sebenta - geografia

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS
SEBENTA
EXAME DE ACESSO 2017
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
LÍNGUA PORTUGUESA | LÍNGUA INGLESA | MATEMÁTICA | GEOGRAFIA
| HISTÓRIA
GEOGRAFIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS
FICHA TÉCNICA
Título: Exame de Acesso 2016 - Ciências Sociais Aplicadas
Língua Portuguesa - Autores: Rita Dala, Ana Vasconcelos e João Bento.
Língua Inglesa - Autores: José Augusto, Sansão Norton e Théophile Wadigesil.
Matemática -Autores: Cláudio Bernardo, Francisco Gil e Leopoldina Paz.
Colaboradores - Walter Pedro, Luísa Vega, Paulo Kaminda, Joaquim Bumba,
Valdik Fonseca, Paulo Teka, Cláudia Matoso, Valdick Jaime, Manuel Cabenda,
António Delgado, Alexis Carrasco, Cândido João e Odayla Perez.
Geografia - Autores: Anabela Sapalalo, Solani Maurício e Alba Faria.
História - Autor: Nani Panzo Manuel.
Editores - Kátia Gabriel, Emanuel Tunga e Cláudio Bernardo.
Capas e Separadores - Assessoria de Comunicação e Imagem.
Morada
Av. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10
Talatona - Luanda - Angola
Telefone:+244 226 690 417
Email: [email protected]
© 2015
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE
TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS - ISPTEC
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
PREFÁCIO
Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico
de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de
auxiliar os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso,
realizados por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para
candidatos que pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos
mínimos necessários para frequentar os Cursos de Ciências Sociais Aplicadas desta
instituição, que é caracterizada pelos processos de ensino e aprendizagem com qualidade e
rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão universitária.
A sebenta contém conteúdos de quatro (4) disciplinas distribuídos da seguinte forma:
Língua Portuguesa: Tipo de texto; Categorias narrativas; Língua e comunicação;
Ortografia; Lexicologia; Verbos e tipos de conjugação.
Matemática: Conjuntos numéricos; Potenciação e radiciação; Equações algébricas;
Desigualdades algébricas; Exponenciais e logaritmos;Polinómios; Sequencias; Percentagens;
Noções básicas de derivadas.
Geografia: Os Continentes; Demografia; Agricultura; A indústria e seus reflexos na
organização do espaço; A importância económica e social dos transportes; Comércio
internacional de bens; Urbanização.
História: O tráfico de escravos; A colonização em África; A guerra fria; O processo de
globalização; A economia de mercado.
Cada disciplina referida aborda, de forma resumida, os conteúdos programáticos do Ensino
Médio de Angola, na área de Ciências Sociais.
Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a
orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos.
Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para
suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no
percurso do ensino médio.
i
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
GEOGRAFIA
NOTA INTRODUTÓRIA
A Geografia deve desenvolver competências relacionadas com a pesquisa, a observação, o
registo, o tratamento da informação, o levantamento de hipóteses, a formulação de
conclusões e a apresentação de resultados. A educação geográfica permite-nos aplicar
conceitos de localização/lugar, ambiente, região e interacção. Ao integrar as diferentes
características de um lugar, a Geografia desenvolve o processo de conhecimento do Mundo.
Porém, é importante ter o conhecimento do Mundo para desenvolver a percepção de que
todos os grupos humanos são interdependentes, considerando que partilham um sistema
ambiental comum. As acções realizadas por um grupo num determinado lugar ou região têm
um impacto no ambiente e nas populações de lugares longínquos.
Figura 4 - Globo terrestre
O planeta terra é constituído por grandes massas de terra, os continentes, separadas por
oceanos e mares. Assim, de acordo com a divisão actual, existem seis continentes: América,
Europa, África, Ásia, Oceania e a Antárctida.
A abordagem de cada um dos continentes será efectuada de forma transversal e
interdependente.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
CAPÍTULO 1 - ÁFRICA
1.1 Localização e Dimensões
O continente africano é um dos que possui a maior diversidade de etnias em todo o planeta.
Antes da colonização realizada pelos europeus, existiam mais de duas mil civilizações
diferentes. A população africana está estimada em 1,2 bilhões de habitantes, o continente
africanao tem uma extensão territorial de mais de 30 bilhões de km².
O continente africano é o terceiro maior continente do mundo com aproximadamente cerca
de 30.221.532 km2. A África é banhada a Este pelo Oceano Atlântico e a Oeste pelo Oceano
Índico. A Norte, é separada do continente europeu pelo Mar Mediterrâneo; a Nordeste, é
separada pela Ásia, pelo Mar Vermelho e pelo Canal do Suez que se localiza no Egipto.
Figura 5 -Continente Africano
Este continente tem duas principais regiões: África Subsaariana e África do Norte. A primeira
compreende toda a região desse continente que se encontra a sul do deserto do Saara,
caracterizada pela população negra e pela maior diversidade étnica. A segunda encontra-se
mais ao norte e compreende as populações africanas árabes. No entanto, de acordo com as
suas características geográficas e demográficas, poderá ser dividida em cinco regiões: África
Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
1.2 Países e Cidades de África
O continente africano é composto por 55 países independentes, sendo:

49 Continentais;

6 Insulares.
Abaixo, a Tabela de países africanos continentais, cada um com a sua respectiva capital e
data de independência.
Tabela 17 - Países africanos continentais
PAÍS
África do Sul
Angola
Argélia
Benin
Botsuana
Burquina Fasso
Burundi
Camarões
Chade
Congo, ex-Zaire
Congo
Costa do Marfim
Djibuti
CAPITAL
DATA DE INDEPENDÊNCIA
Pretória
31.05.1961
Luanda
11.11.1975
Argel
05.07.1962
Porto Novo
01.08.1960
Gaberone
30.09.1966
Uagadugu
05.08.1960
Bujumbura
01.07.1962
Iaundê
01.01.1960
Ndjamena
11.08.1960
Kinshasa
30.06.1960
Brazzaville
15.08.1960
Abidjan
05.08.1960
Djibouti
27.06.1977
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Tabela 18 - Países africanos continentais
PAÍS
Egipto
Eritreia
Etiópia
Gabão
Gâmbia
Gana
Guiné
Guiné-Bissau
Guiné Equatorial
Lesoto
Libéria
Líbia
Malawi
Mali
Marrocos
Mauritânia
Moçambique
Namíbia
Níger
Nigéria
CAPITAL
DATA DE INDEPENDÊNCIA
Cairo
28.02.1922
Asmará
24.03.1993
Addis Abeba
Libreville
17.08.1960
Banjul
18.02.1965
Acra
06.03.1957
Conakry
02.10.1958
Bissau
24.09.1973
Malabo
12.10.1968
Maseru
04.10.1966
Monróvia
26.07.1847
Trípoli
24.12.1951
Lilongwe
06.07.1964
Bamaco
22.09.1960
Rabá
02.03.1956
Nouakchott
28.11.1960
Maputo
25.06.1975
Windhoek
21.03.1990
Niamei
03.08.1960
Abuja
01.10.1960
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Tabela 19 - Países africanos continentais
PAÍS
Quênia
República Centro-Africana
Ruanda
Saara Ocidental
Senegal
Serra Leoa
Somália
Suazilândia
Sudão
Sudão do Sul
Tanzânia
Togo
Tunísia
Uganda
Zâmbia
Zimbábue
CAPITAL
DATA DE INDEPENDÊNCIA
Nairóbi
12.12.1963
Bangui
13.08.1960
Kigali
01.07.1962
Aaiun
27.02.1976
Dacar
20.06.1960
Freetown
27.04.1961
Mogadíscio
01.07.1960
Mbabane
06.09.1968
Cartum
01.01.1956
Juba
09.07.2011
Dodoma
09.12.1961
Lomé
27.04.1960
Túnis
20.03.1956
Kampala
09.10.1962
Lusaka
24.10.1964
Harare
18.11.1980
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Países Insulares
Para além dos países continentais, a África conta também com seis ilhas importantes
apresentadas na Tabela abaixo.
Tabela 20 - Países insulares
ILHA
CAPITAL
DATA DE
INDEPENDÊNCIA
Ilha de Madagáscar
Antananarivo
26.06.1960
Ilhas de Cabo Verde
Cidade de Praia
05.07.1975
Ilhas de Comores
Moroni
06.07.1975
Ilhas Maurício
Port Louis
12.03.1968
Ilhas São Tomé e Príncipe
São Tomé
12.07.1975
Ilhas Seychelles
Victoria
29.06.1976
1.3 Os Portos Mais Importantes
Um porto é definido como sendo uma parcela, abrigada de ondas e correntes, que se localiza
à beira de um oceano, mar, lago ou rio. Esta parcela é destinada ao carregamento e
descarregamento de bens e ao estoque temporário dos mesmos; também serve de
instalações para o movimento de pessoas e carga ao redor do sector portuário, e, em alguns
casos, terminais especialmente designados para acomodação de passageiros.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Figura 6 - Os Portos mais importantes
Figura 7 - Cidades e principais portos de África
Existem
alguns
aspectos
que
se
tornam
indispensáveis
para
um
porto
que
são
nomeadamente:
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
 A presença de canais profundos de água (a profundidade ideal varia com o calado das
embarcações);
 Acesso à vias de comunicação terrestre como estradas e ferrovias;
 Protecção contra o vento e ondas.
Os portos de carga bastante movimentados devem ter obrigatoriamente acesso a uma vasta
rede ferroviária que liga o porto a outras regiões industriais e/ou agrícolas, permitindo deste
modo o escoamento de produtos a outras regiões do país e do mundo.
Para a manuntenção dos portos é importante a aplicação de políticas integradas de qualidade,
ambiente, segurança e saúde no trabalho, que garantam a plena satisfação dos seus usuários
e clientes. Os principios que norteam estas politicas reflectem-se em:
 Cumprimento dos requisitos legais, regulamentares e normativos aplicáveis aos serviços
prestados, aspectos ambientais e à saúde e segurança;
 Identificação e minimização dos riscos existentes que permitirá à implementação de acções
correctivas e preventivas, de modo a eliminar qualquer factor de risco nas suas instalações.
 Melhoraria da qualidade e eficácia dos serviços prestados;
 Prevenção, controlo e minimização da poluição, nomeadamente os resíduos gerados pelas
suas actividades, que promovem o recurso ao investimento nas novas tecnologias e
processos menos poluentes;
1.4 Os Sistemas Fluviais e as Bacias Hidrográficas
Na região do equador a drenagem é bastante desenvolvida, resultante da presença do rio
Congo, que é detentor do segundo maior escoamento do planeta, com aproximadamente
41.000 m3/segundo. O Níger, por sua vez, é o principal rio da África Ocidental com cerca de
4.800km. A sul destacam-se os rios, Orange com aproxidamente 2.200 km, Zambeze - 2.574
km e o Limpopo - 1.600 km. Muitos dos rios e cascatas reduzem o potencial para a
navegação, mas por outro lado, fornecem grande potencial hidroeléctrico. Destacam-se as
cataratas Vitória, no rio Zambeze, e Boyomsa, uma série de cataratas no rio Congo.
A principal região lacustre está no Grande Rift Valley, onde estão localizados os Lagos Vitória,
Albert, Tanganica e Niassa ou Malawi. Por estarem relacionados ao relevo modificado pelos
movimentos das placas tectónicas, os mesmos são chamados de lagos tectónicos. O maior
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
lago da África é o Lago Vitória, no platô entre as ramificações do Rift Valley, com uma área
total comparável ao território da Irlanda e repleto de nascentes que se dirigem para o rio
Nilo. O único grande lago natural localizado fora da África Oriental é o Lago Chade, no
extremo sul do Saara. O tamanho deste lago varia, dependendo das chuvas sazonais, mas a
sua área foi intensamente reduzida nas últimas décadas devido às práticas agrícolas que
desconsideraram a sua conservação.
Figura 8 - Rede e Bacia hidrográfica respectivamente.
1.5 A População de África: Principais Características Sócioeconomicas
Como os censos de muitos países africanos não estão actualizados, não é possível chegar a
um dado preciso sobre a população do continente africano. As estimativas dão conta de que
a população do continente esteja entre 800 milhões e um bilhão de habitantes (estimativa de
2010).
Como o território africano é muito extenso (30,2 milhões de km2), a densidade demográfica
é baixa (cerca de 30 habitantes por km2). Esta população também se distribui irregularmente
pelo continente. Grande parte da população se concentra nas grandes cidades dos países
litorâneos.
As áreas ocupadas por desertos e florestas densas são praticamente inabitadas, enquanto as
regiões litorâneas e o vale do rio Nilo apresentam grandes concentrações populacionais.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Vale ressaltar também que grande parte da população africana se encontra na zona rural. A
população urbana só é maior do que a rural em países como, por exemplo, Tunísia, Argélia e
Líbia.
1.5.1 Etnias
Existem vários grupos étnicos em África. Cerca de 80% da população é formada por diferentes
povos negros, que ocupam, principalmente, as regiões Central e Sul do continente (ao sul do
deserto do Saara). Esta região é conhecida como “África Negra”. Os principais grupos étnicos
que habitam esta região são: Bantu, Sudaneses, Bosquímanos, Pigmeus, Nilóticos.
Já os brancos (Berberes, Árabes e Caucasianos) habitam, principalmente, a região
Setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara. Por isso essa região é conhecida
como “África Branca”.
1.5.2 Faixas Etárias
Grande parte da população africana é formada por jovens, pois o continente apresenta taxas
elevadas de natalidade. A expectativa de vida no continente é baixa, em função do
subdesenvolvimento de grande parte dos países.
1.5.3 Cidades Mais Populosas de África
Apesar das cidades serem centros urbanos onde concentram-se a maior parte de
infraestruturas de uma economia, também é onde criam-se focos de grande instabilidade
social, razão pela qual são classificadas de regiões mais populosas.
Assim, em África destacam-se as seguintes cidades apresentadas na Tabela abaixo.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Tabela 21 - Cidades mais populosas de África
CIDADE
Nº DE HABITANTES
Lagos na Nigéria
9,9 milhões
Kinshasa na República Democrática do Congo
8,9 milhões
Cairo no Egipto
8,1 milhões
Ibadan na Nigéria
5,1 milhões
Alexandria no Egipto
4,4 milhões
1.5.3.1 Estrutura Sociodemográfica do Continente Africano: Pirâmides Etárias
A Figura 3 apresenta a composição de uma população, segundo o sexo e a idade. Nesta
pirâmide verifica-se que as mulheres estão destacadas do lado direito e os homens do lado
esquerdo.
O eixo vertical representa o grupo de idades, geralmente em intervalos de 4 em 4 anos. O
eixo horizontal representa os valores absolutos da população em percentagem. A forma da
pirâmide reflecte: a taxa de natalidade, taxa de mortalidade e a esperança média de vida de
um país.
Figura 9 - Pirâmide etária
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
1.6 Os Problemas de Desenvolvimento na África
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral existe desde 1992, quando foi
decidida a transformação da SADCC (Southern Africa Development Co-ordination Conference
ou Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral), criada em 1980
por nove dos estados membros. Em 2011, a SADC engloba 14 países do sul de África.
Os países membros somam uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e
um PIB de aproximadamente 700 biliões de dólares, valor importante, especialmente
levando-se em conta as economias dos países vizinhos.
A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais como secas
prolongadas, a grande prevalência do SIDA e a pobreza. As principais metas do grupo para a
erradicação destes problemas são:

Promover o crescimento e desenvolvimento económico, aliviar a pobreza, aumentar a
qualidade de vida do povo, e prover auxílio aos mais desfavorecidos;

Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns;

Promover a paz e a segurança;

Promover o desenvolvimento sustentável por meio da interdependência colectiva dos
estados membros e da autoconfiança;

Atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais;

Promover e maximizar a utilização efectiva de recursos da região;

Atingir a utilização sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente;

Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da
região.
O financiamento dos projectos é obtido através de duas maneiras principais. A primeira, e a
mais importante, é a contribuição de cada um dos membros, com o valor baseado no PIB de
cada um; a segunda, é através da colaboração de parceiros económicos internacionais, como
a União Europeia e alguns países desenvolvidos, que dependem do projecto a ser
desenvolvido.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ÁFRICA
Figura 10 - Continente
1.
Ao nível da dimensão geográfica, África é:
a) O maior continente do mundo
b) O terceiro maior continente do mundo
c) O menor continente do mundo
d) O sétimo maior continente do mundo
2.
A maior ilha do continente Africano é a ilha de:
a) Madagáscar
b) Cabo Verde
c) São Tomé e Príncipe
d) Guiné
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
3.
As capitais dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa:
a) Luanda, Maputo, Praia, Bissau, São Tomé
b) Luanda, Lesoto, Praia, Bissau, São Tomé
c) Lobito, Maputo, Praia, Bissau, São Tomé
d) Luanda, Maputo, Rio de Janeiro, Bissau, São Tomé
4.
São cerca de 54 países africanos. Destes países:
a) Seis têm o português como língua oficial
b) Cinco têm o português como língua oficial
c) Três têm o português como língua oficial
d) Nenhum país africano tem como língua oficial o português, porque neste momento
todos os países africanos são independentes.
Soluções:
1. B
2. A
3. A
4. B
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
CAPÍTULO 2 - AS AMÉRICAS
2.1 O Continente Americano
O continente americano é uma porção de terras banhadas pelo Oceano Atlântico a Leste e
pelo Oceano Pacifico a Oeste. Trata-se de dois blocos continentais ao norte e ao sul unidos
por um istmo (pequena faixa de terras situadas entre dois mares), veja o mapa abaixo:
Figura 11 - Américas
Com uma população de aproximadamente um bilão de habitantes e uma área territorial de
42.549.000km2, a América é o segundo continente (a seguir a Ásia) e conta com cerca de
14.2% da população mundial. Ao todo, são 35 países independentes e 16 colónias.
Normalmente, esse continente é chamado de “Novo Mundo”, mas na realidade não significa
que ele seja mais novo do que os outros continentes, pois esta denominação foi criada após
os descobrimentos pelos europeus, tratando-se, portanto, de uma visão eurocêntrica da
América.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Na verdade, do ponto de vista geológico, o continente americano é considerado antigo, pois
o seu relevo demonstra evidências de que está exposto há mais tempo aos agentes externos
de transformação (vento, água, chuvas, clima, entre outros).
Falando em relevo, a estrutura física da América apresenta duas grandes cadeias de
montanhas, uma localizada mais a Norte, chamada de “Montanha Rochosas” e outra
localizada mais a sul, chamada de “Cordilheira dos Andes”, ambas localizadas na parte oeste
do continente e originadas pelo contacto entre placas tectónicas.
Existem alguns planaltos na parte leste da América – tanto no Norte como no Sul. São eles:
Planalto Guiano (norte da América do Sul), Planalto Central Brasileiro, Planalto da Patagônia
(na Argentina), Escudos Canadenses e os Montes Apalaches (oeste dos Estados Unidos).
Quanto à localização, a América encontra-se em três hemisféricos diferentes: o Norte, o Sul
e o Oeste. A Linha do Equador praticamente corta o continente ao meio, assim como os
Trópicos de Câncer e de Capricórnio, sendo o único continente a situar-se em todas as zonas
térmicas do planeta.
Esse continente possui vários tipos de divisões regionais, das quais podemos destacar duas.
Uma divide-o em América do Norte, Central e do Sul, e a outra divide-o em América AngloSaxónica e Latina.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Figura 12 - Américas
Em termos económicos, registam-se grandes assimetrias entre os países do continente, que
se traduzem em índices de desigualdade relevantes. Os países que fazem parte da América
do Norte são os únicos desenvolvidos do continente, apresentando a maior parte do Produto
Interno Bruto. Alguns países como Brasil, Argentina, Uruguai e México são considerados
nações emergentes. Os demais são classificados como subdesenvolvidos.
2.2 Tipos de Clima do Continente Americano
 Clima Tropical: temperatura elevada, superior a 20°C. As chuvas concentram-se
no verão, e o inverno é seco. É o clima dominante na América Central e nas regiões
Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Clima Equatorial: característico das áreas próximas à linha do Equador. É muito
quente e húmido, com alto nível de pluviosidade. É o clima dominante na Amazônia
e em algumas regiões da América Central.

Clima Subtropical: tipo climático de transição entre as zonas temperada e a
tropical com invernos amenos e verões quentes. É o clima predominante na
Argentina, no Uruguai, no centro e leste dos Estados Unidos e no sul do Brasil.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
197
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas

Clima Desértico: sua característica é a escassez de chuvas e as altas
temperaturas (superiores a 30°C). Esse tipo de clima ocorre na Califórnia, no
noroeste do México, no Peru e no norte do Chile.

Clima Temperado: as características desse tipo de clima variam conforme a área.
Nas planícies centrais, na costa leste do Canadá e dos Estados Unidos, o verão é
quente e o inverno muito frio, com temperaturas negativas.

Clima Frio: caracteriza-se pelas temperaturas baixas; o verão é curto, o inverno
é longo e muito frio, com precipitação de neve. Esse é o tipo de clima dominante
no Alasca, no Canadá, no norte dos Estados Unidos e no sul do Chile.

Clima Mediterrâneo: limitado a uma estreita faixa na Califórnia e outra no litoral
do Chile. Suas características são: invernos chuvosos e verões secos.

Clima Semi-árido: é muito quente, as chuvas são poucas e muito mal
distribuídas. Esse é o clima do Sertão do Nordeste brasileiro e de uma faixa de
terra limitada por montanhas na região central dos Estados Unidos, no norte do
México e no sul da Argentina.

Clima Frio De Alta Montanha: prevalece nas áreas mais elevadas das Montanhas
Rochosas e da Cordilheira dos Andes, no oeste do continente.

Clima Polar: é caracterizado por temperatura muito baixa (- 10°C). As
precipitações são em forma de nevascas em todas as estações do ano. As regiões
de clima polar se localizam no norte do Canadá e na Groelândia.
Actualmente, são poucas as áreas do continente americano que apresentam
vegetação original ou primitiva que não tenham sofrido interferência humana.

Tundra: é a vegetação do extremo norte da América, onde predomina clima polar.
Trata-se de uma formação vegetal rasteira que aparece por um período de
aproximadamente quatro meses durante o verão polar.

Floresta De Coníferas: também conhecida como Taiga ou Floresta Boreal, é uma
formação vegetal bastante homogênea, com árvores em forma de cone, como os
pinheiros. Localizada em áreas de clima frio, a Floresta Boreal apresenta pouca
variedade de espécies.

Floresta Temperada: situa-se em áreas de clima temperado oceânico. As árvores
eliminam as folhas antes da chegada do inverno. Por isso, essa formação vegetal
também é conhecida como Floresta de Folhas Caducas ou Decíduas, que significa
“que caem”.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas

Pradaria: é formada basicamente por gramíneas, podendo ocorrer alguns
arbustos. É uma vegetação típica do clima temperado continental.

Estepe: ocorre nas áreas de clima semi-árido do continente americano,
nomeadamente nos Estados Unidos, no México e na Argentina e a nordeste do
Brasil. A Estepe é uma vegetação rasteira dominada por pequenas plantas.

Desertos: são áreas marcadas pela intensa aridez, isto é, pela pouca ocorrência
de chuva. Na América, os Desertos ocorrem na Califórnia (Estados Unidos), no
noroeste do México, na costa do Peru, no norte do Chile e no sul da Argentina.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
CAPÍTULO 3 - EUROPA
Apesar de ser um dos menores continentes do mundo, a Europa, é considerado o mais
importante em termos políticos. Pois, foi a partir deste continente que se constituiu e se
expandiu o sistema capitalista e os seus valores económicos, políticos, sociais, e culturais. As
ciências também são, na sua maioria, provenientes desse continente, pois foi nele que os
gregos criaram a Filosofia.
Entre os 49 países que compõem a Europa, podemos citar: Alemanha, Espanha França,
Portugal, Inglaterra, Itália, Suécia, Noruega, Finlândia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça,
Rússia, entre outros.
Tem uma extensão territorial de mais de 10 milhões de km² e a população é de
aproximadamente 800 milhões de habitantes.
Figura 13 - Europa
3.1 Relevo Europeu
O relevo europeu mostra grande variação dentro de áreas relativamente pequenas. As regiões
do sul são mais montanhosas, porém, na região do norte o terreno desce dos
altos Alpes, Pirenéus e Cárpatos, através de planaltos montanhosos, baixas planícies do
norte, que são vastas a leste. Esta planície estendida é conhecida como a Grande Planície
Europeia e no seu coração encontra-se a Planície do Norte da Alemanha. Um arco de terras
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
altas, também existe ao longo da costa norte-ocidental, que começa na parte ocidental da
ilha
da Grã-Bretanha e
da Irlanda,
e
continua
ao
longo
da
montanhosa
coluna,
com fiordes cortados, da Noruega.
As sub-regiões como a península Ibérica e a península Itálica contêm as suas próprias
características complexas, como faz a própria Europa Central continental, onde o relevo
contém muitos planaltos, vales de rios e bacias que complicam a tendência geral. As subregiões como a Islândia, a Grã-Bretanha e a Irlanda são casos especiais. A Islândia é uma
terra independente no oceano do norte, que é considerada como parte da Europa, por outro
lado, a Grã-Bretanha e a Irlanda, são zonas de montanha que anteriormente foram parte do
continente até serem cortadas da massa de terra principal1 pelo nível do mar.
Figura 14 - O Relevo da Europa
1
Esta descrição é simplificada.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
201
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
3.2 Rede Hidrográfica Europeia
O continente apresenta uma complexa rede hidrográfica, com grandes rios como o Volga,
na Rússia, e o Danúbio, que atravessa territórios, delimitando as fronteiras da Áustria,
Alemanha, Croácia, Hungria, Roménia, Ucrânia, Sérvia, República Checa e Bulgária. O maior
rio da Europa em termos de caudal, é o rio Volga, que tem a sua nascente no planalto de
Valdai no norte da Rússia, corre pela planície russa e desagua no cesaro do afluente da Europa
no mar Cáspico.
No continente Europeu podem ser encontrados vários e maraviolhosos lagos, mas aquele que
se destaca em extensão é o Mar Cáspio, localizado na divisão com a Ásia e que possui 371
mil km²; e o lago Ládoga, na Federação Russa. Porém, o maior lago totalmente europeu, isto
é, que nasce, corre e termina na Europa, é o Lago Ládoga, com 17 700 km² de área. Outros
lagos extensos são o Onega, o Vänern, o Saimaa, o Vättern, entre outros.
3.3 Clima Europeu
O clima europeu é normalmente temperado, visto que o continente é submetido a correntes
de ventos do oeste.
Em alguns países da Europa central, o clima mais ameno em comparação com outras áreas
da mesma latitude de todo o mundo devido à influência da Corrente do Golfo. A Corrente do
Golfo é o apelido de "aquecimento central da Europa", porque torna o clima destes países da
Europa mais quente e mais húmido (como é o caso de Portugal e Espanha). A Corrente do
Golfo não só leva água quente à costa da Europa, mas também aquece os ventos que sopram
de oeste em todo o continente do Oceano Atlântico.
Em termos de temperatura podemos fazer por algumas comparações entre cidades do mundo
que sencontram na mesma latitude com outras cidades da Europa: a temperatura média
de Nápoles durante todo o ano, é de 16 °C (60,8 °F), enquanto a de Nova Iorque, que é
quase
na
mesma latitude,
em
média
regista
os
12 °C
(53,6 °F). Berlim,
na Alemanha; Calgary, no Canadá, e Irkutsk, na parte asiática da Rússia, estão em torno da
mesma latitude, mas as temperaturas de Janeiro, em Berlim, rondam em média os 8 °C
(15 °F), mais elevadas do que aquelas registadas em Calgary, e são quase 22 °C (40 °F) mais
elevadas do que as temperaturas médias em Irkutsk.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
202
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
3.4 Demografia
Desde o Renascimento, a Europa teve uma grande influência na cultura, economia e
movimentos sociais do mundo. As invenções mais significativas tiveram origem no mundo
ocidental, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Algumas questões actuais e
passadas na demografia europeia incluíram emigração religiosa, relações raciais, imigração
económica, taxa de natalidade decrescente e envelhecimento da população.
Figura 15 - Estrutura etária da população portuguesa 1950 - 2005
Em alguns países como a Irlanda e a Polónia, o acesso ao aborto é actualmente limitado. No
passado, tais restrições bem como as que incidiam sobre o controlo artificial da natalidade
eram comuns em toda a Europa. O aborto continua a ser ilegal na ilha de Malta, onde
o catolicismo é
a religião
do
Estado.
Além
disso,
três
países
europeus
(Países
Baixos, Bélgica e Suíça) e a Comunidade Autónoma da Andaluzia (Espanha) têm permitido
uma forma limitada de eutanásia voluntária para doentes terminais.
Em 2005, a população da Europa era estimada em 731 milhões de acordo com as Nações
Unidas, que é um pouco mais do que um nono da população mundial. Um século atrás, a
Europa tinha quase um quarto da população mundial. A população da Europa cresceu no
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
203
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
século passado, mas nas outras regiões do mundo (especialmente na África e na Ásia), a
população tem crescido muito mais rapidamente. Dentre os continentes, a Europa tem uma
densidade populacional relativamente alta, perdendo apenas para a Ásia.
O país mais densamente povoado da Europa é a Holanda, terceiro no ranking mundial após
a Coreia do Sul e Bangladesh. Pan e Pfeil (2004) contam 87 distintos "povos da Europa", dos
quais 33 formam a maioria da população em pelo menos um Estado soberano, enquanto os
54 restantes constituem minorias étnicas.
Segundo a projecção de população da ONU, a população da Europa pode cair para cerca de
7% da população mundial até 2050, ou 653 milhões de pessoas (variante média, 556 a 777
milhões em baixa e alta variante, respectivamente). Neste contexto, existem disparidades
significativas entre regiões em relação às taxas de fertilidade. O número médio de filhos por
mulher em idade reprodutiva é de 1,52. De acordo com algumas fontes, essa taxa é maior
entre os europeus muçulmanos. A ONU prevê o declínio contínuo da população de vastas
áreas da Europa Oriental. A população da Rússia está a diminuir em pelo menos 700 mil
pessoas a cada ano. O país tem hoje 13 mil aldeias desabitadas.
A Europa é o lar do maior número de migrantes de todas as regiões do mundo, em 70.6
milhões de pessoas, segundo um relatório da OIM. Em 2005, a UE teve um ganho líquido
global de imigração de 1,8 milhão de pessoas, apesar de ter uma das maiores densidades
populacionais do mundo. Isso representou quase 85% do crescimento populacional total da
Europa. A União Europeia pretende abrir centros de emprego para trabalhadores migrantes
legais de África.
A emigração da Europa começou com os colonos espanhóis no século XVI, e com
colonos franceses e ingleses no século XVII. Mas os números mantiveram-se relativamente
pequenos até ondas de emigração em massa no século XIX, quando milhões de famílias
pobres deixaram a Europa.
Hoje, uma grande população de ascendência europeia é encontrada em todos os continentes.
A ascendência europeia predomina na América do Norte e, em menor grau, na América do
Sul
(principalmente na Argentina, Chile, Uruguai e Centro-Sul do Brasil). Além disso,
a Austrália e
a Nova
Zelândia têm
grandes
populações
de
descendentes
europeus.
A África não tem países de maioria de descendentes de europeus, mas há minorias
significativas, como a dos brancos Sul-Africanos. Na Ásia, as populações descendentes de
europeus (mais especificamente russos) predominam no Ásia Setentrional.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
204
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
De acordo com os pontos de vista espacial e económico, pode-se dividir o continente
em: Europa Ocidental, Europa Setentrional, Europa Centro-Oriental e Europa Meridional.
Sendo:

Europa Ocidental: região que abrange alguns dos chamados países atlânticos, ou seja,
banhados pelo oceano Atlântico(Reino Unido, Irlanda e França); os que mantêm relação
directa com o Atlântico através do mar do Norte: Países Baixos, Bélgica e Alemanha; e os
países sem saída para o mar, mas que estão directa ou indirectamente vinculados ao
Ocidente (Áustria, Suíça, Luxemburgo e Liechtenstein).

Europa Setentrional: região que engloba a Noruega e a Suécia, localizadas na península
Escandinava,
além
da
Finlândia, Islândia e Dinamarca;
abrange
também
a Estônia, Letônia e Lituânia, que a partir de 1990 se tornaram independentes da
então União Soviética. A inclusão desses países na região justifica-se por motivos
económicos e pela sua proximidade étnica e cultural com os finlandeses.

Europa Centro-Oriental: É formada pelo conjunto dos antigos países socialistas do Leste
Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia, Bulgária, Albânia, Sérvia,
Montenegro, Kosovo, Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Macedónia e pelas
repúblicas que constituím a antiga União Soviética em sua parte europeia: Bielorrússia,
Ucrânia, Moldávia, Geógia, Azerbaijão e a Russia Europeia.

Europa Meridional: região que, também chamada de mediterrânea, compreende os
países
situados
no
sul
do
continente,
quase
todos
banhados
pelo
mar
Mediterrâneo: Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Turquia europeia, além de vários microestados - Vaticano, San Marino, Mónaco, Malta e Andorra.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
205
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CAPÍTULO 4 - ÁSIA
4.1 Localização e Dimensões
O continente asiático está localizado na sua maioria, no hemisfério norte (oriental e
setentrional). Ao norte, a Ásia é banhada pelo Oceano Ártico; ao sul pelo Oceano Índico; ao
leste pelo Oceano Pacífico e a oeste faz fronteira com a Europa e África.
Além de ser o maior dos continentes, é também o que possui a maior população do planeta.
A sua área total é de quase 45 milhões de km² e a população actual está estimada em 3,6
bilhões de pessoas. É na Ásia que se encontra o ponto mais alto do mundo, o Monte Everest,
com 8.848m de altura.
Entre os 53 países que fazem parte da Ásia, podemos citar: Japão, China, Índia , Coreia do
Norte, Coreia do Sul, Singapura, entre outros. Nela também se encontra uma região que
apresenta as relações políticas mais conflituosas do mundo: o Oriente Médio.
Figura 16 - Ásia

O continente asiático tem uma área de 44.482.000 km², por isso, é o maior continente
do mundo com 29,4% de terras emersas.

É também considerado o continente mais populoso do mundo com 3,95 bilhões de
habitantes (pouco mais de 60% da população mundial).
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
206
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Figura 17 - Ásia
O clima da Ásia pode ser dividido em quatro regiões climáticas:

Clima Siberiano no extremo norte da Ásia: temperaturas baixíssimas, presença de
tundra ao norte, taiga no centro e estepes ao sul.

Clima Mediterrâneo no Ásia Menor: verões quentes e secos e invernos com muita
chuva.

Clima Desértico na Síria, Arábia, Índia e Irão: regiões com temperaturas elevadas
durante o dia e frias à noite. Regiões áridas com baixo índice pluviométrico (chuvas).

Clima de Monções na Ásia Oriental e Meridional: inverno seco e verão extremamente
chuvoso.
4.2 Relevo Asiático
É
um
continente
que
apresenta
características
contrastantes:
enormes terras
baixas de aluvião e de litoral e grandes formações planálticas com cordilheiras muito altas,
que se tornam extensas por uma vasta área centro-meridional, entre os territórios
nacionais turco e indonésio.
Isso
tudo
faz
do
continente
asiático
o
único
com
aproximadamente 1 0000 metros de cota altimétrica média. As montanhas de maior altitude
estão localizadas na cordilheira do Himalaia, mas existem outras que se espalham por toda a
área territorial, situando-se no continente asiático as 18 montanhas mais altas do mundo.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
207
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
O relevo asiático é caracterizado pela apresentação de seus contrastes de extremidade
altimétrica:

As cordilheiras e planaltos de maior altitude da Terra: Himalaia, Pamir e Tibete, onde se
localizam
as
altitudes
máximas
do globo
terrestre:
(Everest,
8.840 metros, Kanchenjunga, 8.598 metros, e muitos outros, com altitudes com mais de
7.000 metros).

As maiores depressões absolutas do planeta: o Mar Morto, 395 metros.
Algumas regiões banhadas pelas águas salgadas do oceano Pacífico fazem parte do Círculo
de Fogo, ou seja, por causa de sua formação geológica ocorrida há pouco tempo estão
sujeitas a erupções vulcânicas e a abalos sísmicos. É o caso do arquipélago japonês e
da Indonésia.
Algumas formações planálticas são altíssimas e são intercaladas às cadeias de montanhas,
como é o caso do Pamir e do Tibete, contrastando com outros de maior antiguidade, de
menores altitudes, como os da Arménia, do Decã.
As planícies de rios da Ásia são revestidas com depósito aluvial trazido pelos acidentes
geográficos fluviais que as percorrem e que se dirigem de modo principal para as águas
salgadas
dos oceanos Índico e Pacífico.
As
principais planícies de
rios
são
a Indo-
gangética (Índia), a Mesopotâmica (Iraque), a Siberiana (Rússia) e as dos rios Yang-tsé
(China) e Mekong (Vietnam).
A Ásia projecta, dirigindo-se aos oceanos adjacentes, várias porções peninsulares, sendo as
mais relevantes a da Anatólia, da Arábica, da Hindustânica, da Indochina e a da Coreia.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
208
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Figura 18 - O relevo da Ásia
Tanto as chuvas abundantes da região influenciadas pelos climas equatorial e tropical quanto
a grande quantidade de neve derretida das altas montanhas favorecem a existência de
grandes rios, que correm em quase todas as direcções do continente asiático. Podemos
destacar:
Rio Yangtzé na região das Três Gargantas:
 Rios que desaguam no oceano Pacífico: Alguns têm grande volume de água devido
às monções de verão. Merecem destaque os rios Huang-ho (ou Amarelo), Si-kiang e Yangtsé-kiang (ou Azul), todos na China, além do Mekong, na Indochina;
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
209
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
 Rios que desaguam no oceano Índico: Alguns deles são também monçônicos e tornamse muito volumosos durante o verão. Merecem destaque rios da Índia e de Bangladesh, como
o Bramaputra, o Ganges e o Godavari, e o rio Indo, no Paquistão;
 Rios que correm para norte e desaguam no oceano Glacial Ártico: São exemplos os
rios Obi, Ienissei e Lena, que congelam durante grande parte do ano. Como o degelo ocorre
a partir de seus altos cursos, as águas, ao chegarem ao médio curso e encontrarem barreiras
de gelo,
esparramam-se
por
vastas
extensões
de
suas
margens,
causando
frequentes inundações;
 Rios que desembocam no golfo Pérsico: Merecem destaque o Tigre e o Eufrates que
formam a planície da Mesopotâmia;
 Rios da Ásia Centro-oriental que desaguam em lagos: Podemos citar o Sir Daria e
o Amu Daria, que desaguam no mar de Aral, além de outros que desaparecem dentro do
deserto.
A Ásia apresenta poucos lagos, embora de grande extensão, como o Baikal e o Balkhash,
localizados na Rússia. Se os lagos existem em pequeno número, os mares asiáticos aparecem
com muito mais destaque: mar Vermelho, que limita as costas africanas e asiáticas; Mar da
Arábia; a sudeste, mar da China Meridional, mar da China Oriental, Mar de Andamã e mar
Amarelo; os mares da Indonésia: de Java, de Timor, de Banda, de Celebes; a nordeste, os
mares de Okhotsk, do Japão e de Bering. No limite com a Europa, aparece o maior mar
fechado do mundo, o mar Cáspio.
4.3 A População da Ásia: Principais Características Sociodemográficas, Económicas
e Religiosas
O continente asiático ocupa um espaço que corresponde a cerca de um terço de todas as
terras do planeta, sendo, portanto, maior que a extensão somada de todas as Américas, ou
da Europa com a África. Nessas terras vivem mais de três milhares de milhões de habitantes,
ou seja, mais da metade da população mundial, resultando numa densidade demográfica de
70 habitantes por quilômetro quadrado, aproximadamente três vezes maior que a densidade
média da Terra.
Embora muito numerosa, a população asiática é mal distribuída: nas planícies, sobretudo as
irrigadas pelas monções, e nas grandes cidades, as densidades demográficas são altíssimas,
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
210
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
enquanto nas regiões desérticas, montanhosas e geladas, e mesmo em áreas de climas
muito quentes, a população apresenta-se rarefeita.
Países como China, Índia, Indonésia, Japão, Paquistão e Bangladesh estão entre os mais
populosos da Terra, enquanto outros, como a Mongólia ou mesmo trechos setentrionais
da Rússia, apresentam as mais baixas densidades demográficas do planeta.
Os factores que agravam o problema da má distribuição demográfica são as altas taxas de
natalidade e a tendência à concentração urbana, características de todos os países
subdesenvolvidos, como é o caso da maioria das nações asiáticas. Apenas alguns poucos
países conseguiram sucesso em suas campanhas de planeamento familiar, reduzindo-se o
crescimento populacional na China e praticamente estancando-o no Japão.
Em outros casos, a situação continua alarmante; é o que ocorre, por exemplo, com a Índia,
onde a cada ano a população apresenta um crescimento vegetativo de 2,1%. Isso representa
anualmente cerca de 14 milhões de crianças à espera de formação e, futuramente, de
emprego. Na prática, isso se mostra economicamente impossível o que torna ainda mais
agudo o subdesenvolvimento desse e de outros países asiáticos.
Outro aspecto grave do crescimento populacional muito elevado é que ele costuma ocorrer
nas áreas mais populosas, acentuando ainda mais o contraste com os vazios demográficos.
Actualmente, numa área que equivale a um quarto do território asiático, vivem 90% dos
habitantes do continente, enquanto nada menos que dois quintos do território são
praticamente desabitados, abrigando apenas 3% ou 4% da população total. Uma das
principais razões desse fenómeno é a urbanização.
De maneira geral, as regiões que apresentam condições naturais satisfatórias são as que
abrigam os maiores aglomerados populacionais; aquelas que apresentam obstáculos naturais
à fixação humana, tais como a grande altitude do relevo, o clima muito frio e a aridez do solo,
permanecem pouco habitadas.
O mundo tem vindo a assistir a um extraordinário crescimento populacional, impulsionado,
em grande parte, pelo formidável crescimento populacional asiático.
As cidades mais populosas da Ásia são: Mumbai ou Bombaim na Índia (18,3 milhões), Calcutá
na Índia (14,7 milhões), Xangai na China (17,1 milhões) e Tóquio no Japão (12,3 milhões de
habitantes).
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
211
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Países que fazem parte da Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahrein,
Bangladesh, Brunei, Butão, Camboja, Cazaquistão, República Popular da China, Singapura,
Coreia do Norte, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia,
Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos, Líbano, Maldivas, Malásia, Mongólia,
Mianmar, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Quirguistão, Rússia, Síria, Sri Lanka, Tadjiquistão,
Tailândia, Taiwan, Timor-Leste, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão e Vietnam.
Territórios asiáticos: Cisjordânia, Chagos, Cocos, Faixa de Gaza, Macau, Hong Kong, e Ilhas
Christimas.
Principais rios da Ásia: Yangtze, Ienissei, Huang He, Amur, Lena, Mekong, Volga, Eufrates e
Indo.
Principais ilhas da Ásia: Grande Comore, ilhas Agalega, Sumatra, Honshu, Sulawesi, Java e
Bornéu.
Economicamente destaca-se o Japão que tem uma economia forte e industrializada desde o
fim da Segunda Guerra Mundial e actualmente temos vindo a assitir a emergência da Índia e
da China, fazendo parte do grupo BRICS. Os mesmos têm vindo a apresentar um forte
crescimento económico desde a década de 90. O PIB (Produto Interno Bruto) da China, por
exemplo, apresenta crescimento, em média, de 10% ao ano (nos últimos anos). O Bloco
económico mais importante na Ásia é a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido,
Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico). Actualmente, fazem parte 20 países e uma
região administrativa especial da China (Hong Kong), sendo que a maioria é de países
asiáticos (Austrália, Brunei, Chile, Canadá, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, México,
Malásia, Nova Zelândia, Guiné, Filipinas, Perú, Rússia, Popua-Nova Guiné, Singapura, Taiwan,
Estados Unidos, Vietnam e Tailândia)
As religiões mais dominantes no continente Asiático são: islamismo, hinduísmo e budismo.
Tem-se verificado a diminuição do nível de alfabetismo, atingindo, aproximadamente, 23 %
da população.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
212
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
CAPÍTULO 5 - A PRODUÇÃO DE RECURSOS A NÍVEL MUNDIAL
Nesta parte introdutória, vamo-nos debruçar sobre o conceito de Recurso, tanto no sentido
Natural como no sentido Económico.
5.1 Conceito de Recurso Natural
Antes de definirmos Recursos no sentido económico, importa definir primeiro o conceito de
recursos naturais, como sendo a dotação total de todos os recursos ambientais = terra
(espaço) + terra (fértil) + ar + água + florestas +espécies piscatórias + minerais + sistemas
de suporte da vida ecológica.
5.1.1 Tipo de Recursos Naturais
A) Recursos Renováveis
1. Populações de organismos biológicos com capacidade natural de crescimento: Recursos
marinhos e florestais;
2. Água e sistemas atmosféricos, reproduzidos por processos físicos e químicos, têm
capacidade natural de assimilarem a poluição;
3. Terra arável e pastagens naturais; a reprodução e o crescimento são feitos a partir de uma
combinação de processos biológicos (reciclagem de nutrientes orgânicos) e físicos (irrigação,
exposição ao vento, etc.);
4. Ecossistemas, que são áreas naturais, tais como florestas tropicais;
5. Fluxos de recursos: energia solar, ventos, ondas, energia geotérmica.
B) Recursos Naturais Não-Renováveis
Estes recursos são classificados segundo uma combinação de medidas geológicas e
económicas e destacam-se os Recursos energéticos de origem fóssil (petróleo, carvão, gás);
Minerais (cobre, níquel, ferro …), todos são produzidos por processos geológicos ao longo de
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
213
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
milhões de anos. Este tipo de Recursos tem uma característica de limite físico, pois, há que
ter em conta o conceito de Oferta, tanto no sentido Económico como no sentido Físico. Assim:
1. Oferta Económica - esta tem que ver apenas com os recursos geologicamente
identificados cuja exploração seja rentável (por exemplo. Os poços de petróleo de Cabinda,
do Soyo, etc.). Esta oferta refere-se apenas às reservas economicamente rentáveis (são a
medida mais comum utilizada nos cálculos das disponibilidades da oferta intemporal do
recurso).
2. Oferta Física - este tipo de oferta inclui a totalidade das reservas existentes. Isto é, ela é
finita e não é totalmente conhecida.
5.2 Conceito de Recurso Económico
Em economia, o termo recurso designa todos os bens utilizados na produção de outros bens,
podendo por isso, ser considerado como um termo equivalente a "factor de produção". A
questão dos recursos assume uma importância fulcral para a ciência económica. Esta
importância reside no facto dos recursos, além de serem os factores de produção utilizados
na produção de bens, são também, na sua grande maioria, escassos, isto é, não existem em
quantidades ilimitadas. Esta escassez dos recursos obriga os agentes económicos a fazerem
escolhas nomeadamente quanto à forma de utilização desses mesmos recursos para produzir
bens e quanto à forma como são distribuídos na sociedade.
5.3 Uso dos Recursos Naturais pela Sociedade
Considerando que a sociedade é constituída pelos principais agentes económicos, aqueles que
no dia-a-dia interagem no mercado, importa realçar, a forma como cada um deles utiliza e
sistematiza os recursos durante e após o processo produtivo, criando um ciclo fechado, o
chamado Fluxo económico. Assim, os principais agentes económicos são, as famílias ou
consumidotres, as empresas e o Estado na qualidade de regulador da economia.
a) Consumidores ou famílias - implica dizer que estes utilizam os bens de consumo directo,
tais como o ar, a água, a flora, a fauna, os inputs ou factores de produção de autoconsumo
(recreio e lazer, agricultura de subsistência;….). Igualmente dizer também as famílias fazem
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
214
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
o consumo directo de serviços ecológicos (controlo de cheias, produção de solo fértil;
produção e manutenção do ar e das funções básicas;…), consumo de outros bens e educação.
b) Empresas - aqui destaca-se o sector produtivo agrícola, a indústria e os serviços. Todos
eles utilizam os chamados factores de produção (inputs) e sistemas de prestação de serviços
(de acomodação e tratamento de resíduos; controlo de cheias; produção de solo fértil;
produção e manutenção de biodiversidade; manutenção da qualidade do ar e das funções
vitais básicas;…) e investigação e inovação.
c) Estado - sendo este também um agente económico, por isso, utiliza os bens de consumo
directo, tais como o ar, a água, a flora (plantas), a fauna (animais) e consumo indirecto de
serviços ecológicos (controlo de cheias, produção de solo fértil; produção e manutenção do
ar e das funções básicas;…), consumo de outros bens, educação, investigação e inovação.
CAPÍTULO 6 – DEMOGRAFIA
6.1 Demografia e Economia
A demografia tem como objectivo analisar os seguintes dados populacionais: crescimento
demográfico, emigração, taxa de natalidade, taxa de mortalidade, expectativa de vida,
distribuição populacional por áreas, faixas de idade, entre outros.
Esta ciência é muito importante, pois os dados gerados por ela servem de base para a
definição de políticas sociais governamentais e também mostram a evolução da qualidade de
vida das pessoas.
Significado: Demo- povo; Grafia- estudo, ou seja, Demografia é o estudo do povo/população.
A demografia é um estudo que engloba desde estudos individuais e dependentes até projectos
do governo em relação à população, como o IDH. Ao definir a sua política (governo) tem duas
opções: estimular ou dificultar novos nascimentos. Medidas como complementação salarial
para auxílio aos pais que têm mais filhos ou aumento de impostos para os jovens de uma
certa idade que ainda não tenham filhos, podem ser chamadas natalistas, pois estimulam o
aumento da taxa de natalidade. Por outro lado, quando o governo sobretaxa o imposto para
pais que têm mais filhos ou desenvolve políticas directas de controlo da natalidade como
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
215
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
liberação do aborto ou distribuição de anticoncepcionais, está a optar por uma política
antinatalista.
No caso do governo angolano, as políticas demográficas sempre foram pouco aplicáveis.
Oficialmente até o momento, o governo não adoptou uma política antinatalista, o que pode
ser explicado pela intensa influência dos valores católicos e pela ideia, que por muito tempo
dominou a opinião pública, que ao fim do conflito de luta armada em Angola, era necessário
ocupar o vazio demográfico do interior do país. No entanto, a postura natalista, na prática,
nunca foi eficiente em Angola. O que tem acontecido é que a própria realidade social angolana
tem-se acomodado com as políticas natalístas existentes. Porém, este conformismo está
associado aos vários problemas com os quais as famílias angolanas se deparam no seu diaa-dia, como por exemplo a grande dificuldade na criação dos filhos devido à falta
de creches e escolas públicas de qualidade;o alto índice de desemprego e os salários baixos,
ao ponto de se sentirem encurralados pelos altos gastos com habitação, transporte,
segurança e alimentação nas grandes cidades; portanto, a tendência tem sido a diminuição
drasticamente na quantidade de filhos e a decisão de ter filhos é cada vez mais tardia
relativamente aos tempos passados.
6.2 Taxa de Natalidade
A taxa de natalidade é um indicador demográfico que mostra a quantidade de nados vivos
numa determinada sociedade, em termos percentuais. Ora, em Angola, neste momento não
se consegue precisar em termos percentuais a velocidade com que ocorreu a diminuição
das taxas de natalidade.
Alguns paíse têm adoptado programas rígidos de controlo demográfico, como por exemplo,
a China. Neste caso, o problema surge tendo conta a falta de educação quanto ao
método anticoncepcional a ser adoptado e, sobretudo pela falta de educação sexual. Mas, é
importante perceber que não existem nem políticas certas e nem políticas erradas, o que cada
Regulador (Estado) tem que fazer é encontrar a política ou o programa adequado à sua
realidade.
Outros factores se referem aos métodos naturais contraceptivos como, por exemplo,
a lavagem vaginal após o coito, coisa que é pouco conhecida, pouco divulgada e ou realizada
após as relações sexuais na maioria dos mais necessitados. Falta de informações sobre
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
216
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
períodos mais férteis das mulheres também é um método usado só pelas pessoas de classes
media e alta. As classes sociais mais desprivilegiadas são as que mais se reproduzem e as
que mais utilizam os recursos públicos para fazer os partos, alimentar as crianças em idade
escolar (merendas escolares), consumo de remédios e consultas médicas gratuitas em
hospitais públicos.
Enfim, o descontrolo da natalidade ocorre praticamente apenas nas classes mais baixas e
pobres da população e não existe uma política de esclarecimento devido à forte interferência
dos conceitos religiosos muito presentes em tudo o que se refere ao controlo da natalidade
humana.
A população está em explosão demográfica desde a revolução industrial que começou na
Inglaterra no século XIX, na primeira metade desse mesmo século. Apresenta-se de seguida
a evolução da população mundial:

1 a 2 bilhões de pessoas entre 1804 a 1927 - 123 anos se passaram;

2 a 3 bilhões de pessoas entre 1927 a 1960 - 33 anos se passaram;

3 a 4 bilhões de pessoas entre 1960 a 1975 - 15 anos se passaram;

4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1987 - 12 anos se passaram;

5 a 6 bilhões de pessoas entre 1987 a 1999 - 12 anos se passaram;

6 a 7 bilhões de pessoas entre 1999 a 2011 - 12 anos se passaram.
A análise da progressão da população humana indica que esta está a crescer cada vez mais
lentamente (atualmente 1.14% ao ano) e prevê-se que estabilize nos 10 bilhões por volta do
ano 2200. A população mundial é de cerca de 7.281 milhões de pessoas.
6.3 Teoria Demográfica de Thomas Malthus- Malthusianismo
O malthusianismo é uma teoria demográfica criada pelo economista inglês Thomas Robert
Malthus, no final do século XVIII. De acordo com esta teoria, a população mundial cresce em
progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética. Esta
teoria foi definida por Malthus no livro Ensaio sobre o princípio da população, escrito em 1798.
Com a sua teoria, Thomas Malthus procurou alertar, sobre os problemas gerados pelo elevado
crescimento demográfico mundial. Malthus defendia que era necessário o controlo da
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
217
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
natalidade para que não ocorresse, num futuro breve, a falta de alimentos e o aumento
considerável da fome e da miséria no mundo.
De acordo com Malthus, o celibato, o casamento tardio e o controlo da natalidade em países
pobres seriam as principais formas de combater o crescimento populacional desordenado.
6.4 Migrações Humanas Decorrentes da Demografia
As migrações humanas têm ocorrido em todos os tempos e numa variedade de circunstâncias.
As migrações podem ser classificadas em tribais, nacionais, internacionais, de classes ou
individuais. As causas deste fenómeno têm sido políticas, económicas, religiosas, étnicas ou
por mero amor à aventura. Os resultados e as causas das migrações, são fundamentais para
o estudo da etnologia, história política ou social, e para a economia política.
Nas suas origens naturais, podem referir-se às migrações do Homo erectus, depois seguidas
das do Homo sapiens, saindo de África através da eurasiática, usando algumas das rotas
disponíveis pelas terras, para o norte dos Himalaias que se tornaram, posteriormente, a Rota
da Seda através do Estreito de Bering.
A migração forçada tem sido um meio de controlo social dentro de regimes autoritários.
Quando a migração é de livre iniciativa, torna-se o mais poderoso factor, no meio social de
um país, por exemplo, o fenómeno do êxodo rural que tem como consequência o crescimento
da população urbana. Incluem-se neste caso as migrações pendulares referidas abaixo e
também as grandes imigrações, em que os migrantes se fixaram num país diferente, trazendo
a sua cultura e adoptando a do país de acolhimento (por exemplo os povos que vêm de outros
países e fixam-se em Angola).
Os recentes estudos de migrações vieram contrariar esta visão dualista. Como exemplo,
refere-se que boa parte dos migrantes (emigrantes e imigrantes), que nos dias de hoje
mudam de país, continuam a manter práticas e redes de relações sociais que se estendem
entre o país de origem e o de destino, interligando-os na sua experiência migratória. Tratase de um "transnacionalismo" que transcende os conceitos de migração temporária e
migração permanente.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
218
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Figura 19 - Principais fluxos migratórios no final do século XX e início do século XXI
CAPÍTULO 7 – AGRICULTURA, BASE DE DESENVOLVIMENTO
7.1 A Agricultura – Conceito e Origem
A agricultura é vista como uma actvidade que envolve um conjunto de técnicas utilizadas no
cultivo de plantas. Ao falarmos da Agricultura dvemos ter em linha de conta que ela não
engloba apenas o cultivo e a cultura de plantas, mas sim, ela também envolve outras
actividades como por exemplo a obtenção de energia, medicamentos, ferramentas, fibras,
matéria-prima para roupas e qualquer outra acção que se inclua nas outras anteriores.
A prática da agricultura surge nas primeiras civilizações humanas, a cerca de 10.000 anos,
na Mesopotâmia, com o cultivo de grãos e criação de ovelhas, tendo sido adoptada como a
base de sustentação das populações. A agricultura em comparação à caça e a colecta, permite
a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional. Houve uma
transição gradual na qual a economia de caça e colecta coexistiu com a economia agrícola:
algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da
natureza.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
219
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
7.2 A Agricultura Tradicional, Moderna e Contemporânea
Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da agricultura é dividida em três etapas
principais: tradicional, moderna e contemporânea.
A forma mais rudimentar de cultivo toma o nome de Agricultura tradicional. Ou seja, é aquela
que em que não há intervenção de máquinas ou o uso de pesticidas e herbicidas.
Normalmente é praticada em pequenas propriedades e utiliza policultura, ou seja, cultivo de
vários produtos no mesmo local.
Por outro lado, hoje existe a agricultura moderna, que contrariamente à tradicional, esta
utiliza equipamentos variados, tais como máquinas, tractors, alfaias, máquinas para irrigação,
pesticidas, herbicidas entre outros. Este tipo de agricultura surgiu após a primeira fase da
Revolução Indiuustrial, no fnal do Século XVIII. A agricultura moderna normalmente é de
carácter empresarial, pois, utiliza grandes meios técnicos e tecnologia à disposição,
procurando o máximo de produção com o mínimo de investimento para alcançar o maior lucro
possível.
Ainda, dentro do mesmo contexto, podemos enquadrar o conceito de agricultura
contemporânea, que tal como a moderna, também é caracterizada pela grande utilização de
meios tecnológicos que ampliam a quantidade e a qualidade da produção. Porém, a grande
diferença entre as duas, é que neste caso, a agricultura contemporânea utiliza os transgênios,
que permitem o aumento da produção, diminuindo cada vez mais os custos e facilitando o
manuseio ou então produzindo alimentos com melhor qualidade. O tipo de produção que
advém desta prática, chama-se produção em massa para grandes mercados.
Ao debruçar-se sobre os dois tipos de agricultura anterioes (moderna e contemporânea),
surge o conceito de agroecossistema, isto é, um ecossistema que advém da agricultura.
Nestes agroecossistemas, o patenteamento de sementes (e os conflitos em relação ao
património genético), a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes e
pesticidas (herbicidas, insecticidas e fungicidas), a alteração genética de plantas e animais, a
destruição de habitats (com a consequente extinção de espécies animais, vegetais e de
microrganismos), têm criado um movimento ecológico que prega a necessidade de métodos
alternativos de produção (como a agricultura orgânica e a permacultura).
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
220
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
7.2.1 Problemas Ambientais Provenientes da Agricultura
A prática da agricultura tem agredido consectivamente o ambiente à medida que surgem cada
vez mais inovações nesta área. Assim sendo, apesar da aplicação de várias práticas no sentido
de minimizar os impactos ambientais, ainda assim, os mesmos têm sido alvo de grandes
debates. Os principais problemas registados neste tipo de actidade são numerados abaixo:

Efeitos
nocivos
de herbicidas, fungicidas, pesticidas e
outros biocidas para
o ambiente;

Conversão de ecossistemas naturais em terra arável;

Degradação da biodiversidade;

Erosão;

Ervas daninhas;

Lixiviação de nitrogénio para rios e lagos.
CAPÍTULO 8 – A INDÚSTRIA E OS SEUS REFLEXOS NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
8.1 Conceito de Indústria
Entende-se por indústria (do latim industria) o conjunto de operações que são levadas a cabo
com a intenção de obter, transformar ou transportar produtos naturais. As empresas
industriais são aquelas incumbidas de transformar a matéria-prima em produtos acabados
para o consumo. Por ex: indústria alimentar, indústria têxtil, etc.
A revolução industrial é o período histórico que teve lugar entre a segunda metade do século
XVIII e inícios do século XIX, durante o qual se assistiu a grandes transformações
tecnológicas, económicas, sociais e culturais. A partir da revolução industrial, a indústria
passou a substituir o trabalho manual, tendo sido mecanizados muitos processos produtivos
que, até então, eram realizados pelos seres humanos.
A segurança industrial é a área multidisciplinar que procura minimizar os riscos na indústria,
geralmente aqueles que estão relacionados com os acidentes que, inclusive, podem ter um
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
221
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
grande impacto ambiental e afectar regiões inteiras. Por outro lado, a segurança industrial
protege os trabalhadores, com vestuário apropriado e inspecções médicas.
8.2 A Evolução do Processo de Produção
8.2.1 Definição do Sector Industrial
Figura 20 - Sector Industrial
Assim, podemos dizer que o sector industrial é aquele que se dedica à criação e ao
desenvolvimento de produtos industriais, que são susceptíveis de serem fabricados em larga
escala e em série.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
222
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.2.2 Fases do Processo de Produção Industrial

Artesanal e Manufactureira
Figura 21 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Nesta fase da indústria verificava-se uma produção reduzida e insuficiente perante uma
procura elevada de bens nas sociedades, facto que incentivou ao homem para mudar e
transformar o processo de produção, de maneira mais especializada. Este incentivo consistiu
na invenção da máquina a vapor, facto que revolucionou todo o processo de produção.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
223
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3 O Advento da Revolução Industrial
Figura 22 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Com o aparecimento da máquina a vapor a partir da 1ª Revolução industrial, introduziram-se
novas
práticas
no
processo
de
produção,
não
apenas
quantitativa
mas
também
qualitativamente.
A Revolução Industrial surge na Inglaterra, em meados do século XVIII, para suprir algumas
necessidades ao nível da produção, tais como, a quantidade e a qualidade de bens produzidos.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
224
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.1 Conceito de Revolução
Figura 23 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
As revoluções dentro dos sectores e dos processos produtivos são importantes, visto que
surgem sempre para melhorar e quebrar o estado actual das coisas. No caso específico da
Revolução Industrial (R.I.), foi uma mudança que promoveu e ainda tem vindo a promover
grandes transformações no processo produtivo das empresas e nas economias dos países.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
225
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.2 A Primeira Revolução Industrial
Figura 24 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Ao observarmos a Figura acima, percebemos que o processo de mudança no processo de
produção começou pela invenção da máquina, neste caso específico, a chamada máquina a
vapor inventada por James Watt, tendo o carvão como a principal fonte de energia para o
funcionamento do engenho. Surge assim a industrialização mecanizada.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
226
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.3 Industrialização Mecanizada
Figura 25 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Como se pode verificar, esta fase é caracterizada pela mecanização do processo produtivo
que passa pelo uso das máquinas a vapor, cujo resultado foi o aumento considerável e
significativo do volume de produção e também a melhoria da qualidade dos produtos.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
227
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.4 Os Impactos da Revolução Industrial
Figura 26 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Como se pode observar a partir da Figura, que a Revolução Industrial (R.I.), apesar de ter
trazido grandes benefícios para os processos produtivos (quantidade e qualidade dos produtos
acabados), mas em contrapartida, numa primeira fase, a sociedade inglesa deparou-se com
muitos problemas sociais advindos desta mudança secular, tais como: o trabalho infantil2, o
trabalho feminino, um elevado número de horas de trabalho3 e a luta de classes.4
2
Segundo dados históricos, as crianças e as mulheres eram obrigadas a trabalhar em fábricas durante
longos períodos;
3
Aproximadamente 16 horas diárias.
4
A sociedade ficou estratificada em 3 classes: a classe dos senhores capitalistas donos das fábricas e
detentores de todo o capital, a classe dos operários, ou seja, a aqueles que trabalhavam arduamente
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
228
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Tabela 22 - As Diferenças entre a Produção Artesanal e a Produção Capitalista
MANUFACTURA
(Produção artesanal)
Unidade de produção: oficina
Produção em pequena escala
Predominância do trabalho manual
MAQUINOFACTURA
(Produção Capitalista)
Unidade de produção: fábrica
Produção em grande escala
Diversificação
e
especialização
dos
instrumentos de trabalho;
Introdução da máquina
Especialização e qualificação do trabalho
A máquina substitui a qualificação técnica
do operário
O trabalhador detém controlo sobre os
meios de produção
Divisão do trabalho; o patrão controla os
meios de produção
Fonte: livro do 8º ano de escolaridade do sistema de ensino português.
Pelas diferenças entre os dois tipos de produção, podemos perceber que o processo de
transição de um para o outro foi marcado por grandes alterações na matriz de produção. Por
outro lado, importa salientar que neste caso, o modelo de produção capitalista apresenta-se
como aquele que melhores resultados tem dado, desde então, ao conjunto de necessidades
dos mercados em geral.
nas fábricas sem condições laborais e cujo trabalho enriquecia cada vez mais os senhores capitalistas e
a classe dos camponeses pobres que não detinham nada em termos de riqueza, e que empobrecia cada
vez mais.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
229
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.5 A Segunda Revolução Industrial
2ª Revolução Industrial
Utilização de novas fonts de energia
-
Durante a 2ª R.I. desenvolveram-se novas fontes de energia:

Petróleo e seus derivados
permitiram o aparecimento do motor de explosão (combustão interna) –
grande utilidade nos transportes.

Electricidade
muito vantajosa no campo da iluminação, das comunicações e menos
poluente que o vapor e o petróleo.
Com a invenção da máquina a vapor na Primeira Revolução Industrial, o homem foi
melhorando cada vez mais os seus mecanismos dos processos produtivos. Assim, podemos
notar que a uma dada altura o carvão já deixou de ser a fonte de energia preferida para fazer
funcionar as máquinas, havendo necessidade de se procurar outras fontes energéticas, tais
como: o petróleo e seus derivados assim como a electricidade. Estas duas fontes de energia
revolucionaram ainda muito mais os processos produtivos, no sentido de acelerar cada vez
mais a produção, aumentando o volume de produção 5 e melhorando a qualidade dos
produtos.
5
Surgimento do mecanismo e conceito da produção em massa.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.3.6 A Terceira Revolução Industrial
Figura 27 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Considerando que o ser humano está sempre insatisfeito e que as sociedades são cada vez
mais exigentes em termos de consumo, a Segunda Revolução Industrial, por si só já não
respondia à tal exigência. Logo, surge a necessidade de se passar daquela para a Terceira
Revolução Industrial6 que consistiu não apenas nas mudanças estruturais em termos de
máquinas dentro do processo produtivo, mas também, nota-se que com o surgimento desta
revolução, o homem cede o seu lugar às máquinas automatizadas 7, criando desta maneira o
6
A chamada Era da Robótica
7
Os robots
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
desemprego estrutural, pois, a eficiência das máquinas diminui de forma directa o emprego,
como por exemplo: as máquinas multicaixas que têm uma função polivalente no
campo dos serviços bancários.
8.3.6.1 A Especialização e a Produção em Série
Figura 28 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Podemos perceber que à medida que o mundo se vai desenvolvendo as necessidades
humanas também vão alterando e como tal, as exigências das sociedades são cada vez
maiores e diferentes. Assim, após a era da robótica, surge a necessidade de especializar a
produção que teve como grande foco a chamada Produção em Série, e o desemprego
estrutural consequente do surgimento da era robótica dá origem a um aumento considerável
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
232
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
do rendimento das máquinas, reduzindo desta forma o custo de aquisição dos produtos finais
por parte dos consumidores.
8.3.6.2 Trabalho em Cadeia
Figura 29 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Observa-se que à medida que se passa de uma fase para a outra, as melhorias no processo
produtivo vão sendo cada vez maiores e melhores, pois, exemplo disso mesmo é o Trabalho
em Cadeia, como sendo um caso particular da Produção em Série, passa pela maximização
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
233
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
de todos os recursos durante o processo produtivo, de modo que os resultados sejam os mais
satisfatórios possíveis8.
8.3.6.3 Divisão do Trabalho
Figura 30 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Nota-se que durante o processo produtivo, o facto de os operários não terem necessidade de se
deslocarem dentro da fábrica ao encontro dos equipamentos, eles cansam-se menos, poupam mais
tempo, e, por isso mesmo, são mais eficientes aumentando desta forma o seu nível de produtividade,
visto que cada um especializou-se em uma das tarefas da linha de montagem do produto.
8
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Outro caso particular da Produção em Série é a Divisão do Trabalho. Tal como no Trabalho
em cadeia, aqui também está visível que cada um dos operários é especializado em uma das
actividades da cadeia de produção.
8.3.6.4
Automatização
Figura 31 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema
académico português.
Com a fase da Automatização9 verificamos que a intervenção do homem no processo
produtivo é cada vez mais reduzida, mas em contrapartida, estas fases avançadas de
produção vão exigindo do homem maiores níveis de especialização. Ou seja, se nas fases
Na fase de automatização verificamos uma sincronização automática das funções da máquina, como
por exemplo, o processo de empacotamento de frutos secos ou engarrafamento de água ou de
compotas. São muitos os exemplos que podemos evidenciar nesta fase.
9
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
235
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
anteriores para fazer funcionar um engenho se calhar não fosse necessário uma graduação
superior, nestas fases mais avançadas para fabricar e controlar os engenhos e os
equipamentos é necessário engenheiros com graus de formação mais elevados.
8.4
Classificação das Indústrias
Pode-se observar que as indústrias se classificam não apenas segundo o nível de utilização
dos produtos, mas também segundo o destino da produção. Quer isto dizer que uma indústria
antes de produzir um determinado bem ou serviço, tem necessariamente de saber se existe
necessidade de tal bem ou serviço, de modo que haja destinatário definido e conhecido. Este
destinatário pode ser uma outra indústria (como mostra o texto dentro da Tabela
classificativa) ou ainda o mercado em geral.
Tabela 23 - Classificação das indústrias
Classificação
Tipo de Indústria
Indústria
de
bens
Exemplos
de
equipamento
- As que produzem bens destinados a
outras
indústrias
(matérias-primas,
energia, máquinas, ferramentas,…).
- As que fabricam materiais para
outras
Segundo o nível de
utilização
dos
produtos
ou
destino
da
produção
(material
actividades
económicas
ferroviário,
máquinas
agrícolas, navios…)
Indústria
de
consumo
bens
de
- Indústrias alimentares, vestuários,
calçado,
medicamentos,
electrodomésticos,
perfumaria,
detergentes, automóveis, mobiliário…
Fonte: livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema de ensino português.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
236
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
8.4.1 Conceitos de Indústria de Bens de Consumo e Bens e Equipamento
Indústrias de Bens de Consumo
Destinadas a satisfazer as necessidades dos consumidores fornecendo produtos
para consumo directo e final (sem finalidade produtiva)
São extremamente diversificadas e lançam no mercado uma infinidade de
produtos.
Geograficamente encontram-se muito dispersas.
Indústrias de Bens de Equipamento
São indústrias que fornecem materiais destinados a fins produtivos, ou seja, o que
se produz destina-se a outras indústrias ou outras actividades económicas.
Geograficamente concentradas (principalmente nos PD´s e principalmente junto a
grandes cidades).
CAPÍTULO 9 - A IMPORTÂNCIA ECONÓMICA E SOCIAL DOS TRANSPORTES
9.1 Transportes
Entende-se por transporte, o movimento de mercadorias entre locais. O leque de transporte
apresenta diversas características a nível de infraestrutura, veículos e operações comerciais.
Assim, uma infraestrutura pode ser a rede de transporte rodoviária, ferroviária, aérea, fluvial,
tubular, etc. que é usada, assim como os terminais como por exemplo as estradas, os
aeroportos, as estações ferroviárias, os portos, os terminais de autocarro e todo o tipo de
equipamento similar. Alguns veículos tais como automóveis, bicicletas, autocarros, comboios
e aviões, ou as próprias pessoas ou ainda alguns animais, quando viajam a pé, geralmente
trafegam por uma rede qualquer. As operações comerciais estão relacionadas com a maneira
como os veículos operam na rede e o conjunto de procedimentos especificados para o
propósito desejado, incluindo o ambiente legal (leis, códigos, regulamentos, etc.). Políticas,
como, por exemplo, financiar o sistema, podem ser consideradas parte das operações.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
237
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
9.2 Tipos de Transporte
9.2.1 O Transporte Aquático (fluvial e marítimo), Terrestre e Aéreo.
O transporte fluvial é normalmente classificado como um dos meios de transporte mais antigo.
É feito por meio dos rios, que são verdadeiros caminhos natutrais, e é considerado um meio
de transporte de baixo custo operacional, de grande capacidade de carga e baixo custo
energético.
Ainda dentro desta classificação, encontram-se os transportes marítimos, que surgem na
história da humanidade após o homem ter conquistado os rios, tendo em conta que sentiu a
necessidade de explorer os oceanos. O transporte marítimo tem vindo a evoluir ao longo dos
séculos. Hoje em dia, existem navios capazes de transporter mais de 450 mil toneladas numa
única viagem. Num passado remoto o transporte marítimo era considerado o principal meio
de locomoção das pessoas, para se deslocarem de um ponto para o outro. Porém, durante a
Segunda Grande Guerra Mundial, o transporte esta realidade mudou, considerando que surgiu
a necessidade de se investor na Guerra com outros equipamentos de transporte.
Quanto ao transporte terrestre, para além dos automóveis e camiões que circulam pelas
estradas, pode-se identificar dentro desta gama, o transporte ferroviário.
CAPÍTULO 10 - O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS
10.1 O Comércio Internacional
Entende-se por comércio internacional a troca de bens e serviços através de territórios ou
fronteiras internacionais. Na maioria dos países, ele representa uma grande percentagem do
PIB. O comércio internacional está presente em grande parte da história da humanidade
(ver rota da seda), mas a sua importância económica, social e política se tornou crescente
nos últimos séculos. O avanço industrial, dos transportes, a globalização, o surgimento das
corporações multinacionais, o outsourcing tiveram grande impacto no incremento deste
comércio. O aumento do comércio internacional pode ser relacionado com o fenómeno da
globalização.
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
238
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
Exportação é a saída de produtos ou a execução de serviços para um outro país. Esta
operação pode envolver pagamento (cobertura cambial), como venda de produtos, ou não,
como nas doações.
Importação é a entrada de produtos ou execução de serviços provenientes de outro país.
As exportações permitem vender produtos para qualquer país do mundo, seja perto ou
distante. Para a exportação ter sucesso, ela pouco depende do desenvolvimento mercantil no
qual seu sítio de envio está localizado. Tal facto propicia o distanciamento económico de
pontos geograficamente próximos, elevando as possibilidades de disparidade de renda e
diferenças sociais. Além disto, às vezes, os melhores produtos de um país ou território são
preferencialmente direccionados à exportação, assim restando produtos de qualidade pior.
Isso ocorre devido ao poder de compra dos clientes no exterior. Se o preço nacional for
semelhante ao encontrado no exterior, esse fenómeno não costuma ocorrer.
10.2
Desvalorização ou Depreciação de Bens
Desvalorização ou depreciação é a diminuição do valor ou do preço de algo. Esta queda pode
detectar-se a partir da comparação com o valor ou o preço anterior, ou em relação a outras
coisas do mesmo género.
Para a economia e as finanças, a depreciação pode associar-se à desvalorização que é a
diminuição do valor nominal de uma moeda face a uma divisa estrangeira. Isto pode produzirse por diversos motivos que se resumem a um aumento da procura da divisa estrangeira e
uma diminuição da procura da moeda local.
Vejamos um exemplo: Num determinado país X, há seis meses, para comprar um dólar
custava apenas 98 unidades monetárias. Seis meses mais tarde, nessa mesma nação, a
compra de um dólar já requeria o investimento de 110 unidades monetárias. A moeda local
(do país X), por conseguinte, sofreu uma depreciação nesses seis meses, pois, fica mais caro
obter outras moedas.
“Os economistas são da opinião de que a depreciação da moeda contribuirá para melhorar a
competitividade do país”. Sobretudo, porque a depreciação da moeda também está anexada
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
239
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
à depreciação dos outros bens. Por exemplo: “Quero vender o meu carro antes que fique
depreciado”.
Geralmente, a depreciação de um produto origina-se por três causas: o desgaste que lhe
causa o uso, a obsolescência ou o passar do tempo. Um automóvel perde valor (ou seja,
deprecia) à medida que aumenta a sua quilometragem, já que o uso afecta o rendimento e o
estado das partes. Um computador, por sua vez, torna-se obsoleto quando começam a surgir
novos modelos que oferecem um funcionamento mais eficiente. Uma casa, por último, reduz
o seu preço de venda quando é antiga.
10.3 Balança Financeira
Balança Financeira é aquela que regista os fluxos que envolvem mudança de titularidade entre
residentes e não residents de activos e passivos financeiros e os fluxos de criação e extinção
de activos e passivos.
A balança financeira comporta cinco tipos de operações:

Investimento directo

Investimento de carteira

Derivados financeiros

Outro investimento

Activos de reservas

10.4 Balança de Capitais e o Fluxo Circular (Real e Monentário)
Balança de Capitais é aquela que regista os fluxos entre residentes e não residentes de
transferências de capitais e as aquisições/cedências de activos não produzidos, não
financeiros.
As remunerações pagas pelas Unidades Produtoras criam rendimento para as famílias. As
famílias, por sua vez, têm necessidades que precisam ser satisfeitas pelo consumo de
mercadorias produzidas pelas Unidades Produtoras. As unidades produtoras entregam os bens
Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017
240
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
e serviços às famílias mediante o pagamento adequado. Portanto, podem-se identificar dois
fluxos principais:
Fluxo Real é aquele que representa, por um lado, o envio dos recursos produtivos das
famílias para as empresas e, por outro lado, o envoi das mercadorias (bens e serviços) das
empresas para as unidades familiares.
Fluxo Monetário é aquele que representa o envio de recursos financeiros das Unidades de
Produção para as Unidades Familiares, como remuneração pelos recursos produtivos
fornecidos anteriormente.
Saldo das transações correntes com o resto do mundo: Saldo do balanço de pagamentos
em conta corrente, acrescido do saldo das transações sem emissão de câmbio.
CAPÍTULO 11 - A URBANIZAÇÃO: TENDÊNCIAS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES
11.1 Origem e Crescimento das Cidades
A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente
nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Segundo esses filósofos, qualquer
desequilíbrio na estrutura das cidades poderia significar perigo para a unidade e organização
da sociedade. Para Ratzel, um dos fundadores da Geografia, a cidade representa uma forma
de aglomeração durável. Utilizando-se o critério de Ratzel e incorporando, podemos definir
uma cidade da seguinte forma: é todo aglomerado permanente cujas actividades não se
caracterizam como agrícolas. A grande concentração de actividades terciárias públicas e
privadas do aglomerado e a forma contínua de espaços edificados onde se dá a proximidade
das habitações da população que vive dessas actividades são atributos que permitem
caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições,
a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho colectivo em actividades nãoagrícolas.
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Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria
tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar.
Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a
do Estado.
Actualmente, cidade pode ter dois tipos de conceito: a cidade é toda a sede de município
(ditada pelo IBGE), ou que, a cidade deve possuir pelo menos, um aglomerado de 10 mil
habitantes (ditado pela ONU). Portanto cidade é todo o aglomerado urbano, envolvendo
características sociais, económicas e culturais em um mesmo ambiente. É importante frisar
que a cidade além de tudo que foi explicitado anteriormente é um local de tomada de decisões,
a cidade é poder. É da cidade que vão sair as ordens que influenciarão todo o território
municipal.
11.2 Urbanização
Urbanização é um processo de agrupamento das características urbanas de uma localidade
ou região, para características urbanas. Usualmente, esse fenómeno está associado ao
desenvolvimento da civilização e da tecnologia. Demograficamente, o termo denota a
redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos. O termo também
pode designar a acção de dotar uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos, o que
é similar a significação dada à urbanização pelo Dicionário Aurélio - Século XXI: "conjunto dos
trabalhos necessários para dotar uma área de infraestrutura (por exemplo, água, esgoto, gás,
eletricidade) e/ou de serviços urbanos (por exemplo, de transporte, de educação, de saúde)".
Ainda pode ser entendido somente como o crescimento de uma cidade. São Paulo, por
exemplo, é uma cidade extremamente urbanizada. Por incrível que pareça os detentores do
título de maiores aglomerações mundiais pertencem aos países emergentes. Tudo isso apenas
reforça a ideia de que quanto mais um país demora em se industrializar, mais rápida é sua
urbanização.
A
urbanização
é
estudada
por ciências diversas,
como
a sociologia,
a geografia e
a antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do
crescimento das cidades. As disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e planear
os processos de urbanização são o urbanismo, o planeamento urbano, o planeamento da
paisagem, o desenho urbano, a geografia, entre outras.
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Figura 32 - Urbanização
11.3 A Super População de Algumas Cidades do Mundo
Este é um fenómeno que decorre de problemas de um crescimento exagerado e descontrolado
de centros urbanos, causando variados problemas sociais, económicos culturais entre outros.
Para ultrapassar esta problemática, os governos têm aplicado políticas estratégicas no sentido
de encontrar o equilíbrio, de modo que os sistemas económico-sociais não fiquem tão
afectados a ponto de criar entraves ao processo de crecimento e desenvolvimento económico,
tão necessário para a vida das populações.
Contudo, paradoxalmente tem-se verificado que a medida que mundo caminha para um nível
de crescimento e desenvolvimento mais elevado, este fenómeno da super população de
algumas cidades tem-se agravado, considerando o aumento demográfico em algumas
sociedades mais jovens (como por exemplo Angola), onde as políticas demográficas
(planeamento familiar entre outras) ainda não são evidentes e tão aplicáveis. Porém, é
necessário ter em conta que quanto mais jovem a população maiores são as oportunidades
que podem ser criadas quanto ao emprego, educação, saúde entre outros.
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Assim, verifica-se que as cidades abaixo indicadas na Tabela têm-se debatido com o fenómeno
em causa.
Tabela 24 - Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e 2015.
1990
Aglomeração
País
Urbana
2015
População
Aglomeração
(milhões)
Urbana
País
População
(milhões)
Tóquio
Japão
25.085
Tóquio
Japão
27.190
Nova Iorque
EUA
16.056
Dacca
Bangladeche
22.766
Cidade do México
México
15.311
Bombaim
Índia
22.577
São Paulo
Brasil
15.100
São Paulo
Brasil
21.229
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Tabela 25 - Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e
2015.Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e 2015.
1990
Aglomeração
País
Urbana
2015
População
Aglomeração
(milhões)
Urbana
Xangai
China
13.342
Deli
Bombaim
Índia
12.308
Cidade
País
População
(milhões)
do
Índia
20.884
México
20.434
México
Los Angeles
EUA
11.456
Nova Iorque
EUA
17.944
Buenos Aires
Argentin
11.180
Jacarta
Indonésia
17.268
a
Osaca
Japão
11.035
Calcutá
Ìndia
16.747
Calcutá
Índia
10.890
Carachi
Paquistão
17.197
Pequim
China
10.819
Lagos
Nigéria
15.966
Seul
Coreia
10.544
Los Angeles
EUA
14.494
do Sul
Rio de Janeiro
Brasil
9.689
Xangai
China
13.598
Paris
França
9.329
Buenos Aires
Argentina
13.185
Moscovo
Rússia
8.837
Manila
Filipinas
12.579
Fonte:
UN-HABITAT,
2003,
Disponivel
em
http://www.unhabitat.org/pmss/redpage.asp?page=download&alt=1&publicationID=1156
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11.4 População Rural e Urbana
Entende-se por população rural aquela que habita nas zonas rurais, isto é, for a das cidades,
onde o nível de crescimento económico é reduzido ou mesmo inexistente. Por outro lado, a
população urbana é aquela que habita nas zonas urbanas, isto é, cidades onde se regista um
nível de crescimento economico elevado e muitas vezes um desenvolvimento sustentável
considerável.
Actualmente, verifica-se que a medida que as sociedades vão crescendo e desenvolvendo em
termos económicos, o êxodo rural (movimento das populações das zonas rurais para as zonas
urbanas) vai aumentando, deixando as zonas rurais quase desertas e as zonas urbanasmais
superlotadas. Porém, é necessário que se criem políticas de crescimento em zonas rurais de
modo que se tornem mais atrativas para as populações, evitando assim o êxodo rural
exagerado. O gráfico que se segue ilustra este fenómeno, onde o traço cheio (__) indica a
quantidade de população urbana que tende a aumentar. E o tracejado (_ _ _) indica a
diminuição da população rural.
Figura 33 - População Rural e urbana no Mundo (1950 - 2050).
11.5 O Fenómeno da Urbanização em Países Pobres
A urbanização em países pobres ocorre de maneira explosiva, ou seja, ocorre muito rápido,
fazendo com que as cidades alvo não tenham tempo para se adaptar à sua infraestrutura
gerando muitos problemas sociais, como:
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
Formação da periferia;

Violência;

Problemas com o transporte público.
Esses problemas somente acontecem nos países subdesenvolvidos, pois grande parte da
população rural migra para uma cidade desenvolvida, e em países pobres há poucas cidades
que sejam alvo de migrações.
Em países desenvolvidos, ocorre o contrário do que em países subdesenvolvidos. A
urbanização em países desenvolvidos é muito lenta e existem muitas cidades alvo. Essas
cidades têm o tempo de preparar a sua infraestrutura e conseguem dar conta de um grande
número de pessoas. Exemplo: A Inglaterra está no processo de urbanização há 250 anos, o
Brasil há apenas 50, enquanto Angola está neste processo.
Figura 34 - Consequências de uma urbanização acelerada
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
A
B
Figura 35 - Planisfério
1. O Continente Africano fica localizado:
A) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul e no Hemisfério Oriental e Ocidental;
B) No Hemisfério Sul e no Hemisfério Ocidental;
C) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Oriental;
D) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Ocidental.
2. O ponto mais a Sul é:
A) O Cabo da Boa Esperança na África do Sul.
B) O Cabo das Agulhas na África do Sul
C) A cidade do Cabo na África do Sul.
D) A ilha de Madagáscar em Madagáscar.
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3. Os lugares assinalados no mapa da Figura 1 com as letras A e B têm o mesmo
valor de Longitudes porque se encontram no mesmo...
A) Continente.
B) Hemisfério.
C) Paralelo
D) Semimeridiano.
4. O ponto mais elevado do continente africano é:
A) O monte Kilimanjaro, localizado na Tanzânia, com 5 895 metros de altura.
B) O monte Kilimanjaro, localizado na Tanzânia, com 12 895 metros de altura.
C) O monte Kilimanjaro, localizado em Angola, com 5 895 metros de altura.
D) A Serra da Leba localizada em Angola, com 2 895 metros de altura.
5. O relevo do continente africano é na sua maioria constituído por:
A) Planaltos
B) Planícies
C) Praias
D) Montanhas
6. África é atravessada por três grandes paralelos terrestres:
A) De Norte para Sul Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de
Greenwich, no sentido Este-Oeste.
B) De Este para Oeste Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de
Greenwich, no sentido norte-sul.
C) De Leste para Este Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de
Greenwich, no sentido Norte-Sul.
D) As afirmações A e C estão correctas.
7. As migrações quanto ao espaço podem classificar-se…
A) Externas ou internas.
B) Permanentes ou temporárias.
C) Legais ou ilegais.
D) Forçadas ou voluntárias.
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8. Uma migração é externa intercontinental quando…
A) A deslocação é feita para um país que se localiza no mesmo continente.
B)
A deslocação é feita para um país que se localiza num outro continente.
C) A deslocação é feita dentro do mesmo país.
D) A deslocação é diária.
9. O êxodo rural é uma migração…
A)
Externa de saída do campo para a cidade.
B) Externa de saída da cidade para o campo.
C)
Interna de saída do campo para a cidade.
D) Interna de saída da cidade para o campo.
10. As migrações pendulares são movimentos…
A) Sazonais por motivos laborais.
B)
Sazonais por motivos turísticos.
C) Sazonal da população de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
D) Diário da população de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
11. O desenvolvimento dos transportes tem permitido…
A) O aumento da distância tempo.
B) O aumento da distância custo.
C) A diminuição da acessibilidade.
D) A diminuição da distância tempo.
12. Quanto menor a distância tempo…
A) Maior é a acessibilidade
B) Menor é a acessibilidade.
C) A acessibilidade mantém-se.
D) A acessibilidade deixa de existir.
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13. O desenvolvimento dos transportes tem sido fundamental…
E)
Na diminuição do isolamento das áreas desfavorecidas, principalmente as rurais.
F)
Na diminuição das trocas comerciais, entre países ou entre regiões de um mesmo país, o
que promove o aumento da produção.
G) Na diminuição do intercâmbio cultural.
H) Na diminuição da atividade económica.
14. Os países africanos de língua oficial portuguesa são:
I)
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
J)
Angola, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
K) Angola, Moçambique, Guiné-Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
L)
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
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Documento 1
“A balança comercial obteve um resultado de USD 11,4 mil milhões no primeiro trimestre deste
ano, essencialmente devido às receitas do petróleo. Os dados constam do último relatório do
Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o Comércio Externo, relativo ao primeiro trimestre
de 2014.
Neste período, lê-se no documento que acaba de ser concluído, a balança comercial de Angola
teve um saldo na ordem dos USD 11.470 milhões, “como resultado do comportamento do preço
do petróleo, principal produto de exportação de Angola”.
Face ao primeiro trimestre de 2013, as exportações caíram este ano cerca de 10,55 por cento,
enquanto as importações, no mesmo período, registaram uma diminuição de 22,64 por cento,
segundo os dados do INE.
Fonte: Agência Lusa - http://www.redeangola.info/balanca-comercial-com-usd-114mil-milhoes-de-lucro/
15. A balança comercial que melhor ilustra o comércio em Angola, no período
considerado pelo documento 1 aparece designada na Figura 2 com a letra C, por
isso:
A) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como
balança comercial deficitária.
B) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como
balança comercial nula.
C) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como
balança comercial positiva.
D) Nenhuma das afirmações estão correctas.
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Observe com atenção a pirâmide etária da figura
Figura 36 - Pirâmide etária do Quénia
16.Esta pirâmide etária pode representar a estrutura etária de um país como:
A) A China.
B) A França.
C) Estados Unidos da América.
D) Moçambique.
17. O comércio internacional em África Subsariana é dominado pela:
A) Exportação de produtos primários, de baixo valor, e pela importação de produtos
industriais de valor mais elevado.
B) Exportação de produtos primários, de elevado valor, e pela importação de produtos
industriais de valor mais elevado.
C) Exportação de produtos industriais, de baixo valor, e pela importação de produtos
industriais de valor mais elevado.
D) Exportação de produtos indústria, de baixo valor, e pela importação de produtos
industriais de valor mais elevado.
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Observe o mapa seguinte com atenção:
18. Ao nível da dimensão geográfica, África é:
A) O maior continente do mundo.
B) O terceiro maior continente do mundo.
C) O menor continente do mundo.
D) O sétimo maior continente do mundo.
SOLUÇÕES
1. A
2. B
3. D
4. A
5. A
6. A
7. A
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8. B
9. A
10. D
11. D
12. A
13. A
14. A
15. C
16. D
17. A
18. B
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Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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impasses e desafios socio espaciais – Ed. Moderna – São Paulo – 2009 – 456 páginas.
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sociedade no mundo globalizado – Geografia geral e do Brasil – Ed. Saraiva – São Paulo
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