Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas

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Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas
julho de 2013
Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas
Marilúcia Moisés Matos - [email protected]
Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores
Instituto de Pós Graduação e Graduação - IPOG
Brasília, DF, 20 de Agosto de 2012.
Resumo
Este estudo objetiva demonstrar a importância da iluminação bem elaborada nas telenovelas
brasileiras. Partiu-se da suposição de que o telespectador está cada vez mais exigente com as
imagens projetadas no vídeo, e os recursos tecnológicos atuais exigem resultados diferenciados e
surpreendentes. Por meio de pesquisas bibliográficas e análises de cenas de uma novela atual,
"Avenida Brasil", reuniram-se dados para a apreensão e realização do trabalho. De inicio foi
realizado um estudo do surgimento das telenovelas e a sua evolução, desde a transmissão de
imagens em preto e branco, até os dias atuais, totalmente em cor. Analisou-se a importância da luz
nessas produções, seus efeitos, a composição das imagens, a temperatura de cor ideal, os
equipamentos necessários e sua melhor localização. Os resultados indicam um crescente aumento
na audiência das novela. As conclusões a partir dos dados alisados é a de que as telenovelas não
devem ser apenas inundadas de luz geral, mas podem ser executadas com criatividade, é isso que o
público almeja.
Palavras-chave: Iluminação. Telenovelas. Imagem.
1. Introdução
O surgimento da telenovela no Brasil ocorreu na década de 50, em São Paulo, com pouco
sucesso de audiência. Até então, o que se fazia era a radionovela, uma narrativa folhetinesca sonora,
gerada e transmitida diariamente, em horários determinados, em aparelho de rádio. A novela de
maior sucesso divulgada em rádio foi o "Direito de Nascer", de Félix Caignet, no ano de 1951.
A telenovela obteve seu auge no ano de 1964, com a adaptação da novela "O Direito de
Nascer", e atualmente continua sendo um fenômeno e um campeão de audiência na televisão
brasileira. É considerada uma forma de lazer e cultura do povo, provoca mudança de hábitos e
costumes das pessoas. A telenovela ajuda a eliminar as barreiras existentes entre o real e o
imaginário. Faz as pessoas se desconectarem dos problemas do cotidiano, permitindo que elas
sonhem. As histórias, os atores e tudo o que envolve a telenovela, incorpora nas pessoas que a
assistem, como se a trama fizesse parte da realidade e da intimidade dos telespectadores.
Os recursos técnicos para elaboração e produção de imagens projetadas no vídeo, estão
cada vez mais evoluídos, o que torna o resultado mais sedutor e atraente, contribuindo para um
aumento crescente e constante da audiência dos programas de TV.
Em nosso cotidiano, quando assistimos a um filme no cinema ou a uma novela na televisão, passa
despercebido um elemento fundamental utilizado para a elaboração desses produtos, a luz.
As câmeras de cinema, televisão e até as fotográficas são meios de captar a luz. Na visão de Louis Hartmann,
"Pela sutil utilização de luz, e sem alterar tanto como palavra do texto do dramaturgo, é possível, por vezes, mudar
completamente a impressão de toda uma cena" (2010,p.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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2. A Luz
A luz é uma ferramenta capaz de definir culturas, revelar, preencher e criar espaços, gerar sombras e efeitos
especiais, oferecer sensações de conforto ou desconforto, acalmar ou aquecer os ânimos, além de aperfeiçoar a
visibilidade e identificação das coisas. Através da iluminação, o designer pode criar composições visuais suprimindo ou
revelando objetos, pessoas e espaços. A iluminação é baseada na compreensão e aplicação da luz.
Hoje, a luz é desenhada não só para assegurar um adequado desempenho visual confortável, mas também,
possui um valor sobre as percepções, comportamento e saúde do indivíduo.
A luz pode ser definida como, ondas eletromagnéticas que impressionam o sentido da visão
e formam espectro visível do vermelho ao violeta. Ao incidir sobre um corpo a luz pode: ser
refletida, ser absorvida ou atravessar um corpo. A luz refletida ou emitida por um corpo, chega até
nossos olhos, atravessa uma série de partes do globo ocular (córnea, cristalino, meios líquidos) e
chega até a retina. Nesta, a luz é transformada em impulso nervoso, que é transmitido pelo nervo
óptico até uma região do cérebro. Somente quando os impulsos chegam a essa região é que temos a
sensação de ver o objeto.
A formação de sombras depende de uma propriedade da luz em meios homogêneos: a luz se
propaga em linha reta. A sombra se forma nos locais onde não são atingidos diretamente por
nenhum raio luminoso.
Quando a luz passa de um meio para outro, como acontece quando ela sai do ar, entra no
prisma e sai de novo, ela pode mudar de direção, é a refração da luz.
A luz branca é formada por uma mistura de ondas de várias frequências diferentes. Quando a
luz do Sol atravessa o prisma, cada onda sofre um desvio diferente em sua trajetória. O resultado é
que as ondas se separam e aí as várias cores podem ser percebidas. Esse conjunto de cores é
denominado espectro da luz branca e o fenômeno é chamado dispersão da luz.
Podemos destacar quatro propriedades fundamentais da luz: Intensidade, cor, distribuição e movimento.
A intensidade se refere a quantidade de estímulo que o olho pode identificar. O olho é capaz de distinguir uma
grande escala de intensidade, devido a acomodação da íris e da retina.
A cor é a qualidade do estímulo. O olho se adapta facilmente as mudanças contínuas da iluminação natural,
sendo capaz de diferenciar brilhos, matizes e saturações.
A distribuição está relacionada com o tamanho, a extensão e a forma do estímulo.
O movimento é a mudança ou duração do estímulo. Deve-se ter cuidado no excesso de uso desta propriedade
para não causar fadiga.
3. Composição da Imagem
Para criar e elaborar imagens é preciso compreender como a luz se comporta. Na luz está a natureza da
imagem.
Massa, linha, luz, tom, contrante, cor, movimento e perspectiva são elementos básicos necessários para a
composição da imagem. Esses elementos se originaram das artes plásticas, passaram pela fotografia, pelo cinema e hoje
se encontram na televisão. A composição da imagem, objetiva alcançar efeitos emocionais, quebrar monotonias, criar
climas. Deve-se enquadrar a imagem de maneira a despertar o espectador a ver o ponto de interesse da cena. A
colocação adequada da câmara, o arranjo de pessoas e objetos e a seleção da distância focal auxiliam no controle desses
elementos.
Massa é um elemento visual que prende a atenção por ocupar áreas completas na tela. Possui um "peso visual",
por isso deve ser composta de forma harmoniosa e equilibrada. Um exemplo é o cenário de um telejornal, onde a massa
é a composição entre a logomarca da empresa e o apresentador. Observando uma cena de telejornal pode-se notar que
seu enquadramento, normalmente segue o princípio do "ponto de ouro", uma regra da arte grega, onde o ponto de
interesse é colocado aproximadamente a dois terços da margem, e não no centro, afim de tornar a cena mais atraente e
equilibrada.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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O "ponto de ouro" consiste na divisão de um quadro em oito linhas equidistantes, na horizontal e na vertical. O
ponto de interesse deve ser localizado na interseção dessas linhas, afim de equilibrar e quebrar a monotonia visual da
cena. Segundo os gregos, a melhor localização deste ponto está na interseção das linhas a 5/8 de qualquer margem.
A massa pode ser pessoas, objetos, qualquer elemento que ocupe um espaço e chame a atenção. Objetos
grandes e escuros pesam mais que os pequenos e claros. Devemos abusar da criativida para compor os objetos, que não
precisam necessariamente estar dispostos de forma simétrica. A assimetria é um componente diferenciado que causa
interesse aos espectadores.
A linha por definição, é a extenção do ponto. Em uma cena, a linha encaminha a visão para dentro ou para fora
do centro de interesse. Possui grande energia, é dinâmica e inquieta. Pode ser reta ou ondulada, nítida ou grosseira. É
um elemento que apesar de flexivel, tem proposito e direção podendo ser técnica e rigorosa. Nas artes é importante para
expressar a justaposição dos tons.
As linhas horizontais são mais informais e trazem a sensação de relaxamento e repouso.
As linhas verticais nos remete a formalidade e a elegância.
A soma das linhas vertical e horizontal ao mesmo tempo, traz uma sensação rude e sem movimento. Lembra as
grades de uma cela, está relacionada a algo preso.
As linhas curvas trazem movimento ao ambiente. Inspiram tranquilidade e suavidade. É a linha mais dinâmica
e livre, podendo sugerir movimento perfeitamente definido ou totalmente caótico. Pode ser suave ou complexa,
côncovas ou convexas. Por muitos é caracterizada como feminina.
A luz produz a diversidade dos tons, auxilia no movimento, no distanciamento e na profundidade da cena. A
luz desperta a atenção e curiosidade do receptor, dependendo de sua intensidade e direção.
O tom é estabelecido pela variação do escuro até chegar ao claro. Distinguimos estas variações devido a
sobreposição dos tons.
O contraste é um elemento com o qual podemos diferenciar as diversas cores, dando atenção
especial a cor do fundo e a luminosidade. Normalmente é obtido pela diferença dos níveis de cinza
entre o fundo da cena e seu centro de interesse. Esta mistura deve ser composta com cautela, para
não se perder o centro de interesse.
A cor é resultado da existência da luz. A escolha de cores para compor uma cena, devem ser
analisadas através de suas tonalidades. Não é conveniente utilizar cores diferentes com tons iguais,
a profundidade da cena fica pouco perceptível na composição visual. Para obter uma boa
composição o uso de contrastes, tons e cores diferentes devem ser criteriosamente ponderados e
empregados.
O movimento é um elemento utilizado na composição visual afim de conduzir o olhar do
espectador para o centro de interesse. Numa cena totalmente estática, o que se mover será o centro
das atenções.
A perspectiva é uma ilusão na TV e no cinema, pois na realidade vemos imagens
bidimensionais. O que ajuda nessa ilusão de profundidade é o uso da cor, da densidade, dos
tamanhos relativos, da convergência e da justaposição. Para uma perspectiva de massa os objetos
devem ser compostos de maneira elaborada, afim de criar uma impressão de profundidade. A
iluminação bem colocada oferece uma sensação do aumento de volume dos objetos. Pode-se
aumentar a sensação de profundidade em uma cena, aplicando menos intensidade de luz no
primeiro plano em relação ao segundo. Isso conduz o espectador a olhar com mais atenção para o
segundo plano, o mais iluminado, aumentando a sensação de profundidade. Focos diferentes
também podem ajudar a oferecer ilusão de profundidade.
4. Triangulação Básica de Iluminação
A iluminação de cinema e TV possui uma dica básica de esquema de iluminação, muito
utilizada pelos profissionais, a chamada iluminação de três pontos ou triangulação básica de
iluminação, lembrando que não é a única.
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As posições ideais para iluminar um assunto são: ataque, compensação e contraluz. Essas
posições são estabelecidas de acordo com a localização da câmera e do assunto. O ataque é a luz
principal, sendo a compensação e a contraluz as secundárias, que tem como objetivo principal
modelar a imagem e criar o cenário e o clima desejado. Normalmente ajusta-se primeiro a luz de
ataque, logo após o contraluz e por fim a compensação. O resultado final deve ser o mais natural
possível, sem revelar a localização das fontes de luz.
O ataque, também conhecido como key light, luz principal ou luz chave de uma cena, como
o próprio nome diz, é a luz mais importante, responsável pelo foco principal da cena. Normalmente
é situada à frente do ator a ser gravado, em relação ao local onde está a câmera. A luz do sol é um
excelente exemplo de iluminação de ataque, é uma fonte única e principal. A luz concentrada e
direta é a mais indicada para o ataque, também denominada luz dura, de sombras bem marcadas.
Em casos especiais e diferenciados pode-se usar a luz difusa, chamada suave, onde a luz e as
sombras se confundem. Obtemos a luz dura diretamente do equipamento, a luz suave necessita da
aplicação de um difusor para dispersar e suavizar a luz.
A escolha do tipo de luz depende do efeito que a cena exige. A luz dura é utilizada,
normalmente, quando se quer oferecer mais dramaticidade e mistério a cena. Ela ajuda no
envelhecimento da pessoa, pois acentua suas rugas e expressões através das sombras produzidas em
excesso. Para uma cena calma, serena e que as linhas e expressões do rosto precisam ser
amenizadas, utiliza-se a luz suave.
O local mais comum para a instalação da luz principal é à direita ou à esquerda da câmera,
dependendo do lado que se deseja iluminar, à 45º em relação ao ângulo constituído pela linha
imaginária que une a pessoa à câmera, veja figura nº1. Para obter um efeito mais dramático basta
aumentar este ângulo de abertura, e para um resultado mais suave este ângulo deve ser diminuído.
A altura da câmera também deve ser levada em consideração. A luz principal precisa formar
um ângulo de 45º em relação à câmera e a face da pessoa, isso ajuda a não causar ofuscamento nos
olhos dessa pessoa. Ver figura nº2.
Figura nº1: Iluminação de 3 Pontos - Luz Principal
Figura nº 2: Iluminação de 3 Pontos - Luz Principal
Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
O contraluz ou back-light, em geral se situa atrás do apresentador ou ator, deve iluminar os
seus cabelos e ombros. Como as imagens obtidas pela câmera são bidimensionais, esta luz entra em
cena para produzir profundidade e assim dar o efeito de três dimensões almejado. Esta luz tem
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como objetivo destacar e moldar o contorno do corpo da pessoa, que está sendo filmada, separandoa do fundo do cenário.
A luz que ilumina a face oculta é o contraluz [...] Enquanto ilumina a face visível da lua, o
sol está em posição de refletor de ataque. Mas quando a face oculta da lua é iluminada, ou
seja, quando ela aparece no céu como minguante, está sendo iluminada por trás. O mesmo
se dá com qualquer '"astro" de cinema. O refletor que faz a "luz da cara dela" é o refletor de
ataque. O refletor que ilumina seus cabelos é o contraluz (MOURA, 2001, p. 39).
A luz precisa ser focada, não necessita de difusores para suavizá-la, o foco deve ser somente
na pessoa, afim de não produzir reflexos indesejados. A intensidade de luz dependerá da cor e
características da pessoa que está sendo gravada. A posição do equipamento para este tipo de
iluminação, não precisa ser muito alta, desde que atinja o local esperado. Habitualmente, este tipo
de luz é posicionada após a luz principal, do seu lado oposto, ver figura nº 3. Deve-se ter um
cuidado especial quando se ilumina pessoas calvas, nesse caso o uso da maquiagem correta é
necessária.
Figura nº 3: Iluminação de 3 Pontos - Contraluz
Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
Uma outra situação em que o contraluz é muito utilizada, ocorre em filmagens noturnas,
porém, não pode esquecer de juntamente com a luz acrescentar a fumaça, para que a luz apareça.
A compensação, conhecida como fill light ou luz de preenchimento, serve de apoio ao
ataque. A luz principal produz sombras, cabe a luz de compensação suavizar estas sombras.
Frequentemente é utilizada luz difusa para este tipo de iluminação. A luz de preenchimento deve ser
menos intensa que a luz de ataque. Exemplificando, quando a luz do sol é refletida no ar, nas
nuvens ou mesmo em uma parede branca ocorre o que chamamos de luz de compensação. Ela deve
ser locada em posição diferente em relação a luz de ataque, em geral fica ao lado do personagem, à
60º em relação ao ângulo obtido pela linha imaginária que une a pessoa à câmera.Ver figura nº 4.
A altura desta luz em relação a luz principal é menor, formando um ângulo de 30º em
relação à câmera e a face da pessoa. Ver figura nº 5.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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Figura nº 4:
Iluminação de 3 Pontos Luz de Preenchimento
Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
Figura nº 5 : Iluminação de 3 Pontos Luz de Preenchimento
Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
O aumento de intensidade na luz de preenchimento, conhecido como high-key, junto com a
luz principal, oferece um clima mais suave a cena, pois diminui as sombras, deixando o espaço com
uma iluminação mais intensa e difusa. Porém, cuidado com o aumento demasiado desta fonte de luz
para não criar duas luzes de ataque, o que não pode ocorrer.
Ao contrário, se diminuir a luz de preenchimento, chamada low-key, as sombras serão mais
perceptíveis, isso faz com que a cena fique mais dramática, mais triste.
5. Equipamentos
Vimos que para iluminar precisamos de atacar, contra iluminar e compensar. Para isso
necessitamos de equipamentos específicos para cada efeito de luz que desejamos produzir.
Os refletores tem como função básica, direcionar os raios de luz e modificar sua natureza,
quando necessário. Existem diversos tipos de refletores, escolhidos de acordo com a sua aplicação
técnica, suas características de intensidade, facho, alcance e definição de borda.
Uma das formas usadas para selecionar o tipo de refletor a ser instalado, é através do tipo de
iluminação oferecida por ele. Com vimos, a iluminação pode ser dura ou suave. A Iluminação dura
produz sombras muito marcadas, seu facho de luz segue uma única direção. Muito utilizado para
iluminação geral dos estúdios internos. Os refletores usados para este tipo de luz são potentes.
Como exemplo podemos citar os refletores : follow-spot, elipsoidal e fresnel. A iluminação suave
possui sombras pouco marcadas. A luz é difusa e se propaga em várias direções. Normalmente a luz
é rebatida ou refletida. Os refletores mais utilizados para este tipo de iluminação são: fill-light,
scoopy, mini-light, soft-light e rebatedor.
Follow-spot ou canhão (figura nº 6), são muito utilizados como seguidores dos atores,
principalmente em shows. Seu sistema ótico é complexo, possui um foco de luz concentrado, de
direção definida e longa. Sua luz é impactante, produz excelentes efeitos dramáticos e dinâmicos.
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Figura nº 6 : Refletor Follow-spot (canhão) - vista lateral e frontal
Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm
Elipsoidal (figura nº 7), é um refletor com um sistema de lentes parecido com o Follow-spot,
porém, o tipo de sombra produzida é menos definida. O feixe de luz também é concentrado e de
longo alcance.
Figura nº 7 : Refletor Elipsoidal - vista frontal e lateral
Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm
O fresnel (figura nº 8) é um dos refletores mais empregados num set, pois é de fácil
manuseio. Fresnel é um tipo de lente criada pelo físico francês Augustin Jean Fresnell. No principio
era empregado em faróis de embarcações. Seu desenho permite grandes aberturas e pequena
distância focal. Estas lentes são finas, o que permite a passagem de mais luz. Possui peças de foco
em seu interior, que permite afastar ou aproximar a lâmpada da lente, obtendo assim maior ou
menor concentração de luz. Quando o foco se encontra aberto a luz produzida será semi difusa, com
o foco fechado a luz será do tipo dura. O equipamento possui "bandôs", para evitar a dissipação da
luz nas laterais, um tipo de bandeira fixada na frente e nas laterais do refletor, também conhecida
como "baru door".
Figura nº 8 : Refletor Fresnel - vista frontal e lateral
Fonte: http://www.performing-musician.com/pm/feb09/articles/spgtl.htm
Fill-light (figura nº 9) é um refletor muito utilizado devido a sua leveza e praticidade, não
possui lentes em seu interior. Produz um foco de luz direcional, porém pouco concentrado,
formando sombras muito suaves.
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Conhecidas como panelão ou scoops, esses refletores possuem um feixe de luz muito aberto
e semi difuso. Utilizados, muitas vezes, para fazer iluminação de preenchimento. Sua luz atinge
grandes áreas.
Figura nº 9 : Refletor Soop - vista frontal e lateral
Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm
Ciclorama ou mini-light (figura nº 10), como o próprio nome diz, são refletores pequenos e
leves. Seu feixe de luz é pouco concentrado, produz sombras suaves, seu foco é de pequeno alcance.
Figura nº 10 : Refletor CYC para iluminação de Ciclorama - vista frontal e lateral
Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm
O refletor soft-light (figura nº 11), gera uma luz suave e bem espalhada. Seu feixe luminoso
é de curto alcance, abrange uma área pequena. Utilizado, em geral, para preencher sombras.
Figura nº 11 : Refletor Soft-light - vista lateral e frontal
Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm
Rebatedor tem como função rebater a luz proveniente de fontes duras de iluminação. É
utiliza para difundir a luz que o toca, como o sol que ao incidir em uma parede branca tem seu feixe
luminoso espalhado em todas as direções. A luz produzida por rebatedores é geral e atinge
distâncias curtas, excelente para preenchimento, pois não produz sombra.
O mini-brut (figura nº 12), é um tipo de refletor que não pertence a família das fontes de
iluminação dura, nem das fontes suaves, é considerado intermediário. É um equipamento
constituído por um grupo de lâmpadas, que gera uma luz pouco concentrada e de longo alcance.
Muito utilizado para envolver grandes áreas e aglomerado de pessoas.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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Figura nº 12 : Refletor Mini-brut - vista frontal e lateral
Fonte: http://www.luzfria.com.br/web/pesos.htm
6. Iluminação na TV
A televisão sofreu fortes influências vindas do cinema. Os processos técnicos utilizados são
diferentes, mas a composição de imagens e os efeitos de iluminação são muito parecidos.
A diferença mais acentuada entre o cinema e a TV, é o tempo de concepção de cada quadro.
No cinema, desde o momento em que se tem a ideia, até a exposição da fita, passam-se muito
tempo. Na televisão este tempo é bem reduzido, lembrando até que, existem vários programas que
são exibidos ao vivo, como por exemplo, os telejornais. Ou seja, no cinema tudo é previsível e
estudado milimetricamente, já em televisão tudo pode acontecer, o tempo é curto e o custo é alto.
Por outro lado, um filme é assistido várias vezes, mesmo por uma só pessoa, já uma telenovela,
normalmente é vista uma só vez, diariamente, capítulo por capítulo.
Devido ao processo rápido de produção que a televisão exige, no inicio a iluminação era
elaborada com uma única intenção, clarear geral. Atualmente, além da exigência do telespectador, a
iluminação vem aperfeiçoando seus resultados, fazendo uso de efeitos cênicos mais reais e
interessantes. As cenas precisam convencer os telespectadores, tem que estar relacionada com o
cotidiano e com a memória visual das pessoas. Um programa de TV para ter sucesso tem que atrair
o público e manter o seu interesse. A iluminação é um instrumento utilizado, juntamente com o
figurino, o cenário, o som, o roteiro e a interpretação dos personagens, para sustentar esse sucesso.
As telenovelas de hoje, reproduzem a realidade com muita perfeição, com isso ganham
credibilidade e audiência.
7.Temperatura de Cor
A televisão exibe uma qualidade de imagem cada vez mais perfeita e realista, porém, nem
sempre foi desta forma. As primeiras imagens não eram muito nítidas, e a exibição era em preto e
branco. No Brasil, a transmissão de imagens coloridas, só ocorreu na década de 70. "A Festa da
Uva", no Rio Grande do Sul, foi o primeiro programa exibido em cores, ainda muito precário. A
transição dos programas de televisão em preto e branco para o sistema em cores, foi realizada de
forma gradual, demorou cerca de 10 anos para se realizar por completo. "O Bem Amado", de Dias
Gomes, foi a primeira novela transmitida totalmente em cores pela televisão brasileira, no ano de
1973.
Sabemos que a mistura das sete cores do espectro de luz resulta na cor branca. Podemos ter
esta mesma sensação com a mistura de luzes na cor vermelha (red), verde (Greem) e azul (blue), os
conhecidos RGB, no mundo da iluminação. Cada uma dessas cores é captada na retina, pelos
chamados cones, no interior do olho humano. As três cores diferentes, são captadas por cones
distintos. Os cones transmitem mensagens nervosas ao cérebro, através do nervo óptico. Há cones
que são sensíveis a cor vermelha, outros a cor azul e outros a cor verde. O mal funcionamento
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destes cones provoca uma doença conhecida como daltonismo, onde a pessoa passa a confundir
uma ou mais cores.
Se iluminamos uma parede branca, com três fontes de luzes diferentes: uma vermelha, outra
verde e a última azul, a união destas três cores resulta no branco. Porém na mistura do vermelho
com o azul, temos o magenta; juntando vermelho e verde obtemos o amarelo; na união das cores
verde e a azul, adquirimos o ciano. Daí a classificação das cores primárias: vermelho, verde e azul,
e das cores secundárias: magenta, amarelo e ciano.
A televisão em cores é fundamentada nessa característica que o cérebro e os olhos possuem,
de perceber as variadas combinações das três cores primárias, como uma extensa gama de cores.
Todas as cores que os olhos conseguem perceber na televisão, são originadas dessas cores
primárias.
Vimos que a luz está contida em uma faixa de frequência eletromagnética. A luz visível
dessas radiações é uma parte pequena de todo este espectro, composta por fótons. Essa luz visível se
situa entre a radiação infravermelha e a ultravioleta. Os comprimentos de onda vão de 400 a 700
nanômetros. Temos uma cor diferente para cada frequência de luz visível.
Figura nº 13 : Espectro Eletromagnético
Fonte: http://fisicasemmisterios.webnode.com.br/products/ondas-eletromagneticas/productscbm_772629/9/
A luz de alta temperatura de cor possui alta intensidade, muita energia, elevada potência
calorífica e curto comprimento de onda. Podemos citar como exemplo a luz do sol e os flashes de
fotografia. Já a luz de baixa temperatura de cor é o oposto, se apresenta com baixa intensidade,
pouca energia, escassa potência calorífica e alto comprimento de onda. As lâmpadas artificiais, com
filamento de tungstênio são um excelente exemplo deste tipo de luz.
A temperatura de cor afeta o tom das cores, por esse motivo foi estabelecido um padrão de
temperatura, 3200K (três mil e duzentos kelvin), para a televisão. Chegou-se a este valor através de
várias experiências feitas em laboratório. As câmeras e todos os equipamentos necessários para a
captação de imagens em um estúdio devem ser graduados segundo esta temperatura de cor, 3200K.
Se a temperatura de cor for inferior a 3200K, a luz tenderá para a cor vermelha. Caso a temperatura
de cor ultrapasse o valor padrão, a luz se encaminhará para uma tonalidade mais azulada.
Com o objetivo de tornar a cena o mais próximo possível da realidade, utiliza-se o padrão de
temperatura de cor de 3200K, porém, as vezes é preciso utilizar de alguns meios para obter este
valor. Um destes meios são os filtros.
O filtro é um anteparo instalado à frente do equipamento. Ele pode modificar a cor da luz ou
até o facho emitido pelo aparelho. Existem filtros de tamanhos diversos, podendo ser fabricados em
folhas ou em rolos. São produzidos em poliéster, os quais suportam temperaturas de até 180ºC, ou
de policarbonato, onde a temperatura máxima chega a 280ºC. Há uma extensa gama de cores
oferecida no mercado, mas se for necessário, pode ser solicitado a fabricação de determinada cor.
Os filtro tem uma chamada taxa de transmissão de luz. Significa dizer que, se um
determinado fabricante afirma que tal filtro tem uma transmissão de 32%, este filtro permite que
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apenas 32% da luz emitida pela lâmpada, irá refletir sobre as superfícies da cena. Então, os filtros
são acessórios que permitem passar a sua cor principal e absorvem a cor complementar. Em uma
imagem, por exemplo, podemos reduzir o excesso de luz vermelha adicionando um filtro na cor
ciano, que irá impedir a passagem do vermelho.
O colorímetro de fontes luminosas, ou kelvinômetro, é um aparelho utilizado para medir a
temperatura de cor, em kelvin, das luzes emitidas pelos refletores. Sabendo qual a cor dominante,
define-se o filtro a ser empregado para corrigi-la. As câmeras de TV, atualmente, para minimizar o
uso desse aparelho, possuem em seu interior lentes que fazem este balanceamento de cor. São dois
filtros, um azul para elevar a temperatura de cor, e outro amarelo, para diminuir a temperatura de
cor.
8. A Iluminação das Telenovelas
Como já foi dito, as cenas das novelas são idealizadas de maneira a retratar o mais fielmente
possível a realidade. A iluminação entra neste contexto para auxiliar, através da técnica e da arte, na
melhor visualização e apreciação do resultado. Cada tipo de luz quer seja principal, de
preenchimento ou contraluz, deve ser trabalhada e aplicada com o intuito de provocar emoções
diversas nos telespectadores, de acordo com o que o roteiro pedir.
A coisa vista sob determinada luz estará sensilvelmente a face não apenas em seu exterior,
mas principalmente em nosso interior, na maneira como a percebemos. Chega-se, então, a
conclusão de que não é apenas importante saber como determinada luz ou cor determinará
o espaço, mas também como determinadas pessoas irão reagir sensilvelmente a essas
intervenções. As imagens mudam de acordo com a maneira que as pessoas as sentem ou
estão "sensibilizadas" a senti-las (PEREZ, 2012, p.95).
A iluminação, o figurino, os objetos, tudo o que se relacionar com a cena, devem ser
planejados a partir do roteiro. O roteiro é o elemento chave no processo de produção de uma novela
ou de um filme. As novelas, por serem programas totalmente roteirizados, permitem um
planejamento quase que completo de áudio e vídeo, diminuindo o surgimento de possíveis situações
desagradáveis. Conhecidas as características e as necessidades que o roteiro solicita, diversos
elementos do programa, podem ser providenciados e selecionados.
O objetivo principal do iluminador, e de todos os envolvidos na produção é a manutenção do
interesse do receptor, do seu envolvimento emocional e do crescente aumento da audiência. Por
isso, a criatividade e variedade das imagens devem estar sempre presentes.
9. Estudo de caso - Novela "Avenida Brasil"
"Avenida Brasil" é uma telenovela de João Emanuel Carneiro, exibida pela Rede Globo, no
horário das 21 horas. Se iniciou no em março de 2012, irá terminar no mês de outubro do mesmo
ano.
A telenovela gira em torno da protagonista Nina/Rita ( Débora Falabella), que em busca de
justiça, por ter sido roubada e deixada em um lixão, se transforma em uma mulher firme, que
enfrenta todas as surpresas da vida.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
Iluminação: Ingrediente Básico nas Telenovelas
julho de 2013
Figura nº 14 : Abertura da novela "Avenida Brasil"
Fonte: http://redeglobo.globo.com/novidades/novelas/noticia/2012/03/avenida-brasil-confira-o-making-e-abertura-danovela-em-primeira-mao.html
A abertura da novela (figura nº 14), reúne moradores de um bairro fictício, o Divino.
Figurantes rebolam em uma passarela, ao som de "Vem dançar com tudo", em uma movimentada
avenida. A iluminação simula faróis de carros e sinais de trânsito. A cena acontece em horário
noturno. Os atores são iluminados em forma de silhueta e penumbra. Esta técnica consiste em
encher o fundo de luz e o assunto, no caso os bailarinos, ficam completamente no escuro. Um outro
ponto interessante a se destacar é o uso da fumaça, para imprimir a luz, como dizem os fotógrafos.
Figura nº 15 : Protagonista em uma cena externa, na Argentina.
Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=14
A figura nº 15, mostra Nina/Rita, a protagonista da novela, em uma gravação na Argentina.
A cena se desenrola em ambiente externo durante o dia, e relata o ocorrido com a personagem após
sair do lixão e ser adotada por uma nova família.
Numa iluminação de exterior/dia, deve-se levar em consideração as porções iluminadas pela
luz do sol, como o céu e a paisagem. O contraluz iluminado pelo sol é real, inigualável e belo.
Também é intenso, o que diminui muito o aparecimento de sombras. O sol quando é rebatido pelo
solo, ou mesmo pelas nuvens, cria uma luz bem difusa, porém suave. Essa luz ao tocar no rosto dos
atores aumenta a sua vivacidade, o brilho dos olhos e dos cabelos.
Os butterflies, são difusores muito utilizados em iluminação de exteriores para rebater e
difundir a luz do sol. É um excelente equipamento para auxiliar no preenchimento de cenas, as
sombras ficam imperceptíveis e a iluminação se torna mais geral. Podem ter sido utilizados nessa
cena, afim de eliminar completamente as possíveis sombras existentes.
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Figura nº 16 : Leleco espia Tessalia e Darkson
Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=259
A cena representada na figura nº 16, mostra o personagem Leleco escondido, escutando a
conversa de Tessália e Darkson, afim de pegar os dois no flagra, porém seu plano não dá certo, pois
Tessália confessa que ama Leleco.
Nesse quadro a personagem Tessália aparece desfocada, enquanto ao fundo, Leleco se
mostra em foco. Esse efeito é utilizado para chamar a atenção a um determinado lugar, serve
também para separar o ator do cenário. A iluminação é difusa e suave. As cores utilizadas no
cenário e no figurino dos atores são em tom pastel. Apesar do uso de tons claros na cena, observa-se
o cuidado de diferenciar estes tons.O ideal é utilizar o fundo do cenário com uma cor mais escura
que a da pele dos atores, assim pode iluminá-los à vontade. Ao olhar as paredes das telenovelas,
podemos verificar que dificilmente elas são pintadas na cor branca, grande parte delas usam tons
bem diferenciados, que ajudam a separar o cenário do personagem. A cor do figurino, também é
escolhida de maneira a destacar o foco principal. A luz entra em cena para finalizar e destacar todo
esse trabalho.
Figura nº 17 : Jorginho protege Nina da chuva
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Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida brasil.htm#fotoNav=46
No quadro acima, figura nº 17, Nina vai até o apartamento de Jorginho e os dois quase se
beijam. Está chovendo, ela sai as pressas, com medo e se molha totalmente. Jorginho sai a sua
procura e a protege da chuva.
Esta cena feita no exterior, de dia e com chuva traz uma iluminação difusa. A chuva reflete a
luz, vinda do sol e dos refletores.
Esta cena foi realizada em local externo, durante o dia, com a ocorrência de chuva. A água é
um elemento utilizado por muitos fotógrafos, com o objetivo de obter luzes refletidas vindas do
chão, para tornar os ambientes mais fascinantes. Em cinema, há diretores que determinam que o
piso seja molhado constantemente, para atingir o brilho desejado nas lentes das câmeras.
Figura nº 18 : Jorginho pede Nina em casamento
Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida- brasil.htm#fotoNav=56
O mais surpreendente da cena mostrada na figura nº 18, são as garrafas coloridas instaladas
na parede do cenário, que desempenham o papel de janelas. Este ambiente se encontra em um lixão,
por isso sua construção foi executada com materiais adquiridos no próprio local. O local da cena é
simples, observando no canto superior direito, lá se localiza um lustre com lâmpadas incandescentes
comuns.
A sensação que esta imagem emite, é que a iluminação da cena ocorre apenas através dos
pequenos feixes de luz, gerados pelas inúmeras garrafas vindas da parede. Um contraluz mais
suave, não há luz direta no rosto dos atores.
A luz vinda das janelas é delicada e suave. Os iluminadores sempre se valem dos objetos
instalados no espaço, como lustres, abajures, arandelas, entre outros. Quando há alguma dessas
peças locadas num cenário, normalmente elas são acesas, além de ajudarem na iluminação das
sombras, torna o ambiente mais aconchegante e familiar.
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Figura nº 19 : Roni é espancado por Ramón e seus capangas
Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=208
A cena de Roni sendo espancado, para salvar Suellen, figura nº 19, que se encontra em um
cativeiro, é violenta. Com o intuito de obter maior dramaticidade da cena, o iluminador lançou mão
de fortes contrastes de luz e sombra. A fonte de luz é única, vinda de cima em diagonal e com níveis
de iluminamento maiores sobre aquilo que é considerado o mais importante, os atores. O lado da
sombra, o cenário, é quase negro, revelando o pouco uso, ou talvez nenhum, da compensação. Com
esse efeito de luz, o receptor dirige seu olhar para o ponto de interesse, a região de maior tensão
emocional. Nesta cena a luz é um elemento primordial, é forte, direta e cênica, parece vinda apenas
da lâmpada refletora, que se encontra no alto da imagem.
Figura nº 20 : Carminha vai até o lixão e ameaça Lucinda com uma faca
Fonte: http://televisao.uol.com.br/album/2012/03/02/veja-cenas-de-avenida-brasil.htm#fotoNav=174
A iluminação principal da cena vem do contraluz, figura nº 20. As duas atrizes possuem os
cabelos claros, o que provoca um efeito de aura quase branca, quando a luz toca em seus cabelos,
pelo alto e por trás, efeito muito apreciado e utilizado nas cenas de TV e cinema.
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A percepção que se tem nesta cena, é que a luz do sol invade o local através de uma janela.
Luz intensa e amarelada. A pouca sombra é feita pela compensação. Como já foi visto, a principal
característica do contraluz é separar o assunto do fundo.
Figura nº 21 : Em clima de suspense, Carminha enterra Nina viva, apenas para assustá-la
Fonte: http://blog.jovempan.uol.com.br/parabolica/capitulo-de-sabado-de-avenida-brasil-entra-para-a-historia-dateledramaturgia-brasileira
Carminha, a vilão da novela, figura nº 21, enterra Nina viva para assusta-la e fazê-la desistir
de sua vingança. Essa gravação aconteceu à noite, em um ambiente externo, no caso um cemitério.
A fotografia se mostra de alto suspense e clima de terror. A luz de ataque vem de baixo, partindo do
lado esquerdo. A compensação é utilizada com cautela, para não eliminar o clima de noite escura da
cena. O quadro se apresenta com predomínio da cor vermelha, onde se conclui que o iluminador
utilizou de filtros para produzir a cena.
Figura nº 22 : Conversa entre família
Fonte: http://tvg.globo.com/novelas/avenida-brasil/Vem-por-ai/noticia/2012/09/filhos-de-cadinho-sugerem-quefamilias-morem-juntas.html
O cenário apresenta uma luz chave sendo difusa e delicada. A pouca sombra revelada no
rosto dos atores, confirma o uso de luz de compensação. A luz é intensa vinda do alto e se dilui ao
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redor de toda a cena. Os diferentes tons das roupas e do cenário ajudam na perspectiva da
fotografia. Nota-se que o abajur de coluna, que se encontra no lado direito do quadro está aceso,
auxiliando no preenchimento da cena.
Figura nº 23 : Imagem congelada
Fonte: http://www.portalpower.com.br/televisao/avenida-brasil-audiencia/
Algo muito criativo e que rendeu muitos pontos de audiência para esta telenovela, foram as
imagens congeladas, utilizadas no final de cada capítulo, figura nº 23. O fundo da fotografia se
apresenta numa cor escura, com luzes coloridas desfocadas. Estas são as mesmas luzes utilizadas na
abertura da novela, luzes de faróis de carros e sinais de trânsito. O ator "congelado" está sempre em
preto e branco. Observa-se a utilização de contraluz, pois os cabelos louros da atriz se apresentam
com uma aura branca ao seu redor, e ela se encontra nitidamente afastada do fundo da imagem. A
pouca sombra no rosto da atriz mostra a utilização da luz de preenchimento.
10. Conclusão
A telenovela analisada, "Avenida Brasil", foi escolhida por ser atual; por conter cenas de
drama, romance, suspense e comédia; por ser relatada em ambientes simples e sofisticados ao
mesmo tempo; e devido a iluminação empregada, que me chamou a atenção, desde a abertura da
novela com uso da silhueta, luzes coloridas e fumaça, até o final de cada capítulo, com o
congelamento da imagem.
A análise da trajetória da iluminação em telenovelas brasileiras, me fez observar a evolução
rápida e dinâmica das imagens captadas e transmitidas pela televisão. Em um espaço curto de
tempo, passamos de imagens precárias projetadas em preto e branco, para imagens coloridas com
excelente reprodução. A iluminação também participa desse processo de evolução.
A luz é um recurso de expressão visual, utilizada para revelar e enriquecer os espaços. As
cenas de uma novela são compostas por vários elementos: o figurino, o cenário, o roteiro, os atores,
todos esses objetos só podem ser apreciados e enriquecidos com o auxilio de uma iluminação
corretamente aplicada.
Com base na literatura que tive acesso, pude observar que a iluminação em telenovelas, que
a principio não passavam de cenas sobrecarregadas de luz, hoje cumprem função estética, são
repletas de efeitos de luz, sombra e cor. Revelam ao espectador momentos de drama e comédia;
romantismo e sofrimento; dias atuais e antigos; ambientes simples e sofisticados. Cenas
relacionadas e inspiradas no dia a dia das pessoas, suas relações, seus sentimentos e anseios.
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Com esse estudo, verifico que a importância do uso correto dos equipamentos, sua perfeita
localização e aplicação dos acessórios, como lentes e filtros, são primordiais para um projeto de
iluminação perfeitamente concluído e bem recepcionado pelo público. A relevância no uso da
composição das imagens, a serem gravadas e transmitidas ao público, também deve ser
cuidadosamente interpretada e empregada. Esse público exigente, que almeja por momentos de
emoção, prazer, relaxamento e entretenimento.
Um ponto interessante que observei em várias cenas dessa novela, como ocorrem em vários
filmes no cinema, é a percepção dos ângulos de incidência da luz, tanto natural, quanto artificial.
Temos que ter em mente que a luz, não importa de onde venha, se dos filmes, das novelas,
das fotografias, da arquitetura das cidades, ela deve ser bela e criativa, sempre.
Referências
BALAN, Willians Cerozzi. A Iluminação em Programas de TV: Arte e Técnica em Harmonia. 72 f.
Dissertação de Mestrado, Curso de pós-graduação em Projeto Arte e Sociedade - Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação, Campus de Bauru.
BRANDSTON, Howard. Aprender a Ver: A Essência do Design da Iluminação. Tradução de
Paulo Sérgio Scarazzato. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2010.
CORREIA, Silvana A.A. Análise de Telenovelas Brasileiras e Suas Ações de Merchandising: Os
Casos de "O Profeta" e "Paraíso Tropical". 129 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2010.
Fazendo
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Iluminação
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Disponível
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Jeocaz Lee -Meddi. Quando as cores Chegaram a Televisão Brasileira. Disponível em: <
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Acesso em: julho de 2012.
MELO, José Marque. Televisão Brasileira: 60 Anos de Ousadia, Astúcia e Reinvenção. São
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Cátedra
UNESCO/UMESP
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MOURA, Edgar. 50 Anos Luz Câmera e Ação. São Paulo: Senac, 2001.
PEREZ, Valmir. Luz e Arte. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2012.
Slideshare. Composição da Imagem. Disponível em: < http://www.slideshare.net/guest726c90f/acomposio-da-imagem>. Acesso em: julho de 2012.
TORMANN, Jamile. Caderno de Iluminação: Arte e Ciência. Rio de Janeiro: Música e
Tecnologia, 200
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Anexo
Ficha Técnica – “Avenida Brasil”
Novela de
Escrita por
Colaboradores
Direção
Direção Geral
Direção de Núcleo
Ator/ Atriz
Débora Falabella
Murilo Benício
Adriana Esteves
Ailton Graça
Alexandre Borges
Ana Karolina
Bianca Comparato
Bruna Orphao
Bruno Gissoni
Camila Morgado
Carol Abras
Carolina Ferraz
Cauã Reymond
Claudia Missura
Daniel Kuzniecka
Daniel Rocha
Débora Nascimento
Deborah Bloch
Eduardo Simões
Eliane Giardini
Emiliano D’ávila
Fabiula Nascimento
Felipe Abib
Heloisa Perissé
Isis Valverde
Jean Pierre Noher
João Fernandes Nunes
João Pedro
José de Abreu
José Loreto
Juliano Cazarré
Letícia Isnard
Luana Martau
Marcelo Novaes
Marcos Caruso
Mel Maia
Nathalia Dill
Otávio Augusto
Ronny Kriwat
Thiago Martins
Tony Ramos
Vera Holtz
Vilma Melo
Cenografia
Cenógrafos Assistentes
João Emanuel Carneiro
João Emanuel Carneiro
Antônio Prata, Luciana Pessanha, Alessandro Marson,
Márcio Prates, Thereza Falcão
Gustavo Fernandez Teitelroit, Paulo Silvestrini, Andre
Camara, Joana Jabace
José Luiz Villamarim, Amora Mautner
Ricardo Waddington
Elenco
Personagem
Nina/ Rita
Tufão
Carminha
Silas
Cadinho
Ágata
Betânia
Paloma
Iran
Noêmia
Begônia
Alexia
Jorginho
Janaína
Hector
Roniquito
Tessália
Verônica
Batata
Muricy
Lúcio
Olenka
Jimmy Bastos
Monalisa
Suéllen
Martín
Picolé
Rei
Nilo
Darkson
Adauto
Ivana
Brigitte
Max
Leleco
Rita
Débora
Diógenes
Tomás
Leandro
Genésio
Lucinda
Conceição
Alexandre Gomes, Alexis Pabliano,Flávia Yared
Adriana Borba, Andrea Brito, Caroline Ramidan,
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Produtor de Cenografia
Gerente de Projetos
Supervisor de Produção de Cenografia
Supervisor e Op. de Sistemas
Equipe de Cenotécnica
Figurino
Figurinistas Assistentes
Equipe de Apoio ao Figurino
Direção de Fotografia
Direção de Iluminação
Equipe de Iluminação
julho de 2013
Cleonice Megale, Cristina Crizel, Débora Costa, Elisa
Araújo, Gabriela Malhães, Gustavo Postali, Ilka Moura,
Luana Fagundes, Luciana Massena, Luisa Coelho,
Roberta Paiva, Thábata Magalhães, Tisse Sá, Wilson
Bob
Regina Coelho Esperança
Marco Tavares
Jonas Lemos, Norberto Filho, Paulo Meirelles, André
Lopes Santos, Lenilson Scarpini
Marco Antonio Lourenço, Diogo Mathias, Carlos
Eduardo Ferreira, Thiago Mendes, Roberto Lucas
Adriana Conceição de Jesus, Alexsandro dos Santos,
André de Vasconcelos Cabral, Antonio Souza, Carlos
Eduardo Marcolino de Aquino, Carlos Roberto Ferreira,
Carlos Ronald, Carolina Fragoso, Claudionor Roberto
da Silva, Daniel Antonio De Souza Júnior, Diego Duarte
Torres, Edson Patrício Leoncio, Eli Sandro Firmino Da
Silva, Fabiano De Jesus Correa, Fabio Rodrigues
Gonçalves, Fabio Senna Do Carmo, Fernando Silva Dos
Santos, Gilberto Pereira Lima, Helio Silva Costa, Ivo
Xavier, Janio Roberto Nascimento, João Carlos Pereira
de Araújo, João Ferreira Pereira Júnior, Joilson Cazuza
dos Santos, Jorge Joe Cabral, Jose de Ribamar Loiola
Silva, Linaldo Albuquerque, Luciano Lucas dos Santos,
Luciano Marinho de Paula Silva, Luis Claudio Perdigão,
Luiz de Matos Gomes, Marco Aurélio de Moraes, Mario
Durval de Almeida, Pedro Alberto da Conceição, Rafael
de Souza Ricardo, Rafael Ribeiro Almeida, Reginaldo
da Silva Lima
Tell Catojo Pinto, Valter Souza, Washington Luiz
Santiago da Silva, Wellington Carlos Cabral, William
Francisco Minas Silva
Marie Salles
Diana Leste, Isabela Bertazzi, Marcos França, Mariana
Sued, Rafaela Pires, Renata Vasconcelos, Sabrina
Freddo, Vanessa Lopes
Almir Rodrigues, Ana Gonçalves, Angelo Vieira,
Benedita dos Santos, Cristina Santos, Fabiane Aglio,
Fabio Andrade, Heliana Conceição, Jurema Garcia, Luis
Carlos de Souza, Marcelo Henrique, Maria José, Neide
Aparecida, Nilza Rodrigues, Patricia Amorim, Rosa
Lima Vieira, Shirley da Motta
Fred Rangel
Anselmo Silva Marinho, Roberto Cristiano Tricarico,
Rogério Rogers, Paulo Roberto Miranda Costa, Roberto
Cristiano Tricarico, Rogério Rogers, Paulo Roberto
Miranda Costa
Adalberto Porto da Silva,Alexandre Coutinho da Silva,
Feliciano Silva dos Santos,Gabriel Coelho de
Oliveira,Geovane de Carvalho Araújo, Maicon Leandro
Francisco Cunha,Paulo Cesar Santos das Dores, Rodrigo
José Sampaio da Silva,Rodrigo Nascimento dos Santos,
Rogério Silva Gomes,
Sandro Pinto Brusdzenski,Sérgio de Oliveira Santos,
Tiago Roberto de Oliveira,Wagner Mendes
Produção de Arte
Ana Maria Magalhães, Cristina Demier
Produção de Arte Assistente
Bianca Romano, Daniel Gras, Fernanda Martins Costa,
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Leda Van, Leticia Galm, Thereza de Medicis
Equipe de Apoio à Arte
Alexandre Araújo, Alexandre Francisco, Arquimedes
Simões, Ary Francisco, Edson França, Edson Herdade,
Ivens Guida, José Leandro Ferreira, Ricardo
Nascimento, Roberto Morelli
Produção de Elenco
Luciano Rabelo
Instrutora de Dramaturgia
Paloma Riani
Direção Musical
Mariozinho Rocha
Produção Musical
Eduardo Queiroz
Caracterização
Alê De Souza, Gilvete Santos
Equipe de apoio à caracterização
Alessandro Nogueira,Ana Paula Barbosa,
Barbara da Silva,Carlos Soares,Catarina Ana,Cristina
Moura,Daniele Louro Greenhalgh,Eric Aben,Jaciara
Santos do Nascimento,Jo Lossano,Juliana Lleli,Luzia
Pereira,Maria Iolanda,Matheus Pasticchi,Regina
Chipolesch,Rosa Silveira,Rosevania Correia,Rosimery
Lima,Erica Dutra,Santuzza Petronni,
Sumaia Assis Amaral,Tatiana Cerqueira,
Willians Graça Curvelo
Edição
Equipe de Vídeo
Equipe de Áudio
Colorista
Sonoplastia
Efeitos Visuais
Efeitos Especiais
Abertura
Direção de Imagem
Câmeras
Equipe de Apoio a Op. de Câmera
Pesquisa de Texto
Fabricio Ferreira, André Leite, Wilson Fragoso, Marcos
Pereira Lisboa, Ghynn Paul
Clovis Alberto Antonioli, Gabriel Xavier, Gilberto dos
Santos Martins, Alexandre Carpi Barros
Eduardo La Cava, Diogo Santos de Oliveira,Fabio
Ferreira da Silva,Gabriel Páscoa,Gilberto Ramiro de
Souza Júnior,Gustavo Borges Longuinhos,Jocimar
Marques Cardoso,Pablo Mendonça da Rocha,Eduardo
Barros,Diego Monsores
Saulo Silva
Nelson Zeitoune, Marcelo Arruda, Pedro Belo, Franklin
Araújo
Toni Cid, Paula Souto
Marcos Soares,Federico Farfan
Hans Donner, Alexandre Pit Ribeiro, Roberto Stein,
Orlando Martins
Augusto Lana
Isac Coelho Bezerra Neto,Marcelo Pereira,Ricardo
Petersen,Fábio Mancuso
João Gomez,Cid Rima,Selmo Oliveira
Benedito Marangon,Geilson Tavares Medeiros,Jairo
Dias Batista,Marcio Alexandre Braga Calado,Zaify da
Silva Sampaio
Anna Lee
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Continuidade
Assistentes de Direção
Produção de Engenharia
Pesquisa de Imagem
Equipe de Produção
Coordenação de Produção
Supervisão Executiva de Produção
Produção Executiva
Gerência de Produção
Direção de Produção
Equipe de internet
julho de 2013
Aurora Chaves,Regina Wygoda,Izabella Cid,Claudia
Lima,Marcela Marciano
Tila Teixeira, Isabella Teixeira, Joaquim Carneiro,
Marcos Pimenta, Bruno Moraes, Carolina Garcia,
Alexandre Moretzohn
Luis Otavio Cabral
Madalena Prado, Renata Than
Rafael Cavalcante,Renata Barreira,Renata
Gomes,Sandro Pranto,Thiago Nunes,Norberto
Pfeiffer,Chico Marinho
Guto Vaz
Marcia Azevedo, Andreia Carvana, Heleno Moura,
Janice Lana
João Paulo Alcantara, Raul Gama, Vladimir Carvalho,
William Barreto
Marcia Azevedo
Simone Lamosa
Flavio Nascimento
Ana Bueno, Bianca Kleinpaul, Luisa Rody, Natália
Hartalian, Rafael Maia, Alice Erlanger, Viviane
Figueiredo, Samia Mazzucco, Priscilla Massena, Filipe
Lisboa, Bianca Souza, Fábio Rocha, Letícia Pantoja e
Daniel Chevrand.
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