marinha do brasil

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MARINHA DO BRASIL
ESCOLA DE GUERRA NAVAL
CURSO DE ESTADO-MAIOR PARA OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS
DISCIPLINA: I-OI-1B – PROCESSO DE PLANEJAMENTO MILITAR
ESTUDO DE CASO: O Conflito Falklands/Malvinas de 1982
Organizado por: AE-I
Setor: PPM
Ano: 2010
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1. PROPÓSITO:
Consolidar os fundamentos do Processo de Planejamento Militar (PPM) a partir da análise de uma
campanha militar contemporânea.
2. REQUISITOS:
- LEITURAS REQUERIDAS:
1. DUARTE, Paulo de Queiroz. Conflito das Malvinas. Rio de Janeiro: Bibliex, 1986. Vol I, p. 8794.
2. VIDIGAL, Armando A. F. Conflito no Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval,
1985. p.1-13.
- LEITURAS COMPLEMENTARES:
1. Brasil. Estado-Maior da Armada. EMA-331. Manual de Planejamento Operativo da Marinha.
Processo de Planejamento Militar. Vol. I e III. Brasília, 2006.
2. BROWN, David. The Royal Navy and the Falklands War. London: Arrow Books, 1987.
3. HASTINGS, Max e JENKINS, Simon. The battle for the Falklands. New York: Norton &
Company, 1983.
3. DESENVOLVIMENTO:
Os OA deverão ler o caso constante do item 5 – uma síntese elaborada com base em trechos
extraídos do livro do General Duarte, sobre os momentos que antecederam o chamado Conflito das
Malvinas –, e os capítulos/páginas indicados das publicações requeridas, até o dia 22 de março, quando
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terão 3 (três) TA para debaterem em grupo as questões formuladas no item 4. Em seguida, os grupos
terão 1 (um) TA para apresentação de suas conclusões, em sala de aula.
Ao final dos TA de trabalho em grupo do dia 22/03, o instrutor selecionará, aleatoriamente, qual
grupo apresentará as respostas das questões perante o restante da Turma. Para tal, será fundamental
uma preparação prévia, de caráter individual, e um consistente debate em grupo, antes da
apresentação. É importante que haja reuniões informais dos grupos (que estarão formados desde o
início do curso) antes do dia 22/03, para troca de idéias.
O presente trabalho contribuirá para a consolidação dos principais conceitos do PPM, antes da
avaliação formal da disciplina.
4. QUESTÕES PROPOSTAS:
O OA, nesse momento, deverá se posicionar como um dos oficiais do Estado-Maior do
Contra-Almirante Allara, Comandante da Força-Tarefa 40 (Força-Tarefa Anfíbia), que recebeu a
tarefa de conquistar Port of Stanley, por meio de uma operação anfíbia.
Com base, preferencialmente, nos dados constantes nas publicações CONFLITO DAS
MALVINAS, do General Paulo de Queiroz Duarte, e CONFLITO NO ATLANTICO SUL, do
Almirante Vidigal, cujos extratos serão distribuídos, e nas informações constantes na publicação EMA
331, volumes I e III, responda aos seguintes pontos relacionados à etapa “Exame da Situação” de seu
PPM:
a) ENUNCIADO DA MISSÃO DA FT 40
b) EFEITO DESEJADO
c) OBJETIVOS PRINCIPAIS
d) OBJETIVOS EVENTUAIS
e) LIMITAÇÕES AO PLANEJAMENTO
f) HIPÓTESE BÁSICA DO CFT 40
g) DEFICIÊNCIAS DE CONHECIMENTO
h) ÁREAS CRÍTICAS DE SEGURANÇA
i) FATORES DE FORÇA E FRAQUEZA ARGENTINOS
j) FATORES DE FORÇA E FRAQUEZA BRITÂNICOS
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5. O CASO:
No dia 21 de dezembro de 1981, após uma crise militar que afastou da presidência da
República Argentina o General-de-Exército Roberto Viola, assumiu a presidência o General-deExército Leopoldo Fortunato Galtieri – até então, Comandante do Exército argentino.
Em seu discurso de posse, o Presidente Galtieri afirmou: “No plano da política externa, creio
conveniente ressaltar que a situação argentina em relação ao mundo não é mais compatível com as
posições equívocas ou cinzentas, suscetíveis de debilitar a nossa raiz ocidental, nem com devaneios,
nem coquetismos ideológicos que possam desnaturar os interesses permanentes da nação.”
Na ocasião, três questões externas absorviam a atenção do governo argentino:
a) a crise com o Chile, pela posse das Ilhas Lennox e Nueva, no Canal de Beagle;
b) a atitude de alinhamento com o Governo de Washington na sua política de intervenção na
América Central; e
c) a disputa sobre a soberania dos arquipélagos das Malvinas, Geórgias e Sandwich do Sul, no
Atlântico Sul, com o Reino Unido da Grã-Bretanha.
Esta última questão passou a empolgar os chefes que constituíam a Junta Militar argentina –
General Galtieri (Presidente e Comandante do Exército), Almirante Anaya (Comandante da Marinha),
Brigadeiro Dozo (Comandante da Força Aérea) e Almirante Suárez (Chefe do Estado-Maior Conjunto)
- que admitiam montar e desencadear uma operação, cujo risco “não traria grandes conseqüências, pois
uma reação armada por parte da Grã-Bretanha, se houvesse, seria de fraca intensidade, mediante o
envio de uma pequena força para salvar a dignidade nacional”.
Além do mais, as grandes distâncias das bases britânicas ao possível Teatro de Operações eram
de tal ordem que levaram o governo argentino a se decidir à luta, sem considerar com mais ponderação
e acuidade estratégica outros fatores de relevante importância.
Na terça-feira, 5 de janeiro de 1982, a Junta Militar realizou, no Edifício Libertad, sua primeira
reunião, oportunidade em que se analisou o caminho seguido pelas negociações com o Reino Unido
desde 1965 até aquela data. Ficou resolvido que seria empreendida uma ação diplomática agressiva
para o caso das Malvinas, com o propósito de reativar os esforços para uma solução da disputa.
Tornava-se necessário analisar a possibilidade e conveniência de uma ocupação militar das ilhas,
visando a obter-se uma alternativa válida, caso a Grã-Bretanha dilatasse as negociações.
Na terça-feira seguinte, 12 de janeiro, a Junta Militar reunida no Edifício Libertad, tratou do
planejamento militar do caso das Malvinas, como uma ação alternativa, no caso de fracassar a solução
negociada com a Grã-Bretanha.
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Naquela oportunidade, foi designada uma Comissão de Trabalho para estudar o emprego do
Poder Militar para o caso das Malvinas, composta pelos General-de-Divisão Osvaldo Jorge Garcia,
Vice-Almirante Juan Lombardo e o Major-Brigadeiro Sigfrido Martin Plessl. A diretriz, recebida
verbalmente, determinava o planejamento da tomada das Ilhas Malvinas.
Inicialmente, a Comissão de Trabalho possuía como data para uma possível invasão o dia 15 de
maio, mas os incidentes ocorridos nas ilhas Georgia do Sul, iniciados em 19 de março, levaram a
Junta a determinar que a Comissão de Trabalho acelerasse o planejamento. O novo “dia D” seria 01 de
abril.
Para Comandante do Teatro de Operações Malvinas foi designado o General-de-Divisão
Garcia, que em sua organização por tarefas possuía a Força-Tarefa 20 –FT de Apoio–; a Força-Tarefa
40 –FT Anfíbia–; a Força-Tarefa 60 –responsável pela tomada das Ilhas Georgia do Sul–; um
componente da Força Aérea; e um componente do Exército.
Sua missão era de obter o controle das Ilhas Malvinas, Georgia do Sul e Sandwich do Sul, a fim
de contribuir para o restabelecimento da efetiva soberania argentina nesses territórios e suas respectivas
águas jurisdicionais.
Sua decisão foi de tomar as ilhas Malvinas, a partir do “dia D”, e instalar um governo militar,
apoiado por um pequeno contingente do Exército, que desembarcaria nas Ilhas, transportado pelos
meios adjudicados da Força Aérea, somente após a efetiva rendição das forças inglesas. A operação
deveria estar completada até “D+5”.
O plano não previa a defesa das ilhas, contra uma possível reação britânica.
No dia 03 de abril, após a tomada das Ilhas Georgia do Sul, foi desativado o Teatro de
Operações Malvinas e, em razão da decisão britânica de enviar uma poderosa Força Naval, foi ativado
o Teatro de Operações do Atlântico Sul, sob o comando do Vice-Almirante Lombardo.
Iniciava uma nova fase do conflito.
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