perfil dos portadores do virus hiv atendidos no - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
LUIZ SASSO FILHO
PERFIL DOS PORTADORES DO VÍRUS HIV ATENDIDOS NO
HOSPITAL DIA AIDS EM BRASÍLIA – D.F.
BRASÍLIA – DF
2009
PERFIL DOS PORTADORES DO VÍRUS HIV ATENDIDOS NO
HOSPITAL DIA AIDS EM BRASÍLIA – D.F.
BRASÍLIA – DF
2009
LUIZ SASSO FILHO
PERFIL DOS PORTADORES DO VÍRUS HIV ATENDIDOS NO
HOSPITAL DIA AIDS EM BRASÍLIA – D.F.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada
Curso de Análises Clínicas e Toxicológicas
Faculdade de Ciências da Universidade Tuiuti
Paraná como requisito parcial para a obtenção
título de Especialista.
BRASÍLIA – DF
2009
ao
da
do
do
RESUMO
Luiz Sasso Filho1
Este trabalho objetiva traçar o perfil de pacientes portadores de Aids e de infecção pelo HIV exceto Aids
atendidos no Hospital Dia Aids de Brasília – DF, segundo as variáveis: faixa etária; sexo; procedência;
critérios clínicos laboratoriais; uso de medicação; tempo de tratamento. Esta pesquisa foi realizada no
Laboratório Central de Brasília – DF, através de estudo retrospectivo de fichas do período de 01 a 31 de
março de 2005, pela análise de 90 pacientes escolhidos ao acaso. Concluiu-se quanto à predominância
de: Faixa etária: na faixa de 30 l- 40 anos; Sexo: maioria masculina; Procedência: de Brasília; Critério
clínico laboratorial: caso Aids; Uso de medicação: faz uso de medicação; e Tempo de tratamento: em
tratamento superior a 5 anos.
ABSTRACT
This work objective to trace the profile of carrying patients of AIDS and infection for the HIV except AIDS
taken care of in the Hospital Day AIDS of Brasilia - DF, according to changeable: age group; sex; origin;
laboratories clinical criteria; medication use; treatment time. This research was carried through in the
Central Laboratory of Brasilia - DF, through retrospective study of fiches of the period of 01 the 31 of
March of 2005, for the analysis of 90 patients chosen to perhaps. It was concluded how much to the
predominance of: age group: in the band of 30 l 40 years; Sex: masculine majority; Origin: of Brasilia;
Laboratorial clinical criterion: case AIDS; Medication use: it makes medication use; e Time of treatment: in
superior treatment the 5 years.
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida AIDS foi descrita em 1981, nos
Estados Unidos, quando foram diagnosticados os primeiros caso de sarcoma de
Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune em
pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais previamente saudáveis, o que
levou a conclusão de que se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de
etiologia provavelmente infecciosa e transmissível (RACHIAD, 1998).
Em 1983, Luc Montaigner e sua equipe na França, isolaram um retrovírus a partir
de células de um linfonodo extraído de um paciente com linfoadenopatia. Este
retrovírus, após receber uma série de denominações como Vírus T Linfotropico Humano
Tipo lll – HTLV lll; acabou recebendo o nome de Vírus de Imunodeficiência Adquirida –
HIV (MS 2004).
Em 1986, foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus, com
características semelhantes ao HIV, denominado de HIV – 2. Neste mesmo ano, um
1
Graduando do Curso de Especialização em Análises Clínicas e Toxicológicas
5
comitê internacional recomendou uma redefinição da nomenclatura, a qual passou a se
chamar HIV – 1 o primeiro isolado e HIV –2 o segundo (BRASIL, 2004).
O HIV é um retrovírus, da Família Retroviridae e subfamília Lentivirinae.
Pertence ao grupo dos retrovírus citopaticos e não oncogênicos, associados a
infecções persistentes com longos períodos de latência clinica (RACHIAD, 1998).
O HIV – 1 é o principal responsável pela disseminação da epidemia da aids,
estando os casos de infecção pelo HIV – 2 restritos a algumas áreas geográficas ou
casos isolados em regiões especificas (BRASIL, 2004).
As principais formas de transmissão do HIV são: sexual; sanguínea; vertical e
ocupacional.
Sexual é a principal forma de exposição em todo o mundo. A transmissão nas
relações sexuais é bidirecional tanto nas relações heterossexuais como nas
homossexuais. Na África sub-Sahariana a relação heterossexual é a principal forma de
transmissão, e nos paises desenvolvidos a exposição é maior por relação
homossexuais.
No início da epidemia, sangue e hemoderivados eram responsáveis por parcela
significativa na transmissão do vírus HIV. A partir de 1985 com a adoção de testes de
triagem em bancos de sangue e a adoção de medidas de controle de qualidade do
sangue utilizado, vem havendo uma diminuição progressiva desta categoria de
transmissão. Por outro lado a transmissão sanguínea associada ao uso de drogas
injetáveis, pelo uso de seringas e agulhas compartilhadas vem aumentando.
A transmissão da mãe para o filho pode ocorrer durante a gestação, no momento
do parto ou durante o aleitamento. A transmissão vertical vem aumentando devido a
maior transmissão heterossexual. Na África são encontradas as maiores taxas desta
forma de infecção pelo HIV.
6
A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área de saúde sofrem
ferimentos com instrumentos perfurocortantes contaminados com sangue de pacientes
portadores do vírus HIV (RACHIAD, 1998).
As principais estratégias de prevenção empregadas pelos programas de controle
envolvem a promoção do uso de preservativos; promoção do uso de agulhas e seringas
esterilizadas ou descartáveis; controle do sangue e derivados e adoção de cuidados na
exposição ocupacional a material biológico e o manejo adequado das outras doenças
sexualmente transmissível – DST (BRASIL, 2004).
Com o objetivo de realizar a detecção de anticorpos anti - HIV para o diagnostico
laboratorial da infecção pelo HIV, é exigido o cumprimento rigoroso dos procedimentos
seqüenciados, agrupados em três etapas (BRASIL, 2003):
Etapa l – Triagem sorológica. O imunoensaio utilizado não poderá ser de
avaliação rápida, e deverá ser capaz de detectar anticorpos anti HIV–1 e anti HIV-2.
Etapa ll – Confirmação sorológica por meio da realização de um segundo
imunoensaio em paralelo ao teste de Imunofluorescência Indireta para o HIV – 1 ou
teste de Imunoblot para HIV.
Etapa lll – Confirmação sorológica por meio da realização do teste de Western
blot para HIV – 1.
São considerados pacientes com Infecção pelo HIV (exceto Aids), aqueles com
evidência laboratorial de infecção por HIV, mas que não preencheram os critérios
nacionais de definição de caso Aids, elaborado pelo Ministério da Saúde, seguindo o
critério do Center Disease Control CDC e ou critério Rio de Janeiro/Caracas (BRASIL,
2004).
Os dados de aids e sífilis congênitas são gerados pela notificação que é
compulsória para estas doenças. Com fins de notificação existem diferentes critérios de
confirmação e diferentes fichas de investigação. Os dados da infecção pelo HIV e
algumas DST selecionadas são gerados tanto pela notificação que é compulsória para
7
gestantes HIV positiva e crianças expostas e recomendada para outros grupos
populacionais, como por meio de estudos em determinadas populações. A notificação
do HIV é feita na mesma ficha de investigação da aids (BRASIL, 2004).
No Distrito Federal os pacientes infectados pelo HIV (exceto Aids) e os pacientes
com Aids, além de preencher a ficha de investigação epidemiológica é feita a
notificação compulsória (SES, 2004).
O Distrito Federal possui a segunda maior incidência da doença no Brasil. Na
capital federal, são 27,4 registros de Aids para cada grupo de cem mil habitantes, atrás
apenas dos Rio de Janeiro, com 30 casos por cem mil habitantes. Nas estatísticas da
Secretaria de Saúde, contudo, o índice local é de 12 pacientes por cem mil pessoas,
bem abaixo dos 18,2 da média nacional. Os casos de aids notificados no SINAN,
declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo UF e região de
residência por ano de diagnóstico, no período de 1980-2008, o Distrito Federal registrou
86 casos em 2008 (BRASIL, 2008).
O principal objetivo da terapia anti-retroviral é retardar a progressão da
imunodeficiência ou restaurar, tanto quanto possível, a imunidade, aumentando o
tempo e a qualidade de vida da pessoa infectada. Existem até o momento, duas
classes de drogas liberadas para o tratamento anti HIV que são os Inibidores da
Transcriptase Reversa e os Inibidores da Protease.
A terapia combinada é o tratamento anti-retroviral com associação de duas ou
mais drogas da mesma classe farmacológica ou classes diferentes (BRASIL, 2004).
Este trabalho objetiva traçar o perfil de pacientes portadores de Aids e de
infecção pelo HIV exceto Aids atendidos no Hospital Dia Aids de Brasília – DF, segundo
as variáveis: faixa etária; sexo; procedência; critérios clínicos laboratoriais; uso de
medicação; tempo de tratamento.
MATERIAL E MÉTODO
Esta pesquisa foi realizada no Laboratório Central de Brasília – DF, no período
de 01 a 31 de maio de 2009, através de estudo retrospectivo de fichas do período de 01
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a 31 de março de 2005, pela análise de 90 pacientes escolhidos ao acaso, conforme
ficha modelo a seguir:
Ficha modelo
Idade
Sexo
Critérios
clínicos
laboratoriais
Procedência
Uso de
medicação
Tempo de
tratamento
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames – Brasília – DF, 2005.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Distribuição por número e porcentagem dos casos segundo a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
0 I- 10
10 I- 20
20 I- 30
30 I- 40
40 I- 50
50 e mais
NÚMERO
2
4
17
29
27
11
PORCENTAGEM
2,22
4,44
18,90
32,22
30,00
12,22
TOTAL
90
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005.
Segundo a Tabela l, a maior incidência ocorreu na faixa etária de 30 l- 40 anos
com 29 casos (32,22%), seguida da faixa etária de 40 l- 50 anos com 27 casos
(30,00%), enquanto na de 20 l- 30 anos com 17 casos (18,90%), caindo na de 50 anos
e mais com 11 casos (12,22%) e apenas 4 casos (4,44%) de 10 l- 20 anos foram
encontrados.
Tabela ll: Distribuição por número e porcentagem dos casos segundo o sexo.
SEXO
Feminino
Masculino
NÚMERO
28
62
PORCENTAGEM
31.11
68,89
TOTAL
90
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005.
Na tabela ll observa-se a predominância do sexo masculino com 62 casos
(68,89%).
9
Tabela III: Distribuição por número e porcentagem dos casos, segundo a procedência
PROCEDÊNCIA
Brasília
Ceilândia
Guará
Samambaia
Sobradinho
Taguatinga
Outros
TOTAL
NÚMERO
33
07
06
06
05
14
19
90
PORCENTAGEM
36,67
7,78
6,67
6,67
5,55
15,55
21,11
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005
Na Tabela lll observa-se a predominância de moradores de Brasília – DF com 33
casos (36,67%) e 14 casos (15,55%) da cidade satélite de Taguatinga – DF.
Tabela IV: Distribuição por número e porcentagem dos casos segundo o critério clínico
laboratorial.
CRITÉRIOS CLÍNICOS LABORATORIAIS
NÚMERO
PORCENTAGEM
Infecção pelo HIV exceto Aids
Caso Aids
TOTAL
20
70
90
22,22
77,78
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005.
Na Tabela IV observa-se a predominância de caso Aids com 70 casos (77,78%).
Tabela V: Distribuição por número e porcentagem dos casos segundo o uso de medicação.
USO DE MEDICAÇÃO
NÚMERO
PORCENTAGEM
Sim
Não
TOTAL
70
20
90
77,78
22,22
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005.
Na Tabela V observa-se a predominância de uso de medicação anti-retroviral com 70
casos (77,78%).
Tabela VI: Distribuição por número e porcentagem dos casos segundo o tempo em anos de
tratamento.
TEMPO DE TRATAMENTO
NÚMERO
PORCENTAGEM
Zero (0)
0 -I 1 ano
1 -I 2 anos
2 -I 3 anos
3 -I 4 anos
4 -I 5 anos
5 e mais anos
20
8
6
12
9
5
30
22,22
8,89
6,67
13,33
10,00
5,56
33,33
TOTAL
90
100,00
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Controle de Exames, 2005.
10
Na Tabela VI observa-se a predominância no tempo de tratamento superior a 5
anos com 30 casos (33,33%), seguido de 20 casos (22,22%) de pacientes que não
fazem tratamento.
CONCLUSÃO
Pelo exposto, conclui-se quanto à predominância de:
-
Faixa etária: na faixa de 30 l- 40 anos;
-
Sexo: maioria masculina;
-
Procedência: de Brasília;
-
Critério clínico laboratorial: caso Aids;
-
Uso de medicação: faz uso de medicação; e
-
Tempo de tratamento: em tratamento superior a 5 anos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de AIDS e DST. Ano V. Brasília:
2008
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Definição de caso de
Aids em Adultos. Brasília (DF); 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recomendações
para Terapia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV. Brasília:
2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 59 de 31/01/2003; DOU de 31/01/2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recomendações
para Imunização de Pessoas Infectadas pelo HIV. Brasília: 2001.
MORTENSEN, C. et al. Manual de Genotipagem de HIV. São Paulo: CN-DST/AIDS;
2002.
RACHIAD, M. Manual de HIV/AIDS. Rio de Janeiro: Revinter; 1998.
SES. Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Boletim Epidemiológico de DST/AIDS do
Distrito Federal. Numero 02/2004. Brasília: Gerência de DST/AIDS; 2004. Disponível
em< www.saude.df.gov.br/dstaids.htm > Acesso em 15/05/2009.
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