Baixada - Unaerp

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UNAERP – UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO –
CAMPUS GUARUJÁ.
A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO GLOBAL NAS AREAS LITORÂNEAS
Christiano Paschoalino Merlin
Discente – Curso de Administração com habilitação em comércio exterior.
Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá.
[email protected]
Este Simpósio Tem o Apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee.
Seção 1.
1. Introdução.
Conforme Brasil online (2007), preocupações com o aquecimento global
elevaram-se ao redor do mundo neste ano e muitas pessoas querem que os
governos ajam para deter as mudanças de clima, mostrou uma pesquisa nesta
terça-feira. A divulgação do relatório coincide com o Dia Mundial do Meio
Ambiente. Dezesseis por cento de mais de 26 mil usuários da Internet em 47
países entrevistados em março disseram que a mudança de clima é uma "grande
preocupação", de acordo com um relatório da Nielsen Company e da
Universidade de Oxford. Em outubro, uma pesquisa indicou que apenas 7 por
cento tinham tal preocupação. "Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo
geraram uma preocupação maior", disse à Reuters Max Boycoff do Centro de
Meio Ambiente da universidade. Segundo ele, relatórios da Organização das
Nações Unidas (ONU) culpando emissões provenientes da queima de
combustíveis fósseis pelo aquecimento que poderá levar a mais ondas de calor,
desertificação, enchentes e aumento dos níveis do mar aparentemente
provocaram temor entre as pessoas. A maior cobertura da imprensa também
teria contribuído para isso. Na pesquisa, 40 por cento daqueles que expressaram
preocupação com o aquecimento querem que os governos restrinjam as emissões
dos gases do efeito estufa por empresas e querem também mais investimentos
em carros menos poluentes e energia renovável. O G8 (grupo dos países mais
industrializados do mundo) vai se encontrar na Alemanha para uma cúpula
entre os dias 6 e 8 de junho, e o tema das mudanças climáticas terá destaque na
agenda do evento.
2. Objetivos.
Estudar métodos e ações utilizadas nos demais países, de como
conscientizar a população litorânea do possível desastre ambiental, que poderá
acarretar um caos econômico.
Identificar quais os agentes causadores desse problema, pois está
envolvido com uma causa social, que é associada ao crescimento urbano
desordenado e ao grande volume de esgoto lançado direta e indiretamente nos
rios.
3. Justificativa.
A utilidade deste estudo poderá servir como base na utilização de como
conscientizar a população litorânea que o aquecimento global influencia o
derretimento das geleiras e conseqüentemente no aumento do nível do mar,
com isso as cidades litorâneas estão sofrendo um impacto negativo na parte
turística, onde, as mesmas acabam tendo sua economia afetada, é possível
perceber que as faixas de areia estão sumindo devido ao crescimento da maré,
com isso, os turistas acabam indo a procura de novos espaços, até mesmo indo
para outras cidades, conseqüentemente prejudicando a economia para as
próprias cidades. O fluxo econômico cresce nas temporadas de verão, onde o
grande número de turistas procura as praias do litoral, se hospedam nas
cidades dos litorais brasileiros, mas aos poucos esse fator não esta sendo
positivo, esse é um problema, seriam no entanto, falta conscientização da
população
4. Aquecimento global pode provocar ondas gigantes em Santos.
Conforme Santana (2007), a elevação do nível do mar ocasionada pelo
aquecimento global pode provocar, até o fim deste século, um desastre na
cidade de Santos, no litoral de São Paulo. A cidade poderá ser atingida por
ondas gigantes, mostra um dos estudos brasileiros sobre as mudanças
climáticas e seus efeitos sobre a biodiversidade divulgados hoje pelo Ministério
do Meio Ambiente.
O estudo desenvolvido em parceria entre a Fundação Centro Tecnológico de
Hidráulica (FCTH) e a Universidade de São Paulo (USP) simulou aumento do
nível do mar em 1,5 metro na baía e no estuário de Santos e São Vicente, em
São Paulo, e revela que, se essa elevação ocorresse de fato, os impactos seriam
desastrosos em toda a região. Conforme Arasaki (2007), uma das autoras do
estudo, caso essas previsões se confirmem, ocorrerá o mesmo que aconteceu
em abril de 2005, na Baía de Santos, quando a cidade foi tomada por ondas
gigantes. “Foi o evento meteorológico que coincidiu com a elevação da maré
acima de 1 metro com ventos, que gerou ondas de 4 metros na baía de Santos",
diz ela. "Houve essa invasão com inundação na área dos prédios e a destruição
de toda faixa da ponta da praia. Por isso, a gente pode ter uma idéia de como
pode ser o cenário se houver essa elevação.”A intensificação do processo de
erosão e redução das faixas de areais das praias, a inundação de mangues e o
desaparecimento de moluscos, crustáceos e minhocas marinhas que habitam o
litoral seriam as principais conseqüências da invasão do mar, segundo a
pesquisadora. Essa situação é apontada por ela como possível de acontecer em
2100. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores construíram uma
maquete de 750 metros quadrados que reproduziu as mesmas condições físicas
da região, como a simulação de marés altas e baixas. “Através desse modelo foi
possível ver a velocidade das ondas. Ela ( a maquete) tem a capacidade de
simular ondas e marés e medir a variação do nível da água”, disse
pesquisadora. De acordo com a pesquisadora, no ensaio sobre a erosão das
praias, o resultado apontou que as de menor largura serão as mais atingidas.
Entre elas estão a praia das Pitangueiras, no Guarujá, a dos Milionários, na
região de São Vicente e a da Ponta da Praia, em Santos.Já a redução das faixas
de areia, que poderá ocorrer caso o nível do mar suba 1,5 metro, afetará a
distribuição da fauna que existe nesses locais. “Se não for possível o
deslocamento das espécies que habitam essa zona, elas vão desaparecer”,
alerta Arasaki. A pesquisadora recomenda dar continuidade aos estudos que
estão sendo produzidos, levando em conta características locais como a
influência dos ventos na região. Além disse, ela sugere a implantação de
políticas públicas para monitorar a elevação do nível do mar. “É importante
considerar a velocidade dessa elevação, a circulação da água, a própria ação
dos ventos como a gente já destacou e acompanhar esses processo erosivos."
4.1 Falta de consciência contribuem para a invasão marítima.
Conforme Lustoza (2007), engenheiro ambiental, uma das causas é o
assoreamento (acúmulo de areia no fundo do mar) do estuário de São Vicente.
"Com a sedimentação, que se acumula no canal de vicentino e no porto de
Santos, o nível do mar aumenta", explica o engenheiro ambientalista. Este
fenômeno é agravado, por incrível que pareça, devido ao desmatamento da
mata ciliar dos rios que deságuam na bacia hidrográfica de São Vicente e
Santos. Este fato é visível em trechos das margens do rio Branco, que está
assoreado. Nesta condição, as águas do rio correm com maior velocidade,
arrastando grande volume de areia e matéria orgânica para os arredores da
pontes dos Barreiros e Mar Pequeno, praias e do porto de Santos. Este
problema não é, apenas, ambiental. Trata-se de uma enorme causa social, que
é associada ao crescimento urbano desordenado e ao grande volume de esgoto
lançado direta e indiretamente no rio Branco e em outros rios da região. Isso
acontece por causa da falta de coleta de lixo e de saneamento básico no entorno
destas importantes artérias hidrográficas.
Em Praia Grande e na área continental de São Vicente, por exemplo, há
locais onde todo esgoto é despejado em fossas negras ou a céu aberto. "Quando
chove, todo o lixo e sedimentação são levados aos rios e, consecutivamente, à
baía de São Vicente. A solução para este problema é a implantação de
saneamento em toda a região, a coleta de lixo e a recuperação da mata ciliar,
além de impedir novas invasões de comunidades ribeirinhas", ressalta. O
engenheiro trata estes assuntos dentro do projeto Salva Selva, em parceria com
a Universidade Santa Cecília (Unisanta), Sociedade Ecológica Brasileira e com
patrocínio da Petrobras. Conforme Lustoza (2007), o rio Branco não é o único
que apresenta esta situação. Os rios Cubatão, Casqueiro, Mariana, Piaçabuçu,
entre outros que compõem o complexo do estuário de São Vicente, também
possuem parte da responsabilidade do possível assoreamento da baía de São
Vicente e do Porto de Santos. Conforme Pérsio (2007), presidente da Sociedade
Brasileira de Defesa do Meio Ambiente e advogado, as áreas ribeirinhas são
áreas de marinha, patrimônio da União. Por isso, não podem ser utilizadas
como território urbano. Devem ser destinadas unicamente à mata ciliar. Ele
acrescenta que, por questões políticas e sociais, o governo, muitas vezes, fecha
os olhos para as invasões dessas áreas; e desconsidera o efeito colateral e
irreversível causado por essas construções à beira-rio. Em defesa das margens,
lutar contra a poluição do rio Branco é a principal meta do projeto Salva Selva,
dirigido pelo engenheiro ambiental Eduardo Lustoza. "Iremos resgatar a vida do
rio", enfatiza. Para isso, o projeto monitora as margens do rio Branco, com
intuito de preservá-las. A primeira parceria do Salva Selva foi com a Sociedade
Ecológica Brasileira. Depois, se uniram à Associação de Engenheiros,
Universidade Santa Cecília (curso de Biologia), Agem (Agência Metropolitana da
Baixada Santista), Sociedade Brasileira de Defesa do Meio Ambiente e o
Instituto Ecoar. O projeto recebe, ainda, o patrocínio da Petrobras e o apoio da
Polícia Militar Ambiental.
4.2 Fluxo da maré bloqueado.
Conforme Berzin (2007), as correntes marítimas vêm da Ponta da Praia (em
Santos), passam pelo Itararé e chegam à praia do Gonzaguinha. Junto às
correntes, sedimentos também são lançados. No entanto, com a intervenção
urbana, a areia não chega à praia do Gonzaguinha. Ela fica retida e acumula-se
justamente no trecho da obra de 1945. Isso ocasionou o aumento da faixa de
areia no final da praia do Itararé e a invasão das águas no Gonzaguinha.
Uma pequena parte dos sedimentos, que ainda consegue passar pela estreita
passagem, fica retida na Garganta do Diabo. "Então, as águas chegam ao
Gonzaguinha, porém com pouco volume de areia", explica Berzin. Para reverter
a situação de avanço do mar, a solução não é, apenas, colocar pedras na
extensão da praia. "Uma das soluções é liberar a passagem do mar. Para isso,
uma das alternativas seria a construção de uma ponte que ligue a ilha Porchat
à ilha de São Vicente. O problema é que há um clube bem no trecho da ligação
das ilhas", explica. O Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas (NPH) realizou
simulações das correntes oceânicas com e sem a ligação da ilha Porchat à de
São Vicente. "Por meio do modelo, constata-se perfeitamente o fato", assegura
Berzin. O especialista diz, ainda, que a Unisanta, a Universidade de São Paulo
(USP) e a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) formaram um grupo de
trabalho que está apresentando uma proposta de estudo de toda circulação de
sedimentos do estuário e o Gonzaguinha está incluído nele. Porém, o
coordenador do NPH diz que as universidades não possuem recursos para
sustentar o projeto. Ele acrescenta que a reversão deste fato tornou-se uma
necessidade, "pois todos os dias saem matérias sobre o aumento do nível do
mar".
4.3 Avanços das águas.
Conforme Berzin (2007), coordenador do Núcleo de Pesquisas
Hidrodinâmicas (NPH) da Unisanta, esse volume não é muito significante para
Santos. De acordo com a ONU, estima-se que, em 2100, o nível do mar
aumentará cerca de um metro de altura. Com esse acréscimo, a cidade perderá
cerca de 30 ou 40 metros de sua faixa de areia. "Na ponta da praia,
futuramente, terão que fazer barreiras mais fortes para proteger a área urbana
contra os avanços das marés", prevê. "Porém, se nenhuma providência for
tomada, em 50 ou 60 anos, a praia do Gonzaguinha sofrerá graves
conseqüências com o avanço das águas", alerta.
4.4 Em busca de parceiros.
Conforme Prefeitura de São Vicente (2007), a prefeitura busca parceiros e
recursos para viabilizar um estudo científico. Levantamentos preliminares,
realizados junto a técnicos e institutos, indicaram que um trabalho de
verificação do nível do mar na Baía de São Vicente —ao longo de determinado
período consumiria recursos elevados que o município não dispõe. A Prefeitura
já fez um pedido de ajuda ao governo federal, à Universidade de São Paulo
(USP) e aguarda um retorno, para viabilizar recursos que permitam a realização
de um estudo, para pontar, de maneira científica e responsável, o que está, de
fato, acontecendo.
4.5 Aquecimento global, uma questão social.
Conforme Cerri (2007), os últimos estudos sobre aquecimento global
mostram a influência humana no efeito estufa deixando claro que essa é, hoje,
uma questão social de grande interesse da humanidade. O município do Rio de
Janeiro, como um dos principais do Brasil, não poderia deixar de preocupar-se
com um assunto tão relevante e sobre a sua repercussão na qualidade de vida
da população e na economia da cidade.
As mudanças globais, de acordo com os estudos apresentados este ano
pelo painel Inter-governamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, são de
grande impacto. Entre elas, pode-se citar a previsão de elevação do nível dos
oceanos em até 59 cm de altura, nesse século, e o aumento da temperatura que
tornará inviável a vida em alguns locais desse planeta. Os estudiosos do
assunto garantem que as alterações climáticas poderão ser ainda mais graves
do que as apresentadas nesse estudo. A expectativa é de que o novo estudo a
ser divulgado em outubro próximo traga dados mais completos e alarmantes.
Essas ameaças chegariam até o Brasil de diversas formas, com cidades
litorâneas sendo bem atingidas pela elevação do nível do mar e com grande
parte da Amazônia se transformando em cerrado. As mudanças globais em
relação aos efeitos regionais precisam ser mais detalhadas. Pode-se dizer que
do jeito em que está não vai dar para continuar. A grande saída é agir de forma
diferente, modificando o ambiente e criando novos hábitos e novas tecnologias.
É preciso ter uma nova forma de economia. Uma economia onde as empresas
busquem um desenvolvimento sustentável que possibilite um crescimento e
uma qualidade de vida melhor. Não é só substituir combustíveis fósseis por
outro mais limpos como o etanol. É ir além. É crescer de forma sustentável e
limpa com ações em todos os setores, porque o Brasil e o Rio de Janeiro têm
um papel muito grande nas discussões ambientais. Não foi sem motivo que em
1992 o município foi sede da Rio-92, liderando um evento ambiental de grande
porte.
Tal fato deverá ocorrer de novo esse ano quando a cidade irá sediar, em
outubro próximo, a reunião de divulgação do quarto relatório do painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas que tratará de medidas de mitigação
dos efeitos negativos das mudanças do clima global. Reduzir o impacto das
mudanças ambiental nas áreas sociais, econômicas e ambientais é um dever de
todos nós. Não devemos esperar mais para agir.
É preciso incentivar um consumo consciente e não depredador. É preciso
abandonar esse modelo de desenvolvimento injusto que se tem praticado nos
últimos anos. A política sobre os impactos das mudanças do clima do Brasil
deve ser do estado e não dos governos. É algo que precisa se pensar por vários
e vários anos. E para que isso se torne uma realidade, na agenda global de
governança e políticas ambientais é preciso ter uma ação mais pró-ativa e mais
estratégica.
É esse debate que queremos travar na Câmara de Vereadores do Rio de
Janeiro, recolhendo as expectativas e sugestões da sociedade e da comunidade
científica num esforço conjunto para a adoção de políticas públicas voltadas
para o enfrentamento permanente dos efeitos do fenômeno ambiental.
4.6. Riscos de derretimento das calotas polares.
A elevação do nível dos mares e o derretimento das calotas polares estão
nos limites máximos das projeções, já causando dificuldades incontornáveis em
vários assentamentos humanos, disseram importantes cientistas ao analisarem
novos dados de satélites.
Em fevereiro, o relatório de uma comissão climática da ONU estimou em
18-59 centímetros a elevação dos mares neste século, com um aumento de
temperaturas na faixa de 1,8C a 4C.
Conforme Church (2007), oceanógrafo australiano, "As observações estão
no limite muito superior das projeções". Passado esse limite, partes da
Antártida e da Groenlândia se aproximariam de um degelo virtualmente
irreversível, o que faria o nível do mar subir vários metros em todo o mundo,
disse ele. Em 2002, parte da banquisa de Larsen se rompeu na Antártida,
criando um iceberg do tamanho de Luxemburgo, com 500 bilhões de toneladas.
Isso não se repetiu desde então, mas o aquecimento da península Antártica é o
mais acelerado em todo o planeta, e as geleiras recusam fortemente. "Houve
cenários apocalípticos de que o oeste da Antártida poderia desabar bem
rapidamente," diz Tas van Ommen, glaciologista da Divisão Antártica
Australiana, em Hobart. Tal apocalipse não ocorreu, mas mesmo no leste da
Antártida, que é isolado do aquecimento global pelo frio extremo e pelas
altitudes elevadas, novos dados mostram que a altura da geleira de Tottenham,
perto da base australiana de Casey, diminuiu dez metros nos últimos 16 anos.
Os cientistas dizem que o gigantesco recuo da geleira da ilha Heard, mil
quilômetros ao norte da Antártida, é um exemplo de como áreas periféricas da
região polar estão derretendo. Além disso, o rompimento do gelo cria icebergs
que também abrem trilhas que aceleram o fluxo das geleiras para o mar.
Church lembrou que os mares eram 4-6 metros mais elevados há 100 mil anos,
quando as temperaturas estavam nos níveis esperados para o final deste
século. Conforme Omnem (2007), os fluxos dinâmicos de gelo podem
acrescentar mais 25 por cento à estimativa de aumento dos mares feita pela
comissão da ONU.
Conforme Hunter (2007), cientista australiano, que estuda a história do
nível dos mares, as comunidades litorâneas a erguerem diques para conter as
marés do futuro. "(Mas) há muitos lugares onde não dá para fazer isso e onde
será preciso se acomodar às inundações", afirmou. Isso já acontece no sul da
Inglaterra, onde as autoridades não conseguiram proteger todas as áreas do
avanço do mar.
Conforme Rintoul (2007), cientista, também do governo australiano, cerca
de 100 milhões de pessoas em todo o mundo vivem a menos de um metro de
altitude sobre o nível do mar. "Esses 100 milhões de pessoas terão de ir para
outro lugar", afirmou. Cada metro a mais no nível do mar provoca um recuo de
cerca de cem metros na linha das praias, e cada tempestade torna as regiões
mais propensas à erosão.Conforme Hunter (2007), "Não dá para dizer que
vamos simplesmente erguer diques".
4.7 Praias do litoral de São Paulo correm risco de desaparecer.
Conforme A Tribuna Digital (2006), a ação do homem e causas naturais
vêm acelerando a subida do nível do mar no litoral paulista. Com isso, pelo
menos 20 praias correm o risco de desaparecer nos próximos anos. Conforme
Souza (2006), pesquisadora do Instituto Geológico de São Paulo, vem
monitorando os 600 quilômetros da costa do Estado há 22 anos e aponta
situações críticas tanto no sul quanto na parte norte da costa paulista. Em
Santos, o estudo mostra que a erosão observada inicialmente na Ponta da Praia
está migrando em direção à Praia da Aparecida. Estudos apontam ainda que o
nível do mar subiu 30 centímetros no Litoral Paulista no século passado, contra
uma média de dez centímetros no mesmo período no resto do mundo. Os dados
são do Instituto Oceanográfico da USP, que mantém marégrafos em vários
pontos da costa do Estado.
Consultora do Ibama e responsável por laudos que nortearam a ação de
diversas prefeituras nas últimas décadas, Célia Regina aponta causas naturais
para o fenômeno. Segundo a geóloga, a terra ainda vive um período 'pós-glacial'
desde a última glaciação, há 17 mil anos, quando as praias avançaram cerca de
130 quilômetros mar adentro, ela salienta que esse aquecimento natural do
planeta está sendo acelerado pelo homem a partir da emissão de gases
causadores do efeito estufa, o que acentua o derretimento de geleiras. Ninguém
dá muita bola, mas a elevação do nível relativo do mar é crítica. Temos
perspectivas de que, até o ano de 2100, esse nível suba até um metro em
relação ao nível atual - alerta a pesquisadora científica do Instituto Geológico,
órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Além de acelerar o aquecimento global, a ação do homem também seria
responsável direto pela erosão que vem diminuindo, gradativamente, a faixa de
areia em pelo menos 20 das 79 praias paulistas pesquisadas por Célia Regina.
Quando o nível do mar sobe, o primeiro impacto é nas praias. O mar
empurra a praia para dentro do continente e ela tenta se amoldar. Se essa
praia tem condição de migrar, tem terreno lá para trás, ela vai tentar atingir o
equilíbrio. Se ela não tem espaço acaba sumindo completa a geóloga.
A retirada desordenada de areia pelas próprias prefeituras e construções
impróprias em uma faixa conhecida pelos estudiosos como pós-praia
potencializam ainda mais o avanço do mar em direção às avenidas à beira-mar,
acentuando os prejuízos a cada ressaca.
A maior parte das orlas está construída na área do jundu, vegetação que
evita a erosão. O jundu evita que a areia invada as avenidas. Conforme Oberg
(2006), chefe do ecritório Regional de Santos do Ibama, como essa vegetação foi
retirada, a gente urbanizou errado. Formada pelo Instituto de Geociências da
USP com mestrado em Oceanografia Geológica no Instituto Oceanográfico da
USP e doutorado em Geologia Sedimentar no Instituto de Geociências da USP,
Célia Regina alerta que as interferências promovidas pelo homem no ambiente
costeiro, como o aterro de áreas e a construção no pós-praia, causam impactos
previsíveis.
A primeira função da praia é dissipar a energia, proteger o continente das
ondas, quando você começa a interferir nessa praia ela vai ter problemas para
funcionar direito - salienta a geóloga.
4.8 Elevação do nível do mar traz risco maior para a Baixada.
Conforme Jansen (2007), a idéia da orla carioca submersa pelos mares
revoltos de um mundo mais quente é tão cinematográfica quanto falsa. As
praias podem ser de fato afetadas por um aumento do nível do oceano estimado
em até 60 centímetros ao longo do século, mas a área mais vulnerável do
Estado do Rio é a Baixada Fluminense, como revelam especialistas da Coppe
que debatem nesta sexta-feira o tema no seminário Adaptação e
Vulnerabilidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento
Global. E a solução mais viável pode ser o deslocamento da população.
Conforme Canedo (2006), coordenador do laboratório de Hidrologia da
Coppe, hoje, quando a maré sobe, a água salgada invade até 15 quilômetros do
rio Sarapuí, quando chove a situação piora, porque o volume de água é maior.
Com um cenário de aumento do nível do mar, a situação na Baixada vai se
agravar mais, as enchentes na região serão mais freqüentes, e o número de
casas atingidas, maior. A análise vale para outras regiões de baixada cortadas
por rios, como Macaé e Campos dos Goitacazes, e, na cidade do Rio, áreas bem
populosas, como Rio das Pedras. Soluções de engenharia para atenuar o
problema existem, mas são caras, segundo Canedo, pois envolvem a construção
de diques mais sofisticados e estações de bombeamento de água.
A alternativa seria deslocar a população, transformando as regiões em
áreas de alagamento.
Acho que não se deve fazer diques como em Nova Orleans ? sustenta
Paulo Cesar Rosman, especialista em engenharia oceânica e costeira da Coppe.
- Porque se os diques se rompem, como aconteceu lá, cria-se uma catástrofe.
Os cientistas trabalham não apenas com a elevação relativa do nível médio do
mar, mas também com o aumento da freqüência das chamadas marés
meteorológicas, ou seja, uma elevação temporária ainda maior do nível das
águas em razão de grandes tempestades. Mesmo assim, sustenta Rosman, a
imagem de construções da orla submersas é totalmente falsa. Em geral, as
praias têm como absorver uma elevação média estimada em meio metro. Em
alguns casos, como no Leblon e no arpoador, seria preciso aumentar a faixa de
areia. A Barra, cuja praia é relativamente estreita e bastante longa, oferece o
maior desafio. Ainda assim, garante, a proteção poderia ser feita sem grandes
gastos ou dificuldades.
5. Conclusões.
Conforme Lugaretti (2007), não só as injustiças e graves problemas sociais
não param de aumentar desde 1989 como o aquecimento global coloca em
xeque o primado da ganância e do consumismo sobre os interesses coletivos,
característico do capitalismo globalizado que Fukuyama idolatra. Catástrofes
ocorrerão no mundo inteiro apenas por causa do desmatamento insensato e
porque não se limitou o uso de veículos motorizados e a poluição causada por
gases industriais. Ter erigido o lucro em valor supremo fará a humanidade
enfrentar uma verdadeira prova de fogo nas próximas décadas. Resta saber
como se mobilizará para sobreviver a essa crise. Poderá manter a democracia
liberal, com seu espírito competitivo que, certamente, seria um obstáculo a
mais nos esforços para minimizarem-se as perdas, o que implicaria repartir os
sacrifícios com equanimidade. Tudo leva a crer que as nações e pessoas mais
ricas continuariam privilegiadas na tormenta como o são na calmaria. Poderá
recorrer a modelos autoritários próximos do fascismo e do comunismo, que se
justificariam pela situação de emergência. Ou poderá se direcionar para novas
formas de colaboração e apoio solidário, a partir da organização autônoma dos
cidadãos. O certo é que os marcantes avanços científicos e tecnológicos do final
do século passado não levaram ao admirável mundo novo que Fukuyama
antevia, longe disso. E, até que chegue a bom termo sua busca da felicidade, os
homens continuarão testando modelos econômicos e formas de governo. A
História continua. Quanto ao fim da opinião pública que Caio Túlio anuncia, é
uma tese que padece do mesmíssimo defeito: flagra apenas um momento, mas
o dá como definitivo. Ele enumera quatro razões para a morte da opinião
pública: - A avalanche de votos com que Richard Nixon se reelegeu nos EUA,
quando o Caso Watergate já estava sendo amplamente noticiado; - A reeleição
de George W. Bush, quando as ilegalidades na invasão do Iraque eram
fartamente cobertas pela mídia; - A reeleição do presidente Lula no Brasil,
apesar do mar de lama exalar sua pestilência por todas as tevês, rádios,
revistas e jornais; - E a impotência dos formadores de opinião brasileiros, que
viajam de avião, em conseguirem que os administradores da crise aeroportuária
resolvam o problema. A primeira razão é o chamado palpite infeliz: a mídia e a
opinião pública mostraram sua vitalidade ao forçarem a renúncia de Nixon logo
em seguida. Além disto, EUA e Brasil não são o termômetro do mundo. Nesses
dois países, realmente, constata-se uma perda de influência dos formadores de
opinião na década atual. O conservadorismo dos estadunidenses que vivem fora
dos grandes centros urbanos e têm a cabeça feita pela direita evangélica cristã,
a nova maioria silenciosa, parece pesar mais do que a minoria estridente de
Nova York. E, entre nós, o apoio maciço a Lula por parte da clientela do
assistencialismo, naqueles grotões em que o pagamento do Bolsa Família
provoca filas de virar quarteirão, levou alguns analistas a inferirem que o povão
estaria agora imune à influência da classe média intelectualizada. Mas os casos
dos EUA e do Brasil são insuficientes para lastrear a conclusão de ordem geral
que Caio Túlio derivou: a de que a opinião pública morreu em decorrência do
excesso de informação, com o cidadão comum não conseguindo mais formar
um quadro completo da realidade. Convenientemente, ele omitiu a Europa, cuja
realidade não se encaixa bem na sua racionália. E igualou países tão
heterogêneos como os EUA (em que os cidadãos parecem julgar desnecessário
intervir num sistema que funciona a contento) e o Brasil (em que os cidadãos
não se crêem capazes de fazerem melhorar um sistema que absolutamente não
funciona). E, como é ao público brasileiro que Caio Túlio se dirige, sua tese
acaba sendo nociva, já que estimula a aceitação resignada de um estado de
coisas que precisa, isto sim, ser mudado. Um país cujos cidadãos não têm
ideais nem ânimo para lutar por melhoras tende a decair cada vez mais.
6. Referências.
A Tribuna Digital. Praias do litoral de SP correm risco de desaparecer, 2006.
Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 12/06/07, 20:00:25.
Citações: Célia Regina de Gouveia Souza / Maria Furlan Oberg / Paulo Canedo.
Brasil online. Preocupação com aquecimento global está aumentando, 2007.
Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em:26/06/07, 17:55:30.
Cerri, P. Aquecimento global, uma questão social, 2007. Disponível em:
www.globoonline.com.br. Acesso em: 13/06/07, 19:30:21.
Church, J. Riscos do antártico pode estar aumentando, 2007. Disponível
em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 14/06/07, 17:45:39. Citações:
John Hunter / Van Ommen / Steve Rintoul
Gomes, V. Falta de consciência contribuem para a invasão marítima, 2007.
Disponível em: <www.jornaldaorla.com.br>. Acesso em: 11/06/07, 17:30:27.
Citações: Eduardo Lustoza / Ricardo Pérsio / Gilberto Berzin
Jansen, R. Elevação do nível do mar traz risco maior para a Baixada, 2007.
Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 10/06/07, 20:00:39.
Lugaretti, C. A opinião publica morreu, 2007. Disponível em:
<www.gloonline.com.br>. Acesso em: 26/06/07, 18:03:20. Citações: Fukuyama
/ Caio Túlio.
Santana, E. Pesquisa indica que aquecimento global pode provocar ondas
gigantes em Santos, 2007. Disponível em: <www.agenciabrasil.com.br>.
Acesso em: 13/06/07, 19:15:32. Citações: Emilia Arasaki.
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