AVALIAÇÃO DO PADRÃO RESPIRATÓRIO EM MULHERES SUBMETIDAS A CIRURGIAS PARA TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Débora Sanfelice Zanon¹, Deise Lentz de Abreu¹, Melissa Medeiros Braz² ¹ Acadêmicas do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano-UNIFRA – Santa Maria-RS. ² Orientadora docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano-UNIFRA – Santa Maria-RS. Trabalho realizado pelo Grupo de Pesquisa Promoção da Saúde e Tecnologias aplicadas a Fisioterapia – UNIFRA. Resumo: O câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Sabendo-se que a mastectomia pode comprometer a função respiratória, especialmente pela localização da cicatriz cirúrgica, a fisioterapia se faz importante desde o pré-operatório. Objetivo: Avaliar o padrão respiratório de pacientes que se submeteram a cirurgias de carcinoma maligno da mama. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por cinco mulheres, com faixa etária de 35 a 60 anos que passaram por cirurgia de câncer de mama. Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram: um questionário, um manovacuômetro, uma fita métrica e um goniômetro. Resultados: Na manovacuometria, segundo a escala de NEDER et al (1999), a paciente A não atingiu o nível de normalidade da PEmáx e PImáx definido pela escala, já a paciente E superou o nível da normalidade. Conclusão: pode-se concluir que não ouve alteração no padrão respiratório das mulheres submetidas a cirurgias para o tratamento do câncer de mama. Não foram obtidas alterações significativas em nenhum dos métodos utilizados. Palavras-chave: Fisioterapia, Câncer de Mama, Função Respiratória, Mastectomia. Abstract: Cancer is the name given to a group of more than 100 diseases that have in common the uncontrolled growth of cells that invade tissues and organs. Rapidly dividing, these cells tend to be very aggressive and uncontrollable, causing the formation of malignant tumors that can spread to other body regions. Knowing that the mastectomy can compromise respiratory function, especially the location of the surgical scar, physical therapy becomes important since the pre-operative. Objective: To evaluate the respiratory pattern of patients who underwent surgery for malignant breast cancer. Materials and Methods: The sample consisted of five women, aged 35 to 60 years who underwent breast cancer surgery. The instruments used for research were a questionnaire, a manometer, a tape measure and a goniometer. Results: In the manometer, according to the scale of Neder et al (1999), the patient has not reached the normal level of MEP and MIP defined by scale, and the patient has exceeded the normal levels. Conclusion: It can be concluded that no change in breathing pattern hears from women undergoing surgery for the treatment of breast cancer. No significant changes were found in any of the methods used. Keywords: physical therapy, breast cancer, respiratory function, mastectomy. INTRODUÇÃO A mama da mulher possui, em numerosas durante a puberdade, durante a gestação, lactação e na velhice [1]. O câncer é o nome dado a um conjunto de culturas, um significado especial. Ela é um sinal externo de feminilidade e um símbolo, além de sua função nutritiva. A noção da “mama ideal” é definida pela sociedade; ela está sujeita as influências da moda. As mamas se modificam mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são pela localização da cicatriz cirúrgica; portanto, variadas, podendo ser externas ou internas ao deve-se organismo, estando inter-relacionadas. As causas utilizando posturas que favoreçam a melhor externas referem-se ao meio ambiente e aos ventilação pulmonar, exercícios respiratórios de hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. reexpansão, reeducação diafragmática, o huffing, As causas internas são, na maioria das vezes, incentivadores geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à musculares, de acordo com as necessidades de capacidade do organismo de se defender das cada paciente [6]. agressões externas [2]. incentivar Dessa a dinâmica respiratórios forma, e esta respiratória, exercitadores pesquisa visa O câncer de mama é a maior causa de investigar: quais são os efeitos das cirurgias para o óbitos por câncer na população feminina no tratamento do câncer de mama sobre a função Brasil, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 respiratória? anos. O Brasil deve registrar no ano de 2009 mais 49 mil casos de câncer de mama, mantendo-se MATERIAS E MÉTODOS estável em relação a 2008. No estado de São Paulo a estimativa é de 15.600 novas ocorrências A pesquisa foi de abordagem quantitativa do tipo descritiva. e na capital cerca de 6 mil [3]. A população deste estudo foi composta O tratamento eletivo é cirúrgico. Entre as técnicas cirúrgicas conservadoras a cirúrgico de câncer de mama, que se encontravam tumorectomia, quadrandectomia e dentre as em tratamento de Fisioterapia, na Clínica Escola mastectomias do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), pode-se destacar estão por mulheres que se submeteram a tratamento a radical modificada. localizada na cidade de Santa Maria, RS. A fisioterapia acompanha as mulheres A amostra foi composta por cinco que têm sido submetidas a cirurgias da mama por mulheres, com faixa etária de 35 a 60 anos, que tumores malignos. A abordagem inicia-se no pré- passaram por cirurgia de câncer de mama. Como operatório. As mulheres são orientadas quanto à critérios de exclusão constavam mulheres com postura que irão adquirir no pós-cirúrgico (PO) e a problema importância da aderência à reabilitação. Quanto bronquite ou enfisema. respiratório prévio, como asma, mais precoce forem orientados os exercícios, mais Todas as mulheres foram comunicadas rapidamente a mulher responderá ao tratamento formalmente sobre a pesquisa, sendo explicados [4]. os seus objetivos, um termo de consentimento O tratamento fisioterápico de câncer de mama tem enfocado o tratamento de linfedema, livre e esclarecido foi entregue e assinado por elas, que concordaram em participar da pesquisa. diminuição da função do ombro e extremidade Os instrumentos utilizados para a pesquisa superior, tratamento de cicatriz e redução da dor foram: [5]. pesquisadoras e composto por dados gerais das Sabe-se que a mastectomia um questionário elaborado pelas pode participantes, dados específicos referentes ao comprometer a função respiratória, especialmente câncer de mama que foram objeto de estudo da pesquisa; um manovacuômetro da marca Aduçã D 18 32 41 19 19 MVD300, utilizado para a avaliação das pressões o E 16 28 22 20 15 inspiratória e expiratória máximas; uma fita RI D 51 49 52 71 54 E 52 41 50 70 69 D 90 52 92 79 79 E 78 52 70 79 55 métrica utilizada para a cirtometria; um goniômetro da marca Carci, utilizado para avaliar RE a amplitude de movimento do ombro das mulheres. Todos os dados avaliados foram Ao serem questionadas sobre a queixa submetidos à análise estatística descritiva, e foram principal, nenhuma paciente relatou dificuldade organizados em tabelas e gráficos. para respirar, 40% destas referiram sentir dor e 40% apresentaram edema. RESULTADOS Quanto ao padrão respiratório, 20% destas Este estudo teve como amostra 5 mulheres apresentaram padrão abdominal e 80% apical. com média de idade de 50,2 ± 9, 33 (idade Nenhuma paciente apresentou aderência mínima 36 e máxima 60 anos), onde 60% foram cicatricial. Quanto a alterações posturais, 100% submetidas à mastectomia radical modificada e destas apresentaram o ombro homolateral à 40% à quadrantectomia. O tempo de cirurgia cirurgia mais elevado. Em relação ao tabagismo, variou de 1 a 6 anos (2,7 ± 2,1). 20% eram ex fumantes. No quesito histórico familiar, 40% das No presente estudo, a avaliação através da pacientes relataram ter casos de câncer, quanto à cirtometria nas regiões axilar, xifóide e abdominal limitação da amplitude de movimento (ADM) do demonstrou que as médias dos valores obtidos ombro, 100% referiram dificuldades na mesma, tiveram diferenças mínimas. houve diminuição de quase todos os movimentos Cirtometria avaliados no membro superior homolateral a cirurgia (Tabela 1). Axilar Xifóide Goniometria (TABELA 1) ADM Pacient A l B C D E es Flexão D E Abdomina Pacient Ins Exp Ins Exp Ins Exp es p. . p. . p. . 15 16 15 13 17 A 53 54 64 66 90 93 2 1 1 0 1 B 104 102 96 97 101 102 16 15 13 15 16 C 94 85 77 68 82 79 2 3 3 1 5 D 54 59 64 68 65 62 E 54 57 66 65 60 58 Extens D 58 61 68 48 40 ão E 60 60 51 59 39 Abduç D 17 11 16 11 15 0 2 2 1 2 Neder et al [16], a paciente A não atingiu o nível de 17 12 12 11 14 normalidade da PEmáx e PImáx definido pela 1 0 1 9 0 ão E Na manovacuometria, segundo a escala de escala, já a paciente E superou o nível da está localizado o tumor maligno, com margens normalidade. cirúrgicas de tecido normal circunjacente de 2 a 2,5cm. Manovacuometria (tabela2) No quesito histórico familiar, 40% das P INSP MAX P EXP MAX pacientes relataram ter casos de câncer, como Paciente Medid Previst Medid Previst demonstra o estudo de Rodrigues [7], o qual cita s o o o o que os índices de câncer de mama aumentam de A 81 82,47 120 80,83 50 a 90% se houver casos na família. B 120 81 60 79 C 120 86,88 64,5 86,32 movimento (ADM) do ombro, 100% referiram D 120 92,76 95 93,64 dificuldades na mesma, houve diminuição de E 120 85,9 120 85,1 quase todos os movimentos avaliados no membro Quanto à limitação da amplitude de superior homolateral a cirurgia. As literaturas referentes à amplitude de DISCUSSÃO Aqui será apresentada a discussão através da aplicação dos instrumentos utilizados neste estudo, que teve como amostra 5 mulheres com média de idade de 50,2 ± 9, 33 (idade mínima 36 e máxima 60 anos), o que condiz com os dados do INCA[2] que afirmam que a incidência do câncer de mama se eleva em mulheres acima de 35 anos mastectomia 60% radical foram submetidas modificada e 40% à à quadrantectomia. O tempo de cirurgia variou de 1 Cardozo et al [6] , as mastectomias radicais modificadas ou cirurgias mioconservadoras, referentes ao método Patey e onde a redução da ADM do membro envolvido são freqüentemente observados e relatados pelas mulheres operadas da mama, e merecem atenção, já que interferem na qualidade de vida dessas mulheres. Observou-se que grande parte das mulheres apresentava limitação da ADM do movimentos de rotação lateral, abdução e flexão de ombro. A dor e o medo, ao realizar cinesioterapia no período pós-operatório imediato, agravamento dessa complicação, que pode evoluir para uma deformidade permanente quando não tratada. Nesse estudo observou-se que todas as Dyson, no qual são removidos a glândula mamária, o músculo peitoral menor de suas inserções, com esvaziamento axilar radical, sendo preservado o músculo grande peitoral e o método Madden; nessa cirurgia é removida a glândula mamária e realizado o esvaziamento axilar, preservando , também podem contribuir para a instalação e a 6 anos (2,7 ± 2,1). Segundo [8] ombro homolateral a cirurgia, principalmente nos e com idades mais avançadas. Destas, movimento (ADM) do ombro como de Lahoz ambos os peitorais. Já a quadrantectomia consiste na extirpação de um quadrante ou segmento da glândula mamária onde mulheres tiveram diminuição da ADM do ombro homolateral a cirurgia nos movimentos de flexão e extensão comparado com o ombro contralateral [8]. Segundo Campanholi et al [9] , o processo cirúrgico impõe à paciente limitações funcionais, como colocar um casaco, pentear-se, entre outras, que irão restringir suas atividades de vida diária, além de sua vida social. O nervo torácico longo para respirar, 40% destas referiram sentir dor e pode ser seccionado durante a cirurgia, ocorrendo 40% apresentaram edema. fraqueza do músculo serrátil anterior e Estudos demonstram que as pacientes conseqüente alteração na rotação e estabilização com linfedema da escápula para cima, resultando em limitação da psicológicas, abdução ativa do membro superior. Com a reação importantes quando comparadas com as pacientes de defesa muscular, comumente ocorre quadro submetidas ao tratamento para o câncer de mama, álgico e espasmo muscular na região cervical. mas que não desenvolveram o linfedema [10]. sociais, apresentam sexuais alterações e funcionais [11] Também pode ocorrer restrição da movimentação De acordo com Ferro et al , o ativa do ombro, devido aos músculos elevadores linfedema é uma das principais complicações da escápula, redondo maior e menor e infra- decorrentes das cirurgias de mama acrescidas de espinhoso, estarem mais sensíveis à palpação. esvaziamento axilar e a única seqüela em que a Exercícios ativos, realizados pela paciente incidência aumenta com o tempo. Uma diferença com a orientação do fisioterapeuta serão decisivos para mais de 2 cm em qualquer ponto da na reabilitação da amplitude de movimento da perimetria deve ser indicação para um tratamento cintura de linfedema. escapular e na diminuição das complicações. Quanto ao padrão respiratório, 20% destas Salientamos que as pacientes dessa apresentaram padrão abdominal e 80% apical. pesquisa, participavam concomitanemente de Nenhuma paciente apresentou aderência outro estudo “Efeitos do método pilates na cicatricial. Quanto a alterações posturais, 100% reabilitação mulheres destas apresentaram o ombro homolateral à mastectomizadas”, das referentes autoras Angela cirurgia mais elevado. Estas alterações posturais Sarturi Timm, Caren Fleck, Daniela Sanchotene podem causar comprometimentos em outros Vaucher, Gabriele Grohes Guerreiro, Letícia sistemas do corpo humano, como a alteração Frigo, onde com o término da análise dos dados, a postural no tronco ou membros que podem intervenção da fisioterapia através do método influenciar na dinâmica respiratória do indivíduo Pilates em um tempo médio de 2,2 anos de pós- [12]. Em relação ao tabagismo, 20% eram ex operatório mostrou-se significantemente eficaz na fumantes. Estudos experimentais demonstraram recuperação das que compostos presentes na fumaça do cigarro membros (hidrocarbonetos policíclicos, aminas aromáticas e superiores; sendo que todos os exercícios foram nitrosaminas) induzem a carcinogênese mamária realizados de forma simétrica e bilateral, sem através do achado de adultos de DNA e de isolamento do lado comprometido. E por esse mutações do gene p53. Em uma meta-análise motivo, pode ser que os resultados do presente recente, sugeriu-se uma correlação positiva do estudo tenham sido satisfatórios. tabagismo passivo e ativo no desenvolvimento de amplitudes funcional e aumento articulares, de da nos angulação dois Ao serem questionadas sobre a queixa câncer de mama no período pré-menopausa, principal, nenhuma paciente relatou dificuldade embora os mecanismos biológicos envolvidos ainda permaneçam obscuro [13]. Na manovacuometria, segundo a escala de demonstrando o coeficiente respiratório ser menor Neder et al [14], a paciente A não atingiu o nível de na região umbilical em relação as outras regiões. normalidade da PEmáx e PImáx definido pela Teodori et al [19], utilizando a cirtometria para uma escala, já a paciente E superou o nível da avaliação pré e pós reeducação postural global, normalidade. Outro estudo de Gonçalves et al [18] , descreveram dados somente das regiões axilar e demonstrou que os valores encontrados em xifóide demonstrando as médias dos valores indivíduos saudáveis para PImáx foram inferiores obtidos nestas regiões com diferenças mínimas aos propostos por Neder, assim como o presente entre elas. Jamami estudo, onde 60% das mulheres não atingiram o reabilitação pulmonar, descreve as médias nas três esperado pelo mesmo. regiões Não foram encontrados na literatura estudos que avaliassem as medidas de pressões inspiratórias e expiratórias máximas de [20] , na avaliação pré e pós- mensuração da cirtometria demonstrando valores menores para a região basal. para avaliação do padrão respiratório em mulheres CONCLUSÃO submetidas a cirurgias para tratamento do câncer Em decorrência das inúmeras alterações de mama. No entanto, a avaliação dessas variáveis físicas e emocionais envolvidas no contexto do é importante tendo em vista a facilidade de avaliá- câncer, surgem formas variadas para intervenções las e a relação que estabelecem com as demais realizadas no tratamento de câncer de mama, variáveis. A redução da capacidade inspiratória objetivando uma melhor recuperação e redução de está associada à redução da capacidade pulmonar complicações. total, sendo esta avaliada de uma maneira menos dispendiosa. A pressões pode-se concluir que não ouve alteração no respiratórias é importante tendo em vista que a padrão respiratório das mulheres submetidas a capacidade vital só começa a reduzir quando há cirurgias para o tratamento do câncer de mama. declínio da força dos músculos respiratórios de Não foram obtidas alterações significativas em pelo menos 50% do valor previsto [15]. Segundo, nenhum Bregagnol et al avaliação das Com base nos resultados encontrados, [16] , embora a cirurgia para podem desenvolver problemas pulmonares devido à imobilidade. cirtometria nas regiões axilar, xifóide e abdominal demonstrou que as médias dos valores obtidos tiveram diferenças mínimas. Costa et al [17] em um estudo utilizando a técnica de cirtometria para avaliação pré e pós um programa de reeducação Uma limitação deste estudo é o tamanho da amostra que para o grupo pode ser explicado pela participar da pesquisa, pois a maioria dessas mulheres já tinha controle participado de estudos anteriores. Contudo, o desenvolvimento de mais pesquisas nessa área, com amostra maior, são necessárias para comparação, análise e discussão dos resultados já existentes. funcional respiratória, descreveram a média dos obtidos utilizados dificuldade de encontrar voluntárias dispostas a No presente estudo, a avaliação através da valores métodos (manovacuometria, cirtometria e ADM). retirada do câncer de mama não invada o tórax, as pacientes dos REFERÊNCIAS [1] HENSCHER, U. Fisioterapia em fisioterapêutico. RUBS. Curitiba, PR, n.1, v.2, Ginecologia. São Paulo, SP: Editora Santos, p.14-23, 2006. 2007. [10] GARCIA, L.B. et al. Efeitos da estimulação [2] INCA. 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