Área: CV ( x ) CHSA ( ) ECET ( ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PRPPG Coordenadoria Geral de Pesquisa – CGP Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga Cep: 64049-550 – Teresina-PI – Brasil – Fone (86) 215-5564 – Fone/Fax (86) 215-5560 E-mail: [email protected]; [email protected] PARÂMETROS MORFOLÓGICOS DE EMBRIÕES DE EMA (RHEA AMERICANA) DURANTE O PERÍODO DE INCUBAÇÃO ENTRE 5 E 15 DIAS. Rodrigo Fernando Gomes Olivindo(bolsista do PIBIC/CNPq);Maria Acelina Martins de Carvalho (Orientadora, Depto. de Morfofisiologia Veterinária –UFPI; Introdução A ema, Rhea americana, conhecida como nhandú (em tupi “a corredora”) ou nhanduguaçu, e nandú, é a maior ave da America do Sul (DANI, 1993), apresentando altura que pode variar entre 1,50 a 1,70m e peso vivo entre 35 a 40 kg (TAGUCHI, 2001). Os ovos destas aves são incubados em aproximadamente 35 a 40 dias, sendo que a sua eclosão ocorre de forma sincrônica. Os filhotes são precoces e ficam sob os cuidados do macho até cerca seis meses, permanecendo com o bando ate atingir a maturidade sexual, por volta dos 14 aos 20 meses (FOWLER, 2003). A mortalidade embrionária precoce dentro da indústria aviária é um problema mundial (SELLIER et al., 2006). O conhecimento das características morfológicas do desenvolvimento embrionário em diversas espécies de aves é de grande relevância, para os estudos comparativos, auxiliando nas pesquisas e na indústria aviária, podendo ser utilizado para diagnóstico de patologias que levam a mortalidade embrionária precoce (GEFEN e AR, 2001). Desta forma, a descrição dos aspectos morfológicos durante o desenvolvimento embrionário da ema (Rhea americana) será útil para determinação da idade de embriões de ovos abandonados e ovos submetidos à incubação artificial. O objetivo deste trabalho foi analisar as características morfológicas, com vistas a identificar a idade dos embriões a partir das observações feitas para esta espécie. Metodologia Foram utilizados 33 embriões de emas, entre cinco e quinze dias, do Núcleo de Estudos e Preservação de Animais Silvestres (Registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA, N° 02/08-618, CTF N° 474064), após aprovação do Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) UFPI, N°029/12 e Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBIO - ICMBio/IBAMA, SISBIO Nº 35374-1. Os ovos foram coletados, logo após a postura, e conduzidos ao Laboratório de Pesquisas Morfológicas em Ciência Animal, onde foram desinfetados com solução de hipoclorito de sódio a 0,08 %, e incubados a uma temperatura média de 38,5ºC e umidade relativa de 45%. A partir do quinto dia de incubação foram abertos três ovos a cada dia até o 15º dia de desenvolvimento. Os embriões foram eutanaziados com aplicação de sobredose de quetamina (40mg/kg) associada com xilaxina na mesma seringa (4mg/Kg) por via intracelomica. Após a anestesia foi aplicado cloreto de potássio (100 Área: CV ( x ) CHSA ( ) ECET ( ) mg/Kg) por via intracelomica (POLLOCK et al., 2001) e fixados em formal a 5% tamponado, para a descrição da morfologia externa, obtendo-se os parâmetros de comprimento céfalo-caudal (CCF) e Crown-rump (CRL). Resultados e Discussão Nos embriões de ema com cinco dias de desenvolvimento os brotos dos membros apresentavam-se bem evidentes, e no sétimo dia de desenvolvimento, mostravam-se com o formato de remo, enquanto na galinha (Gallus gallus domesticus) (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) e na codorna japonesa (Coturnix japônica) (AINSWORTH et al., 2010) este aspecto foi observado, mais precocemente, no quarto dia e meio. O membro anterior do embrião de ema apresentava-se dobrado no cotovelo, no oitavo dia, enquanto na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) e no pombo (OLEA et al., 2011) foi mais precoce, no sexto dia. Já no Kaki (Himantopus novaezelandiae) (BROWNE, 2006) ocorreu mais tarde, ou seja, no décimo primeiro dia e meio de desenvolvimento. Aos nove dias, foi observado no embrião de ema o processo maxilar longo, se sobressaindo, em relação ao mandibular, e curvado para baixo, enquanto, isso ocorreu no kaki (BROWNE, 2006) e no pombo (OLEA et al., 2011), respectivamente, no décimo primeiro dia e no oitavo dia. A mandíbula se aproximava da ponta da maxila cerca do décimo terceiro dia na ema (fig. 1C), achado mais tardio no avestruz (GEFENE AR, 2001), décimo quarto e galinha no sétimo dia e meio do desenvolvimento. Figura 1. Embriões de ema (Rhea americana). A – Embrião de 11 dias; B- Embrião de 12 dias; CEmbrião de 13 dias; D – Embrião de 14 dias; E- Embrião de 15 dias. Neste estudo, cerca do décimo segundo dia de desenvolvimento do embrião de ema, surgiram na região torácica, os germes de pena, já no pombo (OLEA et al., 2011) apareceram entre o sétimo e oitavo dia e na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) no sétimo dia. No entanto, observando-se todo o corpo do embrião da ema, estas estruturas, foram identificadas, por volta do décimo terceiro dia, sendo mais evidentes na região torácica, femoral, dorso do pescoço, na região lombar, nas pálpebras (formando uma linha dupla na pálpebra superior e uma linha única entre os olhos e o bico), na região do membro anterior (rádio-ulnar) e na região do dorso da cabeça. Porém, no pombo (OLEA et al., 2011) foram verificados mais precocemente no nono dia e meio e na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) no décimo segundo dia. As pálpebras no embrião de ema surgiram no oitavo dia, enquanto na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) e no pombo (OLEA et al., 2011) foram observados entre o oitavo e nono dia. Estas estruturas, passam a cobrir metade do globo ocular, nas aves deste estudo, a partir do décimo dia de desenvolvimento, no kaki Área: CV ( x ) CHSA ( ) ECET ( ) (BROWNE, 2006) a partir do décimo primeiro dia e meio, na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) no décimo primeiro dia, e no pombo (OLEA et al., 2011) já no nono dia e meio do seu desenvolvimento. A membrana nictante foi visualizada, no embrião de ema, a partir do oitavo dia, enquanto no pombo (OLEA et al., 2011) foi observado mais tardio, ou seja,no décimo dia, já na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) entre o oitavo e nono dia. Já as pálpebras passam a ter uma angulação menor, apresentando desta forma uma abertura oval no embrião de ema a partir do décimo terceiro dia, no pombo (OLEA et al., 2011) esse achado foi mais foi evidenciado, no décimo primeiro dia e ainda, mais precoce, na galinha, isto é, entre o oitavo e nono dia. As pálpebras passaram a cobrir quase totalmente o olho, a partir do décimo quinto dia no embrião de ema, na galinha (HAMILTON E HAMBURGUER, 1952) e no pombo (OLEA et al., 2011) este aspecto ocorreu mais precoce, no décimo segundo dia, e no kaki (BROWNE, 2006) no décimo segundo dia e meio. Verifica-se a importância da investigação, pois permite a identificação das características das fases de desenvolvimento embrionário da ema, e a caracterização dos padrões ontogenéticos da espécie. Conclusão Este estudo proporcionou uma comparação ontogenética de aves, tendo como propósito principal apresentar o modelo ainda não descrito do desenvolvimento embrionário de emas (Rhea americana), permitindo sua caracterização nas diferentes idades de desenvolvimento embrionário, não apenas para obter um maior conhecimento das características de cada fase embrionária, mas também para identificar padrões ontogenéticos da espécie. Referências Bibliográficas BROWNE, T.J. Staging kaki (Himantopus novaezelandiae) embryos using embryonic morphological features. Wildlife management. 2006, p. 197-212. DANI, S. A ema (Rhea americana) biologia, manejo e conservação. Belo Horizonte, MG: Fundação Acangaú, 1993, 136 p. FOWLER, M.E. Zoo and wild animal medicine: Current therapy. 3ª ed. Philadelphia: WB Saunders Company, 1993, 617 p. GEFEN, E.; AR, A. Morphological description of the developing ostrich embryo: a tool for embryonic age estimation. Israel journal of zoology. v.47, n.1, p. 87-97, 2001. HAMBURGER, V. and HAMILTON, H.L. 1951. A series of normal stages in the development of the chick embryo. Journal of Morphology 88: 49-92 OLEA,G.B;SANDOVAL,M.T. Desarrollo embrionario de Columba livia(Aves: Columbiformes) desde una perspectiva altricial-precozUniversidad Nacional del Nordeste. Avenida Libertad,5470(3400) Corrientes, Argentina. SELLIER, N.J.; BRILLARD, P.; DUPUY, V.; BAKST, M.R. Comparative Staging of Embryo Development in Chicken, Turkey, Duck, Goose, Guinea Fowl, and Japanese Quail Assessed from Five Hours After Fertilization Through Seventy-Two Hours of Incubation. The Journal of applied poultty research. v.15, p.219-228, 2006. Palavras-chave: Rhea americana. Desenvolvimento embrionário. Morfologia.