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1.
Quem é e o que faz o ícone
musical de nossa era: o DJ?
Quem é e o que faz o ícone musical
de nossa era: o DJ?
Nos dias de hoje, quando você pensa em um artista descolado e muito
poderoso, esse cara pode ser chamado de DJ. Ele, agora, tem a capacidade
de arrastar multidões e é o tipo de gente com uma ilimitada vontade de
pesquisar, selecionar e executar um determinado repertório de maneira
única, a cada vez que se apresenta, sempre buscando compreender aquele
exato momento da pista.
Mas a tecnologia nos permitiu dar vida a um segundo tipo de DJ, que
pesquisa e faz suas “misturas” e edições em seu estúdio, em seu quarto,
depois de longas horas de experimentações, e que a apresenta no formato
que hoje podemos chamar de Live - um outro tipo de abordagem, mas que
costuma gerar tanto impacto quanto a primeira.
Poderíamos comparar estes artistas contemporâneos com os, não menos venerados, chefs de cozinha, que
procuram os melhores temperos e ingredientes para criar uma mistura única, com cada elemento dessa
delicada alquimia em sua medida correta. O objetivo de um DJ? Conquistar a pista de dança e proporcionar a
aquelas pessoas uma experiência verdadeiramente inesquecível.
Enfim, o DJ é alguém capaz de, como ninguém, entender e materializar as emoções humanas. Podemos
também dizer que, em muitos dos casos, sua segunda função, e não menos importante, seja educar seu
público, levar novos estímulos musicais a eles.
2.
Mas como tudo
isso começou?
Mas como tudo isso começou?
Bem, quem realmente iniciou toda esta revolução foram os radialistas (os
primeiros DJs). Eles já possuíam total inf luência no que era ouvido em nossas
casas, nos shows de grandes bandas e nas pistas do mundo todo. É possível
dizer que sem o DJ de rádio aquele sucesso, daquela banda bacana, não teria
se tornado algo concreto, pois, na verdade, os gostos musicais são moldados,
moldados por estes caras fantásticos: os DJs.
3.
Quais as principais técnicas
utilizadas pelos DJs?
Quais as principais técnicas utilizadas
pelos DJs?
O segredo do DJ é misturar, por um determinado tempo, duas ou mais
músicas, por intermédio de diferentes técnicas e tecnologias, e fazer com
que a mistura de todas estas fontes sonoras soe como se apenas uma música
estivesse sendo tocada. As “misturas”, na maioria das vezes, são feitas para
que a música tenha uma continuidade, para que a pista nunca precise parar
de dançar, dando a sensação de que você está ouvindo uma única música,
que tocará por uma, duas ou por quantas horas o DJ quiser. Para que isso
seja possível, tecnicamente falando, o DJ poderá escolher uma das seguintes
composições ou uma mistura delas:
Exemplos de set-up:
1 – Um par de CD Players e um mixer
2 – Um par de toca-discos e um mixer
3 – Um computador acompanhado de uma ou várias plataformas controladoras
4 – Somente um computador com a programação previamente elaborada e sequenciada
Qual for a sua escolha, este conjunto de aparelhos deverá ser capaz de manipular duas ou mais fontes
sonoras.
Mas como a mágica é feita?
Para uma boa mixagem, as velocidades das faixas tocadas devem ser idênticas, isso, para que elas
permaneçam sincronizadas por um longo período de tempo. Como cada faixa tem uma velocidade
específica o DJ deverá alterar estas velocidades para que elas sejam coincidentes.
Esta velocidade é calculada e amostrada pelos equipamentos em BPMs (Batidas Por Minuto), mas a técnica
que utiliza os ouvidos como ferramenta não necessita necessariamente dos detectores de BPMs para ser
aplicada pelo DJ. A análise é feita somente por seus estímulos auditivos e, com a ajuda dos equipamentos
citados neste guia, é possível igualar as velocidades das faixas escolhidas. Inicialmente, esta técnica parece
relativamente fácil, mas requer um bocado de treino e persistência.
Um segunda forma de alinhar estas
velocidades é utilizar uma função que,
em geral, é chamada de auto-sync, a qual
detecta e sincroniza automaticamente
diversas fontes sonoras. Esta técnica é
amplamente usada por vários artistas para
economizar tempo e para que este mesmo
tempo possa ser utilizado para realizar várias
outras técnicas em palco.
Mas para que esta primeira técnica seja
executável ainda será necessário realizarmos
o que chamamos de sincronia, o que
significa sobrepor estas faixas para que
pareçam ser uma só. Para a sincronia,
também poderemos utilizar nossos ouvidos
para este “encaixe”, mas a execução, em si,
será realizada por nossas mãos e um algum
dos equipamentos já citados.
Como você já deve ter imaginado, o
auto-sync também poderá ser utilizado,
alternativamente, para esta função.
Após alinhar velocidades e realizar a sincronia, o que o DJ faz?
O segundo passo é realizar a mixagem, propriamente dita, sendo que os passos anteriores tiveram a função
de preparar o terreno para a mixagem.
Com as músicas escolhidas e suas respectivas velocidades ajustadas, a próxima exigência é encontrar o
melhor ponto para mixar a música que irá dar sequência ao repertório do DJ. Chamamos de “Live” a música
que já está sendo tocada para a pista e de “Cueing” a música que, neste momento, está sendo ajustada nos
fones de ouvido. Os fones, neste caso, servem de “esconderijo” para que tudo possa ser regulado antes
de sua apresentação, o que significa que somente o DJ terá acesso ao que está sendo executado neles.
Usualmente, o ponto de mixagem escolhido se encontra próximo ao final da música, quando ela fica um
pouco mais “crua”, com menos elementos musicais, sobrando, basicamente, a parte rítmica.
Dentro de uma estrutura musical própria,
contada em blocos específicos, o DJ lança
a próxima música, inicialmente somente
acessível pelos fones e que, neste exato
momento, sofrerá o ajuste de sincronia,
citado no capítulo anterior. Após esta
sincronia, ou sobreposição, é hora do DJ
mostrar ao mundo sua mixagem. Para isso,
no geral, ele irá alterar algumas frequências
e volumes da música que entra e da música
que sai para, aos poucos, realizar uma
transição que, na maioria das vezes, deve
soar invisível, imperceptível. Para exercer
estas tarefas o mixer (seja ele físico ou
virtual) será o equipamento escolhido, o
qual tem a função de misturar, equalizar,
processar efeitos, entre outras utilidades.
4.
Como escolher as músicas
que serão tocadas em pista?
Como escolher as músicas que serão
tocadas em pista?
Provavelmente, a pesquisa musical seja uma das tarefas mais difíceis para um
DJ. Ele passará dias e noites escolhendo e testando as melhores faixas para o
seu estilo de discotecagem. São várias as formas de pesquisa, dentre elas:
1 - Ouvir seus DJs favoritos em clubs, festivais, podcasts etc.
2 – Acompanhar os “charts” publicados em sites, revistas etc.
3 – Pesquisar nos atuais sites de compras de música eletrônica. Um bom
exemplo é o Beatport.
4 – Pesquisar em fóruns que gerem este tipo de discussão.
Mesmo após uma pesquisa intensa esta música tem a chance de não
funcionar na pista, pois poderá soar diferente em um grande sistema de som,
então, a prova real será tirada somente no palco.
5.
Que outras qualidades
deve ter um DJ?
Que outras qualidades deve ter um DJ?
Em pista, o DJ tem como missão observar a reação de todos que estão
apreciando sua música. Os olhares e corpos lhe dirão muito. Esta leitura fará
com que o DJ possa realizar sua próxima escolha musical. A construção
poderá ser feita de diversas maneiras, cabendo ao DJ selecionar a melhor
curva de repertório para a aquela noite. O DJ, por exemplo, pode querer
gerar ref lexão com determinada música. Em outros momentos, ele poderá
querer que todos dancem loucamente. Mas para o final do set a escolha
poderá ser trazer um clima de nostalgia para a pista, deixando o ar de “vou
sentir saudades deste momento e deste DJ”. Tudo depende das pessoas, do
lugar, do momento e da leitura que aquele DJ será capaz de realizar.
Uma boa comunicação corporal também poderá ajudar ao DJ a conquistar
sua pista. Não necessariamente ele precisará pular, gritar, subir em cima da
mesa. Significa que ele terá que agir conforme o raciocínio musical, escolhido
por ele mesmo, determina.
6.
Como um DJ e/ou Produtor
poderá se promover?
Como um DJ e/ou Produtor poderá
se promover?
Muitas são as maneiras, mas boas apresentações são os melhores cartões
de visitas, sem sombra de dúvidas. De toda forma, os DJs possuem várias
ferramentas para se promover. Uma boa página no Facebook, pontuada
por boas fotos e um bom conteúdo artístico é uma delas. Uma segunda
boa maneira de estar em evidência são os sets ou vídeos postados em
plataformas como SoundCloud ou Youtube. Mas a mais importante das dicas
é começar a produzir suas próprias músicas, seu próprio material. Uma
das vantagens, nesse caso, é se transformar em um artista único, com uma
musicalidade própria, sendo essa uma das exigências do mercado atual.
Mas o que significa ser um Produtor?
Este é o cara do momento. Produzir significa ser capaz de transformar uma ideia musical em algo
concreto, e que será consumida nas pistas e por outros artistas, os quais irão tocar aquele som. Mais
do que nunca, hoje é possível transformar rapidamente estas ideias em boa música. Os computadores
geraram uma revolução completa neste setor e tornou o processo muito democrático. Uma boa ideia,
softwares específicos, um computador e conhecimento na área são capazes de transformar um apaixonado
por música em um produtor promissor.
Quais são o softwares mais utilizados
por Produtores de música eletrônica?
São muitas as ferramentas virtuais atuais, sendo, provavelmente, o Ableton
Live, o Logic Pro e o FL Studio as plataformas mais disseminadas.
Cada uma delas possui características individuais, para propostas amadoras
ou profissionais. De forma geral, elas realizam tarefas muito parecidas, mas
com arquiteturas diferentes. De toda maneira, o elemento mais importante,
aqui, é a criatividade, pois grandes “hits” já foram gerados em plataformas
muito simples, mostrando, mais uma vez, que o teor artístico é o mais valioso
dos elementos em qualquer tipo de arte. As ferramentas são somente o meio
para que o artista possa moldar, lapidar e concretizar sua arte.
7.
Quais são os conselhos
para alguém que queira
ingressar nesta área,
mesmo que esta atividade
seja somente um hobby?
Quais são os conselhos para alguém que
queira ingressar nesta área, mesmo que esta
atividade seja somente um hobby?
Bem, para os amantes da música eletrônica somente o fato de poder se
divertir tocando para os amigos é algo que irá pagar qualquer tempo,
dinheiro ou energia investidos, afinal, qual é o motivo da vida senão ser feliz?
Já para aqueles que querem se profissionalizar é importante dizer que o
sucesso não acontece por acaso. Então, você precisará se dedicar de corpo
e alma, pois terá que conquistar seu espaço e domar esta fascinante arte.
Mas o resultado final é mais do que recompensador, pois ter a chance de
se expressar como DJ e/ou Produtor é ter a oportunidade de se comunicar,
musicalmente falando, de forma violentamente direta, com qualquer um que
aprecie esta música revolucionária, este protesto musical.
Por fim, é importante lembrar de tocar com o coração, e não com a mente.
Toque o que você realmente ama e tente desenvolver algo somente seu, uma
personalidade musical.
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