16° TÍTULO: PREVENÇÃO DA INFECÇÃO PELO HIV NA POPULAÇÃO IDOSA: UM DESAFIO PARA O SÉCULO XXI CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): CAROLINE ADAMI DO NASCIMENTO, BRENDA OHATA DOS REIS, RENILSON DE OLIVEIRA ANDRADE ORIENTADOR(ES): PROFª. DRA. ROSE MEIRE IMANICHI FUGITA 1. Resumo Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de investigar as ações de saúde preventivas para infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) na população idosa. Os resultados foram discutidos com as categorias: Orientar práticas de sexo seguro; Orientar o uso correto do preservativo; Discutir mitos e tabus relacionados à sexualidade na terceira idade. 2. Introdução A epidemia HIV/AIDS em pessoas idosas no Brasil tem emergido como um problema de saúde pública nos últimos anos. Deve-se a dois aspectos emergentes: o incremento da notificação de transmissão do HIV após os 60 anos de idade e o envelhecimento de pessoas infectadas pelo HIV (BRASIL, 2006). No Brasil, o número de idosos entre homens e mulheres com AIDS está bem presente, demonstrando que os idosos não estão se prevenindo contra as DST’s/AIDS. Esse fato ocorre em decorrência dos avanços da indústria farmacêutica e da medicina que permitem o prolongamento da vida sexual ativa, em associação com a desmistificação do sexo, o que torna as pessoas idosas vulneráveis às DSTs, principalmente o HIV/AIDS (SOUSA et al., 2009). Como verificamos na literatura, vários são os fatores que tem favorecido a prática sexual dos idosos, como o aumento da expectativa de vida, uso de medicamentos no tratamento para impotência sexual e acesso a grupos de convivência por redes sociais. Porém, fatores como a não utilização de preservativos tem levado ao aumento do índice de idosos infectados com o vírus do HIV necessitando de uma abordagem educativa desta população. 3. Objetivo Descrever ações preventivas para infecção pelo HIV na população idosa. 4. Metodologia O método utilizado neste estudo foi a pesquisa bibliográfica. O material pesquisado foi constituído por artigos científicos publicados no período de 2006 a 2016. O levantamento bibliográfico foi realizado nas seguintes fontes: BVS e bases de dados Scielo e Lilacs. As palavras-chave consideradas na pesquisa foram: idoso, enfermagem, saúde do idoso, HIV e políticas de saúde e ações preventivas. 5. Desenvolvimento A terceira idade tornou-se um grupo vulnerável ao HIV/Aids. O “não se sentir ameaçado” pelo vírus demonstra quase sempre maior resistência ao uso de preservativos, principalmente nos idosos que foram ou são usuários de drogas injetáveis. Este grupo possui a convicção de ser mais resistente ao HIV/Aids, por isso a descoberta da doença nestes indivíduos sempre é tardia, e o nível de disseminação para outros indivíduos é desastroso (REZENDE; LIMA; REZENDE, 2009). Os preconceitos acerca da sexualidade da pessoa idosa atingem também os profissionais de saúde, que tendem a não valorizar suas queixas ou evitam tocar nesse assunto por não saberem lidar ele. A crença de que o avançar da idade e o declinar da atividade sexual estão inexoravelmente ligados também tem sido responsável pela pouca atenção dada a essa questão nessa etapa da vida, aumentando a vulnerabilidade do idoso, inclusive, para as DST/HIV/Aids (BRASIL, 2013). Diante dessa realidade cabe aos profissionais de saúde desenvolver ações preventivas para proteger e conscientizar a população idosa com relação ao HIV. 6. Resultados Preliminares - Orientar práticas de sexo seguro O uso do preservativo para pessoas acima de 50 anos é seis vezes menor do que na população mais jovem. Esta predominância pode ser explicada pelo fato de a mulher idosa na pós-menopausa já não se sentir ameaçada com o risco de uma gravidez indesejada, pelo preconceito quanto ao uso de preservativo pelos homens mais velhos, e/ou também pela visão dos próprios idosos que pensam que em razão da idade estariam num grupo de “baixo risco” (REZENDE; LIMA; REZENDE, 2009). Assim, para os profissionais de saúde é essencial que identifique esta vulnerabilidade do indivíduo idoso para que possa trabalhar nesta perspectiva de prevenção e tratamento (RIBEIRO; JESUS, 2006). 6.2 Orientar o uso correto do preservativo O aumento da frequência de práticas sexuais entre as pessoas idosas deve estar associado a iniciativas de prevenção e de assistência para o controle de eventos relacionados à exposição às doenças de transmissão sexual (BRASIL, 2007). As pessoas idosas que vivem com HIV/Aids também têm demandas específicas que devem ser consideradas, entre as quais ressalte-se a importância de se prover os insumos necessários para adoção de práticas sexuais seguras (BRASIL, 2007). 6.3 Discutir mitos e tabus relacionados à sexualidade na terceira idade O aumento progressivo de números de casos de DSTs/HIV entre idosos, está relacionado com a falha do pensar e agir dos profissionais de saúde quando o assunto é sexualidade das pessoas idosas(AIRES; PAZ, 2008). Assim, a questão do mito da velhice assexuada acaba transformando-se num círculo vicioso de maneira que, ao interiorizar o mito, o idoso passa a acreditar que as tentativas de concretizar o ato sexual estariam fadadas ao fracasso. Em decorrência disso, suas motivações diminuem, fortalecendo ainda mais o mito na visão dos jovens que, futuramente também serão afetados por ele (ALMEIDA e LOURENÇO, 2007). 7. Fontes consultadas AIRES, M.; PAZ, A.A. Necessidades de cuidado aos idosos no domicílio no contexto da estratégia de saúde da família. Rev Gaúch Enferm, v.29, n. 1, p. 83-9, 2008. ALMEIDA, T.; LOURENÇO, M.L. Envelhecimento, Amor e Sexualidade: Utopia ou Realidade?. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v.10, n. 1, p. 101 – 113, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST. Ano II, nº1, janeiro a junho de 2006. Disponível em: http:// www.aids.gov.br. Acesso em: 23 mar. 2016. LAURENTINO, N. R. S; et al. Namoro na terceira idade e o processo de ser saudável na velhice: recorte ilustrativo de um grupo de mulheres. Rev. Bras. de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, p.51-63, jan-jun. 2006. REZENDE, M. C. M., LIMA, T. J. P. L., REZENDE, M. H. V., Aids na terceira idade: determinantes biopsicossociais. Rev. Estudos, v.36, n.1/2, p. 235-253, jan./fev. Goiânia, 2009 RIBEIRO, L.C.C.; JESUS, M.V.N. Avaliando a incidência dos casos notifi cados de AIDS em idosos no estado de Minas Gerais no período de 1999 a 2004. Rev Cogitare Enferm, v. 11, n. 2, p. 113-116, 2006 SOUSA, A. C. A.; SUASSUNA, D.S.B.; COSTA, S.M.L. Perfil Clínico Epidemiológico de Idosos com Aids. DST. Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 22-26, 2009.