ESTRELAS Sérgio Mittmann dos Santos Astronomia Licenciatura em Ciências da Natureza IFRS − Câmpus Porto Alegre 2013/2 Estrelas São esferas autogravitantes de gás ionizado, cuja fonte de energia é a transmutação de elementos através de reações nucleares, isto é, da fusão nuclear do hidrogênio em hélio e posteriormente em elementos mais pesados Estrelas São esferas autogravitantes de gás ionizado, cuja fonte de energia é a transmutação de elementos através de reações nucleares, isto é, da fusão nuclear do hidrogênio em hélio e posteriormente em elementos mais pesados Composição química das estrelas em geral é praticamente a mesma: aproximadamente 90% de H e aproximadamente 9% de He Outros elementos juntos contribuem entre 1% e 2% da composição e são chamados de metais Estrelas São esferas autogravitantes de gás ionizado, cuja fonte de energia é a transmutação de elementos através de reações nucleares, isto é, da fusão nuclear do hidrogênio em hélio e posteriormente em elementos mais pesados Composição química das estrelas em geral é praticamente a mesma: aproximadamente 90% de H e aproximadamente 9% de He Outros elementos juntos contribuem entre 1% e 2% da composição e são chamados de metais As estrelas atuais têm massas entre 0,08 e 100 vezes a massa do Sol (MSol = 1,9891 × 1030 kg) Estrelas São esferas autogravitantes de gás ionizado, cuja fonte de energia é a transmutação de elementos através de reações nucleares, isto é, da fusão nuclear do hidrogênio em hélio e posteriormente em elementos mais pesados Composição química das estrelas em geral é praticamente a mesma: aproximadamente 90% de H e aproximadamente 9% de He Outros elementos juntos contribuem entre 1% e 2% da composição e são chamados de metais As estrelas atuais têm massas entre 0,08 e 100 vezes a massa do Sol (MSol = 1,9891 × 1030 kg) As estrelas normais, não colapsadas, têm temperaturas efetivas entre 2.500 K e 30.000 K Existem anãs brancas com temperaturas efetivas até 200.000 K e estrelas de nêutrons com temperaturas efetivas até 1.500.000 K ou mesmo maiores Fotometria Fotometria é a medida da luz proveniente de um objeto Fotometria Fotometria é a medida da luz proveniente de um objeto Todo o espectro eletromagnético, desde a radiação gama até as ondas de rádio, são atualmente usadas para observações astronômicas Grandezas fundamentais para a fotometria L = Luminosidade: Energia total emitida por segundo em todas as direções [J/s] = Potência [W] Grandezas fundamentais para a fotometria L = Luminosidade: Energia total emitida por segundo em todas as direções [J/s] = Potência [W] F = Fluxo: Energia por unidade de tempo por unidade de área que chega ao detector [J/(s·m2) = W/m2] Grandezas fundamentais para a fotometria L = Luminosidade: Energia total emitida por segundo em todas as direções [J/s] = Potência [W] F = Fluxo: Energia por unidade de tempo por unidade de área que chega ao detector [J/(s·m2) = W/m2] Magnitude aparente m Hiparco (160-125 a.C.) dividiu as estrelas visíveis a olho nu de acordo com seu brilho aparente, atribuindo magnitude 1 à mais brilhante e 6 às mais fracas Magnitude aparente m Hiparco (160-125 a.C.) dividiu as estrelas visíveis a olho nu de acordo com seu brilho aparente, atribuindo magnitude 1 à mais brilhante e 6 às mais fracas Na definição de Hiparco, as de m = 1 são as 20 primeiras estrelas que aparecem após o pôr-do-sol Magnitude aparente m Hiparco (160-125 a.C.) dividiu as estrelas visíveis a olho nu de acordo com seu brilho aparente, atribuindo magnitude 1 à mais brilhante e 6 às mais fracas Na definição de Hiparco, as de m = 1 são as 20 primeiras estrelas que aparecem após o pôr-do-sol Norman Robert Pogson (1829-1891) verificou que o sistema, baseado na percepção de brilho do olho humano, é logarítmico Magnitude aparente m Fluxo correspondente a uma estrela de primeira magnitude (m = 1) é 100 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 6 Magnitude aparente m Fluxo correspondente a uma estrela de primeira magnitude (m = 1) é 100 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 6 Magnitude aparente m Fluxo correspondente a uma estrela de primeira magnitude (m = 1) é 100 vezes mais brilhante que uma estrela de magnitude 6 m(Vega) = 0 m(Sírius) = −1,42 m(Lua cheia) = −12,0 m(Sol) = −26,7 8.mai.2000: m(Marte) = 1,50; m(Urano) = 6,00; m(Netuno) = 8,00; m(Plutão) = 14,0 Magnitude absoluta M Para podermos comparar os brilhos intrínsecos de 2 estrelas, precisamos usar uma medida de brilho que independa da distância Magnitude absoluta M Para podermos comparar os brilhos intrínsecos de 2 estrelas, precisamos usar uma medida de brilho que independa da distância Definimos como magnitude absoluta M a magnitude teórica que a estrela teria se estivesse a 10 pc de nós Magnitude absoluta M Para podermos comparar os brilhos intrínsecos de 2 estrelas, precisamos usar uma medida de brilho que independa da distância Definimos como magnitude absoluta M a magnitude teórica que a estrela teria se estivesse a 10 pc de nós m − M = 5 (log r) − 5 Magnitude absoluta M Ordem 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Estrela Sol Sírius (no Cão Maior) Canopus (na Carina) Rigel Kentaurus (Alpha Centauri) Arcturus (em Boötes) Vega (na Lyra) Capella (na Auriga) Rigel (no Órion) Procyon (no Cão Menor) Archenar (em Eridanus) Betelgeuse (no Órion) Hadar (no Centauro) Altair (na Águia) Acrux (no Cruzeiro) Aldebaran (em Touro) Spica (em Virgem) Antares (no Escorpião) Magnitude Absoluta MV +4,72 +1,4 -2,5 Magnitude Aparente mV -26,72 -1,46 -0,72 Distância à Terra +4,4 -0,27 4,3 +0,2 +0,6 +0,4 -8,1 2,8 -1,3 -5,1 -4,3 +2,3 -3,8 -0,2 -4,7 -5,2 -0,04 0,03 +0,08 +0,12 +0,38 +0,46 +0,58 +0,61 +0,77 +0,79 +0,87 +0,98 +1,09 34 25 41 900 11 75 445 300 17 270 65 260 600 (anos-luz) 8 min 8,6 74 Espectroscopia Quase toda informação sobre as propriedades físicas das estrelas são obtidas direta ou indiretamente de seus espectros, principalmente suas temperaturas, composições e densidades Espectroscopia LEIS DE KIRCHHOFF 1 Um corpo opaco quente, sólido, líquido ou gasoso, emite um espectro contínuo. Exemplos: filamento de uma lâmpada incandescente (sólido); lava de um vulcão (líquido); estrela (gás muito denso). 2 Um gás quente transparente (pouco denso) produz um espectro de linhas brilhantes (de emissão). O número e a posição (cor) destas linhas depende dos elementos químicos presentes no gás. Exemplo: lâmpada fluorescente. 3 Se um espectro contínuo passar por um gás à temperatura mais baixa, o gás frio causa a presença de linhas escuras (de absorção). O número e a posição destas linhas depende dos elementos químicos presentes no gás. Exemplo: Sol e sua atmosfera. Espectroscopia 1820 JOSEPH VON FRAUNHOFER observou linhas nos espectros do Sol, de Sírius, Castor, Pollux, Capella, Betelgeuse e Procyon Espectroscopia 1820 JOSEPH VON FRAUNHOFER observou linhas nos espectros do Sol, de Sírius, Castor, Pollux, Capella, Betelgeuse e Procyon Linha 1856 GUSTAV ROBERT KIRCHHOFF (Å) Elemento Cor A 7594 oxigênio Vermelho B 6867 oxigênio C 6563 hidrogênio, H D1 5896 sódio Amarelo D2 5890 sódio D3 5876 hélio E 5270 ferro e cálcio b1 5184 magnésio F 4861 G 4308 H 3968 cálcio K 3934 cálcio Violeta hidrogênio, H Verde ferro (e cálcio) Azul Espectroscopia He Na Fe Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me! Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me! OBA, Frango Grelhado "Kom" Molho Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me! OBA, Frango Grelhado "Kom" Molho Cada tipo espectral se subdivide em 10 classes, sendo 0 a mais quente e 9 a mais fria Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me! OBA, Frango Grelhado "Kom" Molho Cada tipo espectral se subdivide em 10 classes, sendo 0 a mais quente e 9 a mais fria Nos anos 1990, foram descobertas estrelas mais frias que as M9 Adicionou-se as classes L, com temperaturas entre 2200 K e 1400 K, e T, anãs marrons, com temperaturas abaixo de 1400K (quando se forma o metano) Espectroscopia Classificação espectral do Observatório de Harvard Estrelas são classificadas em função decrescente da temperatura, como O B A F G K M Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me! OBA, Frango Grelhado "Kom" Molho Cada tipo espectral se subdivide em 10 classes, sendo 0 a mais quente e 9 a mais fria Nos anos 1990, foram descobertas estrelas mais frias que as M9 Adicionou-se as classes L, com temperaturas entre 2200 K e 1400 K, e T, anãs marrons, com temperaturas abaixo de 1400K (quando se forma o metano) Oh! Be A Fine Girl, Kiss Me Lovingly Tonight! Espectroscopia Observatório de Yerkes 6 diferentes classes de luminosidade, baseadas nas larguras das linhas espectrais Espectroscopia Observatório de Yerkes 6 diferentes classes de luminosidade, baseadas nas larguras das linhas espectrais Ia Supergigantes superluminosas. Exemplo: Rigel (B8Ia): L=40.550 LSol Ib Supergigantes. Exemplo: Betelgeuse (M2Ib): L=12.246 LSol II Gigantes luminosas. Exemplo: Antares (M1II): L=4.875 LSol III Gigantes. Exemplo: Aldebarã (K5III): L=100 LSol IV Subgigantes. Exemplo: Acrux (Crucis) (B1IV): L=30,76 LSol V Anãs (seqüência principal). Exemplo: Sol (G2V): L=1 LSol Espectroscopia Observatório de Yerkes 6 diferentes classes de luminosidade, baseadas nas larguras das linhas espectrais 0 Hipergigantes Ia Supergigantes superluminosas. Exemplo: Rigel (B8Ia): L=40.550 LSol Ib Supergigantes. Exemplo: Betelgeuse (M2Ib): L=12.246 LSol II Gigantes luminosas. Exemplo: Antares (M1II): L=4.875 LSol III Gigantes. Exemplo: Aldebarã (K5III): L=100 LSol IV Subgigantes. Exemplo: Acrux (Crucis) (B1IV): L=30,76 LSol V Anãs (seqüência principal). Exemplo: Sol (G2V): L=1 LSol VI Sub-anãs VII Anãs brancas Espectroscopia estrelas azuis, com Tef=20 000 a 35 000 K, apresentam linhas de HeII (hélio uma O vez ionizado) e ultravioleta forte. Exemplo: 10 Lac (V=4,88, O9) e Mintaka ( Ori, uma das Três Marias, V=2,10, O9). estrelas branco-azuladas , com Tef=15 000 K, com linhas de HeI. Exemplos: Rigel B ( A Ori, V=0,12, B8Ia) e Spica ( Vir, V=0,90, B1V). estrelas brancas, com Tef=9000 K, com linhas de HI forte. Exemplos: Sírius ( Can Maj, V=-1,46, A1V) e Vega ( Lyr, V=0, A0V). estrelas branco-amareladas, com Tef=7000 K, com linhas de metais observadas. F Exemplos: Canopus ( Car, V=-0,72, F0Ib) e Procyon ( Can Min, V=0,38, F5IV). G estrelas amarelas, com Tef=5500 K, como o Sol, com fortes linhas de metais e HI fraco. CaI (H e K) fortes. Exemplos: Sol (G2V) e Capela ( Aur, V=0,08, G1II). estrelas alaranjadas, com Tef=4000 K, com linhas metálicas dominantes. Contínuo K azul fraco. Exemplos: Aldebarã ( Tau, V=0,80, K5III) e Arcturus ( Boo, V=0,04, K2III). M estrelas vermelhas, com Tef=3000 K, com bandas moleculares (TiO) muito fortes. Exemplos: Betelgeuse ( Ori, V=0,50, M2Ib) e Antares ( Sco, V=0,88, M1Ib). Diagrama de Hertzsprung Russell Diagrama HR Descoberto independentemente pelo dinamarquês Ejnar Hertzsprung (1873-1967), em 1911, e pelo americano Henry Norris Russell (18771957), em 1913, como uma relação existente entre a LUMINOSIDADE de uma estrela e sua TEMPERATURA SUPERFICIAL Diagrama HR Diagrama HR Diagrama HR Satélite Hipparcos Mais de 40.000 estrelas Evolução estelar Referências K. S. Oliveira Fo. e M. F. O. Saraiva. Astronomia e astrofísica, 2a. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2004 W. J. Maciel (ed.). Astronomia e astrofísica. São Paulo: EdUSP, 1991 D. Halliday, R. Resnick e J. Walker. Fundamentos de física, v. 4, 8a. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009