05 a 10 de Setembro de 2010 Manaus, Amazonas, Brasil 61º Congresso Nacional de Botânica DISTRIBUIÇÃO E MORFOLOGIA DE GLÂNDULAS DE ODOR EM FLORES DIURNAS DE LEGUMINOSAE1 Camila Devicaro de SOUZA2,3 Thaís Cury de BARROS2, 4 Simone de Pádua TEIXEIRA2 Glândulas de odor são estruturas responsáveis pela produção e emissão de fragrâncias, encontradas principalmente em flores. Elas podem estar dispersas na epiderme ou no parênquima, ou organizadas como um tecido especializado restrito, o osmóforo. O objetivo deste trabalho foi verificar a presença, a localização e a morfologia (externa e interna) destas glândulas em flores diurnas e melitófilas de espécies de Leguminosae. Quatro espécies de três gêneros foram escolhidas com o intuito de abranger as três diferentes subfamílias de Leguminosae: Caesalpinia pulcherrima e C. peltophoroides (Caesalpinioideae), Inga edulis (Mimosoideae) e Platycyamus regnellii (Papilionoideae). As flores foram submetidas ao teste do Vermelho Neutro para verificar a presença de glândulas de odor ou osmóforos. Peças florais que apresentaram reação positiva para o Vermelho Neutro foram seccionadas transversalmente (a mão-livre e em micrótomo) e coradas com Sudan III, sendo os cortes observados em microscopia de luz. Caesalpinia pulcherrima apresentou epiderme papilosa e idioblastos secretores de óleo na pétala central modificada; C. peltophoroides também apresentou epiderme secretora com ornamentação rugosa nas pétalas, além de tricomas multicelulares secretores tanto na pétala modificada (face abaxial) quanto nos filetes e no estilete; Inga edulis apresentou epiderme secretora nas pétalas, sendo as células mais volumosas na face adaxial; Platycyamus regnellii apresentou epiderme secretora com ornamentação rugosa no estandarte, nas alas e quilhas. Os dados obtidos mostram que em flores de espécies melitófilas e diurnas das espécies estudadas de Leguminosae (1) as pétalas são o principal sítio de produção de óleos voláteis, (2) não há tecidos secretores especializados, exceto Caesalpinia peltophoroides (tricomas secretores) e (3) não há regiões estritamente secretoras constituindo osmóforos, de acordo com o conceito corrente para este tipo de estrutura secretora. Palavras-chave: Anatomia, glândulas de odor, osmóforos, melitofilia. 1 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP, Av. do Café, s/nº, Ribeirão Preto, SP, Brasil 3 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP, Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto, SP, Brasil, [email protected] 4 Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP, Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto, SP, Brasil 2 ISBN: 978-85-211-0061-4