DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G QUARTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2016 15 Internacional Gastos estatais mais altos sustentam crescimento, apesar de fraqueza nas exportações. Confiança empresarial, contudo, cai para nível mais baixo em mais de um ano REUTERS Credores são Lightwater Corp, Old Castle Holdings, VR Capital, Procella Holdings e Capital Ventures Argentina fecha acordo com mais cinco fundos DÍVIDA O comércio subtraiu 0,5 ponto do crescimento alemão no quarto trimestre do ano passado Alemanha avança 0,3% no 4º trimestre EUROPA G Gastos públicos e investimentos mais altos levaram a uma alta de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha no quarto trimestre, mais do que compensando a fraqueza nas exportações. Confirmando a leitura preliminar, a Agência Federal de Estatísticas informou ontem que os gastos estatais, que subiram 1,0% sobre o trimestre anterior, contribuíram com 0,2 ponto percentual ao PIB no período de outubro a dezembro, uma vez que as autoridades gastaram mais com os refugiados. Os investimentos cresceram 2,4% e contribuíram com 0,4 ponto percentual, enquanto o comércio subtraiu 0,5 ponto já que as exportações caíram 0,6% no trimestre. A Alemanha está gastando bilhões de euros em moradia, integração e para encontrar emprego para um número recorde de refugiados que fogem de conflitos e da pobre- za no Oriente Médio e outros lugares. Ao mesmo tempo, o emprego recorde, aumento dos salários, inflação baixa e gasolina mais barata impulsionaram os gastos privados. “O quarto trimestre conta a mesma história de trimestres anteriores. Temos exportações mais fracas,, sobretudo por causa de problemas em mercados emergentes, mas também porque os Estados Unidos importaram menos da Alemanha”, disse o analista do DekaBank Andreas Scheuerle. “A história continuará a mesma pelo resto do ano, com o comércio internacional mais fraco e a demanda doméstica mais forte por causa dos maiores gastos estatais e consumo.” Confiança Também ontem foram divulgados dados sobre a expectativa dos alemães em sua economia. A confiança empresarial alemã caiu pelo terceiro mês seguido em fevereiro e atingiu o nível mais baixo em mais de um ano, pressionada pela forte queda nas expectativas entre as empresas manufatureiras. O índice de clima de negócios do instituto Ifo, com base em uma pesquisa mensal junto a cerca de 7 mil empresas, caiu para 105,7 ante 107,3 em janeiro. Este é o nível mais baixo desde dezembro de 2014. A expectativa em pesquisa da Reuters era de uma leitura de 106,7. A queda foi provocada pelo forte recuo nas expectativas entre manufatureiros, cujas exportações têm sofrido com a fraqueza em mercados emergentes. Itália Outro país que tem apresentado bom desempenho na zona do euro é a Itália. Inclusive, ontem, a União Europeia elogiou os avanços feitos na política e na economia italiana, mas manterá o país “sob observação” pelos “desequilíbrios macroeconômicos”, informou a Ansa. De acordo com um documento obtido pela agência, há o reconhecimento de Bruxelas sobre os avanços feitos nos setores de mercado de trabalho, educação, administração pública e bancos. /Agências Japão deve promover mais estímulos fiscais ÁSIA G Apenas três semanas depois de o banco central do Japão surpreender os mercados com a adoção de juros negativos, autoridades do banco estão questionando os parâmetros econômicos que basearam a decisão, disseram pessoas familiarizadas com a matéria. No julgamento sobre se uma flexibilização adicional da política monetária será necessária nos próximos meses, as autoridades estão ob- servando particularmente se a volatilidade do mercado tem prejudicado a confiança empresarial. Embora o banco central esteja mantendo sua visão de que a recuperação econômica vai continuar, pessoas familiarizadas com o pensamento do banco disseram que ele está pronto para afrouxar novamente se a turbulência do mercado desencorajar as empresas a aumentar os gastos de capital e os salários. “O dano potencial à confiança decorrente da turbulência do mercado é o principal risco”, disse uma das fontes. “Se tais riscos ameaçarem a tendência geral dos preços, isto pode ser o gatilho para mais afrouxamento.” Na reunião de janeiro, o Banco do Japão manteve o cenário otimista de que a terceira maior economia do mundo vai se recuperar moderadamente e sustentar uma melhora na tendência geral dos preços. Mas, a volatilidade do mercado não diminuiu e as companhias estão usando os fatores negativos como desculpa para não elevar os salários. /Reuters G O governo argentino atingiu novo acordo com outros cinco credores por US$ 250 milhões e 185 milhões de euros, que equivalem a um total aproximado de US$ 450 milhões, informou ontem o mediador do litígio com os fundos abutres, Daniel Pollack, depois da nova oferta realizada pelo governo argentino no último dia 5. Trata-se de Lightwater Corp, Old Castle Holdings, VR Capital, Procella Holdings e Capital Ventures International, disse Pollack, através de um comunicado. Old Castle e Lightwater foram os primeiros fundos que apresentaram uma ação conjunta perante o juiz de Nova York Thomas Griesa, depois da cessação de pagamento da dívida externa argentina em 2002. Entre os holdouts (“abutres”) que ainda não aceitaram a oferta realizada no dia 5 de fevereiro em Nova York, estão quatro dos principais holdouts, entre eles, NML Capital e Aurelius. Estes grupos, junto mais os que atingiram um acordo nas últimas semanas, não entraram nas reestruturações de títulos do governo argentino em 2005 e 2010. Além do avanço nas negociações o governo argentino também tem buscado aprofundar seu relacionamento com os Estados Unidos em outras frentes. O presidente argentino Mauricio Macri afirmou que “estamos enfileirados com os Estados Unidos em defesa dos direitos humanos na região”. “Ambos compartilhamos os reclamos ao governo da Venezuela pelos abusos com a oposição. Ambos compartilhamos a necessidade de trabalhar contra o narcotráfico e contra o terrorismo, a favor das energias renováveis”, disse. Macri falou também do histórico reclamo argentino pelas Ilhas Malvinas e que a sua estratégia para recuperar as Ilhas será “através do diálogo”. “Disse isso para [o primeiro-ministro David] Cameron. Nós não renunciamos ao que acreditamos que é nosso, mas queremos nos sentar a uma mesa incluindo todos os assuntos, igual ao que a Espanha faz apesar do conflito por Gibraltar”, afirmou. /Télam