RESUMO Introdução: Muitos estudos têm utilizado a eletromiografia de superfície (EMG) para investigar a função ou disfunção dos músculos mastigatórios e suas associações com sinais e sintomas de DTM. Além disso, o sistema estomatognático e suas alterações podem estar relacionados à perturbação ou a uma contribuição em relação ao controle da postura. O objetivo deste estudo foi verificar a influência da massoterapia facial e da mobilização mandibular inespecífica sobre a atividade EMG de músculos mastigatórios, o equilíbrio estático, dor e amplitude de movimento mandibular em pacientes com DTM. Materiais e método: Trata-se de um ensaio clínico, controlado, aleatorizado e cego em que 312 voluntários foram recrutados e triados conforme os critérios pré-estabelecidos. A amostra foi composta por 30 indivíduos com DTM (2 homens e 28 mulheres, idade média de 23,43±6,68; altura média 1,65±0,06; peso médio 66,62±11,17; IMC médio 24,10±3,3) que formaram 2 grupos: grupo controle-massoterapia facial (GC) e grupo mobilização mandibular inespecífica (GMI). Todos os grupos foram avaliados nas condições: pré tratamento (PMS), pós tratamento imediato (PMSI) e pós tratamento (PTMS), por meio do questionário RDC/TMD, Índice Anamnésico de Fonseca, eletromiografia dos músculos masseter e temporal, e estabilometria. O protocolo deste estudo está cadastrado no Registo Brasileiro de Ensaios Clínicos – ReBec: RBR9x8ssz.Resultados: A comparação entre os 3 momentos nos grupos tratados demonstrou diferença significante somente para a variável velocidade do CoP. O efeito das diferenças observadas no GC = 0,56 CoP ML (olho fechado) e GMI = 0,42 e 0,47 para o CoPAP e CoPML respectivamente, na condição visual olho aberto. Em relação à EMG, somente foi encontrada diferença significante, na condição de repouso para o GC entre os músculos masseter e temporal (direito e esquerdo) (F(3,41)=11.68; p < 0,0001). As diferenças entre os músculos permaneceram as mesmas nas três condições analisadas (PMS, PMSI e PTMS), indicando que os tratamentos aplicados, não alteraram a função dos músculos estudados. Apenas o GMI demonstrou influência nas respostas da dor pós-tratamento (F(2,46)=3,46; p = 0,04), quando comparado com o GC na condição PTMS, indicando que a mobilização articular foi mais eficiente para o tratamento da dor nesses indivíduos.Discussão: Não há um consenso na literatura em relação à influência do sistema estomatognático sobre o controle postural, porém, também não há registros de investigação do comportamento do CoP após as intervenções que foram usadas. Em relação à atividade EMG dos músculos mastigatórios pós-tratamento, os estudos também são controversos. Os resultados encontrados divergem da literatura em relação a variável dor, porém a medida utilizada para esse parâmetro não foi a mesma apresentada nos outros trabalhos. Os resultados do presente estudo mostraram que as técnicas utilizadas não influenciaram as variáveis estudadas (atividade EMG dos músculos temporal anterior e masseter, medidas do CoP, sinais e sintomas clínicos de DTM). PALAVRAS-CHAVE: Transtornos da Articulação Temporomandibular, Eletromiografia, Equilíbrio Postural, Terapias Complementares, Modalidades de Fisioterapia.