língua portuguesa– prof. alberto menegotto

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LÍNGUA PORTUGUESA– PROF. ALBERTO MENEGOTTO
COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO PARA
PROVIMENTO DE VAGAS DE BOMBEIRO E POLÍCIA OSTENSIVA DA BRIGADA MILITAR
DO RIO GRANDE DO SUL – Certame elaborado pela banca EXATUS – Prova ocorrida
dia 6 de abril de 2014
QUESTÃO 1 – Concordância verbal
Na lacuna do trecho “Pessoas deram a vida combatendo a concepção de que o rei tudo podia
porque tinha poderes divinos e aos outros ____________________”, (5º parágrafo) deve aparecer
“cabia obedecer”. O verbo “caber” deve ficar no pretérito perfeito do indicativo em razão do
paralelismo com os verbos “poder” e “ter”, nas formas “podia” e “tinha”, ambos no pretérito perfeito
do indicativo. Deve ficar no singular, na forma “cabia”, pois seu sujeito é “obedecer”. Observe-se:
“obedecer cabia aos outros”.
Quanto às lacunas do trecho “Eles se achavam no direito de _________ e até _________ os
escravos que fugissem” (8º parágrafo), devem ser preenchidas pelas formas verbais “bater” e “matar”,
no infinitivo impessoal, porque são complementos do segmento “direito de”, não tendo mais como
referente sujeito o pronome “Eles”.
No trecho “Até há pouco tempo, _________ abertamente o direito do marido bater na mulher
e até matá-la” (10º parágrafo), a lacuna deve ser preenchida pela forma verbal “justificava-se”. A forma
verbal deve aparecer no singular porque seu referente sujeito é “o direito do marido bater na mulher e
até matá-la”. Observe-se: quem é que se justificava? O direito do marido bater na mulher e até matá-la,
tendo como núcleo “direito”. Quanto à colocação do pronome oblíquo “se” em ênclise (=pronome
depois do verbo), está no início de oração, e o adjunto adverbial “Até há pouco tempo...” está isolado
por vírgulas, o que obriga a colocação do “se” depois do verbo: “justificava-se”.
RESPOSTA: B.
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QUESTÃO 2 – Interpretação de texto com identificação de nexos
No trecho “Mas esse argumento foi usado durante muito tempo no Brasil. Os donos de terra
alegavam que, o país sofreria uma catástrofe sem escravos. Eles se achavam no direito de bater e até
matar os escravos que fugissem. Nessa época, o voto era um privilégio: só podia votar quem tivesse
dinheiro. E para se candidatar a deputado, só com muita riqueza em terras” (8º parágrafo), os
elementos de coesão destacados indicam, nos dois casos, restrição de uma ideia em relação a outras.
Observe-se que, se só podia votar quem tivesse dinheiro, os donos de terra podiam votar, porque
tinham dinheiro, restringindo-se o direito ao voto a quem tivesse terras e o direito a se candidatar a
quem tivesse muita riqueza em terra.
RESPOSTA: D.
Considerações acerca da questão:
1) a vírgula no segmento “Os donos de terra alegavam que, o país sofreria uma catástrofe sem
escravos”, o registro de vírgula está errado, porque separa a conjunção integrante “que” do restante
dos termos da oração que introduz; nota-se, com evidência, a ausência de revisão por parte da banca
Exatus.
2) a proposta da banca, já a partir do enunciado, foi mal-elaborada, porque, no comando da questão,
a banca uniu dois períodos independentes, transformando-os em duas orações sem a presença de
nexo que as unisse. Novamente, cabe o registro de que faltou revisão dos enunciados das questões, o
que revela a baixa qualidade dos serviços oferecidos pela empresa EXATUS.
Em nenhum dos casos, porém, há razão para anulação da questão 2.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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QUESTÃO 3 – Vozes verbais
A proposta solicita a transformação do trecho “Pessoas deram a vida” (5º parágrafo) para a voz
passiva analítica. Observe-se que o sujeito (“Pessoas”) passa a ser o agente da passiva, sendo precedido
da preposição “por”; o verbo “dar”, na forma do pretérito perfeito do indicativo “deram”, deve-se
transformar em “foi dada”, com verbo “ser” (em “foi”, no pretérito perfeito do indicativo) acrescido do
particípio de “dar” (portanto “dada). A expressão “a vida”, que é objeto, passa a ser sujeito da passiva. O
segmento “Pessoas deram a vida” (5º parágrafo) corresponde, portanto, na voz passiva analítica, à
construção “a vida foi dada por pessoas”. A banca solicitou apenas a forma verbal “foi dada”.
RESPOSTA: C.
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QUESTÃO 4 – Identificação de conjunções e tempos verbais
No trecho “outros batalharam para você votar” (4º parágrafo), o vocábulo sublinhado é
conjunção subordinada adverbial final, indicando, portanto, finalidade. Observe-se que pode ser
substituída por “a fim de”. Verdadeira a primeira afirmação.
A preposição “até”, no trecho “Crianças chegavam a trabalhar até 15 horas por dia” (9º
parágrafo), revela extensão do trabalho das crianças em relação à carga horária, não o trabalho das
crianças em si. Falsa a segunda afirmação.
A construção verbal “foi usado”, no trecho “Mas esse argumento foi usado durante muito
tempo” (8º parágrafo), apresenta o verbo “ser” conjugado no pretérito perfeito do indicativo (“foi”),
acrescido do particípio de “usar” (“usado”). No pretérito perfeito, a ideia é de ação concluída, realizada
e já acabada. Verdadeira a terceira afirmação.
No segmento “Desde então, os direitos foram se alargando” (7º parágrafo), a expressão
sublinhada indica circunstância de tempo. Observe-se que pode ser substituída por “desde aquela
época” ou “desde aquele tempo”. Verdadeira a quarta afirmação.
RESPOSTA: E.
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QUESTÃO 5 – Verbos – regência e identificação de tempos e modos verbais
QUESTÃO RECORRÍVEL
O verbo “chegar” (em “chegavam”, no 9º parágrafo, que a banca não informou nesta questão)
exige preposição “a” no adjunto adverbial que o acompanhará. Por exemplo: chegar a algum lugar,
chegar à escola, chegar a fazer algo... Correta a assertiva I.
O verbo “haver”, conjugado no presente do indicativo, na 1ª pessoa do plural, tem a forma
“havemos”. Não existe a forma verbal “hemos”. Errada a assertiva II.
“Ganhar” tem forma culta de particípio em “ganho”, mas a Gramática reconhece a forma
alternativa “ganhado”. Certa a assertiva III.
As formas verbais “podia” e “tinha” estão conjugadas no pretérito imperfeito do indicativo.
Observe-se: eu podia, tu podias, ele(a) podia, nós podíamos, vós podíeis, eles(as) podiam; eu tinha, tu
tinhas, ele(a) tinha, nós tínhamos, vós tínheis, eles(as) tinham. Correta a assertiva IV.
RESPOSTA: C.
A banca indicou como resposta a letra E, considerando todas corretas, mas a forma “hemos”
não existe na conjugação de “haver”. A primeira pessoa do plural de “haver”, no presente do
indicativo, é “havemos”. No dicionário Houaiss, na Gramática Houaiss, do Instituto Antônio Houaiss,
na Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, e no Guia Prático de Conjugação de Verbos,
de Hugo Bellaro, entre outras obras, não consta a forma verbal “hemos”. A questão deve sofrer
alteração de gabarito, de E para C.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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QUESTÃO 6 – Estrutura e formação de palavras
A palavra “discriminado” possui prefixo em “dis-”
A palavra “perseguido”, do verbo “perseguir”, é formada por prefixo “per” + “seguido”
(particípio do verbo primitivo “seguir”).
Em “transplante”, há prefixo, que é “trans”, que significa “além de”, como em “transportar”, ou
“através de”, como em “transamazônica”.
Na forma verbal “alargando”, o prefixo é “a”, com significado de “ação de”, como em “aplicar”
ou “afixar”.
Em “relegadas”, não há prefixo, pois o verbo primitivo é “relegar”.
RESPOSTA: E.
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QUESTÃO 7 – Acentuação gráfica
As palavras “importância” e “privilégio” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em
ditongo crescente. Observe-se: im-por-tân-cia e pri-vi-lé-gio. Correta a assertiva I
Os vocábulos “catástrofe” e “trânsito” são acentuadas por serem proparoxítonas. Observe-se:
ca-tás-tro-fe e trân-si-to. Certa a assertiva II.
A palavra “trás” é acentuada por ser monossílaba tônica. A forma verbal “está” é acentuada por
ser oxítona terminada em “a”. Portanto “trás” e “está” são acentuadas por regras diferentes. Errada a
assertiva III.
As palavras “até”, “você” e “além” são acentuadas pela regra das oxítonas. Correta a assertiva
IV.
RESPOSTA: C.
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QUESTÃO 8 – Verbos – diversos aspectos
QUESTÃO RECORRÍVEL
A banca solicita ao candidato que indique a alternativa em que se encontra uma natureza
comum aos verbos sublinhados no trechos destacados. Para tanto, oferece as opções tempo, modo, voz,
conjugação e número, respectivamente, nas alternativas de “a” a “e”.
Nos trechos “... mas revelam estágios...” (2º parágrafo), “... o rei tudo podia...” (5º parágrafo),
“... o país sofreria uma catástrofe...” (8º parágrafo) e “... ganharam direitos...” (9º parágrafo), os verbos
destacados estão conjugados em tempos diferentes: “revelam” está no presente do indicativo; “podia”
está no pretérito imperfeito do indicativo; “sofreria” está no futuro do pretérito do indicativo; e
“ganharam” está no pretérito perfeito do indicativo. Portanto está errada a assertiva A, já que os verbos
estão conjugados em tempos diferentes.
Todos os verbos sublinhados, cujos tempos verbais, identificados acima, são diferentes,
encontram-se no mesmo modo verbal: indicativo. Logo está correta a opção B.
Nas segmentos “... mas revelam estágios...” (2º parágrafo), “... o rei tudo podia...” (5º
parágrafo), “... o país sofreria uma catástrofe...” (8º parágrafo) e “... ganharam direitos...” (9º
parágrafo), os verbos destacados estão na voz ativa, portanto a opção C também está correta.
Os verbos “revelar” e “ganhar” pertencem à 1ª conjugação, pois ambos são terminados em “ar”; já os verbos “sofrer” e “poder” pertencem à 2ª conjugação. Portanto está errada a opção D.
Quanto ao número, “revelam” e “ganharam” estão na 3ª pessoa do plural; as formas verbais
“podia” e “sofreria” estão conjugadas na 3ª pessoa do singular. Errada a alternativa E.
Em virtude de duas alternativas, B e C, estarem corretas, a questão é passível de anulação.
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QUESTÃO 9 – Classificação de orações
No segmento “Parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania” (2º parágrafo), a
oração sublinhada é coordenada sindética adversativa, porque apresenta o nexo “mas”. Falsa a primeira
classificação.
Na sequência “Gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar” (4º parágrafo), a
oração sublinhada é subordinada adverbial final. Verdadeira a segunda classificação, embora a banca,
por falta de revisão, tenha inserido a preposição “de” em “adverbial de final”, quando deve ser apenas
“adverbial final”.
Em “Os donos de terra alegavam que o país sofreria uma catástrofe sem escravos” (8º
parágrafo), a oração sublinhada é subordinada substantiva objetiva direta, porque complementa o
verbo “alegar” e equivale ao objeto direto do verbo. Verdadeira a terceira classificação.
Em “Até matar os escravos que fugissem” (8º parágrafo), a oração sublinhada é subordinada
adjetiva restritiva, pois s refere apenas aos escravos que fugissem. Observe-se que não há vírgula
isolando a oração, o que a tornaria explicativa. Falsa a quarta classificação.
RESPOSTA: A.
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QUESTÃO 10 – Classes de palavras
Na construção “Lutou-se pela ideia de que todos os homens merecem a liberdade e de que
todos são iguais diante da lei”, as palavras sublinhadas são, respectivamente,
•
•
•
•
•
•
pronome indefinido
verbo
artigo definido feminino singular
conjunção coordenativa aditiva
adjetivo
substantivo
Portanto a sequência numérica correta, de cima para baixo, é 5 – 3 – 4 – 6 – 2 – 1.
RESPOSTA: C.
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HÁ RECURSOS CONTRA AS QUESTÕES 5 E 8. VER
ARGUMENTAÇÃO NOS COMENTÁRIOS.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio
ou processo. A violação de direitos autorais é punível como crime, com
pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do Código Penal),
conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts.
101 a 110 da Lei nº 9.610, de 19/02/98 – Lei dos Direitos Autorais).
Publicado no saite do CPC (WWW.cpcrs.com.br) e no blog
professormenegotto.blogspot.com.br. Cópias disponíveis na Loja Copystar, na sede
do CPCRS
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