GESTÃO DA QUALIDADE DO AR APLICADA A INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA. Elton Kleiton Albuquerque de Almeida 1 , Cristiano da Silva Cardoso1, Thiago Vanderley de Oliveira Costa1 RESUMO As indústrias do setor sucroalcooleiro têm maiores facilidades para se emoldurar as exigências do Protocolo de Kyoto e as certificações ambientais que se convertem em benefícios, porque produzem energia elétrica e o nosso biocombustível mais conhecido “o álcool produzido da cana-de-açúcar”, apresentando a vantagem de ser menos poluente na combustão nos motores e durante a sua produção. A indústria sucroalcooleira que pela gestão da qualidade do ar é uma fonte fixa de poluição atmosférica, também possui veículos e máquinas empregadas em ações agronômicas que por sua vez são classificados como fontes móveis, com medidas de controle e prevenção da emissão de poluentes atmosféricos podemos minorar a poluição do ar. A poluição atmosférica oriunda de fontes fixas industriais vem comprometendo gradativamente a qualidade do ar, agredindo o meio ambiente pelas ações do homem desde a Revolução Industrial. O crescimento da poluição atmosférica afeta o bem estar e a saúde, outra conseqüência considerável pelas indústrias são os gases lançados na atmosfera originando o CO2, SO2 e NOx, ambos são os principais componentes da chuva ácida causando prejuízos para o homem e para o meio ambiente, podendo ser minorados através de técnicas da gestão da qualidade do ar. ABSTRACT The industries of the sector of sugar and alcohol have larger facility for if frames exigencies The Kyoto's Protocol and the environmental certifications that are converted in benefits, because they produce electric power and our biological fuel more well-known “the alcohol produced of the sugar cane”, introducing the advantage of being less polluter in the combustion in the motors and during your production. The industry of sugar and alcohol that by the air quality administration is an fixed source of atmospheric pollution, it also owns vehicles and machines used in agronomical actions that then they are classified like fount furniture, with polluters emission control and prevention measures atmospheric can lessen the air pollution. The industrial fixed source atmospheric pollution comes worsening gradually the air quality, attacking the environment by the man's actions since the Industrial Revolution. The atmospheric pollution growth affects the well-being and the health, other considerable consequence by the industries are the gases expelled in the atmosphere originating 1 Departamento de Meteorologia/ Universidade Federal de Alagoas -BR 104 – km 14 – Tabuleiro – Maceió – Alagoas – Brasil – 57.072-970 - [email protected] CO2, SO2 and NOx, both be components main the acid rain causing prejudices for the man and for the environment, but it can be reducing through technical of the air quality administration. Palavras chaves: Poluição atmosférica, reações atmosféricas, controle da poluição. INTRODUÇÃO Com um cenário macroeconômico favorável ao setor, às indústrias sucroalcooleiras que em algumas unidades já até cogeram energia elétrica fornecendo para companhias energéticas, produz o nosso biocombustível mais conhecido que é o álcool extraído da cana-de-açúcar, e apresenta a vantagem de ser menos poluente tanto durante sua produção, quanto na sua combustão nos motores. O setor sucroalcooleiro faz do Brasil o maior produtor de açúcar e álcool e ainda está crescendo expressivamente, mas a indústria sucroalcooleira pode contribuir ainda mais com o meio ambiente através da gestão da qualidade do ar, aplicando estratégias de controle enfocando o tratamento dos poluentes provenientes dos remanescentes dos processos industriais que são dispersos na atmosfera. A queima da palha da cana-de-açúcar para a colheita nas áreas de plantio em larga escala (canavial) e os processos industriais que resultam em poluentes atmosféricos contribuem principalmente para a o efeito estufa, ocorrência da chuva ácida que por sua vez causam prejuízos nos solos, agriculturas, rios, lagos, árvores, florestas, construções e ao nível da saúde humana a poluição atmosférica afeta o sistema respiratório podendo agravar ou mesmo provocar diversas doenças crônicas tais como a asma, bronquite crônica, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, outras doenças do aparelho respiratório e doenças do coração. “A responsabilidade social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce” (MELO e FROES, 1999:78). PRINCIPAIS FORMAS DE POLUIÇÃO DO AR As indústrias sucroalcooleiras têm mais flexibilidade para se emoldurar as exigências definidas no Protocolo de Kyoto e receber o certificado de créditos de carbono, porque produzem energia limpa e renovável como o álcool e a geração de energia elétrica, convertendo cada tonelada de CO2 que deixa de emitir para a atmosfera em crédito de carbono e podendo assim se beneficiar por recursos vindos das empresas de países altamente poluidores que são os compradores de créditos. Tanto o Protocolo de Kyoto quanto o certificado de Gestão Ambiental ISO 14001 são mecanismos que incentivam as indústrias sucroalcooleiras a contribuírem com o meio ambiente. A gestão da qualidade do ar indica pontos de poluição e contribui com o melhor mecanismo para a redução da emissão de poluentes lançados na atmosfera. A prática de queimar a palha de cana-de-açúcar para facilitar a operação de corte acarreta em problemas de poluição do ar, em razão da grande emissão de fumaça e fuligem que dependendo das condições atmosféricas, atingem os centros urbanos trazendo transtornos às populações das regiões canavieiras. No processamento da cana-de-açúcar na indústria, são empregados procedimentos que emitem gases poluentes como o caldo que ao ser sulfitado, onde (S + O2 → SO2) na queima do enxofre mais o oxigênio reagem originando o dióxido de enxofre (SO2), a exaustão dos gases provenientes da combustão das caldeiras que emitem na atmosfera fuligem e o dióxido de carbono (CO2) que pode ficar na atmosfera num tempo de 50 a 200 anos, na fermentação alcoólica (C6H12O6(aq) → 2C2H5OH(aq) + 2CO2(g)) a glicose reage produzindo álcool e produzindo o dióxido de carbono, nas técnicas agrícolas que empregam fertilizantes que podem conter ácido sulfúrico (H2SO4), ácido fosfórico (H3PO4), agrotóxicos que podem conter diclorodifeniltricloroetano (DDT), hexaclorobenzeno (BHC), podem sofrer reações com a chuva ácida. No emprego da queima da palha de cana-de-açúcar para o corte, onde é emitindo o dióxido de carbono (CO2), nos transportes e ações que envolvem máquinas empregadas nas ações de apoio à produção emitindo o dióxido de carbono (CO2) e o monóxido de carbono (CO), este último aparecendo mais expressivamente proveniente da queima incompleta dos combustíveis como gasolina, óleo diesel, e o álcool (etanol). DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA POLUIÇÃO DO AR Os principais efeitos causados pela poluição do ar das indústrias sucroalcooleiras devido à emissão do SO2 é a contribuição para a formação da chuva ácida, no corpo humano causa mutações genéticas, causa falta da tiamina (vitamina B1) que tem ação no crescimento, nervos e tecidos. O SO2 também. Por sua vez a fuligem diminui a visibilidade e interfere nas trocas gasosas dos vegetais, no homem podem ocasionar mal estar, irritação dos olhos, garganta, e de pele, dor de cabeça, enjôo, bronquite, asma e câncer de pulmão, o (MP) material particulado menor da fuligem pode penetrar nas defesas do organismo e atingir os alvéolos pulmonares. O CO2 serve de matéria fotossintetizante dos seres clorofilados e é encontrado na atmosfera numa proporção em torno de 0,04%, mas existe atualmente uma tendência ao aumento desse gás na atmosfera e isso afeta o crescimento e induz as lesões nas plantas sensíveis, enquanto que nos seres humanos ocasiona irritação das vias respiratórias, redução das funções pulmonares e aumento da susceptibilidade a infecções viróticas. O CO2 causa a chuva ácida. O ácido fosfórico (H3SO4) que causa cálculo na bexiga e o ácido sulfúrico (H2SO4) podem ser encontrados em fertilizantes e passam para a atmosfera contribuindo para a chuva ácida. O monóxido de carbono (CO) passa dos alvéolos pulmonares para o sangue comprometendo a atividade respiratória, causa asfixia. O CO e em reação com o oxigênio forma o CO2. Chuva Acida O CO2, SO2 e NOx, ambos são os principais componentes da chuva ácida causando prejuízos para o homem e para o meio ambiente podendo ser minorados através de técnicas da gestão da qualidade do ar. O gás (CO2) que é lançado na atmosfera na queima da palha da cana-de-açúcar, na combustão das caldeiras e automóveis, também é expelido pela nossa respiração e é consumido pelos seres clorofilados e estes expelem oxigênio. O enxofre (S) que vindo do escape na combustão reage formando o (SO2) e que por ano são liberados cerca de 60 milhões de toneladas de SO2 na atmosfera. Os NOx são produzidos primordialmente pela nitrificação de bactérias e denitrificação no solo, da combustão de biomassa e nos oceanos são os principais gases que combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água, resulta na chuva ácida que por sua vez ao precipitar alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, causa prejuízos na agricultura e florestas, danificam estruturas metálicas e edificações, é tóxica para a vegetação, a vida aquática aquático e para o homem. O pH (Potencial Hidrogeniônico) é o índice que varia entre 0 e 14 mede a acidez (pH<7), neutrabilidade (pH=7) e a basicidade ou alcalinidade (pH>7), o pH médio esperado para água das chuvas é entre de 5,5 e 6,5 sendo que o VMP (Valor Máximo Permitido) de pH na água fornecida pela Companhia de Abastecimento D’água e Saneamento Básico é entre 6,5 e 8,5 segundo a portaria 36 do Ministério da Saúde -19/01/1990, pois o valor fora desse intervalo é prejudicial a saúde. Efeito Estufa Vários gases presentes na atmosfera contribuem para o aquecimento da Terra, denominado de efeito estufa, o qual é benéfico à vida. No entanto em excesso pode provocar a elevação da temperatura média do planeta provocando um desequilíbrio ambiental. O próprio vapor d’água presente na atmosfera atua naturalmente no efeito estufa, mas o e CH4 (metano) e CO2 (principal gás do efeito estufa) que as indústrias sucroalcooleiras emitem, formam um manto sobre a superfície da Terra e retêm o calor do solo contribuindo em excesso para o efeito estufa. FORMAS DE PREVENÇÃO As indústrias sucroalcooleiras possuem caldeiras que geram vapor d’água para impulsionar as máquinas à vapor, mas expelem fuligem e gases poluentes para a atmosfera. Para contribuir de uma melhor forma com o meio ambiente, podemos adaptar lavadores de gases nas caldeiras. Os lavadores de gases utilizam água como meio principal para remover a fuligem e os gases poluentes da exaustão das caldeiras e podem ser usados para remover os poluentes provenientes dos fluxos de gases dos mais diversos tipos de processos industriais. Para o tratamento de fumos de solda MIG/MAG, TIG, estanho, eletrodo, máquinas de usinagem (tornos, fresadoras, retificadoras, etc) existe a alternativa do uso do filtro eletrostático que pode ser fornecido em simples, duplo ou triplo estágio de filtragem, com baixíssimo consumo de energia e perda de carga, a manutenção dos filtros eletrostáticos é simples e barata pois os filtros são executados em alumínio ou aço inoxidável portanto 100% laváveis em água e detergente. As queimadas nos canaviais devem ser evitadas e a colheita pode ser mecanizada. Nas regiões que não são planas, onde as máquinas agrícolas não podem atuar, a colheita pode ser feita pelos trabalhadores rurais sem a prática de queimadas no canavial, mesmo que isso gere um custo de 2 a 3 vezes mais do que com a prática da queima da palha da cana-de-açúcar. Essas medidas cooperam na redução da alta emissão de CO2 na atmosfera. Sobre a poluição dos veículos e máquinas que queimam combustíveis, deve-se sempre fazer revisões e adotar o uso do catalisador, atualmente algumas plantas oleaginosas estão sendo estudadas para a produção do biodiesel, um combustível fabricado a partir de óleos vegetais, que possui muitas vantagens em relação aos derivados do petróleo, sem esquecer que a indústria sucroalcooleira brasileira é o produtor do biocombustível mais conhecido, que é o álcool extraído da cana-de-açúcar, apresentando a vantagem de ser menos poluente tanto durante sua produção, quanto na sua combustão nos motores. Fertilizantes, maturadores, pesticidas agrotóxicos em geral não devem ser empregados abusivamente para evitar reações indesejáveis com a chuva ácida ao precipitar ou na sua própria formação. CONSIDERAÇÕES FINAIS As indústrias sucroalcooleiras produzem energia limpa e renovável, como a geração de energia elétrica através do bagaço da cana-de-açúcar e também a produção do álcool utilizado como biocombustíel. No entanto, toda indústria através de processos industriais, transforma a matéria prima em um produto, e sendo assim, as indústrias sucroalcooleiras no ato da colheita e dos procedimentos agrícolas, dos veículos de transportes, operações com máquinas automotivas no campo, e do processamento da cana-de-açúcar na indústria, emitem poluentes atmosféricos. É um fato em que podemos aplicar ações da gestão da qualidade do ar, ajudando de forma preventiva, contribuindo com o meio ambiente e ainda por cima o setor pode se beneficiar pelas ações de prevenção da poluição atmosférica. Algumas medidas incentivam a prática de produção mais limpa, o que reflete as indústrias do setor sucroalcooleiro que possuem o certificado de Gestão Ambiental ISO 14001 que comprova que a indústria tem o compromisso com a questão ambiental, sendo que o mercado externo tem mais preferência na compra dos seus produtos certificados. As indústrias sucroalcooleiras também possuem mais vantagens para se enquadrar as exigências definidas no Protocolo de Kyoto e receber o certificado de créditos de carbono, e se beneficiar por recursos vindos das empresas de países industrializados que são os compradores de créditos. Tanto os benefícios provenientes do Protocolo de Kyoto quanto do certificado de Gestão Ambiental ISO 14001 são mecanismos que incentivam as indústrias sucroalcooleiras a contribuírem com o meio ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARNEIRO, Regina Maria Alves. Bioindicadores vegetais de poluição atmosférica: uma contribuição para a saúde da comunidade. 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