História Aluno Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 04 8º Ano | 4º Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série História Ensino Fundamental 4° 8º ano Habilidades Associadas 1. Entender a sociedade europeia no século XIX e o impacto dos movimentos revolucionários. 2. Relacionar o imperialismo europeu no século XIX às mudanças na geopolítica africana. 3. Analisar as questões política, econômica e a expansão territorial americana. Apresentação A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as ferramentas da autorregulação. Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às suas aulas. Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material. Secretaria de Estado de Educação 2 Caro aluno, Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas habilidades e competências do 4º Bimestre do Currículo Mínimo de História da 8º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período de um mês. A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do conhecimento do século XXI. Neste Caderno de Atividades, vamos compreender a conjuntura europeia no século XIX e os conceitos de nação, nacionalismo e revolução. Analisaremos também a expansão europeia em direção à África e seu impacto nas sociedades africanas. Além disso, estudaremos as questões político-econômica e territorial norte-americana durante o século XIX. Este documento apresenta 03 (três) Aulas. As aulas podem ser compostas por uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto. Um abraço e bom trabalho! Equipe de Elaboração 3 Sumário Introdução ..........................................................................................................3 Aula 1: Europa século XIX ..................................................................................... 5 Aula 2: Imperialismo europeu na África ............................................................ 10 Aula 3: Estados Unidos no século XIX ................................................................ 16 Avaliação ............................................................................................................ 20 Pesquisa.............................................................................................................. 22 Referências ......................................................................................................... 23 4 Aula 1: Europa século XIX Caro aluno, nesta aula, estudaremos a Europa no século XIX. Analisaremos a organização dos Estados nacionais e o impacto na política e na sociedade dos movimentos revolucionários, que num primeiro momento estavam ligados principalmente às ideias liberais burguesas e que, no decorrer do século, foram influenciados por correntes de pensamento que buscavam alternativas ao modo de vida da população europeia. A Revolução Francesa difundiu nas sociedades europeias diversas ideias que marcaram o curso da história naquele continente e em outras partes do mundo. Uma delas foi o pensamento que valorizava a luta pelos interesses do país, onde traços em comum trariam uma identidade aos habitantes de um determinado território, ou seja, pessoas que teriam vários aspectos em comum como a história, a cultura, os hábitos, a religião, a origem, a língua, a moeda, entre outros. A união desses traços traria um sentimento de nacionalidade, de identidade, de pertencimento a uma Nação, que formaria o chamado Estado-nação. Imagem: revolucionários franceses: a bandeira do país como um símbolo de identidade e defesa da nação. Fonte: www.brasilescola.com/historiag/nacionalismo As transformações, ocorridas na Europa durante e após Revolução Francesa, significaram profundas mudanças nas estruturas políticas e sociais de determinados países europeus, cuja sociedade baseava-se em valores tradicionais, 5 herdados de épocas anteriores. Esse tradicionalismo não se encaixava no modelo de sociedade que se desenhava no século XIX. O crescimento do poder econômico da burguesia (comerciantes, industriais, banqueiros), principalmente após o desenvolvimento tecnológico e industrial, exigiu a formação de uma sociedade que facilitasse as relações comerciais e empresariais desse grupo. Em função disso, a burguesia passou a lutar pela defesa daquilo que entendia como seus direitos: liberdade de comércio, igualdade jurídica, liberdade de expressão, direito de participação política, ou seja, o pensamento liberal burguês, a liberdade para defender suas ideias e seus interesses com menor interferência do Estado. Baseados nesses pensamentos, diversos movimentos revolucionários se espalharam pela Europa nas décadas de 1820 e 1830. A primeira onda revolucionária aconteceu na década de 1820, poucos anos depois Congresso de Viena, em 1815. O Congresso foi um encontro de líderes europeus, que buscava recompor a organização dos países que existia antes da Revolução Francesa, inclusive, decidiu-se pelo retorno da monarquia tradicional na França, a dinastia de Bourbon. Isso representava a volta dos privilégios da nobreza e do grande poder dos reis de interferir na política, na economia e na sociedade do país, ou seja, tudo o que os revolucionários franceses lutaram durante anos para derrubar. A burguesia reagiu a esse retorno e os movimentos de oposição começaram. Na Espanha, por exemplo, os revolucionários exigiam o retorno da Constituição de 1812, que limitava os poderes do rei. Na França, em 1830, novamente houve movimentos revolucionários em função da tentativa do rei francês, Carlos X, de resgatar os privilégios da nobreza e de restringir a liberdade política e a interferência burguesa na sociedade. Essas atitudes provocaram a reação da burguesia que se juntou a grupos populares para lutar contra as intenções do rei, que foi derrubado do poder. Luís Felipe de Orleans substituiu o rei deposto e implantou na França um governo liberal, com a garantia dos interesses da burguesia. Inspirados nos acontecimentos na França, outros países iniciaram seus movimentos liberais como Itália, Bélgica, Alemanha e outros. 6 Imagem: movimento revolucionário de 1830 Fonte: www.mundoeducacao.com Outra situação que produziu movimentos revolucionários nesse período foram os problemas sociais gerados pela industrialização. No século XIX, havia grande exploração dos trabalhadores das fábricas (proletários), por exemplo, eles recebiam baixos salários e a jornada de trabalho era de longas horas. Essa situação levou ao aparecimento de ideias que propunham resolver a complicada situação da população, eram as correntes de pensamento socialista. Inspirados pelas ideias socialistas, em 1848, populares iniciaram movimentos que protestavam contra as difíceis condições de vida da população francesa. Em meio as agitações revolucionárias, o rei Felipe abandonou a França. A República foi proclamada, instituindo um governo provisório, que implantou algumas melhorias nas condições dos trabalhadores, como a redução das horas de trabalho. A revolução de 1848, na França, motivou a população de outros países a contestarem seus governos e suas condições de vida, é a chamada Primavera dos Povos. Podemos identificar uma nova Primavera dos povos ocorrendo atualmente, a chamada Primavera Árabe, que se iniciou em fins de 2010 em vários países com uma onda de protestos e revoluções ocorridas no Oriente Médio e norte do continente africano em que a população foi às ruas para tirar ditadores do poder. Apesar do sucesso do movimento socialista de 1848, em derrubar a monarquia na França, a burguesia reagiu às medidas tomadas pelo governo provisório e surgiram conflitos que tiraram os socialistas do poder. A burguesia conseguiu eleger Luiz 7 Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, para a presidência da república. Luiz Napoleão conseguiu se tornar imperador da França, mas deixou o poder em 1871, quando a França foi derrotada numa guerra contra os Estados alemães. As aspirações burguesas e o nacionalismo também conseguiram unificar a Alemanha, que estava dividida em vários Estados no século XIX. Motivados pelas ações expansionistas da França de Luiz Napoleão os alemães uniram-se, sob o comando do Estado da Prússia, para defender a Alemanha contra os franceses, que foram derrotados e os alemães conseguiram reunir os diversos Estados em um único governo em 1871. Assim também aconteceu com a Itália, que tinha seu território sob o domínio de outros países. A unificação dos Estados italianos ocorreu na luta contra o domínio do império austríaco. A Itália saiu vencedora do conflito e unificada. Caro aluno, nesta aula, entendemos como as ideias liberais burguesas, o pensamento socialista e o nacionalismo influenciaram na condução da política e na organização dos Estados europeus no século XIX. As atividades, a seguir, nos ajudarão a organizar nosso pensamento sobre o tema discutido. Atividade 1 Caro aluno, conforme entendemos no texto, a partir da Revolução Francesa, as ideias nacionalistas espalharam-se pela Europa. Sendo assim, responda as questões abaixo. 1. Explique o pensamento nacionalista. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2. Escreva os traços do pensamento nacionalista que você identifica como nacionalismo hoje no Brasil, ou seja, aspectos que nos identifica como brasileiros, o que temos em comum uns com os outros. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 8 Imagem: População nas ruas de Paris em 1848. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br 3. Caro aluno, após a leitura do texto e a observação da imagem acima, responda. Qual a difereça entre a corrente de pensamento que influenciou as ondas revolucionárias europeias de 1820 e 1830 e as ideias que motivaram os movimentos de 1848, a Primavera dos Povos? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 9 Aula 2: Imperialismo europeu na África Caro aluno, nesta aula, aprenderemos sobre a expansão colonialista de países europeus sobre o continente africano no século XIX. Esse movimento em direção à África e à Ásia é chamado de imperialismo ou neocolonialismo (novo colonialismo). O termo neocolonialismo é usado para diferenciar expansão imperialista do século XIX da colonização moderna, quando o Brasil era colônia de Portugal, por exemplo. Após a industrialização de alguns países europeus, como Inglaterra e França, houve a necessidade de encontrar mercados consumidores (lugares de venda dos produtos) que absorvessem a grande quantidade de artigos produzidos pelas indústrias e obter matéria-prima para novas produções. No entanto, a dificuldade de comercialização entre os países europeus criou a necessidade de expandir mercados em outros continentes. Algumas dessas dificuldades eram criadas para proteger suas indústrias internas, por exemplo, cobranças de altos impostos sobre produtos estrangeiros, incentivando a população a comprar materiais produzidos no próprio país. A solução que os países encontraram foi dominar os mercados no exterior em áreas que não possuíam a cultura econômica ocidental, ou seja, voltada para a industrialização. Sendo assim, iniciou-se o processo de expansão e dominação de países africanos e asiáticos, com a intenção de explorar suas riquezas naturais e vender os produtos fabricados pelas indústrias europeias. A justificativa utilizada pelos colonizadores, para ocupar os continentes africano e asiático, foi a “missão civilizadora”, que consistia na função dos países industrializados de levar a civilização aos povos não desenvolvidos e atrasados desses continentes, que deveriam submeter-se à “superioridade” das potências imperialistas (países industrializados). Mas, na verdade, essa era a desculpa usada para dominar e explorar as riquezas, naturais e humanas, das áreas colonizadas. A ocupação da África ocorreu pelo domínio direto dos representantes das potências colonizadoras, que possuíam os principais cargos administrativos e governativos das colônias. Enquanto que a população local ocupava cargos chefiados 10 por autoridades e funcionários estrangeiros. Nesse período, além da presença de funcionários administrativos e de tropas militares, muitos europeus deslocaram-se em direção às colônias (áreas na África e Ásia sob o controle estrangeiro), visando novas oportunidades de trabalho e negócios. Vários países africanos ofereceram resistência ao domínio estrangeiro de seu território, houve confrontos em diversas partes de continente, como, por exemplo, a rebelião, liderada por uma mulher, de povos da Costa do Ouro, atualmente Gana. No entanto, o desenvolvimento tecnológico dava aos países imperialistas superioridade militar, o que possibilitava a utilização de armas e equipamentos bélicos com grande poder de destruição, como: canhões potentes, metralhadoras, navios de guerra bem equipados com tecnologia de armamentos, explosivos, entre outros. O domínio territorial do colonizador geralmente era feito por meio da força e pelo domínio econômico. Tropas militares ocupavam áreas do continente africano, submetendo a população local ao controle dos países imperialistas, que interferiam nas questões econômicas dessas populações, como a cobrança de impostos ou o recrutamento, muitas vezes violento, de mão de obra para trabalhar na exploração das riquezas do continente, por exemplo, a exploração do material para produzir borracha, produto com grande procura no mercado. No século XIX, as disputas pelo domínio das terras africanas geraram grande rivalidade entre as potências colonialistas e, com isso, surgiu o receio de originar conflitos de grandes proporções, que teriam como resultado a desestabilização da própria empresa colonial. Por essa razão, entre os anos de 1884 e 1885 ocorreu a Conferência de Berlim, a reunião dos países imperialistas para discutir e decidir os rumos da colonização africana. Imagem: Conferência de Berlim. Fonte: www.infopedia.pt 11 Países como França, Inglaterra, Alemanha e outros participaram da Conferência de Berlim para decidir a divisão do território africano e definir qual parte caberia a cada Nação europeia. A divisão da África ocorreu considerando os interesses dos colonizadores sem levar em conta as necessidades das populações locais e a organização territorial que já existia, como, por exemplo, sem considerar as diferenças étnicas dos povos africanos ou suas culturas. Mapa da partilha da África entre os países colonizadores no século XIX. Fonte: www.revistaescola.abril.com.br A partilha da África não evitou a ocorrência de conflitos entre as potências imperialistas. Um exemplo disso é a Guerra dos Bôeres (1899-1902), conflito ocorrido entre os ingleses e colonos holandeses, franceses e alemães (bôeres). Eles disputavam uma região sul- africana rica em ouro e diamantes. A Inglaterra venceu o conflito e submeteu os bôeres a seu domínio. A estrutura colonial envolvia diversos meios de controle da população local. Os governos coloniais impunham métodos violentos para garantir a submissão política e econômica no continente. Esse é o caso da colonização no Congo belga, atual República Democrática do Congo, que se tornou uma possessão pessoal do rei da Bélgica, Leopoldo II. A violência foi a marca da administração belga no Congo. A população era forçada a trabalhar na exploração da borracha e sofria diversos castigos 12 físicos dos funcionários do governo, ou de militares, caso não correspondessem às necessidades da empresa colonial ou se resistissem ao sistema. Quando as atrocidades, praticadas pelos belgas em território congolês, vieram a público, diversas histórias de abusos e atos violentos cometidos contra população se tornaram de conhecimento mundial. Como exemplo, podemos citar o caso das mãos cortadas. Para controlar o material bélico, utilizado na possível resistência da população, os soldados deveriam apresentar a prova de que as balas das armas foram usadas com essa intenção. A prova era a mão do cadáver, ou seja, para cada bala gasta deveria ser apresentado uma das mãos da pessoa que foi atingida e provavelmente morta no ataque. Entretanto, nem todas as balas eram gastas com esse propósito e os soldados cortavam as mãos de pessoas vivas para apresentar ao governo e evitar punições. Muitas vezes, para preservar o membro, as mãos eram defumadas, mantendo a conservação até serem apresentadas às autoridades. Imagem: homens segurando as mãos cortadas. Fonte: www.entreculturas.com.br 13 Imagem: crianças africanas mutiladas. Fonte: www.ceert.org.br O neocolonialismo africano, iniciado no século XIX, estendeu-se até o século XX, quando as colônias iniciaram lutas pela independência, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Caro aluno, após estudarmos as questões sobre o neocolonialismo na África, faremos as atividades propostas sobre o assunto. Atividade 2 Caro aluno, leia o texto com atenção e responda as questões referentes ao Imperialismo ou neocolonialismo do século XIX. 1. Explique as motivações que impulsionaram as potências europeias a expandir seus domínios ao continente africano. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 14 2. Qual a explicação elaborada pelos países colonialistas para justificar a dominação africana? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. Durante a expansão imperialista europeia na África, no século XIX, as disputas por áreas coloniais geravam conflitos entre as potências europeias. Na tentativa de evitar que esses conflitos se tornassem uma grande guerra, houve a Conferência de Berlim, que foram reuniões organizadas pelos europeus entre os anos de 1884 e 1885. Explique o objetivo dessa conferência. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 15 Aula 3: Estados Unidos no século XIX Caro aluno, nesta aula, estudaremos o processo de expansão das fronteiras norte-americanas. Além disso, analisaremos o desenvolvimento industrial americano no século XIX e a guerra civil. No século XIX, os Estados Unidos iniciaram um processo de expansão, pelo qual deixaram de ocupar somente a costa leste da América, o território das antigas colônias, para formar o país com a extensão territorial que conhecemos hoje. O crescimento populacional foi um dos motivos que levaram os norteamericanos a buscar novas terras na região oeste da América do Norte. No século XIX, os Estados Unidos receberam um grande número de imigrantes europeus, que iam ao país à procura de novas oportunidades de trabalho e até riqueza. Muitos desses imigrantes eram irlandeses, alemães, italianos, judeus, chineses, entre outros. A chegada desses povos muito contribuiu para o aumento da população norteamericana. Foi nesse período, que os governantes americanos estimularam a ideia do “destino manifesto”, significando que os norte-americanos, que descendiam dos europeus, formavam um povo escolhido por Deus para levar a civilização a outros povos e, em função disso, ocupar as terras a oeste do continente. Dessa forma, o governo criava, além do estímulo econômico, um incentivo religioso para a ocupação de áreas de seus interesses, uma vez que garantiria também o acesso ao Oceano Pacífico, pois o Oceano Atlântico já estava garantido na costa leste. As pessoas que se aventuravam a conquistar o oeste americano eram chamadas de pioneiros. Como havia interesse do governo na ocupação dessa área, eram cobrados baixos preços pela posse da terra e, dessa forma, incentivar a habitação dos americanos nessa região. Muitas pessoas, famílias ou homens solteiros, deslocaram-se de suas cidades rumo ao oeste norte-americano. Uma vez assentados, os pioneiros ocupavam a terra, construíam suas moradias, praticavam a agricultura ou a criação de gado. 16 Imagem: família de pioneiros americanos. Fonte: http://sesi.webensino.com.br No entanto, parte dessas terras já era ocupada por nativos americanos (índios americanos), povos latino-americanos (mexicanos) ou eram possessões de Nações europeias. A conquista ocorreu ou por meio da compra ou através da guerra. Nesse avanço territorial, houve diversos conflitos com os índios nativos americanos que habitavam terras localizadas nas rotas dos pioneiros, como os nativos Iroqueses, cheroquis, cheienes, sioux, apaches e outros. Apesar das violentas lutas, os índios foram vencidos e praticamente dizimados do território americano. Além dos conflitos armados, os índios foram afetados por doenças contagiosas, contra as quais não possuíam defesa no organismo (imunidade). Sendo assim, grande parte da população nativa norte-americana foi exterminada na defesa de seu território. Imagem: nativos americanos 1865. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/American_frontier 17 Outra forma encontrada para a anexação territorial norte-americana foi a compra de regiões que pertenciam a outros países, como a aquisição da Louisiana, comprada da França em 1803; a Flórida, adquirida da Espanha em 1819; e o Alaska, comprado da Rússia em 1867. As terras que pertenciam ao México foram anexadas ao território dos Estados Unidos através do Tratado de Guadalupe-Hidalgo, que foi assinado após a guerra contra o México (1846 a 1848). Os Estados Unidos saíram vitoriosos da guerra e o governante mexicano cedeu uma grande área no norte do país, que hoje compõe alguns Estados americanos como Califórnia, Nevada, Utah e outros. Outro fator que motivou a migração para o oeste dos Estados Unidos foi a descoberta de minas de outro e prata em áreas dos Estados da Califórnia, Nevada e Colorado, levando milhares de pessoas a essas regiões em busca de riqueza. Imagem: Mapa dos Estados Unidos. Fonte: www.educacao.uol.com.br Os conflitos norte-americanos no século XIX não aconteceram somente em função da expansão territorial. Entre os anos de 1861 e 1865 houve nos Estados Unidos uma violenta guerra civil, que deixou milhares de mortos e feridos, a Guerra de Secessão. A economia americana, nesse período, apresentava diferenças nas atividades produtivas: em grande parte do norte a mão de obra era livre e havia o incentivo para a produção industrial; e a maioria dos estados do sul era voltada para atividades agricultoras de exportação e a mão de obra era escrava. 18 As diferenças de interesses entre o norte e o sul, principalmente em relação à escravidão, pois o norte defendia a abolição da escravatura, levaram o país à guerra. Vários estados sulistas, como Carolina do sul, Geórgia e Mississipi, uniram-se, declararam a independência do sul e formaram a Confederação da América. Com a intenção de manter o país unido o governo dos Estados Unidos (governo da União) declarou guerra contra os estados confederados, que queriam se separar da União. Sob o governo do presidente Abrahan Lincoln, a União saiu vitoriosa, os estados confederados permaneceram unidos ao país e a escravidão foi abolida. As conquistas norte-americanas e a industrialização do país fizeram dos Estados Unidos, ainda no século XIX, um país capaz de exercer influência política e econômica em outras áreas do continente americano, a América Latina, por exemplo. E no século XX, se transformaram numa potência atuante em várias partes do mundo. Caros alunos, agora que conhecemos um pouco da história dos Estados Unidos faremos as atividades para aprofundarmos a compreensão sobre o tema. Atividade 3 1. Onde trabalhavam os escravos na sociedade brasileira do século XIX? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2. Explique, de acordo com o texto, o sistema de colonato no Brasil. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 19 Avaliação Questão 1 Durante os movimentos revolucionários de 1848, primeiro na França e depois em outros países da Europa, foi implantado na França um governo republicano. Quais foram os principais motivos que levaram os revolucionários a se rebelar contra o governo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Questão 2 Quais foram os interesses que levaram as potências europeias a promover expansão colonialista em direção ao continente africano no século XIX? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Questão 3 No século XIX, os Estados Unidos passaram a ocupar as terras que ficavam a oeste da América do Norte. Dessa forma, começaram a formar a extensão territorial norte-americana dos dias atuais. Explique quais os motivos que levaram os Estados a expandir suas fronteiras. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 20 Questão 4 Fonte: www.revistaescola.abril.com.br Caro aluno, observe o mapa acima, que apresenta ocupação imperialista na África, durante o período neocolonial, e escreva quais foram os países africanos colonizados pela Inglaterra. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Questão 5 Durante o processo de ocupação da região oeste dos Estados Unidos, os norteamericanos entraram em conflito com vários povos nativos que habitavam as áreas de expansão. Explique o que aconteceu com os nativos da América do Norte no processo de expansionista dos Estados Unidos. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 21 Pesquisa Caro aluno, agora que já estudamos todos os principais assuntos relativos ao 4° bimestre, inclusive, sobre a derrota da França na guerra contra os Estados Alemães, no século XIX, faremos, então, uma pesquisa sobre a Comuna de Paris, que está relacionada aos eventos que citamos acima. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 22 Referências [1] COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Saber e Fazer História: Consolidação do Capitalismo e Brasil Império. São Paulo: Saraiva, 2009. [2] HOCHSCHILD, Adam. O Fantasma do Rei Leopoldo. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. [3] VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Scipione, 2002. Volume 3. 23 Equipe de Elaboração COORDENADORES DO PROJETO Diretoria de Articulação Curricular Adriana Tavares Maurício Lessa Coordenação de Áreas do Conhecimento Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva Marília Silva PROFESSORES ELABORADORES Daniel de Oliveira Gomes Danielle Cristina Barreto Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Renata Figueiredo Moraes Sabrina Machado Campos 24 25