Esquema de apresentação de “As formas elementares da vida

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Esquema de apresentação de “As formas elementares da vida religiosa”, Émile
Durkheim.
Introdução
- Na introdução Durkheim faz explicações sobre seu método: positivista, funcionalista,
evolucionista (ideia de evolução como progresso); busca discernir causas e efeitos.
- Seguindo a linha evolucionista, Durkheim escolhe estudar as religiões “primitivas”
(mais simples): “elas respondem às mesmas necessidades, desempenham o mesmo
papel, dependem das mesmas causas” (p. 206).  não busca a origem da religião,
mas “um meio de discernir as causas, sempre presentes, das quais dependem as
formas mais essenciais do pensamento e da prática religiosa” (p. 210). É mais difícil
discernir as causas em religiões mais complexas, pois “não são mais percebidas
senão através de um vasto sistema de interpretações que as deformam” (p. 209).
Durkheim chama de mais simples as religiões dos povos considerados biologicamente
mais primitivos na sua época. Porém pontua que a expressão “primitivo” carece de
precisão e ressalta a existência do luxo, ainda que rudimentar, nas religiões
consideradas inferiores em sua escala evolutiva.
- “Não existem religiões falsas. À sua maneira, todas são verdadeiras, todas
respondem, mesmo que de diferentes formas, a condições dadas da existência
humana”. Toda religião é verdadeira, pois 1) exprime o real; 2) funciona; 3) possui
efeitos reais. A religião está apoiada no real, é realista e não apenas idealista. Assim
como Espinoza diz que Deus existe, é a natureza (Deus sive natura), pode-se afirmar
que para Durkheim também Deus existe, mas é a sociedade  Deus sive societas.
- As noções essenciais que dominam a vida intelectual (noções de tempo, espaço,
gênero, número, causa, substância, personalidade, etc) são produto do pensamento
religioso. Assim, devemos a religião não apenas conhecimentos, mas a forma como
esses conhecimentos são elaborados  relação entre sociologia da religião e
sociologia do conhecimento.
- Essas noções são derivadas da experiência dos sentidos ou existem a priori, como
parte da natureza humana ou vindas de um “mundo das ideias” metafísico?  Debate
entre empiristas e aprioristas.
- Aprioristas: Kant, filósofos gregos.
- Empiristas: Galileu, Bacon.
- As noções não podem ser explicadas pela experiência individual, pois são
representações coletivas, tendo um conteúdo sui generis, que é completamente
diferente das representações individuais.
- O conhecimento construído e acumulado socialmente forma uma razão mais rica e
complexa do que a individual.
- No indivíduo existem dois seres: um individual, que tem por base o organismo e um
social, que tem por base a sociedade.
- A sociedade faz certas maneiras de pensar serem condições indispensáveis de toda
a ação comum. O indivíduo é incapaz de se libertar das categorias do pensamento,
não porque elas são naturais ou metafísicas, mas porque a sociedade tem a
autoridade de lhe impor esses conformismos lógicos. As categorias são portanto
uma “um tipo particular de necessidade moral que está para a para a vida
intelectual assim como a obrigação moral está para a vontade” (p. 217).  “a
disciplina lógica é um aspecto particular da disciplina social” (p. 217).
- Renovação da teoria do conhecimento: junção das vantagens da teoria empirista e
apriorista:
Aprioristas
Concordâncias
O conhecimento é algo
superior aos sentidos.
O indivíduo é duplo.
Discordâncias
O conhecimento não é
natural ou metafísico. Ele
é algo superior aos
sentidos e ao indivíduo
porque é produzido
socialmente.
A duplicidade do
indivíduo não é
razão/sentidos, mas
individual
(orgânico)/social
Empiristas
O conhecimento não é subjetivo.
Existe externamente aos indivíduos e
pode ser estudado objetivamente.
O conhecimento não é um simples
produto da experiência individual.
Nossas experiências individuais são
antes influenciadas pelo conhecimento
produzido e adquirido socialmente.
Conclusão
- “Se a religião engendrou tudo o que há de essencial na sociedade, é porque a ideia
de sociedade é a alma da religião. As forças religiosas são pois forcas humanas,
forças morais”. .
- Ciência e religião podem ser conciliadas?
- Diz-se que a ciência nega a religião. Durkheim discorda e argumenta que:
“a verdadeira função da religião não é fazer-nos pensar, (...), mas a de fazer-nos
agir, auxiliarmos à viver” (p.
“A ação domina a vida religiosa porque a sociedade é a sua fonte”.
“O que a ciência contesta à religião não é o direito de existir, é o direito de dogmatizar
sobre a natureza das coisas” (p. 232).
“O pensamento científico não é senão uma forma mais perfeita do pensamento
religioso”.
- A ciência substitui a religião em tudo que concerne às funções cognitivas e
intelectuais, mas não pode substituir a fé e o culto.
“Em face dela ergue-se uma potência rival que, nascida dela, a submete doravante à
sua crítica e ao seu controle. E tudo faz prever que este controle se tornará sempre
mais extenso e mais eficaz, sem que seja possível atribuir limite à sua influência
futura”  secularização.
“A religião está destinada a se transformar antes que a desaparecer” (p. 232) 
essa transformação seria a sua tentativa de se aproximar da ciência para ganhar
autoridade?
- Segundo Durkheim, a religião não pode existir sem um tipo particular de
especulação, que justifique a fé. Essa especulação é sentimental, não parte da razão
lógica como a ciência, e preenche as lacunas deixadas por essa, ultrapassando ela,
porém não é capaz de ir contra a ciência e deve conhecê-la e se inspirar nela.
- Natureza dos conceitos: é impessoal, universalizável e estável. É compartilhado por
todos, é uma construção social e é como as inteligências humanas se comunicam.
- É uma realidade concreta, que ultrapassa os indivíduos.
- Impessoalidade e estabilidade são características da verdade.
- Quando o homem toma consciência da existência de uma verdade acima dele,
começa a pesquisá-la e a criar conceitos.
- Não é suficiente ser verdadeiro para que um conceito seja aceito. Ele precisa estar
em harmonia com as opiniões e representações coletivas.
- Se hoje é suficiente que tragam um selo de ciência para terem crédito é porque nós
temos fé na ciência.
- O valor que atribuímos á ciência depende de nossa opinião sobre ela.
- Sociologia: ciência da opinião  mas não faz opinião
- O pensamento lógico sempre existiu na sociedade e o homem é um ser social
porque pensa em forma de conceitos, categorias.
- A necessidade de classificar o mundo vem da sociedade. Para viver em comunidade
e se comunicar uns com os outros, os homens tiveram que compartilhar categorias
que os permitem compartilhar e acumular conhecimento.
- O pensamento lógico tem origens sociais.
- A consciência coletiva é a mais alta forma de vida psíquica, é uma consciência de
consciências.
- Relação entre pensamento racional e moral: a ciência e a moral implicam ao
indivíduo elevar-se acima de si mesmo e viver uma vida impessoal, social.
- Razão impessoal = pensamento coletivo
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