A VISITA estreou a 7 de Novembro, no Theatro Club. Quinta, 06 Novembro 2008 11:00 - O Centro de Criatividade - Póvoa de Lanhoso (CCPL) e o Teatro Invisível apresentaram nos dias 7, 8 e 9 de Novembro, pelas 21h45, no Theatro Club, mais uma co-produção teatral, "A Visita", com Pedro Giestas. Trata-se de um texto inédito, escrito e encenado por Moncho Rodriguez, director-artístico do CCPL, que foi procurar nas aldeias desertas do Minho e das terras do Barroso o argumento para criar um espectáculo que fala do abandono, do esquecimento e da desertificação dos territórios do interior de Portugal. "É mais uma aposta do CCPL, que assume uma importância particular, na medida em que, com este espectáculo, vamos testar um novo conceito de rede informal de descentralização teatral. Pela primeira vez, outros municípios vizinhos se assumem como parceiros na co-produção de um projecto comum", explica a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira. Para a edil, esta produção, que retrata o tema da desertificação e do abandono do mundo rural, "acaba por se assumir como um projecto de todos os territórios que vivem esta problemática. Pretende ser uma provocação para uma análise mais profunda sobre o isolamento do homem e sobre a perda da memória. E é um espectáculo a que ninguém ficará indiferente". Aproximar o teatro do espectador, beneficiar aqueles que, pela situação geográfica descentralizada, dificilmente podem usufruir de programações culturais são os objectivos desta nova produção do Centro de Criatividade - Póvoa de Lanhoso. Para tal, o CCPL iniciou uma campanha de parcerias com as Câmaras Municipais da região, reunindo e somando esforços para criar uma rede experimental, que facilitará a circulação de espectáculos, formação e outras acções, que possam contribuir para que a cultura seja um bem de todos. Nos meses de Novembro e de Dezembro, este espectáculo circulará pelos Municípios que fazem parte dessa rede (Póvoa de Lanhoso, Fafe, Montalegre, Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto), promovendo apresentações e encontros especiais para formação de novos públicos. Procurando um paralelo poético entre a solidão do homem na sociedade contemporânea e o 1/3 A VISITA estreou a 7 de Novembro, no Theatro Club. Quinta, 06 Novembro 2008 11:00 - isolamento, por vezes absurdo e insólito, daqueles que ainda resistem nas regiões do interior rural, "A Visita" surge como uma oportunidade para que o teatro possa alertar e reflectir sobre a preservação de uma identidade que corre riscos de se perder diluída nos processos da globalização. "A Visita" revela uma linguagem com identidade própria, que tem como base a memória ancestral, o universo do rural, o pensamento do homem diante do seu próprio vazio, as sonoridades desses universos abandonados, lugares que ainda guardam a essência de um povo que, antes de ser europeu, é português. Interpretada pelo actor Pedro Giestas, "A Visita" promete emocionar, inquietar e divertir. Promete, principalmente, desafiar público e criadores do teatro e da arte contemporânea a reflectirem sobre o manancial fabuloso que se guarda na cultura do povo, para que assim possam surgir renovadas propostas que possam defender a nossa identidade particular, que falem ao mundo o que somos, de onde vimos, que mostrem que, com as linguagens e memórias da nossa cultura, podemos também ser contemporâneos. "A Visita". Um espectáculo construído com linguagem teatral experimental, que tem como base dramatúrgica os elementos da tradição rural. O espectáculo usa a memória da cultura do mundo rural, o universo poético do popular utilizando a ficção do teatro contemporâneo. Costumes, lendas, falares, cantares e a ficção poética que revela o universo do imaginário de um homem esquecido numa aldeia de Portugal. A história imaginada de António, sobrevivente numa aldeia deserta. A memória desse António, testemunho do vazio. António abandonado, aquele que ficou esquecido. A terra deserta, a tradição deserta. A identidade esquecida. A história deste homem começa quando António visita os seus parentes mortos, como se ainda presentes estivessem. Conversa com eles, relembra histórias, fala da terra, das gentes, diverte-se, ri, canta, reza, chora...e, pouco a pouco, vai transmitindo, com crueza, uma realidade que, mesmo sendo insólita, inventada pela poética, transmitida no teatro como ficção, é real e alastra-se, devorando gentes e terras do mundo rural. António, mesmo sem ser explícito, denuncia a perda da nossa identidade cultural, no conflito entre a tradição e a modernidade. O drama de um homem que ficou esquecido numa aldeia deserta pode simbolizar o deserto de tantos homens, numa sociedade que se distancia, cada dia mais, do próprio homem. António é feito de memórias, sonhos, saudade, raiva e vontade. A luta patética que trava com o invisível da própria vida, a comédia e a loucura da sua resistência são os principais condimentos utilizados na construção desta dramaturgia. Ficha Técnica: 2/3 A VISITA estreou a 7 de Novembro, no Theatro Club. Quinta, 06 Novembro 2008 11:00 - Texto e Encenação: Moncho Rodriguez Interpretação: Pedro Giestas Música: Narciso Fernandes Iluminação e Som: Joana Veloso / Ramon Barreto / Cândido Miranda Execução de Figurinos: Marília Martins / Lurdes Dourado Cenários e Adereços: Lino Gonçalves – Equipa do CCPL Programação: Ana Gonçalves Produção Executiva: Paulo Reis Co-Produção: Teatro Invisível Coordenação de Pesquisa: Ana Gonçalves Apoios na Pesquisa: Técnicos da Câmara Municipal de Montalegre Fotografia: Rui Pitães Imagem: Tamanho Real Produção: Centro de Criatividade Póvoa de Lanhoso Municípios Parceiros: Cabeceiras de Basto, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Montalegre, Vieira do Minho 3/3