INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA E INFECÇÃO FETAL/MICROCEFALIA ASSOCIADA AO VÍRUS ZIKA David M. Morens, MD, Office of the Director, National Institute of Allergy and Infectious Diseases, National Institutes of Health, Bethesda, MD Anthony S. Fauci, MD, Chief, Laboratory of Immunoregulation; Director, National Institute of Allergy and Infectious Diseases, National Institutes of Health, Bethesda, MD O Zika é um vírus transmitido por mosquito e intimamente relacionado com os vírus da dengue, dentro da mesma família taxonômica do vírus da febre amarela. Embora a maioria das infecções humanas pelo vírus Zika seja assintomática ou tão leve que possa não ser reconhecida, cerca de 20% das infecções resultam em doenças tipo dengue com febre, mialgia e erupção cutânea. Sendo há muito tempo um vírus obscuro de poucas consequências para os humanos, desde 2013 o vírus Zika tem se disseminado de maneira pandêmica e direcional desde o Sudeste da Ásia até as Américas do Sul e Central e o Caribe (Fauci, Morens, 2016). Durante essa recente disseminação pandêmica, o Zika tem sido temporal e geograficamente ligado dentro de alguns países com o desenvolvimento de microcefalia (WHO, 2016a) e, em outras localizações, com a síndrome de Guillain-Barré (Ioos, 2014; WHO, 2016a). Como se sabe relativamente pouco sobre o próprio Zika, a compreensão atual do vírus e suas características clínicas e patológicas se baseiam em uma combinação de informações que evoluem rapidamente, mas que são incompletas, além da analogia com os mais estudados flavivírus, os quais são intimamente relacionados ao Zika. HISTÓRIA Descoberto incidentalmente em 1947 durante vigilâncias feitas em mosquitos e primatas em Uganda (Dick et al, 1952), o Zika permaneceu por muito tempo como um vírus enzoótico obscuro confinado ao cinturão equatorial através da África e disseminando-se, em algum momento indeterminado do passado, também para a Ásia equatorial. O Zika circula de maneira enzoótica entre primatas selvagens e mosquitos que vivem em árvores e, no passado, causou infrequentes infecções humanas reconhecidas que “transbordaram” para os humanos. Até recentemente, não tinham sido descritas complicações teratogênicas ou neurológicas do Zika. Ainda não se sabe como um vírus enzoótico obscuro que há muito tempo é incapaz de se adaptar à disseminação para humanos, subitamente, a partir de 2013, mudou completamente em seu comportamento epidemiológico e sua expressão clínica. VIROLOGIA O Zika é um vírus RNA de fita simples e senso-positivo da família Flaviviridae (“flavivírus”), a qual inclui não apenas muitos vírus transmitidos por artrópodes (“arbovírus”), mas também muitos não-arbovírus, p. ex., vírus da hepatite C. Os flavivírus transmitidos por artrópodes incluem 37 vírus transmitidos por mosquitos, como os vírus da febre amarela, dengue, Oeste do Nilo e encefalite japonesa, além de 12 vírus transmitidos por carrapatos, como os vírus da encefalite transmitida por carrapato e da febre hemorrágica de Omsk. As glicoproteínas de superfície do Zika e de outros flavivírus contêm epítopos vírusespecíficos em seus domínios de ligação e fusão, bem como epítopos dos complexos de flavivírus ou grupos de flavivírus que são compartilhados com outros e, em alguns casos com todos, flavivírus. Isso tem grande importância para o diagnóstico sorológico: em lugares onde há circulação de mais de um flavivírus ou onde são usadas vacinas de flavivírus, as exposições de segunda ordem ou mais que ocorrem após uma exposição inicial ao flavivírus levam a uma resposta de memória do sistema imune amnésica. Isso resulta na circulação de anticorpos que são sorologicamente reativos não apenas aos flavivírus de infecções passadas e atuais, mas também aos flavivírus a que o indivíduo nunca foi exposto. ECOLOGIA VIRAL E DO VETOR Como a maioria dos arbovírus, o Zika existe há muito tempo em reservatórios silvestres enzoóticos e tem apenas ocasionalmente infectado humanos que entram nesses ambientes, p. ex., caçadores. Esses reservatórios de arbovírus incluem um ou mais mosquitos ou carrapatos vetores e um ou mais hospedeiros vertebrados. Na África, o Zika parece existir em um ciclo enzoótico que inclui primatas selvagens e mosquitos Aedes africanus. Diferentemente de alguns outros flavivírus como o vírus do Oeste do Nilo, não foram observados nem pássaros nem mamíferos domésticos envolvidos no ciclo de reservatórios do Zika. Apesar dos gargalos aparentemente severos impostos pela necessidade de que o Zika e outros flavivírus se adaptem a cada 3 semanas em média a um hospedeiro muito diferente no contínuo ciclo de manutenção vertebrado-mosquito-vertebrado, os estudos filogenéticos sugerem uma capacidade paradoxal e significativa desses vírus para se adaptarem a novos nichos ecológicos. Na atual pandemia no hemisfério ocidental, acredita-se que o Zika seja transmitido em grande parte pelo mosquito Aedes aegypti, o qual também é o vetor para os vírus da febre amarela e da dengue, além do alfavírus não relacionado chikungunya. Porém, os surtos de Zika têm atualmente sido também ligados à transmissão por dois outros vetores mosquitos relacionados: Aedes hensilli e Aedes albopictus (Duffy e colaboradores, 2009; Grard e colaboradores, 2014). Como o Aedes albopictus é muito mais disseminado dentro dos Estados Unidos que o Aedes aegypti, sendo encontrado em 32 estados (Morens, Fauci, 2014), a capacidade desse vetor para potencialmente transmitir o Zika é de grande significância, demandando vigilância, agora que o vírus está sendo introduzido nos Estados Unidos por viajantes. O Aedes aegypti e o Aedes albopictus são mosquitos peridomésticos que ovipositam (depositam ovos ou “procriam”) em reservatórios sólidos cheios de água encontrados em habitações humanas e ao seu redor e em locais de coleta, p. ex., vasos de flores, latas e garrafas descartadas, pneus de borracha. A amplitude de voo horizontal e vertical desses mosquitos é limitada. Os riscos de transmissão do Zika e de outros flavivírus não são generalizados em amplas áreas geográficas e nem especificamente relacionados com problemas sanitários, de água parada, água estagnada ou pântanos. Os riscos do Zika vêm de ambientes próximos (geralmente dentro de 15 m) em que a pessoa vive, trabalha ou brinca e, particularmente, dentro das casas, em suas varandas e nos jardins próximos das casas. Assim, a compreensão da bionômica do mosquito vetor é de grande importância para o delineamento de abordagens de controle e para o aconselhamento sobre a prevenção da infecção pelo Zika. PATOGÊNESE E HISTÓRIA NATURAL Relativamente pouco se sabe sobre o vírus Zika, pois, até recentemente, apenas um punhado de casos humanos tinham sido encontrados. Porém, por analogia com a dengue e outros flavivírus intimamente relacionados, acredita-se que a infecção por Zika começa com a “picada” de um mosquito infectado. Ao procurar um pequeno vaso sanguíneo, um mosquito fêmea pode injetar saliva infectada com Zika em tecidos pericapilares, infectando as células de Langerhans e outras células dendríticas, as quais se movem ao longo de canais linfáticos até um linfonodo regional. Dentro do linfonodo, o vírus se multiplica em grande parte nos macrófagos e monócitos. Após um período de incubação de vários dias, durante o qual a infecção linfática se dissemina, episódios de viremia carregam o vírus livre e monócitos infectados pelo vírus por todo o corpo, causando febre e sintomas clínicos. Os pacientes podem apresentar viremia por até uma semana, durante o que a cultura viral e a reação em cadeia da polimerase (PCR) para Zika costumam ser positivas. Durante a viremia humana, a picada de um mosquito não infectado pode levar à infecção viral do intestino do mosquito. Após um período de incubação extrínseca de 2 semanas o mosquito, agora com infecção de suas glândulas salivares também, pode procurar outro repasto de sangue e disseminar o vírus adiante pela injeção da saliva no próximo humano suscetível que encontrar. Entre o quinto e o sétimo dias de infecção, a viremia humana começa a desaparecer, resultando na incapacidade de transmitir o vírus adiante. As infecções humanas pelo Zika têm sido com pouca frequência relatadas ou suspeitadas como sendo resultantes de acidentes laboratoriais, doação de sangue e transmissão sexual. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) recomendou que durante períodos de exposição ao Zika, os parceiros masculinos de gestantes se abstenham do sexo ou usem preservativos (Oster et al, 2016). O relato da detecção do vírus Zika vivo na urina e na saliva levou à especulação sobre a transmissão direta entre pessoas, embora não tenha sido demonstrado que esse tipo de transmissão ocorra. Como quase qualquer vírus que cause infecção aguda associada com viremia, presume-se que o Zika possa também atravessar a placenta para a exposição dos fetos (ver adiante). As evidências in vitro de que o vírus Zika faz a mediação de potencialização da infecção dependente de anticorpos, um fenômeno epidemiologicamente ligado à febre hemorrágica da dengue (Fagbami e colaboradores, 1987; Morens, 1994), tem significado incerto em relação à circulação do Zika em populações com imunidade significativa à dengue. Até o momento, não há evidências de doença mais grave por Zika ou de apresentações clínicas diferentes pelo Zika, em pessoas com imunidade para dengue/flavivírus. QUADRO CLÍNICO Os estudos iniciais de vigilância epidemiológica e de desafio em humanos caracterizaram o Zika como uma doença leve ou inaparente do tipo dengue (i. e., com febre, injeção conjuntival, um ou mais episódios de erupção cutânea macular ou maculopapular, dor retro-orbital, dores musculares, artralgias, lombalgia e prostração). Quando presente, é provável que a erupção cutânea ao redor do primeiro ou segundo dias de doença seja transitória, macular, mais proeminente na face e com aspecto de rubor. Uma erupção mais distintiva pode aparecer quando a febre desaparece ou logo após isso, sendo geralmente de cor rosa, finamente maculopapular e mais proeminente no tronco que nas extremidades. O fenômeno de Köbner, no qual as lesões são mais pronunciadas em áreas de pressão ou lesão da pele, é comumente visto. Embora haja significativa variabilidade entre os indivíduos, as maculopápulas são tipicamente finas, confluentes e, algumas vezes, indistintas; pode ser difícil apreciar mesmo pelo toque com a ponta dos dedos; e elas podem facilmente passar despercebidas em pessoas de pele escura. Pode-se observar a formação de uma floculação fina, mas nunca uma descamação em camadas ou pedaços, cerca de uma semana após a doença aguda. Não há enantema. As mialgias são mais observadas em grupos musculares grandes, como o quadríceps. A dor retro-orbital aos movimentos dos músculos extraoculares pode ser intensa. A febre é comum, mas não costuma exceder 40,0°C e pode recorrer em um padrão de “sela” (ou de “corcova de camelo”) ao redor do quinto dia. Astenia e prostração com duração de vários dias é comum. Outras queixas comuns incluem anorexia, desconforto gastrintestinal e paladar alterado ou metálico. Em mais de 60 anos de observação, não foram observadas nem febre hemorrágica e nem mortes agudas por Zika. Os casos de Zika diagnosticados nos Estados Unidos devem ser imediatamente notificados às autoridades de saúde estatais e locais. DIAGNÓSTICO/DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Em uma “pura” epidemia de Zika, o diagnóstico pode ser confiavelmente feito clinicamente. Infelizmente, porém, dengue e chikungunya, que causam quadros clínicos semelhantes e são transmitidos pelas mesmas espécies de mosquito, têm sido epidêmicas nas Américas, confundindo o diagnóstico clínico específico, incluindo o diagnóstico em viajantes que retornam para os Estados Unidos e Europa a partir de regiões de epidemia. Recentemente foram feitas recomendações diagnósticas para médicos e profissionais de laboratório pelo CDC (CDC, 2016). Durante a doença aguda, o diagnóstico pode ser feito por isolamento do vírus ou por PCR para Zika, exames que costumam estar disponíveis apenas em laboratórios de referência, incluindo os departamentos de saúde do estado ou o CDC. O IgM anti-Zika se desenvolve durante ou ao final da doença clínica, mas costuma ser inespecífico por fazer reação cruzada com outros flavivírus e não está amplamente disponível comercialmente. Para os pacientes que estão recuperados, o diagnóstico sorológico de Zika ocorrida no passado recente ou distante pode ser problemático devido à reação cruzada com outros flavivírus ou vacinas para flavivírus. Embora o alfavírus chikungunya cause uma doença clínica semelhante e seja transmitido pelo mesmo vetor, ele não faz reação cruzada sorológica com o Zika. Poliartralgia de pequenas articulações e artralgia persistente de grandes articulações favorecem um diagnóstico de infecção por um alfavírus como o chikungunya (Morens, Fauci, 2014) ou, na Austrália, pelo vírus do rio Ross. Outras doenças febris agudas que entram no diagnóstico diferencial incluem influenza, leptospirose e, em áreas sem vacinação adequada, sarampo e rubéola. Nos Estados Unidos, o diagnóstico laboratorial de infecção por Zika deve ser imediatamente notificado às autoridades de saúde estatais e locais (CDC, 2016). TRATAMENTO A base do manejo de pacientes é o repouso no leito e cuidados de suporte. Quando há co-circulação de múltiplos arbovírus, o diagnóstico viral específico pode ser importante para prever e evitar/manejar complicações. Por exemplo, na dengue o ácido acetilsalicílico deve ser evitado para reduzir a possibilidade de complicações hemorrágicas e os pacientes devem ser monitorados quanto a elevações do hematócrito indicativas de febre hemorrágica iminente, de modo que se possam instituir medidas terapêuticas para preservar a vida. Na infecção por chikungunya, os pacientes devem ser monitorados e manejados para artralgias agudas e para artrite crônica. O CDC recomenda que, em algumas situações, e particularmente em gestantes, a febre e a dor devem ser tratadas apenas com paracetamol (Oduyebo e colaboradores, 2016). MANEJO DE GESTANTES, MULHERES QUE TENTAM GESTAR E FETOS/BEBÊS QUE POSSAM TER SIDO EXPOSTOS À INFECÇÃO POR ZIKA A associação temporal-geográfica no Brasil entre a epidemia de Zika e a (aparentemente epidêmica) microcefalia (WHO, 2016a) causou alarme disseminado e declarações de uma “emergência de saúde pública de preocupação internacional” pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2016b). Em um pequeno mas crescente número desses bebês com microcefalia ou de fetos abortados foi encontrada a infecção por Zika ou sequências de RNA do Zika, algumas vezes em tecido neural, sugerindo fortemente a infecção ativa. Como a teratogenicidade – incluindo a microcefalia – tem sido associada com muitos diferentes vírus de RNA e de DNA que causam infecção materna com viremia e cruzamento da placenta pelo vírus, é plausível uma ligação causal entre Zika e microcefalia. Curiosamente, porém, muitos outros flavivírus que infectam humanos, incluindo vírus intimamente relacionados como dengue, que infectaram centenas de milhões de pessoas e que foram estudados epidemiologicamente em centenas de milhares de pessoas, apenas raramente foram associados com teratogenicidade significativa (Tsai, 2006). Estudos da patogênese e da história natural do Zika após a infecção fetal são urgentemente necessários, mas serão difíceis de serem delineados ou conduzidos em humanos ou animais experimentais. Se for comprovado que a relação causal entre Zika e microcefalia ocorre com alta incidência, como sugerem os dados preliminares das autoridades brasileiras, a magnitude do problema também deve ser medida por estudos epidemiológicos que possam controlar efeitos da incidência basal e de viés potencial no relato, diagnóstico, uso de ultrassonografia, aplicação de critérios diagnósticos e outros fatores. Nas conceituações clássicas de teratogenicidade, acredita-se que o maior risco para o feto ocorra durante o período de maior desenvolvimento dos órgãos, cerca de 6-14 semanas para o cérebro fetal, e antes do desenvolvimento do sistema imune fetal, de modo consistente com dados de teratogenicidade para outros vírus que identificam o período de maior risco como sendo dentro do primeiro trimestre (Fuccillo, Sever, 1973). Porém, a patogênese e história natural da (suspeita) microcefalia pelo Zika ainda não foram estabelecidas. A relativa ausência de relatos de dano a órgãos fetais específicos além do cérebro e olho aumentam a possibilidade de que o Zika poderia causar dano fetal não por alteração teratogênica no desenvolvimento dos órgãos, mas por meio de encefalite viral agressiva não controlada pelo sistema imune fetal (que poderia reconhecer o vírus como “parte de si” devido à infecção no primeiro trimestre) ou por anticorpos antivirais maternos que atravessam a placenta. Até que estejam disponíveis melhores informações, o CDC recomenda que gestantes considerem postergar a viagem para locais de circulação do Zika, se possível, e que, se essas gestantes ou mulheres que estão tentando engravidar tiverem que viajar, elas devem consultar seu médico antes da viagem e planejar a tomada de precauções extensivas para evitar a exposição ao mosquito (Oduyebo e colaboradores, 2016). Com relação à infecção maternal por Zika conhecida ou suspeitada, as mulheres devem ser avaliadas por seu médico quanto à possível infecção congênita e acompanhadas ao longo da gestação. As diretrizes para a avaliação e testagem de lactentes com infecção congênita por Zika, microcefalia associada ao Zika ou calcificações fetais intracranianas foram recentemente publicadas pelo CDC (Oduyebo e colaboradores, 2016; Staples e colaboradores, 2016). PREVENÇÃO Não há vacina para Zika em fase avançada de desenvolvimento, mas várias plataformas de vacinas existentes usadas para flavivírus relacionados estão sendo rapidamente adaptadas ao Zika para acelerar o normalmente longo processo de desenvolvimento de vacinas. Contudo, uma vacina efetiva para o Zika que poderia ser aprovada para uso geral ainda deve demorar alguns anos. As melhores medidas preventivas contra o Zika são sem dúvida telas, ar condicionado, remoção regular do lixo e remoção dos locais na casa/jardim onde possa ocorrer o acúmulo de água parada que oferece ao mosquito o local para a procriação, bem como medidas de proteção pessoal como o uso de repelentes contra insetos e a cobertura da pele com roupas. Como as informações sobre Zika e a microcefalia associada estão crescendo rapidamente, espera-se que a compreensão da doença pelo Zika e as recomendações para os médicos também mudem. Os profissionais de saúde que tratam pacientes com Zika ou aqueles preocupados com a exposição ao Zika devem frequentemente consultar as informações atualizadas fornecidas pelo CDC, departamentos de saúde estatais e locais, sociedades de profissionais e a literatura publicada sobre pesquisas em medicina e saúde pública. Referência(s) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Health Alert Advisory. Recognizing, managing, and reporting Zika virus infections in travelers returning from Central America, South America, the Caribbean, and Mexico. CDC Health Alert Network, CDCHAN-00385, Friday, January 15, 2016. Accessed February 8, 2016. emergency.cdc.gov/han/han00385.asp Dick GWA et al: Zika virus. (I). Isolations and serological specificity. Trans Roy Soc Trop Med Hyg 46:509, 1952 Duffy MR et al: Zika virus outbreak on Yap Island, Federated States of Micronesia. N Engl J Med 360:2536, 2009 Fagbami A et al: Cross-infection enhancement among African flaviviruses by immune mouse ascitic fluids. Cytobios 49:49, 1987 Fauci AS, Morens DM: Zika virus in the Americas—yet another arbovirus threat. N Engl J Med, 2016. Accessed February 8, 2016. nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1600297 Fuccillo DA, Sever JL: Viral teratology. Bacteriol Rev 37:19, 1973 Grard G et al: Zika virus in Gabon (Central Africa)—2007: A new threat from Aedes albopictus? 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