avaliação do linux educacional na perspectiva dos professores de

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20, 21 e 22 de junho de 2013
ISSN 1984-9354
AVALIAÇÃO DO LINUX EDUCACIONAL
NA PERSPECTIVA DOS PROFESSORES
DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE JOÃO
PESSOA.
Smalya Gaby Fernandes de Oliveira Cesar
(UFPB)
Daniel Cruz de França
(CEF)
Aristides da Silva
(IFPB)
José Elber Marques Barbosa
(IFPB)
Resumo
Diante do atual cenário educacional brasileiro caracterizado pela
implementação de projetos, programas e ações de inclusão digital e
mais especificamente, diante da criação do ProInfo, este artigo foi
desenvolvido objetivando descrever a peercepção dos professores de
uma escola municipal de João Pessoa, no pólo Santos Dumont, como
usuários finais do Linux Educacional. Foram abordados os aspectos
pertinentes à Tecnologia da Informação e Comunicação, aos softwares
livres e ao Linux Educacional. Também foram definidos os fatores de
avaliação da percepção com foco no usuário final, a saber: utilidade,
facilidade e qualidade. O artigo tem finalidade descritiva e natureza
aplicada. Os instrumentos de coleta de dados foram pesquisa
documental e questionário, cujos dados passaram por uma análise
sistemática. Os resultados mostram que os professores reconhecem a
utilidade e qualidade do Linux Educacional, mas estão apenas
parcialmente satisfeitos, demandando suporte. A pesquisa concluiu que
os professores têm considerável propensão a usar o Linux
Educacional, que é útil e abrangente, tendo as funções esperadas, mas
eles não fazem o uso pleno do sistema devido à pouca facilidade em
usá-lo.
Palavras-chaves: Software livre; Tecnologia da Informação e
Comunicação; percepção do usuário final.
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1. Introdução
Buscando mudar a realidade brasileira de exclusão digital, o governo federal criou,
em 9 de abril de 1997 através da Portaria nº 522/MEC, o Programa Nacional de Tecnologia
Educacional (ProInfo). O ProInfo é um programa educacional que objetiva promover o uso
pedagógico da informática na rede pública de educação básica. Diante destas decisões, é
notável o atual cenário educacional brasileiro caracterizado pela implementação de projetos,
programas e ações de inclusão digital.
Segundo Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa, o ProInfo promove o uso
de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs). O Ministério da Educação, MEC,
incentiva o uso de software livre e de conteúdos voltados para o uso didático-pedagógico,
associados à distribuição Linux-Educacional.(SEDEC, 2010)
O Linux Educacional (LE) é uma distribuição baseada no Debian com foco em
aplicação a laboratório de informática educacional e escolas. O LE colabora para o
atendimento dos propósitos do ProInfo, de forma a favorecer o usuário final.(MEC, 2011)
Como parte do ProInfo no ano de 2010, a Prefeitura de João Pessoa entregou mais de
1.630 computadores portáteis aos educadores do quadro efetivo da rede municipal de ensino,
depois de promover o curso básico Introdução a Educação Digital de 40 horas. Todos estes
1.630 computadores foram entregues com a distribuição Linux Educacional já instalada
(SEDEC, 2010).
Nesse contexto, é importante descrever a percepção do usuário final, isto é, do
professor, sobre a tecnologia da informação. Os investimentos públicos no programa são
consideráveis e a decisão do uso de software livre pode ter diminuído os custos, mas
permanece a necessidade de verificar a interação dos educadores com a distribuição Linux
Educacional.
A importância acadêmica da pesquisa é evidente visto que “o indivíduo, que é quem
realmente utiliza a TI, está sendo muito pouco estudado” (Lunardi; Rios; Maçada, 2005 p.8).
Segundo Demo (2005), a inclusão digital está cada vez mais no centro da inclusão social, daí
a relevância social deste trabalho. Além disso, os objetivos do trabalho apontam para
informações úteis para empresas educacionais e empresas de outras áreas que façam uso de
TIs nos seus processos pedagógicos. Para os autores, este trabalho expande os conhecimentos
em TI, trazendo experiências e proximidade com a realidade empresarial. E por fim, à
formação cidadã dos autores foi agregada responsabilidade social, atentando para problemas
de inclusão social/digital.
A pesquisa tem foco nas percepções do usuário final quando do uso do sistema,
considerando os valores percebidos por eles e sua disposição em usá-lo. Portanto, o objetivo
desta obra é descrever a percepção dos professores de uma escola municipal de João Pessoa,
no polo Santos Dumont, como usuários finais do Linux Educacional, tendo em vista a
importância social, econômica e acadêmica do tema. É possível expressar tal situação
problema através da seguinte questão: Qual a percepção dos professores de uma escola
municipal de João Pessoa, no polo Santos Dumont, sobre o Linux Educacional?
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2. Revisão Bibliográfica
2.1 Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação e Comunicação
Segundo Stair e Reynolds (2008) um sistema de informação é um conjunto de
elementos ou componentes que coletam, manipulam, e disseminam dados e informações e
oferecem um mecanismo de realimentação para atingir um objetivo. Para Cruz (2008)
Tecnologia da Informação pode ser todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para
tratar dados e informações.
Dessa forma, a Tecnologia da Informação está fundamentada nos seguintes
componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos; software e seus recursos; sistemas de
telecomunicações; gestão de dados e informação (REZENDE, 2000). Assim, o sistema
computacional é formado pelo hardware (máquina e periféricos) e pelo software associados. E
os softwares, programas do sistema computacional, são também responsáveis pela
funcionalidade e utilização eficiente da máquina.
Dada a importância do software no sistema computacional, é importante conceituar
Software de Sistemas e Software de Aplicação: Software de Sistemas é o conjunto de
programas projetado para coordenar as atividades de funções do hardware e diversos
programas pelo sistema computacional. Enquanto Software de Aplicação é composto por
programas que ajudam os usuários a resolver problemas específicos de computação tanto o de
software de sistemas como o de aplicação, pode ser usado para atender às necessidades de um
indivíduo, um grupo ou uma empresa. Dessa forma o Sistema Operacional é um conjunto de
programas computacionais que controla o hardware dos computadores e atua como interface
com os programas de aplicação (STAIR; REYNOLDS, 2008).
Nesse contexto as Tecnologias da Informação e Comunicação caracterizam-se por
um conjunto de recursos tecnológicos que possibilitam compartilhar o conhecimento
produzido (BALAN, 2010). É importante, contudo, avaliar os softwares utilizados, pois estes
não apenas controlam os recursos do hardware, mas também podem ou não atender às
necessidades do usuário. Esses softwares podem estar juntos formando um sistema
operacional, como as distribuições GNU/Linux.
2.2 GNU/Linux e a distribuição Linux Educacional 3.0
O Linux se originou em 1991 como um projeto pessoal de Linus Torvalds, um
universitário finlandês, que concebeu originalmente um projeto modesto, a partir de um
sistema operacional modelo. Entretanto, o Linux gerou interesse substancial no mundo todo e
o kernel logo ganhou vida própria (NEMETH, 2007). No ano de 2011 o Linux completa 20
anos e está em 95% dos supercomputadores do mundo, rodando nos servidores que suportam,
por exemplo, os sites Amazon, Facebook, Twitter e Google (ORRICO, 2011). Além disso, o
Linux é um software livre, dando ao usuário liberdade para executar, copiar, distribuir,
estudar, mudar e melhorar o software (GNU, 2011).
O Linux é apenas em um kernel ou núcleo de Sistema Operacional, “responsável por
ocultar o hardware do sistema debaixo de uma interface de programação abstrata, de alto
nível” (NEMETH, 2007 p. 596). O kernel deve ser empacotado junto com outros softwares
para formar um sistema operacional completo e utilizável – em termos do Linux, uma
distribuição (NEMETH, 2007). Em outras palavras, o Linux é apenas o núcleo do Sistema
Operacional e deve ser unido com uma coleção de softwares para formar um sistema
completo, pronto para instalação e uso. Esse sistema operacional completo é chamado
distribuição.
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O kernel é uma parte essencial de um sistema operacional, mas sozinho ele é inútil.
Por isso Linux é normalmente utilizado em combinação com o sistema operacional GNU1,
criado pelo projeto GNU: o sistema é basicamente GNU com o Linux adicionado, ou
GNU/Linux (STALLMAN, 2011).
Existem várias distribuições GNU/Linux, dentre as quais é possível citar: Debian,
Ubuntu, RedHat, Fedora, Slackware. A distribuição mais popular segundo o DistroWatch
(2011) é a Ubuntu, uma distribuição baseada no Debian.
O Linux Educacional 3.0 é uma distribuição GNU/Linux baseada no Kubuntu
(distribuição baseada no Ubuntu). O núcleo do sistema é Linux Ubuntu 2.6.24-22-generic e o
ambiente gráfico é o Kde 3.5.10. Dentre os programas de aplicação instalados podem ser
citados ferramentas de produtividade, gráficos, internet, multimídia, programas educacionais
(Kdeedu) e ferramentas de busca.
Apesar das qualidades inegáveis das distribuições GNU/Linux nos seus aspectos
técnicos, é importante considerar uma avaliação sob a perspectiva do usuário final.
2.3 A percepção do usuário final e os fatores de avaliação
Depois de abordados os aspectos pertinentes a Tecnologia da Informação e
Comunicação, software livre e Linux Educacional é possível definir os fatores de avaliação da
percepção. Nessa etapa, é recomendado pela bibliografia focalizar no usuário final. Quanto ao
fator utilidade é preciso verificar quão útil é o sistema sob a ótica do professor. O fator
facilidade ajuda a mensurar a possibilidade de o usuário usar o sistema sem muito empenho
em treinamento, agindo intuitivamente e através da autoaprendizagem. O terceiro fator,
definido como qualidade, auxilia na avaliação revelando a confiança que o usuário tem no
sistema e rapidez e precisão da informação. Na definição dos fatores da avaliação, Dias
(2002) é o teórico escolhido para esta pesquisa.
2.3.1. Utilidade
Utilidade do sistema é definida através dos benefícios percebidos pelo usuário a
partir do uso do sistema. A utilidade está associada aos fatores que determinam o nível de
abrangência do sistema em relação ao atendimento às necessidades funcionais do usuário
final. Aqui são tratadas as exigências e necessidades do usuário final em comparação com os
objetivos a que o sistema se propõe.
2.3.2. Facilidade
A facilidade em usar o sistema não é um fator restrito ao projeto da interface com o
usuário, mas está associada ao modo de obtenção de informações: facilidade de uso e reuso;
eficiência; frequência de erros; autoaprendizagem. O fator facilidade assegura que o software
possua mecanismos que auxiliam e viabilizam o uso.
2.3.3. Qualidade
A qualidade é o fator que está associado à satisfação e à confiança do usuário final
em relação ao sistema, além da precisão da informação. A partir disto, pode-se medir quão
satisfeito está o usuário com o sistema e a informação obtida. Em geral observam-se os
aspectos que propiciam menor esforço do usuário para a operação do sistema, como a
acessibilidade de navegação e a praticidade da documentação.
Enfim, utilidade revela se o sistema tem as funções esperadas, já facilidade mostra
quão bem os usuários podem usar essas funções. E qualidade aponta a satisfação do usuário
sobre o sistema e a informação. Dias (2002) afirma que a média dos fatores utilidade,
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facilidade e qualidade, corresponde ao grau de perfeição alcançado com o desenvolvimento
do sistema. De acordo com o referido autor, estes aspectos estão intimamente ligados à
propensão do usuário a utilizar ou não determinado sistema, e garantem a avaliação do
sucesso ou fracasso de um sistema de informações.
3. Metodologia
A pesquisa pode ser classificada quanto aos fins como descritiva, pois expõe uma
característica dos professores de uma escola municipal: a percepção sobre o Linux
Educacional. Por isso pode-se afirmar que a pesquisa foi realizada “não tendo compromisso
de explicar os fenômenos que descreve, embora possa servir de base para tal explicação”
(VERGARA, 2010 p. 42).
Ela é de natureza aplicada, gerando conhecimentos para aplicação prática das
respostas à sua problemática: Qual a percepção dos professores de uma escola municipal de
João Pessoa, no polo Santos Dumont, sobre o Linux Educacional?
A análise dos dados foi quali-quantitativa, de acordo com a classificação de Gil
(2010). Dessa forma, vale lembrar que os delineamentos qualitativos e quantitativos foram
utilizados como formas complementares não-antagônicas. Apenas num primeiro momento se
realizou pesquisa bibliográfica e uso de documentos institucionais, de caráter qualitativo e
documental. Mas a abordagem da pesquisa foi predominantemente quantitativa, uma vez que
os fatores de avaliação da percepção do usuário final são quantificáveis. A pesquisa empírica
de campo forneceu dados que apresentam a percepção do professor através de gráficos.
Quanto aos instrumentos utilizados na aquisição dos dados, foi feito o uso de
técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e análise sistemática dos dados
coletados. Mas a pesquisa envolveu também pesquisa documental e uso da distribuição Linux
Educacional 3.0 por parte dos autores. Os questionários continham itens a serem avaliados,
solicitando ao respondente a atribuição de um valor para cada item dentro de uma escala, que
de acordo com Roesch (2007) são muito utilizadas para medir atitudes. Só a partir destas
etapas é que a percepção dos professores sobre o Linux Educacional pôde ser compreendida.
4. Apresentação e Análise de Dados
O universo da pesquisa foi o total de professores de uma das nove escolas do polo 5,
denominado Santos Dumont. Neste polo estão incluídos os bairros de Jaguaribe, Torre,
Centro, Roger, Varadouro, Ilha do Bispo e Miramar. Assim, a amostra-censo da pesquisa
totaliza 24 sujeitos.
Nas visitas, foi constatado que há laboratório de informática disponível para aulas,
pesquisas e outras atividades escolares como palestras e cursos. Por isso, o ambiente é usado
por professores e alunos. O laboratório é gerenciado por um profissional capacitado, que
ocupa o cargo de Monitor de Informática, para dar apoio e suporte. O sistema operacional
instalado nos equipamentos é o Linux Educacional. Tudo isso mostra que a escola oferece
estrutura favorável ao uso da tecnologia.
Para conhecer a percepção dos professores quanto à utilidade, facilidade e qualidade
do Linux Educacional (LE), foi elaborado um questionário padrão aplicado aos 24 professores
da escola, em seu local de trabalho. O questionário contém 18 itens agrupados segundo o fator
com o qual estão relacionados. A estes, o professor respondente atribuiu um valor, numa
escala de 1 a 10, na qual 1 é o valor mínimo possível e 10 é o máximo valor possível.
4.1. Utilidade
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De acordo com as respostas, mais da metade dos professores (63%) avaliam
positivamente o Linux Educacional quanto à sua utilidade, atribuindo valor acima de sete,
conforme o Gráfico 1, que apresenta o percentual para cada valor atribuído à utilidade. Para
36% dos professores, a utilidade do Linux Educacional tem valor máximo (dez) e o valor
mínimo (um) não foi atribuído por nenhum dos professores. Esses resultados favoráveis para
o fator utilidade mostram que o Linux Educacional pode ser entendido, de fato, como uma
Tecnologia da Informação, pois tem “capacidade para tratar dados e informações”. (CRUZ,
2008)
Gráfico 1 - Fator utilidade: Percentual dos valores atribuídos.
A percepção do professor quanto à utilidade do Linux Educacional foi avaliada a
partir de seis itens: 1) os benefícios trazidos com o uso do LE; 2) a satisfação das exigências e
necessidades do professor; 3) a utilidade do LE no planejamento das aulas; 4) a utilidade do
LE no dia-a-dia do professor em sala de aula; 5) a utilidade do LE na avaliação do
desempenho dos alunos; 6) a utilidade da multimídia (som, texto, imagem e vídeo) nas aulas.
Os itens que obtiveram maior valor foram 4 e 6, contribuindo favoravelmente com a média do
fator utilidade, que foi 7,8. Isso mostra a utilidade do LE no dia-a-dia do professor e na
avaliação do desempenho dos alunos. A contribuição de cada um dos seis itens referentes à
utilidade pode ser visualizada no Gráfico 2 - Fator utilidade: média por item.
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Gráfico 2 - Fator utilidade: média por item.
4.2. Facilidade
É mostrado no Gráfico 3 que a facilidade foi avaliada positivamente por 42% dos
professores, com valor acima de 7. O valor mais frequente para a facilidade foi 7, sendo
correspondente a 25% das respostas. Apenas 14% dos professores atribuíram o valor máximo
à qualidade, e o valor mínimo não foi atribuído por nenhum deles. Esses dados mostram que o
professor não se sente muito preparado para usar o sistema sem muito empenho em
treinamento, agindo intuitivamente e através da autoaprendizagem.
Gráfico 3 - Fator facilidade: Percentual dos valores atribuídos.
A percepção dos professores sobre a facilidade do Linux Educacional foi avaliada a
partir de seis itens: 1) a facilidade em usar o LE; 2) a facilidade em obter informações através
do LE; 3) a possibilidade de usar o LE agindo intuitivamente e através da autoaprendizagem;
4) a eficiência do LE; 5) a frequência de erros no LE; 6) os mecanismos que ajudam no uso do
LE. A média de valores atribuídos a esses itens foi 6,85, revelando a dificuldade do professor
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no uso independente e na autoaprendizagem. O que mais influenciou favoravelmente essa
média foi o item 2, referente ao acesso à obtenção de informações através do LE. Isso remete
à caracterização, já mencionada, de Tecnologia da Informação e Comunicação:
“caracterizam-se por um conjunto de recursos tecnológicos que possibilitam compartilhar o
conhecimento produzido” (BALAN, 2010). O Gráfico 4 apresenta a contribuição de cada um
dos seis itens para a média do fator facilidade.
Gráfico 4 - Fator facilidade: média por item.
4.3. Qualidade
Para 53% dos professores, a qualidade do Linux Educacional está acima de 7, isso
revela que a percepção do Linux Educacional é positiva para esse fator. Conforme o Gráfico
5, os valores mais frequentes foram 7 e 8, com 26% e 27% das respostas respectivamente.
Nenhum professor atribuiu valor mínimo à qualidade do Linux Educacional, mas para 17%
dos professores, a qualidade tem valor máximo. Esses dados revelam que o usuário tem
confiança no sistema. A partir desses números é possível verificar que o professor tem uma
percepção favorável quanto à rapidez e precisão da informação.
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Gráfico 5 - Fator qualidade: Percentual dos valores atribuídos.
A percepção dos professores quanto á qualidade do Linux Educacional foi avaliada a
partir de seis itens: 1) a possibilidade de buscar informações em diferentes fontes de pesquisa;
2) a acessibilidade da navegação no LE; 3) a praticidade de documentação do LE; 4) a
confiança e à satisfação que o LE merece do usuário; 5) a rapidez e precisão das informações
obtidas com o LE; 6) o auxilio na construção do conhecimento de forma interativa. A média
dos valores atribuídos aos itens sobre qualidade foi 7,27. A maior contribuição para essa
média derivou das questões 1 e 2, revelando a eficácia das ferramentas de busca do Linux
Educacional e sua acessibilidade de navegação. O Gráfico 6 apresenta a contribuição de cada
um dos seis itens para a média do fator qualidade.
Gráfico 6 - Fator qualidade: média por item.
5. Conclusões
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Este trabalho cumpriu seu objetivo de descrever a percepção dos professores de uma
escola municipal de João Pessoa, no polo Santos Dumont, como usuários finais do Linux
Educacional, tendo em vista a importância social, econômica e acadêmica do tema. Os
resultados respondem à questão: Qual a percepção dos professores de uma escola municipal
de João Pessoa, no polo Santos Dumont, sobre o Linux Educacional?
Conforme os dados apresentados, o Linux Educacional tem utilidade no dia-a-dia do
professor em sala de aula atendendo suas necessidades e facilitando a avaliação do
desempenho do aluno. O professor julga a facilidade do Linux Educacional como razoável.
De acordo com os resultados, o usuário final não tem muita facilidade no uso do Linux
Educacional, apesar de declarar facilidade na obtenção de informações através do sistema e
reconhecer sua qualidade. Os professores percebem a variedade de fontes de pesquisa e a
acessibilidade de navegação do sistema. Isso mostra que eles vêem o Linux Educacional
como um sistema operacional de boa qualidade.
Outros benefícios do Linux Educacional na escola estudada foram o Domínio
Público e a rapidez do sistema.
Nas visitas foi verificado que os alunos, que também usam o Linux Educacional no
laboratório, não apresentam muita dificuldade em usá-lo e diante dos resultados da pesquisa.
Por isso é possível dizer que os professores têm necessidade de acompanhamento e monitoria.
As aulas do ProInfo são realizadas presencialmente na sede da SEDEC e também à distância,
de acordo com o programado, mas exigem dos professores o empenho de carga horária extra,
comprometendo a assiduidade. Por isso, os professores acabam por contar apenas com um
suporte imediatista do Monitor de Informática da escola.
Diante disso percebe-se que os professores reconhecem a utilidade e qualidade do
Linux Educacional, mas estão apenas parcialmente satisfeitos, pois precisam de ajuda ao usálo, sendo um ponto a ser melhorado pela Sedec na Administração de Sistemas de Informação.
Mas a média dos fatores utilidade, facilidade e qualidade foi de 7,31. Dias (2002) afirma que
essa média corresponde ao grau de perfeição alcançado com o desenvolvimento do sistema,
estando intimamente ligada à propensão do usuário a utilizar ou não o sistema, e garante a
avaliação do sucesso ou fracasso de um sistema de informações. Pode-se concluir que o
professor tem considerável propensão a usar o Linux Educacional, que é útil e abrangente,
tendo as funções esperadas, mas eles não fazem o uso pleno do sistema devido à pouca
facilidade em usá-lo.
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