06 mol/L 3,0 x 10-4 mol/L.s 5 0,08 mol/L 4,0 x 10-4 mol/L.s Velocidade de consumo de N2O5 Método da Velocidade Inicial 33 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Considere a reação: 2N2O5 (g) → 4NO2 (g) + O2(g) Gráfico linear, dependência direta entre velocidade de consumo de N2O5 e a concentração inicial. Velocidade inicial de desaparecimento de N2O5 = k [N2O5]o y =Bx Velocidade de consumo de N2O5 Método da Velocidade Inicial (equação da reta) Aplicando log, temos: log vo = log k + alog [A]o 34 17 24/10/2016 Métodos para determinar as Leis de Velocidade As leis de velocidades são determinadas a partir de dados experimentais de concentração em função do tempo. Para realizar a determinação da lei de Velocidade pode-se usar quatro métodos: Método da Velocidade inicial (acabamos de ver) Método do isolamento log vo = log k + alog [A]o Método da meia-vida Método gráfico 35 Utilizando o método das velocidades iniciais Exercício 6: A recombinação dos átomos de iodo, em fase gasosa, na presença de argônio, foi investigada e a ordem da reação foi investigada e a ordem da reação foi determinada pelo método das velocidades inicias. As velocidades iniciais que se mediram para a reação a seguir estão descritas na tabela. 2I2(g) + Ar(g) I2(g) + Ar(g) 36 18 24/10/2016 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Utilizando o método das velocidades iniciais 2I2(g) + Ar(g) I2(g) + Ar(g) 37 Leis de Velocidade e Ordem da Reação Unidade da constante de velocidade (k) Para reação de 1a ordem Unidade de velocidade = (unidade da constante k). (unidade da concentração)1 mol L-1 s-1 = k . (mol L-1) 1 k = mol L-1 s-1 = s-1 mol L-1 Unidade da constante de velocidade (k) Para reação de 2a ordem Unidade de velocidade = (unidade da constante k). (unidade da concentração)2 k = mol L-1 s-1 (mol L-1)2 = L mol-1 s-1 38 19 24/10/2016 Variação da concentração com o tempo A Lei de velocidade nos diz que a velocidade de uma reação varia a certa temperatura à medida que variamos as concentrações dos reagentes. Mas, queremos saber muito mais....será que o agrotóxico aplicado permanecerá estável até que o alimento chegue a nossa mesa? Quanto tempo o inseticida que usamos em casa permanecerá ativo? Qual teor de estabilizante deverá ser usado em um alimento para garantir sua validade? 39 LEIS DE VELOCIDADE INTEGRADAS BUSCAMOS UMA RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE , CONCENTRAÇÃO E TEMPO 40 20 24/10/2016 LEIS DE VELOCIDADE INTEGRADAS As leis da velocidade podem ser convertidas em equações que nos dizem quais são as concentrações dos reagentes ou produtos a qualquer momento durante o curso da reação! Para isso utiliza-se uma operação de cálculo chamada de gerando as seguintes equações: 1ª Ordem: integração, lnA t kt lnA 0 ou 2ª Ordem: 1 1 kt At A0 41 Variação da concentração com o tempo Como se faz isso? Reação de 1ª ordem: 42 21 24/10/2016 Variação da concentração com o tempo Como se faz isso? Reação de 2ª ordem: 43 Variação da concentração com o tempo Ordem zero Integrando a equação: Equação da reta 44 22 24/10/2016 Determinando a ordem da reação graficamente 1ª Ordem: lnA t kt lnA 0 Y = - Bx + A (equação da reta) Uma outra maneira de identificar se uma reação é de 1ª ordem é aplicar os dados experimentais na equação acima. Se o resultado gerar gráfico linear, conclui-se que a reação é de 1ª ordem. Se não gerar uma reta, conclui-se que a reação não é 45 de 1ª ordem. Variação da concentração com o tempo Exercício 7: Inseticida foi aplicado em uma lavoura e parte dele foi levado pela chuva a um lago, de modo que a concentração do inseticida no lago foi de 5,0 x 10-7 g/cm3. a) Qual será a concentração deste inseticida no lago 12 meses após a aplicação do inseticida? k = 1,45 x ano-1. Considera-se que a temperatura manteve-se constante. b) Quanto tempo levará para a concentração do inseticida cair para 3,0 x 10-7 g/cm3. A parte de imagem com identificação de relação rId2 não foi encontrada no arquiv o. Resposta: a) 1,2 x 10-7 g/cm3; b) 0,35 ano 46 23 24/10/2016 Variação da concentração com o tempo Exercício 7: Exercício 8: Exercício 9: fotocópia 47 Variação da concentração com o tempo Exercício 10: Uma amostra de pentóxido de dinitrogênio é deixada para se decompor. Quanto tempo levará para que a concentração de N2O5 decresça de 20 mol/L para 2,0 mol/L a 65 oC? Use os dados da tabela 13.1 . Resposta: 7,3 min. 48 24 24/10/2016 Determinando a ordem da reação graficamente 2ª Ordem: Aplicando os dados experimentais na equação de 1ª ordem Não é linear! Então, a reação não segue Lei de velocidade de 1ª ordem. Não é linear 1 1 kt A t A 0 Mas, ao aplicar os dados experimentais na equação acima... Gerou gráfico linear. Portanto, a reação segue lei de velocidade de 2ª ordem! É linear 49 Determinando a ordem da reação graficamente 1 1 kt A t A 0 Y = - Bx + A (equação da reta) Realizar gráficos em sala: a) Peróxido de hidrogênio b) Dióxido de nitrogênio 50 25 24/10/2016 Resposta atividade 1) Peróxido de hidrogênio, decomposição de 1ª ordem, k = 1,06 x 10-3 min-1. Ordem zero 1ª Ordem 51 Resposta atividade 2) NO2, decomposição de 2ª ordem Ordem zero 2ª Ordem 1ª Ordem 52 26 24/10/2016 Leis de Velocidade Integradas Integrando para ordem n Multiplicando ambos os lados por (1-n)[A]o n-1 53 Leis de Velocidade Integradas Método por Integração Como será a forma integrada de uma reação de 2ª ordem com o formato a seguir? 54 27 24/10/2016 Determinando Lei de velocidade Método do Isolamento Já vimos: Método das velocidades iniciais Integração da Lei de Velocidade (Método gráfico) Agora veremos: Método do Isolamento: Neste método as concentrações de todos os reagentes, exceto a de um deles, estão em grande excesso. Por exemplo, se a concentração de B for muito grande, é uma boa aproximação considerar esta concentração com constante ao longo do processo. Então [B]=[B]o 55 Determinando Lei de velocidade Método do Isolamento Suponhamos a reação: A + B AB Lei de velocidade de 1ª ordem: v=k[A][B] Se o experimento for realizado mantendo [B]o >>>[A] Ao longo do processo, a concentração de [B] = [B]o Então [B]=[B]o então, v= k’[A], onde Lei de Velocidade de Pseudoprimeira ordem k’ = k[B]o Substituindo, temos v=k[A][B]o 56 28 24/10/2016 Meias- vidas 57 Meias- vidas Meia-vida para reação de 1a ordem • Meia-vida é o tempo que a concentração de um reagente leva para diminuir para a metade do seu valor inicial. • Para uma reação de primeira ordem, t½ é o tempo gasto para [A]0 alcançar ½[A]0. • Matematicamente, ln 12 0,693 t 12 k k INDEPENDE DA CONCENTRAÇÃO! 58 29 24/10/2016 Meias- vidas 59 Meias- vidas Exercício 12: Método da meia vida Levine, 16.2 60 30 24/10/2016 Meias- vidas Exercício 8: a) Qual será o valor de k para o decaimento do urânio-238? b) Uma rocha contém 0,257 mg de chumbo-206 e uma miligrama de urânio-238 nos dias atuais. Qual a idade da rocha? Resposta: 1,7 x 109 anos 61 Meias- vidas Exercício 13: Estrôncio-90 é radioativo. Suponha que você recebeu uma amostra de 1,00 g de estrôncio-90 e a guardou durante 2 anos. Após este período a amostra foi pesada e restava somente 0,953g. Determine: a) Qual a meia vida do estrôncio-90? b) Quanto de estrôncio-90 restará após 5,00 anos? Resposta: a) 28,8 anos, b) 0,887 g. 62 31 24/10/2016 Meias- vidas Meia-vida para reação de 2a ordem • Para uma reação de segunda ordem, a meia-vida depende da concentração inicial: t1 2 1 k A 0 DEPENDE DA CONCENTRAÇÃO! 63 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) Nem todas as reações chegam ao seu final seguindo a direção de formação de produto. Para muitas reações, a reação chega a uma posição de equilíbrio dinâmico, onde produto e reagentes coexistem sem mudanças em suas concentrações. No entanto, continuamente reagentes formam produtos e produtos formam reagentes na mesma velocidade. 1ª ordem CH3-NC k K-1 CH3-CN A medida que acetonitrila é formada, ela se decompõe para formar o isocianeto de metila. Portanto, a medida que isocianeto de metila é consumido, ele também é formado pela reação inversa (k-1). 64 32 24/10/2016 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) 1ª ordem CH3-NC k K-1 CH3-CN No equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual a velocidade da reação inversa. Portanto, a velocidade líquida de consumo do CH3NC é zero. 65 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) Rearranjando: Essa relação prova que no equilíbrio, a velocidade direta e inversa são iguais. 66 33 24/10/2016 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) Interpretando esta relação: Lembre-se que k é o coeficiente angular da reta: Se Kc > 1, então k1 > k-1 Velocidade da reação direta é maior que a velocidade da reação inversa. Sempre haverá mais produto que reagente consumido. Se Kc < 1, então k1 < k-1 Velocidade da reação inversa é maior que a velocidade da reação direta. Sempre haverá mais reagente que produto consumido. 67 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) Exercício 14: Para a reação reversível em uma etapa 2A → B + C. A constante de velocidade para a reação direta é 256 L/mol.min e a constante de velocidade para a reação inversa é 392 L/mol. min. Qual é a constante de equilíbrio da reação? Resposta: 0,653 68 34 24/10/2016 Velocidade e Equilíbrio (reações reversíveis) Exercício 15: Determine a constante de formação do ácido iodídrico a partir de seus elementos, a 500 K. Considere a tabela apresentada anteriormente com as constantes de velocidade. Qual reação é mais rápida, a formação de HI ou sua decomposição? Resposta: 67 a reação de formação de HI é mais rápica, favorecendo a existência de mais produtos que reagentes. 69 TEORIA DAS COLISÕES Modelo de colisão A maior parte das reações ficam mais rápidas à medida que a temperatura aumenta. (Por exemplo, a comida estraga quando não é refrigerada.) Quando dois bastões de luz são colocados em água: um à temperatura ambiente e o outro em gelo, o que está à temperatura ambiente fica mais brilhante do que aquele que está no gelo. A reação química responsável pela quimiluminescência é dependente da temperatura: quanto maior for a temperatura, mais rápida será a reação e mais brilhante será a luz. 70 35 24/10/2016 MODIFICANDO A VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO Grande parte das reações tem sua velocidade acelerada com o aquecimento. 71 Quais fatores afetam a velocidade das reações químicas? Concentração Proximidade das moléculas ----maior probabilidade de choque 72 36 24/10/2016 Quais fatores afetam a velocidade das reações químicas? Temperatura Maior agitação -------- maior probabilidade de choque 73 TEORIA DAS COLISÕES A Teoria das colisões é baseada na teoria cinética molecular, e diz que as moléculas devem colidir para reagir. Quanto maior o número de colisões por segundo maior a velocidade de reação. Quando as moléculas se movem mais velozmente, colidem mais vigorosamente (com mais energia) e com mais frequência, aumentando as velocidades de reação. • À medida que a temperatura aumenta, a velocidade aumenta. 74 37 24/10/2016 TEORIA DAS COLISÕES Na maioria das reações, as moléculas devem ser orientadas de certa maneira durante as colisões para que a reação ocorra. Cl + NOCl → NO + Cl2 Cloreto de nitrosilo Orientação da colisão 75 TEORIA DAS COLISÕES • Uma vez que a lei da velocidade não contém nenhum termo de temperatura, a constante de velocidade deve depender da temperatura. • Considere a reação de primeira ordem CH3NC CH3CN. – À medida que a temperatura aumenta de 190 C para 250 C a constante de velocidade aumenta de 2,52 10-5 s-1para 3,16 103 s-1. • O efeito da temperatura é bastante dramático. Por quê? • Observações: as velocidades das reações são afetadas pela concentração e pela temperatura. 76 38 24/10/2016 TEORIA DAS COLISÕES Teoria de colisão • Quanto mais alta a temperatura, mais energia disponível para as moléculas e maior a velocidade. • Complicação: nem todas as colisões levam aos produtos. Na realidade, somente uma pequena fração das colisões levam ao produto. Fator orientação • Para que uma reação ocorra, as moléculas do reagente devem colidir com a orientação correta e com energia suficiente para formar os produtos. 77 Que bom que estas energias só iniciam mediante uma ignição! 78 39 24/10/2016 Energia de ativação Energia de ativação • Arrhenius: as moléculas devem possuir uma quantidade mínima de energia para que elas reajam. Por quê? – Para que formem produtos, as ligações devem ser quebradas nos reagentes. – A quebra de ligação requer energia. • A energia de ativação, Ea, é a energia mínima necessária para iniciar uma reação química. 79 Energia de ativação Energia de ativação • Considere o rearranjo da isonitrila de metila: H3C N C H3C N C H3C C N – Na H3C-NC, a ligação C-NC dobra-se até que a ligação C-N se quebre e a parte NC esteja perpendicular à parte H3C. Esta estrutura é denominada complexo ativado ou estado de transição. – A energia necessária para a dobra e a quebra acima é a energia de ativação, Ea. – Uma vez que a ligação C-N é quebrada, a parte NC pode continuar a girar formando uma ligação C-CN. 80 40 24/10/2016 Energia de ativação H3C N C H3C N C H3C C N 81 Energia de ativação Energia de ativação • A variação de energia para a reação (∆Hr) é a diferença na energia entre CH3NC e CH3CN. • A energia de ativação é a diferença de energia entre os reagentes, CH3NC e o estado de transição. • A velocidade depende da Ea. • Observe que se uma reação direta é exotérmica (CH3NC CH3CN), então a reação inversa é endotérmica (CH3CN CH3NC). H3C N C H3C N C H3C C N 82 41 24/10/2016 Energia de ativação Energia de ativação • Como uma molécula de isonitrila de metila ganha energia suficiente para superar a barreira de energia de ativação? • A partir da teoria cinética molecular, sabemos que, à medida que a temperatura aumenta, a energia cinética total aumenta. • Podemos mostrar que a fração de moléculas, f, com energia igual ou maior do que Ea é f e E a RT onde R é a constante dos gases (8,314 J/mol K). 83 Energia de ativação f e E a 84 RT 42 24/10/2016 Energia de ativação Equação de Arrhenius • Arrhenius descobriu a maior parte dos dados de velocidade de reação que obedecem a equação de Arrhenius: k Ae Ea RT – k é a constante de velocidade, Ea é a energia de ativação, R é a constante dos gases (8,314 J/K mol) e T é a temperatura em K. – A é chamada de fator de freqüência. – A é uma medida da probabilidade de uma colisão favorável. – Tanto A como Ea são específicos para uma determinada reação. 85 Energia de ativação Determinando a energia de ativação • Se tivermos muitos dados, podemos determinar Ea e A graficamente reformulando a equação de Arrhenius: E ln k a ln A RT • A partir da reação acima, um gráfico de ln k versus 1/T terá uma inclinação de –Ea/R e interceptação de ln A. 86 43 24/10/2016 Energia de ativação Exercício 16: O gráfico a seguir mostra a variação de ln k em função de 1/T para a reação: CH3-NC CH3-CN E ln k a ln A RT Determine a energia de ativação. Resposta: 160 kJ/mol 87 44