folheto saiba mais anticoagulante

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Prezado paciente
Se você está em tratamento com anticoagulante
oral, saiba que essa substância é muito eficaz
para prevenir a ocorrência de tromboses e
embolias, que são complicações sérias
resultantes da formação anormal de massas
de sangue coagulado dentro de vasos ou
cavidades do coração. Em geral, quem toma
anticoagulante oral sofreu um acidente
trombótico ou embólico ou apresenta um risco
excessivo de desenvolver uma dessas
complicações. Em contrapartida, o uso
de anticoagulante oral requer uma rígida
disciplina de controle.
Para que você possa usufruir o máximo de
benefício gerado pelo tratamento, elaboramos
este Manual, com uma série de informações
importantíssimas. Leia-o com atenção e
consulte-nos em caso de dúvida.
Perguntas e respostas sobre
Anticoagulação Oral
1. O que é trombose? O que é embolia?
Trombose é a coagulação do sangue dentro de
um vaso sanguíneo ou de uma cavidade do
coração, dificultando ou impedindo a circulação
do sangue. Em geral, ocorre quando a
velocidade de circulação do sangue diminui na
região afetada e/ou
quando a viscosidade
do sangue do paciente
está aumentada
(sangue “grosso”).
Várias condições
podem predispor a
esse risco, e você
provavelmente
apresenta uma delas.
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Quando o sangue forma massas de coágulos
dentro dos vasos, essas massas recebem o
nome de “trombos”. Frequentemente os trombos
são “friáveis”, ou seja, podem desprender
pedaços na circulação sanguínea. Para onde
esses pedaços ou “êmbolos” irão dependerá da
localização do trombo e do acaso. Imagine um
trombo localizado numa veia da perna.
Se um pedaço dele se desprender, o êmbolo vai
acabar parando em um vaso do pulmão.
Essa situação clínica, chamada EMBOLIA
PULMONAR, pode ser muito perigosa,
provocando, em geral, sintomas como dor
no peito e falta de ar. Quando o trombo
está localizado numa artéria ou no ventrículo
esquerdo do coração, o êmbolo que se
desprende pode parar em qualquer território
do corpo: cérebro, rins, membros superiores,
membros inferiores, por exemplo. Como
resultado, a circulação de sangue pode ser
abruptamente interrompida e o segmento
irrigado por aquele vaso pode necrosar, ou
seja, morrer. Esse fenômeno é chamado de
embolia periférica (pode ser cerebral, renal
etc.). E, se o segmento irrigado morrer,
teremos então um infarto (cerebral, renal
etc.). A embolia seguida de infarto cerebral,
por exemplo, é uma forma de derrame
cerebral e pode deixar graves sequelas.
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2. Eu corro o risco de ter uma
trombose ou embolia?
Sim. Se você está tomando anticoagulante oral,
ele lhe foi receitado para prevenir esse risco.
3. Quais são os anticoagulantes?
Existem anticoagulantes de administração
intravenosa (aplicados somente em pacientes
internados), subcutânea ou oral. Alguns
exemplos são: a heparina, que pode ser
administrada via intravenosa ou subcutânea; a
enoxaparina, administrada via subcutânea, e a
varfarina, utilizada via oral.
Durante seu tratamento com varfarina é
importante saber que é possível escolher uma
marca diferente da de referência, mas uma
vez escolhida a marca, é recomendado
NÃO TROCAR DE FABRICANTE.
4. Todas as pessoas podem
tomar anticoagulante?
Não. Somente as que estão em risco de
trombose ou embolia. Esse medicamento exige
um compromisso do paciente, pois requer
rigoroso controle laboratorial e conscientização
sobre as possíveis intercorrências por conta do
seu uso.
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5. Mas, se tantos cuidados são necessários,
para que usá-lo? Não se trata de um
medicamento perigoso?
Em medicina, procuramos sempre pesar a
relação risco-benefício, ou seja, se o benefício
proporcionado por um medicamento é muito
superior ao risco conferido pela doença que o
medicamento se destina a tratar, então devemos
utilizá-lo. Do contrário, não.
No caso dos anticoagulantes orais, todos os
grandes estudos publicados no mundo indicam
que um anticoagulante reduz a mortalidade e
previne as sequelas dos episódios de trombose
e embolia, melhorando a qualidade de vida dos
pacientes. Tanto assim que são muito mais
abrangentes hoje em dia as indicações para
o uso de varfarina.
6. Como é feito esse controle?
A anticoagulação é um procedimento seguro,
quando feito de forma adequada. Para isso,
deve ser acompanhada para monitorizar os
efeitos do medicamento e realizar os ajustes na
dosagem quando for necessário. A dose ideal
para uma anticoagulação eficaz e segura deve
ser individualizada. Essa necessidade individual
é verificada através do exame chamado TP
(tempo de protrombina), que irá fornecer o valor
do RNI (Relação Normalizada Internacional).
O RNI mede o efeito da varfarina (determina a
tendência de coagulação do sangue).
Realize o exame de TP sempre
no mesmo laboratório!
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7. Tomar anticoagulante é o mesmo
que tomar AAS infantil?
Não, o objetivo é semelhante, mas para o tipo
de situação clínica que você apresenta, a
proteção oferecida pelo AAS é insuficiente, pois
a potência do anticoagulante é muito maior.
8. Quais são os reais riscos do
uso de anticoagulante?
As principais reações que podem ocorrer em
pacientes que fazem uso da varfarina são as
hemorragias e necroses na pele. Essas reações
ocorrem normalmente em pacientes que não têm
um controle do RNI. Porém, caso o paciente as
apresente, é importante comunicar ao médico
sobre qualquer sangramento.
Na faixa-alvo,
o risco de sangramento é minimizado!
Atenção
• Evite o risco de se machucar
(exposição a atividades de risco)
• Escove os dentes com cuidado
• Avise o dentista de que faz uso de
anticoagulante
• As doses devem ser feitas
sempre no mesmo horário
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Se esqueceu a dose, tome assim que lembrar.
Não tome se estiver perto da próxima dose.
Ao se esquecer de tomar a medicação,
nunca dobre a dose. Anote e tente entrar em
contato com o médico e/ou o seu gestor para
mais orientações.
9. Por quanto tempo deverei fazer
uso do anticoagulante?
A duração do tratamento varia segundo a
doença e o risco de eventos tromboembólicos.
Alguns pacientes têm de tomar anticoagulante
por toda a vida, como os portadores de
válvulas cardíacas mecânicas ou de fibrilação
atrial crônica. Outros só o tomam por alguns
meses ou semanas. Deixe a decisão a cargo do
seu médico e JAMAIS interrompa o
medicamento sem comunicar isso a ele.
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10. A dieta interfere no controle do meu RNI?
A varfarina é uma medicação que sofre
influência da alimentação. Por esse motivo,
é importante que a medicação seja tomada
meia hora antes do jantar. Além disso, esse
horário de administração é preferível porque,
nos casos em que seja necessário o ajuste na
dosagem, ele pode ser feito no mesmo dia.
Os alimentos ricos em vitamina K reduzem a
ação do anticoagulante. Evite a mudança
brusca da alimentação (aumentar ou diminuir
o consumo de alimentos ricos em vitamina K).
O importante é manter uma quantidade
constante de consumo desses alimentos.
FONTES DE VITAMINA K
Vegetais verde-escuros e folhosos (como
espinafre, couve, alface), repolho, brócolis,
couve-flor, cereais (trigo e aveia), gérmen de
trigo, banana, abacate, kiwi, leite, laticínios,
ovos, soja, óleo de oliva, salsa, nabo,
carne de órgãos (fígado).
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11. O que fazer com outra
medicação receitada?
Uma série de medicamentos interfere na ação
do anticoagulante, aumentando ou reduzindo
seu efeito. Exemplos clássicos são a aspirina
e os agentes anti-inflamatórios, que aumentam
bastante o efeito do anticoagulante. NUNCA se
automedique, principalmente com fitoterápicos
(ginkgo e cápsulas de alho, por exemplo).
Sempre que lhe for prescrita uma nova
medicação, entre em contato com o seu médico,
para avaliação. Caso necessário, a dosagem
do anticoagulante será ajustada.
12. E se eu sofrer um acidente
ou um traumatismo?
Se isso acontecer, procure seu médico para
ser examinado com mais frequência e ter
eventualmente um controle mais rigoroso do
RNI. Lembre-se de que alguns cuidados simples
podem evitar acidentes perigosos: se você for
uma pessoa idosa, peça para que instalem uma
barra de apoio na parede do seu box ou
banheira e/ou coloque um tapete
antiderrapante no piso, a fim de prevenir
quedas (aliás, o tapete antiderrapante é sempre
recomendável, independentemente da idade).
Evite andar sobre chão molhado ou faça-o com
muito cuidado. Não ande com sapatos
escorregadios.
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13. E se eu tiver um corte?
Em casos de cortes, o sangramento deverá ser
um pouco maior e mais prolongado que o
habitual. Para estancá-lo, basta uma compressão
mais efetiva e demorada. Se o sangramento não
parar, procure um serviço de emergência.
14. Posso praticar atividade física?
Suas atividades físicas podem ser exercidas
normalmente, mas evite exercícios de alto
impacto (corrida ou ginástica aeróbica, por
exemplo), pois o risco de rotura de um
pequeno vaso e sangramento intramuscular
ou articular é maior.
15. Devo tomar cuidado com injeções?
Sim. Se for preciso tomar uma injeção, peça
para que o médico ou atendente faça uso de
injeções intravenosas ou subcutâneas,
preferencialmente, pois, em pacientes
anticoagulados, as injeções intramusculares
podem favorecer o aparecimento de hematomas
dentro do músculo. Por sinal, sempre que
procurar um serviço de saúde, avise que está
tomando anticoagulante oral.
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16. E se eu tiver que sofrer uma intervenção
cirúrgica? Como devo fazer?
O anticoagulante deve ser suspenso com o
conhecimento e ajuste do seu médico. Mas, seja
qual for o procedimento, inclusive odontológico,
notifique seu médico, pois existe uma série de
rotinas já implantadas para suspensão e reinício
do anticoagulante oral.
17. Algo mais?
Sim. Este Manual serve como um guia, mas
nada substitui o compromisso estabelecido
entre médico e paciente para que a
anticoagulação esteja sempre bem controlada.
Em caso de dúvida, nossa equipe estará
sempre à disposição para esclarecimentos.
Não se esqueça de carregar sempre consigo
esta caderneta de anticoagulação. Leve-a
sempre às consultas.v
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