Como nasce e morre uma estrela?

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Astronomia
Como nasce e morre uma
estrela?
Astronomia
Eliza Kobayashi
Quando se olha para um céu estrelado, é difícil
acreditar que aqueles astros se originaram há
milhões e bilhões de anos a partir de nuvens
escuras de poeira cósmica e que, um dia, eles
simplesmente morrerão - ou até já podem ter
morrido. É isso que nos conta a professora
Thais Idiart, do Departamento de Astronomia
do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da Universidade de São
O nascimento de uma estrela na
Paulo (IAG-USP). "As melhores condições para
constelação de Perseus, a uma
distância de mil anos-luz da Terra.
se formar estrelas são encontradas nas
Foto: NASA/JPL/Divulgação
chamadas nuvens escuras, que podem ser de
gás, de poeira ou moleculares". O tamanho
dessas nuvens é da ordem de centenas de
anos-luz e a temperatura no interior delas equivale a aproximadamente 260ºC. É a partir delas que se originam não apenas uma, mas várias estrelas.
"Elas quase sempre se formam em grupos, raramente isoladas", diz Thais.
O processo de formação desses astros pode levar algumas dezenas de
milhões de anos. "O primeiro estágio se dá quando uma massa grande da
nuvem começa a se contrair. Devido a instabilidades gravitacionais, ela pode
se fragmentar em pedaços menores que, por sua vez, também podem
colapsar e continuar a se dividir, formando, eventualmente, dezenas ou
centenas de estrelas", explica a professora. À medida que começam a se
contrair, esses fragmentos iniciam uma fase de aquecimento e passam a ser
denominados proto-estrelas. "Quando a temperatura no centro deles alcança
um valor alto suficiente para começar a reação de fusão nuclear, a contração
para e a estrela nasce".
O tempo de vida de uma estrela está diretamente relacionado à sua massa.
"As de massa bem maiores que a do Sol, cerca de dez vezes maiores, por
exemplo, vão durar dezenas de milhões de anos, enquanto o tempo de vida
do astro solar é de 10 bilhões de anos. Já estrelas com um décimo da massa
solar têm uma expectativa de vida de várias dezenas de bilhões de anos",
afirma Thais Idiart. A idade atual do Sol é de 4,5 bilhões de anos, "logo, ele
tem ainda uns 5 bilhões de anos pela frente". A professora explica que,
durante as fases finais de vida do Sol, ele irá se expandir até atingir a órbita
de Marte, transformando-se em uma estrela vermelha gigante. "Nessa fase
evolutiva, todos os planetas internos, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, serão
extremamente aquecidos. Na Terra, os oceanos se evaporarão e o planeta
perderá sua atmosfera". Terminada a fase de expansão, o astro inicia um
processo inverso: "Irá encolher muito até se tornar uma estrela do tipo anã
branca. A energia liberada por ele será menor do que a atual e o que restar
dos planetas internos estará a temperaturas muito baixas", prevê.
Mas por que as estrelas morrem? "No núcleo delas, a energia é formada por
fusão nuclear, ou seja, elementos mais leves vão se fundindo e formando os
mais pesados com o passar do tempo", diz Thais. No caso do Sol, o
hidrogênio (que é mais leve) transforma-se em hélio (que é mais pesado) por
fusão nuclear. Quando o hidrogênio se esgota no núcleo da estrela, o hélio
começa a se fundir para formar carbono. "Mas em uma estrela com a massa
do Sol, a temperatura de fusão do carbono para formar elementos mais
pesados nunca será atingida, então forma-se um núcleo que não mais
produzirá energia e, com isso, começa o processo de morte da estrela".
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Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Julho de 2009
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