LEVANTAMENTO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DE

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LEVANTAMENTO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DE MULHERES EM
TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA
Pollyanna Bahls de Souza (ICV/UNICENTRO), Maria Lúcia Raimondo
(Orientadora)
Universidade Estadual Do Centro-Oeste/Departamento de Enfermagem –
Guarapuava – PR
Palavras-chave: câncer de mama, perfil, câncer.
Resumo:
Trata-se de uma pesquisa de campo quantitativa. Os dados foram coletados
de junho de 2006 a março de 2007, com 24 mulheres em tratamento
oncológico. Os resultados deste estudo permitiram conhecer o perfil das
mulheres acometidas por câncer de mama em tratamento em Guarapuava,
onde 45,83% tinham a acima de 50 anos de idade; 54.16% ensino
fundamental; 58,38% do lar; 58,33% com renda familiar de 2 a 4 salários,
revelando condições de vida menos favorecidas.
Introdução
O termo câncer, descreve uma classe de doenças caracterizadas pelo
crescimento descontrolado de células aberrantes. Os cânceres matam pela
invasão destrutiva de órgãos normais por extensão direta e disseminação
para pontos distantes através do sangue, da linfa ou das superfícies serosas
( BENNETT; PLUM, 1997).
O câncer de mama tem sido um dos maiores problemas de saúde
pública em todo o mundo sendo, em termos epidemiológicos, o tumor de
maior incidência em vários paises, dentre os quais o Brasil. O número de
casos novos de câncer de mama estimado no Brasil em 2005 era de
aproximadamente 49.470 (BRASIL, 2006). Visto isso e com a intenção de
contribuir para a redução deste mal, desenvolveu-se um estudo buscando
conhecer o perfil socioeconômico das mulheres acometidas por Câncer de
mama em tratamento oncológico em Guarapuava no Paraná.
Materiais e Métodos:
Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quantitativa,
desenvolvida com 24 mulheres que encontravam-se em tratamento
oncológico junto ao Ambulatório de Oncologia de Guarapuava- PR. A coleta
de dados foi realizada no período de julho de 2006 a março de 2007, através
de um questionário com perguntas estruturadas, respeitando-se os aspectos
éticos previstos na resolução 196/96 CNS.
Anais do XVI EAIC – 26 a 29 de Setembro de 2007 – ISSN:
Resultados e Discussão
Tabela 01 – Caracterização da amostra quanto à faixa etária, escolaridade.
FAIXA ETÁRIA
<40 anos
40 a 44 anos
45 a 50 anos
>50 anos
ESCOLARIDADE
Ensino fundamental
Analfabeta
Segundo grau
Superior
%
16,60 %
12,50%
25%
45,83%
%
54.16 %
25%
12,50%
12,50%
Pode-se perceber que a maior parte das mulheres em tratamento,
tem uma faixa etária igual ou superior a 50 anos, possuindo também uma
escolaridade básica com ensino fundamental. Segundo Paraná (2002), o
grau de escolaridade está diretamente relacionado à complicações em
doenças, especialmente à mortalidade materna. Estudos mostram que
quanto menor a escolaridade maior o obituário, haja vista que gera
dificuldade de compreensão dos tratamentos e orientações a serem
seguidas tanto para a prevenção como para o tratamento.
Tabela 02 – Caracterização da amostra quanto à profissão/ocupação, renda
familiar e número de dependentes.
PROFISSÃO/OCUPAÇÃO
Do lar
Trabalhadora rural
Comércio
Profissões da saúde
Outras
RENDA FAMILIAR
Até 1 salário
2 a 4 salários
5 a 9 salários
Não souberam informar
Nº DE DEPENDENTES
1a4
5a9
%
58,38%
12,49%
12.48%
8.32%
8.32%
%
25%
58,33%
8,33%
8,34%
%
75%
25%
Referente à profissão/ocupação, é predominante nas pacientes
pesquisadas, as atividades domésticas, ou seja, do lar. Conforme relatado,
muitas deixaram de exercer a profissão devido à limitação causada pelo
tratamento radical de extirpação mamária. Com relação à renda familiar,
Anais do XVI EAIC – 26 a 29 de Setembro de 2007 – ISSN:
58,33% sobrevivem com uma renda de 2 a 4 salários mínimos, tendo na
maioria, de 1 a 4 dependentes. Segundo BRUSCHINI (2004), a manutenção
de um modelo de família onde cabe à mulheres as responsabilidades
domésticas e socializadoras, e a constante necessidade de articular papéis
familiares e profissionais limita a disponibilidade das mulheres para o
trabalho ocasionando famílias onde existe apenas um provedor de recursos
de subsistência.
Conclusões
Concluímos dessa forma, que a faixa etária da maioria das mulheres
em tratamento oncológico, está dentro dos indicadores nacionais das
mulheres acometidas por câncer de mama, que atinge, preferencialmente,
após os 40 anos de idade. As mulheres ainda ocupam-se apenas de
afazeres domésticos, tendo renda considerada baixa para se ter qualidade
de vida esperada em um tratamento desta natureza. Além disso, a maioria
possui apenas ensino fundamental o que pode ser um dificultador na
compreensão do tratamento.
Agradecimentos
À UNICENTRO, por estar nos proporcionando à realização desse
projeto; o Ambulatório de Oncologia de Guarapuava- PR, por abrir suas
portas para a pesquisa. Às pacientes que concordaram em participar. À
orientadora Maria Lúcia Raimondo que nos guiou pelos caminhos da
Iniciação Científica.
Referências
J. C . BENNETT.; F. C. PLUM. Tratado de medicina interna. 20. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativas de
incidência e mortalidade por câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro,
2005.
C. BRUSCHINI. O trabalho da mulher brasileira nas décadas recentes.
Revista Estudos Feministas, 2004, Rio de Janeiro, RJ.
PARANÁ. Secretaria Estadual de Saúde. Comitê Estadual de Prevenção da
Mortalidade Materna. Mortalidade materna no Paraná: vigilância x redução.
Curitiba, 2002.
A.N.S. SANTOS; F.L SILVA; V.S.C VILA. O significado da Mastectomia
Radical Modificada: “Só quem faz é quem sabe”. Revista Nursing, v.61, n.6,
Junho 2003.
Anais do XVI EAIC – 26 a 29 de Setembro de 2007 – ISSN:
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