VENTOS PREJUDICAM AS LAVOURAS DE CAFÉ J.B. Matiello, Eng Agr Mapa e Fundação Procafé Ventos constantes, principalmente aqueles frios, de inverno, causam prejuízos significativos aos cafeeiros, especialmente na fase de formação da lavoura. A ação de ventos provoca danos nas folhas e nos ramos novos do cafeeiro. As folhas ficam corroídas, com bordas dilaceradas e deformadas. As margens das folhas novas e a ponta dos ramos são queimadas pelos ventos frios. Ocorre queda de folhas, mais evidente nas faces batidas por ventos (de um só lado da planta). As plantas de café, pelo efeito de ventos constantes, apresentam a copa deformada, envergada para um lado, sobrevindo brotações em sua base, sendo mais sujeitas aos ventos as plantas novas e os cafezais em áreas de chapada ou, então, aqueles localizados em faces voltadas para o sul e o sudeste. Com a ação dos ventos torna-se necessário efetuar desbrotas das plantas, para que não haja formação de múltiplas hastes no cafeeiro, o que é prejudicial à sua produtividade e a todo o manejo futuro da plantação. A ação de ventos em cafeeiros jovens provoca, também, lesões junto ao colo da planta, de 2 tipos. Uma lesão devida ao roçar do tronco com a terra, provocando uma zona estrangulada e logo se desenvolvendo um engrossamento da casca na região junto ao solo. O outro tipo de lesão é devido à fadiga do tecido, provocando fissuras e, até, o corte completo do tronco das plantas novas(ver ilustração) Além da ação mecânica, o cafeeiro sofre indiretamente o efeito dos ventos, que produzem pequenas lesões ou ferimentos, por onde entram fungos e bactérias, causadoras de enfermidades, como a Phoma, a mancha aureolada, a antracnose etc. Assim, a seca de ponteiros, que se verifica em áreas frias e úmidas, tem boa parte da sua origem ligada no efeito constante de ventos, principalmente no período de maio a setembro, notadamente quando associados a umidade (de chuvas finas). Uma suspeita que se tem, com base em observações de campo, é que nas áreas com muito vento, os cafeeiros acabam desenvolvendo raízes laterais mais grossas, aparentemente para se firmarem melhor no solo. Com isso, sem a predominância de uma raiz pivotante, o sistema radicular se desenvolve mais superficialmente, o que é prejudicial. Para controlar os ventos, alem da escolha, para plantio, de faces menos batidas por eles, temos a instalação de quebra-ventos, principalmente na formação da lavoura, os renques temporários, essenciais nas áreas de chapada. Para isso, são úteis as culturas intercalares de porte alto, como o milho, o sorgo e o arroz, ou renques arbustivos/arbóreos como os de feijão guandu, crotalária e bananeiras. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br Lesão de vento com estrangulamento junto ao solo e engrossamenta acima(esq) e fissura e quebra total do tronco(dir). Com o vergamento da planta, pelo vento, surgem brotações na sua base, o que exige desbrotas. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br