FACULDADE DE ENGENHARIA KENNEDY ESTUDO DE AREIAS ARTIFICIAIS EM CONCRETO BETUMINOSO BELO HORIZONTE 2009 FACULDADE DE ENGENHARIA KENNEDY ESTUDO DE AREIAS ARTIFICIAIS EM CONCRETO BETUMINOSO Trabalho apresentado como quesito final ao curso de Especialização em Pavimentação e Restauração Rodoviária e Aeroportuária da Faculdade de Engenharia Kennedy Orientador: José Flávio do Nascimento BELO HORIZONTE 2009 AGRADECIMENTOS A todos que direta ou indiretamente contribuíram para que eu pudesse concluir mais essa etapa de minha formação profissional. LISTAS DE FIGURAS Figura 01 Extração de areia natural Figura 02 Injeção de água no sistema em via úmida na peneira Figura 03 Lavador de roscas helicoidais LD-24 Figura 04 Dosagem do teor de CAP Figura 05 Moldagem do corpo de prova 75 golpes por face Figura 06 Rompimento do corpo de prova 20 26 26 31 32 33 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Estimativa Produção Areia Artificial Tabela 02 Resultados de Ensaios 17 34 RESUMO O presente trabalho apresenta um estudo sobre o uso de areias artificiais em Concreto Betuminoso Usinado a Quente enquanto material capaz de oferecer estabilidade, resistência e suportar as tensões provenientes do trafego e a influência dessas areias na mecânica dos revestimentos constituídos em grande parte por agregados, miúdos e graúdos. O objetivo foi apresentar subsídios teóricos e práticos sobre o aproveitamento de areias artificiais em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) e estabelecer uma comparação com as misturas betuminosas feitas utilizando areias naturais da grande Belo Horizonte. Como resultado, foi possível avaliar que é viável o uso de areias artificiais ou britadas de pedreiras, em substituição às areias naturais de rios ou barrancos para as obras de pavimentação com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ). Também pesquisou os impactos ambientais resultantes da atividade de extração da areia para os rios e para o solo e sugere alternativas para superar os problemas causados pela atividade em estudo. O estudo contou com uma pesquisa bibliográfica e um estudo de campo em que se realizou ensaios para consolidar os resultados obtidos sobre o tema escolhido. Palavras – chave: Areia artificial, agregados, concreto betuminoso. granulometria SUMARIO 1INTRODUÇÃO 2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 2.1 Agregados 2.2 Tipos de Agregados 2.2.1 Características dos agregados e sua importância 2.3 Areias Artificiais 2.3.1 Dimensões das areias 2.3.2 Características 2.3.3 Mercado de areia artificial 2.3.4 Produção de areias artificiais 2.4 Desmonte hidráulico 2.5 Britagem das rochas 2.6 A extração dos agregados e o meio ambiente 2.7 Beneficiamento 2.8 O papel da rodovia no contexto do desenvolvimento econômico brasileiro 3 METODOLOGIA 4 RESULTADOS DO ESTUDO DE CAMPO 4.1 Procedência dos Materiais 4.1.1 Dosagem experimental do teor de ligante de projeto 4.2 Etapas do ensaio 5 CONCLUSÃO 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 08 09 09 11 11 15 15 16 16 17 18 19 20 24 27 29 30 30 31 31 38 39 8 1 INTRODUÇÃO O Concreto Betuminoso Usinado a Quente - CBUQ, é uma mistura executada em usina apropriada, com características específicas, compostas de agregado mineral graduado, material de enchimento (FILLER), e ligante betuminoso, espalhada e compactada a quente. Face ao exposto é de se notar a grande influência desses agregados nas propriedades da mistura desse concreto como: estabilidade mecânica dos revestimentos; resistência à abrasão superficial; suportar as tensões solicitantes do tráfego e transmiti-las às camadas inferiores do pavimento. Os agregados miúdos quartzosos, naturais, estão cada vez mais escassos nos grandes centros urbanos, devido aos seguintes fatores: aumento de consumo; expansões urbanas, ocupando antigas zonas produtoras de areia, deslocando a extração para regiões cada vez mais distantes acarretando aumento nos custos de operação e transporte; maior conscientização ambiental do ser humano, que busca cada vez mais resgatar suas dívidas para com a natureza, respeitando seus rios, suas florestas e tudo o que interfere no equilíbrio ambiental. A qualidade desses agregados miúdos naturais, em termos de uniformidade granulométrica, teores de material pulverulento e argilas em torrões têm comprometido negativamente a qualidade dos concretos, impulsionando os consumidores (construtoras e concreteiras, etc.) na busca de soluções técnicas e econômicas para melhorar a qualidade dos concretos. O uso de areia artificial de rocha britada tem se tornado uma solução para o problema de insuficiência de agregados miúdos naturais de qualidade e da necessidade de aumentar a resistência à tração do concreto com recursos tecnológicos e não com o aumento no consumo de cimento por metro cúbico de concreto, solução que causa maior incidência de fissuras e aumento no custo do concreto. Este estudo teve como objetivo apresentar subsídio para aproveitamento de areias artificiais para o uso em concreto betuminoso usinado a quente, e observar suas características técnicas quando comparadas com as misturas betuminosas feitas utilizando areias naturais da grande Belo Horizonte. A fundamentação teórica ocorreu a partir de uma pesquisa bibliográfica e de um estudo de campo, pois a pretensão é responder ao seguinte questionamento: como ocorre o uso de areias artificiais em concreto betuminoso em Belo Horizonte? 9 2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 2.1 Agregados Anualmente no mundo, são utilizados mais de 5 bilhões de toneladas de agregado, em função das 800 milhões de toneladas de cimento consumidas. Segundo Bucher (1986), o consumo per capital é variável, sendo que nas regiões onde ocorre uma conjunção de fatores, aliando-se a uma alta densidade populacional junto com um grande consumo de cimento por habitante, o problema se agrava de maneira muito mais rápida. Em determinadas regiões da Alemanha, Inglaterra e Japão, literalmente não se dispõe mais de agregados e, é necessário importá-los, por via marítima, de outros países ou de lugares bastante distante. O processamento de agregados britados de rochas leva à obtenção de partículas com o mínimo possível de elementos fracos; a explosão de rochas resistentes, finamente texturada, propicia a produção de partículas com quantidade mínima de micro fissuras (AITCIN 2000). A resistência dos agregados naturais (areias e cascalhos, por exemplo) depende da natureza das rochas matrizes. A fase agregado é predominantemente responsável pela massa unitária, módulo de elasticidade e estabilidade dimensional do concreto betminoso usinado a quente. Em outras palavras, a composição química ou mineralógica das fases sólidas do agregado é comumente menos importante do que as características físicas, tais como: volume, tamanho e distribuição dos poros. É necessário determinar a resistência, textura e características mineralógicas, propriedades físicas e químicas da rocha e do agregado para a melhoria da resistência do concreto. A resistência de rochas é fortemente relacionada com sua composição mineralógica (YASAR, 2004). A granulometria é talvez a propriedade mais importante do agregado após a sua resistência. È ela que condiciona a compacidade do concreto e, portanto, todas as propriedades deste material (COUTINHO 1998). Segundo YASAR (2004), é necessário determinar a resistência, textura e características mineralógicas, propriedades físicas e químicas da rocha e do agregado para a melhoria da resistência do concreto ( CBUQ ). Nesse sentido, pode-se dizer que as propriedades mecânicas e a durabilidade do concreto contendo areia britada dependem da composição da pasta, 10 volume da pasta, características físicas das partículas da areia e natureza da interface pasta-agregado. Entende-se por agregado, miúdo ou graúdo, o material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia (PETRUCCI 1978). São agregados as rochas britadas, os fragmentos rolados, encontrados nos leitos dos rios e os materiais encontrados em jazidas, provenientes de alterações de rochas. Os agregados usados nos concretos são divididos em dois grupos, miúdos (areias naturais ou artificiais) com diâmetros inferiores a 4,8 mm, e graúdos (rochas britadas, cascalhos de rio, etc) com diâmetros superiores a 4,8 mm. Conforme registrou GLENCROSS-GRANT (2003), foi realizado um levantamento de características de areias para construção na Austrália em 2002, obtendo o seguinte resultado: das 50 (cinquenta) areias coletadas, 17 (dezessete) foram extraídas de praias ou dunas, 3 (três) foram dragadas de estuários nas costas marítimas, 5 (cinco) tomadas do interior de enseadas, 18 (dezoito) foram de minas (rochas decompostas), 1(uma) de rocha britada e 6 (seis) foram descritas como misturas de diversas fontes. Os agregados são utilizados em lastros de ferrovias, base para calçamentos, como materiais constituintes da pista de rolamento das estradas, e em concretos, argamassas de cimento Portland e concreto betuminoso usinado a quente. Ocupando aproximadamente 95% do volume de CBUQ e 70% do volume dos concretos, a qualidade do agregado é importantíssima para a qualidade do concreto e também das argamassas. Segundo PETURCCI (1978), os agregados desempenham um importante papel nas argamassas e concretos, quer do ponto de vista econômico, quer do ponto de vista técnico e, exercem influência benéfica sobre algumas características importantes, como: retração, aumento da resistência ao desgaste, etc., sem prejudicar a resistência aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistência superior à da pasta de cimento. O mesmo se aplica para misturas betuminosas. 11 2.2 Tipos de Agregados Várias são as rochas aptas a serem exploradas para a produção de agregados industrializados, como as pedras britadas e as areias artificiais. As rochas mais exploradas, segundo (BAUER 1994), são: o granito; o bassalto; o gnaisse; o calcário; a escória de alto-forno e a Hematita As características mineralógicas do agregado graúdo são um importante fator influenciante nas propriedades mecânicas do concreto. O baixo módulo de elasticidade e resistência à tração na flexão dos concretos com calcário calcítico parece ser devido à grande quantidade de calcita, um mineral macio e abundante na composição do calcário calcítico; 2.2.1 Características dos agregados e sua importância a) Massa específica Os agregados naturais são porosos, variando de 2% (rochas ígneas), 5% (rochas sedimentares densas), e de 10% a 40% para arenitos e calcários muito porosos. A massa específica aparente (massa de material por unidade de volume) varia de 2600 kg/m³ a 2700 kg/m³ e a unitária (massa das partículas do agregado quer ocupam uma unidade de volume) varia de1300 kg/m³ a 1750 kg/m³ (MEHTA,1994). b) Absorção e Umidade superficial Quando todos os poros permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na superfície, o agregado está na condição saturada superfície seca (SSS); quando o agregado está saturado e também há umidade livre na superfície, o agregado está na condição úmida saturada. Na condição seca em estufa, toda a água evaporável do agregado foi removida pelo aquecimento a 100º C. A capacidade de absorção é definida como a quantidade total de água requerida para trazer um agregado da condição seca em estufa para a condição SSS; a absorção efetiva é definida como a quantidade de água requerida para trazer o agregado da condição seca ao ar para SSS. 12 Areias podem sofrer um fenômeno conhecido como inchamento e dependendo do teor de umidade e composição granulométrica do agregado, pode ocorrer um aumento considerável do volume aparente da areia, porque a tensão superficial da água mantém as partículas afastadas. Como a maioria das areias é despachada para uso na condição saturada, podem ocorrer grandes variações nos consumos por betonada, se a dosagem for feita em volume. Por esta razão, a dosagem de CBUQ em massa tem se tornado uma prática normalizada na maioria dos países. c) Resistência à Compressão, resistência à abrasão e módulo de elasticidade. São propriedades inter-relacionadas e que são muito influenciadas pela porosidade. Os agregados saturados, comumente usados para a produção de concreto normal, são geralmente, densos e resistentes, portanto, raramente é um fator limitante da resistência e propriedades elásticas do concreto endurecido. Valores típicos da resistência à compressão e do módulo de elasticidade dinâmico da maioria dos granitos, basaltos, “trapps”, “flits”, arenito quartizitico e calcários densos variam de 210 MPa a 310 MPa e 70 GPa a 90 GPa, respectivamente. Quanto às rochas sedimentares, a porosidade varia numa faixa mais larga, e da mesma forma a resistência máxima à compressão, para cada tipo de rocha, foi da ordem de 240 MPa. Alguns calcários e arenitos apresentam resistências à compressão tão baixas quanto 96 MPa e 48 MPa, respectivamente (MEHTA 1994). Tais propriedades influenciam a estabilidade nas misturas betuminosas. d)Sanidade Considera-se que o agregado é instável quando mudanças no seu volume, induzidos pelo intemperismo, como ciclos alternados de umedecimentos e secagem, ou congelamento e descongelamento, resultam na deterioração de concretos e argamassas. Geralmente a instabilidade ocorre para todas as rochas que têm certa estrutura porosa (MEHTA, 1994). e) Composição granulométrica Composição granulométrica é a distribuição das partículas dos materiais granulares entre várias dimensões e é usualmente expressa em termos de 13 porcentagens acumuladas maiores ou menores do que cada uma das aberturas de uma série de peneiras, ou de porcentagens entre certos intervalos de aberturas das peneiras. A origem dos depósitos de cascalhos e rochas causa grandes diferenças na forma e granulometria dos agregados e estas diferenças são mais pronunciadas no material fino. Partículas finas são em geral muito mais alongadas/ou irregulares do que as partículas graúdas. É muito importante a especificação de limites granulométricos e da dimensão máxima dos agregados, devido à sua influência na trabalhabilidade e custo dos concretos. Por exemplo, areias muito grossas produzem misturas de concreto muito ásperas e não trabalháveis; areias muito finas aumentam o consumo de água e as areias médias (que não têm uma grande deficiência ou excesso de qualquer tamanho de partícula) produzem misturas de concreto mais trabalháveis e econômicas. Segundo Petrucci(1978), o início dos estudos de granulometria se deu com Feret, na França, devendo-se, porém, a Fuller e a Thompson, nos Estados Unidos, as primeiras investigações em grande escala. Quanto à curva granulométrica ideal dos agregados para os concretos, a orientação de J. Bolomey (de Lausanne), através de suas curvas granulométricas, ainda hoje é preconizada e utilizada em muitos lugares (PETRUCCI 1978). f) Forma dos agregados Quanto à forma dos agregados miúdos, pela ordem, as areias com formato mais equidimensional são: areia de gnaisse, areia natural e areia de calcário. Na microscopia eletrônica de varredura, fotomicrografia das areias e britas, observa-se, também, um formato mais equidimensional das partículas das areias, de gnaisse e natural, e britas n° 0 e n° 1, enquanto que as partículas da areia de calcário têm características mais lamelares. A forma das partículas dos agregados tem influência nas propriedades do concreto: a melhoria da forma dos agregados, miúdos e graúdos, propiciaria a redução de vazios na mistura de agregados e, também, redução do teor de argamassa para preenchimento dos vazios e custo dos concretos. Para determinar a forma das partículas podem ser seguidos dois processos: fazer medições geométricas sobre cada uma das partículas ou determinar certas 14 propriedades do seu conjunto como a permeabilidade, a massa unitária e o tempo de escoamento de um dado volume de agregado através de um orifício (COUTINHO, 1988). a) Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro: é um método da ABNT – NBR 7809, para agregado graúdo, sendo que o índice de forma dos grãos do agregado não deve ser superior a 3. b) Determinação do coeficiente volumétrico: é o processo mais apropriado para medir a forma; é baseada na esfericidade ou coeficiente volumétrico, У, quociente do volume da partícula, V, pelo volume da esfera de diâmetro igual maior dimensão, N, da partícula DURIEZ (1961) apud COUTINHO (1988). O coeficiente volumétrico é definido para o agregado graúdo, e não para a areia, dada a dificuldade da sua determinação neste caso. c) Determinação da forma a partir da medição do coeficiente de permeabilidade: a forma das partículas também se pode avaliar a partir da medição do coeficiente de permeabilidade de uma camada de partículas de dimensões uniformes, obtidas pela separação entre duas peneiras cuja abertura seja d e 2d, por exemplo. Chama-se então angularidade à relação entre a superfície específicada da fração do agregado calculada através do coeficiente de permeabilidade de uma camada do material com determinada porosidade e a superfície específica de esferas uniformes com igual dimensão granulométrica Loudon (1952) apud COUTINHO (1988). d) Determinação da forma a partir da medição da massa unitária e do volume de vazios: tendo em vista que o grau de compacidade ou de arrumação das partículas de dimensão uniforme depende da sua forma. Outro processo é levar em conta a forma consistente na apreciação do volume de vazios obtidos pela arrumação do agregado de dimensão uniforme (monogranular) (COUTINHO, 1988). Supondo o caso limite de esferas de igual diâmetro agrupadas de modo que tenham o máximo de compacidade, ou seja, de forma que cada esfera seja tangente a 12 outras esferas (arranjadas de maneira que o centro de cada uma ocupe o vértice de um tetraedro) a relação entre o volume aparente, isto é, a compacidade ou porcentagem do volume sólido seria (π.2½):6= 0,74. Se os centros das esferas ocuparem os vértices de cubos, a compacidade será de 0,52 (COUTINHO, 1988). Como na prática não existem quaisquer destes arranjos, a norma BS 812, toma para percentagem do volume do sólido do material mais arrendondado que já 15 foi possível encontrar o valor 0,67, a que corresponde o índice de vazios de 0,33; medindo a percentagem de volume sólido de um dado agregado monogranular compactado de determinada maneira, e subtraindo-o de 0,67, o número obtido mede a percentagem de vazios em excesso sobre o material bem arredondado. Quanto maior é o número, mais anguloso é o agregado. Em geral este número está compreendido entre 0 e 0,12 (COUTINHO, 1988). e) Determinação da forma a partir da medição de tempos de escoamento do agregado: este método é aplicável à areia, e consiste em um aperfeiçoamento e extensão do método anterior. Um dado volume de areia rigorosamente seca cai através de um orifício sobre uma medida de volume conhecido. A medição do tempo de escoamento de um volume conhecido de areia, e a medição da massa unitária obtida pela sua queda permite tirar conclusões sobre a forma das partículas (King (1972); Tobin, (1978), apud COUTINHO, 1988). 2.3 Areias Artificiais A areia artificial ou areia industrial é um produto derivado da rocha que passa por um processamento de britagem até atingir a granulometria desejada. Após a perfuração da rocha, de acordo com o plano de fogo, as pedras são transportadas até o conjunto de britagem e trabalhadas para atingir granulometria menor que 4,8 mm. Na maioria dos processos industriais, este produto é conduzido até os equipamentos de lavagem que retiram do produto final os finos excedentes. 2.3.1 Dimensões das areias A areia grossa é aquela compreendida entre as peneiras 4,8 e 1,20 mm; já areia média é aquela compreendida entre as peneiras 1,20 e 0,42 mm e a areia fina é aquela compreendida entre as peneiras 0,42 mm e 0,075 mm Na produção de agregado graúdo britado, pelo britamento de rochas estáveis, obtêm-se quantidades apreciáveis de agregado miúdo, transformado muitas vezes em depósitos de resíduos, prejudiciais ao meio ambiente, pelo desconhecimento do meio técnico, causado geralmente por falta de pesquisas, das vantagens da sua utilização em argamassas, concretos de cimento Portland e CBUQ. A acumulação de vasta quantidade de pó de pedra nas pedreiras ao redor das cidades é um grave risco para o meio ambiente. 16 No mercado da construção civil, o mesmo material pode ser definido por termos técnicos distintos, como os agregados miúdos originários de britamento de rochas, com as seguintes denominações: areia artificial; areia de brita; areia britada; pó de pedra; finos de pedras britadas ou finos de britagem. Para Cushierato (2000), a areia de brita (areia artificial ou areia britada) é o material resultante de britagem de rochas em pedreiras, onde o beneficiamento final é feito a úmido com a lavagem nas etapas finais de classificação para a retirada da fração mais fina (inferior a 0,075mm), cuja granulometria final situa-se entre 4,8 mm e 0,075mm. 2.3.2 Características O uso de areia britada como agregado miúdo tem aumentado rapidamente devido à diminuição da areia de rio, fazendo com que muitas construções utilizem areia do mar e areia britada. Areia britada é diferente em forma, graduação e teor de finos (0,075 mm) se comparada com a areia de rio, e é bem conhecido que as propriedades do concreto com este tipo de areia são diferentes do concreto com areia de rio (KIM 1997). A areia artificial britada possui forma mais angulosa dos grãos. A textura superficial é mais áspera e a maior porcentagem de finos, abaixo da peneira no. 200 (75 µm) dificulta um pouco a trabalhabilidade dos concretos no estado fresco, o que pode ser corrigido com adição de aditivos químicos plastificantes, e que incorporam pequena porcentagem de ar, ou a adição, inferior a 50% de areia quartzosa natural de grãos arredondados. Argilas e siltes estão comumente presentes em areia natural e pó de pedra está presente em areia britada. (Em concreto fresco, a trabalhabilidade, conteúdo de ar e exsudação são reduzidos dependendo da quantidade e composição dos materiais finos, do conteúdo de cimento e da graduação da areia (Ahmed 1989, apud BONAVETTI 1994). 2.3.3 Mercado de areia artificial Os estados brasileiros que mais produzem areias artificiais são: São Paulo com (39 %); Rio de Janeiro (16 %); Minas Gerais (12,5 %); Paraná (6,5 %); Rio Grande do Sul (4,2 %) e Santa Catarina (3,5 %). (VALVERDE. 2006) 17 Tomando como referência o Sumário Mineral Brasileiro 2007, tem-se a seguinte estimativa da Produção Nacional de Pedra Britada e Areia Artificial. Tabela 01 : Estimativa Produção Areia Artificial Ano Produção milhões de Toneladas /ano Pedra britada Areia artificial 2004 135 128,7 2005 140 178 2006 146 212 Fonte: PORMIN – MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA A produção de areia artificial como um substituto para a areia natural já é uma realidade nos maiores centros urbanos brasileiros. Estima-se que aproximadamente 9% da areia consumida no estado de São Paulo são artificiais (Valverde 2003). 2.3.4 Produção de areias artificiais As areias artificiais são obtidas pela trituração mecânica de rochas e passam pelas seguintes etapas de fabricação: -Trituração mecânica das rochas. - Peneiramento e lavagem, em alguns casos, dos agregados miúdos, para a obtenção das faixas de areias preconizadas pela NBR 7211 – ABNT: a)Faixa 1 – muito fina b)Faixa 2 – fina c)Faixa 3 – média d) Faixa 4 – grossa A privatização de rodovias, construção de novos pedágios, limitações impostas por balanças, elevação nos preços dos combustíveis e o aumento das distâncias entre os centros produtores e os consumidores de areia quatzosa natural, por conta do esgotamento de antigas jazidas e das restrições ambientais, provocaram grande aumento nos custos de transporte do material, o que inviabiliza 18 o crescimento da produção de areia quartzosa natural próximo dos grandes centros consumidores. De acordo com Neves (2001), a areia artificial pode ser obtida principalmente, por dois processos distintos: desmonte hidráulico e britamento de rochas. 2.4 Desmonte hidráulico O desmonte hidráulico consiste em um jateamento de água com grande pressão sobre um maciço rochoso. O impacto água/rocha faz com que haja a fragmentação da rocha transformando-a em areia grossa. Um sistema de peneiramento e lavagem separa a areia média e a conduz para o monte e o que fica, consiste em areia fina, argila e outros materiais formados por partículas muito finas, vão para as bacias de sedimentação ou bota-fora. Em uma instalação com hidrociclones para classificação de areia, essa mistura alimenta o ciclone para recuperação de certa fração granulométrica de areia. Conforme afirma Neves (2001), este processo é recente e está em implantação. As areias abaixo das malhas 100 mesh a 200 mesh vão para os silos e estão prontas para embarcar. O material particulado na granulometria abaixo de 2 mm e acima de 0,075 mm já é considerado como areia artificial, boa para o uso na construção civil, especialmente, em pavimentação, onde os grãos possuem formatos angulosos e textura rugosa, cujas aplicações requerem compactação mais seca que para concreto estrutural que exige uma massa mais fluída. É condição fundamental para este tipo extração de areia que a rocha seja um maciço granitóide intemperizado in situ (NEVES 2001). A partícula de areia artificial obtida pelo processo de bacia ou tanque natural de decantação de rejeitos tem aplicação e dosagem igual à areia natural usada em pavimentação. O grão de areia natural, por ser mais redondo, incorpora menos ar e preenche mais vazio, tendo maior aplicação em concreto do que a areia artificial. No entanto, há diversos estudos que contrariam esta premissa e outros em desenvolvimento. As últimas normas sobre o tema datam de 1982 e, devido a isso, o desenvolvimento tecnológico fica prejudicado na medida em que não descreve o estágio atual das granulometrias disponíveis no mercado. 19 Como conseqüência, o consumidor final tem dificuldade em encontrar a areia de qualidade (NEVES, 2001). Portanto, se por um lado a areia artificial obtida por desmonte hidráulico pode apresentar menor grau de resistência mecânica no concreto, a areia natural de leito de rio possui resíduos orgânicos e impurezas húmicas, que são constituintes deletérios do concreto. Esses resíduos, conforme informa Neves (2001) são incomuns nas areias artificiais obtidas, tanto por desmonte hidráulico, como por britagem. Para os rejeitos obtidos com esses processos ainda não foram encontradas aplicações comercialmente viáveis, porém espera-se ser possível o aproveitamento de 100% da lama do rejeito e, para tanto, ainda são necessários estudos científicos. 2.5 Britagem das rochas Existem dois fatores fundamentais na produção de finos de brita, que são a litologia da rocha e as características dos equipamentos de britagem, os quais consideram desde o desmonte até o beneficiamento final que é o peneiramento. Atualmente, a produção de finos é bastante alta, podendo representar cerca de 40% a 50% da produção de uma planta de agregados. Nas pedreiras onde é viável a produção comercial de areia artificial, ela é obtida por processos de lavagem e peneiramento em circuito fechado com hidroclones ou peneiras desaguadoras ou ainda desaguador de canecas. O resultado é um produto de granulometria em torno de 2 mm, sendo o restante do material considerado como super fino, abaixo da malha de 100 mesh ou 200 mesh que é destinado às bacias ou tanques de decantação. Há estudos para aplicação desse material em determinados teores (7% a 20%) que, dependendo da litologia, pode ser usado no preenchimento dos vazios existentes em certas faixas granulométricas, colaborando na melhora da aglomeração das partículas maiores no concreto e não interferindo na sua resistência mecânica. Nas obras do complexo de Canoas (UHE-CESP), a areia artificial britada, de rochas basálticas, é produzida por equipamentos denominados comercialmente de “Barmac”, que são dois britadores tipo Impactor, de eixo vertical, que operam no interior de uma câmara de britagem como uma bomba centrífuga, lançando 20 fragmentos de rocha em alta velocidade contra a parede plenamente revestida por rocha. A redução do tamanho do material se dá pelo impacto (rocha contra rocha). O material resultante deste processo se apresenta de forma, com produção horária de 15 m³ aproximadamente, teor de finos(<75 µm) da ordem de 14%( SALLES, 1998). 2.6 A extração dos agregados e o meio ambiente A extração das areias naturais, conforme mostrado na figura 01, não pode provocar erosões e danos irreparáveis ao meio ambiente. Também a extração das areias artificiais, originárias de britagem de rochas, principalmente rochas calcárias, deve preservar as grutas (fruto do trabalho incessante da natureza), assim como os tesouros nelas contidos (marcas do homem pré-histórico). Figura 01: Extração da areia natural Fonte: Foto tirada pelo autor(2008) 21 A extração de minerais interfere no meio ambiente, sendo necessária uma avaliação prévia da compatibilidade de seu desenvolvimento com a preservação ambiental, evitando-se assim danos irreparáveis provocados pela mineração. Qualquer tipo de empreendimento, seja minerário, agrícola ou industrial, provoca modificações ambientais; a exploração da areia, cascalho e argila provoca danos na maioria dos casos reversíveis, desde que devidamente previstos e avaliados. Segundo Bruchi (1997), os principais impactos ocasionados pela extração dos bens minerais mencionados são os seguintes: a) alteração da paisagem, pois a operação de equipamentos provoca modificações do relevo/paisagem nos locais de extração; b) supressão da vegetação que é provocada pela operação de equipamentos, pela disposição do material minerado e dos rejeitos e pelo transporte da produção, é considerado impacto direto e reversível, se houver manejo adequado da vegetação existente no local; c) modificações na estrutura do solo já que a atividade minerária ocasiona alterações nas características do solo, provocando elevação do nível de compactação, de exposição solar e mudança na estrutura microbiológica, entre outras; d) interferência sobre a fauna, pois a remoção da vegetação, a modificação na estrutura do solo e o próprio desenvolvimento da atividade, entre outros fatores, provocam uma evasão ou mesmo alterações nos hábitos da fauna local. É reversível a partir da adoção de técnicas de manejo adequado da fauna. e) compactação do solo que é provocada pela movimentação dos equipamentos de extração, carregamento e transporte, interfere na permeabilidade do solo, dificultando ou mesmo impedindo a sua reabilitação natural e contribuindo para o arraste de sedimentos para os corpos d’agua; f) conflitos de uso dos recursos naturais, o solo, a água e o ar têm os seus usos múltiplos definidos e de acordo com os hábitos locais. Deve ser meta constante das unidades de planejamento dos municípios a busca de uma compatibilização dos seus usos habituais com o desenvolvimento da atividade de mineraria, para minimizar os conflitos entre eles. g) alteração nas calhas dos cursos d’agua que são provocadas pelo emprego de equipamentos de desagregação sobre os leitos dos cursos d’agua, 22 eliminando barramentos naturais ou introduzindo bancos de sedimentos, que podem interferir na direção e na velocidade do fluxo d’água. h) alterações no nível do lençol freático resultados dos trabalhos de extração que atinjam o nível do lençol freático podem provocar a subsidência do terreno, acomodação de terra, colocando em risco edificações no entorno do empreendimento. O rebaixamento do nível d’água pode ocasionar a desativação de poços de captação d’água nas proximidades da extração. i) trepidação provocada, principalmente, pela movimentação de equipamentos de desmonte, carregamento e transporte, a trepidação ocasiona perturbações na estabilidade das edificações, estradas, pontes etc. existentes no entorno da área de extração. j) poluição sonora provocada, principalmente, pelos equipamentos de extração, carregamento e transporte, trazendo aumento de ruído na área de influência do empreendimento. l) poluição atmosférica, tanto o processo extrativo quanto a estocagem e o tráfego de veículos ocasionam acréscimo nos índices de poluição atmosférica, não só pela possibilidade de agregação de partículas minerais à atmosfera, como também de gases e partículas provenientes da queima de combustíveis. Esse impacto é mais significativo nos períodos de seca. m) contaminação por óleos e graxas mediante o manuseio inadequado de óleos e graxas, a falta de manutenção de motores dos equipamentos os vazamentos e a ausência de medidas preventivas para evitar os lançamentos diretos nos corpos d’água e no solo, trazem danos ambientais significativos ao ecossistema, geralmente criando conflitos de uso desses recursos. n) instabilidade de margens e taludes resulta do revolvimento do fundo dos corpos d’água, a extração efetuada próximo das margens, e ainda a declividade do terreno, associada ao tipo de solo que compõe os taludes ocasionam a sua instabilidade. o) turbidez das águas, uma vez que o processo extrativo gera áreas de turbilhonamento, com a consequente diluição de partículas sólidas nas águas, o lançamento de efluentes e também a exposição de solos desnudos, em especial nas áreas de preservação permanente, propiciando o carregamento de partículas sólidas para os corpos d’água e aumentando a turbidez das águas, o que motiva a ocorrência de conflitos de uso do recurso. 23 p) efluentes líquidos resultante da drenagem natural, a lavagem dos materiais para separação dos minerais, e as chuvas geram efluentes líquidos – constituídos de partículas finas e água – que devem ser tratados antes do seu retorno aos corpos d’água. Por sua vez, as atividades humanas geram esgotos sanitários de alto potencial poluidor. q) resíduos sólidos devido à movimentação de terra para extração mineral ocasiona a formação de leiras de solo orgânico e estéril, que devem ser tratadas para não se tornarem focos de sedimentos. O desmonte das leiras e a sua total utilização na reabilitação da área devem ser previstos e dimensionados desde a fase de planejamento do empreendimento. As atividades humanas, também, aliadas ao processo extrativo, geram resíduos sólidos (lixo). r) alterações no tráfego que necessariamente ocasionam modificações no fluxo de veículos de transporte e de extração do minério, contribuindo para o aumento dos índices de poluição atmosférica e sonora, da trepidação e dos riscos de acidentes de trânsito. s) conflitos de uso da água e do solo, o desenvolvimento da extração minerária afeta a qualidade da água e do solo para outros usos, provocando conflitos. Existe uma preocupação mundial com a reciclagem das frações finas (resíduos) dos agregados miúdos. Nos Estados Unidos, uma fundação denominada National Stone, Sand & Association dedica-se a pesquisar aplicações para esses agregados. Um dos centros de pesquisas especializados em agregados, o International Center for Aggregates Research - ICAR, (2001), desenvolveu um projeto de pesquisa com início em setembro de 1995, com enfoque em Engineering Uses For Agregates Fines, tendo cinco objetivos principais: 1. Estabelecer um comitê técnico para assistência às empresas que têm problemas com finos; 2. Identificar o volume em escala industrial; 3. Desenvolver um documento que retrate a análise técnica e econômica para identificar as possíveis destinações dos finos; 4. Preparar sugestões de políticas viáveis para o uso dos finos com o objetivo de novas pesquisas; 5. Desenvolver pesquisas de cunho técnico, científico e comercial. 24 Ainda nos Estados Unidos, os finos são utilizados em escala industrial, controlados rigorosamente pelas duas maiores entidades; National Crushed Stone Association - NCSA e a North Carolina Departamento of Transportation - NCDOT. No Brasil e no mundo, a preocupação com o meio ambiente vem crescendo continuamente desde a Conferência das Nações Unidas, realizada em Estocolmo em 1972 (NEVES, 2001). Um dos fatores desencadeante deste processo foram os impactos ambientais causados em diversos tipos de empreendimentos como as pedreiras por exemplo. O Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução CONAMA (1995), art. 1º. Considera impacto ambiental: “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam”: I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota (conjunto dos seres animais e vegetais de uma região); IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais. Impactos ambientais, causados pela extração de agregados, incluem erosão de rios e costas marítimas, perda do habitat biológico, ruído de localização, poluição pela dispersão de finos (pós) e aumento de transporte rodoviário. Uma das alternativas para a preservação dos depósitos naturais de agregados são as rochas britadas, cada vez mais utilizadas (GLENCROSS-GRANT, 2003). 2.7 Beneficiamento Visa classificar granulometricamente os matériais vindos do britador através de peneiras em processos a seco e a úmido. Para retirar o excesso de umidade usase o sistema de rosca helicoidal. A Mineração TCL na grande BH investiu na modernização de sua planta visualizando a produção de agregados miúdos para atender o mercado de Belo Horizonte. Entre os produtos que estão sendo produzidos, ressalta-se a areia especial de calcário, que tem mostrado uma eficácia muito grande na utilização em 25 concreto dosado em central e também no manufaturado em obra, em pré-fabricados, em telhas de concreto, em tubos de concreto para saneamento básico etc. A areia especial de calcário produzida em BH tem as seguintes características: - Granulometria constante: devido ao seu peneiramento em tela 3,5 mm, ter uma granulometria com diâmetro máximo de 2,4 mm e módulo de finura de 2, 54, sendo, portanto, areia média. - Por ser produzida na última etapa do processo está isenta de quaisquer impurezas advindas da jazida. - Na fase terciária de britarem, utiliza-se um britador rotativo da marca Cabeça (Tecnologia Canadense) que tem como característica tornar os grãos mais arredondados. - Com os grãos mais arredondados obtém-se uma redução no teor de água a ser utilizado. - Como esta areia tem sua origem numa jazida de calcário, incorpora à peça produzida uma cor acinzentada. Areias, com frações iguais em cada peneira e a mistura destas areias com britas n° 0 e n°1, teve como resultado uma mistura de agregados com uma curva granulométrica contínua, sem deficiências ou excessos de qualquer fração, com poucos vazios entre as partículas. De acordo com Salles, et al (1997), no Complexo Canoas, composto pelas Usinas Hidroelétricas de Canoas I e II, situado no rio Paranapanema foi utilizado areia artificial proveniente da britagem do material rochoso de escavação das fundações e das pedreiras exploradas no canteiro de obra. A região não possui areia natural. A areia artificial é produzida por equipamentos denominados comercialmente de ”Barmac” se dá pelo impacto das rochas, o material resultante se apresenta de forma esférica. Salles (1997), explica que a produção da areia artificial britada é aproximadamente 15% do volume do material produzido na empresa de Campo Grande – MS (Pedreira Financial). Nesta empresa que utiliza o sistema chamado de produção por via úmida, onde é injetado na peneira classificadora final água sob pressão, proporcionando a lavagem da areia artificial britada, apresentada na figura 02. 26 Figura 02: Injeção de água no sistema em via úmida na peneira Fonte: Foto tirada pelo autor(2008) Para separar a mistura de água e pó-de-pedra, usa-se um lavador de roscas helicoidal, conforme figura 3, vindo então a produzir areia artificial britada que sai em um transportador de corrêia para o local onde é estocado. A polpa (nome dado à massa úmida do filler) é enviada para o tanque de decantação de modo a separar o sólido do líquido, e pela movimentação do material pela rosca, onde os finos são separados por transbordamento. Figura 03:Lavador de roscas helicoidais LD-24 Fonte: Foto tirada pelo autor(2008) 27 2.8 O papel da rodovia no contexto do desenvolvimento econômico brasileiro1 O desenvolvimento econômico brasileiro está intimamente ligado à base geográfica continental, à diferenciação acentuada das macros regiões do país, face as condições geológicas orográficas, climatológicas e demográficas. A história do desenvolvimento brasileiro, a partir de meados do século passado, mostra de início a concentração da atividade econômica em faixa paralela à orla marítima, de caráter primário exportadora. A partir de 1930, a industrialização incipiente expande-se. A partir de 1950, observa-se notável incremento, e vai progressivamente buscar novos pólos econômicos que se afirmam. Os recursos minerais se ampliam no decorrer do tempo, e extensas áreas permanecem na expectativa de desenvolvimento. Com o desenvolvimento surgiram novos pólos políticos-econômicos(espaço físico geográfico em que há uma organização em torno da produção). A integração desses pólos se faz necessária através de rodovias, uma vez que, as zonas de origem e destino são muito variadas, devido ao alto grau de dispersão espacial das atividades básicas. A redução dos desequilíbrios regionais e interestaduais com reflexos, inclusive, na contenção de fluxos migratórios que contribuem para o crescimento desordenado das cidades, é intenção permanente dos governos. A estrutura produtiva descentralizada em País-continente foi fator preponderante na ascendência do transporte rodoviário em detrimento do ferroviário que dominou o transporte, nos primeiros ciclos do desenvolvimento econômico. Aos modais ferroviários e hidroviários, correspondem os transportes de grandes massas específicas, com restritos pontos de origem e destino. O transporte de minério de ferro das jazidas do Pará e de Minas Gerais aos portos do Maranhão, do Rio de Janeiro e Espírito Santo respectivamente, é exemplo típico da aplicação econômica do modal ferroviário. Os corredores de transporte ligando pólos de alto dinamismo econômicos, que geram densidade de tráfego excepcional e ligando áreas produtoras de 1 Texto baseado no depoimento do diretor do então DNER Dr Antonio Alberto Canabrava para comissão mista do senado federal em 1988. 28 matérias-primas e núcleos industriais aos centros de consumo e às instalações portuárias, não prescindirão do modal rodoviário. Os acessos são efetivados através das rodovias, enquanto que no transporte pesado, coexistirão a ferrovia, a hidrovia, o duto e ainda a rodovia troncal expressa. Com a evolução do sistema rodoviário brasileiro, principalmente, no que diz respeito às rodovias pavimentadas, todos os anos, grande parte da extensão da rede que era considerada em boas condições, e que devido à acão do tráfego e das condições climáticas passa de boa para regular, e grande parte da porção regular, passa a integrar a porção em má qualidade. Nota-se que os pavimentos decaem de patamar qualitativo caso não sejam restaurados tempestivamente. A cada 2.000 km a 3000 km da rede federal, evoluem de regular para mau estado, aumentando a quantidade da rede em mau estado. É preciso enfatizar que a estrutura rodoviária tem comportamento diverso das estruturas submetidas a cargas exclusivamente estáticas e virtualmente constantes como as dos edifícios. Trata-se de estrutura solicitada a esforços crescentes com a evolução do volume de tráfego, e que é sujeita ao colapso pela ação cumulativa e repetitiva das cargas incidentes, caso os procedimentos de conservação e de restauração não sejam adequada e tempestivamente adotados. A conservação tem que ser permanente e as restaurações periódicas. Face ao exposto, e tendo em vista o programa de conservação e restauração a nível Federal, Estadual e Municipal, é que se decidiu empreender esforços para essa pesquisa. No tocante ao consumo de materiais pétreos, principalmente no que diz respeito a areias artificiais na composição do concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) para a conservação e restauração de rodovias, uma vez que as areias naturais encontram-se bastante escassas, além da exploração ser somente com autorização dos órgãos ambientais. O uso de areias industriais na pavimentação terá em breve grande aumento no consumo. 29 3 METODOLOGIA Para fundamentar este trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica abrangendo a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados sobre o tema escolhido. Segundo Gil (2002, p. 59) a pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Serve de suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na elaboração da justificativa, da escolha do tema e na pesquisa final. Quanto à composição da pesquisa optou-se pela metodologia conhecida como estudo de campo. Uma categoria de pesquisa que se dedica a analisar uma determinada situação procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico que tem o caráter qualitativo. No caso desta pesquisa optou-se pelo estudo de campo. Foram coletadas areias artificiais em pedreira e naturais nos rios da grande Belo Horizonte. Uma resultante da britagem de rochas “Gnaisse” da Pedreira “Britadora Santiago” e outra amostra da Pedreira “TCL”. As amostras de areias naturais foram coletadas, nos Rios; Paraopeba na região de Sarzedo, Felipão região de Esmeraldas, Ribeirão de São José da Lapa e do Onça em Santa Luzia, todos em Minas Gerais. Para Gil (2002, p.54), o estudo de campo é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada e consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Em geral, estudos de caso são as estratégias preferidas quando as questões "como" ou "por que" estão presentes, quando o investigador tem um pequeno controle sobre os eventos, e quando o foco é detalhar uma situação que se encontra em alguns contextos na vida real. A técnica utilizada foi a observação direta de experimentações realizadas através de procedimentos práticos em laboratório. 30 4 RESULTADOS DO ESTUDO DE CAMPO 4.1 Procedência dos Materiais Identificação de materiais industriais - Pedreira Santiago – Bairro Céu Azul – Pampulha, BH/MG - Brita 1 - Brita 0 Areais artificiais - Pedreira TCL - Pedreira Santiago Areais Naturais - Rio Paraopeba - Areia de Esmeralda - Areia de São José da Lapa - Areia Ribeirão do Onça Aditivo - Cal – ICAL Estudos Realizados - Granulometria por Peneiramento - Abrasão Los Angeles - Índice de Lamelaridade - Densidade Aparente (g/cm³) - Densidade Real - Equivalente de areia 31 As dosagens foram realizadas no laboratório de estudo de materiais do DER MG. Utilizou se o método de ensaio MARSHAL desenvolvido nos Estados Unidos no início da década de 40, por Bruce Marshall, do Mississippi State Highway Departament. O método de ensaio Marshall foi modificado pelo U.S. Army Corps quando foi apresentado critério para a dosagem e posteriormente adaptado pelo American Society for Testing Materials (ASTM) D 1559. No Brasil, é preconizado pela Norma NBR 1289/93. 4.1.1 Dosagem experimental do teor de ligante de projeto Figura 04 : Dosagem do teor de CAP Fonte: adaptada pelo autor a) Preparação dos corpos-de-prova; b) Determinação da massa específica; c) Ensaio de estabilidade e fluência; d) Determinação do índice de vazios, R.B.V e análise dos resultados. 4.2 Etapas do ensaio 1) Determinação das granulometrias e massas específicas dos agregados. 2) Definir a faixa granulométrica compatível com objetivo da mistura. 3) Determinação da mistura dos agregados + 1% de cal que satisfaça a faixa granulométrica adotada. 32 4) Determinação do peso específico e aparente dos agregados e areias. 5) Determinação do Equivalente de Areia; 6) Determinação do desgaste por abrasão dos agregados. 7) Dosagem do teor de ligante. 8) Densidade aparente CP. 9)Estabilidade. 10) Fluência. Dosagem experimental de teor de ligante de projeto onde as granulometrias de projetos para as misturas asfalticas se enquadraram na faixa ‘’C’’ do DNIT 031/04 para CBUQ. As granulometrias foram fixadas o mais próximo do centro da faixa especificada pelo método de ensaio. As misturas B1+B0+PÓ com areias de ambos locais’(+)’ mais 1% de CAL. Figura 05: Moldagem do corpo de prova 75 golpes por face Fonte: Foto tirada pelo autor (2008) Para execução dos ensaios em laboratório, foi utilizada a metodologia Marshall, DNIT ME 043/95, ABNT – NBR 12897/93, com diferentes teores de ligante com 75 golpes por face do corpo de prova. O procedimento de compactação utilizado seguiu as recomendações da norma NBR 12891/93. 33 Os agregados foram secos em fogareiros, pesados e aquecidos a temperatura de 155°C antes de serem misturados ao CAP50/70, proveniente da Refinaria Gabriel Passos em Betim MG e classificado por penetração conforme certificado em anexo. Em seguida foi feita a homogeneização da mistura e posteriormente sua compactação em moldes de cilíndricos metálicos pré-aquecidos a temperatura de 150°c em estufa, enquanto as misturas eram aquecidas a 145°c, e compactados com 75 golpes por face. Concluída a etapa de compactação dos corpos de provas, eles ficaram em repouso para completo esfriamento, posteriormente, foram retirados dos moldes com o auxilio de um extrator de corpos de prova. Para se obter a densidade aparente da mistura e cálculo de vazios e RBV, foi utilizada a determinação do volume do corpo-de-prova através do conhecimento de seu volume, pela diferença de peso do corpo-de-prova ao ar e imerso em água, utilizando cesto de tela e balança hidrostática. Figura 06: Rompimento do corpo de prova Fonte: Foto tirada pelo autor (2008) Para se obter a estabilidade e fluência os corpos-de-prova foram deixados em “banho maria” por período de 30 minutos a 60°c, e em seguida levados à ruptura em prensa elétrica, conforme figura 06. O critério de escolha do teor ótimo de ligante foi definido analisando os resultados de volumes de vazios W (3 a 5), relação betume e vazios RBV (75 a 82) e volumes de vazios do agregado mineral VAM maior que 16. 34 RESULTADO DE ENSAIOS Tabela 02: resultados de ensaios Rib do São J da Valores Onça Lapa 100 100 ¾” 86,0 86,0 ½” 82,4 82,2 3/8” 64,0 61,9 N4 N 10 43,9 43,2 N 40 17,5 17,0 N 80 8,7 8,4 N 200 4,6 4,5 TEOR 6,8 6,5 %VV 4,8 3,6 VCB 14,6 14,2 VAM 19,3 17,8 RBV 75,4 79,6 FLUENCIA 12,0 12,0 ESTABILIDADE 850 840 Paraopeba Esmeraldas 100 81,3 72,8 61,8 44,2 20,8 8,9 4,5 6,5 4,4 14,1 18,5 76,4 15,0 850 100 86,9 82,9 81,3 42,9 19,9 9,4 4,6 6,5 4,1 14,1 18,2 77,6 15,0 1035 TCL Santiago 100 86,0 82,6 65,2 42,9 18,5 9,6 4,9 6,5 4,4 14,1 18,5 76,0 12,0 1170 100 86,0 81,9 60,4 41,2 18,0 9,3 4,8 6,2 3,9 13,6 17,5 77,5 15,0 1150 Faixa DNIT 100 80 - 100 70 – 90 44 – 72 22 – 50 8 – 26 4 – 16 2 - 10 3-5 > 16 75 - 82 > 500 DOSAGEM PEDREIRA SANTIAGO Brita 1 Brita 0 Pó de pedra Areia industrial Cal 15.0% 30.0% 44.0% 10.0% 1.0% Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago ICAL Analisando os resultados dos ensaios, notamos uma semelhança entre eles; ou seja, estão todos dentro da faixa do DNIT, conforme tabela 02. O ensaio realizado com os materiais da pedreira Santiago, todos eles britados resultou se em uma mistura com: 58,8 % de pedregulho 23,2% de areia grossa 13,2 % de areia fina 4,8 % de filler 6,2 % de betume. Esta mistura que foi definida com teor de betume = 6,2% apresentou menor consumo que os outros materiais das demais misturas. O que pode gerar ganho de custo. 35 Altos teores de betume podem causar exsudação e aumento no resultado de fluência, provocando o surgimento de trilha de roda no pavimento, todavia, baixo teor de betume levará a baixa durabilidade do pavimento, pois evidenciará o surgimento de sulcamento ou trincas por fadiga precoce no pavimento. O material todo coletado na pedreira Santiago apresentou um ganho na estabilidade da mistura de aproximadamente 10 % se comparado com a mistura na qual se utilizou areia de Esmeraldas e de aproximadamente 25% sobre as demais amostras de areias naturais. DOSAGEM PEDREIRA TCL Brita 01 Brita 0 Pó de pedra Areia TCL Cal 15.0 % 24.0 % 50.0 % 10.0 % 1.0 % Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira TCL ICAL O ensaio foi realizado utilizando areia industrial da Pedreira TCL juntamente com os agregados da pedreira Santiago. A granulometria da mistura apresentou a seguinte composição: 57,1 % de pedregulho 24,4 % de areia grossa 13,6 % de areia fina 4,9 % de filler 6,5 % de betume. Esta mistura foi definida com teor de betume = 6,5%, e apresentou consumo semelhante aos das areias naturais. O resultado apresentou maior teor de betume que o material todo coletado só na pedreira Santiago, e apresentou ganho na estabilidade da mistura maior que de todas as amostras ensaiadas. DOSAGEM RIBEIRÃO DO ONÇA Brita 01 Brita 0 Pó de pedra Areia natural Cal 15.0 % 25.0 % 49.0 % 10.0 % 1.0 % Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago Ribeirão do Onça ICAL 36 O ensaio foi realizado utilizando areia natural do Ribeirão do Onça em Santa Luzia juntamente com os agregados da pedreira Santiago. A granulometria da mistura apresentou a seguinte composição: 56,1 % de pedregulho 26,4 % de areia grossa 12,9 % de areia fina 4,6 % de filler 6,8 % de betume. Esta mistura foi definida com teor de betume = 6,8%, consumo maior que das demais misturas. DOSAGEM SÃO JOSÉ DA LAPA Brita 01 Brita 0 Pó de pedra Areia natural Cal 15.0 % 30.0 % 44.0% 10.0 % 1.0 % Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago São José da Lapa ICAL O ensaio foi realizado utilizando areia natural de São José da Lapa juntamente com os agregados da pedreira Santiago. A granulometria da mistura apresentou a seguinte composição: 56,8 % de pedregulho 26,2 % de areia grossa 12,5 % de areia fina 4,5 % de filler 6,5 % de betume. Esta mistura foi definida com teor de betume = 6,5%, com consumo semelhante às demais mistura com areias naturais. DOSAGEM RIO PARAOPEBA Brita 01 Brita 0 Pó de pedra Areia natural Cal 20.0 % 22.0 % 47.0% 10.0 % 1.0 % Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago Rio Paraopeba ICAL 37 O ensaio foi realizado utilizando areia natural do Rio Paraopeba Na Região de Sarzedo juntamente com os agregados da pedreira Santiago. A granulometria da mistura apresentou a seguinte composição: 55,8 % de pedregulho 23,4 % de areia grossa 16,3 % de areia fina 4,5 % de filler 6,5 % de betume. Esta mistura foi definida com teor de betume = 6,5%, consumo semelhante às demais mistura com areias naturais. DOSAGEM ESMERALDAS Brita 01 Brita 0 Pó de pedra Areia natural Cal 14.0 % 30.0 % 45.0% 10.0 % 1.0 % Pedreira Santiago Pedreira Santiago Pedreira Santiago Esmeraldas ICAL O ensaio foi realizado utilizando areia natural do Ribeirão Felipão em Esmeraldas juntamente com os agregados da pedreira Santiago. A granulometria da mistura apresentou a seguinte composição: 57,1 % de pedregulho 23,0 % de areia grossa 15,3 % de areia fina 4,5 % de filler 6,5 % de betume. Esta mistura foi definida com teor de betume = 6,5%, consumo semelhante às demais mistura com areias naturais. Apresentou o maior ganho na estabilidade para o estudo feito com areia natural. 38 5 CONCLUSÃO Concluiu-se com base nos resultados obtidos em laboratório, que há viabilidade técnica para o uso de areias artificiais ou britadas de pedreiras, em substituição às areias naturais de rios ou barrancos para as obras de pavimentação com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ). Podendo haver pequena redução no consumo de betume Mesmo tendo alguns resultados ligeiramente diferentes, todos se enquadram dentro do especificado pela norma DNIT 031/04-ES. Como as pedreiras estão perto dos centros de consumo e das usinas de asfalto. O uso destas areias pode diminuir o impacto ambiental causado nos rios, pela extração de areias naturais. 39 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: Elaboração de trabalho na graduação. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2003. AITICIN, P.C. Concreto de alto desepenho ed. São Paulo, Pine, 2000. BAUER, L. A. F. Material de Construção. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC. 1994. 435 p. BONAVETTI, V.L.; IRASSAR, E. F. The Effect of stone dust content in sand. Cement and concrete Research, Tarrytown. Vol. 24, n. 3, p.580-590, 1994. BRUCHER, H. R. E. Agregados para concreto. I Simpósio Nacional de Agregados. anais, p.7 -16, São Paulo, 1986. BRUCHI, D. M. Extração de areia cascalho e argila. 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