LITOGEOQUÍMICA DO BATÓLITO DE CATOLÉ DO ROCHA (RN-PB), PORÇÃO W DO DOMÍNIO RIO GRANDE DO NORTE DA PROVÍNCIA BORBOREMA Vladimir C. Medeiros1; Antônio C. Galindo2; Marcos Antônio L. Nascimento 1 1 2 CPRM-Serviço Geológico do Brasil (NANA-SUREG/RE), PPGG-DG-UFRN, [email protected]. RESUMO O Batólito de Catolé do Rocha, de idade ediacarana (571 Ma), está situado na porção oeste do Domínio Rio Grande do Norte da Província Borborema. É constituído por três fácies principais de caráter granítico: Alexandria, Brejo dos Santos e Maniçoba, ocorrendo ainda diques e/ou bolsões de microgranitos, e uma suíte máfica-intermediária de rochas diorítica. Diagramas de variação mostram que os dioritos não representam o magma parental dos granitos, nem que os microgranitos sejam produto dos líquidos residuais dos granitos porfiríticos. Por outro lado, as três fácies principais do batólito (sienogranitos porfiríticos) são cogenéticas e apresentam um trend único evolutivo no sentido Brejo dos Santos – Alexandria - Maniçoba. Al 2O3, CaO, TiO 2, Fe2O3(t) e MgO mostram correlação negativa sugerindo fracionamento dos máficos (anfibólio, titanita e biotita, principalmente), ocorrendo o mesmo para Na2O e K2O indicando fracionamento de feldspatos. Para os elementos traços verifica-se que Zr, Y, Sr, Ba e Nb são compatíveis (correlação negativa), enquanto que Rb é incompatível (correlação positiva). No contexto de séries/associações magmáticas vários diagramas mostram que: i) as rochas dioríticas são metaluminosas, enquanto que as rochas graníticas são meta a peraluminosas. As rochasperaluminosas são representadas pelos biotita-microgranitos e pelos granitos porfiríticos da Fácies Maniçoba (biotita sienogranito), ambas empobrecidas em CaO; ii) as rocha dioríticas mostram assinatura geoquímica similar à das rochas de associações shoshoníticas; iii) por sua vez, as rochas graníticas mostram uma geoquímica de séries transicionais entre alcalina a cálcio-alcalina recebendo na literatura várias denominações (subalcalina, cálcio-alcalina de alto potássio, álcalicálcica, transalcalina, etc). Fusão de rochas meta-ígneas de composição intermediária na base da crosta, é a mais provável fonte para o magma parental desses granitos. Em diagramas discriminantes de ambientes tectônicas, os granitos porfiríticos indicam ambiente orogênico colisional. Meso e microtexturas e geoquímica de elementos traços, sinalizam para o processo dominante de evolução por cristalização fracionada para o magma dessas rochas. Palavras chave: Batólito Catolé do Rocha, Domínio Rio Grande do Norte, Província Borborema, Litogeoquímica Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 26 Vladimir C. Medeiros et al. ABSTRACT In the western extremity of the Rio Grande do Norte Domain, (Borborema Province, northeastern Brazil) a granitic batholith named Catolé do Rocha (571 Ma) is constituted by three major facies: Alexandria, Brejo dos Santos and Maniçoba. Additionally, microgranite dykes and mafic-intermediate dioritic rocks can also be present. Variation diagrams suggest that the diorites do not represent the parental magma of the granites as well as the fine-grained granites are not product of the residual liquids of the porphyritic granites. On the other hand, the three main fácies of the batholith (porphyritic sienogranites) are interpreted as cogenetic once they exhibit a single evolutionary trend whose sense is Brejo dos Santos - Alexandria - Maniçoba. Al2O3, CaO, TiO 2, Fe2O3 and MgO show negative correlation suggesting fractionating of the mafic minerals (mainly amphibole, sphene and biotite). Similarly, Na 2O and K2O also indicate feldspars fractionating. The trace-elements Zr, Y, Sr, Ba and Nb are compatible (negative correlation), while Rb is incompatible (positive correlation). In the context of magmatic series/associations the several diagrams show that: i) the dioritic rocks are metaluminous (enriched in CaO), while the granitic rocks are meta- to peraluminous. The peraluminous rocks, the biotite microgranites and the biotite sienogranite of the Maniçoba's porphyritics facies are both depleted in CaO; ii) the dioritic and shoshonitic associations exhibit similar geochemistry signature; iii) the granitic rocks on their turn show a geochemistry signature transitional between alkaline and calc-alkaline series. In the literature there is not a consensus to define such behavior which is named differently as subalkaline, potassic calc-alkaline, alkali-calcic, transalkaline and so one. Melting of meta-igneous rocks (intermediate composition) is the more likely source for theses granites. The tectonic setting discriminate diagrams suggest that the porphyritic granites were formed in a collisional environment. Meso and microtextures coupled with trace elements geochemistry points to fractional crystallization as the main process during the evolution of the parental magma of these rocks. Keywords: Catolé do Rocha Pluton, Rio Grande do Norte Domain, Borborema Province, Geochemistry 27 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... INTRODUÇÃO O Batólito de Catolé do Rocha, de idade brasiliana/ediacarana (571 Ma, U-Pb em zircão), está situado na porção W do Domínio Rio Grande do Norte da Província Borborema. Ele é composto por um corpo principal com área aflorante de mais de 700 km2, e por três corpos menores (stocks) satélites (Brejo do Cruz-PB, Serra do Moleque-PB e Serra da Boa Vista-RN). Todo o conjunto é intrusivo em rochas paleoproterozóicas (Complexo Caicó e Suíte Poço da Cruz) do Domínio Rio Grande do Norte (Fig. 1). O corpo principal, objeto deste trabalho, é constituído por três fácies de caráter granítico e textura grossa/porfirítica: Alexandria, Brejo dos Santos e Maniçoba. Subordinadamente ocorrem diques e/ou bolsões de microgranitos e uma suíte máfica-intermediária de composição dominantemente diorítica. A Fácies Alexandria, dominante no batólito e compondo toda sua porção mais externa, compreende biotita sienogranitos porfiríticos, com anfibólio e titanita subordinados, e fenocristais de K-feldspato com até 3cm de tamanho segundo seu eixo maior. A Fácies Brejo dos Santos aflora na porção interna do corpo e constitui biotita-anfibólio sienogranitos a quartzo sienitos, de textura grossa a porfirítica. A Fácies Maniçoba ocorre com forma aproximadamente circular na porção extremo leste do batólito, e é constituída essencialmente por sienogranitos leucocrático grossos. Os microgranitos são rochas de textura dominantemente fina e de composição biotita sieno/monzogranítica, que cortam e/ou intrudem as fácies Alexandria e Brejo dos Santos. As rochas da suíte máfica-intermediária ocorrem principalmente como enclaves de tamanhos e formas diversas, Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 presentes nos granitos porfiríticos, mas localmente, como na área de afloramento da Fácies Maniçoba, podem constituir corpos isolados. Composicionalmente são dioritos e quartzo-dioritos, termos gabróicos são mais raros, com plagioclásio±Cpx±anfibólio±biotita como assembléia mineral dominante. LITOGEOQUÍMICA Os dados analíticos Efetuou-se um estudo litogeoquímico de 18 amostras representativas do Batólito Catolé do Rocha, obtidas pela CPRM-Serviço Geológico do Brasil (Medeiros et al. 2006). As composições em elementos maiores, traços e terras raras encontramse nas Tabelas 1 e 2. O ferro total é reportado como Fe2O3. Os dados analíticos de elementos maiores e menores foram determinados por ICPES, enquanto que os demais elementos traços e os terras raras foram obtidos por ICP-MS, ambos na ACME ANALÍTICA LABORATÓRIOS LTDA. A precisão analítica para os elementos maiores é inferior a 2%, podendo alcançar 10% para aqueles de baixas abundâncias (MnO, MgO e P2O5). Para os elementos traços, a precisão é superior a 5%, chegando a 10% para os elementos com concentrações menores que 30 ppm (Tabelas 1 e 2). Para a suíte máficaintermediária SiO2 varia entre 47,4 – 52,2%, TiO 2, Fe2O3, MgO e CaO são altos (valores acima de 2,0%, 11,0%, 3,0% e 5,0%, respectivamente), compatível com as proporções modais de sua paragênse máfica (clinopiroxênio, titanita, anfibólio e biotita), além do plagioclásio como félsico principal, e K2O é relativamente alto (entre 3,3 – 4,1%) refletindo princi28 Vladimir C. Medeiros et al. Figura 1: Mapa de localização (A) e geológico simplificado (B) do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). 29 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... palmente os altos valores modais de rochas ( > 8,0%), conhecidas na literatura regional como K-dioritos. Os microgranitos apresentam valores elevados para SiO2 e K2O (69,7 - 72,9% e 5,9 – 6,5%, respectivamente) face seus altos teores modais da paragênese félsica (quartzo > 25,0%, plagioclásio > 15,0% e K-feldspato > 25,0%), e são empobrecidos em TiO 2 < 0,4%), Fe2O3 < 3,6%), MgO (< 0,5%), e CaO (< 1,3%), face seus baixos teores de minerais máficos (M < 15,0%). Para os granitos porfiríticos observa-se enriquecimento em sílica e potássio, principalmente (SiO2 = 62,4 – 75,1% e K2O = 5,2 – 6,8%), refletindo a assembléia félsica (Kfeldspato+plagioclásio+quartzo > 75,0% modal), e empobrecimento em CaO, TiO 2 e MgO, principalmente (teores < 2,7%, 0,7% e 0,9%, respectivamente). Para todas as amostras analisadas o Na2O situa-se sempre na faixa de 3,0% (variação global entre 2,7 – 3,8%), indicando que o mesmo deve estar essencialmente no plagioclásio, cuja variação modal global está entre 15 – 35% nos granitos e entre 30 – 50% nos dioritos. O caráter potássico dessas rocha é denotado pela razões K2O/Na2O>1, observando-se um crescimento dessa razão no sentido: rochas da associação máficaintermediária (K2O/Na2O=1,1-1,2) --> granitos porfiríticos (K2O/Na2O=1,7 2,0) --> microgranitos(K2O/Na2O=1,92,3). Diagramas de Variação Foram construídos diagramas de variação tipo-Harker (Figs. 2 e 3) para elementos maiores, menores e traços. A Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 biotita presente nessas análise conjunta desses diagramas mostra que: i) para a suíte diorítica e os microgranitos a pouca quantidade de amostras analisadas não permite maiores considerações, entretanto é sugestivo que as rochas da suíte máficaintermediária (os dioritos e quartzodioritos) não representem o magma parental dos granitos, nem que os microgranitos sejam produto dos líquidos residuais dos granitos porfiríticos, haja vista, que seus teores de SiO2 são inferiores aos dos granitos porfiríticos da Fácies Maniçoba; ii) as três fácies do batólito, ambas de caráter “granitos porfiríticos” e composição sienogranítica, indicam serem cogenéticas, apresentando em todos os diagramas um trend único evolutivo no sentido “Fácies Brejo dos Santos --> Fácies Alexandria --> Fácies Maniçoba”; iii) os diagramas para Al2O3, CaO, TiO 2, Fe2O3, MgO e P2O5 mostram correlação negativa indicando cristalização precoce/fracionamento dos máficos (anfibólio, titanita e biotita, principalmente, além da apatita), o mesmo ocorrendo para Na2O e K2O, mas com relativo grau de dispersão, sugerindo também que os feldspatos (principalmente o plagioclásio) são fases de cristalização cedo, notadamente para composições de SiO2 > 65,0%. Com os elementos traços verifica-se que Zr, Y, Sr, Ba e Nb são compatíveis, apresentando forte correlação negativa (fracionamento dos máficos principais além de opacos/óxidos e zircão), enquanto que Rb é incompatível mostrando uma correlação positiva (fracionamento tardio do K-feldspato, principalmente). 30 Vladimir C. Medeiros et al. Tabela 1: Análises químicas para elemento s maiores, menores e traços do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). Tabela 2: Análises químicas de elementos terra s raras para as rochas do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). 31 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... Figura 2: Diagramas do tipo Harker, elementos maiores e menores, para as rochas do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 32 Vladimir C. Medeiros et al. Figura 3: Diagramas do tipo Harker, elementos traços, para as rochas do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). 33 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... Diagramas de ETR e MultiElementos O teor de terras raras (ETR) evidencia, também, diferenças significativas entre as rochas da suíte máfica-intermediária e as graníticas. Para as primeiras o teor médio é de 426,1ppm (S ETR = 398,5-470,4ppm), enquanto para as graníticas ficam acima de 600 ppm, exceto para os biotitasienogranitos porfiríticos da Fácies Maniçoba que apresenta os valores mais baixos (S ETR = 238,6-278,3, com média de 252,7ppm) (Tabela 2). A análise dos dados confirma ainda o trend evolutivo entre as três fácies porfiríticas do corpo principal do Batólito Catolé do Rocha, com o teor de ETR caindo no sentido “Fácies Brejo dos Santos (S ETR médio=718,2ppm) --> Fácies Alexandria (S ETR médio=639,1) --> Fácies Maniçoba (S ETR médio=252,7)”. Os padrões ETR (Figs. 4A, B, C), normalizados pelo condrito C1 de Evensen et al. (1978), também deixam claro estas diferenças. A associação máfica-intermediária mostra um padrão com inclinação negativa do La ao Lu (LaN/YbN=15,7-16,9), com fracionamento mais expressivo dos elementos terras raras leves-ETRL (La N/SmN=3,54,0) em relação aos elementos terras raras pesados-ETRP (Gd N/YbN=2,32,6), e praticamente sem anomalias do Eu, positiva ou negativa (Eu/Eu*=0,81,0). Por sua vez, os granitos porfiríticos mostram também uma inclinação negativa do La ao Lu, com padrões mais fracionados do que as rochas dioríticas (LaN/LuN=14,6-63,4) e com fracionamento mais expressivo dos ETRL em relação aos ETRP (LaN/SmN> 6 e GdN/YbN> 3). Estas rochas mostram ainda uma forte anomalia negativa de európio com razões Eu/Eu*<0,6. Já os microgranitos mostram padrões extremamente Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 similares aos granitos porfiríticos (razões LaN/YbN> 36, maior fracionamento dos ETRL em relação aos ETRP) diferindo dos mesmos apenas nos valores mais expressivos da anomalia negativa do európio, com razões Eu/Eu* da ordem de 0,3. Para os diagramas de multielementos (Figs. 4D, E, F) foram utilizados normalizadores segundo Thompson & Fowler (1986). Aqui observa-se também padrões diferentes para as rochas da associação máficaintermediária (dioríticas) e as rochas graníticas, porém em ambos os casos tem-se uma forte inclinação negativa que reflete fracionamento significativo em relação ao normalizador, menor nos dioritos do que nos granitos (razões RbN/YbN> 20 para as dioríticas, entre 30-90 para os granitos porfirítcos, e 5065 para os microgranitos). Os dioritos mostram anomalias negativas significativas para Th, Sr e Ti, e positivas para Rb e K. Já os granitos mostram anomalias negativas fortes para Sr, P (não observada nos dioritos) e Ti, e positivas para Th (que é negativo nos dioritos) e Nd. Os padrões para os granitos porfiríticos e os microgranitos são extremamente similares, havendo diferenças apenas no grau de enriquecimento em relação ao normalizador como já mostrando acima. Séries/Associações Magmáticas No contexto da aluminosidade o diagrama com os índices de Shand (Fig. 5) mostra que as rochas dioríticas são metaluminosas, o que é corroborado pela sua paragênese máfica principal (clinopiroxenio±anfibólio±biotita±titani ta) e seu enriquecimento em CaO (teores entre 5,5-6,5%). Já os granitos são transicionais entre metaluminosos (as fácies Brejo dos Santos e Alexandria do corpo principal, que são biotita ± anfibólio sienogranitos) e peralumi34 Vladimir C. Medeiros et al. nosos (a Fácies Maniçoba do corpo principal, e os microgranitos, que são essencialmente biotita sieno monzogranitos, e com CaO <1,2%). a Figura 4: Diagramas de elementos terras raras (fatores de normalização segundo Evensen et al. 1978), e diagramas multielementos (fatores de normalização segundo Thompson & Fowler 1986), para as rochas do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). R/C = Rocha/Condrito. 35 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... Figura 5: Diagramas com os índices de aluminosidade de Shand (campos segundo Maniar & Piccoli 1989), para as rochas do Batólito Catolé do Rocha (RN-PB). Em vários diagramas discriminantes de séries/associações magmáticas (Fig. 6) as rochas da associação máficaintermediária apresentam um comportamento transicional entre os de rochas de caráter subalcalino/alcalino, ou transalcalino, de caráter máfico, o que tem sido correlacionado por vários autores, no âmbito da Província Borborema, a rochas da associação shoshonítica (Leterrier et al. 1990, Galindo et al. 1995, Campos et al. 2000, entre outros). Por sua vez, as rochas graníticas (tanto os granitos porfiríticos quanto os microgranitos) mostram também uma geoquímica de caráter transicional entre as de rochas de associações cálcio-alcalina e alcalina (mais próxima desta última), com denominações variadas na literatura como: subalcalina, monzonítica, transalcalina, cálcio-alcalina de alto potássio, álcali-cálcica, ou ainda subalcalina potássica, a depender do diagrama utilizado. Este caráter é determinado principalmente pelos altos teores de potássio (K2O entre 5,2-6,8%) e baixos de cálcio (CaO usualmente menor do que 2,0%) nessas rochas. Fica bem marcado ainda o caráter “ferroan” Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 das mesmas com razões FeOT /(FeOT +MgO)>0,8 (Fig. 6F). Diagramas Discriminantes Ambientes Tectônicos de Diagramas geoquímicos utilizados para discriminação de ambientes tectônicas têm demonstrando problemas de eficácia para rochas graníticas proterozóicas no âmbito da Província Borborema, notadamente para rochas do tipo “granito porfirítico”. Em sendo assim, não fugindo a regra, a utilização dos mesmos para as rochas dominantes no batólito (os granitos porfiríticos), mostra ambigüidades, mas indicam pelo menos que estamos tratando com uma suíte de rochas de natureza orogênicas (corroborado com sua idade de 571 MA - Medeiros et al., 2007), com geoquímica compatível com granitóides de ambientes colisionais, como fica demonstrado nos diagramas “Y+Nb versus Rb” e multielementos (spidergrams) propostos por Pearce et al. (1984) e Pearce (1996), e “Zr versus Nb/Zr”, proposto Thiéblemont & Tégyey (1994) (Fig. 7). 36 Vladimir C. Medeiros et al. Figura 6: Diagramas discriminantes de séries/associações magmáticas. (A) Q-P Debon & Le Fort (1988), (B) R1-R2 segundo Pagel & Leterrier (1980), (C) TAS com trends de Lameyre (1987), (D) TAS com ca mpos segundo Middlemost (1997), (E) “Na2O+K2O-CaO” x “SiO2” de Frost et al. (2001), (F) “FeOtot/(FeOtot+MgO)” x “SiO”2 de Frost et al. (2001). 37 Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... DISCUSSÕES Os diagramas de variação do tipo Harker (Figs. 2 e 3) deixam claro a importância do fracionamento das fases máficas principais (anfibólio, biotita, titanita, e ainda epídoto e magnetita) na evolução dos magmas dos diversos litotipos do Batólito Catolé do Rocha. Da mesma forma mostram também que os feldspatos, notadamente o plagioclásio, fracionaram precocemente durante a evolução dos magmas graníticos. Os diagramas de ETR (Fig. 4) evidenciam a importância do fracionamento do plagioclásio (fortes anomalias negativas de Eu) e do zircão (forte fracionamento dos ETRP-terras raras pesados em relação aos ETRLterras raras leves, com razões La/Yb = 20 - 60, no geral), na evolução dos litotipos graníticos Para o caso das (fracionamento de plagioclásio e anfibólio), P (fracionamento de apatita) e Ti (fracionamento de titanita). Da mesma forma, o Nb é empobrecido (valores absolutos dominantemente menores do que 40 ppm, sugerindo uma contribuição principalmente de fonte crustal para os magmas dessas rochas. Os padrões para as rochas dioríticas diferem dos das graníticas por apresentarem razões RbN/YbN menores (valores entre 20 – 25), e anomalias positivas significativas de Rb e K, sugerindo pouco fracionamento de Kfeldspato e biotita. Há anomalias negativas para Th, Sr e Ti, implicando em fracionamento combinado de titanita, clinopiroxênio, plagioclásio e anfibólio. Ausência e/ou pequenas anomalias positivas para P e Zr implicam em ausência e/ou muito pouco fracionamento de zircão e apatita, corroborando a pouca proporção modal dessas fases minerais presentes nas rochas dioríticas. Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 rochas da associação máficaintermediária os padrões de ETR mostram fracionamento menos acentuado do ETRP em relação aos ETRL (razões LaN/YbN < 20) e praticamente ausência de anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* = 0,9 – 1,0), implicando na ausência e/ou pouco fracionamento de plagioclásio, e/ou no fracionamento combinado plagioclásio+anfibólio (hornblenda), e ainda muito pouco fracionamento de zircão Os diagramas de multielementos (Fig. 4) mostram para as rochas graníticas padrões extremamente similares, tal qual o observado para os ETR. Há uma inclinação negativa do Rb ao Yb, com razões RbN/YbN entre 30 – 90 para os granitos porfíriticos e 45 – 65 para os microgranitos, e fortes anomalias negativas para Sr O caráter metaluminoso das rochas dioríticas é compatível com sua mineralogia máfica (clinopiroxenio±anfibólio±biotita±titani ta) (Fig. 5). Os granitos mostram caráter transicional meta-peraluminoso, sendo que a tendência peraluminosa está presente apenas nas rochas de composição biotita granito (Fácies Maniçoba e os microgranitos). Este aspecto não implica na presença modal de fases aluminosas típica nessas rochas (muscovita, cordierita, granada etc), nem que os mesmos sejam típicos granitos-S, mas sim que é a deficiência em CaO nas mesmas (CaO < 1,2%) é quem causa esta tendência peraluminosa. Já o caráter transicional entre alcalino – cálcio-alcalino, com uma tendência mais próxima do alcalino, para as três associações/unidades presentes no batólito, é plenamente explicado principalmente pelos altos valores de K2O nessas rochas (proporções modais significativas de K38 Vladimir C. Medeiros et al. feldspato±biotita nos granitos - K 2O > 5,5%, e de biotita nos dioritos - K2O > 3,5%), haja vista que este óxido é usado na grande maioria de diagramas discriminantes de séries/associações magmáticas (Fig. 6). Por outro lado, as suítes graníticas do batólito (microgranitos e granitos porfiríticos) não são correlatas aos típicos granitos I, S e A dos autores da Austrália (vide figs. 6E e 6F), ainda que no geral mostrem mais características com os granitos tipo-I (caráter metaluminoso e paragênese máfica dominantes com anfibólio+biotita+titanita, entre outros aspectos), notadamente os tipos porfiríticos. Para as rochas da associação máfica/intermediária admite-se uma fonte mantélica (manto enriquecido) de prossível composição basáltica para o seu magma parental. Por outro lado, em que pese à íntima associação observada em campo entre as rochas dioríticas e as graníticas (processos de mingling e mixing), as principais características geoquímicas dos granitos porfiríticos (as rochas dominantes no batólito) apontam para uma fonte principalmente de natureza crustal (crosta inferior/base de crosta) já relativamente sub-saturada em H2O (anfibólio+biotita como máficos relativamente precoces e principais nessas rochas), para seu magma parental. Granitos similares descritos na literatura como “cálcioalcalinos de alto potássio” têm sua gênese a partir da fusão de rochas metaígneas de base de crosta tanto de composição andesítica ou tonalítica/granodiorítica, anfibolitizadas ou não, mas que no decorrer da evolução dos seus magmas podem em parte interagir com líquidos mantélicos (aqui representados pelos dioritos), porém não sendo este processo responsável pela formação de grandes massas batolíticas (Mariano 1989, 39 Mariano & Sial 1990, Roberts & Clemens 1993, Galindo 1993, Galindo et al. 1995, Neves & Vauchez 1995, Altherr et al. 2000, Guimarães et al. 2005, Brasilino et al. 2005). Considerando que as encaixantes principais do batólito são principalmente ortognaisses correlatos ao Complexo Caicó, e que neste complexo é comum a presença de rochas de composição tonalíticas a granodioríticas (Souza & Martin 1991, Souza et al. 1999), aí poderiam estar bons candidatos para a fonte dos magmas das rochas graníticas do Batólito Catolé do Rocha. O contexto de campo, a associação do Batólito Catolé do Rocha com zonas de cisalhamento transcorrente (mesmo que de menor expressão), a presença de fabrics magmáticos e tectônico, associados a feições miloníticas nos seus litotipos de borda, além de sua idade (571 Ma), deixam claro um ambiente orogênico para o pluton, mais provavelmente de natureza colisional, fato este que corroborado nos diagramas geoquímicos discriminantes de ambientes tectônicos (Fig. 7). Quanto aos processos magmáticos envolvidos na evolução dos granitos porfiríticos (as rochas dominantes e com dados químicos mais representativos), as mesotexturas (cumulatos e zonação de K-feldspatos) e microtexturas (zonação em feldspatos e allanita) observadas, juntamente com diagramas binários “Log de elemento incompatível x Log de elemento compatível” (Fig. 8), sinalizam para o processo dominante de evolução por cristalização fracionada para o magma parental dessas rochas. As condições de cristalização indicam ƒO2 moderada a elevada (presença da assembléia titanita+magnetita+quartzo em equilíbrio, como preconiza Wones Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... Figura 7: Discriminantes de ambientes tectônicos: (A) Pearce et al. (1984) e Pearce (1996); (B) Thiéblemont & Tégyey (1994); (C) e (D) Pearce et al. (1984). PC = Póscolisionais. Figura 8: Diagramas “Log incompatível (Rb) x Log compatível (Ba e Sr)” para as fácies principais do Batólito Catolé do Rocha. CF = cristalização fracionada; FP = fusão parcial. Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 40 Vladimir C. Medeiros et al. 1989, e de epídoto magmático tardio em relação a allanita) (Medeiros et al. 2007), pressão possivelmente entre 5,0 – 7,0 kbars, e temperaturas da ordem de 700OC, em analogia com valores encontrados para granitóides similares do Domínio Rio Grande do Norte (Galindo et al. 1995, 2000, 2005, Antunes et al. 2000, Nascimento et al. 2001). Levando em conta que o zircão é a fase mais precoce de cristalização nestas rochas (Medeiros et al. 2007) e utilizando-se o geotermômetro de saturação em Zr (Watson 1987), chegase a temperaturas da ordem de 900800OC (valores diminuindo no sentido Fácies Brejo dos Santos-média de 920OC --> Fácies Alexandria-média de 890OC --> Fácies Maniçoba-média de 800OC), temperaturas estas interpretadas como a do liquidus para o magma granítico. CONCLUSÕES Com base no conjunto de dados aqui apresentados e discutidos para as rochas do Batólito Catolé do Rocha pode-se chegar então às seguintes conclusões: i) Os vários diagramas geoquímicos aqui utilizados deixam claro que as rochas dioríticas não são comagmáticas as graníticas, e nem os microgranitos representam magmas residuais dos granitos porfiríticos; ii) As três fácies principais do batólito (compostas por sienogranitos porfiríticos) indicam serem co-magmáticas, com a diferenciação dando-se no sentido “Fácies Brejo dos Santos --> Fácies Alexandria --> Fácies Maniçoba”; iii)Tanto as rochas dioríticas quanto as graníticas não são 41 afiliadas a típicas associações alcalina ou cálcio-alcalina, e mostram uma geoquímica de caráter transicional entre estas duas séries, com denominações diversas na literatura (subalcalina normal ou potássica, transalcailina, monzonítica, álcali-cálcica entre outras); iv) Diagramas geoquímicos discriminantes de ambientes tectônicos deixam claro que as sequências litológicas do Batólito de Catolé do Rocha são de natureza orogênica, posivelmente relacionadas a ambientes colisionais continetais, o que é corroborado pelos dados de campo e sua idade U-Pb de 571 Ma; v) Aspectos meso e microtexturais, associados a geoquímica de elementos traços, indicam que cristalização fracionada foi o processo dominante na evolução do magma das fácies principais do batólito (os granitos porfiríticos); vi) Uma fonte mantélica (manto anômalo) é postulada para o magma parental das rochas da suíte máfica-intermediária. Por sua vez, para as rochas graníticas admite-se uma fonte dominantemente crustal (base de crosta) para os seus magmas, ainda que processos de mistura com as rochas dioríticas observados em campo deixem em aberto a possibilidade de uma subordinada contribuição mantélica. Estudos Geológicos, v. 18(1), 2008 Litogeoquímica do Batólito de Catolé Do Rocha (Rn-Pb)... REFERÊNCIAS Altherr, R., Holl, A., Hegner, E., Langer, C., Kreuzer, H. 2000. Highpotassium, calc-alkaline I-type plutonism in the European Variscides: northern Vosges (France) and northern Schwarzwald (Germany). Lithos, 50:51-73. Antunes, A.F., Galindo, A.C., Alves da Silva, F.C., Jardim de Sá, E.F., Lima, R.F.S. 2000. Magmatismo granítico de afinidade subalcalina/monzonítica no Maciço São José do Campestre, Província Borborema (NE do Brasil): o exemplo do plúton Monte das Gameleiras. Geochimica Brasiliensis, 14:51-69. Brasilino, R.G., Sial, A.N., Ferreira, V.P., Weinberg, R.F. 2005. 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