Aula 20160822 – ARQCEN

Propaganda
Arquitetura da Cena
Arquitetura Teatral
História dos palcos
Tipos de palcos
Qual a origem do teatro?
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O homem como um ser mimético – reprodução de sons,
gestos, operações mentais e emocionais; reprodução do
que percebe a sua volta.
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Necessidades de sobrevivência – jogos cenográficos de
mimetização com outros homens, animais, cenários e
elementos da natureza, visões e sonhos.
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Para saciar a fome, proteger-se, comunicar-se, provocar,
festejar, celebrar a vida, falar com os deuses, etc.
“A origem do teatro, manifesto em gestos, sons,
ritmos e disfarces, é provavelmente a mesma de
todas as artes, na consagração do homem com o
indizível, o invisível, o amor e seus medos.”
– João Acir, 1977, p.78
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As tribos selvagens imitam o animal sagrado no totem
que a representa.
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Na antiguidade, o sacerdote era considerado como
intérprete dos deus deuses, conjurando em seu nome e
rodeando-se de cenografia para sua função.
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As danças sacerdotais são conhecidas em todos os
lugares e tempos.
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A bíblia fala dos levitas dançando ante a arca.
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Na América e na África, danças de máscaras
representam a aparição misteriosa de um animal, um
espírito, um antepassado ou um deus, com carrancas de
terror e mistério, em pantomimas estranhas, raízes
comuns a todos os povos.
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A mitologia indiana explica como Krishna ensinou aos
homens a música e a dança, únicos meios de dar ideia
aos mortais das paixões e ações dos deuses.
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Na mitologia japonesa, Amaterasu, deusa do sol, se
esconde em uma profunda cova por conta das ofensas
do irmão. Entristecidos pela escuridão, os deuses
tocaram pífaros e tambores, e a deusa Ameno-Uzume,
com uma guirlanda de flores, cantou e dançou para
atrair a curiosidade de Amaterasu.
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No Egito existiram também as representações
dramáticas de fundo religioso centradas em temas de
sua espiritualidade.
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O ponto de convergência entre o mundo complexo da arte
oriental e a primeira cultura grega, base da arte ocidental,
parecer ser a ilha de Creta onde, em torno de 2000 a.C., se
processou uma cultura tão peculiar. Os restos desta cultura
mostram a existência de um espetáculo religioso no qual o
touro, animal sagrado, intervém rodeado de lutadores
acrobatas.
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Estes exercícios se davam nos pátios centrais de algumas
construções e também em superfícies retangulares de
dimensões mais reduzidas (13x10m), limitadas por paredes de
pedra, e que possuem em dois lados contíguos arquibancadas
para espectadores e uma espécie de tribuna de honra.
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O lirismo coral religioso é apontado como a origem do
teatro grego. Aparece nas composições e ritos em honra
a Artemísia ou Apolo e, as mais populares e expressivas,
dedicadas a Dionísio.
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O culto a Dionísio era celebrado em Atenas três vezes ao
ano. Essas festas eram oficiais e a organização de
espetáculos dramáticos se convertia em função do
estado. As festas duravam 6 dias, onde havia
usualmente uma procissão, concurso de coros
ditirâmbicos e os três últimos dias eram dedicados às
representações teatrais.
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Em 535 a.C., o concurso das primeiras festas dionisíaco
de Atenas foi vencido por Téspis que em carros
transportava os cantores e atores com as caras pintadas
com as cores do vinho, segundo Horácio.
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Atribui-se a Téspis a transformação dos cantos trágicos
corais, por associar a estes um narrador que conversava
com o coro e procurava responder suas perguntas,
ficando assim estabelecido o diálogo com a introdução
do ator.
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Em propriedades rurais no interior da Grécia, existiam as
eiras, pisos circulares onde grãos eram moídos por uma
mó girada por uma parelha de bois. Até hoje nós
utilizamos este mesmo tipo de processo para realizar a
moenda de grãos. Durante as colheitas, várias festas e
rituais religiosos eram realizados nela ou em um terreno
circular. A eira dos bois criava um círculo de terra batida
onde os festivais agrícolas eram realizados: a festa de
Komos, origem da comédia. Estes festejos se davam com
as danças fálicas festivas, logo o primeiro cenógrafo pode
ter sido a pessoa chamada para decorar o local da festa ou
mesmo somente pode ter esculpido o grande falo.
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Contudo, o teatro como entendemos hoje só é
considerado como consolidado quando, à organização
dos espetáculos dramáticos convertidos em
acontecimento, se juntaram os aportes de Ésquilo e
Sófocles, e a construção de teatros de caráter
permanente, substituindo as representações ambulantes
ou sobre tablados de madeira.
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Foi então que se dotou o ator de uma máscara com uma
boca desenhada de grande tamanho, com dispositivo
interno para ampliar sua voz, e calçaram-lhe sapatos de
salto alto chamados coturnos (Cothurnus).
Orkestra
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Extensão circular plana onde evoluía o coro e em cujo centro se
erguia um pequeno altar a Dionísio. Ficava situada entre a skene,
cena propriamente dita, e o théatron,destinado aos espectadores.
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A orkestra é a parte mais antiga do teatro grego.
Skene, Paraskenia e Proskenion
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Corpo edificado retangular com até 6m de altura, decorado com colunas,
sendo os intercolúnios abertos ou decorados.
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Dois extremos avançavam lateralmente sobre a orkestra; estes eram
chamados paraskenia. Diante à skene, junto à orkestra, estava o proskenion que
era a zona intermediária, mais baixa, facilitando as relações entre os
personagens e o coro.
Théatron
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Semicírculo, construído em elevação do terreno, ajustado à orkestra,
onde se desenvolviam as arquibancadas dos espectadores. Estes
ingressavam no espaço através de dois corredores laterais até a
orkestra e daí se dirigiam aos assentos por escadas radiais.
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A pintura dos cenários e a troca de cenografia foram sugeridas
por Sófocles, que viveu noventa anos do século V a. C. A
escultura, arquitetura e o trabalho com cerâmicas tinha
atingido um nível muito alto, que a cenografia certamente
atingiria em questão de pouquíssimo tempo.
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Phormis de Siracusa utilizou painéis que podiam ser trocados
durante a apresentação de um único espetáculo.
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Temos estes dados, pois Ésquilo os cita e ainda nomeia alguns
pintores: Agatarcus de Samos segundo Vitrúvio foi um dos
destaques, pelo seu trabalho detalhado das perspectivas e
qualidade final das obras. Neste período Demócrito e
Anaxágoras fizeram estudos e teorias à respeito da perspectiva.
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Vitrúvio chamava estes cenários de scaena ductilis (cena
móvel ou conduzida), que podem ter sido utilizados
tomando o espaço do proscênio ou ainda tenham criado
um espaço de representação à sua frente.
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Vitrúvio e Pollux apontam textos onde descrevem prismas
triangulares decorados em seus três lados. As mudanças
de cena indicavam os momentos em que estes prismas
eram girados sobre um eixo que os fixava no chão.
Existiam muitas convenções no deslocamento destes eixos.
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A pintura de painéis era usada mais comumente com
figuras de paisagens, vistas arquitetônicas ou urbanas.
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Outro tipo de maquinaria existente na Grécia antiga é bem
mais sofisticado que o periacto e é denominado ekiclema. Deve
datar do século V a. C. e uma de suas possibilidades era revelar
o interior do palácio, gruta ou um templo. Era feito de um carro
e uma plataforma rolante que avançava de uma porta.
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Pollux descreve bem estas máquinas e sobre o ekiclema ele diz
serem plataformas construídas com madeira e rodas que saíam
pelas portas do cenário trazendo personagens.
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O ekiclema pode ter também um piso circular com uma tela
pintada dos dois lados para o momento de transformações.
Assim, quando a base é girada, um personagem surge com
outro fundo de cena pintada sobre esta tela.
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As portas surgem no período em que a skene já é feita de pedra e
com isso possibilitam a construção de entradas e saídas fixas para os
atores. Estas construções passaram a ser monumentais.
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Deste modo, o público já entendia que não era mais um ator que
estava saindo de cena para se trocar e si um personagem indo em
direção de algum lugar.
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Eram três as portas utilizadas e construídas de forma a fixar a porta
principal, ricamente decorada e esculpida e as outras duas,menores
com adornos mais simples. O palácio estava representado pela porta
central e como a arquitetura grega não construía palácios, estes
eram representados por entradas,ou portas de templos. A porta da
direita do ator era os aposentos dos hóspedes ou a saída para outra
cidade qualquer; e a porta da esquerda do ator era o gineceu.
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A Katablemata era uma estrutura de painéis pintados que ficavam
sobrepostos ao fundo da cena no teatro grego. Com o decorrer
da encenação, estes painéis eram trocados, revelando novos
fundos e indicações para elenco e público.
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O Deus ex machina, na Grécia antiga eram máquinas
(gruas) construídas com a função de elevar o ator e fazêlo surgir por trás da skene como se sobrevoasse os céus,
descendo do Olimpo e entrando em contato com os
mortais. O efeito causado pelos deuses ex machina era um
furioso e catártico aplauso por parte da platéia, pois
naquela época, estes personagens surgiam para
solucionar questões onde o drama era insustentável e a
ação parecia sem saída.
Tipos de Palco
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