Teorias biogeográficas Dispersão e Vicariância Referências • Biogeografia – BROWN & LOMOLINO • CAP 9 DISPERSÃO • CAP10 ENDEMISMO, PROVINCIALISMO E DISJUNÇÃO A distribuição geográfica dos organismos não é estática, isto é, os organismos podem expandir ou contrair em seus limites geográficos. Podemos analisar a distribuição dos organismos, utilizando os táxons superiores como: gênero, família, ordem, classe, etc., porque os mesmos estão limitados em suas respectivas regiões e refletem a distribuição acumulativa das espécies incluídas nesses grupos taxonômicos. • As trocas que ocorrem nos limites geográficos dos organismos são resultado de dois processos opostos: – colonização: expansão da população dentro de novas áreas; – extinção: eliminação total ou parcial dentro de seus limites geográficos. • Analisando esses aspectos, pode-se entender que há processos e modelos que determinam a distribuição e envolve um estudo dentro da escala temporal e espacial. Na escala temporal existem duas formas: – Ecológica: a forma de distribuição, envolvendo a adaptação ao meio, porém sem envolver modificações genéticas; (com base nos mecanismos pré-existentes) – Evolutiva: a forma de distribuição envolvendo adaptações ao meio através de modificações genéticas. Biogeografia de Vicariância A Biogeografia de Vicariância pode ser dividida em Biogeografia Cladística e Panbiogeografia, e é compreendida como a parte da Biogeografia Histórica que procura, através dos padrões de distribuição de diferentes grupos, uma explicação geral tendo como idéia que a evolução das áreas afeta a evolução dos táxons. Três fatos foram importantes para o estabelecimento e aceitação da Biogeografia de Vicariância: •O paradigma geológico da tectômica de placas; •O aparecimento da Sistemática Filogenética; •A crítica de diversos autores, peincipalmente de L. Croizat, sobre a idéia dos Centros de Origem, no seu sentido anterior ao de W. Hennig. Como vimos na seção anterior, a biogeografia desenvolvida por W. Hennig, que alguns autores também chamam de Biogeografia filogenética, está fundamentada na dispersão dos organismos e não na vicariância. No início desta nova abordagem, diversos autores tentaram aproximar as idéias de W. Hennig com as de L. Croizat. Esta confusão apenas foi esclarecida no início da década de 80, com a separação total entre a Biogeografia Cladística e a Panbiogeografia. Tipos de endemismos autóctone x alóctone (relicto) (primário x secundário seg. Spellerberg & Sawyer 1999) paleoendemismo x neoendemismo (Major 1993) Áreas de Endemismo. Quando tentamos descrever uma área de distribuição de espécies ou táxon individual, geralmente temos apenas duas alternativas: ou as espécies são simpátridas (=simpátricas) ou alopátridas (=alopátricas). A alopatria supõe uma disjunção total entre as áreas de distribuição, e a simpatria, uma interrelação entre as duas áreas de distribuição. Podemos distinguir três tipos de distribuição simpátricas: homopatria (onde existe total congruência entre a distribuição de duas espécies), endopatria (onde uma espécie tem distribuição no interior de uma área de distribuição de uma outra espécie) e alelopatria (onde existe apenas uma área de contato entre a distribuição de duas espécies). PROVINCIALISMO: Endemismos não são distribuídos ao acaso; tendem a ser mais abundantes em regiões particulares. América do Sul, Austrália, África do Sul, muitas ilhas (Madagascar, Nova Caledônia) contêm alta % de táxons (spp. e táxons superiores) endêmicos. Tais “províncias” ou “regiões” (unidades biogeográficas) não correspondem precisamente ao limite atual de continentes ou oceanos. Schouw 1823, De Candolle 1855, Sclater 1858, Wallace 1876 Unidades Biogeográficas –critérios(Braun-Blanquet 1979; Takhtajan 1986; Navarro & Maldonado 2004) REINO BIOGEOGRÁFICO -delimitado por critérios em escala continental da origem das floras e faunas em relação à formação e separação dos continentes, e das grandes mudanças climáticas e geológicas. Possui numerosas famílias e gêneros endêmicos. Região Biogeográfica -Território muito extenso, que abarca partes importantes de um continente. Flora muito característica, com numerosas espécies, gêneros e algumas famílias endêmicas. Possui grupos de vegetacionais próprios. • Província Biogeográfica -Território extenso que possui • grande número de espécies e alguns gêneros endêmicos. • Possui formações vegetacionais próprias ou mesmo exclusivas. • Setor Biogeográfico/ Distrito Biogeográfico Relevância do Provincialismo e Endemismo: Padrões de provincialismo seriam muito diversos dos atuais caso a distribuição dos organismos fosse limitada só por fatores ecológicos. Táxons seriam encontrados pelo mundo em áreas de clima, solo e topografia semelhantes, em vez de ocuparem vários regimes ecológico numa só área. Famílias cosmopolitas são raras e mesmo famílias circuntropicias (Palmae), claramente limitadas pelo frio, mostram endemismo intrafamiliar nos vários continentes. 10% das famílias de angiospermas e de vertebrados são pantropicais, mas explicações históricas são necessária para os padrões de endemismo dentre elas. Exemplos: isolinhas de densidade taxonômica em Palmae e Crocodilia (Pielou 1979)