universidade estadual do centro-oeste, unicentro

REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL DAS ESTRUTURAS CELULARES DE
UMA CÉLULA ANIMAL
Karoline Fontana Agostinho, Mariana Araki Braga, Antonielle Beatriz Baldissera, Ana
Lúcia Crisostimo, Kellen Regina Boldrini, Universidade Estadual do Centro-Oeste
(UNICENTRO)/Departamento de Ciências Biológicas.
Resumo:
O presente trabalho objetivou o desenvolvimento e a confecção de uma célula
eucariótica animal gigante. Foram confeccionadas todas as organelas constituintes
da célula de forma tridimensional, utilizando materiais de baixo custo e de fácil
aquisição. A representação tridimensional e de tamanho ampliado da célula contribui
para o entendimento das estruturas celulares, uma vez que o estudo da célula fica
muitas vezes, limitado apenas às figuras representativas, contidas nos livros
didáticos.
Palavras-chave: Biologia celular, célula gigante, ensino de biologia, material
didático, organelas celulares.
Introdução
Sabe-se que o estudo das células está no currículo das escolas e tem servido
como base para o entendimento do organismo como um todo. Nesse contexto os
professores se deparam com as limitações dos alunos na compreensão da
caracterização de células animais e vegetais e principalmente de constituintes
celulares como as organelas (BASTOS; FARIA, 2011).
Segundo Coll (2006), quando o aluno se depara com o conteúdo a ser
aprendido, sempre se apoia em conceitos, concepções, representações e
conhecimentos já adquiridos de suas experiências anteriores, para assim, poder
organizar e estabelecer relações entre elas. Assim, uma aprendizagem mais
significativa surge quando o aluno consegue estabelecer relações entre o que já
conhece, os conhecimentos prévios, e o novo conteúdo que lhe é apresentado.
Motivados por esta dificuldade dos alunos, em relação ao conhecimento
prévio e o novo, sobre o estudo das células e suas organelas buscamos a criação de
um modelo didático, que facilitaria o aprendizado e complementaria o conteúdo,
assim como, as figuras representativas dos livros didáticos. A criação deste modelo
resultou na célula animal gigante, formada por estruturas tridimensionais e colorida.
Este trabalho foi apresentado para alunos de diversas escolas do município
de Guarapuava/PR, e a execução do modelo da célula gigante auxiliou no resgate
dos conhecimentos prévios que os alunos possuíam e também contribuiu para a
formação de novos conhecimentos sobre o tema, além de ajudá-los na visualização
tridimensional e ampliada da estrutura celular e das organelas celulares.
Anais do II Fórum das Licenciaturas e IV Encontro do PIBID
18 e 19 de setembro de 2012 - ISSN 2237-1400
Metodologia
Construção da estrutura celular
Para o desenvolvimento e confecção tridimensional da célula animal foi
construída uma armação de madeira de 3m x 4m x 3m, revestida com tecido em
malha na cor branca, representando a membrana plasmática. Para a confecção
desta estrutura foi contratada uma equipe de profissionais, que instalaram esta
estrutura no local da exposição, Colégio Sesi, em Guarapuava –PR. Com isso, foi
possível ampliar a célula em aproximadamente 130 mil vezes.
Confecção das organelas
Em relação à confecção das organelas foram utilizados diversos materiais
todos de baixo custo, sempre procurando caracterizar a morfologia externa destas,
conforme, observadas do microscópio eletrônico. O tamanho das organelas foi
proporcional ao tamanho da célula.
Para a produção do núcleo, utilizamos mangueiras dispostas de maneira
esférica, estas mangueiras foram amarradas com arame fino. No interior do núcleo,
as cromatinas foram representadas com espiral preta, a lâmina nuclear com linha de
crochê e o nucléolo com bola de isopor tamanho médio forrado com tecido em malha
verde. O núcleo foi revestido com plástico bolha, representando a bicamada lipídica
e um revestimento de papel celofane, laranja, para dar destaque (Fig.1a). Para o
Retículo Endoplasmático Rugoso, foi utilizada espuma azul, onde foram recortadas
as cisternas e interligadas, sob esta foram fixadas bolinhas de isopor pequeninas
representando os ribossomos, e assim, ficando com o aspecto rugoso. O Retículo
Endoplasmático Liso foi representando utilizando espaguete flutuador de piscina, cor
verde, o qual foi cortado e montando de acordo com a sua morfologia (Fig.1a).
Para o Complexo de Golgi foram utilizada espuma de cor amarelo, bolas de
isopor de vários tamanho e tecido em malha de cor amarela. A espuma foi recortada
de acordo com a morfologia da organela. As bolas de isopor foram revestidas com o
tecido, e fixadas na espuma representando as vesículas (Fig.1b).
As mitocôndrias foram confeccionadas com isopor, tecido em malha de cor
vermelha e tinta de tecido branco. A forma cilíndrica, semelhante ao formato de grão
de feijão, foi desenhada e recortada no isopor, e em seguida forradas com o tecido,
as cristas mitocôndrias foram desenhas no tecido utilizando a tinta de tecido branco.
Para os lisossomos utilizados bolas de isopor tamanho médio, que foram forradas
com tecido de malha de cor rosa Pink (Fig.1a). Assim como os peroxissomos foram
confeccionados utilizando bolas de isopor de tamanho médio forradas com tecido em
malha de cor roxa (Fig.1b). Foram feitas várias mitocôndrias, lisossomos e
peroxissomos.
Montagem da estrutura e Público alvo
A célula foi montada um dia antes da exposição. Esta estrutura ficou alocada
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na porta de entrada do ginásio, do Colégio Sesi, onde todos os alunos precisavam
passar pela célula para percorrer os outros espaços da exposição. A estrutura em
madeira foi revestida com o tecido em malha branco, e as organelas foram fixadas
nesta estrutura utilizando fio de naylon e grampos. As organelas foram dispostas de
acordo com sua organização celular.
O público alvo principal da exposição, foram os alunos do maternal até o
ensino médio, abrangendo três escolas do município de Guarapuava/PR,
perfazendo um total de aproximadamente 1200 alunos.
Resultados e Discussão
O desenvolvimento de todo o material didático para a confecção do modelo
da célula gigante levou de dois a três meses. Durante este período, todas as
organelas foram pensadas e confeccionadas o mais semelhantes possível com a
morfologia das organelas vistas do microscópio eletrônico. Procurou-se trabalhar
com materiais baratos e de fácil aquisição e também as estruturas foram
desenvolvidas para que pudessem ser de fácil instalação (Fig. 1a e b).
O modelo foi apresentado na exposição itinerante do projeto de extensão “O
ensino de ciências e alfabetização científica na interação universidade escola
básica”, no Colégio Sesi, onde participaram outras dois escolas do município de
Guarapuava/PR.
A célula gigante foi instalada na entrada da exposição, assim todos os alunos
que participaram da exposição, passaram pela célula. O nome de todas as
organelas foram fixadas nas mesmas, assim, o aluno pode visualizar e associar o
nome da organela com a morfologia. Durante a passagem dos grupos de alunos
pela célula, estes recebiam explicações sobre a estrutura e morfologia da célula de
acordo com a o nível e ano de escolaridade em que o grupo se encontrava. Sendo
que estes grupos variavam do maternal até o ensino médio (Fig 1c e d).
Figura 1 – Aspectos gerais do modelo da célula gigante (ampliação de 130 mil vezes). a)
núcleo (seta laranja), retículo endoplasmático liso (seta verde), lisossomo (rosa pink); b)
complexo de golgi (seta amarela), peroxissomo (roxo); c) grupo de alunos do Jardim I; d)
grupo de alunos do 3º ano do Ensino Fundamental.
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Foi observado durante a apresentação e explicação do modelo da célula
gigante que os alunos mostraram interesse e foram receptivos com as explicações
apresentadas. Sendo que muitos dos alunos conseguiam fazer a relação entre o
conhecimento prévio e o novo, e desta forma ampliando e assimilando melhor o
conteúdo sobre o estudo das células. Por outro lado, alguns grupos de alunos não
apresentavam o conhecimento prévio, e o fizeram neste momento, e
consequentemente, quando o assunto for trabalhado em sala de aula pelo professor
estes alunos vão conseguir atingir o aprendizado significativo, associando o
conhecimento prévio com o novo.
Conclusões
Diante do exposto e do outros relatos encontrados na literatura (SOUZA et al.,
2008; ORLANDO et al., 2009) constatamos que o uso de modelo modelos
tridimensionais foi responsável pela melhora na capacidade de adquirir e guardar
informações em comparação com métodos tradicionais. Desse modo, permitindo a
interação dos alunos na atividade didática através da visualização e na manipulação
dos vários ângulos das organelas e assim, contribuindo para o desenvolvimento do
aprendizado significativo.
Agradecimentos
Agradecemos à CAPES pelo apoio financeiro.
Referências
Bastos, K. M.; Faria, J. C. N. M. Aplicação de modelos didáticos para abordagem da
célula animal e vegetal, um estudo de caso. Enciclopédia Biosfera, 2011, vol.7, n.13,
1867- 1877.
Coll, C. Martin, E.; Mauri, T.; Miras. M.; Onrubia, J.; Solé, I.; Zabala, A. O
construtivismo em sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 2006.
Orlando, T. C.; Lima, A. R.; Silva, A. M. da; Fuzissaki, C. N.; Ramos, C. L.; Machado,
D.; Fernandes, F. F.; Lorenzi, J. C. C.; Lima, M. A. de; Gardim, S.; Barbosa, V. C.;
Tréz, T. de A. E. Planejamento, montagem e aplicação de modelos didáticos para
abordagem de biologia celular e molecular no ensino médio por graduandos de
ciências biológicas.Revista brasileira de ensino de bioquímica e biologia molecular,
Minas Gerais, 2009, v. 01, n.1 p.1.
Sousa, D.C.; Andrade, G. L. P.; Júnior, A. F. N. Produção de material didático –
pedagógico alternativo para o ensino do conceito de pirâmide ecológica: Um
subsídio a educação cientifica ambiental. Fórum ambiental da Alta Paulista, 2008,
v.4.
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