Química Orgânica Josana de Mello Dantas 2011 Critérios de Avaliação • Provas P1(Micro) e P2(Avaliação) • Trabalhos • MP= P1*0.2 + P2*0.6 • MT= [(T1+T2+...+Tn)/n] *0.2 • Média Final: MF = MP + MT Conceitos Iniciais Acidez e Basicidade em Química Orgânica Teoria de Ácidos e Bases de Lewis Ácidos: Moléculas receptoras de um par de elétrons Bases: Moléculas que doam um par de elétrons Neste processo há a formação de ligações covalentes. Exemplos Carbocátions e Carbânions Representação de Setas Curvas As Setas devem começar com uma ligação covalente ou par de elétrons não compartilhados e aponta para uma região com deficiência de elétrons. Força de Ácidos e Bases Um composto orgânico será tanto mais ácido quanto mais deficiente de elétrons ele estiver. Também será tanto mais básico, quanto mais disponível for seu par de elétrons. Aumento da eletronegatividade C N O F Aumento da Acidez δ- H3 C δ H δ- H2 N δ H δ- HO δ δ- δ H F H Eletrófilo e Nucleófilo • Compostos (ou centros) eletrofílicos são os que sentem afinidade por elétrons, portanto um ácido de Lewis. • Compostos (ou centros) nucleofílicos são os que sentem afinidade por “núcleos”/ prótons (cargas positivas), portanto uma base de Lewis. (Nü / :Nu / Nu:) Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos (contêm apenas Carbonos e Hidrogênios) Hidrocarbonetos Alifáticos Alcanos (parafinas) CH3 CH3 Etano Alcinos Alcenos (acetileno) (etilenos ou olefinas) CH2 = CH2 Eteno (etileno) HC CH Etino (acetileno) Hidrocarbonetos Aromáticos (contêm o anel benzeno) Benzeno e seus derivados Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares Benzeno Naftaleno Fontes naturais de hidrocarbonetos Petróleo (“ouro negro”): principal fonte de hidrocarbonetos Origem do petróleo: decomposição de matéria orgânica durante milhões de anos Resíduos de organismos mortos se acumularam nas orlas dos mares e foram soterrados. Com o passar do tempo sob altas pressões, temperaturas e ação de microorganismos formouse o petróleo. Aliado ao óleo cru ou bruto, existe o gás natural (formado principalmente por metano). Petrobrás: empresa de capital misto com a maioria das ações controlada pelo Estado foi criada em 1953. 2006: 1,9 milhão de barris de óleo/dia (auto-suficiência) 2010: produção média chegará a 2,3 milhão de barris/dia e consumo cerca de 2,06 milhão de barris/dia. Como separar as subst. de uma solução ? Hexano – Tebulição = 69 C Heptano – Tebulição = 98 C Cada fração é uma mistura de hidrocarbonetos Nafta: destilam entre 90 e 240 C, utilizadas como solventes; Betume: resíduo da destilação do petróleo, utilizados em recobrimento de telhados e ruas (asfalto) Frações do petróleo Cracking (quebra) térmico do petróleo A destilação fracionada não é suficiente para atender a demanda de combustíveis. Em geral, apenas 15 % do petróleo é convertido diretamente em gasolina. A pirólise do petróleo visa a quebra por aquecimento de moléculas maiores em moléculas menores, componentes da gasolina. Cracking catalítico triplica a quantidade de gasolina obtida do petróleo Catalisadores: zeólitas Aquecimento: + ou – 500 C Antidetonante = Evitar a auto-ignição da gasolina, que pode diminuir a potência do motor emissão de fuligem e monóxido de carbono. A auto-ignição pode ser evitada pelo uso de gasolina com alta octanagem. -HC que apresenta maior resistência à combustão por compressão; - HC explode mais facilmente quando comprimida. Hulha e xisto: também são importantes fontes de obtenção de hidrocarbonetos, os quais são utilizados nas “indústrias petroquímicas” em reações para originar centenas de produtos como polímeros, medicamentos e fertilizantes. Gás natural: mistura de hidrocarbonetos gasosos de baixa massa molecular, encontrada em rochas porosas do solo Gás Natural: alternativa viável e promissora para ocupar espaço na matriz energética mundial: a) Matéria prima em geração de energia, produção de insumos substitutos da petroquímica; b) Menor impacto ambiental em relação ao petróleo; Problema: investimento inicial alto, associado à construção de extensas redes de gasoduto Até 1998 todo gás consumido no Brasil provinha de fontes brasileiras. Dados atuais de produção: 17,7 bilhões de m3 / ano (www.anp.gov.br) Consumo 2005: 38,8 milhões de m3 / dia Consumo 2011: 99,2 milhões de m3 / dia GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA Histórico Quase 50 anos de discussão; Argentina se torna auto-suficiente e em 1992 encerra contrato com a Bolívia; A Bolívia é dependente da exportação de gás natural e Brasil aparece como consumidor; Década de 80, necessidades das regiões Sul e Sudeste, a disponibilidade é inferior a demanda; 1991 – Carta de Intenções sobre o Processo de Integração Energética entre Bolívia e Brasil assinada entre a Petrobrás e Yaciminetos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB): volume inicial de 8 milhões m3/dia, atingindo 16 milhões de m3/dia até o oitavo ano, permanecendo por 20 anos. Prioridade para a compra pela Petrobrás de até 30 milhões de m3/dia desde que haja disponibilidade após o consumo doméstico. 1997 – com financiamento equacionado, foram assinados os contratos de construção e montagem do gasoduto. Foram construídas 2 companhias (Na Bolívia e Brasil), ambas com tendo a Petrobrás como sócio (U$ 2 bilhões, sendo U$ 1,6 bilhões no Brasil e U$ 400 milhões na Bolívia). GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA No estado gasoso o transporte do gás natural é feito por meio de gasodutos. Santa Cruz (Bolívia)Corumbá (MS) – Campo Grande – Piracicaba CRISE BRASIL-BOLÍVIA 1 de Maio de 2006 – Presidente Evo Morales nacionaliza o setor de hidrocarbonetos (gás e petróleo). Renegocia os contratos com a Petrobrás, dobrando a taxa de comercialização do gás natural. Acordo final aumento de 15% do gás natural. Processamento do gás natural Gás processado: metano e etano GLP (gás de cozinha): propano e butano Gasolina natural: semelhante a gasolina obtida de petróleo, possui cinco ou mais atomos de carbono Alcanos e Cicloalcanos: características, propriedades e reações Alcanos e seus Isômeros - São conhecidos também como Hidrocarbonetos Saturados. Compostos que possuem orientação tetraédrica dos grupos, resultante da superposição de orbitais sp3 do carbono. - Alcanos que se encontram ligados em linha são denominados Alcanos de cadeia linear ou alcanos normais (n-alcanos). Alcanos lineares. Alcanos cujas cadeias carbônicas formam ramificações são chamados de alcanos de cadeia ramificada. - Existem alcanos contendo grupos funcionais, como: • alcoóis (CH3CH2OH), • haletos de alquila (CH3CH2Cl), • éteres (CH3CH2OCH2CH3). Alcanos ramificados. Nome Fórmula Estrutura Metano CH4 CH4 Etano C 2H 6 CH3CH3 Propano C3H8 Butano C4H10 CH3CH2CH3 CH3(CH2)2CH3 Os alcanos mais comuns são: CH3 Isobutano C4H10 Pentano C5H12 CH3CHCH3 CH3(CH2)3CH3 CH3 Isopentano C5H12 CH3CH2CHCH3 CH3 Neopentano C5H12 CH3CCH3 CH3 Isômeros Constitucionais Nomenclatura IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) Prefixo-Parte intermediária-Sufixo Número de atomos de C Presença ou não de insaturações Função Química Nomenclatura IUPAC para Alcanos 1. Localize a cadeia carbônica mais longa para nomear a substância. Obs. Se duas cadeias de igual comprimento estão presentes, escolher aquela com maior número de ramificações. 2. Numere os átomos da cadeia principal, começando pela extremidade mais próxima ao substituinte. Obs. Se há ramificações em distâncias iguais de ambas as extremidades, comece a numeração na extremidade mais próxima a outra ramificação. 3. Identifique e numere os substituintes de acordo com a posição na cadeia principal. 4. Escreva o nome como uma só palavra. Use hífens para separar os prefixos diferentes e vírgulas para separar os números. Se dois ou mais substituintes diferentes estão presentes, citeos em ordem alfabética. Nomenclatura IUPAC Nomenclatura de grupos alquila ramificados CH3CH2CH3 CH3CH2CH2 propano grupo propila CH3CH2CH2CH3 butano CH3CH CH3CHCH3 grupo isopropila ou 1metiletila CH3CH2CH2CH2 CH3 grupo butila CH3 CH3 isobutano CH3CH CH3CH2CH grupo sec-butila ou 1metilpropila CH2 CH3 grupo isobutila CH3 C CH3 CH3 grupo terc-butila ou 1,1-dimetiletila Nomenclatura IUPAC para Cicloalcanos Monocíclicos: prefixo ciclo ligado ao nome do alcano H2C CH2 CH2 CH2 CH2 = H2C CH2 CH2 ciclopropano ciclopentano CH3 CH3 H3C = CH3 CH 4 5 3 6 2 1 6 5 CH2 CH3 isopropilcicloexano 1-etil-3-metilcicloexano 1 4 CH2 CH3 2 3 CH3 2-etil-1,4-dimetilcicloexano Propriedades Físicas dos Alcanos e Cicloalcanos Os alcanos também podem ser chamados de parafinas. São inertes em relação à maioria dos reagentes de laboratório. Os alcanos apresentam aumento regular do ponto de ebulição e do ponto de fusão com o aumento da massa molecular. Pontos de fusão e ebulição dos alcanos. Quanto maior o número de ramificações do alcano, mais baixo será o ponto de ebulição. Em relação aos cicloalcanos, os pontos de fusão são afetados de maneira irregular pelo aumento da massa molecular, enquanto que os pontos de ebulição mostram o aumento regular com a massa molecular esperada. P.E. de alcanos e de seus isômeros ramificados. P.E. de alcanos lineares e de cicloalcanos. Aplicações de alcanos Combustão completa e incompleta dos alcanos (parafinas, baixa reatividade em relação aos outros HC): Fuligem: potencialmente poluente se a concentração for maior que 15 mg/m3 Metano: utilizado como combustível de indústrias, carros e aquecimento de residências. É responsável por cerca de 15% do efeito estufa de nosso planeta. Biogás e biomassa: a produção e industrialização de metano por meio da fermentação de resíduos vegetais do lixo é uma alternativa interessante! Reações de Alcanos: via radicais Introdução: Quebra de ligações 1. Quebra Heterolítica ou Heterólise: a quebra da ligação é assimétrica, de modo que o par de elétrons fique apenas com um dos átomos da ligação (formação de íons). H H H C Br H C Br + H H c a rb o c á tio n H H H C H H H C + H c a rb â n io n H Quebra de ligações 2. Quebra Homolítica ou Homólise: a quebra da ligação é simétrica, de modo que cada átomo fique com seu elétron original da ligação (formação de radicais). H H H C H H H C + H H ra d ic a is liv re s Clorofluorocarbonetos (CFCs) e o Destruição da Camada de Ozônio Estratosfera: O2 + h O•+ O• O • + O2 O3 + calor O3 + h O2 + O • Iniciação da cadeia CF2Cl2 + h Propagação da cadeia Cl • + O3 ClO • + O • CF2Cl • + Cl • ClO • + O2 O2 + Cl • Características dos radicais: Ocorrem em moléculas apolares ou com baixa diferença de eletronegatividade; São eletronicamente neutros; Muito reativos; As reações radicalares não são muito comuns quando comparado a reações polares. Exemplo: Fomação de halometanos em ETAs, Cloração do Metano CH4 + Cl2 CH3Cl + HCl (+ CH2Cl2, CHCl3 e CCl4) Mecanismo ocorre em várias etapas: Etapa 1 calor Cl Cl ou luz Cl + Cl Etapa 2 H Cl + H C H H Cl H H H H C C H H Etapa 3 H + + Cl Cl H C H H Cl + Cl Reação em Cadeia 1. Iniciação da Cadeia (radicais são criados) calor C l2 ou luz 2 Cl 2. Propagação da Cadeia (radical geral radical) CH4 + Cl C H 3 + C l2 CH3 + H Cl C H 3C l + C l 3. Finalização da Cadeia Possíveis etapas de finalização CH3 + Cl CH3 + Cl + CH3 Cl C H 3C l C H 3C H 3 C l2 Halogenação de Alcanos Superiores A cloração da maioria dos alcanos cujas moléculas contêm mais de dois átomos de carbono resulta em mistura de produtos monoclorados isoméricos (assim como compostos altamente clorados). 45% C l2 C H 3C H 2C H 3 o lu z, 25 C C H 3C H 2C H 2C l 55% + C H 3C H C H 3 Cl Alcenos e Alcinos: características, propriedades e reações Alcenos e Alcinos - Propriedades Físicas Alcenos e alcinos têm propriedades físicas similares aos seus alcanos correspondentes. Alcenos e alcinos contendo até 4 carbonos (exceto 2-butino) são gases à temperatura ambiente. Sendo relativamente apolares, alcenos e alcinos se dissolvem em solventes apolares ou em solventes de baixa polaridade. Alcenos e alcinos são apenas ligeiramente solúveis em água. As densidades de alcenos e alcinos são menores do que a água. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos Alcenos e alcinos são nomeados segundo regras semelhantes às dos alcanos. 1. Determine o nome principal ao selecionar a cadeia mais comprida que contém a ligação dupla ou tripla, e modifique o final do nome do alcano de comprimento igual, de –ano para –eno ou –ino, respectivamente. 2. Numere a cadeia de modo a incluir ambos os átomos de carbono da ligação dupla ou tripla, e comece a numeração a partir da extremidade mais próxima da insaturação. Designe a localização da ligação dupla ou tripla usando o número do primeiro átomo da ligação dupla ou tripla como prefixo. Obs.: Se a ligação dupla ou tripla é eqüidistante das duas extremidades, comece pela extremidade mas próxima do primeiro ponto de ramificação. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos 3. Indique as localizações dos grupos substituintes pelos números dos átomos de carbono aos quais estão ligados. Obs.1: Se houver mais de uma ligação dupla ou tripla, indique a posição de cada uma e use um dos prefixos –dieno, -trieno, etc ou –diino, -triino, etc. Obs.2: Substâncias que contêm ligações duplas e triplas: –enino (e não ineno) Inicia-se a numeração da cadeia principal de um enino pela extremidade mais próxima da primeira ligação múltipla, seja ela dupla ou tripla. Quando existir mais de uma possibilidade, os carbonos das ligações duplas recebem números menores do que os carbonos das ligações triplas. Nomenclatura IUPAC para Alcenos e Alcinos 4. No caso dos cicloalcenos, a numeração é feita de tal modo que os átomos de carbono da ligação dupla fiquem nas posições 1 e 2, e que os substituintes recebam os números mais baixos possíveis. CH3 CH3 5 1 5 CH3 4 2 1 1 4 3 6 3 2 1-metilciclopenteno 2 1,5-dimetilciclopenteno H 3C 5 3 4 CH3 3,5-dimetilcicloexeno Isomeria Cis-Trans nos Alcenos A ausência de rotação em torno da ligação dupla tem conseqüências químicas. Estereoisômeros: substâncias que diferem no arranjo espacial de seus átomos. cis do latim “sobre este lado” trans do latin “através” H 3C CH3 C H H 3C H C C H cis-2-buteno H C CH3 trans-2-buteno Estabilidade Relativa de Alcenos Isômeros cis e trans de alcenos não têm a mesma estabilidade. Os alcenos cis são, em geral, menos estáveis do que os isômeros trans devido à tensão estérica (espacial) entre os dois grupos substituintes maiores situados no mesmo lado da ligação dupla. H H H H H H C C H C H C H C H C C C H H H H H H Estabilidade Relativa de Alcenos Para medir as estabilidades relativas, podemos comparar os dados dos calores de hidrogenação para os isômeros: CH3CH2CH=CH2 + H2 Pt butano 1-buteno H 3C CH3CH2CH2CH3 H = -127 kJ/mol CH3 C + C H H2 Pt CH3CH2CH2CH3 H H = -120 kJ/mol cis-2-buteno H 3C H C H + C CH3 trans-2-buteno H2 Pt CH3CH2CH2CH3 H = -115 kJ/mol Aplicações de alcenos e alcinos Principais produtos industriais derivados do etileno e propileno H2C H2C CH2 CH - eteno (etileno) CH3 - propeno (propileno) Isopor Fórmica Poliéster Discos PET Gomas de mascar Velcro Redes Copos, cartões etc. Náilon (eteno) Reações de alcenos e alcinos NUCLEÓFILO X ELETRÓFILO Nucleófilo: substância “amante de núcleos”, isto é, tem um átomo rico em elétrons que pode formar uma ligação doando um par de elétrons a um átomo pobre em elétrons. Muitos nucleófilos são negativamente carregados. Eletrófilo: substância “amante de elétrons”, isto é, tem um átomo pobre em elétrons que pode formar uma ligação aceitando um par de elétrons de um nucleófilo. Muitos eletrófilos são positivamente carregados. nucleófilo X base de Lewis eletrófilo X ácido de Lewis 1) Reações de Adição Eletrofílica nos Alcenos Os alcenos se comportam como nucleófilos (bases de Lewis) nas reações polares. A ligação dupla C=C é rica em elétrons e pode ceder um par de elétrons para um eletrófilo (ácido de Lewis). H 3C CH3 H + H 3C H Br H 3C CH3 nucleófilo H 3C eletrófilo Br CH3 CH3 O eletrófilo H+ é atacado pelos elétrons da ligação dupla e uma nova ligação C H se forma. Isto deixa o outro átomo de carbono com uma carga + e um orbital p vazio. Br doa um par de elétrons ao átomo de carbono positivamente carregado, formando uma ligação C Br e gerando um produto de adição neutro. carbocátion intermediário Orientação da Adição Eletrofílica: Regra de Markovnikov H 3C H Cl é te r CH2 H 3C 2-metilpropeno + H Cl CH3 H 3C CH2 H 3C Cl CH3 CH3 2-cloro2-metilpropano 1-cloro2-metilpropano Reação Esteroespecífica: reação em que a formação de um dos produtos predomina sobre os outros possíveis. Orientação da Adição Eletrofílica: Regra de Markovnikov Regra de Markovnikov: na adição de HX a um alceno, o hidrogênio se liga ao carbono que possui menos substituintes alquila e o halogênio se liga ao carbono com mais substituintes alquila. H 3C Cl é te r CH2 + CH3 H 3C H Cl CH3 H 3C CH3 CH3 é te r + Br H H -B r H H CH3CH2CH=CHCH3 + HBr CH3CH3CH3-CHCH3 + CH3CH3CHCH2CH3 Br Br Como se formam carbocátions nestas reações, um outro modo de expressar a regra de Markovnikov é dizer que, na adição de HX a um alceno, forma-se o carbocátion mais substituído de preferência ao menos substituído. carbocátion terc-butila – 3 substituintes (3ário) H 3C Cl H CH2 + H -C l H 3C C Cl + CH2 CH3 CH3 H 3C CH3 H 3C H H 3C C + CH 2 Cl H 3C CH3 carbocátion isobutila – 2 substituintes (1ário) CH CH3 CH2 Cl Estrutura e Estabilidade dos Carbocátions Medidas termodinâmicas mostram que a estabilidade dos carbocátions cresce com o aumento do número de substituintes: os carbocátions mais substituídos são mais estáveis do que os menos substituídos. R R C + H > R C + H > R C + H > H C + R R H H 3ário 2ário 1ário metila Efeito indutivo: os elétrons de um grupo alquila, relativamente grande e polarizável, podem ser atraídos pela carga positiva vizinha mais facilmente do que os elétrons de um átomo de H. Deste modo, quanto maior for o no de substituintes alquila no C positivo, mais deslocada será a densidade eletrônica em direção à carga, o que acarreta a maior estabilização indutiva do cátion. R C R > + R R 3ário R > C+ R H 2ário H > C+ H H 1ário C+ H H metila Deslocamento de hidreto CH3 H 3C H C C + H -C l H 3C H C H CH3 H H H 3C H C C H C CH3 + H Cl H H 3C C H Rearranjo de Carbocátions 2-cloro-2-metilbutano (50%) carbocátion 3ário H de hidreto HC H H 3C + C HC Cl H Cl H 3C HC C H C H H H CH3 Cl H C H 3C Cl H H H H H 3C H C H deslocamento + C H HC H 3C carbocátion 2ário CH3 H C Cl 2-cloro-3-metilbutano (50%) 3-metil-1-buteno + H C H H H 3C HC C Cl H HC C H C H 3C H H Deslocamento de um grupo alquila carbocátion 2ário CH3 H 3C H C C H 3C C CH3 + H Cl H H 3C C H + C H 3C HC H CH3 Cl H Cl H 3C HC C H C H 3C H H H H 3C Cl H 3C HC C H 3C H 3,3-dimetil-1-buteno Rearranjo de Carbocátions H H + C H 3C carbocátion 3ário Cl 2-cloro-3,3-dimetilbutano H HC C H C H 3C H 3C H 2-cloro-2,3-dimetilbutano 2) Hidratação Eletrofílica de Alcenos A adição de água à dupla ligação de um alceno, catalisada por ácido, é um método de preparação de álcoois com baixa massa molecular, que possui maior utilidade em processos industriais de grande escala. segue a regra de Markovnikov pode sofrer rearranjos H 3C C CH2 + HOH H 3O CH3 + H 3C C o H 3C 25 C CH3 OH 3) Adição Eletrofílica de Halogênios a Alcenos H H C H C + H B r2 H C C H 3C H C H H C C l4 B r2 C CH3 C C l4 C C H H H Br H Br H Br H Br C R H CH3 H 3C B r2 Cl H H C C l4 H H H C l2 Cl + H C S C CH3 R Br H 3C Br C C S S Br Br Br H H R H 3C H 3C CH3 C Br CH3 H 3C = H Br H Br C R C S H CH3 3) Adição Eletrofílica de Halogênios a Alcenos Explicação: formação do íon bromônio. Br C C Br + C Br C Br + Br C + C + + Br C Br C íon bromônio Br 4) Hidrogenação Catalítica de Alcenos Os alcenos reagem com hidrogênio molecular (H2) na presença de um catalisador para formar os alcanos saturados correspondentes. Platina e paládio são os dois catalisadores mais comumente usados; Pd é normalmente usado na forma de um pó fino “suportado” sobre um material inerte como o carvão, para aumentar a área superficial (Pd / C); Pt é geralmente usada como PtO2. Catalisador Produto alcano Hidrogênio adsorvido na superfície do catalisador Catalisador regenerado Complexo entre o alceno e o catalisador Inserção de hidrogênios na ligação dupla C=C 5) Oxidação de Alcenos Permanganato de potássio ou tetróxido de ósmio, por exemplo, podem ser utilizados para oxidar os alcenos a 1,2-dióis que são chamados de glicóis. frio H2C CH2 + K M nO 4 H2C O H , H 2O OH 1 ) O sO 4 , P irid in a H3C CH CH2 + K M nO 4 CH2 H3C 2 ) N a 2S O 3, H 2O frio Hidroxilação syn Compostos cis + H OH KM nO 4 H CH CH2 OH OH H O H , H 2O H OH HO 6) Polimerização dos Alcenos 6.1) via Radical Polímeros de Crescimento da Cadeia Polímeros são substâncias constituídas de várias subunidades que se repetem. As subunidades moleculares utilizadas para sintetizar os polímeros são chamadas de monômeros, e as reações através das quais os monômeros são unidos são chamadas de polimerizações. Muitas polimerizações são iniciadas por radicais. u n id a d e s m o n o m é ric a s P o lim e riza ç ã o m CH2 = CH2 -C H 2 C H 2 -(C H 2 C H 2 ) n -C H 2 C H 2 - E tile n o P o lie tile n o (m o n ô m e ro ) (p o lím e ro ) Polimerização do Etileno via Radical 1. Iniciação da Cadeia O O O O R C R + C H 2= C H 2 C O R 2 R C O peróxido de diacila R 2 CO2 + 2 R CH2 CH2 2. Propagação da Cadeia R CH2 CH2 + n C H 2= C H 2 R C H 2C H 2)n C H 2C H 2 3. Finalização da Cadeia com binação 2 R C H 2C H 2)n C H 2C H 2 [R C H 2C H 2)n C H 2C H 2 ]2 desproporcionam ento R C H 2C H 2)n C H = C H 2 R C H 2C H 2)n C H 2 C H 3 + Outros polímeros de crescimento de cadeia comum Monômero C H 2= C H C H 3 Polímero C H 2 C H )n Nomes Polipropileno CH3 C H 2= C H C l C H 2 C H )n Policloreto de vinila (PVC) Cl C H 2= C H C N C H 2 C H )n Poliacrilonitrila (Orlon) CN C F 2= C F 2 C F 2 C F 2)n Politetrafluoreteno (Teflon) 6.2) Polimerização Catiônica de Alcenos CH3 H 2C H CH3 + H 3C C C CH3 + H 2C CH3 CH3 CH3 H 3C C H 3C H C C H 3C H CH3 C + e tc . CH3 b H 3C H 3C H C C H 3C H CH3 C B + H 3C - H 3C CH2 a C H 3C H 3C CH3 CH2 C + CH2 H 3C C H 3C CH3 CH C CH3 H d e sp ro to n a çã o a H 3C H CH2 CH3 C H 3C n -1 CH2 C CH2 d e sp ro to n a çã o b Poliisobutileno (PIB): empregado na fabricação de câmaras de ar 6.3) Polimerização Aniônica de Alcenos O - COCH HOH 2C 3 C C N O COCH O O COCH HO - H 2C COCH 3 HOH C C H 2C 2C C N C O 3 C N COCH C CH2 C - 3 e tc . CN -ciano-acrilato, Supercola. COCH 3 C C 2C CN O 2C OCH O HOH 2 -cia n o -p ro p e n o a to d e m e tila HOH C - C N 3 3 N - 7) Alcinos Adição de Bromo e Cloro aos Alcinos Br B r2 C C C C C l4 C C C l4 Br Br Br C C Br Br H X C C H X B r2 Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcinos HX C HX X C C C H Br HB r H 9C 4 C CH HB r H 9C 4 C CH2 Br 1-hexino 2-bromo-1-hexeno H 9C 4 C C H3 Br 2,2-dibromoexano 8) Preparação de alcenos via reações de Eliminação Desidrohalogenação de Haletos de Alquila H H C H C - HX H H C H X H b ase C H H Desidratação de Álcoois H H C C H H OH H H + , calo r H H C - HOH C H H H H Desbromação de vic-Dibrometos H Br C C H H H Br Z n , C H 3C O 2H - Z n B r2 C H C H 9) Preparação do acetileno Bibliografia 1. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. Vol 1, 7.ed., 2001; Vol 2, 7a ed., 2002. 2. VOLLHARDT, K.P.C.; SCHORE, N.E. Química Orgânica: Estrutura e Função. Porto Alegre: Bookman. 4.ed., 2004. 3. LEMBO, A. Química: Realidade e contexto. São Paulo: Editora Ática. Vol 3, 2000. 4. BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall. 2004. Complementos para esclarecimentos de dúvidas… Formação de Haloidrina Se a reação do alceno com halogênio (X2) for realizada na presença de um outro nucleófilo, o íon halônio pode ser interceptado por este outro nucleófilo para gerar outro produto. Quando um alceno reage com Br2 em água, por exemplo, a água compete como nucleófilo com o íon brometo e reage com o íon bromônio para formar a bromoidrina.