INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS SEBENTA EXAME DE ACESSO 2017 CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS LÍNGUA PORTUGUESA | LÍNGUA INGLESA | MATEMÁTICA | GEOGRAFIA | HISTÓRIA GEOGRAFIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS FICHA TÉCNICA Título: Exame de Acesso 2016 - Ciências Sociais Aplicadas Língua Portuguesa - Autores: Rita Dala, Ana Vasconcelos e João Bento. Língua Inglesa - Autores: José Augusto, Sansão Norton e Théophile Wadigesil. Matemática -Autores: Cláudio Bernardo, Francisco Gil e Leopoldina Paz. Colaboradores - Walter Pedro, Luísa Vega, Paulo Kaminda, Joaquim Bumba, Valdik Fonseca, Paulo Teka, Cláudia Matoso, Valdick Jaime, Manuel Cabenda, António Delgado, Alexis Carrasco, Cândido João e Odayla Perez. Geografia - Autores: Anabela Sapalalo, Solani Maurício e Alba Faria. História - Autor: Nani Panzo Manuel. Editores - Kátia Gabriel, Emanuel Tunga e Cláudio Bernardo. Capas e Separadores - Assessoria de Comunicação e Imagem. Morada Av. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10 Talatona - Luanda - Angola Telefone:+244 226 690 417 Email: [email protected] © 2015 INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS - ISPTEC Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas PREFÁCIO Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de auxiliar os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso, realizados por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para candidatos que pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos mínimos necessários para frequentar os Cursos de Ciências Sociais Aplicadas desta instituição, que é caracterizada pelos processos de ensino e aprendizagem com qualidade e rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão universitária. A sebenta contém conteúdos de quatro (4) disciplinas distribuídos da seguinte forma: Língua Portuguesa: Tipo de texto; Categorias narrativas; Língua e comunicação; Ortografia; Lexicologia; Verbos e tipos de conjugação. Matemática: Conjuntos numéricos; Potenciação e radiciação; Equações algébricas; Desigualdades algébricas; Exponenciais e logaritmos;Polinómios; Sequencias; Percentagens; Noções básicas de derivadas. Geografia: Os Continentes; Demografia; Agricultura; A indústria e seus reflexos na organização do espaço; A importância económica e social dos transportes; Comércio internacional de bens; Urbanização. História: O tráfico de escravos; A colonização em África; A guerra fria; O processo de globalização; A economia de mercado. Cada disciplina referida aborda, de forma resumida, os conteúdos programáticos do Ensino Médio de Angola, na área de Ciências Sociais. Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos. Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no percurso do ensino médio. i Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas GEOGRAFIA NOTA INTRODUTÓRIA A Geografia deve desenvolver competências relacionadas com a pesquisa, a observação, o registo, o tratamento da informação, o levantamento de hipóteses, a formulação de conclusões e a apresentação de resultados. A educação geográfica permite-nos aplicar conceitos de localização/lugar, ambiente, região e interacção. Ao integrar as diferentes características de um lugar, a Geografia desenvolve o processo de conhecimento do Mundo. Porém, é importante ter o conhecimento do Mundo para desenvolver a percepção de que todos os grupos humanos são interdependentes, considerando que partilham um sistema ambiental comum. As acções realizadas por um grupo num determinado lugar ou região têm um impacto no ambiente e nas populações de lugares longínquos. Figura 4 - Globo terrestre O planeta terra é constituído por grandes massas de terra, os continentes, separadas por oceanos e mares. Assim, de acordo com a divisão actual, existem seis continentes: América, Europa, África, Ásia, Oceania e a Antárctida. A abordagem de cada um dos continentes será efectuada de forma transversal e interdependente. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 181 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas CAPÍTULO 1 - ÁFRICA 1.1 Localização e Dimensões O continente africano é um dos que possui a maior diversidade de etnias em todo o planeta. Antes da colonização realizada pelos europeus, existiam mais de duas mil civilizações diferentes. A população africana está estimada em 1,2 bilhões de habitantes, o continente africanao tem uma extensão territorial de mais de 30 bilhões de km². O continente africano é o terceiro maior continente do mundo com aproximadamente cerca de 30.221.532 km2. A África é banhada a Este pelo Oceano Atlântico e a Oeste pelo Oceano Índico. A Norte, é separada do continente europeu pelo Mar Mediterrâneo; a Nordeste, é separada pela Ásia, pelo Mar Vermelho e pelo Canal do Suez que se localiza no Egipto. Figura 5 -Continente Africano Este continente tem duas principais regiões: África Subsaariana e África do Norte. A primeira compreende toda a região desse continente que se encontra a sul do deserto do Saara, caracterizada pela população negra e pela maior diversidade étnica. A segunda encontra-se mais ao norte e compreende as populações africanas árabes. No entanto, de acordo com as suas características geográficas e demográficas, poderá ser dividida em cinco regiões: África Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 182 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 1.2 Países e Cidades de África O continente africano é composto por 55 países independentes, sendo: 49 Continentais; 6 Insulares. Abaixo, a Tabela de países africanos continentais, cada um com a sua respectiva capital e data de independência. Tabela 17 - Países africanos continentais PAÍS África do Sul Angola Argélia Benin Botsuana Burquina Fasso Burundi Camarões Chade Congo, ex-Zaire Congo Costa do Marfim Djibuti CAPITAL DATA DE INDEPENDÊNCIA Pretória 31.05.1961 Luanda 11.11.1975 Argel 05.07.1962 Porto Novo 01.08.1960 Gaberone 30.09.1966 Uagadugu 05.08.1960 Bujumbura 01.07.1962 Iaundê 01.01.1960 Ndjamena 11.08.1960 Kinshasa 30.06.1960 Brazzaville 15.08.1960 Abidjan 05.08.1960 Djibouti 27.06.1977 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 183 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Tabela 18 - Países africanos continentais PAÍS Egipto Eritreia Etiópia Gabão Gâmbia Gana Guiné Guiné-Bissau Guiné Equatorial Lesoto Libéria Líbia Malawi Mali Marrocos Mauritânia Moçambique Namíbia Níger Nigéria CAPITAL DATA DE INDEPENDÊNCIA Cairo 28.02.1922 Asmará 24.03.1993 Addis Abeba Libreville 17.08.1960 Banjul 18.02.1965 Acra 06.03.1957 Conakry 02.10.1958 Bissau 24.09.1973 Malabo 12.10.1968 Maseru 04.10.1966 Monróvia 26.07.1847 Trípoli 24.12.1951 Lilongwe 06.07.1964 Bamaco 22.09.1960 Rabá 02.03.1956 Nouakchott 28.11.1960 Maputo 25.06.1975 Windhoek 21.03.1990 Niamei 03.08.1960 Abuja 01.10.1960 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 184 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Tabela 19 - Países africanos continentais PAÍS Quênia República Centro-Africana Ruanda Saara Ocidental Senegal Serra Leoa Somália Suazilândia Sudão Sudão do Sul Tanzânia Togo Tunísia Uganda Zâmbia Zimbábue CAPITAL DATA DE INDEPENDÊNCIA Nairóbi 12.12.1963 Bangui 13.08.1960 Kigali 01.07.1962 Aaiun 27.02.1976 Dacar 20.06.1960 Freetown 27.04.1961 Mogadíscio 01.07.1960 Mbabane 06.09.1968 Cartum 01.01.1956 Juba 09.07.2011 Dodoma 09.12.1961 Lomé 27.04.1960 Túnis 20.03.1956 Kampala 09.10.1962 Lusaka 24.10.1964 Harare 18.11.1980 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 185 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Países Insulares Para além dos países continentais, a África conta também com seis ilhas importantes apresentadas na Tabela abaixo. Tabela 20 - Países insulares ILHA CAPITAL DATA DE INDEPENDÊNCIA Ilha de Madagáscar Antananarivo 26.06.1960 Ilhas de Cabo Verde Cidade de Praia 05.07.1975 Ilhas de Comores Moroni 06.07.1975 Ilhas Maurício Port Louis 12.03.1968 Ilhas São Tomé e Príncipe São Tomé 12.07.1975 Ilhas Seychelles Victoria 29.06.1976 1.3 Os Portos Mais Importantes Um porto é definido como sendo uma parcela, abrigada de ondas e correntes, que se localiza à beira de um oceano, mar, lago ou rio. Esta parcela é destinada ao carregamento e descarregamento de bens e ao estoque temporário dos mesmos; também serve de instalações para o movimento de pessoas e carga ao redor do sector portuário, e, em alguns casos, terminais especialmente designados para acomodação de passageiros. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 186 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 6 - Os Portos mais importantes Figura 7 - Cidades e principais portos de África Existem alguns aspectos que se tornam indispensáveis para um porto que são nomeadamente: Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 187 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas A presença de canais profundos de água (a profundidade ideal varia com o calado das embarcações); Acesso à vias de comunicação terrestre como estradas e ferrovias; Protecção contra o vento e ondas. Os portos de carga bastante movimentados devem ter obrigatoriamente acesso a uma vasta rede ferroviária que liga o porto a outras regiões industriais e/ou agrícolas, permitindo deste modo o escoamento de produtos a outras regiões do país e do mundo. Para a manuntenção dos portos é importante a aplicação de políticas integradas de qualidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho, que garantam a plena satisfação dos seus usuários e clientes. Os principios que norteam estas politicas reflectem-se em: Cumprimento dos requisitos legais, regulamentares e normativos aplicáveis aos serviços prestados, aspectos ambientais e à saúde e segurança; Identificação e minimização dos riscos existentes que permitirá à implementação de acções correctivas e preventivas, de modo a eliminar qualquer factor de risco nas suas instalações. Melhoraria da qualidade e eficácia dos serviços prestados; Prevenção, controlo e minimização da poluição, nomeadamente os resíduos gerados pelas suas actividades, que promovem o recurso ao investimento nas novas tecnologias e processos menos poluentes; 1.4 Os Sistemas Fluviais e as Bacias Hidrográficas Na região do equador a drenagem é bastante desenvolvida, resultante da presença do rio Congo, que é detentor do segundo maior escoamento do planeta, com aproximadamente 41.000 m3/segundo. O Níger, por sua vez, é o principal rio da África Ocidental com cerca de 4.800km. A sul destacam-se os rios, Orange com aproxidamente 2.200 km, Zambeze - 2.574 km e o Limpopo - 1.600 km. Muitos dos rios e cascatas reduzem o potencial para a navegação, mas por outro lado, fornecem grande potencial hidroeléctrico. Destacam-se as cataratas Vitória, no rio Zambeze, e Boyomsa, uma série de cataratas no rio Congo. A principal região lacustre está no Grande Rift Valley, onde estão localizados os Lagos Vitória, Albert, Tanganica e Niassa ou Malawi. Por estarem relacionados ao relevo modificado pelos movimentos das placas tectónicas, os mesmos são chamados de lagos tectónicos. O maior Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 188 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas lago da África é o Lago Vitória, no platô entre as ramificações do Rift Valley, com uma área total comparável ao território da Irlanda e repleto de nascentes que se dirigem para o rio Nilo. O único grande lago natural localizado fora da África Oriental é o Lago Chade, no extremo sul do Saara. O tamanho deste lago varia, dependendo das chuvas sazonais, mas a sua área foi intensamente reduzida nas últimas décadas devido às práticas agrícolas que desconsideraram a sua conservação. Figura 8 - Rede e Bacia hidrográfica respectivamente. 1.5 A População de África: Principais Características Sócioeconomicas Como os censos de muitos países africanos não estão actualizados, não é possível chegar a um dado preciso sobre a população do continente africano. As estimativas dão conta de que a população do continente esteja entre 800 milhões e um bilhão de habitantes (estimativa de 2010). Como o território africano é muito extenso (30,2 milhões de km2), a densidade demográfica é baixa (cerca de 30 habitantes por km2). Esta população também se distribui irregularmente pelo continente. Grande parte da população se concentra nas grandes cidades dos países litorâneos. As áreas ocupadas por desertos e florestas densas são praticamente inabitadas, enquanto as regiões litorâneas e o vale do rio Nilo apresentam grandes concentrações populacionais. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 189 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Vale ressaltar também que grande parte da população africana se encontra na zona rural. A população urbana só é maior do que a rural em países como, por exemplo, Tunísia, Argélia e Líbia. 1.5.1 Etnias Existem vários grupos étnicos em África. Cerca de 80% da população é formada por diferentes povos negros, que ocupam, principalmente, as regiões Central e Sul do continente (ao sul do deserto do Saara). Esta região é conhecida como “África Negra”. Os principais grupos étnicos que habitam esta região são: Bantu, Sudaneses, Bosquímanos, Pigmeus, Nilóticos. Já os brancos (Berberes, Árabes e Caucasianos) habitam, principalmente, a região Setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara. Por isso essa região é conhecida como “África Branca”. 1.5.2 Faixas Etárias Grande parte da população africana é formada por jovens, pois o continente apresenta taxas elevadas de natalidade. A expectativa de vida no continente é baixa, em função do subdesenvolvimento de grande parte dos países. 1.5.3 Cidades Mais Populosas de África Apesar das cidades serem centros urbanos onde concentram-se a maior parte de infraestruturas de uma economia, também é onde criam-se focos de grande instabilidade social, razão pela qual são classificadas de regiões mais populosas. Assim, em África destacam-se as seguintes cidades apresentadas na Tabela abaixo. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 190 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Tabela 21 - Cidades mais populosas de África CIDADE Nº DE HABITANTES Lagos na Nigéria 9,9 milhões Kinshasa na República Democrática do Congo 8,9 milhões Cairo no Egipto 8,1 milhões Ibadan na Nigéria 5,1 milhões Alexandria no Egipto 4,4 milhões 1.5.3.1 Estrutura Sociodemográfica do Continente Africano: Pirâmides Etárias A Figura 3 apresenta a composição de uma população, segundo o sexo e a idade. Nesta pirâmide verifica-se que as mulheres estão destacadas do lado direito e os homens do lado esquerdo. O eixo vertical representa o grupo de idades, geralmente em intervalos de 4 em 4 anos. O eixo horizontal representa os valores absolutos da população em percentagem. A forma da pirâmide reflecte: a taxa de natalidade, taxa de mortalidade e a esperança média de vida de um país. Figura 9 - Pirâmide etária Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 191 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 1.6 Os Problemas de Desenvolvimento na África A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral existe desde 1992, quando foi decidida a transformação da SADCC (Southern Africa Development Co-ordination Conference ou Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral), criada em 1980 por nove dos estados membros. Em 2011, a SADC engloba 14 países do sul de África. Os países membros somam uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente 700 biliões de dólares, valor importante, especialmente levando-se em conta as economias dos países vizinhos. A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais como secas prolongadas, a grande prevalência do SIDA e a pobreza. As principais metas do grupo para a erradicação destes problemas são: Promover o crescimento e desenvolvimento económico, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida do povo, e prover auxílio aos mais desfavorecidos; Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns; Promover a paz e a segurança; Promover o desenvolvimento sustentável por meio da interdependência colectiva dos estados membros e da autoconfiança; Atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; Promover e maximizar a utilização efectiva de recursos da região; Atingir a utilização sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente; Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da região. O financiamento dos projectos é obtido através de duas maneiras principais. A primeira, e a mais importante, é a contribuição de cada um dos membros, com o valor baseado no PIB de cada um; a segunda, é através da colaboração de parceiros económicos internacionais, como a União Europeia e alguns países desenvolvidos, que dependem do projecto a ser desenvolvido. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 192 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas EXERCÍCIOS PROPOSTOS ÁFRICA Figura 10 - Continente 1. Ao nível da dimensão geográfica, África é: a) O maior continente do mundo b) O terceiro maior continente do mundo c) O menor continente do mundo d) O sétimo maior continente do mundo 2. A maior ilha do continente Africano é a ilha de: a) Madagáscar b) Cabo Verde c) São Tomé e Príncipe d) Guiné Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 193 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 3. As capitais dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa: a) Luanda, Maputo, Praia, Bissau, São Tomé b) Luanda, Lesoto, Praia, Bissau, São Tomé c) Lobito, Maputo, Praia, Bissau, São Tomé d) Luanda, Maputo, Rio de Janeiro, Bissau, São Tomé 4. São cerca de 54 países africanos. Destes países: a) Seis têm o português como língua oficial b) Cinco têm o português como língua oficial c) Três têm o português como língua oficial d) Nenhum país africano tem como língua oficial o português, porque neste momento todos os países africanos são independentes. Soluções: 1. B 2. A 3. A 4. B Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 194 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas CAPÍTULO 2 - AS AMÉRICAS 2.1 O Continente Americano O continente americano é uma porção de terras banhadas pelo Oceano Atlântico a Leste e pelo Oceano Pacifico a Oeste. Trata-se de dois blocos continentais ao norte e ao sul unidos por um istmo (pequena faixa de terras situadas entre dois mares), veja o mapa abaixo: Figura 11 - Américas Com uma população de aproximadamente um bilão de habitantes e uma área territorial de 42.549.000km2, a América é o segundo continente (a seguir a Ásia) e conta com cerca de 14.2% da população mundial. Ao todo, são 35 países independentes e 16 colónias. Normalmente, esse continente é chamado de “Novo Mundo”, mas na realidade não significa que ele seja mais novo do que os outros continentes, pois esta denominação foi criada após os descobrimentos pelos europeus, tratando-se, portanto, de uma visão eurocêntrica da América. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 195 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Na verdade, do ponto de vista geológico, o continente americano é considerado antigo, pois o seu relevo demonstra evidências de que está exposto há mais tempo aos agentes externos de transformação (vento, água, chuvas, clima, entre outros). Falando em relevo, a estrutura física da América apresenta duas grandes cadeias de montanhas, uma localizada mais a Norte, chamada de “Montanha Rochosas” e outra localizada mais a sul, chamada de “Cordilheira dos Andes”, ambas localizadas na parte oeste do continente e originadas pelo contacto entre placas tectónicas. Existem alguns planaltos na parte leste da América – tanto no Norte como no Sul. São eles: Planalto Guiano (norte da América do Sul), Planalto Central Brasileiro, Planalto da Patagônia (na Argentina), Escudos Canadenses e os Montes Apalaches (oeste dos Estados Unidos). Quanto à localização, a América encontra-se em três hemisféricos diferentes: o Norte, o Sul e o Oeste. A Linha do Equador praticamente corta o continente ao meio, assim como os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, sendo o único continente a situar-se em todas as zonas térmicas do planeta. Esse continente possui vários tipos de divisões regionais, das quais podemos destacar duas. Uma divide-o em América do Norte, Central e do Sul, e a outra divide-o em América AngloSaxónica e Latina. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 196 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 12 - Américas Em termos económicos, registam-se grandes assimetrias entre os países do continente, que se traduzem em índices de desigualdade relevantes. Os países que fazem parte da América do Norte são os únicos desenvolvidos do continente, apresentando a maior parte do Produto Interno Bruto. Alguns países como Brasil, Argentina, Uruguai e México são considerados nações emergentes. Os demais são classificados como subdesenvolvidos. 2.2 Tipos de Clima do Continente Americano Clima Tropical: temperatura elevada, superior a 20°C. As chuvas concentram-se no verão, e o inverno é seco. É o clima dominante na América Central e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Clima Equatorial: característico das áreas próximas à linha do Equador. É muito quente e húmido, com alto nível de pluviosidade. É o clima dominante na Amazônia e em algumas regiões da América Central. Clima Subtropical: tipo climático de transição entre as zonas temperada e a tropical com invernos amenos e verões quentes. É o clima predominante na Argentina, no Uruguai, no centro e leste dos Estados Unidos e no sul do Brasil. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 197 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Clima Desértico: sua característica é a escassez de chuvas e as altas temperaturas (superiores a 30°C). Esse tipo de clima ocorre na Califórnia, no noroeste do México, no Peru e no norte do Chile. Clima Temperado: as características desse tipo de clima variam conforme a área. Nas planícies centrais, na costa leste do Canadá e dos Estados Unidos, o verão é quente e o inverno muito frio, com temperaturas negativas. Clima Frio: caracteriza-se pelas temperaturas baixas; o verão é curto, o inverno é longo e muito frio, com precipitação de neve. Esse é o tipo de clima dominante no Alasca, no Canadá, no norte dos Estados Unidos e no sul do Chile. Clima Mediterrâneo: limitado a uma estreita faixa na Califórnia e outra no litoral do Chile. Suas características são: invernos chuvosos e verões secos. Clima Semi-árido: é muito quente, as chuvas são poucas e muito mal distribuídas. Esse é o clima do Sertão do Nordeste brasileiro e de uma faixa de terra limitada por montanhas na região central dos Estados Unidos, no norte do México e no sul da Argentina. Clima Frio De Alta Montanha: prevalece nas áreas mais elevadas das Montanhas Rochosas e da Cordilheira dos Andes, no oeste do continente. Clima Polar: é caracterizado por temperatura muito baixa (- 10°C). As precipitações são em forma de nevascas em todas as estações do ano. As regiões de clima polar se localizam no norte do Canadá e na Groelândia. Actualmente, são poucas as áreas do continente americano que apresentam vegetação original ou primitiva que não tenham sofrido interferência humana. Tundra: é a vegetação do extremo norte da América, onde predomina clima polar. Trata-se de uma formação vegetal rasteira que aparece por um período de aproximadamente quatro meses durante o verão polar. Floresta De Coníferas: também conhecida como Taiga ou Floresta Boreal, é uma formação vegetal bastante homogênea, com árvores em forma de cone, como os pinheiros. Localizada em áreas de clima frio, a Floresta Boreal apresenta pouca variedade de espécies. Floresta Temperada: situa-se em áreas de clima temperado oceânico. As árvores eliminam as folhas antes da chegada do inverno. Por isso, essa formação vegetal também é conhecida como Floresta de Folhas Caducas ou Decíduas, que significa “que caem”. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 198 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Pradaria: é formada basicamente por gramíneas, podendo ocorrer alguns arbustos. É uma vegetação típica do clima temperado continental. Estepe: ocorre nas áreas de clima semi-árido do continente americano, nomeadamente nos Estados Unidos, no México e na Argentina e a nordeste do Brasil. A Estepe é uma vegetação rasteira dominada por pequenas plantas. Desertos: são áreas marcadas pela intensa aridez, isto é, pela pouca ocorrência de chuva. Na América, os Desertos ocorrem na Califórnia (Estados Unidos), no noroeste do México, na costa do Peru, no norte do Chile e no sul da Argentina. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 199 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas CAPÍTULO 3 - EUROPA Apesar de ser um dos menores continentes do mundo, a Europa, é considerado o mais importante em termos políticos. Pois, foi a partir deste continente que se constituiu e se expandiu o sistema capitalista e os seus valores económicos, políticos, sociais, e culturais. As ciências também são, na sua maioria, provenientes desse continente, pois foi nele que os gregos criaram a Filosofia. Entre os 49 países que compõem a Europa, podemos citar: Alemanha, Espanha França, Portugal, Inglaterra, Itália, Suécia, Noruega, Finlândia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Rússia, entre outros. Tem uma extensão territorial de mais de 10 milhões de km² e a população é de aproximadamente 800 milhões de habitantes. Figura 13 - Europa 3.1 Relevo Europeu O relevo europeu mostra grande variação dentro de áreas relativamente pequenas. As regiões do sul são mais montanhosas, porém, na região do norte o terreno desce dos altos Alpes, Pirenéus e Cárpatos, através de planaltos montanhosos, baixas planícies do norte, que são vastas a leste. Esta planície estendida é conhecida como a Grande Planície Europeia e no seu coração encontra-se a Planície do Norte da Alemanha. Um arco de terras Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 200 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas altas, também existe ao longo da costa norte-ocidental, que começa na parte ocidental da ilha da Grã-Bretanha e da Irlanda, e continua ao longo da montanhosa coluna, com fiordes cortados, da Noruega. As sub-regiões como a península Ibérica e a península Itálica contêm as suas próprias características complexas, como faz a própria Europa Central continental, onde o relevo contém muitos planaltos, vales de rios e bacias que complicam a tendência geral. As subregiões como a Islândia, a Grã-Bretanha e a Irlanda são casos especiais. A Islândia é uma terra independente no oceano do norte, que é considerada como parte da Europa, por outro lado, a Grã-Bretanha e a Irlanda, são zonas de montanha que anteriormente foram parte do continente até serem cortadas da massa de terra principal1 pelo nível do mar. Figura 14 - O Relevo da Europa 1 Esta descrição é simplificada. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 201 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 3.2 Rede Hidrográfica Europeia O continente apresenta uma complexa rede hidrográfica, com grandes rios como o Volga, na Rússia, e o Danúbio, que atravessa territórios, delimitando as fronteiras da Áustria, Alemanha, Croácia, Hungria, Roménia, Ucrânia, Sérvia, República Checa e Bulgária. O maior rio da Europa em termos de caudal, é o rio Volga, que tem a sua nascente no planalto de Valdai no norte da Rússia, corre pela planície russa e desagua no cesaro do afluente da Europa no mar Cáspico. No continente Europeu podem ser encontrados vários e maraviolhosos lagos, mas aquele que se destaca em extensão é o Mar Cáspio, localizado na divisão com a Ásia e que possui 371 mil km²; e o lago Ládoga, na Federação Russa. Porém, o maior lago totalmente europeu, isto é, que nasce, corre e termina na Europa, é o Lago Ládoga, com 17 700 km² de área. Outros lagos extensos são o Onega, o Vänern, o Saimaa, o Vättern, entre outros. 3.3 Clima Europeu O clima europeu é normalmente temperado, visto que o continente é submetido a correntes de ventos do oeste. Em alguns países da Europa central, o clima mais ameno em comparação com outras áreas da mesma latitude de todo o mundo devido à influência da Corrente do Golfo. A Corrente do Golfo é o apelido de "aquecimento central da Europa", porque torna o clima destes países da Europa mais quente e mais húmido (como é o caso de Portugal e Espanha). A Corrente do Golfo não só leva água quente à costa da Europa, mas também aquece os ventos que sopram de oeste em todo o continente do Oceano Atlântico. Em termos de temperatura podemos fazer por algumas comparações entre cidades do mundo que sencontram na mesma latitude com outras cidades da Europa: a temperatura média de Nápoles durante todo o ano, é de 16 °C (60,8 °F), enquanto a de Nova Iorque, que é quase na mesma latitude, em média regista os 12 °C (53,6 °F). Berlim, na Alemanha; Calgary, no Canadá, e Irkutsk, na parte asiática da Rússia, estão em torno da mesma latitude, mas as temperaturas de Janeiro, em Berlim, rondam em média os 8 °C (15 °F), mais elevadas do que aquelas registadas em Calgary, e são quase 22 °C (40 °F) mais elevadas do que as temperaturas médias em Irkutsk. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 202 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 3.4 Demografia Desde o Renascimento, a Europa teve uma grande influência na cultura, economia e movimentos sociais do mundo. As invenções mais significativas tiveram origem no mundo ocidental, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Algumas questões actuais e passadas na demografia europeia incluíram emigração religiosa, relações raciais, imigração económica, taxa de natalidade decrescente e envelhecimento da população. Figura 15 - Estrutura etária da população portuguesa 1950 - 2005 Em alguns países como a Irlanda e a Polónia, o acesso ao aborto é actualmente limitado. No passado, tais restrições bem como as que incidiam sobre o controlo artificial da natalidade eram comuns em toda a Europa. O aborto continua a ser ilegal na ilha de Malta, onde o catolicismo é a religião do Estado. Além disso, três países europeus (Países Baixos, Bélgica e Suíça) e a Comunidade Autónoma da Andaluzia (Espanha) têm permitido uma forma limitada de eutanásia voluntária para doentes terminais. Em 2005, a população da Europa era estimada em 731 milhões de acordo com as Nações Unidas, que é um pouco mais do que um nono da população mundial. Um século atrás, a Europa tinha quase um quarto da população mundial. A população da Europa cresceu no Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 203 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas século passado, mas nas outras regiões do mundo (especialmente na África e na Ásia), a população tem crescido muito mais rapidamente. Dentre os continentes, a Europa tem uma densidade populacional relativamente alta, perdendo apenas para a Ásia. O país mais densamente povoado da Europa é a Holanda, terceiro no ranking mundial após a Coreia do Sul e Bangladesh. Pan e Pfeil (2004) contam 87 distintos "povos da Europa", dos quais 33 formam a maioria da população em pelo menos um Estado soberano, enquanto os 54 restantes constituem minorias étnicas. Segundo a projecção de população da ONU, a população da Europa pode cair para cerca de 7% da população mundial até 2050, ou 653 milhões de pessoas (variante média, 556 a 777 milhões em baixa e alta variante, respectivamente). Neste contexto, existem disparidades significativas entre regiões em relação às taxas de fertilidade. O número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva é de 1,52. De acordo com algumas fontes, essa taxa é maior entre os europeus muçulmanos. A ONU prevê o declínio contínuo da população de vastas áreas da Europa Oriental. A população da Rússia está a diminuir em pelo menos 700 mil pessoas a cada ano. O país tem hoje 13 mil aldeias desabitadas. A Europa é o lar do maior número de migrantes de todas as regiões do mundo, em 70.6 milhões de pessoas, segundo um relatório da OIM. Em 2005, a UE teve um ganho líquido global de imigração de 1,8 milhão de pessoas, apesar de ter uma das maiores densidades populacionais do mundo. Isso representou quase 85% do crescimento populacional total da Europa. A União Europeia pretende abrir centros de emprego para trabalhadores migrantes legais de África. A emigração da Europa começou com os colonos espanhóis no século XVI, e com colonos franceses e ingleses no século XVII. Mas os números mantiveram-se relativamente pequenos até ondas de emigração em massa no século XIX, quando milhões de famílias pobres deixaram a Europa. Hoje, uma grande população de ascendência europeia é encontrada em todos os continentes. A ascendência europeia predomina na América do Norte e, em menor grau, na América do Sul (principalmente na Argentina, Chile, Uruguai e Centro-Sul do Brasil). Além disso, a Austrália e a Nova Zelândia têm grandes populações de descendentes europeus. A África não tem países de maioria de descendentes de europeus, mas há minorias significativas, como a dos brancos Sul-Africanos. Na Ásia, as populações descendentes de europeus (mais especificamente russos) predominam no Ásia Setentrional. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 204 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas De acordo com os pontos de vista espacial e económico, pode-se dividir o continente em: Europa Ocidental, Europa Setentrional, Europa Centro-Oriental e Europa Meridional. Sendo: Europa Ocidental: região que abrange alguns dos chamados países atlânticos, ou seja, banhados pelo oceano Atlântico(Reino Unido, Irlanda e França); os que mantêm relação directa com o Atlântico através do mar do Norte: Países Baixos, Bélgica e Alemanha; e os países sem saída para o mar, mas que estão directa ou indirectamente vinculados ao Ocidente (Áustria, Suíça, Luxemburgo e Liechtenstein). Europa Setentrional: região que engloba a Noruega e a Suécia, localizadas na península Escandinava, além da Finlândia, Islândia e Dinamarca; abrange também a Estônia, Letônia e Lituânia, que a partir de 1990 se tornaram independentes da então União Soviética. A inclusão desses países na região justifica-se por motivos económicos e pela sua proximidade étnica e cultural com os finlandeses. Europa Centro-Oriental: É formada pelo conjunto dos antigos países socialistas do Leste Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia, Bulgária, Albânia, Sérvia, Montenegro, Kosovo, Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Macedónia e pelas repúblicas que constituím a antiga União Soviética em sua parte europeia: Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Geógia, Azerbaijão e a Russia Europeia. Europa Meridional: região que, também chamada de mediterrânea, compreende os países situados no sul do continente, quase todos banhados pelo mar Mediterrâneo: Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Turquia europeia, além de vários microestados - Vaticano, San Marino, Mónaco, Malta e Andorra. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 205 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas CAPÍTULO 4 - ÁSIA 4.1 Localização e Dimensões O continente asiático está localizado na sua maioria, no hemisfério norte (oriental e setentrional). Ao norte, a Ásia é banhada pelo Oceano Ártico; ao sul pelo Oceano Índico; ao leste pelo Oceano Pacífico e a oeste faz fronteira com a Europa e África. Além de ser o maior dos continentes, é também o que possui a maior população do planeta. A sua área total é de quase 45 milhões de km² e a população actual está estimada em 3,6 bilhões de pessoas. É na Ásia que se encontra o ponto mais alto do mundo, o Monte Everest, com 8.848m de altura. Entre os 53 países que fazem parte da Ásia, podemos citar: Japão, China, Índia , Coreia do Norte, Coreia do Sul, Singapura, entre outros. Nela também se encontra uma região que apresenta as relações políticas mais conflituosas do mundo: o Oriente Médio. Figura 16 - Ásia O continente asiático tem uma área de 44.482.000 km², por isso, é o maior continente do mundo com 29,4% de terras emersas. É também considerado o continente mais populoso do mundo com 3,95 bilhões de habitantes (pouco mais de 60% da população mundial). Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 206 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 17 - Ásia O clima da Ásia pode ser dividido em quatro regiões climáticas: Clima Siberiano no extremo norte da Ásia: temperaturas baixíssimas, presença de tundra ao norte, taiga no centro e estepes ao sul. Clima Mediterrâneo no Ásia Menor: verões quentes e secos e invernos com muita chuva. Clima Desértico na Síria, Arábia, Índia e Irão: regiões com temperaturas elevadas durante o dia e frias à noite. Regiões áridas com baixo índice pluviométrico (chuvas). Clima de Monções na Ásia Oriental e Meridional: inverno seco e verão extremamente chuvoso. 4.2 Relevo Asiático É um continente que apresenta características contrastantes: enormes terras baixas de aluvião e de litoral e grandes formações planálticas com cordilheiras muito altas, que se tornam extensas por uma vasta área centro-meridional, entre os territórios nacionais turco e indonésio. Isso tudo faz do continente asiático o único com aproximadamente 1 0000 metros de cota altimétrica média. As montanhas de maior altitude estão localizadas na cordilheira do Himalaia, mas existem outras que se espalham por toda a área territorial, situando-se no continente asiático as 18 montanhas mais altas do mundo. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 207 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas O relevo asiático é caracterizado pela apresentação de seus contrastes de extremidade altimétrica: As cordilheiras e planaltos de maior altitude da Terra: Himalaia, Pamir e Tibete, onde se localizam as altitudes máximas do globo terrestre: (Everest, 8.840 metros, Kanchenjunga, 8.598 metros, e muitos outros, com altitudes com mais de 7.000 metros). As maiores depressões absolutas do planeta: o Mar Morto, 395 metros. Algumas regiões banhadas pelas águas salgadas do oceano Pacífico fazem parte do Círculo de Fogo, ou seja, por causa de sua formação geológica ocorrida há pouco tempo estão sujeitas a erupções vulcânicas e a abalos sísmicos. É o caso do arquipélago japonês e da Indonésia. Algumas formações planálticas são altíssimas e são intercaladas às cadeias de montanhas, como é o caso do Pamir e do Tibete, contrastando com outros de maior antiguidade, de menores altitudes, como os da Arménia, do Decã. As planícies de rios da Ásia são revestidas com depósito aluvial trazido pelos acidentes geográficos fluviais que as percorrem e que se dirigem de modo principal para as águas salgadas dos oceanos Índico e Pacífico. As principais planícies de rios são a Indo- gangética (Índia), a Mesopotâmica (Iraque), a Siberiana (Rússia) e as dos rios Yang-tsé (China) e Mekong (Vietnam). A Ásia projecta, dirigindo-se aos oceanos adjacentes, várias porções peninsulares, sendo as mais relevantes a da Anatólia, da Arábica, da Hindustânica, da Indochina e a da Coreia. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 208 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 18 - O relevo da Ásia Tanto as chuvas abundantes da região influenciadas pelos climas equatorial e tropical quanto a grande quantidade de neve derretida das altas montanhas favorecem a existência de grandes rios, que correm em quase todas as direcções do continente asiático. Podemos destacar: Rio Yangtzé na região das Três Gargantas: Rios que desaguam no oceano Pacífico: Alguns têm grande volume de água devido às monções de verão. Merecem destaque os rios Huang-ho (ou Amarelo), Si-kiang e Yangtsé-kiang (ou Azul), todos na China, além do Mekong, na Indochina; Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 209 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Rios que desaguam no oceano Índico: Alguns deles são também monçônicos e tornamse muito volumosos durante o verão. Merecem destaque rios da Índia e de Bangladesh, como o Bramaputra, o Ganges e o Godavari, e o rio Indo, no Paquistão; Rios que correm para norte e desaguam no oceano Glacial Ártico: São exemplos os rios Obi, Ienissei e Lena, que congelam durante grande parte do ano. Como o degelo ocorre a partir de seus altos cursos, as águas, ao chegarem ao médio curso e encontrarem barreiras de gelo, esparramam-se por vastas extensões de suas margens, causando frequentes inundações; Rios que desembocam no golfo Pérsico: Merecem destaque o Tigre e o Eufrates que formam a planície da Mesopotâmia; Rios da Ásia Centro-oriental que desaguam em lagos: Podemos citar o Sir Daria e o Amu Daria, que desaguam no mar de Aral, além de outros que desaparecem dentro do deserto. A Ásia apresenta poucos lagos, embora de grande extensão, como o Baikal e o Balkhash, localizados na Rússia. Se os lagos existem em pequeno número, os mares asiáticos aparecem com muito mais destaque: mar Vermelho, que limita as costas africanas e asiáticas; Mar da Arábia; a sudeste, mar da China Meridional, mar da China Oriental, Mar de Andamã e mar Amarelo; os mares da Indonésia: de Java, de Timor, de Banda, de Celebes; a nordeste, os mares de Okhotsk, do Japão e de Bering. No limite com a Europa, aparece o maior mar fechado do mundo, o mar Cáspio. 4.3 A População da Ásia: Principais Características Sociodemográficas, Económicas e Religiosas O continente asiático ocupa um espaço que corresponde a cerca de um terço de todas as terras do planeta, sendo, portanto, maior que a extensão somada de todas as Américas, ou da Europa com a África. Nessas terras vivem mais de três milhares de milhões de habitantes, ou seja, mais da metade da população mundial, resultando numa densidade demográfica de 70 habitantes por quilômetro quadrado, aproximadamente três vezes maior que a densidade média da Terra. Embora muito numerosa, a população asiática é mal distribuída: nas planícies, sobretudo as irrigadas pelas monções, e nas grandes cidades, as densidades demográficas são altíssimas, Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 210 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas enquanto nas regiões desérticas, montanhosas e geladas, e mesmo em áreas de climas muito quentes, a população apresenta-se rarefeita. Países como China, Índia, Indonésia, Japão, Paquistão e Bangladesh estão entre os mais populosos da Terra, enquanto outros, como a Mongólia ou mesmo trechos setentrionais da Rússia, apresentam as mais baixas densidades demográficas do planeta. Os factores que agravam o problema da má distribuição demográfica são as altas taxas de natalidade e a tendência à concentração urbana, características de todos os países subdesenvolvidos, como é o caso da maioria das nações asiáticas. Apenas alguns poucos países conseguiram sucesso em suas campanhas de planeamento familiar, reduzindo-se o crescimento populacional na China e praticamente estancando-o no Japão. Em outros casos, a situação continua alarmante; é o que ocorre, por exemplo, com a Índia, onde a cada ano a população apresenta um crescimento vegetativo de 2,1%. Isso representa anualmente cerca de 14 milhões de crianças à espera de formação e, futuramente, de emprego. Na prática, isso se mostra economicamente impossível o que torna ainda mais agudo o subdesenvolvimento desse e de outros países asiáticos. Outro aspecto grave do crescimento populacional muito elevado é que ele costuma ocorrer nas áreas mais populosas, acentuando ainda mais o contraste com os vazios demográficos. Actualmente, numa área que equivale a um quarto do território asiático, vivem 90% dos habitantes do continente, enquanto nada menos que dois quintos do território são praticamente desabitados, abrigando apenas 3% ou 4% da população total. Uma das principais razões desse fenómeno é a urbanização. De maneira geral, as regiões que apresentam condições naturais satisfatórias são as que abrigam os maiores aglomerados populacionais; aquelas que apresentam obstáculos naturais à fixação humana, tais como a grande altitude do relevo, o clima muito frio e a aridez do solo, permanecem pouco habitadas. O mundo tem vindo a assistir a um extraordinário crescimento populacional, impulsionado, em grande parte, pelo formidável crescimento populacional asiático. As cidades mais populosas da Ásia são: Mumbai ou Bombaim na Índia (18,3 milhões), Calcutá na Índia (14,7 milhões), Xangai na China (17,1 milhões) e Tóquio no Japão (12,3 milhões de habitantes). Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 211 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Países que fazem parte da Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahrein, Bangladesh, Brunei, Butão, Camboja, Cazaquistão, República Popular da China, Singapura, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos, Líbano, Maldivas, Malásia, Mongólia, Mianmar, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Quirguistão, Rússia, Síria, Sri Lanka, Tadjiquistão, Tailândia, Taiwan, Timor-Leste, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão e Vietnam. Territórios asiáticos: Cisjordânia, Chagos, Cocos, Faixa de Gaza, Macau, Hong Kong, e Ilhas Christimas. Principais rios da Ásia: Yangtze, Ienissei, Huang He, Amur, Lena, Mekong, Volga, Eufrates e Indo. Principais ilhas da Ásia: Grande Comore, ilhas Agalega, Sumatra, Honshu, Sulawesi, Java e Bornéu. Economicamente destaca-se o Japão que tem uma economia forte e industrializada desde o fim da Segunda Guerra Mundial e actualmente temos vindo a assitir a emergência da Índia e da China, fazendo parte do grupo BRICS. Os mesmos têm vindo a apresentar um forte crescimento económico desde a década de 90. O PIB (Produto Interno Bruto) da China, por exemplo, apresenta crescimento, em média, de 10% ao ano (nos últimos anos). O Bloco económico mais importante na Ásia é a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido, Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico). Actualmente, fazem parte 20 países e uma região administrativa especial da China (Hong Kong), sendo que a maioria é de países asiáticos (Austrália, Brunei, Chile, Canadá, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, México, Malásia, Nova Zelândia, Guiné, Filipinas, Perú, Rússia, Popua-Nova Guiné, Singapura, Taiwan, Estados Unidos, Vietnam e Tailândia) As religiões mais dominantes no continente Asiático são: islamismo, hinduísmo e budismo. Tem-se verificado a diminuição do nível de alfabetismo, atingindo, aproximadamente, 23 % da população. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 212 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas CAPÍTULO 5 - A PRODUÇÃO DE RECURSOS A NÍVEL MUNDIAL Nesta parte introdutória, vamo-nos debruçar sobre o conceito de Recurso, tanto no sentido Natural como no sentido Económico. 5.1 Conceito de Recurso Natural Antes de definirmos Recursos no sentido económico, importa definir primeiro o conceito de recursos naturais, como sendo a dotação total de todos os recursos ambientais = terra (espaço) + terra (fértil) + ar + água + florestas +espécies piscatórias + minerais + sistemas de suporte da vida ecológica. 5.1.1 Tipo de Recursos Naturais A) Recursos Renováveis 1. Populações de organismos biológicos com capacidade natural de crescimento: Recursos marinhos e florestais; 2. Água e sistemas atmosféricos, reproduzidos por processos físicos e químicos, têm capacidade natural de assimilarem a poluição; 3. Terra arável e pastagens naturais; a reprodução e o crescimento são feitos a partir de uma combinação de processos biológicos (reciclagem de nutrientes orgânicos) e físicos (irrigação, exposição ao vento, etc.); 4. Ecossistemas, que são áreas naturais, tais como florestas tropicais; 5. Fluxos de recursos: energia solar, ventos, ondas, energia geotérmica. B) Recursos Naturais Não-Renováveis Estes recursos são classificados segundo uma combinação de medidas geológicas e económicas e destacam-se os Recursos energéticos de origem fóssil (petróleo, carvão, gás); Minerais (cobre, níquel, ferro …), todos são produzidos por processos geológicos ao longo de Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 213 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas milhões de anos. Este tipo de Recursos tem uma característica de limite físico, pois, há que ter em conta o conceito de Oferta, tanto no sentido Económico como no sentido Físico. Assim: 1. Oferta Económica - esta tem que ver apenas com os recursos geologicamente identificados cuja exploração seja rentável (por exemplo. Os poços de petróleo de Cabinda, do Soyo, etc.). Esta oferta refere-se apenas às reservas economicamente rentáveis (são a medida mais comum utilizada nos cálculos das disponibilidades da oferta intemporal do recurso). 2. Oferta Física - este tipo de oferta inclui a totalidade das reservas existentes. Isto é, ela é finita e não é totalmente conhecida. 5.2 Conceito de Recurso Económico Em economia, o termo recurso designa todos os bens utilizados na produção de outros bens, podendo por isso, ser considerado como um termo equivalente a "factor de produção". A questão dos recursos assume uma importância fulcral para a ciência económica. Esta importância reside no facto dos recursos, além de serem os factores de produção utilizados na produção de bens, são também, na sua grande maioria, escassos, isto é, não existem em quantidades ilimitadas. Esta escassez dos recursos obriga os agentes económicos a fazerem escolhas nomeadamente quanto à forma de utilização desses mesmos recursos para produzir bens e quanto à forma como são distribuídos na sociedade. 5.3 Uso dos Recursos Naturais pela Sociedade Considerando que a sociedade é constituída pelos principais agentes económicos, aqueles que no dia-a-dia interagem no mercado, importa realçar, a forma como cada um deles utiliza e sistematiza os recursos durante e após o processo produtivo, criando um ciclo fechado, o chamado Fluxo económico. Assim, os principais agentes económicos são, as famílias ou consumidotres, as empresas e o Estado na qualidade de regulador da economia. a) Consumidores ou famílias - implica dizer que estes utilizam os bens de consumo directo, tais como o ar, a água, a flora, a fauna, os inputs ou factores de produção de autoconsumo (recreio e lazer, agricultura de subsistência;….). Igualmente dizer também as famílias fazem Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 214 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas o consumo directo de serviços ecológicos (controlo de cheias, produção de solo fértil; produção e manutenção do ar e das funções básicas;…), consumo de outros bens e educação. b) Empresas - aqui destaca-se o sector produtivo agrícola, a indústria e os serviços. Todos eles utilizam os chamados factores de produção (inputs) e sistemas de prestação de serviços (de acomodação e tratamento de resíduos; controlo de cheias; produção de solo fértil; produção e manutenção de biodiversidade; manutenção da qualidade do ar e das funções vitais básicas;…) e investigação e inovação. c) Estado - sendo este também um agente económico, por isso, utiliza os bens de consumo directo, tais como o ar, a água, a flora (plantas), a fauna (animais) e consumo indirecto de serviços ecológicos (controlo de cheias, produção de solo fértil; produção e manutenção do ar e das funções básicas;…), consumo de outros bens, educação, investigação e inovação. CAPÍTULO 6 – DEMOGRAFIA 6.1 Demografia e Economia A demografia tem como objectivo analisar os seguintes dados populacionais: crescimento demográfico, emigração, taxa de natalidade, taxa de mortalidade, expectativa de vida, distribuição populacional por áreas, faixas de idade, entre outros. Esta ciência é muito importante, pois os dados gerados por ela servem de base para a definição de políticas sociais governamentais e também mostram a evolução da qualidade de vida das pessoas. Significado: Demo- povo; Grafia- estudo, ou seja, Demografia é o estudo do povo/população. A demografia é um estudo que engloba desde estudos individuais e dependentes até projectos do governo em relação à população, como o IDH. Ao definir a sua política (governo) tem duas opções: estimular ou dificultar novos nascimentos. Medidas como complementação salarial para auxílio aos pais que têm mais filhos ou aumento de impostos para os jovens de uma certa idade que ainda não tenham filhos, podem ser chamadas natalistas, pois estimulam o aumento da taxa de natalidade. Por outro lado, quando o governo sobretaxa o imposto para pais que têm mais filhos ou desenvolve políticas directas de controlo da natalidade como Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 215 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas liberação do aborto ou distribuição de anticoncepcionais, está a optar por uma política antinatalista. No caso do governo angolano, as políticas demográficas sempre foram pouco aplicáveis. Oficialmente até o momento, o governo não adoptou uma política antinatalista, o que pode ser explicado pela intensa influência dos valores católicos e pela ideia, que por muito tempo dominou a opinião pública, que ao fim do conflito de luta armada em Angola, era necessário ocupar o vazio demográfico do interior do país. No entanto, a postura natalista, na prática, nunca foi eficiente em Angola. O que tem acontecido é que a própria realidade social angolana tem-se acomodado com as políticas natalístas existentes. Porém, este conformismo está associado aos vários problemas com os quais as famílias angolanas se deparam no seu diaa-dia, como por exemplo a grande dificuldade na criação dos filhos devido à falta de creches e escolas públicas de qualidade;o alto índice de desemprego e os salários baixos, ao ponto de se sentirem encurralados pelos altos gastos com habitação, transporte, segurança e alimentação nas grandes cidades; portanto, a tendência tem sido a diminuição drasticamente na quantidade de filhos e a decisão de ter filhos é cada vez mais tardia relativamente aos tempos passados. 6.2 Taxa de Natalidade A taxa de natalidade é um indicador demográfico que mostra a quantidade de nados vivos numa determinada sociedade, em termos percentuais. Ora, em Angola, neste momento não se consegue precisar em termos percentuais a velocidade com que ocorreu a diminuição das taxas de natalidade. Alguns paíse têm adoptado programas rígidos de controlo demográfico, como por exemplo, a China. Neste caso, o problema surge tendo conta a falta de educação quanto ao método anticoncepcional a ser adoptado e, sobretudo pela falta de educação sexual. Mas, é importante perceber que não existem nem políticas certas e nem políticas erradas, o que cada Regulador (Estado) tem que fazer é encontrar a política ou o programa adequado à sua realidade. Outros factores se referem aos métodos naturais contraceptivos como, por exemplo, a lavagem vaginal após o coito, coisa que é pouco conhecida, pouco divulgada e ou realizada após as relações sexuais na maioria dos mais necessitados. Falta de informações sobre Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 216 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas períodos mais férteis das mulheres também é um método usado só pelas pessoas de classes media e alta. As classes sociais mais desprivilegiadas são as que mais se reproduzem e as que mais utilizam os recursos públicos para fazer os partos, alimentar as crianças em idade escolar (merendas escolares), consumo de remédios e consultas médicas gratuitas em hospitais públicos. Enfim, o descontrolo da natalidade ocorre praticamente apenas nas classes mais baixas e pobres da população e não existe uma política de esclarecimento devido à forte interferência dos conceitos religiosos muito presentes em tudo o que se refere ao controlo da natalidade humana. A população está em explosão demográfica desde a revolução industrial que começou na Inglaterra no século XIX, na primeira metade desse mesmo século. Apresenta-se de seguida a evolução da população mundial: 1 a 2 bilhões de pessoas entre 1804 a 1927 - 123 anos se passaram; 2 a 3 bilhões de pessoas entre 1927 a 1960 - 33 anos se passaram; 3 a 4 bilhões de pessoas entre 1960 a 1975 - 15 anos se passaram; 4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1987 - 12 anos se passaram; 5 a 6 bilhões de pessoas entre 1987 a 1999 - 12 anos se passaram; 6 a 7 bilhões de pessoas entre 1999 a 2011 - 12 anos se passaram. A análise da progressão da população humana indica que esta está a crescer cada vez mais lentamente (atualmente 1.14% ao ano) e prevê-se que estabilize nos 10 bilhões por volta do ano 2200. A população mundial é de cerca de 7.281 milhões de pessoas. 6.3 Teoria Demográfica de Thomas Malthus- Malthusianismo O malthusianismo é uma teoria demográfica criada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus, no final do século XVIII. De acordo com esta teoria, a população mundial cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética. Esta teoria foi definida por Malthus no livro Ensaio sobre o princípio da população, escrito em 1798. Com a sua teoria, Thomas Malthus procurou alertar, sobre os problemas gerados pelo elevado crescimento demográfico mundial. Malthus defendia que era necessário o controlo da Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 217 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas natalidade para que não ocorresse, num futuro breve, a falta de alimentos e o aumento considerável da fome e da miséria no mundo. De acordo com Malthus, o celibato, o casamento tardio e o controlo da natalidade em países pobres seriam as principais formas de combater o crescimento populacional desordenado. 6.4 Migrações Humanas Decorrentes da Demografia As migrações humanas têm ocorrido em todos os tempos e numa variedade de circunstâncias. As migrações podem ser classificadas em tribais, nacionais, internacionais, de classes ou individuais. As causas deste fenómeno têm sido políticas, económicas, religiosas, étnicas ou por mero amor à aventura. Os resultados e as causas das migrações, são fundamentais para o estudo da etnologia, história política ou social, e para a economia política. Nas suas origens naturais, podem referir-se às migrações do Homo erectus, depois seguidas das do Homo sapiens, saindo de África através da eurasiática, usando algumas das rotas disponíveis pelas terras, para o norte dos Himalaias que se tornaram, posteriormente, a Rota da Seda através do Estreito de Bering. A migração forçada tem sido um meio de controlo social dentro de regimes autoritários. Quando a migração é de livre iniciativa, torna-se o mais poderoso factor, no meio social de um país, por exemplo, o fenómeno do êxodo rural que tem como consequência o crescimento da população urbana. Incluem-se neste caso as migrações pendulares referidas abaixo e também as grandes imigrações, em que os migrantes se fixaram num país diferente, trazendo a sua cultura e adoptando a do país de acolhimento (por exemplo os povos que vêm de outros países e fixam-se em Angola). Os recentes estudos de migrações vieram contrariar esta visão dualista. Como exemplo, refere-se que boa parte dos migrantes (emigrantes e imigrantes), que nos dias de hoje mudam de país, continuam a manter práticas e redes de relações sociais que se estendem entre o país de origem e o de destino, interligando-os na sua experiência migratória. Tratase de um "transnacionalismo" que transcende os conceitos de migração temporária e migração permanente. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 218 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 19 - Principais fluxos migratórios no final do século XX e início do século XXI CAPÍTULO 7 – AGRICULTURA, BASE DE DESENVOLVIMENTO 7.1 A Agricultura – Conceito e Origem A agricultura é vista como uma actvidade que envolve um conjunto de técnicas utilizadas no cultivo de plantas. Ao falarmos da Agricultura dvemos ter em linha de conta que ela não engloba apenas o cultivo e a cultura de plantas, mas sim, ela também envolve outras actividades como por exemplo a obtenção de energia, medicamentos, ferramentas, fibras, matéria-prima para roupas e qualquer outra acção que se inclua nas outras anteriores. A prática da agricultura surge nas primeiras civilizações humanas, a cerca de 10.000 anos, na Mesopotâmia, com o cultivo de grãos e criação de ovelhas, tendo sido adoptada como a base de sustentação das populações. A agricultura em comparação à caça e a colecta, permite a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional. Houve uma transição gradual na qual a economia de caça e colecta coexistiu com a economia agrícola: algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da natureza. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 219 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 7.2 A Agricultura Tradicional, Moderna e Contemporânea Do ponto de vista técnico e científico, a evolução da agricultura é dividida em três etapas principais: tradicional, moderna e contemporânea. A forma mais rudimentar de cultivo toma o nome de Agricultura tradicional. Ou seja, é aquela que em que não há intervenção de máquinas ou o uso de pesticidas e herbicidas. Normalmente é praticada em pequenas propriedades e utiliza policultura, ou seja, cultivo de vários produtos no mesmo local. Por outro lado, hoje existe a agricultura moderna, que contrariamente à tradicional, esta utiliza equipamentos variados, tais como máquinas, tractors, alfaias, máquinas para irrigação, pesticidas, herbicidas entre outros. Este tipo de agricultura surgiu após a primeira fase da Revolução Indiuustrial, no fnal do Século XVIII. A agricultura moderna normalmente é de carácter empresarial, pois, utiliza grandes meios técnicos e tecnologia à disposição, procurando o máximo de produção com o mínimo de investimento para alcançar o maior lucro possível. Ainda, dentro do mesmo contexto, podemos enquadrar o conceito de agricultura contemporânea, que tal como a moderna, também é caracterizada pela grande utilização de meios tecnológicos que ampliam a quantidade e a qualidade da produção. Porém, a grande diferença entre as duas, é que neste caso, a agricultura contemporânea utiliza os transgênios, que permitem o aumento da produção, diminuindo cada vez mais os custos e facilitando o manuseio ou então produzindo alimentos com melhor qualidade. O tipo de produção que advém desta prática, chama-se produção em massa para grandes mercados. Ao debruçar-se sobre os dois tipos de agricultura anterioes (moderna e contemporânea), surge o conceito de agroecossistema, isto é, um ecossistema que advém da agricultura. Nestes agroecossistemas, o patenteamento de sementes (e os conflitos em relação ao património genético), a poluição das águas superficiais com resíduos de fertilizantes e pesticidas (herbicidas, insecticidas e fungicidas), a alteração genética de plantas e animais, a destruição de habitats (com a consequente extinção de espécies animais, vegetais e de microrganismos), têm criado um movimento ecológico que prega a necessidade de métodos alternativos de produção (como a agricultura orgânica e a permacultura). Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 220 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 7.2.1 Problemas Ambientais Provenientes da Agricultura A prática da agricultura tem agredido consectivamente o ambiente à medida que surgem cada vez mais inovações nesta área. Assim sendo, apesar da aplicação de várias práticas no sentido de minimizar os impactos ambientais, ainda assim, os mesmos têm sido alvo de grandes debates. Os principais problemas registados neste tipo de actidade são numerados abaixo: Efeitos nocivos de herbicidas, fungicidas, pesticidas e outros biocidas para o ambiente; Conversão de ecossistemas naturais em terra arável; Degradação da biodiversidade; Erosão; Ervas daninhas; Lixiviação de nitrogénio para rios e lagos. CAPÍTULO 8 – A INDÚSTRIA E OS SEUS REFLEXOS NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO 8.1 Conceito de Indústria Entende-se por indústria (do latim industria) o conjunto de operações que são levadas a cabo com a intenção de obter, transformar ou transportar produtos naturais. As empresas industriais são aquelas incumbidas de transformar a matéria-prima em produtos acabados para o consumo. Por ex: indústria alimentar, indústria têxtil, etc. A revolução industrial é o período histórico que teve lugar entre a segunda metade do século XVIII e inícios do século XIX, durante o qual se assistiu a grandes transformações tecnológicas, económicas, sociais e culturais. A partir da revolução industrial, a indústria passou a substituir o trabalho manual, tendo sido mecanizados muitos processos produtivos que, até então, eram realizados pelos seres humanos. A segurança industrial é a área multidisciplinar que procura minimizar os riscos na indústria, geralmente aqueles que estão relacionados com os acidentes que, inclusive, podem ter um Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 221 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas grande impacto ambiental e afectar regiões inteiras. Por outro lado, a segurança industrial protege os trabalhadores, com vestuário apropriado e inspecções médicas. 8.2 A Evolução do Processo de Produção 8.2.1 Definição do Sector Industrial Figura 20 - Sector Industrial Assim, podemos dizer que o sector industrial é aquele que se dedica à criação e ao desenvolvimento de produtos industriais, que são susceptíveis de serem fabricados em larga escala e em série. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 222 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.2.2 Fases do Processo de Produção Industrial Artesanal e Manufactureira Figura 21 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Nesta fase da indústria verificava-se uma produção reduzida e insuficiente perante uma procura elevada de bens nas sociedades, facto que incentivou ao homem para mudar e transformar o processo de produção, de maneira mais especializada. Este incentivo consistiu na invenção da máquina a vapor, facto que revolucionou todo o processo de produção. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 223 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3 O Advento da Revolução Industrial Figura 22 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Com o aparecimento da máquina a vapor a partir da 1ª Revolução industrial, introduziram-se novas práticas no processo de produção, não apenas quantitativa mas também qualitativamente. A Revolução Industrial surge na Inglaterra, em meados do século XVIII, para suprir algumas necessidades ao nível da produção, tais como, a quantidade e a qualidade de bens produzidos. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 224 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.1 Conceito de Revolução Figura 23 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. As revoluções dentro dos sectores e dos processos produtivos são importantes, visto que surgem sempre para melhorar e quebrar o estado actual das coisas. No caso específico da Revolução Industrial (R.I.), foi uma mudança que promoveu e ainda tem vindo a promover grandes transformações no processo produtivo das empresas e nas economias dos países. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 225 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.2 A Primeira Revolução Industrial Figura 24 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Ao observarmos a Figura acima, percebemos que o processo de mudança no processo de produção começou pela invenção da máquina, neste caso específico, a chamada máquina a vapor inventada por James Watt, tendo o carvão como a principal fonte de energia para o funcionamento do engenho. Surge assim a industrialização mecanizada. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 226 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.3 Industrialização Mecanizada Figura 25 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Como se pode verificar, esta fase é caracterizada pela mecanização do processo produtivo que passa pelo uso das máquinas a vapor, cujo resultado foi o aumento considerável e significativo do volume de produção e também a melhoria da qualidade dos produtos. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 227 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.4 Os Impactos da Revolução Industrial Figura 26 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Como se pode observar a partir da Figura, que a Revolução Industrial (R.I.), apesar de ter trazido grandes benefícios para os processos produtivos (quantidade e qualidade dos produtos acabados), mas em contrapartida, numa primeira fase, a sociedade inglesa deparou-se com muitos problemas sociais advindos desta mudança secular, tais como: o trabalho infantil2, o trabalho feminino, um elevado número de horas de trabalho3 e a luta de classes.4 2 Segundo dados históricos, as crianças e as mulheres eram obrigadas a trabalhar em fábricas durante longos períodos; 3 Aproximadamente 16 horas diárias. 4 A sociedade ficou estratificada em 3 classes: a classe dos senhores capitalistas donos das fábricas e detentores de todo o capital, a classe dos operários, ou seja, a aqueles que trabalhavam arduamente Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 228 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Tabela 22 - As Diferenças entre a Produção Artesanal e a Produção Capitalista MANUFACTURA (Produção artesanal) Unidade de produção: oficina Produção em pequena escala Predominância do trabalho manual MAQUINOFACTURA (Produção Capitalista) Unidade de produção: fábrica Produção em grande escala Diversificação e especialização dos instrumentos de trabalho; Introdução da máquina Especialização e qualificação do trabalho A máquina substitui a qualificação técnica do operário O trabalhador detém controlo sobre os meios de produção Divisão do trabalho; o patrão controla os meios de produção Fonte: livro do 8º ano de escolaridade do sistema de ensino português. Pelas diferenças entre os dois tipos de produção, podemos perceber que o processo de transição de um para o outro foi marcado por grandes alterações na matriz de produção. Por outro lado, importa salientar que neste caso, o modelo de produção capitalista apresenta-se como aquele que melhores resultados tem dado, desde então, ao conjunto de necessidades dos mercados em geral. nas fábricas sem condições laborais e cujo trabalho enriquecia cada vez mais os senhores capitalistas e a classe dos camponeses pobres que não detinham nada em termos de riqueza, e que empobrecia cada vez mais. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 229 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.5 A Segunda Revolução Industrial 2ª Revolução Industrial Utilização de novas fonts de energia - Durante a 2ª R.I. desenvolveram-se novas fontes de energia: Petróleo e seus derivados permitiram o aparecimento do motor de explosão (combustão interna) – grande utilidade nos transportes. Electricidade muito vantajosa no campo da iluminação, das comunicações e menos poluente que o vapor e o petróleo. Com a invenção da máquina a vapor na Primeira Revolução Industrial, o homem foi melhorando cada vez mais os seus mecanismos dos processos produtivos. Assim, podemos notar que a uma dada altura o carvão já deixou de ser a fonte de energia preferida para fazer funcionar as máquinas, havendo necessidade de se procurar outras fontes energéticas, tais como: o petróleo e seus derivados assim como a electricidade. Estas duas fontes de energia revolucionaram ainda muito mais os processos produtivos, no sentido de acelerar cada vez mais a produção, aumentando o volume de produção 5 e melhorando a qualidade dos produtos. 5 Surgimento do mecanismo e conceito da produção em massa. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 230 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.3.6 A Terceira Revolução Industrial Figura 27 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Considerando que o ser humano está sempre insatisfeito e que as sociedades são cada vez mais exigentes em termos de consumo, a Segunda Revolução Industrial, por si só já não respondia à tal exigência. Logo, surge a necessidade de se passar daquela para a Terceira Revolução Industrial6 que consistiu não apenas nas mudanças estruturais em termos de máquinas dentro do processo produtivo, mas também, nota-se que com o surgimento desta revolução, o homem cede o seu lugar às máquinas automatizadas 7, criando desta maneira o 6 A chamada Era da Robótica 7 Os robots Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 231 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas desemprego estrutural, pois, a eficiência das máquinas diminui de forma directa o emprego, como por exemplo: as máquinas multicaixas que têm uma função polivalente no campo dos serviços bancários. 8.3.6.1 A Especialização e a Produção em Série Figura 28 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Podemos perceber que à medida que o mundo se vai desenvolvendo as necessidades humanas também vão alterando e como tal, as exigências das sociedades são cada vez maiores e diferentes. Assim, após a era da robótica, surge a necessidade de especializar a produção que teve como grande foco a chamada Produção em Série, e o desemprego estrutural consequente do surgimento da era robótica dá origem a um aumento considerável Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 232 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas do rendimento das máquinas, reduzindo desta forma o custo de aquisição dos produtos finais por parte dos consumidores. 8.3.6.2 Trabalho em Cadeia Figura 29 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Observa-se que à medida que se passa de uma fase para a outra, as melhorias no processo produtivo vão sendo cada vez maiores e melhores, pois, exemplo disso mesmo é o Trabalho em Cadeia, como sendo um caso particular da Produção em Série, passa pela maximização Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 233 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas de todos os recursos durante o processo produtivo, de modo que os resultados sejam os mais satisfatórios possíveis8. 8.3.6.3 Divisão do Trabalho Figura 30 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Nota-se que durante o processo produtivo, o facto de os operários não terem necessidade de se deslocarem dentro da fábrica ao encontro dos equipamentos, eles cansam-se menos, poupam mais tempo, e, por isso mesmo, são mais eficientes aumentando desta forma o seu nível de produtividade, visto que cada um especializou-se em uma das tarefas da linha de montagem do produto. 8 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 234 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Outro caso particular da Produção em Série é a Divisão do Trabalho. Tal como no Trabalho em cadeia, aqui também está visível que cada um dos operários é especializado em uma das actividades da cadeia de produção. 8.3.6.4 Automatização Figura 31 - Imagem adaptada do livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema académico português. Com a fase da Automatização9 verificamos que a intervenção do homem no processo produtivo é cada vez mais reduzida, mas em contrapartida, estas fases avançadas de produção vão exigindo do homem maiores níveis de especialização. Ou seja, se nas fases Na fase de automatização verificamos uma sincronização automática das funções da máquina, como por exemplo, o processo de empacotamento de frutos secos ou engarrafamento de água ou de compotas. São muitos os exemplos que podemos evidenciar nesta fase. 9 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 235 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas anteriores para fazer funcionar um engenho se calhar não fosse necessário uma graduação superior, nestas fases mais avançadas para fabricar e controlar os engenhos e os equipamentos é necessário engenheiros com graus de formação mais elevados. 8.4 Classificação das Indústrias Pode-se observar que as indústrias se classificam não apenas segundo o nível de utilização dos produtos, mas também segundo o destino da produção. Quer isto dizer que uma indústria antes de produzir um determinado bem ou serviço, tem necessariamente de saber se existe necessidade de tal bem ou serviço, de modo que haja destinatário definido e conhecido. Este destinatário pode ser uma outra indústria (como mostra o texto dentro da Tabela classificativa) ou ainda o mercado em geral. Tabela 23 - Classificação das indústrias Classificação Tipo de Indústria Indústria de bens Exemplos de equipamento - As que produzem bens destinados a outras indústrias (matérias-primas, energia, máquinas, ferramentas,…). - As que fabricam materiais para outras Segundo o nível de utilização dos produtos ou destino da produção (material actividades económicas ferroviário, máquinas agrícolas, navios…) Indústria de consumo bens de - Indústrias alimentares, vestuários, calçado, medicamentos, electrodomésticos, perfumaria, detergentes, automóveis, mobiliário… Fonte: livro de geografia do 8º ano de escolaridade do sistema de ensino português. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 236 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8.4.1 Conceitos de Indústria de Bens de Consumo e Bens e Equipamento Indústrias de Bens de Consumo Destinadas a satisfazer as necessidades dos consumidores fornecendo produtos para consumo directo e final (sem finalidade produtiva) São extremamente diversificadas e lançam no mercado uma infinidade de produtos. Geograficamente encontram-se muito dispersas. Indústrias de Bens de Equipamento São indústrias que fornecem materiais destinados a fins produtivos, ou seja, o que se produz destina-se a outras indústrias ou outras actividades económicas. Geograficamente concentradas (principalmente nos PD´s e principalmente junto a grandes cidades). CAPÍTULO 9 - A IMPORTÂNCIA ECONÓMICA E SOCIAL DOS TRANSPORTES 9.1 Transportes Entende-se por transporte, o movimento de mercadorias entre locais. O leque de transporte apresenta diversas características a nível de infraestrutura, veículos e operações comerciais. Assim, uma infraestrutura pode ser a rede de transporte rodoviária, ferroviária, aérea, fluvial, tubular, etc. que é usada, assim como os terminais como por exemplo as estradas, os aeroportos, as estações ferroviárias, os portos, os terminais de autocarro e todo o tipo de equipamento similar. Alguns veículos tais como automóveis, bicicletas, autocarros, comboios e aviões, ou as próprias pessoas ou ainda alguns animais, quando viajam a pé, geralmente trafegam por uma rede qualquer. As operações comerciais estão relacionadas com a maneira como os veículos operam na rede e o conjunto de procedimentos especificados para o propósito desejado, incluindo o ambiente legal (leis, códigos, regulamentos, etc.). Políticas, como, por exemplo, financiar o sistema, podem ser consideradas parte das operações. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 237 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 9.2 Tipos de Transporte 9.2.1 O Transporte Aquático (fluvial e marítimo), Terrestre e Aéreo. O transporte fluvial é normalmente classificado como um dos meios de transporte mais antigo. É feito por meio dos rios, que são verdadeiros caminhos natutrais, e é considerado um meio de transporte de baixo custo operacional, de grande capacidade de carga e baixo custo energético. Ainda dentro desta classificação, encontram-se os transportes marítimos, que surgem na história da humanidade após o homem ter conquistado os rios, tendo em conta que sentiu a necessidade de explorer os oceanos. O transporte marítimo tem vindo a evoluir ao longo dos séculos. Hoje em dia, existem navios capazes de transporter mais de 450 mil toneladas numa única viagem. Num passado remoto o transporte marítimo era considerado o principal meio de locomoção das pessoas, para se deslocarem de um ponto para o outro. Porém, durante a Segunda Grande Guerra Mundial, o transporte esta realidade mudou, considerando que surgiu a necessidade de se investor na Guerra com outros equipamentos de transporte. Quanto ao transporte terrestre, para além dos automóveis e camiões que circulam pelas estradas, pode-se identificar dentro desta gama, o transporte ferroviário. CAPÍTULO 10 - O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS 10.1 O Comércio Internacional Entende-se por comércio internacional a troca de bens e serviços através de territórios ou fronteiras internacionais. Na maioria dos países, ele representa uma grande percentagem do PIB. O comércio internacional está presente em grande parte da história da humanidade (ver rota da seda), mas a sua importância económica, social e política se tornou crescente nos últimos séculos. O avanço industrial, dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações multinacionais, o outsourcing tiveram grande impacto no incremento deste comércio. O aumento do comércio internacional pode ser relacionado com o fenómeno da globalização. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 238 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Exportação é a saída de produtos ou a execução de serviços para um outro país. Esta operação pode envolver pagamento (cobertura cambial), como venda de produtos, ou não, como nas doações. Importação é a entrada de produtos ou execução de serviços provenientes de outro país. As exportações permitem vender produtos para qualquer país do mundo, seja perto ou distante. Para a exportação ter sucesso, ela pouco depende do desenvolvimento mercantil no qual seu sítio de envio está localizado. Tal facto propicia o distanciamento económico de pontos geograficamente próximos, elevando as possibilidades de disparidade de renda e diferenças sociais. Além disto, às vezes, os melhores produtos de um país ou território são preferencialmente direccionados à exportação, assim restando produtos de qualidade pior. Isso ocorre devido ao poder de compra dos clientes no exterior. Se o preço nacional for semelhante ao encontrado no exterior, esse fenómeno não costuma ocorrer. 10.2 Desvalorização ou Depreciação de Bens Desvalorização ou depreciação é a diminuição do valor ou do preço de algo. Esta queda pode detectar-se a partir da comparação com o valor ou o preço anterior, ou em relação a outras coisas do mesmo género. Para a economia e as finanças, a depreciação pode associar-se à desvalorização que é a diminuição do valor nominal de uma moeda face a uma divisa estrangeira. Isto pode produzirse por diversos motivos que se resumem a um aumento da procura da divisa estrangeira e uma diminuição da procura da moeda local. Vejamos um exemplo: Num determinado país X, há seis meses, para comprar um dólar custava apenas 98 unidades monetárias. Seis meses mais tarde, nessa mesma nação, a compra de um dólar já requeria o investimento de 110 unidades monetárias. A moeda local (do país X), por conseguinte, sofreu uma depreciação nesses seis meses, pois, fica mais caro obter outras moedas. “Os economistas são da opinião de que a depreciação da moeda contribuirá para melhorar a competitividade do país”. Sobretudo, porque a depreciação da moeda também está anexada Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 239 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas à depreciação dos outros bens. Por exemplo: “Quero vender o meu carro antes que fique depreciado”. Geralmente, a depreciação de um produto origina-se por três causas: o desgaste que lhe causa o uso, a obsolescência ou o passar do tempo. Um automóvel perde valor (ou seja, deprecia) à medida que aumenta a sua quilometragem, já que o uso afecta o rendimento e o estado das partes. Um computador, por sua vez, torna-se obsoleto quando começam a surgir novos modelos que oferecem um funcionamento mais eficiente. Uma casa, por último, reduz o seu preço de venda quando é antiga. 10.3 Balança Financeira Balança Financeira é aquela que regista os fluxos que envolvem mudança de titularidade entre residentes e não residents de activos e passivos financeiros e os fluxos de criação e extinção de activos e passivos. A balança financeira comporta cinco tipos de operações: Investimento directo Investimento de carteira Derivados financeiros Outro investimento Activos de reservas 10.4 Balança de Capitais e o Fluxo Circular (Real e Monentário) Balança de Capitais é aquela que regista os fluxos entre residentes e não residentes de transferências de capitais e as aquisições/cedências de activos não produzidos, não financeiros. As remunerações pagas pelas Unidades Produtoras criam rendimento para as famílias. As famílias, por sua vez, têm necessidades que precisam ser satisfeitas pelo consumo de mercadorias produzidas pelas Unidades Produtoras. As unidades produtoras entregam os bens Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 240 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas e serviços às famílias mediante o pagamento adequado. Portanto, podem-se identificar dois fluxos principais: Fluxo Real é aquele que representa, por um lado, o envio dos recursos produtivos das famílias para as empresas e, por outro lado, o envoi das mercadorias (bens e serviços) das empresas para as unidades familiares. Fluxo Monetário é aquele que representa o envio de recursos financeiros das Unidades de Produção para as Unidades Familiares, como remuneração pelos recursos produtivos fornecidos anteriormente. Saldo das transações correntes com o resto do mundo: Saldo do balanço de pagamentos em conta corrente, acrescido do saldo das transações sem emissão de câmbio. CAPÍTULO 11 - A URBANIZAÇÃO: TENDÊNCIAS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES 11.1 Origem e Crescimento das Cidades A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Segundo esses filósofos, qualquer desequilíbrio na estrutura das cidades poderia significar perigo para a unidade e organização da sociedade. Para Ratzel, um dos fundadores da Geografia, a cidade representa uma forma de aglomeração durável. Utilizando-se o critério de Ratzel e incorporando, podemos definir uma cidade da seguinte forma: é todo aglomerado permanente cujas actividades não se caracterizam como agrícolas. A grande concentração de actividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua de espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas actividades são atributos que permitem caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições, a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho colectivo em actividades nãoagrícolas. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 241 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar. Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a do Estado. Actualmente, cidade pode ter dois tipos de conceito: a cidade é toda a sede de município (ditada pelo IBGE), ou que, a cidade deve possuir pelo menos, um aglomerado de 10 mil habitantes (ditado pela ONU). Portanto cidade é todo o aglomerado urbano, envolvendo características sociais, económicas e culturais em um mesmo ambiente. É importante frisar que a cidade além de tudo que foi explicitado anteriormente é um local de tomada de decisões, a cidade é poder. É da cidade que vão sair as ordens que influenciarão todo o território municipal. 11.2 Urbanização Urbanização é um processo de agrupamento das características urbanas de uma localidade ou região, para características urbanas. Usualmente, esse fenómeno está associado ao desenvolvimento da civilização e da tecnologia. Demograficamente, o termo denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos. O termo também pode designar a acção de dotar uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos, o que é similar a significação dada à urbanização pelo Dicionário Aurélio - Século XXI: "conjunto dos trabalhos necessários para dotar uma área de infraestrutura (por exemplo, água, esgoto, gás, eletricidade) e/ou de serviços urbanos (por exemplo, de transporte, de educação, de saúde)". Ainda pode ser entendido somente como o crescimento de uma cidade. São Paulo, por exemplo, é uma cidade extremamente urbanizada. Por incrível que pareça os detentores do título de maiores aglomerações mundiais pertencem aos países emergentes. Tudo isso apenas reforça a ideia de que quanto mais um país demora em se industrializar, mais rápida é sua urbanização. A urbanização é estudada por ciências diversas, como a sociologia, a geografia e a antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do crescimento das cidades. As disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e planear os processos de urbanização são o urbanismo, o planeamento urbano, o planeamento da paisagem, o desenho urbano, a geografia, entre outras. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 242 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Figura 32 - Urbanização 11.3 A Super População de Algumas Cidades do Mundo Este é um fenómeno que decorre de problemas de um crescimento exagerado e descontrolado de centros urbanos, causando variados problemas sociais, económicos culturais entre outros. Para ultrapassar esta problemática, os governos têm aplicado políticas estratégicas no sentido de encontrar o equilíbrio, de modo que os sistemas económico-sociais não fiquem tão afectados a ponto de criar entraves ao processo de crecimento e desenvolvimento económico, tão necessário para a vida das populações. Contudo, paradoxalmente tem-se verificado que a medida que mundo caminha para um nível de crescimento e desenvolvimento mais elevado, este fenómeno da super população de algumas cidades tem-se agravado, considerando o aumento demográfico em algumas sociedades mais jovens (como por exemplo Angola), onde as políticas demográficas (planeamento familiar entre outras) ainda não são evidentes e tão aplicáveis. Porém, é necessário ter em conta que quanto mais jovem a população maiores são as oportunidades que podem ser criadas quanto ao emprego, educação, saúde entre outros. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 243 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Assim, verifica-se que as cidades abaixo indicadas na Tabela têm-se debatido com o fenómeno em causa. Tabela 24 - Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e 2015. 1990 Aglomeração País Urbana 2015 População Aglomeração (milhões) Urbana País População (milhões) Tóquio Japão 25.085 Tóquio Japão 27.190 Nova Iorque EUA 16.056 Dacca Bangladeche 22.766 Cidade do México México 15.311 Bombaim Índia 22.577 São Paulo Brasil 15.100 São Paulo Brasil 21.229 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 244 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Tabela 25 - Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e 2015.Hierarquia das maiores aglomerações urbanas no mundo, em 1990 e 2015. 1990 Aglomeração País Urbana 2015 População Aglomeração (milhões) Urbana Xangai China 13.342 Deli Bombaim Índia 12.308 Cidade País População (milhões) do Índia 20.884 México 20.434 México Los Angeles EUA 11.456 Nova Iorque EUA 17.944 Buenos Aires Argentin 11.180 Jacarta Indonésia 17.268 a Osaca Japão 11.035 Calcutá Ìndia 16.747 Calcutá Índia 10.890 Carachi Paquistão 17.197 Pequim China 10.819 Lagos Nigéria 15.966 Seul Coreia 10.544 Los Angeles EUA 14.494 do Sul Rio de Janeiro Brasil 9.689 Xangai China 13.598 Paris França 9.329 Buenos Aires Argentina 13.185 Moscovo Rússia 8.837 Manila Filipinas 12.579 Fonte: UN-HABITAT, 2003, Disponivel em http://www.unhabitat.org/pmss/redpage.asp?page=download&alt=1&publicationID=1156 Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 245 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 11.4 População Rural e Urbana Entende-se por população rural aquela que habita nas zonas rurais, isto é, for a das cidades, onde o nível de crescimento económico é reduzido ou mesmo inexistente. Por outro lado, a população urbana é aquela que habita nas zonas urbanas, isto é, cidades onde se regista um nível de crescimento economico elevado e muitas vezes um desenvolvimento sustentável considerável. Actualmente, verifica-se que a medida que as sociedades vão crescendo e desenvolvendo em termos económicos, o êxodo rural (movimento das populações das zonas rurais para as zonas urbanas) vai aumentando, deixando as zonas rurais quase desertas e as zonas urbanasmais superlotadas. Porém, é necessário que se criem políticas de crescimento em zonas rurais de modo que se tornem mais atrativas para as populações, evitando assim o êxodo rural exagerado. O gráfico que se segue ilustra este fenómeno, onde o traço cheio (__) indica a quantidade de população urbana que tende a aumentar. E o tracejado (_ _ _) indica a diminuição da população rural. Figura 33 - População Rural e urbana no Mundo (1950 - 2050). 11.5 O Fenómeno da Urbanização em Países Pobres A urbanização em países pobres ocorre de maneira explosiva, ou seja, ocorre muito rápido, fazendo com que as cidades alvo não tenham tempo para se adaptar à sua infraestrutura gerando muitos problemas sociais, como: Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 246 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Formação da periferia; Violência; Problemas com o transporte público. Esses problemas somente acontecem nos países subdesenvolvidos, pois grande parte da população rural migra para uma cidade desenvolvida, e em países pobres há poucas cidades que sejam alvo de migrações. Em países desenvolvidos, ocorre o contrário do que em países subdesenvolvidos. A urbanização em países desenvolvidos é muito lenta e existem muitas cidades alvo. Essas cidades têm o tempo de preparar a sua infraestrutura e conseguem dar conta de um grande número de pessoas. Exemplo: A Inglaterra está no processo de urbanização há 250 anos, o Brasil há apenas 50, enquanto Angola está neste processo. Figura 34 - Consequências de uma urbanização acelerada Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 247 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas EXERCÍCIOS PROPOSTOS A B Figura 35 - Planisfério 1. O Continente Africano fica localizado: A) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul e no Hemisfério Oriental e Ocidental; B) No Hemisfério Sul e no Hemisfério Ocidental; C) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Oriental; D) No Hemisfério Norte e no Hemisfério Ocidental. 2. O ponto mais a Sul é: A) O Cabo da Boa Esperança na África do Sul. B) O Cabo das Agulhas na África do Sul C) A cidade do Cabo na África do Sul. D) A ilha de Madagáscar em Madagáscar. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 248 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 3. Os lugares assinalados no mapa da Figura 1 com as letras A e B têm o mesmo valor de Longitudes porque se encontram no mesmo... A) Continente. B) Hemisfério. C) Paralelo D) Semimeridiano. 4. O ponto mais elevado do continente africano é: A) O monte Kilimanjaro, localizado na Tanzânia, com 5 895 metros de altura. B) O monte Kilimanjaro, localizado na Tanzânia, com 12 895 metros de altura. C) O monte Kilimanjaro, localizado em Angola, com 5 895 metros de altura. D) A Serra da Leba localizada em Angola, com 2 895 metros de altura. 5. O relevo do continente africano é na sua maioria constituído por: A) Planaltos B) Planícies C) Praias D) Montanhas 6. África é atravessada por três grandes paralelos terrestres: A) De Norte para Sul Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich, no sentido Este-Oeste. B) De Este para Oeste Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich, no sentido norte-sul. C) De Leste para Este Equador, Trópico e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich, no sentido Norte-Sul. D) As afirmações A e C estão correctas. 7. As migrações quanto ao espaço podem classificar-se… A) Externas ou internas. B) Permanentes ou temporárias. C) Legais ou ilegais. D) Forçadas ou voluntárias. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 249 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8. Uma migração é externa intercontinental quando… A) A deslocação é feita para um país que se localiza no mesmo continente. B) A deslocação é feita para um país que se localiza num outro continente. C) A deslocação é feita dentro do mesmo país. D) A deslocação é diária. 9. O êxodo rural é uma migração… A) Externa de saída do campo para a cidade. B) Externa de saída da cidade para o campo. C) Interna de saída do campo para a cidade. D) Interna de saída da cidade para o campo. 10. As migrações pendulares são movimentos… A) Sazonais por motivos laborais. B) Sazonais por motivos turísticos. C) Sazonal da população de casa para o trabalho e do trabalho para casa. D) Diário da população de casa para o trabalho e do trabalho para casa. 11. O desenvolvimento dos transportes tem permitido… A) O aumento da distância tempo. B) O aumento da distância custo. C) A diminuição da acessibilidade. D) A diminuição da distância tempo. 12. Quanto menor a distância tempo… A) Maior é a acessibilidade B) Menor é a acessibilidade. C) A acessibilidade mantém-se. D) A acessibilidade deixa de existir. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 250 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 13. O desenvolvimento dos transportes tem sido fundamental… E) Na diminuição do isolamento das áreas desfavorecidas, principalmente as rurais. F) Na diminuição das trocas comerciais, entre países ou entre regiões de um mesmo país, o que promove o aumento da produção. G) Na diminuição do intercâmbio cultural. H) Na diminuição da atividade económica. 14. Os países africanos de língua oficial portuguesa são: I) Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. J) Angola, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. K) Angola, Moçambique, Guiné-Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. L) Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 251 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Documento 1 “A balança comercial obteve um resultado de USD 11,4 mil milhões no primeiro trimestre deste ano, essencialmente devido às receitas do petróleo. Os dados constam do último relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o Comércio Externo, relativo ao primeiro trimestre de 2014. Neste período, lê-se no documento que acaba de ser concluído, a balança comercial de Angola teve um saldo na ordem dos USD 11.470 milhões, “como resultado do comportamento do preço do petróleo, principal produto de exportação de Angola”. Face ao primeiro trimestre de 2013, as exportações caíram este ano cerca de 10,55 por cento, enquanto as importações, no mesmo período, registaram uma diminuição de 22,64 por cento, segundo os dados do INE. Fonte: Agência Lusa - http://www.redeangola.info/balanca-comercial-com-usd-114mil-milhoes-de-lucro/ 15. A balança comercial que melhor ilustra o comércio em Angola, no período considerado pelo documento 1 aparece designada na Figura 2 com a letra C, por isso: A) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como balança comercial deficitária. B) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como balança comercial nula. C) A balança comercial de Angola, no 1º trimestre de 2014 pode ser designada como balança comercial positiva. D) Nenhuma das afirmações estão correctas. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 252 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Observe com atenção a pirâmide etária da figura Figura 36 - Pirâmide etária do Quénia 16.Esta pirâmide etária pode representar a estrutura etária de um país como: A) A China. B) A França. C) Estados Unidos da América. D) Moçambique. 17. O comércio internacional em África Subsariana é dominado pela: A) Exportação de produtos primários, de baixo valor, e pela importação de produtos industriais de valor mais elevado. B) Exportação de produtos primários, de elevado valor, e pela importação de produtos industriais de valor mais elevado. C) Exportação de produtos industriais, de baixo valor, e pela importação de produtos industriais de valor mais elevado. D) Exportação de produtos indústria, de baixo valor, e pela importação de produtos industriais de valor mais elevado. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 253 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas Observe o mapa seguinte com atenção: 18. Ao nível da dimensão geográfica, África é: A) O maior continente do mundo. B) O terceiro maior continente do mundo. C) O menor continente do mundo. D) O sétimo maior continente do mundo. SOLUÇÕES 1. A 2. B 3. D 4. A 5. A 6. A 7. A Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 254 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 8. B 9. A 10. D 11. D 12. A 13. A 14. A 15. C 16. D 17. A 18. B Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 255 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FREITAS, Eduardo De. "Os recursos naturais "; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/os-recursos-naturais.htm>. 2. SARAIVA Helena, Unidade 5 — Recursos Naturais: utilização e consequências Planeta Terra — 8.º ano. 3. MOREIRA, João Carlos e SENE Eustáquio de Geografia geral e do Brasil- espaço geográfico e globalização – Ed. Scipione – São Paulo – 2010 – 560 páginas. 4. ADAS, Melhem e ADAS, Sérgio. Panorama geográfico do Brasil – contradições, impasses e desafios socio espaciais – Ed. Moderna – São Paulo – 2009 – 456 páginas. 5. LUCCI, Elian Alabi, LAZARO BRANCO, Anselmo e MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado – Geografia geral e do Brasil – Ed. Saraiva – São Paulo – 2006 – 576 páginas. 6. CANO, W. (1994). Industrialização, Crise, ajuste e Reestruturação. In: O Mundo do Trabalho. Campinas. IE. 7. COUTINHO, L. (1992). A Terceira Revolução Industrial. Economia e Sociedade, n. 1. IE, Campinas. 8. TAVARES, M.C. (1992). Ajuste e Reestruturação nos Países Centrais a modernização conservadora. Economia e Sociedade, n. 1. Campinas/ IE. 9. FREITAS, Eduardo De. "Primeira Revolução Industrial"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/primeira-revolucao-industrial.htm>. 10. PRODUÇÃO – Dossiê: Organização do Trabalho e Economia. Belo Horizonte: ABEPRO, número especial, Agost. P> 43 – 115, 2000. 11. LEFEBVRE, Henry. O direito à cidade. São Paulo:Moraes.1991. A Revolução Urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG,1999. 12. SOUZA, Maria Adélia A.O II PND e a política urbana brasileira: uma contradição evidente. In: DEÁK, Csaba & SCHIFFER, Sueli Ramos (Orgs).”O processo de Urbanização no Brasil”. 1.ed.,São Paulo: EDUSP,1999. 13. SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização. São Paulo: texto, 2001. (Representando a Geografia). 14. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Segunda Revolução Industrial"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historiag/segunda-revolucao-industrial.htm> Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 256 Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas 15. MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil – Ed. Harbra – São Paulo – 2010 – 690 páginas. Sebenta Exclusiva para o Exame de Acesso 2017 257