adendo policial rodoviário federal classe inicial da carreira

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ADENDO
A2-AP210
4/8/2008
PRF
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL
CLASSE INICIAL DA CARREIRA
MÓDULO 1
• Conhecimentos Gerais e Atualidades
Brasília
2008
© 2008 Vestcon Editora Ltda.
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de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios
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também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas.
Título da obra: Adendo – PRF – Policial Rodoviário Federal –
Classe Inicial da Carreira – Módulo 1 – Conhecimentos Gerais e Atualidades
Autor:
Júlio César Gabriel
DIRETORIA EXECUTIVA
Norma Suely A. P. Pimentel
CAPA
Marcos Aurélio Pereira
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO
Cláudia Alcântara Prego de Araújo
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Bruno Oliveira Lino Silva
REVISÃO
Clarisse Coutinho Mourão
Cláudia Costa
SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DF
SAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399
www.vestcon.com.br
Publicação em 31/7/2008
(A2-AP210)
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Júlio César Gabriel
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES DAS
REGIÕES NORTE E CENTRO-OESTE
REGIÃO NORTE
Com 3.869.637,9 km² de área – 45,27% do território brasileiro –, a região Norte
é formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins. Está localizada entre o maciço das Guianas, ao Norte; o Planalto Central,
ao Sul; a Cordilheira dos Andes, a Oeste; e o Oceano Atlântico, a Noroeste. De clima
equatorial, é banhada pelos grandes rios das bacias Amazônica e do Tocantins.
A maior parte da região tem clima equatorial. No norte do Pará e em Rondônia
é tropical. A floresta Amazônica é a vegetação predominante. A região Amazônica é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, e está no Acre a maior
variedade de espécies da região. Esse patrimônio, entretanto, é ameaçado pelo
desmatamento.
É a única região brasileira cortada pela linha do Equador, o que determina um
clima equatorial, com muito calor e umidade. O relevo caracteriza-se por uma extensa planície, cortada pelos inúmeros rios da bacia amazônica e coberta por uma
compacta formação vegetal, a floresta amazônica. Ao norte e a sudeste surgem
planaltos que se elevam gradualmente.
A ocupação portuguesa da região começou no séc. XVII, com a fundação da
cidade de Belém (1616), construída para defender a Amazônia dos invasores estrangeiros. Seguiram-se várias expedições durante os séc. XVII e XVIII, que tinham
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por finalidade a captura de índios para escravizar a coleta das chamadas drogas do
sertão (canela, urucu e outras tinturas, plantas aromáticas e especiarias) e a procura
de riquezas minerais. Essas expedições e outras posteriores, de caráter científico,
pouco contribuíram para o povoamento. Os aglomerados urbanos, hoje existentes,
surgiram principalmente de aldeamentos indígenas organizados por missionários
e de fortes construídos ao longo dos rios pelos soldados-colonos.
A expectativa de vida é de 70,8 anos (fonte: IBGE 2007). Sua densidade
demográfica é a mais baixa dentre todas as regiões geográficas, com 4,77 habitantes por km². A maior parte da população da região Norte (57,8%) é urbana, sendo
Belém, capital do Estado do Pará, sua maior metrópole.
A economia baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí,
madeiras e castanha; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e
estanho; e na exploração de minérios em grande escala, principalmente o ferro, na
Serra dos Carajás (Pará), e o manganês, na Serra do Navio (Amapá).
No rio Tocantins, no Estado do Pará, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí,
a maior da região. Existem ainda usinas menores, como Balbina, no rio Uatumã
(Amazonas), e Samuel, no rio Madeira (Rondônia). O Governo Federal oferece
incentivos fiscais para a instalação de indústrias no Estado do Amazonas, especialmente montadoras de produtos eletroeletrônicos. Esse processo é administrado pela
Superintendência da Zona Franca de Manaus e os incentivos deverão permanecer
em vigor até pelo menos o ano de 2003.
A região norte entrou no processo de urbanização, povoamento e desenvolvimento econômico de maneira efetiva somente no decorrer do século XX, quando
foram implantadas medidas econômicas e de infra-estrutura (estradas, pontes, portos
etc). Além de programas políticos com o intuito de povoar a região. A busca para
desenvolver essa parte do Brasil tem crescido nas últimas décadas, no entanto, o
modo como está ocorrendo é desordenado e sem nenhum tipo de planejamento
prévio, ocasionando uma série de problemas de caráter social e ambiental em todos
os estados que compõem a Região Norte.
Transportes
Fonte:MRE
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O principal meio de circulação da população e de cargas é o transporte fluvial, já que o aéreo só é acessível à pequena parcela da população de maior poder
aquisitivo. As rotas de maior circulação estão no baixo Amazonas, entre Belém e
Manaus, e no Madeira, entre Manaus e Porto Velho.
Depois de finalizada, a hidrovia Araguaia-Tocantins será um importante corredor
de ligação do Norte com o Centro-Oeste e com o Sul e o Sudeste.
Com um extenso território pontilhado aqui e ali de cidades isoladas, a Região
Norte apresenta baixa taxa de transporte rodoviário e ferroviário. Este se restringe
à ferrovia de Carajás, da Companhia Vale do Rio do Doce, que leva minério de
ferro e passageiros do Pará ao Maranhão.
As grandes estradas oferecem estrutura precária, por causa da falta de asfalto
ou de manutenção, como a Transamazônica (de terra em quase toda sua extensão),
a Belém-Brasília, a Belém-São Luís e a Santarém-Cuiabá.
A malha rodoviária na região não é muito extensa. Boa parte das rodovias existentes na região foram construídas nos anos 60 e 70, com o intuito de integrar essa
região às outras regiões do país. Como exemplo, têm-se a rodovia transamazônica
e a rodovia Belém-Brasília.
Em relação à malha ferroviária, duas ferrovias possuem destaque: a estrada
de ferro Carajás, que vai de Marabá, estado do Pará, a São Luís, capital do estado
do Maranhão (região Nordeste), que escoa os minerais extraídos na serra dos Carajás até os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e a Estrada de Ferro do Amapá,
que transporta o manganês e o níquel, extraídos na serra do Navio, até o porto
de Santana, em Macapá, capital do estado do Amapá. Uma outra estrada de ferro
importante para a região foi a ferrovia Madeira-Mamoré, localizada no estado de
Rondônia e que foi construída no início do século XX, com o intuito de escoar a
borracha produzida nessa região e na Bolívia para o oceano Atlântico, através dos
rios Madeira e Amazonas, até os portos de Manaus e Belém. Atualmente, essa
rodovia encontra-se desativada.
Na Amazônia Central, os meios de transporte mais utilizados são barcos e
aviões, e existem aeroportos em quase todos os municípios da região. O transporte por estradas só existe de verdade no sul e leste do Pará, no sul do Amazonas,
entre os municípios mais próximos de Manaus e nos estados do Acre e Rondônia.
Manaus é um dos maiores centros de movimentação de cargas no país e é servido
pelo transporte rodoviário interestadual com carretas embarcadas em balsas e transportadas até os portos de Belém/PA e Porto Velho/RO. Existe uma estrada federal
que liga Manaus a Boa Vista/RR e a partir daí liga a região ao Caribe, por meio da
Venezuela. O Rio Amazonas permite a navegação de navios de grande porte, de
qualquer calado, e Manaus também é servida por esse modal.
Ameaça do desmatamento
Com uma população que cresce bem acima da média nacional, a Região Norte
também se expande economicamente para atender às necessidades de seus habitantes
mais numerosos. O crescimento econômico ocorre em detrimento do aumento da
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pecuária extensiva, do avanço da agricultura ao sul e ao leste da região, das ações
ilegais de madeireiros e de pressões urbanas para obras de infra-estrutura – atividades de grande impacto ecológico.
O sucesso das plantações de soja no Centro-Oeste abre novas fronteiras agrícolas
em direção à Região Norte, o que pode potencializar o desmatamento. O estímulo
das atividades que não comprometam a floresta, como as indústrias da Zona Franca
de Manaus e a exploração do ecoturismo, além da criação de parques florestais e de
reservas indígenas, têm conseguido impedir o desastre maior. Apesar do Sistema
de Vigilância da Amazônia (Sivam) monitorar toda a região, falta uma ação eficaz
por parte da fiscalização, que não dispõe de número suficiente de agentes.
Entre 2004 e 2005, cerca de 19 mil quilômetros quadrados da floresta foram
destruídos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O fato
positivo é que esse resultado representa redução de 31,5% em relação ao desmatamento do período anterior (2003/2004). No entanto, desde a década de 1970, a
mata derrubada representa 17% da floresta original.
Os maiores responsáveis pela redução da área da floresta são a extração de
madeira e o avanço da agropecuária. O relatório do Banco Mundial de 2004 aponta
os criadores de gado como causadores de 75% dos cortes de árvores – um terço do
rebanho do país está na Amazônia. Por outro lado, pesquisadores desenvolveram
novas espécies de semente de soja, adaptáveis ao ambiente, o que possibilita o
aumento das lavouras em área desmatada. O corte de árvores nobres, como mogno
e pau-rosa, de grande valor comercial, atrai madeireiros.
Segundo a organização ambientalista Greenpeace, 80% dessa atividade é feita
de forma ilegal em terras públicas ou sem autorização dos órgãos ambientais.
Formação da População
A Região Norte concentra 306 das 587 áreas indígenas brasileiras, com 84,54%
dos 101 mil hectares de terra demarcados. De acordo com pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 213 mil índios de diversas
etnias vivem nessa região.
Amazonas, Pará e Roraima são os estados com a maior concentração indígena. Os ticunas, no Amazonas, constituem a mais numerosa etnia, com mais de
30 mil índios. Nos estados do Pará, Amazonas e Tocantins, expressiva parcela da
população é originária do Nordeste, sobretudo do Ceará e do Maranhão. No Acre
e em Rondônia, há grande concentração de paranaenses e gaúchos, cujas famílias
se mudaram para lá nos anos 1970, incentivadas pelo governo militar, que queria
colonizar a região. Nos anos 1990, como revela o Censo de 2000 do IBGE, Roraima e Amapá tornam-se pólos de atração, com os maiores percentuais do país de
moradores não nascidos no estado.
A população do Norte brasileiro é largamente formada por mestiços, descendentes de indígenas e portugueses. O Norte do Brasil recebeu e continua recebendo
grande migração de pessoas vindas da Região Sul e Sudeste do país. No século XX,
o Norte também recebeu grande migração dos nordestinos que foram trabalhar nos
seringais do Amazonas e do Acre.
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Gastronomia
A herança indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca
e em peixes. Dos rios amazônicos, as espécies mais conhecidas são o tucunaré, o
pirarucu e o matrinxã. Nas cidades de Belém e em Manaus, toma-se direto na cuia
indígena, o tacacá, espécie de sopa quente feita com tucupi, goma de mandioca,
jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro. O tucupi em caldo da
mandioca cozida e espremida no tipiti (peneira indígena), que acompanha o típico
pato ao tucupi, do Pará. Da ilha de Marajó vem o frito do vaqueiro, feito de cortes
da carne de búfalo acompanhados de pirão de leite.
A biodiversidade da Amazônia se reflete na variedade de frutas: cupuaçu, bacuri,
açaí, taperebá, graviola, buriti, tucumã e pupunha, entre outras.
Turismo
O ecoturismo e o turismo de aventura são as principais atividades na Região
Norte. Com visitação controlada, destacam-se no Amazonas o Parque Nacional do
Jaú (patrimônio natural da humanidade) e a Área de Proteção Ambiental (APA) de
Mamirauá. Ao longo do rio Tapajós, no Pará, a mais famosa das inúmeras praias é
Alter do Chão, em Santarém. As construções da época da borracha atraem turistas
para as capitais Belém e Manaus, assim como os hotéis de selva, que eram característicos do Amazonas e começam a se espalhar pelo Acre e por Rondônia.
A principal atração turística do Amapá é a pororoca do rio Araguari. O encontro
das águas da maré com a foz do rio ocorre a 18 horas de barco de Macapá.
Apesar da falta de infra-estrutura, no Tocantins, o rio Araguaia é refúgio de
pescadores. As dunas, o cerrado e as cachoeiras do Jalapão oferecem muita aventura
e belíssimas paisagens aos visitantes.
Turismo sexual
O lado negativo da combinação entre as paisagens exuberantes – que atraem
visitantes de todo o Brasil e de outros países – e uma população que enfrenta muitas
dificuldades para sobreviver é a exploração das jovens e adolescentes, oferecidas
como prostitutas por redes criminosas. Segundo pesquisa feita pelo Ministério da
Justiça, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e por várias organizações não-governamentais (ONGs) brasileiras, entre 1996 e 2002 a Região Norte
concentra 76 rotas nacionais e internacionais de tráfico de mulheres e uma grande
incidência de turismo sexual, principalmente nas cidades maiores.
Urbanização
O grau de urbanização da Região Norte é o segundo mais baixo do país: 73,5%
em 2004 (no Nordeste, é de 71,5%). No entanto, é a região que mais se urbanizou
nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano é de
28,5%. Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas. Mas,
em geral, todas as capitais do Norte concentram população.
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Economia
A economia baseia-se principalmente no extrativismo vegetal de produtos
como látex, açaí, madeira e castanha. A região é também muito rica em minérios.
Lá estão a serra dos Carajás (PA), a mais importante área de mineração do país,
lugar em que se extrai grande parte do minério de ferro brasileiro exportado e a
serra do Navio (AP), rica em manganês.
A Companhia Vale do Rio Doce, a maior vendedora de minério de ferro do
mundo, detém os direitos de exploração dos minérios da região de Carajás, em que
se extrai ferro, cobre e ouro. Na média, a economia da Região Norte cresceu 55% na
década de 1990. Com pequenas economias extrativistas ou agropecuárias, o Amapá
cresceu 56%; Rondônia, 41%; Roraima, 40%; Tocantins, 36%; e Acre, 34%.
O Pará permanece em segundo lugar em produção econômica absoluta na região. Com pequeno crescimento industrial e estável produção de matérias-primas,
o estado tem o menor crescimento econômico relativo da região, com 19%. Na
década de 1990, o rendimento de um chefe de família na área rural da Região Norte
tem a menor variação do país e sobe 27,4%. A média nacional alcança o índice de
52,6%. A agricultura tem posição modesta. Os principais produtos agrícolas são a
mandioca, o arroz, a juta, o milho, o feijão, a banana, o tabaco e a laranja.
A partir da década de 1970, houve um crescimento expressivo da pecuária, em
especial da pecuária de corte. Segundo dados de 1992, o rebanho da região atingiu
17 milhões de cabeças e a área ocupada pelas pastagens alcançou 21 milhões de
hectares. Isso ocorreu devido à expansão das pastagens plantadas, que ocuparam
vastas áreas antes ocupadas pela floresta nativa. Marajó tem o maior rebanho de
búfalos do país, trazidos da Índia em época recente.
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As atividades primárias ainda são a base da economia na região Norte. Até a
década de 1950, o extrativismo vegetal era a principal fonte de receita da região,
sendo seus produtos principais a borracha e a castanha-do-pará, seguidos pelas
gomas não elásticas e pelas fibras vegetais. A partir de então, a situação começou a
se modificar, passando a predominar o extrativismo mineral. Oito riquezas minerais se destacam: o manganês, extraído da serra do Navio, no Amapá; a cassiterita,
explorada principalmente em Rondônia mas encontrada e explorada também no
Amazonas e no Pará; o minério de ferro, o cobre e o níquel, extraídos da serra de
Carajás, no Pará; a bauxita, extraída em Oriximiná, no Pará; o ouro, extraído de
Serra Pelada, na região de Carajás, dos rios Tapajós (Itaituba) e Tocantins, e em
Rondônia e Roraima; o diamante, extraído em Roraima.
Contudo, não se deve menosprezar a importância dos recursos da floresta
amazônica. Os estados do Pará, Amazonas e Rondônia produzem a maior parte
da madeira de espécies nativas extraída no Brasil. Para isto, muito contribuiu a
instalação de madeireiras do Sudeste Asiático – principalmente da Indonésia – na
região, durante a década de 1990.
No entanto, o mais importante recurso da floresta amazônica é a biodiversidade,
que permite desde a produção de novos medicamentos até a de novas matériasprimas industriais pela biotecnologia. É esse incalculável patrimônio genético
que tem despertado o interesse seja dos países de capitalismo avançado, seja das
empresas transnacionais da área de biotecnologia.
Ao lado das riquezas minerais e vegetais aparece a pesca, que merece destaque,
principalmente, por ser a base da alimentação regional (peixes, como o pirarucu;
mamíferos como o peixe-boi; e tartarugas).
Indústria
A região Norte ainda é a região menos industrializada do país. Todavia, a partir
da década de 1970, iniciou-se a adoção de políticas de desenvolvimento regional,
com o objetivo de aumentar a participação da indústria na economia da região
Norte e, assim, diminuir as desigualdades com relação ao restante do Brasil, em
especial a região Sudeste.
As principais indústrias presentes na região Norte são: cimento (Pará); couros e
peles (Amazonas e Pará); refinação de petróleo (Refinaria de Manaus); carnes, doces
e sucos de frutas; siderurgia (siderúrgica da Amazônia, em Manaus); e produção de
alumínio e alumina (em Barcarena, no Pará).
Instalada desde 1969, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) constitui um conjunto de políticas de incentivo fiscal que visa desenvolver e
a fortalecer economicamente a região da Amazônia Ocidental (formada por todos
os estados do Norte, com exceção do Pará e do Tocantins). A Zona Franca de Manaus investe em infra-estrutura e oferece incentivos fiscais para que as indústrias
se estabeleçam na região.
Com mais de 400 indústrias instaladas, o Pólo Industrial de Manaus responde
por 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Amazonas. Os principais
parques industriais do pólo são o eletroeletrônico, o de informática, o de motos e
bicicletas, o setor químico e o de concentrados de refrigerante.
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Energia
A região tem dado prioridade à oferta e à redistribuição de energia para seus
estados. No Amazonas, como a planície da bacia Amazônica inviabiliza a construção
de hidrelétricas, o estado investe na produção de gás natural em Urucu, na bacia do
rio Solimões. O projeto prevê que as grandes geradoras de energia elétrica substituirão, a médio prazo, o óleo diesel de suas termelétricas por gás natural. No Pará,
desde 2001, as populações do oeste do estado contam com a energia de Tucuruí, a
segunda maior hidrelétrica do país.
Sudam
Por meio de medida provisória, em 2001 o presidente Fernando Henrique
Cardoso extingue a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Para substituí-la, é criada a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA). Em
2003, assim como fez com a Sudene, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decide
recriar a Sudam, e a ADA passa a ter como função principal organizar a transição.
Em novembro de 2006, a Câmara dos Deputados aprova por unanimidade a recriação
da Sudam, em substituição à ADA.
Entre as atribuições da nova Sudam, estão: apoiar investimentos públicos e
privados nas áreas de infra-estrutura econômica e social, estimular investimentos
privados e evitar que o patrimônio da biodiversidade da região seja explorado em
detrimento dos interesses regionais e nacionais.
Pará
Fonte: Almanaque Abril
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O Estado do Pará, cuja Capital é Belém, também se encontra na Região Amazônica. Apresenta um relevo baixo e plano dividido em áreas de várzea e terra
firme. A planície abrange 58% de seu território e se encontra abaixo de 200 m. Os
14%, que ultrapassam a cota de 300 m, são constituídos pelos Planaltos Guiano, ao
Norte, e Central Brasileiro, no Sul do Estado. Situado em plena Zona Equatorial,
experimenta elevadas temperaturas e alta pluviosidade. A média térmica anual
está acima de 25ºC, caracterizando o clima tropical úmido do tipo monção, no
qual o elevado total de chuvas anuais compensam a estação seca bem definida.
São ocupados pela Floresta Amazônica 87% da superfície do Pará. A pimenta é a
cultura permanente predominante, sendo temporárias as culturas de arroz da várzea,
malva, juta, mandioca, milho e feijão. A extração da borracha e castanha-do-pará, a
mineração de bauxita, calcários, sal marinho, ouro e diamantes, e as indústrias de
alimentos, serrarias, cimento, tecidos, sabão, velas e beneficiamento da borracha,
completam a produção e a economia do Pará. Uma atração turística no Pará é a Ilha
de Marajó, lugar em que floresceu a civilização pré-colombiana Marajoara. Muitos
descendentes ainda vivem na ilha e se vestem como seus ancestrais, em séculos
atrás. Outras cidades são Santarém, Bragança e Marabá.
Com 562 quilômetros banhados pelo Oceano Atlântico, o Pará é o segundo estado brasileiro em superfície, superado apenas pelo Amazonas. Seus 1.253.164,5 km²
representam em mais de duas vezes o território da França. Essa extensão territorial,
com suas inúmeras ilhas, rios, lagos, praias e serras, dividem a atenção de quem a
visita. Belém do Pará, a capital do Estado, é uma cidade curiosa, com dois terços
do seu território formado por 55 ilhas. Localizada às margens do rio Tocantins, fica
próxima da maior ilha fluvial-marítima do mundo, a Ilha de Marajó, com 50 mil
km² de extensão. Já a segunda maior cidade do Pará, Santarém, tem como um dos
principais atrativos o encontro, bem em frente à cidade, das águas dos rios Tapajós
e Amazonas, dois dos principais rios do Estado, que dali em diante correm juntos
em direção ao mar, sem, no entanto, se misturarem.
À época do descobrimento, o Pará era chamado pelos portugueses de Feliz
Lusitânia. Desde o início do século XVI, foi diversas vezes invadido por holandeses
e ingleses que, além de ocuparem o território, buscavam espécies de pimenta, de
guaraná – árvore da qual se produz um pó utilizado como estimulante – e sementes
de urucum, fruto utilizado na culinária e como protetor solar, das quais também se
extraem tinturas. A ocupação portuguesa só aconteceu em 1616, com a fundação
do Forte do Presépio, hoje Forte do Castelo, na baía de Guajará, que deu origem
à cidade de Belém.
O Pará está quase que totalmente recoberto pela Floresta Amazônica, exceto
pelas partes em que existem formações de campos, na região do baixo rio Trombetas
e arquipélago de Marajó. Seu território possui uma das maiores áreas de extração
de minério do País, localizado na serra dos Carajás, uma província mineral na qual
está instalado o Projeto Ferro Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce. O complexo produz 35 milhões de toneladas de minério por ano, exportando o produto
para vários países, entre eles Japão, Alemanha, Itália, França e Espanha. O Projeto
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Carajás inclui a mina, com uma reserva de 18 bilhões de toneladas de minério hematítico; a estrada de ferro, com 890 quilômetros de extensão; e o porto de Ponta
de Madeira, com capacidade para navios de até 360 mil toneladas.
A área de mineração representa 14% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, originários principalmente da extração de ferro, bauxita, manganês, calcário
e estanho, além do ouro, até recentemente extraído de um dos maiores garimpos
da história recente: o de Serra Pelada. Esses grandes empreendimentos, embora
aumentem os recursos do Estado, têm, também, sido responsáveis por graves conflitos, envolvendo grandes proprietários, trabalhadores rurais sem terra, grileiros,
posseiros e índios.
Com um solo rico e uma bacia hidrográfica importante, que faz com que as
embarcações sejam os principais meios de transporte no estado, o Pará tem sua
economia baseada, também, no extrativismo vegetal, na agricultura e na pecuária.
Na agricultura, os principais produtos são laranja, cana-de-açúcar, milho, pimentado-reino, mandioca e cacau. Na pecuária, a produção diversificada inclui galinhas,
bovinos, suínos, eqüinos e bubalinos.
Existe, hoje, no Pará cerca de 39 grupos indígenas, espalhados por uma área
de mais de 23 milhões de hectares, da qual mais de 8 milhões de hectares já se
encontram demarcados pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre as maiores
comunidades encontram-se os Andira Marau, os Mundurukus e os Kayapós.
Fonte: MRE
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REGIÃO CENTRO-OESTE
A região Centro-Oeste ocupa 18,86% do território brasileiro, com uma área de
1.612.077,2 km², sendo formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso e o Distrito Federal. Localizada em extenso Planalto Central, seu relevo
caracteriza-se pela predominância de terrenos antigos e aplainados pela erosão,
que deram origem a chapadões. Na parte oeste do Estado de Mato Grosso do Sul
e sudoeste do Estado de Mato Grosso encontra-se a depressão do Pantanal Mato
grossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano.
A vegetação do Pantanal é extremamente variada e sua fauna de uma riqueza
muito grande. Já na região de planalto, predomina a vegetação de cerrado. O clima
da região é tropical semi-úmido, com freqüentes chuvas de verão. A população é
de 11.048.474 habitantes, com densidade demográfica de 6,51 habitantes por km².
A maioria – 81,3% dos habitantes – se concentra na zona urbana. A expectativa de
vida nesta região é de 67,80 anos.
Até o início do séc. XX, a região vivia em total isolamento em relação ao resto
do país. Sua única via de comunicação era o rio da Prata. Os núcleos de mineração
criados no séc. XVIII permaneciam praticamente isolados. A construção da Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil (1905), ligando Corumbá, no Pantanal Mato-Grossense,
a Bauru (SP); a influência da expansão de Goiás e de Mato Grosso; a fundação
de Brasília (1960); e a construção de muitas rodovias cortando a região marcou o
início da integração do Centro-Oeste ao restante do país.
A maior parte da região é ocupada por planaltos com elevações achatadas, as
chapadas, que servem de divisores de águas entre as bacias dos rios Amazonas e da
Prata. O clima é tropical, com estações chuvosas e secas bem definidas. A vegetação
característica é o cerrado, com arbustos retorcidos e plantas de pequeno porte, mas
há zonas de florestas e de campinas.
A economia baseou-se, inicialmente, na exploração de garimpos de ouro e
diamantes e foi, gradativamente, sendo substituída pela pecuária. A transferência da
capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960, e a construção de ferrovias
que facilitaram o acesso em direção ao oeste, aceleraram o povoamento da região,
contribuindo para o seu desenvolvimento. Encontram-se nesta região as maiores
reservas de manganês do País, localizadas no maciço do Urucum, no Pantanal.
Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco exploradas.
Há um predomínio do extrativismo vegetal, o garimpo, a criação de gado zebu
e a cultura do arroz. Grandes proprietários rurais e empresas agroindustriais vêm
desenvolvendo projetos agropecuários em áreas, até então não utilizadas, introduzindo novas culturas (trigo, soja e café), que são praticadas segundo os padrões da
empresa agrícola (uso intensivo de fertilizantes, elevado grau de mecanização no
preparo do solo, no plantio e na colheita etc.). Também estão sendo formadas novas
pastagens para a criação de gado, ainda segundo a lógica da agroindústria.
O turismo como atividade econômica vem se desenvolvendo rapidamente
na região, atraindo visitantes de várias partes do mundo, que procuram desfrutar
da riqueza da flora e da fauna do Pantanal, bem como da paisagem das chapadas
encontradas nos Estados de Goiás e Mato Grosso.
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Meio ambiente
O desmatamento é a principal causa de impacto na qualidade de vida da população
da maioria dos municípios (57%) da região, segundo pesquisa Perfil dos Municípios
Brasileiros, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
2002. No início dos anos 1990, restavam apenas 20% da vegetação original do cerrado.
Em 2000, o Pantanal recebe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) o título de patrimônio natural da humanidade.
Formação da população
Ainda no Brasil colônia, o povoamento do Centro-Oeste resulta de dois movimentos migratórios. Um vem do Sul e do Sudeste, em virtude do transporte de gado
das fazendas que ali começaram a instalar-se e da ação dos bandeirantes paulistas.
Outro movimento vem do Nordeste, também ligado ao comércio de gado, que acaba
criando e fortalecendo os primeiros povoados da região.
A partir do século XVII, imigrantes portugueses se fixam ali, vindos de São
Paulo e da Bahia, misturando-se aos índios. Do Paraguai e da Bolívia chegam os
espanhóis. Os negros, trazidos para as fazendas de gado no período da escravidão,
também compõem a população.
No século XX, as maiores ondas migratórias vêm do Nordeste e ocorrem a partir
dos anos 1950, com a construção da nova capital federal, Brasília. Nessa época,
grandes contingentes populacionais provenientes do Sul e do Sudeste também chegam à região em busca de emprego e melhores oportunidades. Mais recentemente, o
movimento migratório origina-se de duas regiões em particular: Nordeste e Norte.
De cada três pessoas que deixam a Região Norte, uma se dirige para o Centro-Oeste,
de acordo com o Censo Demográfico de 2000, do IBGE.
Relevo
Predominam os planaltos e 70% das terras têm altitudes superiores a 300 m.
Há três unidades de relevo: o Planalto Central, o Planalto Meridional e a Baixada
do Pantanal.
O Planalto Central estende-se do nordeste da região ao extremo oeste de Minas
Gerais e ao sul da Amazônia. É constituído por terrenos formados entre 4 bilhões e 500
milhões de anos atrás, cobertos em algumas áreas por sedimentos. Nele se distinguem
duas subunidades: o Planalto Sul-Amazônico e o Planalto de Goiás.
O Planalto Sul-Amazônico ocupa o norte da região. Apresenta chapadões (extensas superfícies aplainadas pela ação de agentes externos ou pelo acúmulo de sedimentos). Através deles correm os rios da bacia amazônica. Possuem uma altitude média
de 200 m e são separados por trechos mais elevados, as serras, que atingem de 300 a
500 m. Em sua parte sul, aparecem a serra dos Parecis, a chapada dos Guimarães, a
serra Azul e a serra dos Coroados, com altitudes entre 500 e mil metros. Em seguida,
transformam-se em patamares (200 a 300 m), que descem em direção ao Pantanal.
Seu limite a leste é o Espigão Mestre ou Serra Geral de Goiás (850 m).
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O Planalto de Goiás localiza-se no sudeste de Goiás. Aí estão as maiores altitudes da região: serra de Pouso Alegre (1.341 m), chapada dos Veadeiros (1.150 m),
serra dos Pireneus (1.040 m).
O Planalto Meridional apresenta duas subunidades: a Depressão Periférica e o
Planalto Arenito-Basáltico. Começa ao sul da região com a Depressão Periférica,
área mais baixa, em que predominam sedimentos formados há cerca de 300 milhões
de anos. Em seguida, vêm as escarpas (serras) do Planalto Arenito-Basáltico, com
terrenos formados entre 190 e 60 milhões de anos atrás, associados em alguns trechos a derrames de rochas vulcânicas. Essas escarpas recebem os nomes locais
de serras de Maracaju (600 m), no estado de Mato Grosso do Sul, e do Caiapó
(900 m), em Goiás. O Planalto Arenito-Basáltico desce suavemente em direção aos
rios Paranaíba e Paraná, onde as altitudes são de 200 a 300 m.
Vegetação
Predominam os cerrados, com arbustos de galhos retorcidos e plantas rasteiras.
As árvores por vezes aparecem isoladamente ou formam pequenos bosques, chamados capões. Neste último caso, o cerrado recebe o nome de cerradão.
Os campos limpos ou campinas aparecem principalmente ao sul da região:
são chamados Campos de Vacaria. Têm vegetação herbácea, com raros arbustos e
nenhuma árvore.
As florestas são encontradas nas áreas em que mais chove, como no Planalto
Sul-Amazônico (a hiléia mato-grossense), lugar em que aparecem as matas de
babaçuais. Nas zonas de cerrado, as florestas também podem surgir seguindo o
curso dos rios ou em forma mais compacta no chamado “Mato Grosso de Goiás”,
no sudeste do estado de Goiás.
O Pantanal possui uma vegetação típica, verdadeira síntese da região. É o chamado “complexo do Pantanal”, em que aparecem misturadas plantas do cerrado, da
hiléia, conjuntos de palmeiras e vegetação característica de terrenos alagadiços.
Turismo
Nessa região, o turismo gira em torno das belezas naturais. A mais conhecida
é o Pantanal, a maior bacia inundável do mundo, com vegetação e fauna variadas.
Outros atrativos são as chapadas – como a dos Guimarães e a dos Veadeiros, em
Goiás. No sudoeste goiano destaca-se o Parque Nacional das Emas.
Há também grande afluxo turístico em direção a Brasília, a capital do país, fundada
em 1960 e caracterizada pela moderna arquitetura. As cidades históricas de Pirenópolis
e Goiás, ambas no estado de Goiás, preservam construções com mais de 200 anos.
Declarada patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas (ONU),
a cidade de Goiás, tradicionalmente chamada de Goiás Velho, passa em 2002 por um
processo de recuperação de parte do casario colonial, destruído por uma enchente. Em
Mato Grosso do Sul, tem grande desenvolvimento o ecoturismo, principalmente o
mergulho na região de Bonito, na serra da Bodoquena, ao sul do estado.
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Transportes
Por causa da construção de Brasília e da expansão das fronteiras agrícolas em
Mato Grosso, a rede de transportes da região se multiplica. A Ferronorte (Ferrovia
Norte do Brasil), que opera em alguns trechos, e a hidrovia Paraná-Tietê ajudam a
escoar as cargas da região para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Parcialmente em operação, a hidrovia Araguaia-Tocantins liga os estados de
Mato Grosso e Goiás ao Tocantins, Pará e Maranhão. Apesar de não estar em operação plena, sua utilização representa uma economia estimada em mais de 40%,
na comparação com o transporte rodoviário. A conclusão dessas obras de infraestrutura é fundamental para agilizar o transporte da produção agrícola e baratear
os custos. Um exemplo são as obras de recuperação da rodovia Santarém-Cuiabá,
cuja paralisação provocou protestos de agricultores, empresários e caminhoneiros.
Em 2006, o governo federal anunciou sua retomada. A urgência da execução desses
projetos não dispensa, porém, a análise de impacto ambiental, já que podem trazer
mais danos a uma região bastante afetada ecologicamente.
Situada no centro geográfico do Brasil, a Região Centro-Oeste possui uma
rede de transportes pouco desenvolvida, mas em franca expansão. Devido a seu
desenvolvimento recente, manifesta os efeitos de uma política de transportes claramente influenciada por uma mentalidade rodoviária. Assim ganham destaque
as ligações de Brasília com todas as outras capitais através de estradas imensas,
como a Brasília-Acre e Belém-Brasília. Além dessas, temos a Cuiabá-Porto Velho,
a Cuiabá-Santarém e a Transpantaneira, ligando Corumbá a Cuiabá e a muitos outros trechos do Pantanal Mato-grossense. Em termos de ferrovia, destaca-se a que
estabelece a ligação entre o Sudeste e a Bolívia.
A região dispõe, ainda, de aeroportos de grande movimento e é servida também
por pequenos aviões que a cruzam em todos os sentidos.
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Beneficiado por apresentar rios de planícies que facilitam a navegação, o CentroOeste tem na cidade de Corumbá o seu principal porto fluvial.
O estado de Goiás possui a segunda melhor e mais conservada malha rodoviária do país, apenas atrás de São Paulo. Nos últimos anos, o Governo Federal vem
investindo na duplicação de rodovias que ligam Goiânia a Brasília (BR-060), mas
a BR-153, principal acesso ao norte do país, está há anos sem receber manutenção,
principalmente no trecho entre Anápolis e Porangatu, na divisa com o Tocantins, neste
trecho ela está esburacada e abandonada pelo Governo Federal.
No Mato Grosso, o transporte é deficiente devido às grandes distâncias e a falta
de ajuda do governo federal. As estradas não oferecem segurança em grande parte
devido ao descaso das autoridades. No Mato Grosso do Sul houve sensível melhora
das rodovias nos últimos 10 anos, principalmente as rodovias federais e próximas a
Campo Grande.
Economia
Agricultura, Pecuária e Extrativismo. A agropecuária continua sendo a base da
economia do Centro-Oeste. Na produção agrícola, a região é a maior produtora de soja,
a segunda maior produtora de arroz e a terceira maior produtora de milho do Brasil. O
feijão, o tabaco, o amendoim, o algodão, a cana-de-açúcar, o café, a banana, a laranja,
o trigo, o girassol, o sorgo e o tomate também são cultivados na região Centro-Oeste.
O rebanho bovino é de cerca de 51 milhões de cabeças, concentrando-se principalmente no Pantanal, em Goiás e no Mato Grosso do Sul, que é o estado da região
Centro-Oeste com o maior número de cabeças. Em segundo lugar encontra-se a
criação de suínos, com maior destaque em Goiás. A produção de leite ocupa posição
destacada na economia da região Centro-Oeste.
O extrativismo vegetal e mineral aparece com alguma importância na vida regional. O babaçu e o cristal de rocha são as principais riquezas extrativas. Goiás é o
primeiro produtor de cristal de rocha e de amianto do país. Também se destacam o
manganês do Pantanal, a ipecacuanha, a borracha, a erva-mate, o ferro, a grafita, a
mica e os diamantes.
A atividade econômica baseava-se, inicialmente, nos garimpos de ouro e diamante,
que foram gradativamente sendo substituídos pela pecuária e pela agricultura.
O crescimento econômico da região deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do
setor agropecuário. Com mais de 65 milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino
do Centro-Oeste é o maior do país.
Na agricultura, os produtos mais importantes são o algodão, a cana-de-açúcar, o
milho, o sorgo e, principalmente, a soja, cuja colheita responde por quase metade da
produção nacional. A grande produção de grãos beneficia indiretamente a indústria e
o comércio. Por outro lado, a região enfrenta o desafio de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental. A adaptação da soja ao solo do cerrado devastou
grande parte da vegetação local e a cultura do grão avança perigosamente para o norte
de Mato Grosso, rumo à floresta Amazônica.
Os recursos minerais mais importantes são calcário, água mineral, cobre, níquel,
ferro-nióbio e amianto – cujo uso vem sendo proibido em alguns países e estados
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brasileiros por causar graves problemas à saúde quando inalado. No maciço do
Urucum, no Pantanal, estão as maiores reservas de manganês do país, que devido ao
difícil acesso, são pouco exploradas.
A Região Centro-Oeste é abastecida principalmente pela energia elétrica proveniente da Usina de Itaipu.
Em novembro de 2006, a Câmara dos Deputados aprova a recriação da Superintendência do Desenvolvimento Sustentável do Centro-Oeste (Sudeco), extinta na
década de 1990. Os objetivos do órgão são propor diretrizes para o desenvolvimento
regional e coordenar programas de extensão e gestão rural, entre outras atividades.
A proposta ainda seria analisada pelo Senado.
Urbanização
A região vive intenso processo de urbanização. Na década de 1970, a população
rural representava aproximadamente 60% do total de habitantes, índice que em 2004
cai para 13,7%.
Essa alteração decorre não só do êxodo rural, conseqüência direta dos programas
de mecanização da agricultura, mas também do aumento do fluxo migratório de outras
regiões para os centros urbanos do Centro-Oeste.
A nova distribuição populacional exige dos estados grandes investimentos em
infra-estrutura urbana e no setor de serviços. Atualmente, a Região Centro-Oeste
registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira.
Uma exceção é o Distrito Federal, que apresenta as melhores taxas de escolaridade, além da maior renda per capíta do país. No entanto, além de todas as melhores
taxas, as cidades-satélites de Brasília abrigam muitas favelas e sérios problemas de
escolaridade, carência habitacional e de transportes. Algumas dessas cidades surgem
como moradia dos candangos, nome pelo qual eram conhecidos os operários que
trabalharam na construção da nova capital no fim dos anos 1950.
Da década de 1970 em diante, chegam novas levas de migrantes, o que acaba
inchando as cidades-satélites. Os índices de violência nesses núcleos urbanos se
aproximam dos de regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro.
A construção de Brasília marca a região
Na década de 1970, de cada dez habitantes do Centro-Oeste, seis viviam no
campo. Em 2004, a situação era muito diferente: apenas um de cada dez fazia parte da
população rural. Em boa medida, isso foi conseqüência da migração rumo às cidades
da região, processo cujo marco é a inauguração de Brasília, em 1960.
A idéia de transferir a capital do país do Rio de Janeiro para o interior era antiga.
No século XVIII, o marquês de Pombal já pensava em transformar o Rio em capital
provisória para instalar a definitiva em algum ponto interno do território.
A interiorização voltou a ser discutida no início do século XX, e um marco foi
instalado no Planalto Central para comemorar o centenário da independência, em 7
de setembro de 1922. A Constituinte de 1946 também debateu o assunto. Obra central
do governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956/1961), Brasília fui construída
em três anos e meio, a partir de projeto urbanístico de Lúcio Costa. Oscar Niemeyer
é o autor do projeto arquitetônico.
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A capital passou a ser pólo de atração para migrantes. Atualmente, a Região
Centro-oeste abriga mais de 13 milhões de habitantes. O desenvolvimento do agronegócio marca a economia da região, e há boas perspectivas na área industrial e de
serviços. Elas ainda esbarram, porém, nas deficiências de infra-estrutura, principalmente no sistema de transportes.
Mato Grosso
Fonte: Almanaque Abril
O maior Estado da Região Centro-Oeste brasileira é, também, rico em potencial
turístico. Além de abrigar em sua Capital, Cuiabá, o Centro Geodésico da América
do Sul, oferece um ótimo clima tropical e as belezas inconfundíveis do Pantanal e do
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Em sua área reúne paisagens inesquecíveis e uma boa dose de atrações, em terra ou nas densas águas dos rios pantaneiros.
Ao som do chilrear dos pássaros, algumas chalanas – que outrora levavam ao povo
ribeirinho o comércio ambulante, – ainda navegam tranqüilas. A mística Chapada dos
Guimarães lembra a Ilha de Páscoa. Fica entre as bacias hidrográficas Amazônica e da
Prata, a 60 km de Cuiabá. As imensas formações rochosas pacientemente esculpidas
pela natureza intrigam os visitantes.
Situado no Centro-Oeste do Brasil, o estado do Mato Grosso foi o destino de
algumas das mais importantes expedições que partiram de São Paulo durante o século
XVIII para povoar o interior do País, criar entrepostos comerciais e encontrar jazidas
de ouro e pedras preciosas. Por suas terras, no século XIX, passaram artistas-aventu-
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reiros, como Hércules Florence e os cientistas que com ele viajaram na longa e fértil
expedição científica comandada pelo legendário barão de Langsdorff. A capital do
estado, Cuiabá, era – e ainda é – um ponto de chegada e de partida de um dos estados
brasileiros mais instigantes por sua localização e seus recursos naturais.
No Mato Grosso situa-se a Chapada do Guimarães, cenário único formado por
montanhas de arenito que parecem recortadas, lembrando, em seu formato, uma cidade de pedras, com despenhadeiros, canyons e cachoeiras fantásticas. Lá, também,
se localiza parte de um dos lugares mais curiosos do planeta: o Pantanal, maior região
alagável do mundo, onde a sucessão entre as cheias e as vazantes dos rios dá origem
a uma cadeia alimentar sem igual, povoando a região com uma fauna especialmente
variada.
Cortando o Pantanal, a Transpantaneira, uma estrada de terra, cheia de pontilhões
de madeira, proporciona ao longo de seu percurso um desfile das aves e mamíferos
da região. Construída nos anos 70, a Transpantaneira não chegou a ser concluída e
hoje serve principalmente para passeios turísticos. A viagem, de 145 quilômetros,
é recheada de surpresas, como revoadas de araras e desfiles de garças, capivaras,
jacarés, veados e muitos outros animais. A região abriga pelo menos 650 espécies de
aves, 80 de mamíferos e 50 de répteis.
Foi no Mato Grosso que os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas fizeram alguns dos primeiros trabalhos de aproximação com os índios do País e fundaram
a República Xingu, às margens do rio de mesmo nome. Hoje, o Parque Indígena do
Xingu possui uma área de 22 mil km², onde várias tribos vivem e preservam tradições
milenares e línguas em extinção. O Estado, com a quinta maior população nativa do
Brasil, é habitado por cerca de 15 mil índios.
Embora o Mato Grosso não tenha mais jazidas com o mesmo potencial das que
atraíram os colonizadores que para lá acorreram no século XVIII, o Estado conta
com uma produção de ouro estimada em 14 mil quilogramas anuais, destacando-se,
juntamente aos estados do Pará e de Rondônia, na exploração deste minério. Os
principais pólos mineradores estão divididos em cinco províncias auríferas: Baixada
Cuiabana, Peixoto Azevedo, Alta Floresta, Guaporé e Nova Xavantina.
Em 1977, o estado foi dividido em dois, dando origem, na sua porção sul, ao
estado do Mato Grosso do Sul. Além do extrativismo mineral, o novo estado do Mato
Grosso – o que manteve o nome original – baseia sua economia no extrativismo vegetal
(madeira de lei e carvão vegetal), na pecuária (gado de corte) e na agricultura. Entre
os produtos mais importantes estão o arroz, o feijão, o milho e a soja.
O Estado é recortado por três bacias hidrográficas. Ao norte, na bacia amazônica,
ficam rios como o Xingu, o Juruema, o Teles Pires e o Aripuanã; ao sul, a bacia platina
se alarga até o sudoeste do Mato Grosso através da rede do rio Paraguai; finalmente,
no extremo sul, na bacia do Tocantins, nasce o rio Araguaia, onde as praias e a pesca
são uma grande atração.
A localização estratégica do Mato Grosso o transforma em alternativa para a
ligação portuária com o Pacífico, através da cidade de Cáceres, no oeste do Estado,
na fronteira com a Bolívia, e desta para as cidades de San Matias e Santa Cruz de La
Sierra, na Bolívia, e aos portos do Chile e do Peru.
Fonte: MRE
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ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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Mancha
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Número de páginas
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