A Botânica não é difícil

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A Botânica não é difícil
,
É fundamental ensinar racionalmente a Botânica para que as pessoas
não só a percebam bem, como também não a odeiem
por decorarem conceitos e termos sem os entenderem ' I'
fundamental ensinar racionalmente
a Botânica para que as pessoas não
só a percebam bem, cemo também
E
não a odeiem por decorarem
conceitos e termos sem os entenderem.
Muitas pessoas. particularmente os alunos,
não gostam de Botânica por lhes terem
fornecido uma imensidade de tennos,
alguns até de difícil pronúncia. A grande
maioria desses termos são desnecessários
para se entenderem as plantas, respectivas
características, funcionalidade, ecologia e
ciclo biológico (não ciclo de -"da, pois a -"da
não é cíclica; todos os seres nascem, vivem e
morrem).
Assim, surgiu-nos a ideia de lhes mostrar
que as árvores são seres vivos extremamente
semelhantes a nós e, nesta Revista
(Parques e Vida Selvagem 28: 64-66; 2009)
já comparámos o corpo de uma árvore
com o corpo humano. As árvores apenas
não precisam de boca para ingerirem as
substâncias nutritivas (glúcidos, lipidos e
prótidos) essenciais para as funções vitais,
pois basta-lhes estarem ao sol para as
produzirem, como, também, já desenvolvemos
em artigo anterior nesta mesma Revista
(Parques e Vida Selvagem 22: 48-50; 2007).
Os animais, como não conseguem produzilas, têm de comer plantas (herbivoros) ou
comerem animais que se alimentam de plantas
(carnívoros). Os omnfvoros comem plantas e
animais. Isto é, sem as plantas os animais não
sobreviveriam. É por isso que o volume da
biomassa vegetal é o maior (89% da biomassa
global) e é extremamente relevante nos
ecossistemas terrestres. Assim, por exemplo.
como as florestas tropicais são as de maior
biomassa, essas florestas têm uma elevada
Biodiversidade.
Vamos, então, observar uma planta vascular
[co,,! vasos, isto é, com liber (transporta a
seiva elaborada) e lenho (transporta a seiva
bruta)J. O corpo destas plantas é constituído
por raiz [usualmente com geotropismo positivo
(mo-"mento em direcção ao solo)J, caule
(geralmente com geotropismo negativo) e
folhas.
O órgão mais primitivo destas plantas
vasculares é o caule, pois conhecem-se
fósseis de plantas só com caule (ex.: Rhinia
major) e, claro, esporângios, pois reproduziamse por esporos. Tinham um caule subterrâneo
(rizoma), mais ou menos paralelo à superfície
do solo, com rizóides (pêlos para absorverem
água do solo) e um caule aéreo (verde, pois
não havendo folhas é o caule que tem de
ser fotossintético), em cujas extremidades
se inseriam os esporângios. Actualmente, há
Caule aéreo - . .
(clorofilino)
7)
Caule subterrâneo
1Ii'fiiii~~
Rhinia major
Fasciculadas
Aprumadas
Raizes
um representante destas plantas vasculares
primitivas, o PsHotum nudum, um pouco mais
evoluído do que as Rhinia, pois os esporângios
já não são terminais, mas inseridos no eixo
caulinar.
Portanto, a raiz resultou do caule, por
geotropismo positivo, e as folhas resultaram
do achatamento de ramificações caulinares.
As raízes ou constituem o prolongamento do
caule (raízes aprumadas) ou estão inseridas
em fascículos na base dos caules (raízes
fasciculadas). As folhas normalmente são
clorofilinas (nomófilos), ou servem para
proteger outros órgãos das plantas (brácteas),
sendo geralmente de tamanho reduzido e não
clorofilinas, ou são portadoras de esporângios
com esporos (esporófilos). Os esporos ou
são todos do mesmo tamanho (isosporia) ou
há uns de menor tamanho (micrósporos) do
que outros (macrósporos), havendo, neste
caso, heterosporia. Raramente existem
micrósporos e macrósporos no mesmo
esporângio. Geralmente, há esporângios
apenas com micrósporos (microsporângios) ou
apenas com macrósporos (macrosporângios).
Parques e Vida Selvagem Outono 2010 • 63
64 CRÓNICA
Não é obrigatório que um microsporângio
seja de menor tamanho do que um
macrosporãngio, pois podem ser do mesmo
tamanho. Um esporófilo portador apenas
de microsporângios é um microsporófilo, se
cÇ>ntém somente macrosporãngios, é um
macrosporófilo. Os esporófilos podem ter os
esporângios inseridos na página superior (ex.:
Selaginelas), ou na inferior (ex.: Polipódio).
Frequentemente, há Famos reprodutores
sem nomófi!os, mas com esporófi!os, muitas
vezes com brácteas basilares. Estes raminhos
Ureprodutores" designam-se por estróbilos,
particulanmente nas Pteridófitas (plantas
vasculares sem sementes). Nas Espermatófitas
(plantas vasculares com sementes), já tinham
outros nomes, quando se descobriu que ao
que designamos por pinhas, não são mais
do que os estróbilos das Gimnospérmicas
(Espermatófrtas sem flores, nem frutos), e que
as flores não são mais do que os estróbilos
das Angiospérmicas (Espermatófitas com
flores e fnutos). Então uma flor não é mais do
que um ramo reprodutor (estróbilo), que tem
umas folhas basilares e protectoras, ainda
verdes 9, no geral, de menor tamanho que os
respectivos nomófilos (sépalas, cujo conjunto
forma o cãlice); umas folhas geralmente com
cores vistosas (pétalas, cujo conjunto forma
a corola); outras folhas que não são mais do
que os microsporófilos Úá eram conhecidos
por estames, quando se descobriu que são
microsporófilos e os respectivos micrósporos
são os grãos de pólen. O conjunto dos
estames forma o androceu); e, finalmente, os
macrosporófilos (carpelos, cujo conjunto forma
o gineceu). Na maioria das flores, os carpelos
unem-se e formam o pistilo. Este é sempre
constituído por ovário (com os óvulos no
interior) e o estigma (órgão receptor dos grãos
de pólen). Geralmente, o estigma ou é séssil,
ou está inserido no ápice de um pediculo
(estilete). Portanto, o pistilo ou é constrruido
por ovário e estigma, ou por ovário, estilete e
estigma. As folhas completas são constITuidas
por uma bainha basilar, por um pedículo
(peclolo) e por uma parte laminar (limbo).
Geralmente têm apenas o pecíolo e o limbo,
mais raramente só o limbo (folhas sésseis).
Os estames, que, como vimos, não são mais
do que folhas reprodurtoras (microsporófilos),
têm, geralmente um peclolo (filete) e um
limbo enrolado (antera), que tem no interior os
microsporângios (sacos polínicos), onde são
produzidos os micrósporos (grão de pólen).
As folhas inserem-se uma em cada nó do
caule, alternando sucessivamente de nó para
64 • Parques e Vida Selvagem Outono 2010
Estame
Ao formar-se o embrião no interior do óvulo,
este transforma-se na semente. O óvulo
tem uma parede (tegumento), que, logo
após a fecundação da oosfera, se espessa,
). formando a testa da semente, para que o
embrião não perca água, quando é libertado
Pétala
para o Ambiente. Assim, uma semente é um
órgão com uma parede protectora (testa),
por vezes dura, que tem no seu interior
Receptáculo floral
Sépala
um embrião e tecidos com substâncias
nutritNas [endosperma (tecido haplóide), nas
Gimnospérmicas; albúmen (tecido triplóide),
Folhas florais
nas Angiospérmicasl. Por vezes o embrião
é "glutão" e digere todo o tecido nutritNo
nó (folhas alternas); ou aos pares, no mesmo
e, por isso, torna-se um embrião grande
nó e em face uma da ourtra (folhas opostas);
ou várias no mesmo nó (folhas verticiladas); ou
e conspfcuo (bem visível a olho nu), poiS
na base do caule (folhas basilares).
acumula as substâncias nutritivas nas suas
folhas (cotilédones) (ex.: embriões da fava e
As folhas podem ter um único limbc (folhas
simples) ou vários limbcs (folíOlOS) (folhas
feijão). Quando o embrião não é "glutão", é tão
compostas), que podem ser sésseis ou ter
pequeno, que é dificilmente perceptível (ex.:
embriões do milho e do coco). Um embrião
um pediculo (peciólulo). Não confundir uma
folha simples (com peciolo e limbc), como,
das plantas vasculares tem o corpo idêntico
por exemplo, a do loureiro, com uma folha
aos dos progenitores, com raizinha (radícula),
caulinho (cauliculo) e folhinhas (cotilédones),
unifoliada (com peciolo, peciólulo e limbc, ou
pecíOlO ariculado quando o foIiolo é séssil),
tal como acontece com os mamíferos, que,
como, por exemplo, a da laranjeira e a do
quando já prontos a sair do útero materno,
têm cabecinha, tronco e membros.
limoeiro.
Uma folha pode ter a margem do limbc não
As flores podem ser completas (cálice, corola,
recortado ~imbo inteiro, como, por exemplo,
androceu e gineceu) ou incompletas, quando
fafia um destes órgãos. No caso de faltar o
as folhas do loureiro), ou miudamente
androceu ou o gineceu, as flores dizem-se
recortado [ex.: as folhas crenadas de malvas;
dentadas do ulmeiro e serradas do castanheiro unissexuadas (respectivamente masculinas ou
femininas). As flores com androceu e gineceu
ou as folhas lobadas do carvalho-alvarinho) ou,
dizem-se hermafroditas.
ainda, profundamente recortado (ex.: as folhas
pertidas do carvalho-americano].
Os frutos podem ter uma semente
(monospérmicos) ou mais (polispérmicos).
Além das folhas, as plantas podem apresentar
São carnudos ou secos. Os carnudos, ou são
outros órgãos clorofilinos achatados: os
filódios (peclolos achatados, que são uma
totalmente carnudos (bagas) e geralmente
polispérmicos (ex.: uva, melancia, banana);
parte das folhas) e os cladódios (ramos
ou têm um caroço (dnupas) e geralmente
achatados, que são, muitas vazes, floridos.
monospérmicos (ex.: pêssego, cereja, ameixa).
Sendo uma flor um ramo modificado, só pode
nascer num ramo e nunca numa folha).
Os secos, ou são indeiscentes (aquénios) e
mosnospérmicos (ex.: grão de milho, "pevide"
Como já ilustrámos (Parques e '"da Selvagem
28: 64-66; 2009), aquilo a que designamos
de girassol, grão de arroz) ou deiscentes
por ovário nas plantas não é mais do que um
(cápSUlas) e geralmente polispérmiccs
(ex. :vagem de feijão, silíqua da couve).
órgão com funções idênticas ao útero dos
mamíferos. Quando se dá a fecundação da
Basta as pessoas saberem que há estes 4
célula sexual feminina das plantas (oosfera),
tipos de frutos (2 carnudos, a baga e a dnupa;
2 secos, o aquénio e a cápsula). O resto são
o ovário da planta, órgão correspondente
ao útero animal, vai, tal como este, dilatarnomes especiais para determinados tipos
se e carregar-se de substãncias nurtritNas
de frutos, que são úteis para os bctânicos
ou outros profissionais. Por exemplo, às
(fruto), com o embrião no seu interior. Nas
Espermatófrtas, a célula sexual feminina
bagas das cucurbitáceas chamam pepónios
(oosfera) está no interior de um órgão protector (ex.: melancia, pepino, melão); às dnupas
das palmeiras chamam cocos; as cápsulas
e com substâncias nutritivas, designado por
uniloculares (só um compartimento) das
óvulo, por se ter pensado, durante muito
tempo, que correspondia ao óvulo animal.
leguminosas são conhecidas por vagens (ex.:
,: W
,
Cladódios -
_ _... .
gllt,arcfelr,a (flus"us aculeatus)
fava, ervilha, grão-de-bico, feijão); as cãpsulas
biloculares das crucíferas, se compridas são
silíquas (ex. couve, nabo, rabanete), se curtas
(geralmente tão compridas como largas) são
siliculas (ex.: "hóstia-do-papa"); os aquénios
das compostas são conhecidos por gipselas
(ex. "pevide" do girassol); aos das labiadas e
das boragináceas chamam clusas (ex.: frutos
dos orégãos e das barragens) e aos aquénios
alados chamam sâmaras (ex.: sâmaras dos
áceres e dos ailantos).
Estes são exemplos que complicam o
ensino da botânica e que só são úteis para
especialistas. Não há necessidade de ensinar
Botânica com tanto nome. Os leigos e alunos
não da especialidade só precisam de saber
que há 2 tipos de frutos secos (aquénio e
cãpsula) e 2 de carnudos (baga e drupa).
Também basta ensinar que as flores
podem estar isoladas ou agrupadas e que
um agrupamento de flores se designa
por inflorescência e que há 2 tipos de
inflorescências; as de eixo com crescimento
ilimitado ou inflorescências racemosas ou
indefinidas [cachos, quando as flqres são
pediceladas (ex.: cacho de uvas) e espigas,
quando as flores são sésseis (ex.: espiga
de milho)J; e as de crescimento limitado ou
inflorescênoias cimosas ou definidas (ex.:
cimeiras da barragem),
Nalgumas inflorescências racemosas o
pedúnculo dilata ~se na parte superior
característicos da nossa flora, vamos tratar um
fonnando um receptáculo rodeado de
pouco da bolota e da castanha. Uma bolota
é um fruto (aquénio) tal como uma castanha,
brácteas. Neste caso, se as flores são
pediceladas (pedicelos geralmente todos
que, nas respectivas árvores, estão rodeados
do mesmo tamanho), estas inflorescências
total ou parcialmente por um invólucro
designam~se por umbelas (ex.: umbelas da
(cúpula), que nos castanheiros é espinhoso
salsa e da cenoura) e serão capítulos se as
(ouriço) e recobre totalmente 1-4 frutos
flores são sésseis ou subsésseis (capítulos dos
(castanhas) e nos carvalhos é escamoso e não
malmequeres e girassóis).
recobre o fruto (bolota). Não é preciso dizer ou
Claro que há inflorescências simples e
explicar que uma bolota é uma glande. Basta
ramificadas ou compostas, tendo algumas
dizer que é um aquénio.
nomenclatura própria, mas que, para se
Realmente, a Botânica é extremamente
ensinar Botânica, mencioná~las só serviria para simples. Há plantas sem vasos condutores
tornar a Botânica difícil e enfadonha.
de seivas, como as Briófitas e com vasos
Com os frutos acontece o mesmo; também
condutores de seivas, que são as plantas
vasculares. Estas são as Pterídófitas,
podem estar agrupados em infrutescências,
como é o caso do figo (sícone) e do ananás
[geralmente herbáceas, raramente arbóreas,
(sorose). Ora não é preciso saber o que é uma
e que se reprodu;z...em por esporos (não
produzem sementes)] e as Espennatófitas,
sorose ou uma sícone, o que é necessário é
que as pessoas entendam que um figo não
que produzem sementes. Estas agrupam~
é um fruto, mas uma infrutescência, assim
se em Gimnospérmicas [todas lenhosas
(subarbustos, arbustos ou árvores);
como um ananás. Também é fundamental
embriões com 2~ 18 cotilédones; lenho
que as pessoas entendam que uma pinha,
com pinhões, não é uma infrutescência como
secundário homogéneo (com traqueídos);
sem flores, nem frutos] e Angiospérmicas
o ananás, pois os pinhões não são frutos;
são sementes. As Gimnospérmicas não
[herbáceas ou lenhosas; embriões com 2
dão frutos. Assim, a "pinha" de um cipreste,
cotilédones (Dicotiledóneas) ou 1 cotilédone
que é globosa (gálbula) também não é uma
(Monocotiledóneas); lenho secundario
heterogéneo (com traqueias e traqueídos);
infrutescência, mas é um estróbilo com
sementes.
com flores e frutos].
Finalmente, por serem frutos muito utilizados e . Todas estas plantas têm um ciclo biológico
Parques e Vida Selvagem Outono 2010 • 65
66 CRÓNICA
Lobada
Partida
Folhas (Recorte)
com uma fase de reprodução sexuada
[fase gametófita, que, nestas plantas,
é sempre haplóide (núcleos têm uma
guarnição cromossómica simples, isto é,
os cromossomas são todos diferentes, não
há pares de cromossomas homólogos)] e
um~ fase de reprodução por esporos (fase
espórica, que é diplóde). Nas Briófitas, a
fase gametófita é muito mais desenvolvida
do que a fase esporófita, que, geralmente
é parcialmente parasita do gametófito. Nas
Briófitas o gametófito ou é pouco diferenciado
ou, mesmo laminar (taloso) (ex.: Hepáticas),
ou é bem diferenciado (folhoso), em rizóide,
caulóide e filideos (Musgos). Muitas vezes
comparam os órgãos do corpo das plantas
vasculares (raiz, caule e folha,s) com os
referidos órgãos do corpo das Briófitas (rizóide,
caulóide e filídeos) . Ora não são órgãos
homólogos (não têm a mesma origem), mas
sim análogos (exercem funções semelhantes),
pois os rizóides, caulóides e filídeos são
órgãos de gametófitos (haplóides, portanto) e
sem vasos, enquanto as raízes, os caules e as
folhas, além de serem órgãos vasculares, são
órgãps de esporófitos (diplóides, portanto).
Vimos que nas plantas vasculares as
raízes são aprumadas ou fasciculadas
e que há vários tipos de folhas, as do
embrião (cotilédones) as normais clorofilinas
66 • Parques e Vida Selvagem Outono 2010
(nomófilos), as reduzidas, geralmente não
clorofilinas e com funções protectoras
(brácteas), e as dos ramos reprodutores
(estróbilos) [nas Gimnospérmicas designamse por pinhas, quando cónicos, ou gálbulas,
quando globosos; nas Antófitas (anthos, em
latim significa flor) são as flores], que nas
Angiospérmicas ou Antófitas são as sépalas,
as pétalas, os estames e os carpelos. Vimos
ainda que, as flores se podem agrupar
em dois tipos de inflorescências; umas
indefinidas (cachos, espigas, umbelas e
capítulo) e outras definidas (cimeiras). Vimos
que há 4 tipos de frutos, carnudos (baga e
drupa) e secos (aquénio e cápsula) e que,
tal como as flores, podem estar agrupados,
como, por exemplo, no figo e no ananás.
Não confundir infrutescência com fruto
múltiplo (ex.: morango e amora-da-silva), que
são frutos que resultam de flores com vários
ovários. Um morango é constituído por vários
frutos (pequeninos e duros, de cor escura,
no seio de um receptáculo carnuda), assim
como a amora-da-silva (pequenas drupas)
resultantes de uma só flor e não de várias
flores .
Então, como as Gimnospénnicas só dão
sementes (não têm flor, nem dão frutos),
os pinhões são sementes e não frutos. As
.pevides de abóbora também são sementes,
mas resultantes de um fruto (baga). Porém, as
pevides do girassol são frutos secos (aquénios)
e não sementes.
Apenas para acabar. Geralmente toda a
gente sabe que as Angiospémicas formam
dois grandes grupos: as Dicotiledóneas
e as Monocotiledóneas. As primeiras
têm embriões com dois cotilédones;
geralmente rajz aprumada; feixes liberolenhos caulinares dispostos em círculo e
abertos (desenvolvem um câmbio entre o
líber e o lenho); folhas com as nelVuras não
paralelas; flores tetra ou pentâmeras (peças
florais em número de 4 ou 5 ou múltiplos
de 4 ou 5); formação simultânea do pólen
(cada célula dá simultaneamente os 4 grãos
de pólen no fim da meiose) (ex.: carvalhos,
salgueiros, papoilas, giestas, urzes). As
Monocotiledóneas têm embriões com um
cotilédone; geralmente raiz fasciculada;
feixes libero-lenhosos caulinares dispersos e
fechados (não desenvolvem um câmbio entre
o líber e o lenho); folhas paralelinélVias; flores
trímeras (peças florais em número de 3 ou
múltiplos de 3); formação sucessiva do pólen
(ex.: lírios, palmeiras, milho, trigo, arroz).
Realmente a Botânica não é difícil. Apenas
é necessário percebê-Ia e não decorar
nomes esquisitos.
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