E-book Histologia Humana Especial

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SUMÁRIO
Prática 1 - Sistema Tegumentar..........................................................................................
4
Prática 2 - Sistema Respiratório..........................................................................................
11
Prática 3 - Sistema Circulatório........................................................................................... 20
Prática 4 - Sistema Linfático...............................................................................................
29
Prática 5 - Sangue e Hemocitopese.....................................................................................
40
Prática 6 - Sistema Digestório.............................................................................................
49
Prática 7 - Glândulas Anexas ao Sistema Digestório..........................................................
64
Prática 8 - Sistema Endócrino.............................................................................................
72
Prática 9 - Sistema Urinário................................................................................................
80
Prática 10 - Sistema Nervoso..............................................................................................
89
Prática 11 - Sistema Reprodutor Feminino.........................................................................
98
Prática 12 - Sistema Reprodutor Masculino........................................................................ 109
Prática 13 - Sistema Sensorial.............................................................................................
118
Referências Bibliográficas.................................................................................................
124
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PREFÁCIO
A disciplina de Histologia Humana Especial é focada no estudo de relações entre
as formas e funções de células e principalmente dos diferentes tecidos que compõem os
sistemas corporais, sendo um tópico interdisciplinar que integra ramos variados da
Anatomia, Histologia, Embriologia, Bioquímica e Fisiologia do corpo humano.
Durante o curso serão abordados aspectos gerais e específicos de diversos
sistemas orgânicos, sendo eles os sistemas tegumentar, respiratório, circulatório,
linfático, digestório, nervoso, excretor, reprodutor e sensorial.
Este livro de atividades práticas foi desenvolvido com o intuito de auxiliar e
direcionar o estudo dentro da disciplina de Histologia Humana Especial, utilizando os
diversos cortes histológicos do acervo de aulas práticas. Além de contar com conteúdo
teórico, o livro Histologia Humana Especial conta com espaços voltados para
esquematizar os cortes observadas em aulas práticas, facilitando o estudo e
aprendizado. Além disso, perguntas pontuais focam os alunos para os principais pontos
de cada capítulo.
Boa aula!
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SISTEMA TEGUMENTAR
1
 Aspectos Gerais
O tegumento é o maior e mais pesado órgão do corpo, sendo composto pela pele e seus anexos.
A pele cobre todo o corpo e possui diversas funções, como proteção contra agente físicos, químicos e
biológicos, impermeabilização do corpo, termorregulação, defesa imunológica e produção de hormônios
(vitamina D). A pele é composta por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, denominado
epiderme, apoiado em uma membrana basal e adjacente a um tecido conjuntivo mais profundo: a
derme. A pele pode ser classificada como espessa ou fina (delgada), como descrito a seguir:
 PELE ESPESSA
A pele espessa contém 5 estratos celulares cujas células exibem características morfológicas
distintas. Estão listados abaixo estes estratos, identificados a partir da região mais profunda da epiderme,
isto é, daquela junto à derme:
a) ESTRATO BASAL
OU
GERMINATIVO: uma única camada de células cuboides ou cilíndricas
(células-tronco ou stem-cells). Neste estrato, além dos queratinócitos, encontram-se as células de
Merkel e os melanócitos (tipos celulares não identificáveis nos preparados de rotina);
b) ESTRATO ESPINHOSO: várias camadas de células poligonais que exibem as denominadas "pontes
intercelulares ou espinhos". As células de Langerhans situam-se nas camadas mais superiores
deste estrato, no entanto, não são identificáveis nos preparados de rotina;
c) ESTRATO GRANULOSO: formado por 2 ou 3 camadas de células poligonais achatadas cujo
citoplasma apresenta-se abarrotado de grânulos basófilos (grânulos de querato-hialina) que tendem
a mascarar o núcleo;
d) ESTRATO LÚCIDO: É uma transição entre os estratos granuloso, cujas células ainda aparecem
morfologicamente íntegras, e o estrato córneo, de células mortas. O estrato lúcido é uma faixa
corada mais fortemente pela eosina;
e) ESTRATO CÓRNEO: várias camadas de células mortas, sem organelas e núcleos, mas com
citoplasma repleto de filamentos de queratina unidos por uma matriz amorfa de filagrina e com
membrana celular espessada (escamas córneas).
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É importante notar durante a observação do material que as escamas córneas das camadas mais
profundas mantêm-se unidas enquanto as mais superficiais já aparecem separadas (descamação). Além
disso, é visível que o limite entre a epiderme e a derme não é regular e se caracteriza pela presença de
saliências e reentrâncias das duas camadas que se imbricam e se ajustam. As projeções da derme em
direção à epiderme são denominadas papilas dérmicas e as projeções da epiderme em direção à derme
são as cristas epidérmicas.
 DERME
a) DERME
PAPILAR, SUPERFICIAL OU FROUXA:
constituída por tecido conjuntivo frouxo com fibras
colágenas finas e muitas células (fibroblastos, principalmente) - esse tecido preenche não só as
papilas dérmicas como também forma um estreita faixa logo abaixo da epiderme;
b) DERME
RETICULAR, PROFUNDA OU COMPACTA:
constituída por tecido conjuntivo denso não
modelado com fibras colágenas espessas e orientadas em várias direções.
Na derme é importante observar as glândulas sudoríparas, classificadas como tubulares
simples enoveladas, pois possuem um ducto único que não se bifurca, desembocando diretamente na
superfície da epiderme e uma porção secretora de forma tubular que forma um emaranhado na sua
extremidade final.
No limite entre a derme e a hipoderme pode ser observados planos de cortes transversais,
oblíquos e longitudinais da porção secretora e do ducto excretor das glândulas sudoríparas. A porção
secretora é composta por uma única camada de células cuboides (epitélio simples cúbico) e a porção
excretora (ducto) é formada por epitélio estratificado cúbico cujas células são menores e mais coradas
do que as da porção secretora. Em alguns cortes, pode-se observar o ducto indo em direção à epiderme,
perfurando uma crista epidérmica para abrir-se na superfície da pele.
 PELE DELGADA (FINA)
Na pele delgada, a epiderme também é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado com as seguintes características estruturais:
a) ESTRATO BASAL: igual ao da pele espessa;
b) ESTRATO ESPINHOSO: com menor número de camadas celulares e com projeções
("espinhos") pouco perceptíveis;
c) ESTRATO GRANULOSO: uma única camada de células com citoplasma repleto de grânulos
basófilos de querato-hialina; em algumas áreas essa camada parece ser descontínua;
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d) ESTRATO CÓRNEO: bastante delgado quando comparado ao da pele espessa.
Observação: na pele delgada não há o estrato lúcido
A derme da pele delgada organiza-se estruturalmente como na pele espessa. Ela possui uma
derme papilar e uma derme reticular, ambas constituídas por tecido conjuntivo frouxo e denso nãomodelado, respectivamente. Além disso, são visíveis as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e as
glândulas sudoríparas. As glândulas sebáceas são classificadas como do tipo acinosa ramificada
simples (vários ácinos drenados por um ducto excretor curto, revestido por um epitélio estratificado
pavimentoso e que desemboca no terço superior do folículo piloso).
De acordo com o modo de liberação da secreção, a glândula sebácea é do tipo holócrina. As
glândulas sudoríparas possuem as mesmas características da pele espessa e os folículos pilosos são
constituídos por diferentes partes, como descrito a seguir:
a) Pelo propriamente dito (haste ou eixo do pelo): constituído por medula, córtex e cutícula
(somente o córtex é facilmente identificável, apresentando-se como uma estrutura amarelada com
um pigmento escuro, melanina). No terço inferior do folículo, podem ser identificadas as bainhas
radiculares interna e externa, que são bainhas epiteliais que formam a parede do folículo.
b) Bainha Conjuntiva: tecido conjuntivo ao redor do folículo.
c) Bulbo Piloso: extremidade terminal e dilatada do folículo, localizada na hipoderme. É uma
expansão final do folículo que contém a papila do pelo. Esta é envolta pelas células epiteliais da
raiz do pelo.
d) Músculo Eretor do Pelo: feixe de fibras musculares lisas associadas ao folículo piloso. A
contração dessas fibras musculares não só mantém o pelo ereto (eriçado) como também comprime
as glândulas sebáceas, facilitando a saída da secreção.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Identificar os diferentes estratos que compõem as peles espessa e fina;
2. Identificar as estruturas que compõem a derme (regiões papilar e reticular);
3. Reconhecer os diversos anexos cutâneos associados à pele, associando-os às suas funções.
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1. CORTE DE PELE ESPESSA
Observe o corte a olho nu e identifique as duas camadas da pele: a epiderme (faixa mais corada) e
derme (de cor rósea mais clara). Abaixo dessas camadas encontra-se a hipoderme (tecido conjuntivo
frouxo com células adiposas e trabéculas de tecido conjuntivo denso). Por definição, a hipoderme não
faz parte da pele.
Aumento
Aumento
Classificação:
 ANOTAÇÕES
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2. CORTE DE COURO CABELUDO
Repita a mesma sequência utilizada na observação do corte anterior. Compare as diferenças
estruturais existentes na epiderme da pele espessa com aquelas da epiderme do couro cabeludo (pele
delgada).
Aumento
Aumento
Classificação:
 ANOTAÇÕES
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3. CORTE DE PELE DELGADA - MORFOLOGIA
Neste preparado, note que há poucos folículos pilosos, ao contrário do observado anteriormente
para o corte de couro cabeludo.
Observe a epiderme com seus diferentes estratos, a derme e os anexos cutâneos (folículos
pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas).
Cite os estratos celulares vistos na epiderme bem como as camadas que constituem a derme.
Note que abaixo da hipoderme há tecido conjuntivo. Identifique e classifique esse tipo de tecido
conjuntivo, baseando-se em suas características estruturais.
Aumento
Aumento
Classificação:
 ANOTAÇÕES
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4. CORTE DE PELE DELGADA (PARTE SENSITIVA)
Os corpúsculos de Meissner e os de Pacini são mecanorreceptores localizados no estrato basal e
na derme, respectivamente.
Os corpúsculos de Meissner são especialmente frequentes nas áreas genitais, pontas dos dedos,
lábios e solas dos pés. Uma cápsulal de tecido conjuntivo envolve o corpúsculo, enquanto os núcleos
presentes no seu interior pertencem à células de Schwann em disposição horizontal. A fibra nervosa
aferente atravessa a cápsula e entra pela base, remificando-se e seguindo um curso tortuoso dentro do
corpúsculo.
Os corpúsculos de Pacini são compostos por uma porção interna e externa, sendo revestidos por
uma cápsula. A porção interna reveste uma fibra nervosa aferente, cuja bainha de mielina é perdida
assim que entra no corpúsculo. Os núcleos encontrados em seu interior são de células de Schwann,
organizados concentricamente em torno da fibra aferente.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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SISTEMA RESPIRATÓRIO
2
 Aspectos Gerais
O sistema respiratório compreende as vias respiratórias, que é um sistema de ductos que conduz
o ar desde o meio externo até as unidades onde ocorrem as trocas gasosas – os alvéolos – situadas nos
pulmões. Três funções principais são realizadas por este sistema: condução de ar, filtração de ar e trocas
gasosas. Além disso, o ar que passa pela laringe é utilizado para a produção da fala e o ar que passa
sobre a mucosa olfatória nas cavidades nasais estimula o olfato. Aqui serão estudadas as porções do
sistema respiratório e as principais características presentes em cada uma delas.
 Porção Condutora:
Em vários pontos da porção condutora percebemos a presença de elementos conjuntivos
especializados, como as cartilagens traqueais, de número que variam de 16-20 nos seres humanos e são
importantes para manter sempre abertos a traqueia e os brônquios pulmonares, permitindo a passagem
de ar. A porção condutora é composta por dois conjuntos de ductos, sendo eles:

DUCTOS EXTRAPULMONARES: cavidades nasais, nasofaringe, laringe, traqueia e brônquios
primários,

DUCTOS INTRAPULMONARES: brônquios secundários, bronquíolos e bronquíolos terminais.
 Porção Respiratória:
A porção respiratória inicia-se em ramificações dos broquíolos terminais que originam os
bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos, onde ocorrem as trocas
gasosas.
 OBJETIVOS GERAIS
Após observar os cortes indicadas de acordo com o roteiro, os alunos deverão ser capazes de:
1. Identificar os componentes histológicos da traqueia;
2. Localizar as porções glandulares da traqueia;
3. Diferenciar brônquios e bronquíolos;
4. Diferenciar bronquíolos terminais de bronquíolos respiratórios;
5. Reconhecer alvéolos, sacos e ductos alveolares.
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1. CORTE DE CABEÇA DE RATO (RECÉM - NASCIDO)
Corte frontal que passa pela cavidade nasal.
Atenção: Antes de posicionar o preparado no microscópio, oriente-se em relação a ele,
reconhecendo a cavidade oral (língua), o septo nasal e as conchas nasais (e coanas) a olho nu. No
lado oposto à língua e conchas nasais encontra-se a área olfatória revestida por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico (epitélio olfatório). Este epitélio é constituído por três tipos celulares: células
olfatórias, de sustentação e basais. As células olfatórias (neurônios bipolares) correspondem à maioria
dos núcleos esféricos, mais volumosos e de cromatina frouxa, situados na zona intermediária desse
epitélio. As células de sustentação (prismáticas com microvilosidades) apresentam núcleos elípticos
localizados no terço superior do epitélio. As células basais (células tronco) possuem núcleos
arredondados colocados próximos à membrana basal. Após explorar o epitélio olfatório, compare-o com
o de regiões (conchas e coanas) revestidas pelo epitélio respiratório (epitélio pseudo-estratificado
cilíndrico ciliado, com células caliciformes).
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 12 -
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 13 -
2. CORTE DE TRAQUEIA
Camada mucosa - Epitélio + Lâmina Própria
Classifique o epitélio de revestimento da traqueia e identifique os três principais tipos celulares
presentes no mesmo (dentre os 5 tipos existentes).
Reconheça a lâmina própria que sustenta o epitélio e que se caracteriza por ser eosinofílica e
espessa, além de conter elementos linfoides, glândulas mucosas e seromucosas e um feixe de fibras
elásticas relativamente espesso que separa a mucosa da submucosa.
Aumento
Aumento
Classificação:
 ANOTAÇÕES
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
Camada submucosa:
Constituída por tecido conjuntivo frouxo apresentando glândulas seromucosas e o anel
cartilaginoso. Classifique o tipo de cartilagem:_________________________________.
Observe o músculo traqueal localizado na porção posterior da traqueia unindo as extremidades do anel
cartilaginoso. Classifique esse tipo muscular:__________________________________.

Camada adventícia
Constituída por tecido conjuntivo frouxo (fibroelástico) contendo quantidade variável de células
adiposas, vasos sanguíneos e nervos. A adventícia é responsável por ancorar a traqueia às estruturas
adjacentes como o esôfago e tecido conjuntivo presente na região do pescoço.
Aumento
Aumento
Classificação:
 ANOTAÇÕES
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3. CORTE DE PULMÃO
Inicie a observação desse preparado histológico com a objetiva de menor aumento para uma
apreciação geral do tecido pulmonar. Posteriormente, coloque as objetivas de 10 e 40X para o estudo
detalhado das estruturas histológicas. Para facilitar o seu estudo utilize um atlas para direcionar sua
esquematização do corte histológico, afim de mostrar a organização estrutural desse tecido.
Explore a pleura visceral (mesotélio + lâmina de tecido conjuntivo). A seguir, identifique e
observe a organização histológica das porções condutora e respiratória.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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 PORÇÃO CONDUTORA
Brônquios Secundários
 Camada Mucosa:
Epitélio: ___________________________________________________________________
 Camada Submucosa
Placas cartilaginosas (Irregulares)
Tipo glandular: _____________________________________________________________.
Tipo muscular: _____________________________________________________________.
 Camada Adventícia
Camada contínua com a adventícia de vasos e com o estroma pulmonar.
Bronquíolos:
Observe o epitélio que varia de cilíndrico a cúbico simples (com raras células caliciformes, que
estão completamente ausentes na porção final da árvore bronquiolar). Note a ausência de peças
cartilaginosas e glândulas seromucosas e a presença de uma musculatura lisa bem desenvolvida.
Aumento
Aumento
- 17 -
 PORÇÃO RESPIRATÓRIA
Bronquíolos Respiratórios (apresentam alvéolos nas paredes)
Note que o epitélio cilíndrico simples presente nas regiões terminais da porção condutora dá
lugar a um epitélio cúbico simples nos bronquíolos respiratórios, que também apresentam redução
gradual da musculatura lisa. São componentes da porção respiratória:

Ductos Alveolares – formados por alvéolos cujos septos interalveolares ainda possuem bordas
com acúmulos de músculo liso. Porção condutora que direciona o ar até os alvéolos.

Sacos Alveolares – Conjuntos de alvéolos reunidos em torno de um espaço comum de
passagem do ar.

Alvéolos – São pequenas projeções saculares dos bronquíolos respiratórios, ductos e sacos
alveolares. Formam a unidade funcional e estrutural primária do sistema respiratório, uma vez que
suas finas paredes permitem a troca de gás carbônico (CO2) por oxigênio (O2) entre o ar contido no
seu lúmen e o sangue nos capilares adjacentes. Nas áreas de contato, os espaços aéreos de dois
alvéolos comunicam-se através de um poro alveolar (de Kohn). Estes poros funcionam para
equilibrar a pressão do ar dentro dos segmentos pulmonares. As paredes dos alvéolos são
constituídas por dois tipos de células: pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II.
a) Pneumócitos I: células pavimentosas em grande maioria no alvéolo,
b) Pneumócitos II: células cúbicas, responsáveis pela produção do surfactante, um complexo de
fosfolipídeos e proteínas que reduz a tensão superficial.
Identifique capilares nos septos interalveolares e macrófagos na luz dos
alvéolos - células de poeira (algumas possuem pigmentos acastanhados).
- 18 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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SISTEMA CIRCULATÓRIO
3
 Aspectos Gerais
O sistema circulatório compreende um circuito de vasos sanguíneos no interior dos quais o
fluxo sanguíneo é mantido pela atividade contrátil do coração. O sistema arterial fornece uma rede de
distribuição para os capilares, onde ocorre o intercâmbio de gases e metabólitos entre sangue e tecidos.
O sistema venoso devolve o sangue dos capilares ao coração. Neste capítulo, serão estudadas as
principais características morfológicas dos componentes deste sistema: o coração e os vasos sanguíneos.
 O CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular formado por três camadas distintas: o endocárdio, o miocárdio e
o epicárdio. O endocárdio é revestido por células endoteliais que se apoiam em uma estreita faixa de
tecido conjuntivo frouxo. Abaixo deste, encontra-se o estrato subendocárdico, formado também por
tecido conjuntivo, onde correm pequenos vasos, nervos e ramos do sistema condutor do coração. As
células aí presentes são maiores que as outras fibras do miocárdio e apresentam miofibrilas apenas na
periferia do citoplasma, sendo que o restante do citoplasma mostra-se descorado devido à extração do
glicogênio no processamento histológico.
Algumas células adiposas podem aparecer no estrato subendocárdico,
embora um número maior delas seja encontrado no epicárdio, região
onde a gordura é armazenada na superfície do coração.
O miocárdio é a mais espessa das três túnicas ou camadas da parede do coração, a qual é
constituída por células ou fibras musculares estriadas cardíacas também denominadas miócitos
cardíacos, cardiomiócitos ou miocardiócitos. Em cortes longitudinais é nítida a presença de estriações
transversais e 1 ou 2 núcleos alongados, que se dispõem no centro da fibra. Além disso, os discos
intercalares ou estrias escalariformes aparecem como linhas transversais mais fortemente coradas.
O miocárdio tem disposição plexiforme, isto é, os cardiomiócitos
frequentemente dicotomizam-se e se anastomosam uns aos outros,
formando uma extensa rede.
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O epicárdio é constituído por um revestimento mesotelial apoiado sobre o estrato
subepicárdico, que é constituído por tecido conjuntivo frouxo com quantidade variável de células
adiposas, contendo ainda os vasos coronários (artérias) e nervos.
Algumas fibras do músculo cardíaco são modificadas e participam ativamente da contração do
músculo cardíaco durante os movimentos de sístole atrial e ventricular. Elas formam os nódulos
sinoatrial e atrioventricular, o feixe átrioventricular (de His) e as fibras de Purkinje.
O nódulo sinoatrial está localizado no átrio direito, próximo à junção com a veia cava superior.
Ele produz impulsos que resultam na contração dos átrios, que impulsionam o sangue para os
ventrículos. Estes impulsos são conduzidos até o nódulo atrioventricular, localizado na parede média do
ventrículo direito, sendo depois conduzidos para o miocárdio do átrio. O feixe átrioventricular surge a
partir do nódulo átrioventricular e se bifurca dando origem a ramos que se direcionam aos ventrículos
esquerdo e direito. À medida que estas fibras alcançam o espaço subendocárdico elas se ramificam
formando as fibras de Purkinje, que fornecem o estímulo nervoso às células musculares cardíacas dos
ventrículos. Quando estes se contraem, impulsionam o sangue em direção às artérias pulmonares e aorta.
 OS VASOS SANGUÍNEOS
Os capilares são constituídos por uma única camada de células endoteliais apoiadas em uma
lâmina basal, cujo citoplasma é difícil de ser observado em microscopia de luz. O núcleo da célula
endotelial salienta-se na luz capilar; em cortes longitudinais, os núcleos aparecem alongados enquanto
em cortes transversais mostram um perfil arredondado. O diâmetro dos capilares é semelhante ao das
hemácias contidas dentro deles (cerca de 7μm). Deste modo, os capilares em corte transversal,
aparecem na maioria das vezes, como estruturas constituídas por 1 ou 2 células, contendo em sua luz, 1
ou 2 hemácias. Os capilares podem ser do tipo contínuo, fenestrado e sinusoide.
As vênulas até 50μm caracterizam-se por serem constituídas apenas por endotélio,
assemelhando-se, portanto, aos capilares, diferindo apenas no diâmetro (as vênulas são ligeiramente
mais calibrosas que os capilares). De modo geral, a luz venular apresenta-se com muitas hemácias. Já as
arteríolas possuem diâmetro variável; de modo prático, considere como arteríola da microcirculação
aquelas que possuem até duas camadas de células musculares lisas na túnica média, ou então, o
diâmetro luminal é muito pequeno em relação à espessura da parede. As arteríolas são os principais
componentes reguladores da pressão sanguínea e distribuição do sangue para o leito capilar.
Na procura dos vasos, tente observar pares representativos do setor arterial e do
setor venoso – de maneira a estabelecer uma comparação nítida entre a
constituição da parede de um e de outro, facilitando o diagnóstico.
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A distinção entre artérias e veias ao microscópio de luz é feita levando-se em conta,
principalmente, a espessura da camada média do vaso, isto é, da túnica muscular do vaso (sempre
mais desenvolvida nas artérias do que nas veias). Isto acontece pois a camada adventícia, constituída
por tecido conjuntivo e mais desenvolvida nas veias, pode fundir-se com o tecido conjuntivo adjacente
ao vaso em questão, ficando difícil avaliar com precisão a espessura desta camada.
As artérias elásticas, como a aorta, são artérias de maior calibre e estão muito sujeitas à alta
pressão sanguínea, pela proximidade do coração. Suas paredes possuem quantidade importante de fibras
elásticas, que compensam as alterações constantes de pressão. Além disso, a lâmina elástica mantém a
pressão relativamente constante entre contrações cardíacas.
As artérias musculares são as mais encontradas no corpo, fornecendo sangue aos vários órgãos.
Possuem uma túnica média rica em fibras musculares lisas e o componente elástico é menos
desenvolvido que nas artérias elásticas. Ambas são supridas pela vasa vasorum e inúmeras fibras
nervosas.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer em corte histológico, as três camadas do coração;
2. Diferenciar epicárdio, miocárdio e endocárdio;
3. Localizar e caracterizar as fibras de Purkinje;
4. Distinguir o esqueleto fibroso do coração;
5. Descrever a parede de artérias elásticas e musculares;
6. Diferenciar arteríolas de outros vasos;
7. Descrever a parede de veias de médio calibre, de vênulas e reconhecer capilares sanguíneos.
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1. CORTE DE CORAÇÃO
Identifique as 3 túnicas da parede do coração: o endocárdio que corresponde à túnica íntima dos
vasos, o miocárdio, a túnica média e o epicárdio, a túnica mais externa que equivale à adventícia,
também denominada pericárdio visceral. Qual o tipo celular que apresenta atividade contrátil neste
órgão? Quais são suas principais características morfológicas? Identifique as fibras de Purkinje,
coradas menos intensamente que as fibras do miocárdio. Em qual camada estão presentes? Quais suas
funções? Em corte longitudinal, observe as estriações transversais e os discos intercalares.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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2. CORTE DE AORTA (ARTÉRIA ELÁSTICA)
Explore o preparado histológico com as objetivas de menor e maior aumento. Identifique as
túnicas íntima, média e adventícia. Observe que na túnica média há grande quantidade de fibras
elásticas, principalmente em tecidos submetidos à coloração de Verhoef. Já na túnica adventícia, nota-se
menor quantidade de fibras elásticas entre as fibras colágenas. Nesta túnica, identifique, ainda, os vasa
vasorum. Qual é a função desta estrutura na parede do vaso? Em razão da abundância de fibras elásticas
na parede deste vaso, a aorta é classificada como uma _____________________ do tipo
_____________________. Cite outros exemplos de artérias que apresentam as mesmas características
que a aorta.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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3. CORTE DE ARTÉRIA DE MÉDIO CALIBRE (ARTÉRIA MUSCULAR)
Apresenta túnica íntima com endotélio, espaço subendotelial mais espesso do que nas arteríolas,
seguido por uma limitante elástica interna bem desenvolvida. A túnica média é formada essencialmente
por fibras musculares, podendo atingir até 40 camadas de células. Além das fibras musculares, a túnica
média contém fibras elásticas e reticulares esparsas, além de proteoglicanos, sendo todos sintetizadas
pelas células musculares lisas. A presença da membrana limitante elástica externa separando a túnica
média da túnica adventícia é evidente, exceto nas artérias musculares mais delgadas. A camada
muscular das artérias pode controlar o fluxo de sangue aos vários órgãos por meio do grau de contração
ou relaxamento. Identifique e esquematize as principais diferenças entre a artéria muscular e a elástica.
Devido à queda da pressão arterial e à contração da musculatura lisa no
momento da morte, as limitantes elásticas e a túnica íntima geralmente
aparecem pregueadas nos cortes histológicos.
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
4. CORTE DE FEIXE VÁSCULO-NERVOSO
O feixe vásculo-nervoso possui numerosas veias, nervos e artérias musculares. Neste corte, as
veias apresentam-se particularmente proeminentes. De modo geral, as veias de grande e médio calibre,
percorrem o mesmo trajeto das artérias de igual calibre. As arteríolas e as vênulas, às vezes têm o
mesmo trajeto.
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 26 -
Aumento
5. CORTE DE OVÁRIO (REGIÃO MEDULAR)
A olho nu, observe que o corte possui uma região mais corada em roxo e outra mais central
corada em róseo (região medular do ovário).
Na região corada em roxo, região cortical, há folículos ovarianos em várias etapas de
maturação. Estas serão estudadas na aula de sistema reprodutor feminino.
Na região medular, identifique os diferentes tipos de vasos. Nessa região, há predomínio de
artérias e veias, mas também há vasos da microcirculação (arteríolas, vênulas e capilares).
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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6. CORTE DE LÍNGUA
Identifique, no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio, vasos sanguíneos de diferentes calibres.
Identifique artérias e veias baseando-se nas características da parede e na espessura das túnicas média e
adventícia em relação ao calibre do vaso.
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
SISTEMA LINFÁTICO
4
 Aspectos Gerais
O sistema linfático consiste de grupos de células, tecidos e órgãos que monitoram o corpo e
reagem à presença de substâncias prejudiciais ou antígenos. Os linfócitos são as principais células
efetoras das respostas imunes. Uma resposta imune é sempre gerada devido a um antígeno específico,
que pode ser uma substância solúvel ou um microorganismo infeccioso, tecido estranho ou
transformado. Incluídos no sistema linfático estão o tecido linfático difuso, os nódulos linfáticos, os
linfonodos, o baço, a medula óssea e o timo. Os vasos linfáticos conectam partes do sistema linfático ao
sistema vascular sanguíneo.
O tecido linfático está presente em outros órgãos como a medula óssea vermelha, nódulos
linfáticos do tubo digestivo, tonsilas e apêndice vermiforme e pode estar associado ao intestino (GALT),
aos brônquios (BALT) ou difuso nas mucosas (MALT). Os linfonodos estão entremeados ao longo dos
vasos linfáticos superficiais e profundos, sendo o ducto torácico o maior vaso linfático.
As células do sitema imune incluem linfócitos e várias células de apoio, sendo três os principais
tipos de linfócitos: linfócitos B, T e NK (natural killer). As células de apoio têm papel importante na
interação e apresentação de antígenos aos linfócitos, bem como na regulação da resposta imune. Essas
células incluem os monócitos, macrófagos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos, células reticulares,
células dendríticas foliculares, células de Langerhans e células reticuloepiteliais. Nos nódulos
linfáticos, nos linfonodos e no baço, as células reticulares e as fibras reticulares produzidas por elas
formam malhas elaboradas onde se localizam as células do sistema imune. Por outro lado, as células de
Langerhans estão presentes apenas nas camadas médias da epiderme. De acordo com sua localização, o
tecido linfoide pode ser classificado como Formação Linfoide Intra ou Extraparietal.
As Formações Linfoides Intraparietais são acúmulos linfocitários localizados geralmente na
mucosa de órgãos ocos como o sistema digestório, vias aéreas respiratórias superiores e vias urinárias.
Estas formações são classificadas em:
 ACÚMULOS LINFOIDES IRREGULARES
São formações sem contorno e forma definidos, sendo representadas apenas por uma infiltração
temporária de linfócitos na parede de um órgão oco. Estes acúmulos são constituídos por linfócitos
associados a macrófagos. Os linfócitos apresentam-se com núcleos pequenos e de cromatina densa. Os
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acúmulos irregulares não apresentam estroma especial de sustentação, nem vasos linfáticos aferentes
ou eferentes.
 NÓDULOS LINFOIDES ISOLADOS
O nódulo linfoide isolado é um agregado de células linfocitárias com contorno e forma definidos,
geralmente arredondado ou ovalado, variando de 0,2 a 1 mm de diâmetro. A forma e o contorno se
devem ao estroma de tecido conjuntivo, constituído por células e fibras reticulares. O tipo celular
predominante é o linfócito pequeno. Frequentemente, entretanto, o nódulo linfoide pode apresentar uma
área central, mais clara, onde predominam células com citoplasma mais abundante. Esta área menos
corada é, portanto, uma consequência do maior afastamento dos núcleos, sendo denominada centro
germinativo, por estar envolvida na produção de linfócitos B, ou centro reacional, uma vez que aparece
como resposta a estímulos antigênicos (neste local ocorre grande produção de anticorpos). As células do
centro reacional são linfoblastos, linfócitos médios e grandes e células em fase de diferenciação para
plasmócitos, sendo que macrófagos livres também são encontrados. Os nódulos linfoides isolados só
possuem vasos linfáticos eferentes.
 NÓDULOS LINFOIDES ASSOCIADOS
São agregados, maiores ou menores de nódulos linfoides unidos, frequentemente, por tecido
linfoide frouxo. Apresentam a mesma morfologia descrita anteriormente. São encontrados na porção
terminal do íleo, no apêndice, nas tonsilas, no baço e nos linfonodos.
As Formações Linfoides Extraparietais são representadas pelos órgãos linfoides: timo, baço e
linfonodos.
 TIMO
É um órgão linfoide de forma irregular, com 1 a 3 lobos, localizado no mediastino superior, em
situação dorsal ao esterno, sofrendo acentuada involução após a puberdade, fato que explica sua quase
completa ausência no humano adulto. Externamente, o timo é revestido por uma cápsula fina de tecido
conjuntivo denso, rica em macrófagos, plasmócitos, leucócitos granulócitos, mastócitos e adipócitos. Os
septos interlobulares partem da cápsula para o interior do órgão, dividindo-o em lóbulos de 0,5 e 2 mm
de tamanho. Como são incompletos, a separação entre os lóbulos é imperfeita. O timo é o único órgão
linfoide lobulado. Este órgão não apresenta um estroma de tecido conjuntivo reticular bem desenvolvido
como os outros órgãos linfoides. As células e fibras reticulares aparecem em pequena quantidade e se
localizam, apenas, junto à cápsula e nas proximidades dos vasos sanguíneos.
- 30 -
O parênquima do timo, ao contrário de outros órgãos linfoides, não apresenta nódulos linfoides.
Cada lóbulo é constituído por uma porção periférica mais corada denominada cortical, que envolve uma
porção central mais clara, a medula. As zonas cortical e medular possuem os mesmos tipos celulares,
porém em proporções diferentes: linfócitos T em diversos estágios de diferenciação e células reticulares
epiteliais. Estas se assemelham às células reticulares conjuntivas, porém seus prolongamentos unem-se
por desmosomos formando uma trama tridimensional em cujas malhas localizam-se os linfócitos.
A zona cortical é rica em linfócitos que não formam nódulos. As células reticulares epiteliais
são menos numerosas que na zona medular. Pelo fato do tecido linfoide nesta região ser mais denso, as
células reticulares são difíceis de serem identificadas.
A zona medular é formada por tecido mais frouxo, com menor número de linfócitos. As células
reticulares epiteliais são facilmente identificáveis através de seus núcleos grandes, cromatina frouxa e
nucléolo evidente. Os corpúsculos de Hassal são característicos desta zona; sendo estruturas grandes (30
a 150μm) formadas por células reticulares epiteliais organizadas em camadas concêntricas. As células
mais centrais podem degenerar e sofrer calcificação.
 BAÇO
O baço constitui o maior acúmulo linfoide do organismo, localizado intraperitonealmente, no
quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal, intercalado na corrente sanguínea onde funciona
como filtro para o sangue. Macroscopicamente, o órgão cortado apresenta uma polpa esplênica
constituída por numerosos pontos esbranquiçados rodeados por um tecido vermelho. Estas duas porções
são conhecidas respectivamente como Polpa Branca e Polpa Vermelha.
A polpa branca inicia-se nos pontos em que as artérias trabeculares deixam as trabéculas e
penetram no parênquima, sendo imediatamente envolvidas por uma bainha linfocitária (bainha
periarterial). Esta bainha é inicialmente cordonal, envolvendo cada artéria à semelhança de um
manguito. Posteriormente, dilatações das bainhas formam nódulos linfoides que podem ou não
apresentar centros reacionais. Em cada folículo está presente uma arteríola que se localiza
excentricamente. Contudo, continua a ser chamada de artéria central da polpa branca. A presença desta
artéria é uma característica dos folículos do baço. A bainha linfocitária cordonal é área timo/dependente.
A polpa vermelha é constituida por cordões linfoides denominados cordões esplênicos. Tais
cordões, que são acúmulos principalmente de linfócitos, macrófagos e plasmócitos, situam-se entre
capilares sinusoides revestidos por células endoteliais e macrófagos. Os espaços dos capilares sinusoides
permitem ampla comunicação do sangue com os cordões esplênicos. Os capilares sinusoides do baço
também são conhecidos por seios venosos porque conduzem sangue venoso. Na maior parte da
- 31 -
preparação os capilares estão cheios de sangue, dificultando a individualização dos cordões. No estudo,
sempre procure uma área onde os capilares estejam vazios.
 LINFONODOS
Os linfonodos são estruturas envoltas por cápsulas conjuntivas, interpostas na corrente linfática,
entre os vasos linfáticos aferentes e eferentes, servindo de filtros para a linfa. Eles atuam na remoção de
bactérias, células e outras substâncias estranhas ao organismo. São geralmente pequenos, achatados,
ovoides ou reniformes, apresentando pequena indentação, chamada hilo, onde os vasos sanguíneos
penetram e deixam o órgão. Da cápsula, formada por tecido conjuntivo denso, partem septos ou
trabéculas que penetram o tecido linfoide dividindo-o em compartimentos incompletos. O estroma de
tecido conjuntivo reticular, células reticulares e fibras reticulares, é contínuo com os septos ou
trabéculas. Já o parênquima apresenta-se constituido por três regiões, ou zonas: a cortical, a
paracortical e a medular.
A zona cortical localiza-se logo abaixo da cápsula, com exceção da região do hilo. É formada
por nódulos linfoides (com ou sem centro reacional), pelos seios subcapsulares (abaixo da cápsula
conjuntiva) e pelos seios peritrabeculares (entre os nódulos linfoides).
A zona paracortical é uma massa de tecido linfoide frouxo que não forma nódulos ou cordões e
que se situa entre a zona cortical e a medular. Sua delimitação precisa não é possível. Esta área é timo
dependente, isto é, formada por linfócitos T.
A zona medular ocupa a porção central do órgão e se estende até o hilo. É constituída pelos
cordões linfoides e seios medulares (entre os cordões). Nos nódulos linfoides, como nos cordões
medulares, as células são linfócitos, macrófagos e plasmócitos, sendo estas últimas mais numerosas nos
cordões medulares. Os seios linfoides são cavidades intercomunicantes delimitadas por fibras e células
reticulares, com função de filtração da linfa que chega ao linfonodo.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer o tecido linfoide;
2. Caracterizar histologicamente os órgãos linfoides, diferenciado-os;
3. Correlacionar a morfologia dos órgãos linfoides com sua função.
- 32 -
1. CORTE DE ÍLEO
Observe algumas condensações esféricas de linfócitos (nódulos linfáticos) localizados logo
abaixo das glândulas intestinais e, preferencialmente, em um dos lados da parede do íleo. O nódulo
linfático pode apresentar, uma região central clara, denominada ___________________________.
Verifique que o tecido linfoide, além de nodular, pode organizar-se de forma difusa. No íleo, o
conjunto, formado por esses nódulos, constitui a placa de Peyer (exemplo de Tecido Linfático
Associado às Mucosas – MALT – mucosa-associated lymphoid tissue).
Localize e identifique linfócitos que são os principais constituintes dos nódulos da placa de
Peyer.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 33 -
2. CORTE DE TRANSIÇÃO PILORO-DUODENAL
Observe os nódulos linfáticos isolados localizados no tecido conjuntivo subjacente ao epitélio de
revestimento desses órgãos (piloro e duodeno). Observe que há tecido linfoide difuso ocupando o eixo
das vilosidades intestinais.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 34 -
3. CORTE DE LINFONODO
A olho nu, observe que o órgão possui uma região periférica corada pela hematoxilina (região
cortical) e uma região central mais clara (região medular). Em menor aumento, observe que o
linfonodo é revestido por uma cápsula de tecido ___________________, que envia trabéculas para o
seu interior, dividindo o parênquima do órgão em compartimentos incompletos. Abaixo da cápsula,
localize os seios subcapsulares e os seios peritrabeculares que são formados por tecido linfoide
frouxo e se apresentam como espaços irregulares com um aspecto esponjoso. Na região cortical
superficial há vários nódulos linfáticos (tecido linfoide denso): alguns apresentam áreas centrais
claras, os centros germinativos, constituídos por linfócitos B ativados que são células grandes, com
citoplasma basófilo, núcleo claro e com nucléolo evidente. Entre essa região rica em nódulos linfáticos
e a região medular, observe a região cortical profunda ou paracortical caracterizada por não possuir
nódulos linfáticos, mas sim tecido ________________________________. Na região medular, note os
cordões medulares constituídos por linfócitos densamente agrupados num arranjo cordonal e não
nodular; entre esses cordões, observe os seios medulares. Localize linfócitos, células reticulares e
macrófagos nestes seios medulares. As células que predominam nas regiões cortical superficial e
medular são os __________________, enquanto na região paracortical são os ________________ . É
possível diferenciar linfócitos B e T por meio de técnicas rotineiras de microscopia de luz?
 ANOTAÇÕES
- 35 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 36 -
4. CORTE DE TIMO
O timo apresenta-se envolvido por uma fina cápsula de tecido conjuntivo denso. Dela partem
finos septos que dividem o órgão em lóbulos incompletos. Cada lóbulo é constituído por um córtex e
uma medula. A região cortical apresenta-se mais basófila, enquanto a região medular cora-se menos
intensamente pela hematoxilina. Por que há esta diferença de coloração entre regiões?
Identifique, na região medular e na periferia do lóbulo as células reticulares epiteliais
caracterizadas por núcleos grandes e cromatina frouxa. Ainda em maior aumento, identifique os
corpúsculos tímicos (ou de Hassall) na região medular. Qual é a constituição destes corpúsculos? Há
linfócitos B no timo?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 37 -
5. CORTE DE BAÇO
Em pequeno aumento, observe a cápsula bem definida que reveste o baço e que é constituída por
tecido ________________ do tipo _______________. Este órgão linfático não possui córtex nem
medula, porém seu parênquima (ou polpa esplênica) é subdividido em polpa branca e polpa
vermelha.
Lembre-se que, em um corte a fresco do baço, a polpa branca é vista como áreas acinzentadas
arredondadas ou ovoides, circundadas pela polpa vermelha (cor natural das inúmeras hemácias
presentes nos sinusoides dessa região, daí seu nome).
Em cortes histológicos, a polpa branca aparece como áreas basófilas devido à presença de grande
quantidade de linfócitos formando os nódulos linfáticos. A polpa branca é constituída por tecido
linfoide com disposição cordonal (bainha de linfócitos que envolvem as artérias, as chamadas bainhas
periarteriais, que não são facilmente visíveis neste corte) e nodular (nódulos linfáticos). Os nódulos
linfáticos do baço distinguem-se dos encontrados nos demais órgãos linfáticos pela presença de arteríola
central (na verdade, de localização excêntrica). Use a objetiva de 40x, para observar essa arteríola
central do nódulo.
A polpa vermelha corresponde ao restante da polpa esplênica, com coloração vermelho escuro,
representada por capilares sinusoides e tecido linfoide frouxo que se organizam nos cordões esplênicos
ou cordões de Billroth. Os cordões esplênicos possuem espessura variável, conforme o estado e a
distensão desses sinusoides; eles contêm as células reticulares, macrófagos, linfócitos, plasmócitos,
eritrócitos e granulócitos. Note, ainda, na polpa vermelha, a presença de macrófagos contendo
pigmento acastanhado em seu citoplasma, proveniente da fagocitose e digestão intracelular das
hemácias.
- 38 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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SANGUE E
HEMOCITOPOESE
5
 Aspectos Gerais
O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo, composto por grande variedade de células,
fragmentos de células e plasma. O sangue circula pelo corpo dentro de vasos sanguíneos, pelo sistemas
arterial e venoso. Entre suas funções destacam-se o transporte de nutrientes, de oxigênio e dióxido de
carbono, de materiais indesejados pelas células, hormônios, células e outras substâncias.
Os elementos figurados do sangue são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. A coloração
utilizada na maioria dos preparados sanguíneos utilizados para estudo é a coloração de Giemsa,
importante pois a nomenclatura dos elementos figurados foi desenvolvida baseando-se na especificidade
célula-corante.
As hemácias, ou eritrócitos, são as células mais abundantes no sangue circulante e possuem uma
característica bem peculiar: a ausência de núcleo. Elas são responsáveis pelo transporte de oxigênio e
dióxido de carbono entre os tecidos corporais e os pulmões. Além das hemácias, os leucócitos são
bastante abundantes no sistema circulatório e formam o sistema de defesa do organismo. Eles utilizam
os vasos sanguíneos como via de transporte para alcançar seu destino e atuar nos tecidos-alvo.
Existem duas categorias de leucócitos: os granulócitos e os agranulócitos. Neutrófilos,
eosinófilos e basófilos são os tipos celulares pertencentes ao primeiro grupo, enquanto monócitos e
linfócitos pertencem ao segundo grupo. Cada granulócito é reconhecido pelos seus diferentes grânulos
citoplasmáticos específicos e pela morfologia nuclear.
Os neutrófilos são células pouco coradas e atuam diretamente na fagocitose de bactérias. Seu
núcleo é normalmente lobulado, sendo composto por 3-5 lóbulos.
Os eosinófilos são corados por corantes mais ácidos, como a eosina. Têm ativa participação em
atividades anti-parasitárias e na fagocitose do complexo antígeno-anticorpo. Seu núcleo é bilobulado.
Os basófilos são corados com corantes básicos e possuem granulação semelhante à dos
mastócitos, com a presença de grânulos de heparina e histamina. Seu núcleo não é lobulado e tem
formatos irregulares.
Os linfócitos são células com núcleo arredondado e proporcionalmente grande em relação ao
tamanho total da célula. Apesar de existirem vários tipos de linfócitos, como os linfócitos B, T e NK, é
impossível diferenciá-los simplesmente pela análise de sua morfologia. São eles que darão origem às
células produtoras de anticorpos.
- 40 -
Os monócitos são células circulantes, mas quando saem dos vasos sanguíneos e entram nos
espaços de tecido conjuntivo passam a ser chamados de macrófagos, que atuam na fagocitose de
antígenos e se relacionam diretamente com os linfócitos durante a resposta imune. Seu núcleo
geralmente é reniforme.
Um elemento figurado encontrado no sangue que participa ativamente das reações de coagulação
sanguínea, as plaquetas, são fragmentos celulares que se desprendem de células denominadas
megacariócitos. Estas não estão presentes no sangue circulante, mas na medula óssea de ossos longos,
curtos e chatos.
O plasma sanguíneo corresponde ao componente líquido do sangue, que equivale a
aproximadamente 50-55% do volume sanguíneo. Ele contém eletrólitos e íons, moléculas maiores como
a proteína albumina e globulinas, além de diversos compostos orgânicos como aminoácidos, lipídeos,
vitaminas e hormônios. Após a coagulação sanguínea, a porção líquida que resta é o soro, idêntico ao
plasma, porém sem conter as proteínas e componentes necessários à coagulação.
 Hemocitopoese
As células sanguíneas são continuamente produzidas, pois possuem vida útil relativamente curta.
As hemácias, por exemplo, são capazes de desempenhar suas funções de maneira ótima por cerca de 6090 dias, sendo retiradas de circulação e recicladas principalmente no fígado. O processo de produção e
reposição de novas células sanguíneas é denominado hemocitopoese.
Todos os tipos celulares presentes na corrente sanguínea são derivadas de uma única célula
tronco hemocitopoética pluripotente. Estas células dividem-se e dão origem às células multipotentes
precursoras: as unidades formadoras de colônia (UFC) de granulócitos, eritrócitos, monócitos,
megacariócitos e as UFC de linfócitos. A maioria das células tronco pluri e multipotentes estão
presentes na medulha óssea vermelha.
O desenvolvimento da hemácia, ou eritrócito, ocorre em resposta a níveis elevados do hormônio
eritropoetina. As células mais basais são denominadas pró-eritroblastos, as quais dão origem aos
eritroblastos basófilos, que sofrem divisão para originar os eritroblastos policromatófilos, que sofrem
mitose para formar os eritroblastos ortocromáticos. Estes últimos perdem os seus núcleos e se
diferenciam em reticulócitos que, no último estágio diferenciam-se em hemácias.
Na série granulocítica, o mieloblasto é a célula precursora dos pró-mielócitos, que sofrem
divisão para dar origem aos mielócitos neutrófilos, eosinófilos ou basófilos. Os metamielócitos são as
células seguintes, que não se dividem e se diferenciam em bastonetes, formas jovens dos granulócitos.
Estes amadurecem dando origem aos granulócitos maduros que são encaminhados à corrente sanguínea.
- 41 -
Em indivíduos mais velhos, a medula óssea vermelha é gradualmente substituída por medula
óssea amarela, que passa a ter essa cor pelo maior acúmulo de gordura em seu interior. As células
reticulares adventiciais são as responsáveis por tal caracaterística.
Série
Granulocítica
Série
Eritrocítica
1
1
2
2
3
3
1
1
4
2
4
2
3
5
3
4
6
4
5
B
A
A
6
D
C
B
C
D
1. Mielócito basófilo
1.
Mieloblasto
1.Mielócito eosinófilo
1.
Pró-eritoblasto
2. Metamielócito basófilo
2.
Pró-mielócito
2. Metamielócito eosinófilo
2.
Eritroblasto basófilo
3. Bastonete basófilo
3.
Mielócito neutrófilo
3. Bastonete eosinófilo
3.
Ertroblasto policromático
4. Basófilo
4.
Metamielócito neutrófilo
4. Eosinófilo
4.
Eritroblasto ortocromático
5.
Bastonete neutrófilo
5.
Reticulócito
6.
Neutrófilo
6.
Eritrócito
- 42 -
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer todos os tipos celulares do sangue circulante, baseando-se na morfologia granular
e/ou nuclear;
2. Reconhecer os principais tipos de células tronco presentes na medula óssea vermelha;
3. Relacionar os tipos de células observados às suas respectivas funções no corpo humano.
- 43 -
1. CORTE DE ESFREGAÇO SANGUÍNEO
O esfregaço sanguíneo é uma camada fina da sangue espalhada em uma lâmina de vidro que tem
como objetivo facilitar a identificação de células sanguíneas na microscopia óptica. Hemácias,
leucócitos granulócitos e agranulócitos são facilmente observados neste preparado. Identifique tais tipos
celulares utilizando a lente objetiva de 100x (com óleo de imersão), esquematizando suas principais
características morfológicas.
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
- 44 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 45 -
2. CORTE DE MEDULA ÓSSEA VERMELHA
A medula óssea vermelha é o local de formação das células sanguíneas. Nela podem ser
encontrados os principais tipos celulares precursores de hemácias, leucócitos e plaquetas. Baseando-se
nas características morfológicas de cada tipo celular e utilizando o atlas histológico, esquematize os
seguintes tipos celulares: pró-eritroblasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromatófilo,
eritroblasto ortocromático, reticulócito, pró-mielócito, mielócito eosinófilo, bastonete eosinófilo,
mielócito neutrófilo, mielócito basófilo e bastonete neutrófilo. Além disso, próximo às epífises,
identifique as células formadoras de plaquetas, ou megacariócitos. Qual a principal característica deste
tipo celular?
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 46 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 47 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 48 -
SISTEMA DIGESTÓRIO
6
 Aspectos Gerais
O sistema digestório é responsável pela decomposição e absorção dos alimentos consumidos
diariamente. Ele contém o tubo digestivo e seus órgãos associados, sendo eles: a língua, os dentes, as
glândulas salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. A medida que o alimento passa pelo lúmen
do tubo digestivo, é decomposto física e enzimaticamente, o que eventualmente permite a absorção dos
nutrientes. Cada parte do sistema digestório possui forma e funções específicas, importantes tanto para
digestão quanto para absorção.
De maneira geral e simplificada, o alimento começa a ser digerido na boca, pela ação dos
movimentos de mastigação e mistura do bolo alimentar com saliva, rica em enzimas, como a amilase
salivar. Com o processo de deglutição, este alimento passa rapidamente para a faringe, mantendo-a
liberada para a passagem de ar e chega ao esôfago. No estômago, o bolo alimentar continua sendo
constantemente misturado e novas substâncias, dentre elas a enzima pepsina, são adicionadas. No
intestino delgado, além da digestão enzimática (tripsina, lipase e amilase pancreática) ocorre grande
parte da solubilização e absorção dos nutrientes. O alimento não digerido e outras substâncias dentro do
canal alimentar, como muco, bactérias, restos celulares e pigmentos biliares são excretados como fezes.
Apesar das principais funções do sistema digestório estarem associadas à digestão e absorção do
alimento, outras são destacadas como: secreção de substâncias diversas como mucinas, enzimas e
anticorpos, e como linha de defesa do corpo atuando como barreira contra entrada de antígenos e
agentes infecciosos.
 ASPECTOS GERAIS DO TUBO DIGESTIVO
O tubo digestivo apresenta um plano geral com quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e
serosa (ou adventícia). Esta organização é comum em quase todo o tubo digestivo, com apenas algumas
exceções. A partir da luz do tubo, em direção oposta à superfície, observa-se:

CAMADA MUCOSA: formada por epitélio de revestimento e/ou secretor, lâmina própria de tecido
conjuntivo e muscular da mucosa constituída por fibras de músculo liso dispostas
longitudinalmente.

CAMADA SUBMUCOSA: composta por tecido conjuntivo denso, fibro-elástico, não modelado. Esta
camada abriga glândulas no esôfago e no duodeno. A submucosa é rica em vasos sanguíneos e
- 49 -
linfáticos, bem como um plexo nervoso parassimpático, o plexo submucoso (de Meissner), que
controla a motilidade da mucosa e as atividades secretoras das glândulas.

CAMADA MUSCULAR: apresenta duas faixas de musculatura lisa em toda sua extensão: uma
camada circular interna (no corte transversal do tubo as fibras apresentam-se em plano
longitudinal) e uma longitudinal externa (no corte transversal do tubo as fibras apresentam-se
em plano transversal). Entre as duas camadas há gânglios do plexo mioentérico (de Auerbach).

CAMADA SEROSA OU ADVENTÍCIA: formada por tecido conjuntivo que pode ou não ser circundado
pelo epitélio simples pavimentoso do peritônio visceral. Se a região do tubo for intraperitoneal, o
tubo apresenta-se revestido por peritônio, envoltório classificado como serosa. Entretanto, se o
órgão for retroperitoneal, o tubo adere à parede do corpo através da sua adventícia.
 OBJETIVOS GERAIS:
1.
Reconhecer as diferentes camadas que compõem tubo digestivo;
2.
Identificar e classificar os diferentes epitélios que formam o tubo digestivo;
3.
Diferenciar histologicamente os órgãos do sistema digestório, baseando-se nas características
morfológicas dos seus componentes, relacionando-os com suas funções.
- 50 -
1. CORTE DE LÁBIO
A superfície externa dos lábios humanos é coberta por pele, composta por epiderme e derme,
onde folículos pilosos e glândulas são evidentes. Observando o preparado histológico, responda: quais
os tipos de glândulas presentes na superfície externa dos lábios?
A superfície interna é revestida por uma mucosa umidificada graças à saliva secretada pelas
glândulas salivares. O epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado, com cristas epiteliais
profundas que penetram entre as papilas de tecido conjuntivo fibroelástico altamente vascularizado.
Identifique no corte a zona vermelha, intermediária entre superfícies interna e externa. Quais
características morfológicas a diferem das duas regiões?
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
- 51 -
2. CORTE DE LÍNGUA (EPITÉLIO E PAPILAS)
Observe o epitélio que reveste a face inferior e a face superior da língua. Na face superior, qual o
tipo de papila lingual pode ser reconhecido? Justifique seu diagnóstico caracterizando histologicamente
a papila lingual. Em seguida, repare no tecido muscular que preenche a língua. Qual o tipo de músculo
predominante na língua? Qual a principal diferença morfológica observada entre as faces superior e
inferior?
Entre os feixes musculares, que se mostram em vários planos de corte, note a presença de tecido
conjuntivo propriamente dito. Qual a classificação deste tecido? Que estruturas podem ser encontradas
nesta região?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 52 -
3. CORTE DE LÍNGUA (PAPILAS CIRCUNVALADAS)
Este preparado segue o arranjo básico descrito para o corte anterior, contudo o corte atingiu a
região das papilas circunvaladas. Observe que esta papila possui maior diâmetro em relação aos outros
tipos, sendo circundadas por proeminentes invaginações da mucosa. No epitélio que reveste as
superfícies laterais das papila circunvalada, observam-se os corpúsculos ou botões gustativos.
Identifique as glândulas salivares linguais, desde a porção secretora à condutora. A porção secretora é
predominantemente formada por células serosas, embora células mucosas possam estar presentes. Como
você as distingue histologicamente? Existe outro tecido abundante no preparado, qual é?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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4. CORTE DE TRANSIÇÃO ESÔFAGO-ESTÔMAGO
Utilize a objetiva de menor aumento para percorrer todo o corte, de uma extremidade à outra,
identificando os limites entre o esôfago e o estômago. Observe principalmente o epitélio de ambos os
órgãos, bem como outras estruturas presentes na mucosa que poderão auxiliar seu diagnóstico. O
esôfago mostra-se revestido por epitélio do tipo ___________________________________________ ,
enquanto o estômago apresenta epitélio ___________________________________________________.
Após ter identificado a região esofágica, analise as túnicas que formam este órgão:

lâmina
Túnica Mucosa: observe o epitélio do tipo________________________________ e a
própria
e
a
muscular
da
mucosa
formada
por
fibras
musculares
do
tipo
_______________________.

Túnica Submucosa: constituída de tecido conjuntivo denso não modelado onde estão
localizadas glândulas esofágicas (bastantes abundantes neste corte) e vasos sanguíneos mais calibrosos
do que os presentes na lâmina própria. Classifique as glândulas esofágicas.

Túnica
Muscular:
é
constituída
por
feixes
de
músculo
do
tipo
___________________________, cujas fibras estão seccionadas em vários planos de corte.

Túnica Adventícia: constituída de tecido conjuntivo, com adipócitos, vasos sanguíneos e
nervos.
- 54 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 55 -
5. CORTE DE ESTÔMAGO
O estômago é composto por regiões distintas, que se diferenciam histologicamente, sendo elas:
região cárdica, fúndica e do corpo (as duas últimas idênticas entre si) e região pilórica. Diferencie tais
regiões considerando os tipos celulares e a morfologia tecidual, como se segue:

Túnica Mucosa: observe a presença de 2 regiões gástricas neste corte, a região cárdica
(próxima à região de transição esôfago-estômago) e a região fúndica. Repare no comprimento glandular
e tipo de células que compõem as glândulas, então você poderá estabelecer o limite entre as duas
regiões. Diferencie a fosseta gástrica da glândula gástrica. Quais os tipos celulares que você reconhece,
com esta técnica de coloração, na glândula cárdica e na glândula fúndica? Nas glândulas fúndicas, faça o
reconhecimento
dos
diferentes
tipos
celulares:
células
mucosas
do colo,
produtoras
de
______________________, células parietais ou oxínticas, produtoras de _________________ e
___________________,
e
as
células
principais
ou
zimogênicas,
secretoras
de
__________________________. Finalmente, localize a lâmina própria e a camada muscular da mucosa,
a qual é formada por músculo do tipo ______________________.

Túnica Submucosa: que elementos histológicos você identifica na submucosa do estômago?

Túnica Muscular: Qual o tipo de músculo presente nesta túnica? Localize estruturas do plexo
mioentérico.

A túnica mais externa neste órgão é uma __________________________________.
Aumento
Aumento
- 56 -
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 57 -
6. CORTE DE INTESTINO DELGADO (DUODENO)
Observe este preparado histológico, primeiro percorrendo todo o corte com a objetiva de 4x e
depois detalhando os componentes de cada túnica. Na túnica mucosa, note a presença de vilosidades,
as quais são revestidas por epitélio ___________________________________________________.
No epitélio, reconheça as células absortivas e as células caliciformes. Em seguida, identifique as
glândulas intestinais (ou de Lieberkuhn), as quais se abrem na base das vilosidades e têm sua porção
basal situada bem perto da muscular da mucosa. Observe a lâmina própria que preenche as vilosidades e
circunda as glândulas intestinais, identificando alguns tipos celulares que aí ocorrem, como fibroblastos
e fibrócitos, plasmócitos e células musculares lisas.
Na túnica submucosa, observe as glândulas duodenais (ou de Brunner) imersas num tecido
conjuntivo. Qual é o tipo de secreção e a função destas glândulas?
Na túnica muscular, como está arranjado o tecido muscular e qual o tipo de músculo presente?
Identifique elementos do plexo mioentérico.
Reconheça na túnica serosa, o tecido conjuntivo e o mesotélio.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 58 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 59 -
7. CORTE DE INTESTINO DELGADO
Analise as vilosidades sempre atento à proporção entre células caliciformes e enterócitos,
comparando com o corte anterior. Observe os demais elementos da túnica mucosa e da túnica
submucosa, diferenciando-os do preparado anterior. Qual segmento do intestino delgado encontra-se
neste corte? Analise a túnica muscular e a última túnica que reveste externamente o órgão, com
atenção para seus componentes e como os mesmos estão organizados. Procure identificar elementos dos
plexos submucoso e mioentérico.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 60 -
8. CORTE DE INTESTINO GROSSO
Uma das características marcantes do intestino grosso é que sua mucosa não apresenta
vilosidades. Além disso, o número de células caliciformes é significativamente aumentado. Notam-se
vários nódulos linfoides de tamanhos variados, porém sem a agregação característica da placa de Peyer.
Identifique cada uma das túnicas e seus componentes como fez anteriormente, classificando o epitélio e
as glândulas observadas.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 61 -
9. CORTE DE APÊNDICE
Em aumento menor observar que este corte tem a estrutura geral do intestino grosso.
O apêndice vermiforme apresenta mucosa com epitélio simples prismático, formado por células
absortivas (enterócitos), células caliciformes e células M, onde os nódulos linfáticos associam-se ao
epitélio. A lâmina própria é um tecido conjuntivo frouxo com numerosos nódulos linfoides e glândulas
intestinais pouco profundas. As células que constituem tais glândulas são células absortivas superficiais,
células de reserva, células caliciformes, células enteroendócrinas (argentafins) e células de Paneth. A
muscular da mucosa, a submucosa e a muscular externa são semelhantes às do plano geral do tubo
digestivo, embora nódulos linfoides e ocasionais infliltrados lipídicos estejam presentes na submucosa.
O apêndice é envolvido por uma serosa (em alguns cortes pode estar conservada).
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 62 -
10. CORTE DE CANAL ANAL
Neste corte, observe a mucosa com epitélio estratificado cuboide ou pavimentoso. Note que as
glândulas intestinais e a muscular da mucosa estão ausentes nesta região, enquanto a mucosa é contínua
com a pele (epiderme fina na porção terminal). Na submucosa, pode ser visto um rico plexo venoso
(plexo hemorroidário). A camada muscular interna é composta por fibras musculares lisas arranjadas de
maneira circular (esfíncter anal interno – contração involuntária) e a externa por fibras estriadas com
conformação circular (esfíncer anal externo – contração voluntária). Em seguida é vista a adventícia.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 63 -
GLÂNDULAS ANEXAS AO
SISTEMA DIGESTÓRIO
7
 Aspectos Gerais
O sistema digestório possui diversas glândulas associadas a ele responsáveis pela secreção de
substâncias que promovem a fase da digestão do alimento. As substâncias secretadas por meio de ductos
são conhecidas como enzimas digestivas (natureza serosa) e glicoproteínas (mucinogênio, natureza
mucosa), além de bicarbonato, anticorpos, íons inorgânicos, entre outros. Algumas destas glândulas,
como o pâncreas, além de produzirem enzimas são responsáveis pela produção e secreção de hormônios,
como a insulina. As glândulas anexas compreendem as glândulas salivares, o figado e o pâncreas
exócrino, descritas resumidamente a seguir.

Glândulas Salivares
O sistema digestório humano possui três pares de glândulas salivares principais e diversas
glândulas menores dispersas por toda a mucosa oral. Para fins de estudos práticos, serão descritas
apenas as maiores: parótida, submandibular e sublingual. As glândulas salivares secretam
continuamente, sendo estimuladas pelo sistema nervoso parassimpático, por estímulos fisícos, químicos
e psicológicos. Seu produto de secreção é comumente conhecido como saliva, um líquido aquoso
diluído, cuja função é umidecer os alimentos na cavidade bucal, facilitando a deglutição e iniciando a
digestão de carboidratos, pela enzima amilase salivar. Além disso, a saliva é reponsável pela limpeza da
cavidade oral e redução da flora bacteriana pela lisozima, lactoferrina, peroxidases, por proteínas ricas
em histidina e por imunoglobulina A (IgA) existentes na sua composição.

Pâncreas
O pâncreas constitui exemplo típico de glândula anfícrina, com secreção exócrina (ácinos
pancreáticos) e endócrina (ilhotas pancreáticas ou de Langerhans). O fluido alcalino produzido pelo
pâncreas é repleto de enzimas digestivas e proenzimas, sendo liberado no duodeno através do ducto
pancreático. Os ácinos pancreáticos são porções produtoras e secretoras de tais enzimas e compõem
grande parte do parênquima pancreático. Ao contrário das glândulas salivares, o pâncreas exócrino não
possui ductos estriados. O controle da secreção exócrina é feito pelos hormônios colecistoquinina e
secretina.

Fígado
O fígado é um órgão importante nos processos de metabolização dos nutrientes absorvidos após
a digestão. O parênquima hepático é constituído de lâminas epiteliais de células chamadas hepatócitos.
- 64 -
O hepatócito é uma célula metabolicamente muito ativa, possuindo grande quantidade de retículo
endoplasmático em seu interior, além de um núcleo esférico com cromatina descondensada e um ou
mais nucléolos. Não raramente, podem ser observadas células binucleadas. Os hepatócitos são
responsáveis pela produção de bile, que é secretada no interior dos canalículos biliares e levada até a
vesícula biliar, que a armazena
Os hepatócitos são encontrados em regiões denominadas lóbulos hepáticos, estruturas com
arranjo poligonal formadas por cordões deste tipo celular entremeados por capilares sinusoides, que
confluem para uma única veia centrolobular. Macrófagos derivados dos monócitos são chamados de
células de Kupffer e são responsáveis pela remoção de eritrócitos e de materiais particulados
indesejáveis. As células de Kupffer são comumente encontradas no entorno dos capilares sinusoides.
Entre os diversos lóbulos hepáticos existem espaços de tecido conjuntivo denominados espaços
porta-hepáticos. O espaço porta-hepático é composto por uma bainha perivásculo-biliar, que contém
obrigatoriamente um ou mais ramos da veia porta, um ou mais ramos da artéria hepática e ductos
biliares interlobulares de pequeno calibre (com epitélio simples cúbico) ou de médio calibre (com
epitélio simples prismático). O conjunto destes três elementos é chamado de tríade portal.
O tecido hepático de certas espécies animais, como os suínos, apresentam-se com formato
próximo ao hexagonal, sendo facilmente delimitados principalmente quando o tecido conjuntivo é
corado em soluções tricrômicas, como o tricrômico de Mallory. Entretanto, em preparados humanos,
esta organização hexagonal não é claramente percebida, apesar de todos os componentes estruturais
estarem presentes.

Vesícula Biliar
A vesícula biliar é um pequeno órgão em formato de pera, que recebe e armazena a bile
produzida pelos hepatócitos. Quando estimulada pela colecistoquinina, libera a bile para a luz duodenal
por meio dos ductos cístico e biliar comum. A vesícula biliar pode armazenar cerca de 50mL de bile,
cuja principal função é a emulsificação de gorduras na luz duodenal, facilitando a ação da lipase
pancreática, enzima produzida pelo pâncreas exócrino. A bile é um fluido levemente viscoso, de cor
esverdeada, consituído de água, íons, colesterol, fosfolipídeos, glicuronídio de bilirrubina e ácidos
biliares.
 OBJETIVOS GERAIS
1. Reconhecer histologicamente as diversas glândulas exócrinas relacionadas ao sistema digestório;
2. Relacionar o tipo de secreção produzido e sua importância no processo digestivo.
- 65 -
1. CORTE DE GLÂNDULAS SALIVARES
As glândulas salivares principais seguem o mesmo padrão morfológico. São glândulas exócrinas
que apresentam elementos de natureza conjuntiva: a cápsula, os septos com ductos interlobulares e o
estroma intersticial muito delicado em torno dos adenômeros e ductos intralobulares. Além disso, as
porções secretoras apresentam semiluas ou crescente serosas, perto das quais os ductos estriados
aparecem, apresentando epitélio prismático, simples, com células acidófilas.

Glândula Submandibular: classificada como glândula composta, túbulo-acinosa, seromucosa
(mista), predominantemente serosa.

Glândula Sublingual: classificada como glândula composta, túbulo-acinosa, ácinos mistos,
predominantemente mucosos, com semiluas serosas. O estroma possui diversos adipócitos
uniloculares. .

Glândula Parótida: glândula serosa, com numerosos ductos estriados, intercalares e
interlobulares.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 66 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 67 -
2. CORTE DE PÂNCREAS
Inicie o estudo histológico do pâncreas pela cápsula fina e os septos de natureza conjuntiva, que
apresentam vasos sanguíneos e ductos interlobulares, com epitélio prismático. Em maior aumento
observe, na porção exócrina, os ácinos pancreáticos com células de núcleos esféricos (maior parte do
órgão) e os ductos intercalares com epitélio cuboide no interior dos lóbulos. As ilhotas pancreáticas, a
porção endócrina do pâncreas, apresentam diversas células em seu interior, como as células α e β,
produtoras de glucagon e insulina, respectivamente.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 68 -
3. CORTE DE FÍGADO DE PORCO
O fígado apresenta uma cápsula, que pode não estar completamente preservada no preparado
histológico, revestida por serosa peritoneal em algumas áreas. Em suínos, os septos de natureza
conjuntiva delimitam os lóbulos morfologicamente evidentes no fígado.
Neste corte, identifique a bainha perivásculo-biliar, que constitui os espaços porta nos cantos
dos lóbulos e contém um ou mais ramos da veia porta, um ou mais ramos da artéria hepática, ductos
biliares interlobulares e capilares linfáticos.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 69 -
4. CORTE DE FIGADO HUMANO
Obsevar em pequeno aumento:
Os lóbulos funcionais vasculares: tome a veia centrolobular como o centro do lóbulo e trace
uma linha imaginária ligando os espaços porta em torno da mesma.
Observar em aumento maior:
O espaço porta e seus componentes, especialmente ductos biliares interlobulares de pequeno e
médio calibre, assim como as lâminas epiteliais de hepatócitos. No labirinto hepático, considere os
capilares sinusoides e veia centrolobular.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 70 -
5. CORTE DE VESÍCULA BILIAR
Identifique na vesícula biliar a mucosa, constituída por epitélio simples, prismático, com borda
estriada mal preservada, com ou sem células caliciformes; a lâmina própria, muito pregueada, contém
numerosos divertículos do epitélio e a camada muscular, formada por feixes de músculo liso espirais
entrelaçados. A serosa ou túnica externa.
Qual é a principal função da vesícula biliar? O que acontece com a pessoa que sofre a remoção
cirúrgica deste órgão?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 71 -
SISTEMA ENDÓCRINO
8
 Aspectos Gerais
O sistema endócrino é composto por diversas glândulas que produzem e secretam substâncias
chamadas hormônios que servem de efetores para regular as atividades de várias células nos diversos
tecidos e órgãos do corpo. Os hormônios são transportandos pela corrente sanguínea e são
responsáveis por manter a homeostase e coordenação do crescimento e desenvolvimento corporais.
As células do sistema endócrino liberam mais de 100 hormônios e substâncias que podem ser
divididos em classes diferentes: esteroides (derivados do colesterol), pequenos peptídios, proteínas,
aminoácidos e derivados do ácido araquidônico.
A primeira etapa de ação de cada hormônio sobre a célula-alvo é a sua ligação a um receptor
específico, que pode estar exposto na superfície celular ou dentro da célula (no citoplasma ou no
núcleo). Após a ligação ao receptor específico, a ação é desencadeada de maneira também específica,
em cada célula-alvo.
No corpo humano existem várias glândulas endócrinas que regulam as mais variadas funções
corporais. Como exemplos temos:
Glândula
Hipófise
Hipotálamo
Hormônio
Função
Hormônio do crescimento
Estimula o crescimento ósseo e muscular
Prolactina
Estimula a produção e secreção de leite
Hormônio
adrenocorticotrófico
Estimula o córtex da glândula adrenal
Hormônio folículo
estimulante
Estimula o desenvolvimento folicular nos ovários e
as células de Sertoli testiculares
Hormônio luteinizante
Estimula a secreção de esteroides testiculares e
ovarianos
Hormônio estimulante da
tireoide
Estimula a tireoide
Oxitocina
Estimula as contrações uterinas e a excreção de leite
Hormônio antidiurético
Controle da excreção de água
Fatores liberadores
Controlam a secreção de hormônios hipofisários
- 72 -
Glândula
Hormônio
Função
Tiroxina
Controle do metabolismo
Calcitonina
Controle da retenção de cálcio
Paratormônio
Controle da secreção de cálcio
Cortisol
Controle do metaboismo
Aldosterona
Controle da excreção de água
Adrenalina e noradrenalina
Preparo do corpo para ação
Insulina
Diminuição da glicemia
Glucagon
Aumento da glicemia
Ovário
Estrógenos e progesterona
Manutenção da integridade uterina e do ciclo
menstrual; manutenção das características sexuais
secundárias femininas
Testículos
Androgênios (testosterona)
Manutenção da espermatogênese e das
características sexuais secundárias masculinas
Pineal
Melatonina
Manutenção do ritmo circadiano
Tireoide
Paratireoide
Córtex da adrenal
Medula da adrenal
Pâncreas
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer histologicamente as principais glândulas endócrinas presentes em nosso corpo;
2. Relacionar a morfologia, o tipo de secreção e as funções das glândulas estudadas.
- 73 -
1.
CORTE DE HIPÓFISE
A hipófise é dividida em:
 NEURO-HIPÓFISE (PARS
NERVOSA):
esta região é constituída por axônios amielínicos de
neurônios secretores, cujos corpos celulares estão localizados no hipotálamo (nos núcleos supra-ópticos
e paraventriculares). A intensa coloração azulada com característica granular ao longo dos axônios,
corresponde à neurossecreção. Note que os grânulos de neurossecreção podem formar aglomerados
em porções dilatadas dos axônios, chamados corpos de Herring. Os axônios são sustentados por
células da glia conhecidas como pituicitos; neste preparado somente os núcleos dos pituicitos são
evidenciados, aparecendo em cor vermelha. Note a presença de capilares e vasos sanguíneos de maior
calibre nesta região. Reveja, no livro-texto ou no seu caderno de anotações, os hormônios que são
liberados pela pars nervosa e as suas respectivas ações.
 PARS
INTERMEDIA:
situada entre a pars distalis e a pars nervosa, sendo constituída por
cordões de células basófilas (coradas em azul bem claro).
 ADENO-HIPÓFISE (PARS DISTALIS): nesta região as células apresentam um arranjo cordonal.
Entre os cordões celulares encontram-se capilares fenestrados ou sinusoidais cuja luz é dilatada.
Nos cordões celulares procure identificar os seguintes tipos celulares que se distinguem pela
afinidade tintorial:
- Células acidófilas: são as mais abundantes, coram-se de rosa claro a vermelho-escuro;
- Células basófilas: coram-se de verde claro a levemente azulado;
- Células cromófobas: seu citoplasma mostra-se descorado ou ligeiramente acinzentado
Com ajuda do livro texto, reveja os diferentes hormônios (e suas respectivas funções)
que são secretados pelas células acidófilas e basófilas. Explique o porquê das células
cromófobas apresentarem o citoplasma descorado.
- 74 -
Identifique as diferentes porções da hipófise, denominando as estruturas encontradas. Quais
as principais diferenças entre elas?
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 75 -
2. CORTE DE PÂNCREAS
Neste preparado, localize as ilhotas pancreáticas presentes em meio aos ácinos pancreáticos. As
ilhotas aparecem como agrupamentos arrendondados de células circundados por uma fina camada de
fibras reticulares (nem sempre visíveis em cortes histológicos). Num maior aumento, procure capilares
no interior das ilhotas. Qual a classificação desta glândula? Com a coloração empregada neste corte é
possível identificar dois dos quatro tipos celulares encontrados na ilhota. Você identificará células com
citoplasma corado em rosa, que correspondem às células A ou alfa (acidófilas), e células de citoplasma
ligeiramente azulado que correspondem às celulas B ou beta (basófilas). Qual a secreção de cada tipo
celular?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 76 -
3. CORTE DE GLÂNDULA PINEAL
Identifique a cápsula (pia-máter) de tecido conjuntivo; os septos delgados de tecido conjuntivo
(sustentação) que penetram no interior do órgão; os pinealócitos (as células parenquimatosas - núcleos
grandes, esferoides, de cromatina frouxa e nucléolo proeminente) e as células da glia (núcleos
pequenos, escuros, de cromatina condensada). Neste órgão é comum a presença de concreções
fracamente basófilas formadas por uma matriz orgânica mineralizada, frequentemente disposta em
camadas concêntricas, formando corpos densos, arredondados ou irregulares. Localizam-se tanto no
parênquima quanto nas formações conjuntivas e tendem a aumentar com a idade.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 77 -
4. CORTE DE TIREOIDE E PARATIREOIDE
Identifique a tireoide rica em folículos denominados folículos tireoideanos. Analise sua
estrutura histológica, iniciando pela cápsula de tecido conjuntivo. Em seguida, observe o arranjo dos
folículos tireoideanos (repare nas células epiteliais que os revestem). Qual o nome destas células? Qual
substância produzem? Na tireoide, além das células secretoras de coloide, são também encontradas as
células parafoliculares. Qual seu produto de secreção?
Em seguida, localize a paratireoide, próximo à borda externa da tireoide. Qual o hormônio
produzido por esta glândula? A porção secretora desta glândula possui a mesma forma da encontrada na
tireoide?
Na paratireoide são encontrados diferentes tipos celulares, sendo eles as células principais e as
células oxífilas. As células principais são maioria e secretam o paratormônio. São pequenas, poliédricas
e levemente acidófilas. Já em humanos, as células oxífilas ou acidófilas aparecem durante a infância e
aumentam em número com a idade. Não existem na maioria das espécies, exceto nos primatas e nos
bovinos. São poligonais, maiores do que as principais, com citoplasma fortemente acidófilo, em virtude
de grande número de mitocôndrias. Sua função ainda é desconhecida.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 78 -
5. CORTE DE GLÂNDULA ADRENAL
O parênquima da glândula adrenal apresenta-se dividido em um córtex, que circunda uma região
medular ou medula (onde podem ser observadas veias de grande calibre). Na região cortical existem
diferentes camadas: camada glomerulosa, fasciculada e reticulada. Identifique as diferentes camadas no
parênquima deste órgão. Quais as características morfológicas das células secretoras? Quais os
hormônios ou grupos de hormônios cada região produz?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 79 -
SISTEMA URINÁRIO
9
 Aspectos Gerais
O sistema urinário é o principal sistema responsável pela homeostase do organismo. Ele consiste
em dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra, que desemboca no exterior do corpo. Os rins têm a
função de filtrar o sangue, conservando água, eletrólitos essenciais e removendo do organismo tudo o
que não é mais necessário e que, se acumulado, pode causar danos ao mesmo. Outra função importante
do rim é a manutenção da osmolaridade e do equilíbrio ácido-básico pela excreção de H+ ou
bicarbonato, quando necessário.
Os rins são órgãos extremamente vascularizados, recebendo cerca de 25% do débito cardíaco.
Eles são responsáveis pela produção da urina, sendo esta resultado da ultrafiltração sanguínea, que
contém excretas nitrogenadas, como a ureia, além de ácido úrico, creatinina, entre outros. A urina é
transportada do rim até a bexiga pelos ureteres e eliminada pela uretra.
O rim também funciona como órgão endócrino, uma vez que produz e secreta eritropoetina, que
regula a formação de hemácias em resposta à diminuição do teor de oxigênio sanguíneo. Além disso, a
renina, outro hormônio produzido por este órgão, atua no controle da pressão arterial, clivando o
angiotensinogênio em angiotensina I. O rim também participa do processo de produção de vitamina D.
Estruturalmente, o rim pode ser dividido em duas regiões: uma região cortical, localizada abaixo
da cápsula conjuntiva contendo os corpúsculos renais, e uma região medular, adjacente à cortical, que
possui partes da alça de Henle e dos ductos coletores renais. O néfron, principal componente formador
do rim e onde ocorre o processo de filtração do sangue e formação da urina, é composto por diferentes
partes morfologicamente distintas umas das outras, sendo elas: o corpúsculo renal (cápsula glomerular +
capilar glomerular), túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo contorcido distal. O último
conecta-se ao túbulo coletor, onde a urina é liberada e levada até a região da pelve renal. Algumas
características histológicas são brevemente descritas a seguir:
 Cápsula glomerular: compreende o folhetos parietal e visceral.

O folheto parietal é formado por epitélio simples pavimentoso (células com núcleos
alongados) e lâmina basal. O epitélio é de fácil identificação.

O folheto visceral perde suas características epiteliais, une-se aos capilares glomerulares e
torna-se indistinguível das células endoteliais. Contudo, ao microscópio eletrônico suas células mostram
- 80 -
um corpo com prolongamentos citoplasmáticos que se ramificam como pés perivasculares sobre a
lâmina basal dos capilares. São chamados de podócitos.

Espaço glomerular (capsular): localizado entre os dois folhetos, o espaço glomerular
recebe o ultrafiltrado proveniente dos capilares glomerulares. Também chamado de espaço subcapsular.

Glomérulo: formado por alças capilares entre as arteríolas aferente e eferente. Tais capilares
possuem endotélio delgado com numerosos poros e se apoiam sobre uma lâmina basal. Entre as alças
encontra-se o mesângio, formado por tecido conjuntivo delicado não identificável nas preparações
usuais ao microscópio óptico, com células mesangiais, cuja histofisiologia é pouco conhecida.
A porção do corpúsculo renal relacionada às arteríolas aferente e eferente é chamada de polo
vascular. Neste polo localiza-se também o aparelho justaglomerular que possui dois componentes:
1- Células justaglomerulares - células musculares lisas modificadas da túnica média da arteríola
aferente e, às vezes da eferente, secretoras de renina.
2- Mácula densa - modificação do túbulo distal quando este passa junto ao polo vascular.
A porção do corpúsculo renal onde se inicia o túbulo proximal é conhecida como polo urinário.
A cavidade capsular abre-se na luz do túbulo contorcido proximal.
 Túbulo contorcido proximal: em cortes transversais aparece com quatro a cinco núcleos,
correspondentes a igual número de células que fazem seu contorno. As células são maiores e mais altas
do que as do túbulo distal. Possuem citoplasma granuloso, muito acidófilo e com estriação basal,
quando bem fixadas para mitocôndrias. Apresentam borda estriada que, por ser muito frágil, pode faltar
nas preparações. Os limites celulares são imprecisos. O epitélio apoia-se sobre lâmina basal, não
evidenciada nas colorações de rotina. O lúmen é mais estreito do que o do túbulo distal.
 Alça de Henle: a alça de Henle é uma continuação do túbulo contorcido proximal. Originase no córtex, mergulha na região medular como ramo descendente (segmento delgado) e retorna como
ramo ascendente (segmento espesso). O segmento delgado é constituído de uma parede muito fina de
epitélio simples pavimentoso. O segmento espesso é formado por uma camada de células epiteliais
cúbicas semelhantes àquelas dos túbulos coletores, porém com luz menor. É mais fácil de ser observada
na região medular.
 Túbulo contorcido distal: tem seu início logo após a alça de Henle e se localiza na região
cortical. É formado por células cúbicas, citoplasma mais claro do que as do túbulo proximal, sem borda
em escova, com limites celulares imprecisos e lúmen mais amplo que o do túbulo proximal, além de
maior número de núcleos do que túbulo proximal.
- 81 -
 Túbulos coletores: seu segmento inicial é arqueado, porém tornam-se retilíneos nas regiões
cortical e medular, sendo melhor observados na última. Possuem parede revestida por epitélio simples;
em túbulos de menor diâmetro as células são cúbicas, enquanto nos maiores, próximo ao ápice da
pirâmide, são prismáticas. Em ambos, os limites celulares são muito precisos e as células claras. A luz é
mais ampla do que observado no segmento espesso da alça de Henle.
A urina formada é liberada na região das pirâmides renais e pelve renal. A partir daí, o líquido é
direcionado à bexiga urinária pelos ureteres. As regiões da pelve renal, ureteres e bexiga urinária são
revestidas por um tipo epitelial especial chamado de epitélio de transição. Este muda a conformação
das suas células de acordo com a distenção das paredes os órgãos podendo estar mais delgado ou mais
espesso. As células epiteliais têm um aspecto globular.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer microscopicamente o rim;
2. Diferenciar as partes anátomo-funcionais do parênquima renal em nível microscópico;
3. Diferenciar histologicamente as vias urinárias.
- 82 -
1. CORTE DE RIM (REGIÃO CORTICAL)
Visualize as duas regiões do parênquima renal (cortical e medular) e identifique as diferentes
partes do seu principal componente: o néfron.

Corpúsculo Renal - Identificar o folheto parietal da cápsula glomerular (de Bowman -
epitélio simples pavimentoso delimitando o corpúsculo); o espaço glomerular (de Bowman) e o
glomérulo (enovelado de capilares). Além das células parietais e endoteliais, cite outros tipos
celulares encontrados no corpúsculo renal.

Túbulo Contorcido Proximal – TCP constituído por epitélio simples cúbico com células
maiores que aquelas do túbulo contorcido distal (TCD), mais coradas e que apresentam borda em
escova; a luz destes túbulos é menor se comparada à luz do túbulo distal. Além disso, a maioria das
secções transversais, oblíquas ou longitudinais dos túbulos renais corticais corresponde aos TCP,
pois estes são mais longos que o TCD.
 Túbulo Contorcido Distal - constituído por epitélio simples cúbico com células menores do que
as células do TCP e de citoplasma ligeiramente mais claro, isto é, menos eosinófilo do que o do
TCP; com luz mais ampla. Que hormônio age nas células tubulares distais e qual é a sua ação?

Mácula Densa - (segmento modificado do TCD e encostado à parede do corpúsculo renal —
constituído por células cilíndricas de núcleos alongados e próximos uns dos outros; a mácula
densa define o polo vascular do corpúsculo renal. Consequentemente, o polo oposto àquele que
contém a mácula corresponde ao polo urinário, onde nasce o túbulo proximal.
 ANOTAÇÕES
- 83 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 84 -
2. CORTE DE RIM (REGIÃO MEDULAR)
Na região medular podem ser encontrados elementos do néfron como as porções espessa e
delgada da alça de Henle e os túbulos coletores.
 Porção espessa da alça de Henle (situada na medula externa) - formada por ducto revestido por
epitélio cúbico simples, semelhante ao do túbulo contorcido distal.
 Porção delgada da alça de Henle - o epitélio de revestimento é classificado como simples
pavimentoso. A parte delgada da alça de Henle pode ser confundida com os capilares sanguíneos
dessa região; como regra geral, as células pavimentosas da alça possuem núcleos elípticos, mais
claros e salientes em direção à luz. As células endoteliais dos capilares, por sua vez, possuem
núcleos bem achatados e corados. Por vezes, os capilares contêm hemácias em sua luz, o que
facilita sua distinção.
 Túbulos coletores – constituídos por epitélio simples cúbico cujas células possuem citoplasma
claro e limites celulares nítidos. Que hormônio age nas células dos ductos coletores e qual é a sua
função?
Note que o tecido conjuntivo existente entre os túbulos renais é bastante escasso; na
região medular profunda a quantidade de tecido conjuntivo é um pouco maior.
Sugestão: Para facilitar o estudo da parte delgada da alça de Henle, observe a região medular mais
profunda, próximo à pelve renal (que é revestida por um epitélio de transição). Nesta região há cortes
da parte fina da alça de Henle e de túbulos coletores ou de Bellini. Nestes últimos, em sua maioria,
revestidos por um epitélio simples cilíndrico, as células apresentam as mesmas características
histológicas dos túbulos coletores (citoplasma claro e limites intercelulares nítidos).
- 85 -
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 86 -
3. CORTE DE URETER
Observar as túnicas:

Mucosa - de luz estrelada - formada por epitélio de transição.

Muscular - constituída de 2 subcamadas de músculo liso nos 2/3 superiores e 3 sub-camadas
no 1/3 inferior. As 3 sub-camadas organizam-se em um arranjo helicoidal e em cortes podem ser
observadas como longitudinal interna, circular média e longitudinal externa.

Adventícia – constituída por tecido conjuntivo frouxo.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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4. CORTE DE BEXIGA URINÁRIA
Observar as túnicas:

Mucosa - formada por epitélio de transição

Muscular - constituída de musculatura lisa que se organiza nas camadas longitudinal interna,
circular média e longitudinal externa.

Adventícia e/ou Serosa - tecido conjuntivo com ou sem mesotélio.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 88 -
SISTEMA NERVOSO
10
 Aspectos Gerais
O sistema nervoso é importante, pois possibilita respostas e adequações às alterações contínuas
com relação aos ambientes externo e interno. Ele controla e integra as atividades funcionais dos órgãos e
sistemas, sendo divido anatomicamente em:
 Sistema Nervoso Central (SNC) – consiste em cérebro e medula espinal, localizados
respectivamente na cavidade craniana e canal espinal;
 Sistema Nervoso Periférico (SNP) – consiste em nervos cranianos, espinais e periféricos,
que conduzem os impulsos do SNC aos órgãos efetores e vice-versa. Também fazem parte do SNP os
gânglios nervosos e terminações nervosas motoras e sensoriais.
Funcionalmente, o sistema nervoso seria dividido em:
 Sistema Nervoso Somático (SNS) – consistindo nas partes somáticas do SNC e SNP e
proporciona inervação sensorial e motora a todas as partes do corpo, com exceção das vísceras, músculo
liso e glândulas.
 Sistema Nervoso Autônomo (SNA) – consiste das partes autônomas do SNC e SNP.
Proporciona inervação eferente involuntária ao músculo liso, coração e glândulas, além da inervação
sensorial das vísceras. Ainda é divido em sistema nervoso simpático e parassimpático, de acordo com
os neurotransmissores produzidos em suas sinapses.
O sistema nervoso possui componentes básicos como as células nervosas, ou neurônios, e as
células de sustentação, ou neuroglia. As últimas podem ser: micróglia, oligodendrócitos, células
ependimais, células de Schwann e astrócitos (fibrosos e protoplasmáticos).
A substância neural que forma o encéfalo e a medula espinal pode ser dividida em substância
branca e substância cinzenta. A substância branca caracteriza-se pela presença de grandes fibras
mielinizadas (axônios) e pela ausência de corpos celulares de neurônios. A fresco, é a mielina que
fornece ao tecido seu aspecto esbranquiçado. Já a substância cinzenta possui muitos corpos celulares
de neurônios e dendritos.
No SNC existem três membranas chamadas meninges que estabilizam e protegem o sistema
nervoso central. A dura-máter reveste o encéfalo, a medula espinal e os nervos ópticos. Ela é mais
externa e formada por tecido conjuntivo denso modelado, contendo feixes entrelaçados de fibras
- 89 -
colágenas e elásticas, além de inúmeros fibroblastos. A dura-máter contém inúmeros vasos sanguíneos,
nervos e vasos linfáticos. Pelo fato de estar intimamente aderida ao periósteo dos ossos cranianos,
quando se remove o encéfalo parte da dura-máter fica presa ao osso e por diversas vezes sua
visualização em nível microscópico, juntamente com outras partes do encéfalo, é dificultada.
A aracnoide-máter e a pia-máter são as duas outras meninges, porém mais delgadas que a
dura-máter. Em conjunto, são conhecidas como leptomeninge. A aracnoide-máter envia projeções à piamáter, fundindo-se à ela. Forma-se então um espaço chamado subaracnoideo, preenchido com líquido
cerebrospinal e inúmeros ramos de veias e artérias cerebrais. A pia-máter reveste intimamente todas as
superfícies externas do SNC e se estende por todas as suas pregas, fissuras e circunvoluções. Em nível
dos ventrículos cerebrais, a pia-máter projeta-se para dentro das cavidades revestidas por células
ependimárias modificadas para formar os plexos coroideos, produtores de líquido cerebrospinal.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer os diferentes componentes do sistema nervoso central e periférico;
2. Identificar neurônios e células da neuroglia;
3. Diferenciar substâncias branca e cinzenta nos preparados histológicos;
4. Identificar as camadas da substância cinzenta no cérebro e no cerebelo;
5. Observar as estruturas que acompanham o tecido nervoso: meninges e plexo coroide.
- 90 -
1. CORTE DE CÉREBRO
No corte de cérebro pode-se observar diferentes tipos de neurônios, sendo eles: as células
piramidais, as células estreladas, as células de Martinotti, as células fusiformes e as células horizontais
de Cajal. Neste preparado, analise os detalhes morfológicos das ramificações dos dendritos.
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 91 -
2. CORTE DE CÉREBRO
Diferencie as substâncias cinzenta (periférica), que contém os corpos celulares dos neurônios; e a
branca (central), que conduz fibras entre diferentes partes do córtex, aferentes e eferentes. Na substância
cinzenta existem as camadas do neocórtex: molecular, granular externa, de células piramidais,
granular interna, ganglionar e de células multiformes. Além destas camadas, observe as meninges, piamáter e aracnoide-máter, remanescentes.
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
- 92 -
3. CORTE DE CEREBELO E PONTE
Neste preparado, procure por fragmentos da pia-máter e da aracnoide-máter. No cerebelo,
diferencie a substância cinzenta, formando o córtex cerebelar, da substância branca que compõe a
região medular. Identifique, na substância cinzenta, os grandes corpos de neurônios das células de
Purkinje, localizados entre a camada molecular (mais externa, menos celular e com muitas fibras
amielínicas) e a camada granular (composta pelos menores neurônios do sistema nervoso). Procure
pelos núcleos das células da glia, tanto na substância branca quanto na cinzenta. Na substância branca,
observe as fibras nervosas mielínicas. Finalmente, localize na ponte os grandes corpos de neurônios
onde os corpúsculos de Nissl estão bastante evidentes.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 93 -
4. CORTE DE MEDULA ESPINAL
Primeiramente, observe o corte a olho nu, contraposta a uma superfície clara. É nítida a diferença
entre duas regiões: uma mais interna e outra mais externa. Com a objetiva de menor aumento, note que
há um canal central, o canal ependimário, o qual é revestido por células cilíndricas (ependimárias),
algumas ciliadas. É o epitélio ependimário, constituído pelas únicas células gliais que formam um
revestimento epitelial. Onde está localizada a substância cinzenta? E a branca?
Identifique as meninges observando: a dura-máter; a aracnoide-máter (com o espaço
subaracnoideo) e a pia-máter. Qual a diferença entre elas?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 94 -
5. CORTE DE FEIXE VÁSCULO-NERVOSO (CORTE TRANSVERSAL)
Com as objetivas de menor aumento note que o nervo é composto por vários fascículos
nervosos (feixes), cada um contendo muitas fibras nervosas, ou axônios, mielinizados ou não.
Identifique o epineuro, o perineuro e o endoneuro. Qual(is) a(s) diferença(s) entre eles?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 95 -
6. CORTE DE PLEXO COROIDE
O plexo coroide é uma estrutura responsável pela produção do líquido cerebrospinal. Observe os
capilares revestidos por células ependimárias modificadas, que estão separadas do tecido de sustentação
e dos capilares adjacentes por uma membrana basal.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 96 -
7. CORTE DE PLEXO MIOENTÉRICO (INTESTINO DELGADO)
Identifique a túnica muscular formada por tecido muscular liso. Note que essa túnica é espessa e
organizada em duas camadas: uma mais próxima à luz do órgão onde as fibras foram cortadas no plano
longitudinal e outra mais externa, onde as fibras foram cortadas no plano transversal. Entre estas duas
camadas musculares, localize gânglios nervosos do plexo mioentérico (gânglios parassimpáticos).
Observe os corpos de neurônios e células satélites. Qual seria a função desses gânglios intramurais no
tubo digestivo? Tais estruturas também são encontradas na região da camada submucosa, formando o
plexo submucoso.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 97 -
SISTEMA REPRODUTOR
FEMININO
11
 Aspectos Gerais
O sistema reprodutor feminino consiste em órgãos sexuais internos, localizados na pelve, e
estruturas genitais externas, situadas na porção anterior do períneo, conhecida como pudendo. Os
órgãos internos são os ovários, tubas uterinas, útero e vagina. A genitália externa inclui o monte do
púbis, os lábios maiores e menores do pudendo, o clitóris, o vestíbulo e a abertura da vagina, além do
óstio externo da uretra. As glândulas mamárias também podem ser incluídas neste tema, pois seu
desenvolvimento e estado funcional estão diretamente relacionados à atividade hormonal do sistema
reprodutor feminino.
O sistema reprodutor feminino tem como funções principais a produção de esteroides e de
gametas, realizadas pelos ovários, e a consequente manutenção do desenvolvimento de um embrião em
caso de fertilização, pelo útero.
 Ovário
O ovário é um órgão ovoide, de 2-3cm de comprimento que possui duas regiões distintas: uma
cortical e uma medular, descritas a seguir:
Na Região Cortical:
1. Epitélio simples cúbico: revestindo a superfície do ovário;
2. Túnica albugínea: camada delgada de tecido conjuntivo denso não modelado abaixo do
epitélio;
3. Estroma ovariano: tecido conjuntivo bastante celular. Está disperso entre os folículos
ovarianos, que constituem o parênquima deste órgão;
4. Folículos ovarianos: ovócito circundado por camadas de células - em diferentes fases do
desenvolvimento. Os folículos ovarianos são caracterizados a seguir:
4A. FOLÍCULO
PRIMORDIAL:
ovócito envolvido por uma única camada de células foliculares
(granulosas) achatadas. O ovócito apresenta núcleo volumoso com nucléolos proeminentes e citoplasma
abundante.
4B. FOLÍCULO PRIMÁRIO: ovócito envolvido por uma (unilaminar) ou mais camadas de células
foliculares cúbicas (multilaminar).
- 98 -
4C. FOLÍCULO
SECUNDÁRIO
(ANTRAL): ovócito envolvido por várias camadas de células
foliculares. Nesta fase da foliculogênese, os folículos apresentam espaços entre as células foliculares,
preenchidos pelo líquido folicular. A zona pelúcida, camada espessa de glicoproteínas localizada entre a
camada granulosa e o ovócito, é bem evidente. As células do estroma ao redor do folículo estão
arranjadas concentricamente, formando as tecas interna e externa. O limite entre a teca interna e a
externa não é nítido, o mesmo ocorre entre a teca externa e o estroma. No entanto, entre a teca interna
e a granulosa o limite é nítido e constituído por uma membrana basal.
4D. FOLÍCULO
MADURO OU DE
GRAAF: apresenta ovócito, zona pelúcida, células foliculares,
corona radiata, cumulus oophorus e antro folicular. Devido ao grande volume, nem sempre o plano
de corte permite identificar todas as estruturas, principalmente o ovócito.
4E. FOLÍCULO ATRÉSICO ou em degeneração. A atresia, que pode ocorrer em qualquer estágio do
desenvolvimento folicular, é diagnosticada morfologicamente pelos seguintes sinais: pregueamento da
zona pelúcida, degeneração/desintegração do ovócito, desorganização da granulosa, espessamento da
membrana basal, formando a membrana vítrea e infiltração por leucócitos.
Corpo Lúteo: possui contorno irregular e diâmetro maior que o folículo maduro que o originou.
É constituído por células granulosa-luteínicas (células arredondadas, de núcleo central e citoplasma
acidófilo, frequentemente de aspecto vacuolado) e células teca-luteínicas (células menores e mais
coradas, com o núcleo mais corado que a anterior). No ciclo menstrual, o corpo lúteo (menstrual) tem
longevidade de 10-12 dias (segunda metade do ciclo menstrual); na gestação perdura até 5 meses,
regredindo e sendo substituído por tecido conjuntivo denso não modelado (corpo albicans). Na
involução, ocorre autólise das células luteínicas, cujos restos são fagocitados por macrófagos.
A Região Medular não possui folículos e é constituída de tecido conjuntivo frouxo e com grande
quantidade de vasos sanguíneos.
 Tuba uterina
As tubas uterinas são órgãos tubulares ocos, revestidos por epitélio simples prismático ciliado e
que permitem uma ligação física entre o útero e os ovários. Algumas células não-ciliadas, denominadas
intercaladas, também são encontradas no epitélio da tuba uterina e são células secretoras de
glicoproteínas essenciais para a nutrição ovocitária durante a migração dos ovócitos que, a partir do
movimento ciliar, migram dos ovários até o útero. A parede muscular da tuba uterina é composa de duas
camadas pouco distintas de músculo liso: uma camada longitudinal externa e uma circular interna. Tais
camadas sofrem contrações peristálticas que auxiliam a movimentação ovocitária. Externamente à
camada muscular, encontra-se uma camada serosa.
- 99 -
O processo de fertilização do ovócito ocorre na luz da tuba uterina, em uma região específica
denominada ampola. A partir da ampola, o gameta feminino fecundado parte em direção ao útero, onde
se fixará na camada endometrial.
 Glândula mamária
Cada mama é constituída por 12-20 lobos irregulares conhecidos como glândulas mamárias, os
quais se irradiam a partir do mamilo e drenam para ele através de ductos lactíferos separados. Cada lobo
é classificado como uma glândula túbulo alveolar composta, apresentando ductos altamente ramificados.
Tais glândulas podem estar mais ou menos desenvolvidas dependendo do estado funcional do sistema
reprodutor feminino. Em mulheres jovens não grávidas ou que não estejam amamentando tais glândulas
são pouco desenvolvidas, com alvéolos diminutos. Já em mulheres grávidas ou lactantes possuem
alvéolos bastante desenvolvidos e maiores, com células alveolares hipertrofiadas e em divisão. O
número e o tamanho dos ductos alveolares aumentam e a quantidade de tecido adiposo é menor. O
hormônio prolactina liberado pela hipófise anterior estimula as células epiteliais glandulares a produzir
a secreção conhecida como leite e secretá-la para o lúmen dos alvéolos e, posteriormente, para os
ductos.
 Vagina
A vagina é um tubo fibromuscular que conecta a cérvix uterina ao exterior corporal. Ela é o
órgão copulador feminino, funcionando também como canal do parto. Sua parede é composta por três
túnicas: a mucosa, a muscular e a adventícia. A camada mucosa é revestida por epitélio estratificado
pavimentoso não-queratinizado. As células epiteliais possuem alto armazenamento de glicogênio, que à
época da ovulação, por ação estrogênica, é liberado no lúmen vaginal. A túnica muscular é composta
por duas camadas de músculo liso contínuas com o miométrio, enquanto a adventícia, externa, é
composta por tecido conjuntivo denso não-modelado com abundantes fibras elásticas.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Reconhecer as diferentes fases de maturação dos folículos ovarianos e sua localização;
2. Diferenciar o corpo lúteo pós-ovulatório do corpo lúteo gravídico, assim como as células que o
compõem, além do corpo albicans;
3. Relacionar a estrutura glandular do útero com as fases do ciclo menstrual, bem como da tuba
uterina;
4. Reconhecer as glândulas mamárias em seu estado latente e durante o período de gravidez.
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1. CORTE DE OVÁRIO (FOLÍCULOS EM DESENVOLVIMENTO)
Neste preparado, note a distribuição folicular ao longo do córtex ovariano. Observe e
esquematize as características dos diferentes folículos, além dos corpos albicans. Identifique o epitélio
simples cúbico que reveste todo o órgão.
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 101 -
2. CORTE DE OVÁRIO (CORPO LÚTEO)
Observar na região cortical o epitélio ovariano, a túnica albugínea, os folículos ovarianos em
diferentes estágios de maturação. Esquematize as principais características dos remanescentes pósovulação (corpo lúteo). Quais são as características morfológicas daqueles corpos lúteos que sofreram
involução? Neste caso, qual o o nome recebem?
Em caso de gravidez o corpo lúteo é mantido por um período relativamente longo,
desenvolvendo-se grandemente para maximizar a produção de hormônios esteroides, até que a placenta
seja formada e desenvolva tal função. Quais as diferenças morfológicas entre o corpo lúteo gravídico
daquele não-gravídico?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 102 -
3. CORTE DE TUBA UTERINA
Observe e identifique:
 Túnica mucosa: constituída por um epitélio cilíndrico simples com dois tipos de células: as
células ciliadas e as células secretoras (não ciliadas).
 Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo.
 Túnica muscular: constituída de duas camadas de músculo liso, uma circular interna e outra
longitudinal externa.
 Túnica serosa: tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado e mesotélio – camada visceral
do peritônio.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 103 -
4. CORTE DE ÚTERO (ESTRUTURA GERAL / ENDOMÉTRIO ESTROGÊNICO)
Observar as três túnicas que compõem o órgão. A partir da luz, são observados:

Endométrio (túnica mucosa): composto por um epitélio simples cilíndrico, que reveste a luz.
a)
Lâmina própria – estroma endometrial - tecido conjuntivo frouxo bastante celularizado.
b) Glândulas tubulosas simples revestidas por células cilíndricas. São as glândulas
endometriais.
 Miométrio (túnica muscular): três estratos de musculatura lisa, cujos limites não são
facilmente identificáveis:
a) Estrato submucoso: estrato próximo ao endométrio - fibras musculares lisas cortadas
longitudinalmente (camada circular interna).
b) Estrato vascular: estrato intermediário contendo vasos sanguíneos calibrosos - fibras
musculares lisas cortadas obliquamente (camada oblíqua média).
c) Estrato subseroso: estrato próximo à túnica serosa - fibras musculares lisas cortadas
transversalmente (camada longitudinal externa).

Perimétrio (túnica serosa) tecido conjuntivo frouxo e mesotélio.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 104 -
5. CORTE DE ÚTERO (ENDOMÉTRIO SECRETOR)
Esquematize as principais características do endométrio nas seguintes fases do ciclo endometrial:

Útero na fase secretora (luteal): no endométrio, explore a morfologia das glândulas
endometriais na fase secretora. Elas são bastante tortuosas, com a luz dilatada e frequentemente
contendo secreção.

Útero na fase folicular (proliferativa): glândulas endometriais retilíneas e menos desenvolvidas.

Útero na fase menstrual: artérias espirais ocluídas, o que causa necrose e descamação da camada
funcional do endométrio.
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 105 -
6. CORTE DE COLO UTERINO (ENDO E EXOCÉRVIX)
1. Endocérvix: no revestimento do canal endocervical, a mucosa é constituída por epitélio cilíndrico
simples (células mucosas), onde se abrem glândulas cervicais do tipo tubulosas ramificadas. Há, no
endocérvix, feixes de musculatura lisa e predomínio de tecido conjuntivo denso não modelado.
2. Exocérvix: face externa do colo que faz saliência para a luz da vagina. A região apresenta-se
revestida por epitélio estratificado pavimentoso, apoiado na lâmina própria de tecido conjuntivo denso.
O estroma do colo cervical é composto por tecido conjuntivo denso com fibras colágenas entremeadas
com células musculares lisas. Começando em um menor aumento, identifique a transição endoexocérvix e note a mudança abrupta do tipo de revestimento epitelial.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 106 -
7. CORTE DE VAGINA
A vagina possui um epitélio de revestimento do tipo pavimentoso estratificado com pequenas
porções de queratinização, além de estroma com grande quantidade de fibras colágenas, elásticas e
poucas fibras musculares. A coloração com PAS (cor vermelho púrpura) evidencia o glicogênio
secretado pelo epitélio que se converterá em acido lático, através das bactérias aí existentes, tornando o
pH local baixo, o que impede muitas infecções.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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8. CORTE DE GLÂNDULA MAMÁRIA
Em pequeno aumento identificar o conjunto de ductos alveolares que se encontram nos lobos
glandulares (estes estão envolvidos por tecido conjuntivo denso e tecido adiposo). Os ductos ligados
diretamente aos mamilos são conhecidos como ductos galactóforos. Próximo à abertura do mamilo, tais
ductos formam seios galactóroros. Qual é a classificação do epitélio encontrado na abertura dos seios
galactóforos? Este epitélio é o mesmo que forma os ductos galactóforos?
Identifique os alvéolos que formam a parte secretora da glândula mamária. Quais as diferenças
morfológicas entre uma glândula mamária em repouso e uma lactacional?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 108 -
SISTEMA REPRODUTOR
MASCULINO
12
10
 Aspectos Gerais
O sistema reprodutor masculino consiste em testículos, ductos excretores genitais, glândulas
sexuais acessórias e pênis. As glândulas sexuais acessórias incluem as vesículas seminais, a próstata e
as glândulas bulbouretrais e produzem secreções indispensáveis ao bom funcionamento do
espermatozoide.
Os testículos são órgãos pares que possuem duas funções principais: a produção de
espermatozoides (espermatogênese) e de androgênios, ou hormônios sexuais. A testosterona, androgênio
mais conhecido, é indispensável à espermatogênese, além de crucial para o desenvolvimento do feto e
dimorfismo sexual masculino. No parênquima testicular encontram-se:
a) Células de Sertoli: apresentam núcleos de forma triangular ou oval, próximos à lâmina basal
do túbulo, com a cromatina frouxa e nucléolo evidente. O citoplasma dessas células é amplo e se
estende até a luz tubular (característica de difícil visualização ao microscópio de luz convencional).
b) Células da linhagem germinativa:
- ESPERMATOGÔNIAS: localizadas junto à lâmina basal do túbulo, apresentam núcleos ovoides ou
esféricos com a cromatina mais condensada em comparação às células de Sertoli;
- ESPERMATÓCITOS PRIMÁRIOS: são as maiores células da linhagem germinativa, apresentam
núcleo grande e esférico, com cromossomos espiralizados;
- ESPERMÁTIDES: apresentam morfologia variável de acordo com a fase da espermiogênese em
que se encontram;
- ESPERMATOZOIDES: células resultantes do processo de espermatogênese, encontradas soltas na
luz tubular.
Ao redor dos túbulos, junto às lâminas basais, encontram-se células mioides, identificadas pela
presença de núcleos alongados com a cromatina condensada. No tecido conjuntivo frouxo que se
interpõe aos túbulos seminíferos estão, entre as células comumente encontradas no tecido conjuntivo
propriamente dito, as células intersticiais ou de Leydig. Estas são células poligonais ou arredondadas
em intensa atividade de síntese, exibindo núcleo com a cromatina mais frouxa e citoplasma vacuolado
(repleto de gotículas lipídicas).
- 109 -
Após o processo espermatogênico, os espermatozoides são liberados na luz tubular e
encaminham-se ao epidídimo, através dos ductos eferentes. O epidídimo é dividido em cabeça, corpo e
cauda, sendo o último compartimento responsável pelo armazenamento dos gametas até a ejaculação.
No epidídimo, os espermatozoides são ainda bastante modificados adquirindo a função de motilidade.
Durante o processo de ejaculação, os espermatozoides são expulsos da cauda epididimária em direção
ao ducto deferente e encaminhados até a uretra. Pelo caminho, juntam-se a secreções provenientes das
vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen.
 OBJETIVOS GERAIS:
1. Diferenciar os componentes do parênquima testicular (túbulos seminíferos e espaço intersticial;
2. Nos túbulos seminíferos, diferenciar células de Sertoli e células germinativas; no interstício
células de Leydig;
3. Localizar a região do mediastino testicular e os túbulos retos, ambos revestidos por epitélio
cúbico simples;
4. Identificar os ductos eferentes, que se ligam ao ducto epididimário; reconhecer o epitélio simples
cilíndrico epididimal e os estereocílios nele presentes;
5. Observar as características marcantes do ducto deferente, seu revestimento epitelial e suas três
camadas musculares;
6. Diferenciar os três tipos glandulares: próstata, vesícula seminal e glândula bulbouretral;
7. Identificar os corpos cavernosos e esponjoso, além da uretra peniana.
- 110 -
1. CORTE DE TESTÍCULO
Localize a túnica albugínea, que é a cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado que
envolve o testículo. Posteriormente, identifique os túbulos seminíferos, túbulos cortados longitudinal,
oblíqua e transversalmente e revestidos por um epitélio estratificado muito especializado - o epitélio
seminífero ou germinativo. Neste, pode-se observar as células de Sertoli e as células da linhagem
germinativa. Esquematize as células do epitélio seminífero.
Você consegue identificar as células mioides e as células de Leydig perifericamente ao túbulo?
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
- 111 -
2. CORTE DE TESTÍCULO E EPIDÍDIMO
Identifique a região correspondente ao testículo, na qual você reconhece secções dos túbulos
seminíferos. Posteriormente, procure secções (transversais, oblíquas e longitudinais) do tubo
epididimário. Qual a classificação do epitélio desta região?
Em alguns cortes, ao lado do epidídimo aparecem dois ou mais canais agrupados, com luz ampla
e revestidos por uma camada de células mais baixas que as da epidídimo: são canais eferentes,
circundados por tecido conjuntivo e musculatura lisa.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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3. CORTE DE DUCTO DEFERENTE
O ducto deferente possui luz estreita e irregular; o epitélio de revestimento interno é sinuoso,
sendo classificadodo como pseudo-estratificado prismático com esterocílios. Abaixo da mucosa pode-se
encontrar uma camada muscular espessa formando as paredes do órgão: as fibras musculares internas
são longitudinais, as da túnica média são anulares e as externas longitudinais. O conjunto é envolvido
por uma camada de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e nervos.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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4. CORTE DE VESÍCULA SEMINAL
A vesícula seminal é um tubo enovelado sobre si mesmo sendo observado, ao microscópio, o
mesmo tubo seccionado várias vezes. O epitélio de revestimento interno mostra grande quantidade de
pregas primárias e secundárias frequentemente anastomosadas, sendo classificado como pseudoestratificado com células predominantemente cilíndricas. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e
envolvida por uma camada muscular lisa, constituída por duas lâminas: uma interna, de fibras circulares,
e outra externa de fibras longitudinais.
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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5. CORTE DE PRÓSTATA
A próstata é constituída por 3 grupos de glândulas, cujo o epitélio que reveste a luz varia do
pseudoestratificado cilíndrico ao cúbico simples. Estas são organizadas concentricamente ao redor da
uretra prostática, constituindo as glândulas da mucosa, submucosa e principais. A uretra prostática
recebe as glândulas prostáticas, sendo larga e dilatável, revestida por epitélio de transição. Os canais
ejaculadores são revestidos por epitélio colunar simples ou pseudoestratificado e circundados por tecido
conjuntivo. Neste preparado observe:
1) Cápsula: tecido conjuntivo denso não modelado rico em fibras musculares lisas;
2) Estroma de sustentação fibromuscular: tecido conjuntivo denso não modelado com fibras
musculares lisas entre as unidades glandulares;
3) Grupo de glândulas da mucosa e da submucosa: mais próximas à uretra prostática;
4) Glândulas principais: com a luz mais ampla e encontradas na zona mais periférica da próstata.
Qual a classificação das glândulas prostáticas, quanto à sua morfologia?
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
6. CORTE DE GLÂNDULA BULBOURETRAL
A glândula bulbouretral é classificada morfologicamente como glândula exócrina túbuloalveolar mucosa. Ela está dividida em pequenos lobos por septos constituídos por tecidos conjuntivo e
tecido muscular com fibras esqueléticas e lisas.
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
7. CORTE DE PÊNIS
Identifique a glande peniana ou as 3 massas de tecido erétil – os corpos cavernosos do pênis
(dorsais) e o corpo cavernoso da uretra ou corpo esponjoso (ventral). Note que a túnica albugínea que
envolve o corpo esponjoso é bem mais delgada do que a que envolve os corpos cavernosos. Localize a
uretra peniana que possui luz irregular e revestimento epitelial pseudoestratificado cilíndrico.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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SISTEMA SENSORIAL
13
 Aspectos Gerais
Os órgãos dos sentidos especiais são receptores altamente sofisticados nos quais os receptores
neurais específicos estão incorporados a uma estrutura não-neural que acentua e aperfeiçoa a recepção
dos estímulos aferentes. O olho e o aparelho acústico-vestibular do ouvido são os principais órgãos
dos sentidos especiais, mas os receptores gustativos (gosto) e olfatórios (cheiro) estão usualmente
incluídos nessa categoria. Como os dois últimos já foram estudados no capítulo de sistema digestório
(corte de língua) e sistema respiratório (corte de cabeça de rato) o estudo aqui proposto será focado no
olho e aparelho acústico-vestibular.
 O olho
O olho é um órgão altamente especializado na fotorrecepção. Para isso, as células nervosas
denominadas de cones e bastonetes são dotadas de dendritos modificados (fotorreceptores) capazes de
conversão de energia luminosa em potenciais de ação nervosos. Os bastonetes estão relacionados à luz
de intensidades diferentes, percebida de como preto e branco. Já os cones, muito mais numerosos,
pertencem a três tipos funcionais, que são sensíveis às cores vermelha, verde e azul, determinando a
visão colorida dos objetos. Os receptores dos cones e bastonetes assim como neurônios integrados aos
dois estão localizados na região conhecida como retina, onde deve ser o ponto focal do olho. A
intensidade, a localização e o comprimento das ondas luminosas são parcialmente processados pela
retina e a informação coletada é transmitida pelo nervo óptico para o novo processamento e
interpretação pelo córtex visual do cérebro.
A parede do globo ocular consiste em três camadas:
 Uma camada fibrosa, externa, composta de esclera (opaca e branca) e da córnea (transparente)
 Uma túnica vascular média, também chamada de úvea, composta por íris, corpos ciliares e
coroide. Ela é muito pigmentada na região da íris pela presença de melanócitos que produzem
melanina.
 Uma camada mais interna denominada retina, constituída por 10 camadas de células
responsáveis pela fotorrecepção.
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Algumas estruturas acessórias protegem o olho de lesões externas, como as pálpebras, as
glândulas lacrimais e a conjuntiva. A conjuntiva é a membrana mucosa transparente que reveste as
pálpebras e, nas bordas internas das pálpebras, reflete-se sobre o globo ocular. As glândulas lacrimais
secretam a lágrima, solução aquosa composta por água, peptídeos, sais e outras moléculas orgânicas que
mantêm a conjuntiva e a córnea úmidas. Além disso, possuem lisozima, uma enzima antibacteriana. Por
último, as pálpebras apresentam glândulas sebáceas modificadas, cuja secreção é responsável pela
alteração da tensão superficial da lágrima, o que reduz sua evaporação.
Outros componentes são encontrados no interior do globo ocular, como: o humor aquoso, fluido
presente nas câmaras oculares; o cristalino e o humor vítreo, gel existente atrás do cristalino. Tanto o
humor aquoso quanto o vítreo fornecem nutrientes para o cristalino e para a córnea, que são estruturas
não vascularizadas.
 O ouvido
O ouvido é dividido em três partes, como descrito a seguir:
a) OUVIDO
EXTERNO:
o ouvido externo é responsável pela captação das ondas sonoras e
direcionamento das mesmas até a membrana timpânica. O ouvido externo é constituído pelo
pavilhão da orelha, composto por cartilagem elástica coberta por pele, convergindo para o
meato auditivo externo.
b) OUVIDO
MÉDIO:
o ouvido médio é uma cavidade repleta de ar, a cavidade timpânica,
localizada no osso temporal petroso e separada do canal auditivo externo pela membrana
timpânica. No ouvido médio estão presentes os três ossículos que captam as ondas mecânicas
provenientes da vibração da membrana timpânica: o estribo, o martelo e a bigorna, que se
articulam uns com os outros.
c) OUVIDO
INTERNO:
o ouvido interno é constituído por um labirinto membranoso cheio de
líquido, ou endolinfa, e presente no osso temporal, dentro do labirinto ósseo. Este contém os
canais semicirculares, o vestíbulo e a cóclea, além do líquido denominado perilinfa. Existem
células receptoras denominadas células pilosas, no labirinto membranoso. Quando ocorre
movimentação da endolinfa pela vibração dos ossículos do ouvido médio, os pelos
(estereocílios) das células pilosas captam a informação e convertem em impulsos nervosos
que são transmitidos ao cérebro.
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1. CORTE DE OLHO
A córnea é uma estrutura transparente, com várias camadas: é revestida por um epitélio
estratificado pavimentoso não-queratinizado adjacente à membrana de Bowman. O estroma da córnea é
rico em fibras colágenas e fibroblastos. A superfície interna da córnea é revestida por um epitélio
simples pavimentoso/cuboide.
A esclera é contínua com a córnea, mas não é transparente. Abaixo do epitélio está o tecido
episcleral, que contém vasos sanguíneos. Um vasto estroma com muitas fibras colágenas e fibroblastos
é evidente. A lâmina supracoroide possui diversos melanócitos com pigmentos em seu interior
(melanina).
A íris é um diafragma pigmentado que delimita a pupila, separando a camada anterior da
posterior do olho. A íris possui três camadas: uma externa descontínua de melanócitos e fibroblastos;
uma camada fibrosa intermediária que abriga células pigmentares e uma camada posterior de epitélio
pigmentado. Os músculos do esfíncter e os músculos dilatadores são compostos de músculo liso e
células mioepiteliais, respectivamente. Identifique a região da pupila no corte.
O corpo ciliar é composto por processos ciliares que se projetam para a câmara posterior do
olho. Identifique o músculo liso que compõe o corpo ciliar, além das células pigmentares. O epitélio do
corpo ciliar é composto por duas camadas: um epitélio pigmentado externo e um epitélio não
pigmentado interno. Identifique-os no corte histológico.
Aumento
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Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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2. CORTE DE OLHO (RETINA)
Em pequeno aumento, note a três túnicas que compõem o globo ocular: a esclera, a coroide e a
retina. Em determinadas posições, encontram-se também as porções secretoras das glândulas lacrimais.
Classifique as glândulas lacrimais quanto à forma e tipo de secreção.
A porção sensitiva da retina é composta por 10 camadas. A camada mais externa é o epitélio
pigmentado. A partir dele encontram-se: a camada de bastonete e cones, a membrana limitante externa,
a camada nuclear externa, a camada plexiforme externa, a camada nuclear interna, a camada plexiforme
interna, a camada de células ganglionares, a camada de fibras do nervo óptico e a membrana limitante
interna.
Em determinado ponto do preparado histológico pode-se observar uma diminuição da espessura
da retina, local denominado fóvea central. Nesta região ocorre a melhor formação de imagem e as
únicas células presentes neste local são os cones. Na fóvea central, as camadas nuclear interna,
plexiforme interna e de fibras do nervo óptico não estão presentes. A coroide, bastante vascularizada,
aparece de tonalidade escura pela presença de melanócitos.
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
3. CORTE DE OUVIDO INTERNO
Neste preparado observa-se a porção petrosa do osso temporal, com vários componentes do
ouvido interno. Identifique a região da cóclea, que aparece como uma espiral óssea em formato de
caracol. Junto à ela é frequentemente visível o nervo vestíbulo coclear. Ao lado do nervo, por vezes é
possível distinguir os corpos celulares dos neurônios do gânglio espiral. Próximo à cóclea, procure o
nervo facial, que se encontra próximo ao ouvido médio, onde estão os ossículos auditivos. Existe uma
grande cavidade adjacente à cóclea: o vestíbulo.
Aumento
Aumento
 ANOTAÇÕES
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Aumento
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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494 p.
Hiatt, J. L.; Gartner, L. P. Tratado de Histologia em Cores. 2ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003. 450 p.
Junqueira, L. C.; Carneiro, J. Histologia Básica. Texto e Atlas. 12ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013. 524 p.
Ovalle, W. K.; Nahirney, P. C. Bases da Histologia. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
518 p.
Piezzi, R. S.; Fornés, M. W. Novo atlas de histologia normal de di Fiori. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. 334 p.
Ross, M. H.; Pawlina, W. Histologia. Texto e Atlas. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012. 1008 p.
Tres, L. L.; Kierszenbaum, A. L., 2012. Histologia e Biologia Celular - Uma Introdução
à Patologia – 3ed, Elsevier - Campus, 720p.
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