UNAERP – UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – CAMPUS GUARUJÁ. A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO GLOBAL NAS AREAS LITORÂNEAS Christiano Paschoalino Merlin Discente – Curso de Administração com habilitação em comércio exterior. Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá. [email protected] Este Simpósio Tem o Apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee. Seção 1. 1. Introdução. Conforme Brasil online (2007), preocupações com o aquecimento global elevaram-se ao redor do mundo neste ano e muitas pessoas querem que os governos ajam para deter as mudanças de clima, mostrou uma pesquisa nesta terça-feira. A divulgação do relatório coincide com o Dia Mundial do Meio Ambiente. Dezesseis por cento de mais de 26 mil usuários da Internet em 47 países entrevistados em março disseram que a mudança de clima é uma "grande preocupação", de acordo com um relatório da Nielsen Company e da Universidade de Oxford. Em outubro, uma pesquisa indicou que apenas 7 por cento tinham tal preocupação. "Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo geraram uma preocupação maior", disse à Reuters Max Boycoff do Centro de Meio Ambiente da universidade. Segundo ele, relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) culpando emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis pelo aquecimento que poderá levar a mais ondas de calor, desertificação, enchentes e aumento dos níveis do mar aparentemente provocaram temor entre as pessoas. A maior cobertura da imprensa também teria contribuído para isso. Na pesquisa, 40 por cento daqueles que expressaram preocupação com o aquecimento querem que os governos restrinjam as emissões dos gases do efeito estufa por empresas e querem também mais investimentos em carros menos poluentes e energia renovável. O G8 (grupo dos países mais industrializados do mundo) vai se encontrar na Alemanha para uma cúpula entre os dias 6 e 8 de junho, e o tema das mudanças climáticas terá destaque na agenda do evento. 2. Objetivos. Estudar métodos e ações utilizadas nos demais países, de como conscientizar a população litorânea do possível desastre ambiental, que poderá acarretar um caos econômico. Identificar quais os agentes causadores desse problema, pois está envolvido com uma causa social, que é associada ao crescimento urbano desordenado e ao grande volume de esgoto lançado direta e indiretamente nos rios. 3. Justificativa. A utilidade deste estudo poderá servir como base na utilização de como conscientizar a população litorânea que o aquecimento global influencia o derretimento das geleiras e conseqüentemente no aumento do nível do mar, com isso as cidades litorâneas estão sofrendo um impacto negativo na parte turística, onde, as mesmas acabam tendo sua economia afetada, é possível perceber que as faixas de areia estão sumindo devido ao crescimento da maré, com isso, os turistas acabam indo a procura de novos espaços, até mesmo indo para outras cidades, conseqüentemente prejudicando a economia para as próprias cidades. O fluxo econômico cresce nas temporadas de verão, onde o grande número de turistas procura as praias do litoral, se hospedam nas cidades dos litorais brasileiros, mas aos poucos esse fator não esta sendo positivo, esse é um problema, seriam no entanto, falta conscientização da população 4. Aquecimento global pode provocar ondas gigantes em Santos. Conforme Santana (2007), a elevação do nível do mar ocasionada pelo aquecimento global pode provocar, até o fim deste século, um desastre na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. A cidade poderá ser atingida por ondas gigantes, mostra um dos estudos brasileiros sobre as mudanças climáticas e seus efeitos sobre a biodiversidade divulgados hoje pelo Ministério do Meio Ambiente. O estudo desenvolvido em parceria entre a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) e a Universidade de São Paulo (USP) simulou aumento do nível do mar em 1,5 metro na baía e no estuário de Santos e São Vicente, em São Paulo, e revela que, se essa elevação ocorresse de fato, os impactos seriam desastrosos em toda a região. Conforme Arasaki (2007), uma das autoras do estudo, caso essas previsões se confirmem, ocorrerá o mesmo que aconteceu em abril de 2005, na Baía de Santos, quando a cidade foi tomada por ondas gigantes. “Foi o evento meteorológico que coincidiu com a elevação da maré acima de 1 metro com ventos, que gerou ondas de 4 metros na baía de Santos", diz ela. "Houve essa invasão com inundação na área dos prédios e a destruição de toda faixa da ponta da praia. Por isso, a gente pode ter uma idéia de como pode ser o cenário se houver essa elevação.”A intensificação do processo de erosão e redução das faixas de areais das praias, a inundação de mangues e o desaparecimento de moluscos, crustáceos e minhocas marinhas que habitam o litoral seriam as principais conseqüências da invasão do mar, segundo a pesquisadora. Essa situação é apontada por ela como possível de acontecer em 2100. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores construíram uma maquete de 750 metros quadrados que reproduziu as mesmas condições físicas da região, como a simulação de marés altas e baixas. “Através desse modelo foi possível ver a velocidade das ondas. Ela ( a maquete) tem a capacidade de simular ondas e marés e medir a variação do nível da água”, disse pesquisadora. De acordo com a pesquisadora, no ensaio sobre a erosão das praias, o resultado apontou que as de menor largura serão as mais atingidas. Entre elas estão a praia das Pitangueiras, no Guarujá, a dos Milionários, na região de São Vicente e a da Ponta da Praia, em Santos.Já a redução das faixas de areia, que poderá ocorrer caso o nível do mar suba 1,5 metro, afetará a distribuição da fauna que existe nesses locais. “Se não for possível o deslocamento das espécies que habitam essa zona, elas vão desaparecer”, alerta Arasaki. A pesquisadora recomenda dar continuidade aos estudos que estão sendo produzidos, levando em conta características locais como a influência dos ventos na região. Além disse, ela sugere a implantação de políticas públicas para monitorar a elevação do nível do mar. “É importante considerar a velocidade dessa elevação, a circulação da água, a própria ação dos ventos como a gente já destacou e acompanhar esses processo erosivos." 4.1 Falta de consciência contribuem para a invasão marítima. Conforme Lustoza (2007), engenheiro ambiental, uma das causas é o assoreamento (acúmulo de areia no fundo do mar) do estuário de São Vicente. "Com a sedimentação, que se acumula no canal de vicentino e no porto de Santos, o nível do mar aumenta", explica o engenheiro ambientalista. Este fenômeno é agravado, por incrível que pareça, devido ao desmatamento da mata ciliar dos rios que deságuam na bacia hidrográfica de São Vicente e Santos. Este fato é visível em trechos das margens do rio Branco, que está assoreado. Nesta condição, as águas do rio correm com maior velocidade, arrastando grande volume de areia e matéria orgânica para os arredores da pontes dos Barreiros e Mar Pequeno, praias e do porto de Santos. Este problema não é, apenas, ambiental. Trata-se de uma enorme causa social, que é associada ao crescimento urbano desordenado e ao grande volume de esgoto lançado direta e indiretamente no rio Branco e em outros rios da região. Isso acontece por causa da falta de coleta de lixo e de saneamento básico no entorno destas importantes artérias hidrográficas. Em Praia Grande e na área continental de São Vicente, por exemplo, há locais onde todo esgoto é despejado em fossas negras ou a céu aberto. "Quando chove, todo o lixo e sedimentação são levados aos rios e, consecutivamente, à baía de São Vicente. A solução para este problema é a implantação de saneamento em toda a região, a coleta de lixo e a recuperação da mata ciliar, além de impedir novas invasões de comunidades ribeirinhas", ressalta. O engenheiro trata estes assuntos dentro do projeto Salva Selva, em parceria com a Universidade Santa Cecília (Unisanta), Sociedade Ecológica Brasileira e com patrocínio da Petrobras. Conforme Lustoza (2007), o rio Branco não é o único que apresenta esta situação. Os rios Cubatão, Casqueiro, Mariana, Piaçabuçu, entre outros que compõem o complexo do estuário de São Vicente, também possuem parte da responsabilidade do possível assoreamento da baía de São Vicente e do Porto de Santos. Conforme Pérsio (2007), presidente da Sociedade Brasileira de Defesa do Meio Ambiente e advogado, as áreas ribeirinhas são áreas de marinha, patrimônio da União. Por isso, não podem ser utilizadas como território urbano. Devem ser destinadas unicamente à mata ciliar. Ele acrescenta que, por questões políticas e sociais, o governo, muitas vezes, fecha os olhos para as invasões dessas áreas; e desconsidera o efeito colateral e irreversível causado por essas construções à beira-rio. Em defesa das margens, lutar contra a poluição do rio Branco é a principal meta do projeto Salva Selva, dirigido pelo engenheiro ambiental Eduardo Lustoza. "Iremos resgatar a vida do rio", enfatiza. Para isso, o projeto monitora as margens do rio Branco, com intuito de preservá-las. A primeira parceria do Salva Selva foi com a Sociedade Ecológica Brasileira. Depois, se uniram à Associação de Engenheiros, Universidade Santa Cecília (curso de Biologia), Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), Sociedade Brasileira de Defesa do Meio Ambiente e o Instituto Ecoar. O projeto recebe, ainda, o patrocínio da Petrobras e o apoio da Polícia Militar Ambiental. 4.2 Fluxo da maré bloqueado. Conforme Berzin (2007), as correntes marítimas vêm da Ponta da Praia (em Santos), passam pelo Itararé e chegam à praia do Gonzaguinha. Junto às correntes, sedimentos também são lançados. No entanto, com a intervenção urbana, a areia não chega à praia do Gonzaguinha. Ela fica retida e acumula-se justamente no trecho da obra de 1945. Isso ocasionou o aumento da faixa de areia no final da praia do Itararé e a invasão das águas no Gonzaguinha. Uma pequena parte dos sedimentos, que ainda consegue passar pela estreita passagem, fica retida na Garganta do Diabo. "Então, as águas chegam ao Gonzaguinha, porém com pouco volume de areia", explica Berzin. Para reverter a situação de avanço do mar, a solução não é, apenas, colocar pedras na extensão da praia. "Uma das soluções é liberar a passagem do mar. Para isso, uma das alternativas seria a construção de uma ponte que ligue a ilha Porchat à ilha de São Vicente. O problema é que há um clube bem no trecho da ligação das ilhas", explica. O Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas (NPH) realizou simulações das correntes oceânicas com e sem a ligação da ilha Porchat à de São Vicente. "Por meio do modelo, constata-se perfeitamente o fato", assegura Berzin. O especialista diz, ainda, que a Unisanta, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) formaram um grupo de trabalho que está apresentando uma proposta de estudo de toda circulação de sedimentos do estuário e o Gonzaguinha está incluído nele. Porém, o coordenador do NPH diz que as universidades não possuem recursos para sustentar o projeto. Ele acrescenta que a reversão deste fato tornou-se uma necessidade, "pois todos os dias saem matérias sobre o aumento do nível do mar". 4.3 Avanços das águas. Conforme Berzin (2007), coordenador do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas (NPH) da Unisanta, esse volume não é muito significante para Santos. De acordo com a ONU, estima-se que, em 2100, o nível do mar aumentará cerca de um metro de altura. Com esse acréscimo, a cidade perderá cerca de 30 ou 40 metros de sua faixa de areia. "Na ponta da praia, futuramente, terão que fazer barreiras mais fortes para proteger a área urbana contra os avanços das marés", prevê. "Porém, se nenhuma providência for tomada, em 50 ou 60 anos, a praia do Gonzaguinha sofrerá graves conseqüências com o avanço das águas", alerta. 4.4 Em busca de parceiros. Conforme Prefeitura de São Vicente (2007), a prefeitura busca parceiros e recursos para viabilizar um estudo científico. Levantamentos preliminares, realizados junto a técnicos e institutos, indicaram que um trabalho de verificação do nível do mar na Baía de São Vicente —ao longo de determinado período consumiria recursos elevados que o município não dispõe. A Prefeitura já fez um pedido de ajuda ao governo federal, à Universidade de São Paulo (USP) e aguarda um retorno, para viabilizar recursos que permitam a realização de um estudo, para pontar, de maneira científica e responsável, o que está, de fato, acontecendo. 4.5 Aquecimento global, uma questão social. Conforme Cerri (2007), os últimos estudos sobre aquecimento global mostram a influência humana no efeito estufa deixando claro que essa é, hoje, uma questão social de grande interesse da humanidade. O município do Rio de Janeiro, como um dos principais do Brasil, não poderia deixar de preocupar-se com um assunto tão relevante e sobre a sua repercussão na qualidade de vida da população e na economia da cidade. As mudanças globais, de acordo com os estudos apresentados este ano pelo painel Inter-governamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, são de grande impacto. Entre elas, pode-se citar a previsão de elevação do nível dos oceanos em até 59 cm de altura, nesse século, e o aumento da temperatura que tornará inviável a vida em alguns locais desse planeta. Os estudiosos do assunto garantem que as alterações climáticas poderão ser ainda mais graves do que as apresentadas nesse estudo. A expectativa é de que o novo estudo a ser divulgado em outubro próximo traga dados mais completos e alarmantes. Essas ameaças chegariam até o Brasil de diversas formas, com cidades litorâneas sendo bem atingidas pela elevação do nível do mar e com grande parte da Amazônia se transformando em cerrado. As mudanças globais em relação aos efeitos regionais precisam ser mais detalhadas. Pode-se dizer que do jeito em que está não vai dar para continuar. A grande saída é agir de forma diferente, modificando o ambiente e criando novos hábitos e novas tecnologias. É preciso ter uma nova forma de economia. Uma economia onde as empresas busquem um desenvolvimento sustentável que possibilite um crescimento e uma qualidade de vida melhor. Não é só substituir combustíveis fósseis por outro mais limpos como o etanol. É ir além. É crescer de forma sustentável e limpa com ações em todos os setores, porque o Brasil e o Rio de Janeiro têm um papel muito grande nas discussões ambientais. Não foi sem motivo que em 1992 o município foi sede da Rio-92, liderando um evento ambiental de grande porte. Tal fato deverá ocorrer de novo esse ano quando a cidade irá sediar, em outubro próximo, a reunião de divulgação do quarto relatório do painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas que tratará de medidas de mitigação dos efeitos negativos das mudanças do clima global. Reduzir o impacto das mudanças ambiental nas áreas sociais, econômicas e ambientais é um dever de todos nós. Não devemos esperar mais para agir. É preciso incentivar um consumo consciente e não depredador. É preciso abandonar esse modelo de desenvolvimento injusto que se tem praticado nos últimos anos. A política sobre os impactos das mudanças do clima do Brasil deve ser do estado e não dos governos. É algo que precisa se pensar por vários e vários anos. E para que isso se torne uma realidade, na agenda global de governança e políticas ambientais é preciso ter uma ação mais pró-ativa e mais estratégica. É esse debate que queremos travar na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, recolhendo as expectativas e sugestões da sociedade e da comunidade científica num esforço conjunto para a adoção de políticas públicas voltadas para o enfrentamento permanente dos efeitos do fenômeno ambiental. 4.6. Riscos de derretimento das calotas polares. A elevação do nível dos mares e o derretimento das calotas polares estão nos limites máximos das projeções, já causando dificuldades incontornáveis em vários assentamentos humanos, disseram importantes cientistas ao analisarem novos dados de satélites. Em fevereiro, o relatório de uma comissão climática da ONU estimou em 18-59 centímetros a elevação dos mares neste século, com um aumento de temperaturas na faixa de 1,8C a 4C. Conforme Church (2007), oceanógrafo australiano, "As observações estão no limite muito superior das projeções". Passado esse limite, partes da Antártida e da Groenlândia se aproximariam de um degelo virtualmente irreversível, o que faria o nível do mar subir vários metros em todo o mundo, disse ele. Em 2002, parte da banquisa de Larsen se rompeu na Antártida, criando um iceberg do tamanho de Luxemburgo, com 500 bilhões de toneladas. Isso não se repetiu desde então, mas o aquecimento da península Antártica é o mais acelerado em todo o planeta, e as geleiras recusam fortemente. "Houve cenários apocalípticos de que o oeste da Antártida poderia desabar bem rapidamente," diz Tas van Ommen, glaciologista da Divisão Antártica Australiana, em Hobart. Tal apocalipse não ocorreu, mas mesmo no leste da Antártida, que é isolado do aquecimento global pelo frio extremo e pelas altitudes elevadas, novos dados mostram que a altura da geleira de Tottenham, perto da base australiana de Casey, diminuiu dez metros nos últimos 16 anos. Os cientistas dizem que o gigantesco recuo da geleira da ilha Heard, mil quilômetros ao norte da Antártida, é um exemplo de como áreas periféricas da região polar estão derretendo. Além disso, o rompimento do gelo cria icebergs que também abrem trilhas que aceleram o fluxo das geleiras para o mar. Church lembrou que os mares eram 4-6 metros mais elevados há 100 mil anos, quando as temperaturas estavam nos níveis esperados para o final deste século. Conforme Omnem (2007), os fluxos dinâmicos de gelo podem acrescentar mais 25 por cento à estimativa de aumento dos mares feita pela comissão da ONU. Conforme Hunter (2007), cientista australiano, que estuda a história do nível dos mares, as comunidades litorâneas a erguerem diques para conter as marés do futuro. "(Mas) há muitos lugares onde não dá para fazer isso e onde será preciso se acomodar às inundações", afirmou. Isso já acontece no sul da Inglaterra, onde as autoridades não conseguiram proteger todas as áreas do avanço do mar. Conforme Rintoul (2007), cientista, também do governo australiano, cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo vivem a menos de um metro de altitude sobre o nível do mar. "Esses 100 milhões de pessoas terão de ir para outro lugar", afirmou. Cada metro a mais no nível do mar provoca um recuo de cerca de cem metros na linha das praias, e cada tempestade torna as regiões mais propensas à erosão.Conforme Hunter (2007), "Não dá para dizer que vamos simplesmente erguer diques". 4.7 Praias do litoral de São Paulo correm risco de desaparecer. Conforme A Tribuna Digital (2006), a ação do homem e causas naturais vêm acelerando a subida do nível do mar no litoral paulista. Com isso, pelo menos 20 praias correm o risco de desaparecer nos próximos anos. Conforme Souza (2006), pesquisadora do Instituto Geológico de São Paulo, vem monitorando os 600 quilômetros da costa do Estado há 22 anos e aponta situações críticas tanto no sul quanto na parte norte da costa paulista. Em Santos, o estudo mostra que a erosão observada inicialmente na Ponta da Praia está migrando em direção à Praia da Aparecida. Estudos apontam ainda que o nível do mar subiu 30 centímetros no Litoral Paulista no século passado, contra uma média de dez centímetros no mesmo período no resto do mundo. Os dados são do Instituto Oceanográfico da USP, que mantém marégrafos em vários pontos da costa do Estado. Consultora do Ibama e responsável por laudos que nortearam a ação de diversas prefeituras nas últimas décadas, Célia Regina aponta causas naturais para o fenômeno. Segundo a geóloga, a terra ainda vive um período 'pós-glacial' desde a última glaciação, há 17 mil anos, quando as praias avançaram cerca de 130 quilômetros mar adentro, ela salienta que esse aquecimento natural do planeta está sendo acelerado pelo homem a partir da emissão de gases causadores do efeito estufa, o que acentua o derretimento de geleiras. Ninguém dá muita bola, mas a elevação do nível relativo do mar é crítica. Temos perspectivas de que, até o ano de 2100, esse nível suba até um metro em relação ao nível atual - alerta a pesquisadora científica do Instituto Geológico, órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Além de acelerar o aquecimento global, a ação do homem também seria responsável direto pela erosão que vem diminuindo, gradativamente, a faixa de areia em pelo menos 20 das 79 praias paulistas pesquisadas por Célia Regina. Quando o nível do mar sobe, o primeiro impacto é nas praias. O mar empurra a praia para dentro do continente e ela tenta se amoldar. Se essa praia tem condição de migrar, tem terreno lá para trás, ela vai tentar atingir o equilíbrio. Se ela não tem espaço acaba sumindo completa a geóloga. A retirada desordenada de areia pelas próprias prefeituras e construções impróprias em uma faixa conhecida pelos estudiosos como pós-praia potencializam ainda mais o avanço do mar em direção às avenidas à beira-mar, acentuando os prejuízos a cada ressaca. A maior parte das orlas está construída na área do jundu, vegetação que evita a erosão. O jundu evita que a areia invada as avenidas. Conforme Oberg (2006), chefe do ecritório Regional de Santos do Ibama, como essa vegetação foi retirada, a gente urbanizou errado. Formada pelo Instituto de Geociências da USP com mestrado em Oceanografia Geológica no Instituto Oceanográfico da USP e doutorado em Geologia Sedimentar no Instituto de Geociências da USP, Célia Regina alerta que as interferências promovidas pelo homem no ambiente costeiro, como o aterro de áreas e a construção no pós-praia, causam impactos previsíveis. A primeira função da praia é dissipar a energia, proteger o continente das ondas, quando você começa a interferir nessa praia ela vai ter problemas para funcionar direito - salienta a geóloga. 4.8 Elevação do nível do mar traz risco maior para a Baixada. Conforme Jansen (2007), a idéia da orla carioca submersa pelos mares revoltos de um mundo mais quente é tão cinematográfica quanto falsa. As praias podem ser de fato afetadas por um aumento do nível do oceano estimado em até 60 centímetros ao longo do século, mas a área mais vulnerável do Estado do Rio é a Baixada Fluminense, como revelam especialistas da Coppe que debatem nesta sexta-feira o tema no seminário Adaptação e Vulnerabilidade do Rio de Janeiro à Elevação do Nível do Mar pelo Aquecimento Global. E a solução mais viável pode ser o deslocamento da população. Conforme Canedo (2006), coordenador do laboratório de Hidrologia da Coppe, hoje, quando a maré sobe, a água salgada invade até 15 quilômetros do rio Sarapuí, quando chove a situação piora, porque o volume de água é maior. Com um cenário de aumento do nível do mar, a situação na Baixada vai se agravar mais, as enchentes na região serão mais freqüentes, e o número de casas atingidas, maior. A análise vale para outras regiões de baixada cortadas por rios, como Macaé e Campos dos Goitacazes, e, na cidade do Rio, áreas bem populosas, como Rio das Pedras. Soluções de engenharia para atenuar o problema existem, mas são caras, segundo Canedo, pois envolvem a construção de diques mais sofisticados e estações de bombeamento de água. A alternativa seria deslocar a população, transformando as regiões em áreas de alagamento. Acho que não se deve fazer diques como em Nova Orleans ? sustenta Paulo Cesar Rosman, especialista em engenharia oceânica e costeira da Coppe. - Porque se os diques se rompem, como aconteceu lá, cria-se uma catástrofe. Os cientistas trabalham não apenas com a elevação relativa do nível médio do mar, mas também com o aumento da freqüência das chamadas marés meteorológicas, ou seja, uma elevação temporária ainda maior do nível das águas em razão de grandes tempestades. Mesmo assim, sustenta Rosman, a imagem de construções da orla submersas é totalmente falsa. Em geral, as praias têm como absorver uma elevação média estimada em meio metro. Em alguns casos, como no Leblon e no arpoador, seria preciso aumentar a faixa de areia. A Barra, cuja praia é relativamente estreita e bastante longa, oferece o maior desafio. Ainda assim, garante, a proteção poderia ser feita sem grandes gastos ou dificuldades. 5. Conclusões. Conforme Lugaretti (2007), não só as injustiças e graves problemas sociais não param de aumentar desde 1989 como o aquecimento global coloca em xeque o primado da ganância e do consumismo sobre os interesses coletivos, característico do capitalismo globalizado que Fukuyama idolatra. Catástrofes ocorrerão no mundo inteiro apenas por causa do desmatamento insensato e porque não se limitou o uso de veículos motorizados e a poluição causada por gases industriais. Ter erigido o lucro em valor supremo fará a humanidade enfrentar uma verdadeira prova de fogo nas próximas décadas. Resta saber como se mobilizará para sobreviver a essa crise. Poderá manter a democracia liberal, com seu espírito competitivo que, certamente, seria um obstáculo a mais nos esforços para minimizarem-se as perdas, o que implicaria repartir os sacrifícios com equanimidade. Tudo leva a crer que as nações e pessoas mais ricas continuariam privilegiadas na tormenta como o são na calmaria. Poderá recorrer a modelos autoritários próximos do fascismo e do comunismo, que se justificariam pela situação de emergência. Ou poderá se direcionar para novas formas de colaboração e apoio solidário, a partir da organização autônoma dos cidadãos. O certo é que os marcantes avanços científicos e tecnológicos do final do século passado não levaram ao admirável mundo novo que Fukuyama antevia, longe disso. E, até que chegue a bom termo sua busca da felicidade, os homens continuarão testando modelos econômicos e formas de governo. A História continua. Quanto ao fim da opinião pública que Caio Túlio anuncia, é uma tese que padece do mesmíssimo defeito: flagra apenas um momento, mas o dá como definitivo. Ele enumera quatro razões para a morte da opinião pública: - A avalanche de votos com que Richard Nixon se reelegeu nos EUA, quando o Caso Watergate já estava sendo amplamente noticiado; - A reeleição de George W. Bush, quando as ilegalidades na invasão do Iraque eram fartamente cobertas pela mídia; - A reeleição do presidente Lula no Brasil, apesar do mar de lama exalar sua pestilência por todas as tevês, rádios, revistas e jornais; - E a impotência dos formadores de opinião brasileiros, que viajam de avião, em conseguirem que os administradores da crise aeroportuária resolvam o problema. A primeira razão é o chamado palpite infeliz: a mídia e a opinião pública mostraram sua vitalidade ao forçarem a renúncia de Nixon logo em seguida. Além disto, EUA e Brasil não são o termômetro do mundo. Nesses dois países, realmente, constata-se uma perda de influência dos formadores de opinião na década atual. O conservadorismo dos estadunidenses que vivem fora dos grandes centros urbanos e têm a cabeça feita pela direita evangélica cristã, a nova maioria silenciosa, parece pesar mais do que a minoria estridente de Nova York. E, entre nós, o apoio maciço a Lula por parte da clientela do assistencialismo, naqueles grotões em que o pagamento do Bolsa Família provoca filas de virar quarteirão, levou alguns analistas a inferirem que o povão estaria agora imune à influência da classe média intelectualizada. Mas os casos dos EUA e do Brasil são insuficientes para lastrear a conclusão de ordem geral que Caio Túlio derivou: a de que a opinião pública morreu em decorrência do excesso de informação, com o cidadão comum não conseguindo mais formar um quadro completo da realidade. Convenientemente, ele omitiu a Europa, cuja realidade não se encaixa bem na sua racionália. E igualou países tão heterogêneos como os EUA (em que os cidadãos parecem julgar desnecessário intervir num sistema que funciona a contento) e o Brasil (em que os cidadãos não se crêem capazes de fazerem melhorar um sistema que absolutamente não funciona). E, como é ao público brasileiro que Caio Túlio se dirige, sua tese acaba sendo nociva, já que estimula a aceitação resignada de um estado de coisas que precisa, isto sim, ser mudado. Um país cujos cidadãos não têm ideais nem ânimo para lutar por melhoras tende a decair cada vez mais. 6. Referências. A Tribuna Digital. Praias do litoral de SP correm risco de desaparecer, 2006. Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 12/06/07, 20:00:25. Citações: Célia Regina de Gouveia Souza / Maria Furlan Oberg / Paulo Canedo. Brasil online. Preocupação com aquecimento global está aumentando, 2007. Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em:26/06/07, 17:55:30. Cerri, P. Aquecimento global, uma questão social, 2007. Disponível em: www.globoonline.com.br. Acesso em: 13/06/07, 19:30:21. Church, J. Riscos do antártico pode estar aumentando, 2007. Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 14/06/07, 17:45:39. Citações: John Hunter / Van Ommen / Steve Rintoul Gomes, V. Falta de consciência contribuem para a invasão marítima, 2007. Disponível em: <www.jornaldaorla.com.br>. Acesso em: 11/06/07, 17:30:27. Citações: Eduardo Lustoza / Ricardo Pérsio / Gilberto Berzin Jansen, R. Elevação do nível do mar traz risco maior para a Baixada, 2007. Disponível em: <www.globoonline.com.br>. Acesso em: 10/06/07, 20:00:39. Lugaretti, C. A opinião publica morreu, 2007. Disponível em: <www.gloonline.com.br>. Acesso em: 26/06/07, 18:03:20. Citações: Fukuyama / Caio Túlio. Santana, E. Pesquisa indica que aquecimento global pode provocar ondas gigantes em Santos, 2007. Disponível em: <www.agenciabrasil.com.br>. Acesso em: 13/06/07, 19:15:32. Citações: Emilia Arasaki.