-1- SUMÁRIO Prática 1 - Sistema Tegumentar.......................................................................................... 4 Prática 2 - Sistema Respiratório.......................................................................................... 11 Prática 3 - Sistema Circulatório........................................................................................... 20 Prática 4 - Sistema Linfático............................................................................................... 29 Prática 5 - Sangue e Hemocitopese..................................................................................... 40 Prática 6 - Sistema Digestório............................................................................................. 49 Prática 7 - Glândulas Anexas ao Sistema Digestório.......................................................... 64 Prática 8 - Sistema Endócrino............................................................................................. 72 Prática 9 - Sistema Urinário................................................................................................ 80 Prática 10 - Sistema Nervoso.............................................................................................. 89 Prática 11 - Sistema Reprodutor Feminino......................................................................... 98 Prática 12 - Sistema Reprodutor Masculino........................................................................ 109 Prática 13 - Sistema Sensorial............................................................................................. 118 Referências Bibliográficas................................................................................................. 124 -2- PREFÁCIO A disciplina de Histologia Humana Especial é focada no estudo de relações entre as formas e funções de células e principalmente dos diferentes tecidos que compõem os sistemas corporais, sendo um tópico interdisciplinar que integra ramos variados da Anatomia, Histologia, Embriologia, Bioquímica e Fisiologia do corpo humano. Durante o curso serão abordados aspectos gerais e específicos de diversos sistemas orgânicos, sendo eles os sistemas tegumentar, respiratório, circulatório, linfático, digestório, nervoso, excretor, reprodutor e sensorial. Este livro de atividades práticas foi desenvolvido com o intuito de auxiliar e direcionar o estudo dentro da disciplina de Histologia Humana Especial, utilizando os diversos cortes histológicos do acervo de aulas práticas. Além de contar com conteúdo teórico, o livro Histologia Humana Especial conta com espaços voltados para esquematizar os cortes observadas em aulas práticas, facilitando o estudo e aprendizado. Além disso, perguntas pontuais focam os alunos para os principais pontos de cada capítulo. Boa aula! -3- SISTEMA TEGUMENTAR 1 Aspectos Gerais O tegumento é o maior e mais pesado órgão do corpo, sendo composto pela pele e seus anexos. A pele cobre todo o corpo e possui diversas funções, como proteção contra agente físicos, químicos e biológicos, impermeabilização do corpo, termorregulação, defesa imunológica e produção de hormônios (vitamina D). A pele é composta por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, denominado epiderme, apoiado em uma membrana basal e adjacente a um tecido conjuntivo mais profundo: a derme. A pele pode ser classificada como espessa ou fina (delgada), como descrito a seguir: PELE ESPESSA A pele espessa contém 5 estratos celulares cujas células exibem características morfológicas distintas. Estão listados abaixo estes estratos, identificados a partir da região mais profunda da epiderme, isto é, daquela junto à derme: a) ESTRATO BASAL OU GERMINATIVO: uma única camada de células cuboides ou cilíndricas (células-tronco ou stem-cells). Neste estrato, além dos queratinócitos, encontram-se as células de Merkel e os melanócitos (tipos celulares não identificáveis nos preparados de rotina); b) ESTRATO ESPINHOSO: várias camadas de células poligonais que exibem as denominadas "pontes intercelulares ou espinhos". As células de Langerhans situam-se nas camadas mais superiores deste estrato, no entanto, não são identificáveis nos preparados de rotina; c) ESTRATO GRANULOSO: formado por 2 ou 3 camadas de células poligonais achatadas cujo citoplasma apresenta-se abarrotado de grânulos basófilos (grânulos de querato-hialina) que tendem a mascarar o núcleo; d) ESTRATO LÚCIDO: É uma transição entre os estratos granuloso, cujas células ainda aparecem morfologicamente íntegras, e o estrato córneo, de células mortas. O estrato lúcido é uma faixa corada mais fortemente pela eosina; e) ESTRATO CÓRNEO: várias camadas de células mortas, sem organelas e núcleos, mas com citoplasma repleto de filamentos de queratina unidos por uma matriz amorfa de filagrina e com membrana celular espessada (escamas córneas). -4- É importante notar durante a observação do material que as escamas córneas das camadas mais profundas mantêm-se unidas enquanto as mais superficiais já aparecem separadas (descamação). Além disso, é visível que o limite entre a epiderme e a derme não é regular e se caracteriza pela presença de saliências e reentrâncias das duas camadas que se imbricam e se ajustam. As projeções da derme em direção à epiderme são denominadas papilas dérmicas e as projeções da epiderme em direção à derme são as cristas epidérmicas. DERME a) DERME PAPILAR, SUPERFICIAL OU FROUXA: constituída por tecido conjuntivo frouxo com fibras colágenas finas e muitas células (fibroblastos, principalmente) - esse tecido preenche não só as papilas dérmicas como também forma um estreita faixa logo abaixo da epiderme; b) DERME RETICULAR, PROFUNDA OU COMPACTA: constituída por tecido conjuntivo denso não modelado com fibras colágenas espessas e orientadas em várias direções. Na derme é importante observar as glândulas sudoríparas, classificadas como tubulares simples enoveladas, pois possuem um ducto único que não se bifurca, desembocando diretamente na superfície da epiderme e uma porção secretora de forma tubular que forma um emaranhado na sua extremidade final. No limite entre a derme e a hipoderme pode ser observados planos de cortes transversais, oblíquos e longitudinais da porção secretora e do ducto excretor das glândulas sudoríparas. A porção secretora é composta por uma única camada de células cuboides (epitélio simples cúbico) e a porção excretora (ducto) é formada por epitélio estratificado cúbico cujas células são menores e mais coradas do que as da porção secretora. Em alguns cortes, pode-se observar o ducto indo em direção à epiderme, perfurando uma crista epidérmica para abrir-se na superfície da pele. PELE DELGADA (FINA) Na pele delgada, a epiderme também é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado com as seguintes características estruturais: a) ESTRATO BASAL: igual ao da pele espessa; b) ESTRATO ESPINHOSO: com menor número de camadas celulares e com projeções ("espinhos") pouco perceptíveis; c) ESTRATO GRANULOSO: uma única camada de células com citoplasma repleto de grânulos basófilos de querato-hialina; em algumas áreas essa camada parece ser descontínua; -5- d) ESTRATO CÓRNEO: bastante delgado quando comparado ao da pele espessa. Observação: na pele delgada não há o estrato lúcido A derme da pele delgada organiza-se estruturalmente como na pele espessa. Ela possui uma derme papilar e uma derme reticular, ambas constituídas por tecido conjuntivo frouxo e denso nãomodelado, respectivamente. Além disso, são visíveis as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e as glândulas sudoríparas. As glândulas sebáceas são classificadas como do tipo acinosa ramificada simples (vários ácinos drenados por um ducto excretor curto, revestido por um epitélio estratificado pavimentoso e que desemboca no terço superior do folículo piloso). De acordo com o modo de liberação da secreção, a glândula sebácea é do tipo holócrina. As glândulas sudoríparas possuem as mesmas características da pele espessa e os folículos pilosos são constituídos por diferentes partes, como descrito a seguir: a) Pelo propriamente dito (haste ou eixo do pelo): constituído por medula, córtex e cutícula (somente o córtex é facilmente identificável, apresentando-se como uma estrutura amarelada com um pigmento escuro, melanina). No terço inferior do folículo, podem ser identificadas as bainhas radiculares interna e externa, que são bainhas epiteliais que formam a parede do folículo. b) Bainha Conjuntiva: tecido conjuntivo ao redor do folículo. c) Bulbo Piloso: extremidade terminal e dilatada do folículo, localizada na hipoderme. É uma expansão final do folículo que contém a papila do pelo. Esta é envolta pelas células epiteliais da raiz do pelo. d) Músculo Eretor do Pelo: feixe de fibras musculares lisas associadas ao folículo piloso. A contração dessas fibras musculares não só mantém o pelo ereto (eriçado) como também comprime as glândulas sebáceas, facilitando a saída da secreção. OBJETIVOS GERAIS: 1. Identificar os diferentes estratos que compõem as peles espessa e fina; 2. Identificar as estruturas que compõem a derme (regiões papilar e reticular); 3. Reconhecer os diversos anexos cutâneos associados à pele, associando-os às suas funções. -6- 1. CORTE DE PELE ESPESSA Observe o corte a olho nu e identifique as duas camadas da pele: a epiderme (faixa mais corada) e derme (de cor rósea mais clara). Abaixo dessas camadas encontra-se a hipoderme (tecido conjuntivo frouxo com células adiposas e trabéculas de tecido conjuntivo denso). Por definição, a hipoderme não faz parte da pele. Aumento Aumento Classificação: ANOTAÇÕES -7- 2. CORTE DE COURO CABELUDO Repita a mesma sequência utilizada na observação do corte anterior. Compare as diferenças estruturais existentes na epiderme da pele espessa com aquelas da epiderme do couro cabeludo (pele delgada). Aumento Aumento Classificação: ANOTAÇÕES -8- 3. CORTE DE PELE DELGADA - MORFOLOGIA Neste preparado, note que há poucos folículos pilosos, ao contrário do observado anteriormente para o corte de couro cabeludo. Observe a epiderme com seus diferentes estratos, a derme e os anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas). Cite os estratos celulares vistos na epiderme bem como as camadas que constituem a derme. Note que abaixo da hipoderme há tecido conjuntivo. Identifique e classifique esse tipo de tecido conjuntivo, baseando-se em suas características estruturais. Aumento Aumento Classificação: ANOTAÇÕES -9- 4. CORTE DE PELE DELGADA (PARTE SENSITIVA) Os corpúsculos de Meissner e os de Pacini são mecanorreceptores localizados no estrato basal e na derme, respectivamente. Os corpúsculos de Meissner são especialmente frequentes nas áreas genitais, pontas dos dedos, lábios e solas dos pés. Uma cápsulal de tecido conjuntivo envolve o corpúsculo, enquanto os núcleos presentes no seu interior pertencem à células de Schwann em disposição horizontal. A fibra nervosa aferente atravessa a cápsula e entra pela base, remificando-se e seguindo um curso tortuoso dentro do corpúsculo. Os corpúsculos de Pacini são compostos por uma porção interna e externa, sendo revestidos por uma cápsula. A porção interna reveste uma fibra nervosa aferente, cuja bainha de mielina é perdida assim que entra no corpúsculo. Os núcleos encontrados em seu interior são de células de Schwann, organizados concentricamente em torno da fibra aferente. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 10 - SISTEMA RESPIRATÓRIO 2 Aspectos Gerais O sistema respiratório compreende as vias respiratórias, que é um sistema de ductos que conduz o ar desde o meio externo até as unidades onde ocorrem as trocas gasosas – os alvéolos – situadas nos pulmões. Três funções principais são realizadas por este sistema: condução de ar, filtração de ar e trocas gasosas. Além disso, o ar que passa pela laringe é utilizado para a produção da fala e o ar que passa sobre a mucosa olfatória nas cavidades nasais estimula o olfato. Aqui serão estudadas as porções do sistema respiratório e as principais características presentes em cada uma delas. Porção Condutora: Em vários pontos da porção condutora percebemos a presença de elementos conjuntivos especializados, como as cartilagens traqueais, de número que variam de 16-20 nos seres humanos e são importantes para manter sempre abertos a traqueia e os brônquios pulmonares, permitindo a passagem de ar. A porção condutora é composta por dois conjuntos de ductos, sendo eles: DUCTOS EXTRAPULMONARES: cavidades nasais, nasofaringe, laringe, traqueia e brônquios primários, DUCTOS INTRAPULMONARES: brônquios secundários, bronquíolos e bronquíolos terminais. Porção Respiratória: A porção respiratória inicia-se em ramificações dos broquíolos terminais que originam os bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas. OBJETIVOS GERAIS Após observar os cortes indicadas de acordo com o roteiro, os alunos deverão ser capazes de: 1. Identificar os componentes histológicos da traqueia; 2. Localizar as porções glandulares da traqueia; 3. Diferenciar brônquios e bronquíolos; 4. Diferenciar bronquíolos terminais de bronquíolos respiratórios; 5. Reconhecer alvéolos, sacos e ductos alveolares. - 11 - 1. CORTE DE CABEÇA DE RATO (RECÉM - NASCIDO) Corte frontal que passa pela cavidade nasal. Atenção: Antes de posicionar o preparado no microscópio, oriente-se em relação a ele, reconhecendo a cavidade oral (língua), o septo nasal e as conchas nasais (e coanas) a olho nu. No lado oposto à língua e conchas nasais encontra-se a área olfatória revestida por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico (epitélio olfatório). Este epitélio é constituído por três tipos celulares: células olfatórias, de sustentação e basais. As células olfatórias (neurônios bipolares) correspondem à maioria dos núcleos esféricos, mais volumosos e de cromatina frouxa, situados na zona intermediária desse epitélio. As células de sustentação (prismáticas com microvilosidades) apresentam núcleos elípticos localizados no terço superior do epitélio. As células basais (células tronco) possuem núcleos arredondados colocados próximos à membrana basal. Após explorar o epitélio olfatório, compare-o com o de regiões (conchas e coanas) revestidas pelo epitélio respiratório (epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, com células caliciformes). Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 12 - Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 13 - 2. CORTE DE TRAQUEIA Camada mucosa - Epitélio + Lâmina Própria Classifique o epitélio de revestimento da traqueia e identifique os três principais tipos celulares presentes no mesmo (dentre os 5 tipos existentes). Reconheça a lâmina própria que sustenta o epitélio e que se caracteriza por ser eosinofílica e espessa, além de conter elementos linfoides, glândulas mucosas e seromucosas e um feixe de fibras elásticas relativamente espesso que separa a mucosa da submucosa. Aumento Aumento Classificação: ANOTAÇÕES - 14 - Camada submucosa: Constituída por tecido conjuntivo frouxo apresentando glândulas seromucosas e o anel cartilaginoso. Classifique o tipo de cartilagem:_________________________________. Observe o músculo traqueal localizado na porção posterior da traqueia unindo as extremidades do anel cartilaginoso. Classifique esse tipo muscular:__________________________________. Camada adventícia Constituída por tecido conjuntivo frouxo (fibroelástico) contendo quantidade variável de células adiposas, vasos sanguíneos e nervos. A adventícia é responsável por ancorar a traqueia às estruturas adjacentes como o esôfago e tecido conjuntivo presente na região do pescoço. Aumento Aumento Classificação: ANOTAÇÕES - 15 - 3. CORTE DE PULMÃO Inicie a observação desse preparado histológico com a objetiva de menor aumento para uma apreciação geral do tecido pulmonar. Posteriormente, coloque as objetivas de 10 e 40X para o estudo detalhado das estruturas histológicas. Para facilitar o seu estudo utilize um atlas para direcionar sua esquematização do corte histológico, afim de mostrar a organização estrutural desse tecido. Explore a pleura visceral (mesotélio + lâmina de tecido conjuntivo). A seguir, identifique e observe a organização histológica das porções condutora e respiratória. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 16 - PORÇÃO CONDUTORA Brônquios Secundários Camada Mucosa: Epitélio: ___________________________________________________________________ Camada Submucosa Placas cartilaginosas (Irregulares) Tipo glandular: _____________________________________________________________. Tipo muscular: _____________________________________________________________. Camada Adventícia Camada contínua com a adventícia de vasos e com o estroma pulmonar. Bronquíolos: Observe o epitélio que varia de cilíndrico a cúbico simples (com raras células caliciformes, que estão completamente ausentes na porção final da árvore bronquiolar). Note a ausência de peças cartilaginosas e glândulas seromucosas e a presença de uma musculatura lisa bem desenvolvida. Aumento Aumento - 17 - PORÇÃO RESPIRATÓRIA Bronquíolos Respiratórios (apresentam alvéolos nas paredes) Note que o epitélio cilíndrico simples presente nas regiões terminais da porção condutora dá lugar a um epitélio cúbico simples nos bronquíolos respiratórios, que também apresentam redução gradual da musculatura lisa. São componentes da porção respiratória: Ductos Alveolares – formados por alvéolos cujos septos interalveolares ainda possuem bordas com acúmulos de músculo liso. Porção condutora que direciona o ar até os alvéolos. Sacos Alveolares – Conjuntos de alvéolos reunidos em torno de um espaço comum de passagem do ar. Alvéolos – São pequenas projeções saculares dos bronquíolos respiratórios, ductos e sacos alveolares. Formam a unidade funcional e estrutural primária do sistema respiratório, uma vez que suas finas paredes permitem a troca de gás carbônico (CO2) por oxigênio (O2) entre o ar contido no seu lúmen e o sangue nos capilares adjacentes. Nas áreas de contato, os espaços aéreos de dois alvéolos comunicam-se através de um poro alveolar (de Kohn). Estes poros funcionam para equilibrar a pressão do ar dentro dos segmentos pulmonares. As paredes dos alvéolos são constituídas por dois tipos de células: pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II. a) Pneumócitos I: células pavimentosas em grande maioria no alvéolo, b) Pneumócitos II: células cúbicas, responsáveis pela produção do surfactante, um complexo de fosfolipídeos e proteínas que reduz a tensão superficial. Identifique capilares nos septos interalveolares e macrófagos na luz dos alvéolos - células de poeira (algumas possuem pigmentos acastanhados). - 18 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 19 - SISTEMA CIRCULATÓRIO 3 Aspectos Gerais O sistema circulatório compreende um circuito de vasos sanguíneos no interior dos quais o fluxo sanguíneo é mantido pela atividade contrátil do coração. O sistema arterial fornece uma rede de distribuição para os capilares, onde ocorre o intercâmbio de gases e metabólitos entre sangue e tecidos. O sistema venoso devolve o sangue dos capilares ao coração. Neste capítulo, serão estudadas as principais características morfológicas dos componentes deste sistema: o coração e os vasos sanguíneos. O CORAÇÃO O coração é um órgão muscular formado por três camadas distintas: o endocárdio, o miocárdio e o epicárdio. O endocárdio é revestido por células endoteliais que se apoiam em uma estreita faixa de tecido conjuntivo frouxo. Abaixo deste, encontra-se o estrato subendocárdico, formado também por tecido conjuntivo, onde correm pequenos vasos, nervos e ramos do sistema condutor do coração. As células aí presentes são maiores que as outras fibras do miocárdio e apresentam miofibrilas apenas na periferia do citoplasma, sendo que o restante do citoplasma mostra-se descorado devido à extração do glicogênio no processamento histológico. Algumas células adiposas podem aparecer no estrato subendocárdico, embora um número maior delas seja encontrado no epicárdio, região onde a gordura é armazenada na superfície do coração. O miocárdio é a mais espessa das três túnicas ou camadas da parede do coração, a qual é constituída por células ou fibras musculares estriadas cardíacas também denominadas miócitos cardíacos, cardiomiócitos ou miocardiócitos. Em cortes longitudinais é nítida a presença de estriações transversais e 1 ou 2 núcleos alongados, que se dispõem no centro da fibra. Além disso, os discos intercalares ou estrias escalariformes aparecem como linhas transversais mais fortemente coradas. O miocárdio tem disposição plexiforme, isto é, os cardiomiócitos frequentemente dicotomizam-se e se anastomosam uns aos outros, formando uma extensa rede. - 20 - O epicárdio é constituído por um revestimento mesotelial apoiado sobre o estrato subepicárdico, que é constituído por tecido conjuntivo frouxo com quantidade variável de células adiposas, contendo ainda os vasos coronários (artérias) e nervos. Algumas fibras do músculo cardíaco são modificadas e participam ativamente da contração do músculo cardíaco durante os movimentos de sístole atrial e ventricular. Elas formam os nódulos sinoatrial e atrioventricular, o feixe átrioventricular (de His) e as fibras de Purkinje. O nódulo sinoatrial está localizado no átrio direito, próximo à junção com a veia cava superior. Ele produz impulsos que resultam na contração dos átrios, que impulsionam o sangue para os ventrículos. Estes impulsos são conduzidos até o nódulo atrioventricular, localizado na parede média do ventrículo direito, sendo depois conduzidos para o miocárdio do átrio. O feixe átrioventricular surge a partir do nódulo átrioventricular e se bifurca dando origem a ramos que se direcionam aos ventrículos esquerdo e direito. À medida que estas fibras alcançam o espaço subendocárdico elas se ramificam formando as fibras de Purkinje, que fornecem o estímulo nervoso às células musculares cardíacas dos ventrículos. Quando estes se contraem, impulsionam o sangue em direção às artérias pulmonares e aorta. OS VASOS SANGUÍNEOS Os capilares são constituídos por uma única camada de células endoteliais apoiadas em uma lâmina basal, cujo citoplasma é difícil de ser observado em microscopia de luz. O núcleo da célula endotelial salienta-se na luz capilar; em cortes longitudinais, os núcleos aparecem alongados enquanto em cortes transversais mostram um perfil arredondado. O diâmetro dos capilares é semelhante ao das hemácias contidas dentro deles (cerca de 7μm). Deste modo, os capilares em corte transversal, aparecem na maioria das vezes, como estruturas constituídas por 1 ou 2 células, contendo em sua luz, 1 ou 2 hemácias. Os capilares podem ser do tipo contínuo, fenestrado e sinusoide. As vênulas até 50μm caracterizam-se por serem constituídas apenas por endotélio, assemelhando-se, portanto, aos capilares, diferindo apenas no diâmetro (as vênulas são ligeiramente mais calibrosas que os capilares). De modo geral, a luz venular apresenta-se com muitas hemácias. Já as arteríolas possuem diâmetro variável; de modo prático, considere como arteríola da microcirculação aquelas que possuem até duas camadas de células musculares lisas na túnica média, ou então, o diâmetro luminal é muito pequeno em relação à espessura da parede. As arteríolas são os principais componentes reguladores da pressão sanguínea e distribuição do sangue para o leito capilar. Na procura dos vasos, tente observar pares representativos do setor arterial e do setor venoso – de maneira a estabelecer uma comparação nítida entre a constituição da parede de um e de outro, facilitando o diagnóstico. - 21 - A distinção entre artérias e veias ao microscópio de luz é feita levando-se em conta, principalmente, a espessura da camada média do vaso, isto é, da túnica muscular do vaso (sempre mais desenvolvida nas artérias do que nas veias). Isto acontece pois a camada adventícia, constituída por tecido conjuntivo e mais desenvolvida nas veias, pode fundir-se com o tecido conjuntivo adjacente ao vaso em questão, ficando difícil avaliar com precisão a espessura desta camada. As artérias elásticas, como a aorta, são artérias de maior calibre e estão muito sujeitas à alta pressão sanguínea, pela proximidade do coração. Suas paredes possuem quantidade importante de fibras elásticas, que compensam as alterações constantes de pressão. Além disso, a lâmina elástica mantém a pressão relativamente constante entre contrações cardíacas. As artérias musculares são as mais encontradas no corpo, fornecendo sangue aos vários órgãos. Possuem uma túnica média rica em fibras musculares lisas e o componente elástico é menos desenvolvido que nas artérias elásticas. Ambas são supridas pela vasa vasorum e inúmeras fibras nervosas. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer em corte histológico, as três camadas do coração; 2. Diferenciar epicárdio, miocárdio e endocárdio; 3. Localizar e caracterizar as fibras de Purkinje; 4. Distinguir o esqueleto fibroso do coração; 5. Descrever a parede de artérias elásticas e musculares; 6. Diferenciar arteríolas de outros vasos; 7. Descrever a parede de veias de médio calibre, de vênulas e reconhecer capilares sanguíneos. - 22 - 1. CORTE DE CORAÇÃO Identifique as 3 túnicas da parede do coração: o endocárdio que corresponde à túnica íntima dos vasos, o miocárdio, a túnica média e o epicárdio, a túnica mais externa que equivale à adventícia, também denominada pericárdio visceral. Qual o tipo celular que apresenta atividade contrátil neste órgão? Quais são suas principais características morfológicas? Identifique as fibras de Purkinje, coradas menos intensamente que as fibras do miocárdio. Em qual camada estão presentes? Quais suas funções? Em corte longitudinal, observe as estriações transversais e os discos intercalares. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 23 - 2. CORTE DE AORTA (ARTÉRIA ELÁSTICA) Explore o preparado histológico com as objetivas de menor e maior aumento. Identifique as túnicas íntima, média e adventícia. Observe que na túnica média há grande quantidade de fibras elásticas, principalmente em tecidos submetidos à coloração de Verhoef. Já na túnica adventícia, nota-se menor quantidade de fibras elásticas entre as fibras colágenas. Nesta túnica, identifique, ainda, os vasa vasorum. Qual é a função desta estrutura na parede do vaso? Em razão da abundância de fibras elásticas na parede deste vaso, a aorta é classificada como uma _____________________ do tipo _____________________. Cite outros exemplos de artérias que apresentam as mesmas características que a aorta. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 24 - 3. CORTE DE ARTÉRIA DE MÉDIO CALIBRE (ARTÉRIA MUSCULAR) Apresenta túnica íntima com endotélio, espaço subendotelial mais espesso do que nas arteríolas, seguido por uma limitante elástica interna bem desenvolvida. A túnica média é formada essencialmente por fibras musculares, podendo atingir até 40 camadas de células. Além das fibras musculares, a túnica média contém fibras elásticas e reticulares esparsas, além de proteoglicanos, sendo todos sintetizadas pelas células musculares lisas. A presença da membrana limitante elástica externa separando a túnica média da túnica adventícia é evidente, exceto nas artérias musculares mais delgadas. A camada muscular das artérias pode controlar o fluxo de sangue aos vários órgãos por meio do grau de contração ou relaxamento. Identifique e esquematize as principais diferenças entre a artéria muscular e a elástica. Devido à queda da pressão arterial e à contração da musculatura lisa no momento da morte, as limitantes elásticas e a túnica íntima geralmente aparecem pregueadas nos cortes histológicos. Aumento ANOTAÇÕES - 25 - Aumento 4. CORTE DE FEIXE VÁSCULO-NERVOSO O feixe vásculo-nervoso possui numerosas veias, nervos e artérias musculares. Neste corte, as veias apresentam-se particularmente proeminentes. De modo geral, as veias de grande e médio calibre, percorrem o mesmo trajeto das artérias de igual calibre. As arteríolas e as vênulas, às vezes têm o mesmo trajeto. Aumento ANOTAÇÕES - 26 - Aumento 5. CORTE DE OVÁRIO (REGIÃO MEDULAR) A olho nu, observe que o corte possui uma região mais corada em roxo e outra mais central corada em róseo (região medular do ovário). Na região corada em roxo, região cortical, há folículos ovarianos em várias etapas de maturação. Estas serão estudadas na aula de sistema reprodutor feminino. Na região medular, identifique os diferentes tipos de vasos. Nessa região, há predomínio de artérias e veias, mas também há vasos da microcirculação (arteríolas, vênulas e capilares). Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 27 - 6. CORTE DE LÍNGUA Identifique, no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio, vasos sanguíneos de diferentes calibres. Identifique artérias e veias baseando-se nas características da parede e na espessura das túnicas média e adventícia em relação ao calibre do vaso. Aumento ANOTAÇÕES - 28 - Aumento SISTEMA LINFÁTICO 4 Aspectos Gerais O sistema linfático consiste de grupos de células, tecidos e órgãos que monitoram o corpo e reagem à presença de substâncias prejudiciais ou antígenos. Os linfócitos são as principais células efetoras das respostas imunes. Uma resposta imune é sempre gerada devido a um antígeno específico, que pode ser uma substância solúvel ou um microorganismo infeccioso, tecido estranho ou transformado. Incluídos no sistema linfático estão o tecido linfático difuso, os nódulos linfáticos, os linfonodos, o baço, a medula óssea e o timo. Os vasos linfáticos conectam partes do sistema linfático ao sistema vascular sanguíneo. O tecido linfático está presente em outros órgãos como a medula óssea vermelha, nódulos linfáticos do tubo digestivo, tonsilas e apêndice vermiforme e pode estar associado ao intestino (GALT), aos brônquios (BALT) ou difuso nas mucosas (MALT). Os linfonodos estão entremeados ao longo dos vasos linfáticos superficiais e profundos, sendo o ducto torácico o maior vaso linfático. As células do sitema imune incluem linfócitos e várias células de apoio, sendo três os principais tipos de linfócitos: linfócitos B, T e NK (natural killer). As células de apoio têm papel importante na interação e apresentação de antígenos aos linfócitos, bem como na regulação da resposta imune. Essas células incluem os monócitos, macrófagos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos, células reticulares, células dendríticas foliculares, células de Langerhans e células reticuloepiteliais. Nos nódulos linfáticos, nos linfonodos e no baço, as células reticulares e as fibras reticulares produzidas por elas formam malhas elaboradas onde se localizam as células do sistema imune. Por outro lado, as células de Langerhans estão presentes apenas nas camadas médias da epiderme. De acordo com sua localização, o tecido linfoide pode ser classificado como Formação Linfoide Intra ou Extraparietal. As Formações Linfoides Intraparietais são acúmulos linfocitários localizados geralmente na mucosa de órgãos ocos como o sistema digestório, vias aéreas respiratórias superiores e vias urinárias. Estas formações são classificadas em: ACÚMULOS LINFOIDES IRREGULARES São formações sem contorno e forma definidos, sendo representadas apenas por uma infiltração temporária de linfócitos na parede de um órgão oco. Estes acúmulos são constituídos por linfócitos associados a macrófagos. Os linfócitos apresentam-se com núcleos pequenos e de cromatina densa. Os - 29 - acúmulos irregulares não apresentam estroma especial de sustentação, nem vasos linfáticos aferentes ou eferentes. NÓDULOS LINFOIDES ISOLADOS O nódulo linfoide isolado é um agregado de células linfocitárias com contorno e forma definidos, geralmente arredondado ou ovalado, variando de 0,2 a 1 mm de diâmetro. A forma e o contorno se devem ao estroma de tecido conjuntivo, constituído por células e fibras reticulares. O tipo celular predominante é o linfócito pequeno. Frequentemente, entretanto, o nódulo linfoide pode apresentar uma área central, mais clara, onde predominam células com citoplasma mais abundante. Esta área menos corada é, portanto, uma consequência do maior afastamento dos núcleos, sendo denominada centro germinativo, por estar envolvida na produção de linfócitos B, ou centro reacional, uma vez que aparece como resposta a estímulos antigênicos (neste local ocorre grande produção de anticorpos). As células do centro reacional são linfoblastos, linfócitos médios e grandes e células em fase de diferenciação para plasmócitos, sendo que macrófagos livres também são encontrados. Os nódulos linfoides isolados só possuem vasos linfáticos eferentes. NÓDULOS LINFOIDES ASSOCIADOS São agregados, maiores ou menores de nódulos linfoides unidos, frequentemente, por tecido linfoide frouxo. Apresentam a mesma morfologia descrita anteriormente. São encontrados na porção terminal do íleo, no apêndice, nas tonsilas, no baço e nos linfonodos. As Formações Linfoides Extraparietais são representadas pelos órgãos linfoides: timo, baço e linfonodos. TIMO É um órgão linfoide de forma irregular, com 1 a 3 lobos, localizado no mediastino superior, em situação dorsal ao esterno, sofrendo acentuada involução após a puberdade, fato que explica sua quase completa ausência no humano adulto. Externamente, o timo é revestido por uma cápsula fina de tecido conjuntivo denso, rica em macrófagos, plasmócitos, leucócitos granulócitos, mastócitos e adipócitos. Os septos interlobulares partem da cápsula para o interior do órgão, dividindo-o em lóbulos de 0,5 e 2 mm de tamanho. Como são incompletos, a separação entre os lóbulos é imperfeita. O timo é o único órgão linfoide lobulado. Este órgão não apresenta um estroma de tecido conjuntivo reticular bem desenvolvido como os outros órgãos linfoides. As células e fibras reticulares aparecem em pequena quantidade e se localizam, apenas, junto à cápsula e nas proximidades dos vasos sanguíneos. - 30 - O parênquima do timo, ao contrário de outros órgãos linfoides, não apresenta nódulos linfoides. Cada lóbulo é constituído por uma porção periférica mais corada denominada cortical, que envolve uma porção central mais clara, a medula. As zonas cortical e medular possuem os mesmos tipos celulares, porém em proporções diferentes: linfócitos T em diversos estágios de diferenciação e células reticulares epiteliais. Estas se assemelham às células reticulares conjuntivas, porém seus prolongamentos unem-se por desmosomos formando uma trama tridimensional em cujas malhas localizam-se os linfócitos. A zona cortical é rica em linfócitos que não formam nódulos. As células reticulares epiteliais são menos numerosas que na zona medular. Pelo fato do tecido linfoide nesta região ser mais denso, as células reticulares são difíceis de serem identificadas. A zona medular é formada por tecido mais frouxo, com menor número de linfócitos. As células reticulares epiteliais são facilmente identificáveis através de seus núcleos grandes, cromatina frouxa e nucléolo evidente. Os corpúsculos de Hassal são característicos desta zona; sendo estruturas grandes (30 a 150μm) formadas por células reticulares epiteliais organizadas em camadas concêntricas. As células mais centrais podem degenerar e sofrer calcificação. BAÇO O baço constitui o maior acúmulo linfoide do organismo, localizado intraperitonealmente, no quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal, intercalado na corrente sanguínea onde funciona como filtro para o sangue. Macroscopicamente, o órgão cortado apresenta uma polpa esplênica constituída por numerosos pontos esbranquiçados rodeados por um tecido vermelho. Estas duas porções são conhecidas respectivamente como Polpa Branca e Polpa Vermelha. A polpa branca inicia-se nos pontos em que as artérias trabeculares deixam as trabéculas e penetram no parênquima, sendo imediatamente envolvidas por uma bainha linfocitária (bainha periarterial). Esta bainha é inicialmente cordonal, envolvendo cada artéria à semelhança de um manguito. Posteriormente, dilatações das bainhas formam nódulos linfoides que podem ou não apresentar centros reacionais. Em cada folículo está presente uma arteríola que se localiza excentricamente. Contudo, continua a ser chamada de artéria central da polpa branca. A presença desta artéria é uma característica dos folículos do baço. A bainha linfocitária cordonal é área timo/dependente. A polpa vermelha é constituida por cordões linfoides denominados cordões esplênicos. Tais cordões, que são acúmulos principalmente de linfócitos, macrófagos e plasmócitos, situam-se entre capilares sinusoides revestidos por células endoteliais e macrófagos. Os espaços dos capilares sinusoides permitem ampla comunicação do sangue com os cordões esplênicos. Os capilares sinusoides do baço também são conhecidos por seios venosos porque conduzem sangue venoso. Na maior parte da - 31 - preparação os capilares estão cheios de sangue, dificultando a individualização dos cordões. No estudo, sempre procure uma área onde os capilares estejam vazios. LINFONODOS Os linfonodos são estruturas envoltas por cápsulas conjuntivas, interpostas na corrente linfática, entre os vasos linfáticos aferentes e eferentes, servindo de filtros para a linfa. Eles atuam na remoção de bactérias, células e outras substâncias estranhas ao organismo. São geralmente pequenos, achatados, ovoides ou reniformes, apresentando pequena indentação, chamada hilo, onde os vasos sanguíneos penetram e deixam o órgão. Da cápsula, formada por tecido conjuntivo denso, partem septos ou trabéculas que penetram o tecido linfoide dividindo-o em compartimentos incompletos. O estroma de tecido conjuntivo reticular, células reticulares e fibras reticulares, é contínuo com os septos ou trabéculas. Já o parênquima apresenta-se constituido por três regiões, ou zonas: a cortical, a paracortical e a medular. A zona cortical localiza-se logo abaixo da cápsula, com exceção da região do hilo. É formada por nódulos linfoides (com ou sem centro reacional), pelos seios subcapsulares (abaixo da cápsula conjuntiva) e pelos seios peritrabeculares (entre os nódulos linfoides). A zona paracortical é uma massa de tecido linfoide frouxo que não forma nódulos ou cordões e que se situa entre a zona cortical e a medular. Sua delimitação precisa não é possível. Esta área é timo dependente, isto é, formada por linfócitos T. A zona medular ocupa a porção central do órgão e se estende até o hilo. É constituída pelos cordões linfoides e seios medulares (entre os cordões). Nos nódulos linfoides, como nos cordões medulares, as células são linfócitos, macrófagos e plasmócitos, sendo estas últimas mais numerosas nos cordões medulares. Os seios linfoides são cavidades intercomunicantes delimitadas por fibras e células reticulares, com função de filtração da linfa que chega ao linfonodo. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer o tecido linfoide; 2. Caracterizar histologicamente os órgãos linfoides, diferenciado-os; 3. Correlacionar a morfologia dos órgãos linfoides com sua função. - 32 - 1. CORTE DE ÍLEO Observe algumas condensações esféricas de linfócitos (nódulos linfáticos) localizados logo abaixo das glândulas intestinais e, preferencialmente, em um dos lados da parede do íleo. O nódulo linfático pode apresentar, uma região central clara, denominada ___________________________. Verifique que o tecido linfoide, além de nodular, pode organizar-se de forma difusa. No íleo, o conjunto, formado por esses nódulos, constitui a placa de Peyer (exemplo de Tecido Linfático Associado às Mucosas – MALT – mucosa-associated lymphoid tissue). Localize e identifique linfócitos que são os principais constituintes dos nódulos da placa de Peyer. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 33 - 2. CORTE DE TRANSIÇÃO PILORO-DUODENAL Observe os nódulos linfáticos isolados localizados no tecido conjuntivo subjacente ao epitélio de revestimento desses órgãos (piloro e duodeno). Observe que há tecido linfoide difuso ocupando o eixo das vilosidades intestinais. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 34 - 3. CORTE DE LINFONODO A olho nu, observe que o órgão possui uma região periférica corada pela hematoxilina (região cortical) e uma região central mais clara (região medular). Em menor aumento, observe que o linfonodo é revestido por uma cápsula de tecido ___________________, que envia trabéculas para o seu interior, dividindo o parênquima do órgão em compartimentos incompletos. Abaixo da cápsula, localize os seios subcapsulares e os seios peritrabeculares que são formados por tecido linfoide frouxo e se apresentam como espaços irregulares com um aspecto esponjoso. Na região cortical superficial há vários nódulos linfáticos (tecido linfoide denso): alguns apresentam áreas centrais claras, os centros germinativos, constituídos por linfócitos B ativados que são células grandes, com citoplasma basófilo, núcleo claro e com nucléolo evidente. Entre essa região rica em nódulos linfáticos e a região medular, observe a região cortical profunda ou paracortical caracterizada por não possuir nódulos linfáticos, mas sim tecido ________________________________. Na região medular, note os cordões medulares constituídos por linfócitos densamente agrupados num arranjo cordonal e não nodular; entre esses cordões, observe os seios medulares. Localize linfócitos, células reticulares e macrófagos nestes seios medulares. As células que predominam nas regiões cortical superficial e medular são os __________________, enquanto na região paracortical são os ________________ . É possível diferenciar linfócitos B e T por meio de técnicas rotineiras de microscopia de luz? ANOTAÇÕES - 35 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 36 - 4. CORTE DE TIMO O timo apresenta-se envolvido por uma fina cápsula de tecido conjuntivo denso. Dela partem finos septos que dividem o órgão em lóbulos incompletos. Cada lóbulo é constituído por um córtex e uma medula. A região cortical apresenta-se mais basófila, enquanto a região medular cora-se menos intensamente pela hematoxilina. Por que há esta diferença de coloração entre regiões? Identifique, na região medular e na periferia do lóbulo as células reticulares epiteliais caracterizadas por núcleos grandes e cromatina frouxa. Ainda em maior aumento, identifique os corpúsculos tímicos (ou de Hassall) na região medular. Qual é a constituição destes corpúsculos? Há linfócitos B no timo? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 37 - 5. CORTE DE BAÇO Em pequeno aumento, observe a cápsula bem definida que reveste o baço e que é constituída por tecido ________________ do tipo _______________. Este órgão linfático não possui córtex nem medula, porém seu parênquima (ou polpa esplênica) é subdividido em polpa branca e polpa vermelha. Lembre-se que, em um corte a fresco do baço, a polpa branca é vista como áreas acinzentadas arredondadas ou ovoides, circundadas pela polpa vermelha (cor natural das inúmeras hemácias presentes nos sinusoides dessa região, daí seu nome). Em cortes histológicos, a polpa branca aparece como áreas basófilas devido à presença de grande quantidade de linfócitos formando os nódulos linfáticos. A polpa branca é constituída por tecido linfoide com disposição cordonal (bainha de linfócitos que envolvem as artérias, as chamadas bainhas periarteriais, que não são facilmente visíveis neste corte) e nodular (nódulos linfáticos). Os nódulos linfáticos do baço distinguem-se dos encontrados nos demais órgãos linfáticos pela presença de arteríola central (na verdade, de localização excêntrica). Use a objetiva de 40x, para observar essa arteríola central do nódulo. A polpa vermelha corresponde ao restante da polpa esplênica, com coloração vermelho escuro, representada por capilares sinusoides e tecido linfoide frouxo que se organizam nos cordões esplênicos ou cordões de Billroth. Os cordões esplênicos possuem espessura variável, conforme o estado e a distensão desses sinusoides; eles contêm as células reticulares, macrófagos, linfócitos, plasmócitos, eritrócitos e granulócitos. Note, ainda, na polpa vermelha, a presença de macrófagos contendo pigmento acastanhado em seu citoplasma, proveniente da fagocitose e digestão intracelular das hemácias. - 38 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 39 - SANGUE E HEMOCITOPOESE 5 Aspectos Gerais O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo, composto por grande variedade de células, fragmentos de células e plasma. O sangue circula pelo corpo dentro de vasos sanguíneos, pelo sistemas arterial e venoso. Entre suas funções destacam-se o transporte de nutrientes, de oxigênio e dióxido de carbono, de materiais indesejados pelas células, hormônios, células e outras substâncias. Os elementos figurados do sangue são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. A coloração utilizada na maioria dos preparados sanguíneos utilizados para estudo é a coloração de Giemsa, importante pois a nomenclatura dos elementos figurados foi desenvolvida baseando-se na especificidade célula-corante. As hemácias, ou eritrócitos, são as células mais abundantes no sangue circulante e possuem uma característica bem peculiar: a ausência de núcleo. Elas são responsáveis pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono entre os tecidos corporais e os pulmões. Além das hemácias, os leucócitos são bastante abundantes no sistema circulatório e formam o sistema de defesa do organismo. Eles utilizam os vasos sanguíneos como via de transporte para alcançar seu destino e atuar nos tecidos-alvo. Existem duas categorias de leucócitos: os granulócitos e os agranulócitos. Neutrófilos, eosinófilos e basófilos são os tipos celulares pertencentes ao primeiro grupo, enquanto monócitos e linfócitos pertencem ao segundo grupo. Cada granulócito é reconhecido pelos seus diferentes grânulos citoplasmáticos específicos e pela morfologia nuclear. Os neutrófilos são células pouco coradas e atuam diretamente na fagocitose de bactérias. Seu núcleo é normalmente lobulado, sendo composto por 3-5 lóbulos. Os eosinófilos são corados por corantes mais ácidos, como a eosina. Têm ativa participação em atividades anti-parasitárias e na fagocitose do complexo antígeno-anticorpo. Seu núcleo é bilobulado. Os basófilos são corados com corantes básicos e possuem granulação semelhante à dos mastócitos, com a presença de grânulos de heparina e histamina. Seu núcleo não é lobulado e tem formatos irregulares. Os linfócitos são células com núcleo arredondado e proporcionalmente grande em relação ao tamanho total da célula. Apesar de existirem vários tipos de linfócitos, como os linfócitos B, T e NK, é impossível diferenciá-los simplesmente pela análise de sua morfologia. São eles que darão origem às células produtoras de anticorpos. - 40 - Os monócitos são células circulantes, mas quando saem dos vasos sanguíneos e entram nos espaços de tecido conjuntivo passam a ser chamados de macrófagos, que atuam na fagocitose de antígenos e se relacionam diretamente com os linfócitos durante a resposta imune. Seu núcleo geralmente é reniforme. Um elemento figurado encontrado no sangue que participa ativamente das reações de coagulação sanguínea, as plaquetas, são fragmentos celulares que se desprendem de células denominadas megacariócitos. Estas não estão presentes no sangue circulante, mas na medula óssea de ossos longos, curtos e chatos. O plasma sanguíneo corresponde ao componente líquido do sangue, que equivale a aproximadamente 50-55% do volume sanguíneo. Ele contém eletrólitos e íons, moléculas maiores como a proteína albumina e globulinas, além de diversos compostos orgânicos como aminoácidos, lipídeos, vitaminas e hormônios. Após a coagulação sanguínea, a porção líquida que resta é o soro, idêntico ao plasma, porém sem conter as proteínas e componentes necessários à coagulação. Hemocitopoese As células sanguíneas são continuamente produzidas, pois possuem vida útil relativamente curta. As hemácias, por exemplo, são capazes de desempenhar suas funções de maneira ótima por cerca de 6090 dias, sendo retiradas de circulação e recicladas principalmente no fígado. O processo de produção e reposição de novas células sanguíneas é denominado hemocitopoese. Todos os tipos celulares presentes na corrente sanguínea são derivadas de uma única célula tronco hemocitopoética pluripotente. Estas células dividem-se e dão origem às células multipotentes precursoras: as unidades formadoras de colônia (UFC) de granulócitos, eritrócitos, monócitos, megacariócitos e as UFC de linfócitos. A maioria das células tronco pluri e multipotentes estão presentes na medulha óssea vermelha. O desenvolvimento da hemácia, ou eritrócito, ocorre em resposta a níveis elevados do hormônio eritropoetina. As células mais basais são denominadas pró-eritroblastos, as quais dão origem aos eritroblastos basófilos, que sofrem divisão para originar os eritroblastos policromatófilos, que sofrem mitose para formar os eritroblastos ortocromáticos. Estes últimos perdem os seus núcleos e se diferenciam em reticulócitos que, no último estágio diferenciam-se em hemácias. Na série granulocítica, o mieloblasto é a célula precursora dos pró-mielócitos, que sofrem divisão para dar origem aos mielócitos neutrófilos, eosinófilos ou basófilos. Os metamielócitos são as células seguintes, que não se dividem e se diferenciam em bastonetes, formas jovens dos granulócitos. Estes amadurecem dando origem aos granulócitos maduros que são encaminhados à corrente sanguínea. - 41 - Em indivíduos mais velhos, a medula óssea vermelha é gradualmente substituída por medula óssea amarela, que passa a ter essa cor pelo maior acúmulo de gordura em seu interior. As células reticulares adventiciais são as responsáveis por tal caracaterística. Série Granulocítica Série Eritrocítica 1 1 2 2 3 3 1 1 4 2 4 2 3 5 3 4 6 4 5 B A A 6 D C B C D 1. Mielócito basófilo 1. Mieloblasto 1.Mielócito eosinófilo 1. Pró-eritoblasto 2. Metamielócito basófilo 2. Pró-mielócito 2. Metamielócito eosinófilo 2. Eritroblasto basófilo 3. Bastonete basófilo 3. Mielócito neutrófilo 3. Bastonete eosinófilo 3. Ertroblasto policromático 4. Basófilo 4. Metamielócito neutrófilo 4. Eosinófilo 4. Eritroblasto ortocromático 5. Bastonete neutrófilo 5. Reticulócito 6. Neutrófilo 6. Eritrócito - 42 - OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer todos os tipos celulares do sangue circulante, baseando-se na morfologia granular e/ou nuclear; 2. Reconhecer os principais tipos de células tronco presentes na medula óssea vermelha; 3. Relacionar os tipos de células observados às suas respectivas funções no corpo humano. - 43 - 1. CORTE DE ESFREGAÇO SANGUÍNEO O esfregaço sanguíneo é uma camada fina da sangue espalhada em uma lâmina de vidro que tem como objetivo facilitar a identificação de células sanguíneas na microscopia óptica. Hemácias, leucócitos granulócitos e agranulócitos são facilmente observados neste preparado. Identifique tais tipos celulares utilizando a lente objetiva de 100x (com óleo de imersão), esquematizando suas principais características morfológicas. Aumento Aumento Aumento Aumento - 44 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 45 - 2. CORTE DE MEDULA ÓSSEA VERMELHA A medula óssea vermelha é o local de formação das células sanguíneas. Nela podem ser encontrados os principais tipos celulares precursores de hemácias, leucócitos e plaquetas. Baseando-se nas características morfológicas de cada tipo celular e utilizando o atlas histológico, esquematize os seguintes tipos celulares: pró-eritroblasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromatófilo, eritroblasto ortocromático, reticulócito, pró-mielócito, mielócito eosinófilo, bastonete eosinófilo, mielócito neutrófilo, mielócito basófilo e bastonete neutrófilo. Além disso, próximo às epífises, identifique as células formadoras de plaquetas, ou megacariócitos. Qual a principal característica deste tipo celular? Aumento ANOTAÇÕES - 46 - Aumento Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 47 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 48 - SISTEMA DIGESTÓRIO 6 Aspectos Gerais O sistema digestório é responsável pela decomposição e absorção dos alimentos consumidos diariamente. Ele contém o tubo digestivo e seus órgãos associados, sendo eles: a língua, os dentes, as glândulas salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. A medida que o alimento passa pelo lúmen do tubo digestivo, é decomposto física e enzimaticamente, o que eventualmente permite a absorção dos nutrientes. Cada parte do sistema digestório possui forma e funções específicas, importantes tanto para digestão quanto para absorção. De maneira geral e simplificada, o alimento começa a ser digerido na boca, pela ação dos movimentos de mastigação e mistura do bolo alimentar com saliva, rica em enzimas, como a amilase salivar. Com o processo de deglutição, este alimento passa rapidamente para a faringe, mantendo-a liberada para a passagem de ar e chega ao esôfago. No estômago, o bolo alimentar continua sendo constantemente misturado e novas substâncias, dentre elas a enzima pepsina, são adicionadas. No intestino delgado, além da digestão enzimática (tripsina, lipase e amilase pancreática) ocorre grande parte da solubilização e absorção dos nutrientes. O alimento não digerido e outras substâncias dentro do canal alimentar, como muco, bactérias, restos celulares e pigmentos biliares são excretados como fezes. Apesar das principais funções do sistema digestório estarem associadas à digestão e absorção do alimento, outras são destacadas como: secreção de substâncias diversas como mucinas, enzimas e anticorpos, e como linha de defesa do corpo atuando como barreira contra entrada de antígenos e agentes infecciosos. ASPECTOS GERAIS DO TUBO DIGESTIVO O tubo digestivo apresenta um plano geral com quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa (ou adventícia). Esta organização é comum em quase todo o tubo digestivo, com apenas algumas exceções. A partir da luz do tubo, em direção oposta à superfície, observa-se: CAMADA MUCOSA: formada por epitélio de revestimento e/ou secretor, lâmina própria de tecido conjuntivo e muscular da mucosa constituída por fibras de músculo liso dispostas longitudinalmente. CAMADA SUBMUCOSA: composta por tecido conjuntivo denso, fibro-elástico, não modelado. Esta camada abriga glândulas no esôfago e no duodeno. A submucosa é rica em vasos sanguíneos e - 49 - linfáticos, bem como um plexo nervoso parassimpático, o plexo submucoso (de Meissner), que controla a motilidade da mucosa e as atividades secretoras das glândulas. CAMADA MUSCULAR: apresenta duas faixas de musculatura lisa em toda sua extensão: uma camada circular interna (no corte transversal do tubo as fibras apresentam-se em plano longitudinal) e uma longitudinal externa (no corte transversal do tubo as fibras apresentam-se em plano transversal). Entre as duas camadas há gânglios do plexo mioentérico (de Auerbach). CAMADA SEROSA OU ADVENTÍCIA: formada por tecido conjuntivo que pode ou não ser circundado pelo epitélio simples pavimentoso do peritônio visceral. Se a região do tubo for intraperitoneal, o tubo apresenta-se revestido por peritônio, envoltório classificado como serosa. Entretanto, se o órgão for retroperitoneal, o tubo adere à parede do corpo através da sua adventícia. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer as diferentes camadas que compõem tubo digestivo; 2. Identificar e classificar os diferentes epitélios que formam o tubo digestivo; 3. Diferenciar histologicamente os órgãos do sistema digestório, baseando-se nas características morfológicas dos seus componentes, relacionando-os com suas funções. - 50 - 1. CORTE DE LÁBIO A superfície externa dos lábios humanos é coberta por pele, composta por epiderme e derme, onde folículos pilosos e glândulas são evidentes. Observando o preparado histológico, responda: quais os tipos de glândulas presentes na superfície externa dos lábios? A superfície interna é revestida por uma mucosa umidificada graças à saliva secretada pelas glândulas salivares. O epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado, com cristas epiteliais profundas que penetram entre as papilas de tecido conjuntivo fibroelástico altamente vascularizado. Identifique no corte a zona vermelha, intermediária entre superfícies interna e externa. Quais características morfológicas a diferem das duas regiões? Aumento Aumento Aumento Aumento - 51 - 2. CORTE DE LÍNGUA (EPITÉLIO E PAPILAS) Observe o epitélio que reveste a face inferior e a face superior da língua. Na face superior, qual o tipo de papila lingual pode ser reconhecido? Justifique seu diagnóstico caracterizando histologicamente a papila lingual. Em seguida, repare no tecido muscular que preenche a língua. Qual o tipo de músculo predominante na língua? Qual a principal diferença morfológica observada entre as faces superior e inferior? Entre os feixes musculares, que se mostram em vários planos de corte, note a presença de tecido conjuntivo propriamente dito. Qual a classificação deste tecido? Que estruturas podem ser encontradas nesta região? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 52 - 3. CORTE DE LÍNGUA (PAPILAS CIRCUNVALADAS) Este preparado segue o arranjo básico descrito para o corte anterior, contudo o corte atingiu a região das papilas circunvaladas. Observe que esta papila possui maior diâmetro em relação aos outros tipos, sendo circundadas por proeminentes invaginações da mucosa. No epitélio que reveste as superfícies laterais das papila circunvalada, observam-se os corpúsculos ou botões gustativos. Identifique as glândulas salivares linguais, desde a porção secretora à condutora. A porção secretora é predominantemente formada por células serosas, embora células mucosas possam estar presentes. Como você as distingue histologicamente? Existe outro tecido abundante no preparado, qual é? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 53 - 4. CORTE DE TRANSIÇÃO ESÔFAGO-ESTÔMAGO Utilize a objetiva de menor aumento para percorrer todo o corte, de uma extremidade à outra, identificando os limites entre o esôfago e o estômago. Observe principalmente o epitélio de ambos os órgãos, bem como outras estruturas presentes na mucosa que poderão auxiliar seu diagnóstico. O esôfago mostra-se revestido por epitélio do tipo ___________________________________________ , enquanto o estômago apresenta epitélio ___________________________________________________. Após ter identificado a região esofágica, analise as túnicas que formam este órgão: lâmina Túnica Mucosa: observe o epitélio do tipo________________________________ e a própria e a muscular da mucosa formada por fibras musculares do tipo _______________________. Túnica Submucosa: constituída de tecido conjuntivo denso não modelado onde estão localizadas glândulas esofágicas (bastantes abundantes neste corte) e vasos sanguíneos mais calibrosos do que os presentes na lâmina própria. Classifique as glândulas esofágicas. Túnica Muscular: é constituída por feixes de músculo do tipo ___________________________, cujas fibras estão seccionadas em vários planos de corte. Túnica Adventícia: constituída de tecido conjuntivo, com adipócitos, vasos sanguíneos e nervos. - 54 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 55 - 5. CORTE DE ESTÔMAGO O estômago é composto por regiões distintas, que se diferenciam histologicamente, sendo elas: região cárdica, fúndica e do corpo (as duas últimas idênticas entre si) e região pilórica. Diferencie tais regiões considerando os tipos celulares e a morfologia tecidual, como se segue: Túnica Mucosa: observe a presença de 2 regiões gástricas neste corte, a região cárdica (próxima à região de transição esôfago-estômago) e a região fúndica. Repare no comprimento glandular e tipo de células que compõem as glândulas, então você poderá estabelecer o limite entre as duas regiões. Diferencie a fosseta gástrica da glândula gástrica. Quais os tipos celulares que você reconhece, com esta técnica de coloração, na glândula cárdica e na glândula fúndica? Nas glândulas fúndicas, faça o reconhecimento dos diferentes tipos celulares: células mucosas do colo, produtoras de ______________________, células parietais ou oxínticas, produtoras de _________________ e ___________________, e as células principais ou zimogênicas, secretoras de __________________________. Finalmente, localize a lâmina própria e a camada muscular da mucosa, a qual é formada por músculo do tipo ______________________. Túnica Submucosa: que elementos histológicos você identifica na submucosa do estômago? Túnica Muscular: Qual o tipo de músculo presente nesta túnica? Localize estruturas do plexo mioentérico. A túnica mais externa neste órgão é uma __________________________________. Aumento Aumento - 56 - Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 57 - 6. CORTE DE INTESTINO DELGADO (DUODENO) Observe este preparado histológico, primeiro percorrendo todo o corte com a objetiva de 4x e depois detalhando os componentes de cada túnica. Na túnica mucosa, note a presença de vilosidades, as quais são revestidas por epitélio ___________________________________________________. No epitélio, reconheça as células absortivas e as células caliciformes. Em seguida, identifique as glândulas intestinais (ou de Lieberkuhn), as quais se abrem na base das vilosidades e têm sua porção basal situada bem perto da muscular da mucosa. Observe a lâmina própria que preenche as vilosidades e circunda as glândulas intestinais, identificando alguns tipos celulares que aí ocorrem, como fibroblastos e fibrócitos, plasmócitos e células musculares lisas. Na túnica submucosa, observe as glândulas duodenais (ou de Brunner) imersas num tecido conjuntivo. Qual é o tipo de secreção e a função destas glândulas? Na túnica muscular, como está arranjado o tecido muscular e qual o tipo de músculo presente? Identifique elementos do plexo mioentérico. Reconheça na túnica serosa, o tecido conjuntivo e o mesotélio. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 58 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 59 - 7. CORTE DE INTESTINO DELGADO Analise as vilosidades sempre atento à proporção entre células caliciformes e enterócitos, comparando com o corte anterior. Observe os demais elementos da túnica mucosa e da túnica submucosa, diferenciando-os do preparado anterior. Qual segmento do intestino delgado encontra-se neste corte? Analise a túnica muscular e a última túnica que reveste externamente o órgão, com atenção para seus componentes e como os mesmos estão organizados. Procure identificar elementos dos plexos submucoso e mioentérico. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 60 - 8. CORTE DE INTESTINO GROSSO Uma das características marcantes do intestino grosso é que sua mucosa não apresenta vilosidades. Além disso, o número de células caliciformes é significativamente aumentado. Notam-se vários nódulos linfoides de tamanhos variados, porém sem a agregação característica da placa de Peyer. Identifique cada uma das túnicas e seus componentes como fez anteriormente, classificando o epitélio e as glândulas observadas. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 61 - 9. CORTE DE APÊNDICE Em aumento menor observar que este corte tem a estrutura geral do intestino grosso. O apêndice vermiforme apresenta mucosa com epitélio simples prismático, formado por células absortivas (enterócitos), células caliciformes e células M, onde os nódulos linfáticos associam-se ao epitélio. A lâmina própria é um tecido conjuntivo frouxo com numerosos nódulos linfoides e glândulas intestinais pouco profundas. As células que constituem tais glândulas são células absortivas superficiais, células de reserva, células caliciformes, células enteroendócrinas (argentafins) e células de Paneth. A muscular da mucosa, a submucosa e a muscular externa são semelhantes às do plano geral do tubo digestivo, embora nódulos linfoides e ocasionais infliltrados lipídicos estejam presentes na submucosa. O apêndice é envolvido por uma serosa (em alguns cortes pode estar conservada). Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 62 - 10. CORTE DE CANAL ANAL Neste corte, observe a mucosa com epitélio estratificado cuboide ou pavimentoso. Note que as glândulas intestinais e a muscular da mucosa estão ausentes nesta região, enquanto a mucosa é contínua com a pele (epiderme fina na porção terminal). Na submucosa, pode ser visto um rico plexo venoso (plexo hemorroidário). A camada muscular interna é composta por fibras musculares lisas arranjadas de maneira circular (esfíncter anal interno – contração involuntária) e a externa por fibras estriadas com conformação circular (esfíncer anal externo – contração voluntária). Em seguida é vista a adventícia. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 63 - GLÂNDULAS ANEXAS AO SISTEMA DIGESTÓRIO 7 Aspectos Gerais O sistema digestório possui diversas glândulas associadas a ele responsáveis pela secreção de substâncias que promovem a fase da digestão do alimento. As substâncias secretadas por meio de ductos são conhecidas como enzimas digestivas (natureza serosa) e glicoproteínas (mucinogênio, natureza mucosa), além de bicarbonato, anticorpos, íons inorgânicos, entre outros. Algumas destas glândulas, como o pâncreas, além de produzirem enzimas são responsáveis pela produção e secreção de hormônios, como a insulina. As glândulas anexas compreendem as glândulas salivares, o figado e o pâncreas exócrino, descritas resumidamente a seguir. Glândulas Salivares O sistema digestório humano possui três pares de glândulas salivares principais e diversas glândulas menores dispersas por toda a mucosa oral. Para fins de estudos práticos, serão descritas apenas as maiores: parótida, submandibular e sublingual. As glândulas salivares secretam continuamente, sendo estimuladas pelo sistema nervoso parassimpático, por estímulos fisícos, químicos e psicológicos. Seu produto de secreção é comumente conhecido como saliva, um líquido aquoso diluído, cuja função é umidecer os alimentos na cavidade bucal, facilitando a deglutição e iniciando a digestão de carboidratos, pela enzima amilase salivar. Além disso, a saliva é reponsável pela limpeza da cavidade oral e redução da flora bacteriana pela lisozima, lactoferrina, peroxidases, por proteínas ricas em histidina e por imunoglobulina A (IgA) existentes na sua composição. Pâncreas O pâncreas constitui exemplo típico de glândula anfícrina, com secreção exócrina (ácinos pancreáticos) e endócrina (ilhotas pancreáticas ou de Langerhans). O fluido alcalino produzido pelo pâncreas é repleto de enzimas digestivas e proenzimas, sendo liberado no duodeno através do ducto pancreático. Os ácinos pancreáticos são porções produtoras e secretoras de tais enzimas e compõem grande parte do parênquima pancreático. Ao contrário das glândulas salivares, o pâncreas exócrino não possui ductos estriados. O controle da secreção exócrina é feito pelos hormônios colecistoquinina e secretina. Fígado O fígado é um órgão importante nos processos de metabolização dos nutrientes absorvidos após a digestão. O parênquima hepático é constituído de lâminas epiteliais de células chamadas hepatócitos. - 64 - O hepatócito é uma célula metabolicamente muito ativa, possuindo grande quantidade de retículo endoplasmático em seu interior, além de um núcleo esférico com cromatina descondensada e um ou mais nucléolos. Não raramente, podem ser observadas células binucleadas. Os hepatócitos são responsáveis pela produção de bile, que é secretada no interior dos canalículos biliares e levada até a vesícula biliar, que a armazena Os hepatócitos são encontrados em regiões denominadas lóbulos hepáticos, estruturas com arranjo poligonal formadas por cordões deste tipo celular entremeados por capilares sinusoides, que confluem para uma única veia centrolobular. Macrófagos derivados dos monócitos são chamados de células de Kupffer e são responsáveis pela remoção de eritrócitos e de materiais particulados indesejáveis. As células de Kupffer são comumente encontradas no entorno dos capilares sinusoides. Entre os diversos lóbulos hepáticos existem espaços de tecido conjuntivo denominados espaços porta-hepáticos. O espaço porta-hepático é composto por uma bainha perivásculo-biliar, que contém obrigatoriamente um ou mais ramos da veia porta, um ou mais ramos da artéria hepática e ductos biliares interlobulares de pequeno calibre (com epitélio simples cúbico) ou de médio calibre (com epitélio simples prismático). O conjunto destes três elementos é chamado de tríade portal. O tecido hepático de certas espécies animais, como os suínos, apresentam-se com formato próximo ao hexagonal, sendo facilmente delimitados principalmente quando o tecido conjuntivo é corado em soluções tricrômicas, como o tricrômico de Mallory. Entretanto, em preparados humanos, esta organização hexagonal não é claramente percebida, apesar de todos os componentes estruturais estarem presentes. Vesícula Biliar A vesícula biliar é um pequeno órgão em formato de pera, que recebe e armazena a bile produzida pelos hepatócitos. Quando estimulada pela colecistoquinina, libera a bile para a luz duodenal por meio dos ductos cístico e biliar comum. A vesícula biliar pode armazenar cerca de 50mL de bile, cuja principal função é a emulsificação de gorduras na luz duodenal, facilitando a ação da lipase pancreática, enzima produzida pelo pâncreas exócrino. A bile é um fluido levemente viscoso, de cor esverdeada, consituído de água, íons, colesterol, fosfolipídeos, glicuronídio de bilirrubina e ácidos biliares. OBJETIVOS GERAIS 1. Reconhecer histologicamente as diversas glândulas exócrinas relacionadas ao sistema digestório; 2. Relacionar o tipo de secreção produzido e sua importância no processo digestivo. - 65 - 1. CORTE DE GLÂNDULAS SALIVARES As glândulas salivares principais seguem o mesmo padrão morfológico. São glândulas exócrinas que apresentam elementos de natureza conjuntiva: a cápsula, os septos com ductos interlobulares e o estroma intersticial muito delicado em torno dos adenômeros e ductos intralobulares. Além disso, as porções secretoras apresentam semiluas ou crescente serosas, perto das quais os ductos estriados aparecem, apresentando epitélio prismático, simples, com células acidófilas. Glândula Submandibular: classificada como glândula composta, túbulo-acinosa, seromucosa (mista), predominantemente serosa. Glândula Sublingual: classificada como glândula composta, túbulo-acinosa, ácinos mistos, predominantemente mucosos, com semiluas serosas. O estroma possui diversos adipócitos uniloculares. . Glândula Parótida: glândula serosa, com numerosos ductos estriados, intercalares e interlobulares. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 66 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 67 - 2. CORTE DE PÂNCREAS Inicie o estudo histológico do pâncreas pela cápsula fina e os septos de natureza conjuntiva, que apresentam vasos sanguíneos e ductos interlobulares, com epitélio prismático. Em maior aumento observe, na porção exócrina, os ácinos pancreáticos com células de núcleos esféricos (maior parte do órgão) e os ductos intercalares com epitélio cuboide no interior dos lóbulos. As ilhotas pancreáticas, a porção endócrina do pâncreas, apresentam diversas células em seu interior, como as células α e β, produtoras de glucagon e insulina, respectivamente. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 68 - 3. CORTE DE FÍGADO DE PORCO O fígado apresenta uma cápsula, que pode não estar completamente preservada no preparado histológico, revestida por serosa peritoneal em algumas áreas. Em suínos, os septos de natureza conjuntiva delimitam os lóbulos morfologicamente evidentes no fígado. Neste corte, identifique a bainha perivásculo-biliar, que constitui os espaços porta nos cantos dos lóbulos e contém um ou mais ramos da veia porta, um ou mais ramos da artéria hepática, ductos biliares interlobulares e capilares linfáticos. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 69 - 4. CORTE DE FIGADO HUMANO Obsevar em pequeno aumento: Os lóbulos funcionais vasculares: tome a veia centrolobular como o centro do lóbulo e trace uma linha imaginária ligando os espaços porta em torno da mesma. Observar em aumento maior: O espaço porta e seus componentes, especialmente ductos biliares interlobulares de pequeno e médio calibre, assim como as lâminas epiteliais de hepatócitos. No labirinto hepático, considere os capilares sinusoides e veia centrolobular. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 70 - 5. CORTE DE VESÍCULA BILIAR Identifique na vesícula biliar a mucosa, constituída por epitélio simples, prismático, com borda estriada mal preservada, com ou sem células caliciformes; a lâmina própria, muito pregueada, contém numerosos divertículos do epitélio e a camada muscular, formada por feixes de músculo liso espirais entrelaçados. A serosa ou túnica externa. Qual é a principal função da vesícula biliar? O que acontece com a pessoa que sofre a remoção cirúrgica deste órgão? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 71 - SISTEMA ENDÓCRINO 8 Aspectos Gerais O sistema endócrino é composto por diversas glândulas que produzem e secretam substâncias chamadas hormônios que servem de efetores para regular as atividades de várias células nos diversos tecidos e órgãos do corpo. Os hormônios são transportandos pela corrente sanguínea e são responsáveis por manter a homeostase e coordenação do crescimento e desenvolvimento corporais. As células do sistema endócrino liberam mais de 100 hormônios e substâncias que podem ser divididos em classes diferentes: esteroides (derivados do colesterol), pequenos peptídios, proteínas, aminoácidos e derivados do ácido araquidônico. A primeira etapa de ação de cada hormônio sobre a célula-alvo é a sua ligação a um receptor específico, que pode estar exposto na superfície celular ou dentro da célula (no citoplasma ou no núcleo). Após a ligação ao receptor específico, a ação é desencadeada de maneira também específica, em cada célula-alvo. No corpo humano existem várias glândulas endócrinas que regulam as mais variadas funções corporais. Como exemplos temos: Glândula Hipófise Hipotálamo Hormônio Função Hormônio do crescimento Estimula o crescimento ósseo e muscular Prolactina Estimula a produção e secreção de leite Hormônio adrenocorticotrófico Estimula o córtex da glândula adrenal Hormônio folículo estimulante Estimula o desenvolvimento folicular nos ovários e as células de Sertoli testiculares Hormônio luteinizante Estimula a secreção de esteroides testiculares e ovarianos Hormônio estimulante da tireoide Estimula a tireoide Oxitocina Estimula as contrações uterinas e a excreção de leite Hormônio antidiurético Controle da excreção de água Fatores liberadores Controlam a secreção de hormônios hipofisários - 72 - Glândula Hormônio Função Tiroxina Controle do metabolismo Calcitonina Controle da retenção de cálcio Paratormônio Controle da secreção de cálcio Cortisol Controle do metaboismo Aldosterona Controle da excreção de água Adrenalina e noradrenalina Preparo do corpo para ação Insulina Diminuição da glicemia Glucagon Aumento da glicemia Ovário Estrógenos e progesterona Manutenção da integridade uterina e do ciclo menstrual; manutenção das características sexuais secundárias femininas Testículos Androgênios (testosterona) Manutenção da espermatogênese e das características sexuais secundárias masculinas Pineal Melatonina Manutenção do ritmo circadiano Tireoide Paratireoide Córtex da adrenal Medula da adrenal Pâncreas OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer histologicamente as principais glândulas endócrinas presentes em nosso corpo; 2. Relacionar a morfologia, o tipo de secreção e as funções das glândulas estudadas. - 73 - 1. CORTE DE HIPÓFISE A hipófise é dividida em: NEURO-HIPÓFISE (PARS NERVOSA): esta região é constituída por axônios amielínicos de neurônios secretores, cujos corpos celulares estão localizados no hipotálamo (nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares). A intensa coloração azulada com característica granular ao longo dos axônios, corresponde à neurossecreção. Note que os grânulos de neurossecreção podem formar aglomerados em porções dilatadas dos axônios, chamados corpos de Herring. Os axônios são sustentados por células da glia conhecidas como pituicitos; neste preparado somente os núcleos dos pituicitos são evidenciados, aparecendo em cor vermelha. Note a presença de capilares e vasos sanguíneos de maior calibre nesta região. Reveja, no livro-texto ou no seu caderno de anotações, os hormônios que são liberados pela pars nervosa e as suas respectivas ações. PARS INTERMEDIA: situada entre a pars distalis e a pars nervosa, sendo constituída por cordões de células basófilas (coradas em azul bem claro). ADENO-HIPÓFISE (PARS DISTALIS): nesta região as células apresentam um arranjo cordonal. Entre os cordões celulares encontram-se capilares fenestrados ou sinusoidais cuja luz é dilatada. Nos cordões celulares procure identificar os seguintes tipos celulares que se distinguem pela afinidade tintorial: - Células acidófilas: são as mais abundantes, coram-se de rosa claro a vermelho-escuro; - Células basófilas: coram-se de verde claro a levemente azulado; - Células cromófobas: seu citoplasma mostra-se descorado ou ligeiramente acinzentado Com ajuda do livro texto, reveja os diferentes hormônios (e suas respectivas funções) que são secretados pelas células acidófilas e basófilas. Explique o porquê das células cromófobas apresentarem o citoplasma descorado. - 74 - Identifique as diferentes porções da hipófise, denominando as estruturas encontradas. Quais as principais diferenças entre elas? Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 75 - 2. CORTE DE PÂNCREAS Neste preparado, localize as ilhotas pancreáticas presentes em meio aos ácinos pancreáticos. As ilhotas aparecem como agrupamentos arrendondados de células circundados por uma fina camada de fibras reticulares (nem sempre visíveis em cortes histológicos). Num maior aumento, procure capilares no interior das ilhotas. Qual a classificação desta glândula? Com a coloração empregada neste corte é possível identificar dois dos quatro tipos celulares encontrados na ilhota. Você identificará células com citoplasma corado em rosa, que correspondem às células A ou alfa (acidófilas), e células de citoplasma ligeiramente azulado que correspondem às celulas B ou beta (basófilas). Qual a secreção de cada tipo celular? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 76 - 3. CORTE DE GLÂNDULA PINEAL Identifique a cápsula (pia-máter) de tecido conjuntivo; os septos delgados de tecido conjuntivo (sustentação) que penetram no interior do órgão; os pinealócitos (as células parenquimatosas - núcleos grandes, esferoides, de cromatina frouxa e nucléolo proeminente) e as células da glia (núcleos pequenos, escuros, de cromatina condensada). Neste órgão é comum a presença de concreções fracamente basófilas formadas por uma matriz orgânica mineralizada, frequentemente disposta em camadas concêntricas, formando corpos densos, arredondados ou irregulares. Localizam-se tanto no parênquima quanto nas formações conjuntivas e tendem a aumentar com a idade. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 77 - 4. CORTE DE TIREOIDE E PARATIREOIDE Identifique a tireoide rica em folículos denominados folículos tireoideanos. Analise sua estrutura histológica, iniciando pela cápsula de tecido conjuntivo. Em seguida, observe o arranjo dos folículos tireoideanos (repare nas células epiteliais que os revestem). Qual o nome destas células? Qual substância produzem? Na tireoide, além das células secretoras de coloide, são também encontradas as células parafoliculares. Qual seu produto de secreção? Em seguida, localize a paratireoide, próximo à borda externa da tireoide. Qual o hormônio produzido por esta glândula? A porção secretora desta glândula possui a mesma forma da encontrada na tireoide? Na paratireoide são encontrados diferentes tipos celulares, sendo eles as células principais e as células oxífilas. As células principais são maioria e secretam o paratormônio. São pequenas, poliédricas e levemente acidófilas. Já em humanos, as células oxífilas ou acidófilas aparecem durante a infância e aumentam em número com a idade. Não existem na maioria das espécies, exceto nos primatas e nos bovinos. São poligonais, maiores do que as principais, com citoplasma fortemente acidófilo, em virtude de grande número de mitocôndrias. Sua função ainda é desconhecida. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 78 - 5. CORTE DE GLÂNDULA ADRENAL O parênquima da glândula adrenal apresenta-se dividido em um córtex, que circunda uma região medular ou medula (onde podem ser observadas veias de grande calibre). Na região cortical existem diferentes camadas: camada glomerulosa, fasciculada e reticulada. Identifique as diferentes camadas no parênquima deste órgão. Quais as características morfológicas das células secretoras? Quais os hormônios ou grupos de hormônios cada região produz? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 79 - SISTEMA URINÁRIO 9 Aspectos Gerais O sistema urinário é o principal sistema responsável pela homeostase do organismo. Ele consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra, que desemboca no exterior do corpo. Os rins têm a função de filtrar o sangue, conservando água, eletrólitos essenciais e removendo do organismo tudo o que não é mais necessário e que, se acumulado, pode causar danos ao mesmo. Outra função importante do rim é a manutenção da osmolaridade e do equilíbrio ácido-básico pela excreção de H+ ou bicarbonato, quando necessário. Os rins são órgãos extremamente vascularizados, recebendo cerca de 25% do débito cardíaco. Eles são responsáveis pela produção da urina, sendo esta resultado da ultrafiltração sanguínea, que contém excretas nitrogenadas, como a ureia, além de ácido úrico, creatinina, entre outros. A urina é transportada do rim até a bexiga pelos ureteres e eliminada pela uretra. O rim também funciona como órgão endócrino, uma vez que produz e secreta eritropoetina, que regula a formação de hemácias em resposta à diminuição do teor de oxigênio sanguíneo. Além disso, a renina, outro hormônio produzido por este órgão, atua no controle da pressão arterial, clivando o angiotensinogênio em angiotensina I. O rim também participa do processo de produção de vitamina D. Estruturalmente, o rim pode ser dividido em duas regiões: uma região cortical, localizada abaixo da cápsula conjuntiva contendo os corpúsculos renais, e uma região medular, adjacente à cortical, que possui partes da alça de Henle e dos ductos coletores renais. O néfron, principal componente formador do rim e onde ocorre o processo de filtração do sangue e formação da urina, é composto por diferentes partes morfologicamente distintas umas das outras, sendo elas: o corpúsculo renal (cápsula glomerular + capilar glomerular), túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo contorcido distal. O último conecta-se ao túbulo coletor, onde a urina é liberada e levada até a região da pelve renal. Algumas características histológicas são brevemente descritas a seguir: Cápsula glomerular: compreende o folhetos parietal e visceral. O folheto parietal é formado por epitélio simples pavimentoso (células com núcleos alongados) e lâmina basal. O epitélio é de fácil identificação. O folheto visceral perde suas características epiteliais, une-se aos capilares glomerulares e torna-se indistinguível das células endoteliais. Contudo, ao microscópio eletrônico suas células mostram - 80 - um corpo com prolongamentos citoplasmáticos que se ramificam como pés perivasculares sobre a lâmina basal dos capilares. São chamados de podócitos. Espaço glomerular (capsular): localizado entre os dois folhetos, o espaço glomerular recebe o ultrafiltrado proveniente dos capilares glomerulares. Também chamado de espaço subcapsular. Glomérulo: formado por alças capilares entre as arteríolas aferente e eferente. Tais capilares possuem endotélio delgado com numerosos poros e se apoiam sobre uma lâmina basal. Entre as alças encontra-se o mesângio, formado por tecido conjuntivo delicado não identificável nas preparações usuais ao microscópio óptico, com células mesangiais, cuja histofisiologia é pouco conhecida. A porção do corpúsculo renal relacionada às arteríolas aferente e eferente é chamada de polo vascular. Neste polo localiza-se também o aparelho justaglomerular que possui dois componentes: 1- Células justaglomerulares - células musculares lisas modificadas da túnica média da arteríola aferente e, às vezes da eferente, secretoras de renina. 2- Mácula densa - modificação do túbulo distal quando este passa junto ao polo vascular. A porção do corpúsculo renal onde se inicia o túbulo proximal é conhecida como polo urinário. A cavidade capsular abre-se na luz do túbulo contorcido proximal. Túbulo contorcido proximal: em cortes transversais aparece com quatro a cinco núcleos, correspondentes a igual número de células que fazem seu contorno. As células são maiores e mais altas do que as do túbulo distal. Possuem citoplasma granuloso, muito acidófilo e com estriação basal, quando bem fixadas para mitocôndrias. Apresentam borda estriada que, por ser muito frágil, pode faltar nas preparações. Os limites celulares são imprecisos. O epitélio apoia-se sobre lâmina basal, não evidenciada nas colorações de rotina. O lúmen é mais estreito do que o do túbulo distal. Alça de Henle: a alça de Henle é uma continuação do túbulo contorcido proximal. Originase no córtex, mergulha na região medular como ramo descendente (segmento delgado) e retorna como ramo ascendente (segmento espesso). O segmento delgado é constituído de uma parede muito fina de epitélio simples pavimentoso. O segmento espesso é formado por uma camada de células epiteliais cúbicas semelhantes àquelas dos túbulos coletores, porém com luz menor. É mais fácil de ser observada na região medular. Túbulo contorcido distal: tem seu início logo após a alça de Henle e se localiza na região cortical. É formado por células cúbicas, citoplasma mais claro do que as do túbulo proximal, sem borda em escova, com limites celulares imprecisos e lúmen mais amplo que o do túbulo proximal, além de maior número de núcleos do que túbulo proximal. - 81 - Túbulos coletores: seu segmento inicial é arqueado, porém tornam-se retilíneos nas regiões cortical e medular, sendo melhor observados na última. Possuem parede revestida por epitélio simples; em túbulos de menor diâmetro as células são cúbicas, enquanto nos maiores, próximo ao ápice da pirâmide, são prismáticas. Em ambos, os limites celulares são muito precisos e as células claras. A luz é mais ampla do que observado no segmento espesso da alça de Henle. A urina formada é liberada na região das pirâmides renais e pelve renal. A partir daí, o líquido é direcionado à bexiga urinária pelos ureteres. As regiões da pelve renal, ureteres e bexiga urinária são revestidas por um tipo epitelial especial chamado de epitélio de transição. Este muda a conformação das suas células de acordo com a distenção das paredes os órgãos podendo estar mais delgado ou mais espesso. As células epiteliais têm um aspecto globular. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer microscopicamente o rim; 2. Diferenciar as partes anátomo-funcionais do parênquima renal em nível microscópico; 3. Diferenciar histologicamente as vias urinárias. - 82 - 1. CORTE DE RIM (REGIÃO CORTICAL) Visualize as duas regiões do parênquima renal (cortical e medular) e identifique as diferentes partes do seu principal componente: o néfron. Corpúsculo Renal - Identificar o folheto parietal da cápsula glomerular (de Bowman - epitélio simples pavimentoso delimitando o corpúsculo); o espaço glomerular (de Bowman) e o glomérulo (enovelado de capilares). Além das células parietais e endoteliais, cite outros tipos celulares encontrados no corpúsculo renal. Túbulo Contorcido Proximal – TCP constituído por epitélio simples cúbico com células maiores que aquelas do túbulo contorcido distal (TCD), mais coradas e que apresentam borda em escova; a luz destes túbulos é menor se comparada à luz do túbulo distal. Além disso, a maioria das secções transversais, oblíquas ou longitudinais dos túbulos renais corticais corresponde aos TCP, pois estes são mais longos que o TCD. Túbulo Contorcido Distal - constituído por epitélio simples cúbico com células menores do que as células do TCP e de citoplasma ligeiramente mais claro, isto é, menos eosinófilo do que o do TCP; com luz mais ampla. Que hormônio age nas células tubulares distais e qual é a sua ação? Mácula Densa - (segmento modificado do TCD e encostado à parede do corpúsculo renal — constituído por células cilíndricas de núcleos alongados e próximos uns dos outros; a mácula densa define o polo vascular do corpúsculo renal. Consequentemente, o polo oposto àquele que contém a mácula corresponde ao polo urinário, onde nasce o túbulo proximal. ANOTAÇÕES - 83 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 84 - 2. CORTE DE RIM (REGIÃO MEDULAR) Na região medular podem ser encontrados elementos do néfron como as porções espessa e delgada da alça de Henle e os túbulos coletores. Porção espessa da alça de Henle (situada na medula externa) - formada por ducto revestido por epitélio cúbico simples, semelhante ao do túbulo contorcido distal. Porção delgada da alça de Henle - o epitélio de revestimento é classificado como simples pavimentoso. A parte delgada da alça de Henle pode ser confundida com os capilares sanguíneos dessa região; como regra geral, as células pavimentosas da alça possuem núcleos elípticos, mais claros e salientes em direção à luz. As células endoteliais dos capilares, por sua vez, possuem núcleos bem achatados e corados. Por vezes, os capilares contêm hemácias em sua luz, o que facilita sua distinção. Túbulos coletores – constituídos por epitélio simples cúbico cujas células possuem citoplasma claro e limites celulares nítidos. Que hormônio age nas células dos ductos coletores e qual é a sua função? Note que o tecido conjuntivo existente entre os túbulos renais é bastante escasso; na região medular profunda a quantidade de tecido conjuntivo é um pouco maior. Sugestão: Para facilitar o estudo da parte delgada da alça de Henle, observe a região medular mais profunda, próximo à pelve renal (que é revestida por um epitélio de transição). Nesta região há cortes da parte fina da alça de Henle e de túbulos coletores ou de Bellini. Nestes últimos, em sua maioria, revestidos por um epitélio simples cilíndrico, as células apresentam as mesmas características histológicas dos túbulos coletores (citoplasma claro e limites intercelulares nítidos). - 85 - Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 86 - 3. CORTE DE URETER Observar as túnicas: Mucosa - de luz estrelada - formada por epitélio de transição. Muscular - constituída de 2 subcamadas de músculo liso nos 2/3 superiores e 3 sub-camadas no 1/3 inferior. As 3 sub-camadas organizam-se em um arranjo helicoidal e em cortes podem ser observadas como longitudinal interna, circular média e longitudinal externa. Adventícia – constituída por tecido conjuntivo frouxo. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 87 - 4. CORTE DE BEXIGA URINÁRIA Observar as túnicas: Mucosa - formada por epitélio de transição Muscular - constituída de musculatura lisa que se organiza nas camadas longitudinal interna, circular média e longitudinal externa. Adventícia e/ou Serosa - tecido conjuntivo com ou sem mesotélio. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 88 - SISTEMA NERVOSO 10 Aspectos Gerais O sistema nervoso é importante, pois possibilita respostas e adequações às alterações contínuas com relação aos ambientes externo e interno. Ele controla e integra as atividades funcionais dos órgãos e sistemas, sendo divido anatomicamente em: Sistema Nervoso Central (SNC) – consiste em cérebro e medula espinal, localizados respectivamente na cavidade craniana e canal espinal; Sistema Nervoso Periférico (SNP) – consiste em nervos cranianos, espinais e periféricos, que conduzem os impulsos do SNC aos órgãos efetores e vice-versa. Também fazem parte do SNP os gânglios nervosos e terminações nervosas motoras e sensoriais. Funcionalmente, o sistema nervoso seria dividido em: Sistema Nervoso Somático (SNS) – consistindo nas partes somáticas do SNC e SNP e proporciona inervação sensorial e motora a todas as partes do corpo, com exceção das vísceras, músculo liso e glândulas. Sistema Nervoso Autônomo (SNA) – consiste das partes autônomas do SNC e SNP. Proporciona inervação eferente involuntária ao músculo liso, coração e glândulas, além da inervação sensorial das vísceras. Ainda é divido em sistema nervoso simpático e parassimpático, de acordo com os neurotransmissores produzidos em suas sinapses. O sistema nervoso possui componentes básicos como as células nervosas, ou neurônios, e as células de sustentação, ou neuroglia. As últimas podem ser: micróglia, oligodendrócitos, células ependimais, células de Schwann e astrócitos (fibrosos e protoplasmáticos). A substância neural que forma o encéfalo e a medula espinal pode ser dividida em substância branca e substância cinzenta. A substância branca caracteriza-se pela presença de grandes fibras mielinizadas (axônios) e pela ausência de corpos celulares de neurônios. A fresco, é a mielina que fornece ao tecido seu aspecto esbranquiçado. Já a substância cinzenta possui muitos corpos celulares de neurônios e dendritos. No SNC existem três membranas chamadas meninges que estabilizam e protegem o sistema nervoso central. A dura-máter reveste o encéfalo, a medula espinal e os nervos ópticos. Ela é mais externa e formada por tecido conjuntivo denso modelado, contendo feixes entrelaçados de fibras - 89 - colágenas e elásticas, além de inúmeros fibroblastos. A dura-máter contém inúmeros vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. Pelo fato de estar intimamente aderida ao periósteo dos ossos cranianos, quando se remove o encéfalo parte da dura-máter fica presa ao osso e por diversas vezes sua visualização em nível microscópico, juntamente com outras partes do encéfalo, é dificultada. A aracnoide-máter e a pia-máter são as duas outras meninges, porém mais delgadas que a dura-máter. Em conjunto, são conhecidas como leptomeninge. A aracnoide-máter envia projeções à piamáter, fundindo-se à ela. Forma-se então um espaço chamado subaracnoideo, preenchido com líquido cerebrospinal e inúmeros ramos de veias e artérias cerebrais. A pia-máter reveste intimamente todas as superfícies externas do SNC e se estende por todas as suas pregas, fissuras e circunvoluções. Em nível dos ventrículos cerebrais, a pia-máter projeta-se para dentro das cavidades revestidas por células ependimárias modificadas para formar os plexos coroideos, produtores de líquido cerebrospinal. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer os diferentes componentes do sistema nervoso central e periférico; 2. Identificar neurônios e células da neuroglia; 3. Diferenciar substâncias branca e cinzenta nos preparados histológicos; 4. Identificar as camadas da substância cinzenta no cérebro e no cerebelo; 5. Observar as estruturas que acompanham o tecido nervoso: meninges e plexo coroide. - 90 - 1. CORTE DE CÉREBRO No corte de cérebro pode-se observar diferentes tipos de neurônios, sendo eles: as células piramidais, as células estreladas, as células de Martinotti, as células fusiformes e as células horizontais de Cajal. Neste preparado, analise os detalhes morfológicos das ramificações dos dendritos. Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 91 - 2. CORTE DE CÉREBRO Diferencie as substâncias cinzenta (periférica), que contém os corpos celulares dos neurônios; e a branca (central), que conduz fibras entre diferentes partes do córtex, aferentes e eferentes. Na substância cinzenta existem as camadas do neocórtex: molecular, granular externa, de células piramidais, granular interna, ganglionar e de células multiformes. Além destas camadas, observe as meninges, piamáter e aracnoide-máter, remanescentes. Aumento Aumento Aumento Aumento - 92 - 3. CORTE DE CEREBELO E PONTE Neste preparado, procure por fragmentos da pia-máter e da aracnoide-máter. No cerebelo, diferencie a substância cinzenta, formando o córtex cerebelar, da substância branca que compõe a região medular. Identifique, na substância cinzenta, os grandes corpos de neurônios das células de Purkinje, localizados entre a camada molecular (mais externa, menos celular e com muitas fibras amielínicas) e a camada granular (composta pelos menores neurônios do sistema nervoso). Procure pelos núcleos das células da glia, tanto na substância branca quanto na cinzenta. Na substância branca, observe as fibras nervosas mielínicas. Finalmente, localize na ponte os grandes corpos de neurônios onde os corpúsculos de Nissl estão bastante evidentes. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 93 - 4. CORTE DE MEDULA ESPINAL Primeiramente, observe o corte a olho nu, contraposta a uma superfície clara. É nítida a diferença entre duas regiões: uma mais interna e outra mais externa. Com a objetiva de menor aumento, note que há um canal central, o canal ependimário, o qual é revestido por células cilíndricas (ependimárias), algumas ciliadas. É o epitélio ependimário, constituído pelas únicas células gliais que formam um revestimento epitelial. Onde está localizada a substância cinzenta? E a branca? Identifique as meninges observando: a dura-máter; a aracnoide-máter (com o espaço subaracnoideo) e a pia-máter. Qual a diferença entre elas? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 94 - 5. CORTE DE FEIXE VÁSCULO-NERVOSO (CORTE TRANSVERSAL) Com as objetivas de menor aumento note que o nervo é composto por vários fascículos nervosos (feixes), cada um contendo muitas fibras nervosas, ou axônios, mielinizados ou não. Identifique o epineuro, o perineuro e o endoneuro. Qual(is) a(s) diferença(s) entre eles? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 95 - 6. CORTE DE PLEXO COROIDE O plexo coroide é uma estrutura responsável pela produção do líquido cerebrospinal. Observe os capilares revestidos por células ependimárias modificadas, que estão separadas do tecido de sustentação e dos capilares adjacentes por uma membrana basal. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 96 - 7. CORTE DE PLEXO MIOENTÉRICO (INTESTINO DELGADO) Identifique a túnica muscular formada por tecido muscular liso. Note que essa túnica é espessa e organizada em duas camadas: uma mais próxima à luz do órgão onde as fibras foram cortadas no plano longitudinal e outra mais externa, onde as fibras foram cortadas no plano transversal. Entre estas duas camadas musculares, localize gânglios nervosos do plexo mioentérico (gânglios parassimpáticos). Observe os corpos de neurônios e células satélites. Qual seria a função desses gânglios intramurais no tubo digestivo? Tais estruturas também são encontradas na região da camada submucosa, formando o plexo submucoso. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 97 - SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 11 Aspectos Gerais O sistema reprodutor feminino consiste em órgãos sexuais internos, localizados na pelve, e estruturas genitais externas, situadas na porção anterior do períneo, conhecida como pudendo. Os órgãos internos são os ovários, tubas uterinas, útero e vagina. A genitália externa inclui o monte do púbis, os lábios maiores e menores do pudendo, o clitóris, o vestíbulo e a abertura da vagina, além do óstio externo da uretra. As glândulas mamárias também podem ser incluídas neste tema, pois seu desenvolvimento e estado funcional estão diretamente relacionados à atividade hormonal do sistema reprodutor feminino. O sistema reprodutor feminino tem como funções principais a produção de esteroides e de gametas, realizadas pelos ovários, e a consequente manutenção do desenvolvimento de um embrião em caso de fertilização, pelo útero. Ovário O ovário é um órgão ovoide, de 2-3cm de comprimento que possui duas regiões distintas: uma cortical e uma medular, descritas a seguir: Na Região Cortical: 1. Epitélio simples cúbico: revestindo a superfície do ovário; 2. Túnica albugínea: camada delgada de tecido conjuntivo denso não modelado abaixo do epitélio; 3. Estroma ovariano: tecido conjuntivo bastante celular. Está disperso entre os folículos ovarianos, que constituem o parênquima deste órgão; 4. Folículos ovarianos: ovócito circundado por camadas de células - em diferentes fases do desenvolvimento. Os folículos ovarianos são caracterizados a seguir: 4A. FOLÍCULO PRIMORDIAL: ovócito envolvido por uma única camada de células foliculares (granulosas) achatadas. O ovócito apresenta núcleo volumoso com nucléolos proeminentes e citoplasma abundante. 4B. FOLÍCULO PRIMÁRIO: ovócito envolvido por uma (unilaminar) ou mais camadas de células foliculares cúbicas (multilaminar). - 98 - 4C. FOLÍCULO SECUNDÁRIO (ANTRAL): ovócito envolvido por várias camadas de células foliculares. Nesta fase da foliculogênese, os folículos apresentam espaços entre as células foliculares, preenchidos pelo líquido folicular. A zona pelúcida, camada espessa de glicoproteínas localizada entre a camada granulosa e o ovócito, é bem evidente. As células do estroma ao redor do folículo estão arranjadas concentricamente, formando as tecas interna e externa. O limite entre a teca interna e a externa não é nítido, o mesmo ocorre entre a teca externa e o estroma. No entanto, entre a teca interna e a granulosa o limite é nítido e constituído por uma membrana basal. 4D. FOLÍCULO MADURO OU DE GRAAF: apresenta ovócito, zona pelúcida, células foliculares, corona radiata, cumulus oophorus e antro folicular. Devido ao grande volume, nem sempre o plano de corte permite identificar todas as estruturas, principalmente o ovócito. 4E. FOLÍCULO ATRÉSICO ou em degeneração. A atresia, que pode ocorrer em qualquer estágio do desenvolvimento folicular, é diagnosticada morfologicamente pelos seguintes sinais: pregueamento da zona pelúcida, degeneração/desintegração do ovócito, desorganização da granulosa, espessamento da membrana basal, formando a membrana vítrea e infiltração por leucócitos. Corpo Lúteo: possui contorno irregular e diâmetro maior que o folículo maduro que o originou. É constituído por células granulosa-luteínicas (células arredondadas, de núcleo central e citoplasma acidófilo, frequentemente de aspecto vacuolado) e células teca-luteínicas (células menores e mais coradas, com o núcleo mais corado que a anterior). No ciclo menstrual, o corpo lúteo (menstrual) tem longevidade de 10-12 dias (segunda metade do ciclo menstrual); na gestação perdura até 5 meses, regredindo e sendo substituído por tecido conjuntivo denso não modelado (corpo albicans). Na involução, ocorre autólise das células luteínicas, cujos restos são fagocitados por macrófagos. A Região Medular não possui folículos e é constituída de tecido conjuntivo frouxo e com grande quantidade de vasos sanguíneos. Tuba uterina As tubas uterinas são órgãos tubulares ocos, revestidos por epitélio simples prismático ciliado e que permitem uma ligação física entre o útero e os ovários. Algumas células não-ciliadas, denominadas intercaladas, também são encontradas no epitélio da tuba uterina e são células secretoras de glicoproteínas essenciais para a nutrição ovocitária durante a migração dos ovócitos que, a partir do movimento ciliar, migram dos ovários até o útero. A parede muscular da tuba uterina é composa de duas camadas pouco distintas de músculo liso: uma camada longitudinal externa e uma circular interna. Tais camadas sofrem contrações peristálticas que auxiliam a movimentação ovocitária. Externamente à camada muscular, encontra-se uma camada serosa. - 99 - O processo de fertilização do ovócito ocorre na luz da tuba uterina, em uma região específica denominada ampola. A partir da ampola, o gameta feminino fecundado parte em direção ao útero, onde se fixará na camada endometrial. Glândula mamária Cada mama é constituída por 12-20 lobos irregulares conhecidos como glândulas mamárias, os quais se irradiam a partir do mamilo e drenam para ele através de ductos lactíferos separados. Cada lobo é classificado como uma glândula túbulo alveolar composta, apresentando ductos altamente ramificados. Tais glândulas podem estar mais ou menos desenvolvidas dependendo do estado funcional do sistema reprodutor feminino. Em mulheres jovens não grávidas ou que não estejam amamentando tais glândulas são pouco desenvolvidas, com alvéolos diminutos. Já em mulheres grávidas ou lactantes possuem alvéolos bastante desenvolvidos e maiores, com células alveolares hipertrofiadas e em divisão. O número e o tamanho dos ductos alveolares aumentam e a quantidade de tecido adiposo é menor. O hormônio prolactina liberado pela hipófise anterior estimula as células epiteliais glandulares a produzir a secreção conhecida como leite e secretá-la para o lúmen dos alvéolos e, posteriormente, para os ductos. Vagina A vagina é um tubo fibromuscular que conecta a cérvix uterina ao exterior corporal. Ela é o órgão copulador feminino, funcionando também como canal do parto. Sua parede é composta por três túnicas: a mucosa, a muscular e a adventícia. A camada mucosa é revestida por epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado. As células epiteliais possuem alto armazenamento de glicogênio, que à época da ovulação, por ação estrogênica, é liberado no lúmen vaginal. A túnica muscular é composta por duas camadas de músculo liso contínuas com o miométrio, enquanto a adventícia, externa, é composta por tecido conjuntivo denso não-modelado com abundantes fibras elásticas. OBJETIVOS GERAIS: 1. Reconhecer as diferentes fases de maturação dos folículos ovarianos e sua localização; 2. Diferenciar o corpo lúteo pós-ovulatório do corpo lúteo gravídico, assim como as células que o compõem, além do corpo albicans; 3. Relacionar a estrutura glandular do útero com as fases do ciclo menstrual, bem como da tuba uterina; 4. Reconhecer as glândulas mamárias em seu estado latente e durante o período de gravidez. - 100 - 1. CORTE DE OVÁRIO (FOLÍCULOS EM DESENVOLVIMENTO) Neste preparado, note a distribuição folicular ao longo do córtex ovariano. Observe e esquematize as características dos diferentes folículos, além dos corpos albicans. Identifique o epitélio simples cúbico que reveste todo o órgão. Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 101 - 2. CORTE DE OVÁRIO (CORPO LÚTEO) Observar na região cortical o epitélio ovariano, a túnica albugínea, os folículos ovarianos em diferentes estágios de maturação. Esquematize as principais características dos remanescentes pósovulação (corpo lúteo). Quais são as características morfológicas daqueles corpos lúteos que sofreram involução? Neste caso, qual o o nome recebem? Em caso de gravidez o corpo lúteo é mantido por um período relativamente longo, desenvolvendo-se grandemente para maximizar a produção de hormônios esteroides, até que a placenta seja formada e desenvolva tal função. Quais as diferenças morfológicas entre o corpo lúteo gravídico daquele não-gravídico? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 102 - 3. CORTE DE TUBA UTERINA Observe e identifique: Túnica mucosa: constituída por um epitélio cilíndrico simples com dois tipos de células: as células ciliadas e as células secretoras (não ciliadas). Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo. Túnica muscular: constituída de duas camadas de músculo liso, uma circular interna e outra longitudinal externa. Túnica serosa: tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado e mesotélio – camada visceral do peritônio. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 103 - 4. CORTE DE ÚTERO (ESTRUTURA GERAL / ENDOMÉTRIO ESTROGÊNICO) Observar as três túnicas que compõem o órgão. A partir da luz, são observados: Endométrio (túnica mucosa): composto por um epitélio simples cilíndrico, que reveste a luz. a) Lâmina própria – estroma endometrial - tecido conjuntivo frouxo bastante celularizado. b) Glândulas tubulosas simples revestidas por células cilíndricas. São as glândulas endometriais. Miométrio (túnica muscular): três estratos de musculatura lisa, cujos limites não são facilmente identificáveis: a) Estrato submucoso: estrato próximo ao endométrio - fibras musculares lisas cortadas longitudinalmente (camada circular interna). b) Estrato vascular: estrato intermediário contendo vasos sanguíneos calibrosos - fibras musculares lisas cortadas obliquamente (camada oblíqua média). c) Estrato subseroso: estrato próximo à túnica serosa - fibras musculares lisas cortadas transversalmente (camada longitudinal externa). Perimétrio (túnica serosa) tecido conjuntivo frouxo e mesotélio. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 104 - 5. CORTE DE ÚTERO (ENDOMÉTRIO SECRETOR) Esquematize as principais características do endométrio nas seguintes fases do ciclo endometrial: Útero na fase secretora (luteal): no endométrio, explore a morfologia das glândulas endometriais na fase secretora. Elas são bastante tortuosas, com a luz dilatada e frequentemente contendo secreção. Útero na fase folicular (proliferativa): glândulas endometriais retilíneas e menos desenvolvidas. Útero na fase menstrual: artérias espirais ocluídas, o que causa necrose e descamação da camada funcional do endométrio. Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 105 - 6. CORTE DE COLO UTERINO (ENDO E EXOCÉRVIX) 1. Endocérvix: no revestimento do canal endocervical, a mucosa é constituída por epitélio cilíndrico simples (células mucosas), onde se abrem glândulas cervicais do tipo tubulosas ramificadas. Há, no endocérvix, feixes de musculatura lisa e predomínio de tecido conjuntivo denso não modelado. 2. Exocérvix: face externa do colo que faz saliência para a luz da vagina. A região apresenta-se revestida por epitélio estratificado pavimentoso, apoiado na lâmina própria de tecido conjuntivo denso. O estroma do colo cervical é composto por tecido conjuntivo denso com fibras colágenas entremeadas com células musculares lisas. Começando em um menor aumento, identifique a transição endoexocérvix e note a mudança abrupta do tipo de revestimento epitelial. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 106 - 7. CORTE DE VAGINA A vagina possui um epitélio de revestimento do tipo pavimentoso estratificado com pequenas porções de queratinização, além de estroma com grande quantidade de fibras colágenas, elásticas e poucas fibras musculares. A coloração com PAS (cor vermelho púrpura) evidencia o glicogênio secretado pelo epitélio que se converterá em acido lático, através das bactérias aí existentes, tornando o pH local baixo, o que impede muitas infecções. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 107 - 8. CORTE DE GLÂNDULA MAMÁRIA Em pequeno aumento identificar o conjunto de ductos alveolares que se encontram nos lobos glandulares (estes estão envolvidos por tecido conjuntivo denso e tecido adiposo). Os ductos ligados diretamente aos mamilos são conhecidos como ductos galactóforos. Próximo à abertura do mamilo, tais ductos formam seios galactóroros. Qual é a classificação do epitélio encontrado na abertura dos seios galactóforos? Este epitélio é o mesmo que forma os ductos galactóforos? Identifique os alvéolos que formam a parte secretora da glândula mamária. Quais as diferenças morfológicas entre uma glândula mamária em repouso e uma lactacional? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 108 - SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 12 10 Aspectos Gerais O sistema reprodutor masculino consiste em testículos, ductos excretores genitais, glândulas sexuais acessórias e pênis. As glândulas sexuais acessórias incluem as vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais e produzem secreções indispensáveis ao bom funcionamento do espermatozoide. Os testículos são órgãos pares que possuem duas funções principais: a produção de espermatozoides (espermatogênese) e de androgênios, ou hormônios sexuais. A testosterona, androgênio mais conhecido, é indispensável à espermatogênese, além de crucial para o desenvolvimento do feto e dimorfismo sexual masculino. No parênquima testicular encontram-se: a) Células de Sertoli: apresentam núcleos de forma triangular ou oval, próximos à lâmina basal do túbulo, com a cromatina frouxa e nucléolo evidente. O citoplasma dessas células é amplo e se estende até a luz tubular (característica de difícil visualização ao microscópio de luz convencional). b) Células da linhagem germinativa: - ESPERMATOGÔNIAS: localizadas junto à lâmina basal do túbulo, apresentam núcleos ovoides ou esféricos com a cromatina mais condensada em comparação às células de Sertoli; - ESPERMATÓCITOS PRIMÁRIOS: são as maiores células da linhagem germinativa, apresentam núcleo grande e esférico, com cromossomos espiralizados; - ESPERMÁTIDES: apresentam morfologia variável de acordo com a fase da espermiogênese em que se encontram; - ESPERMATOZOIDES: células resultantes do processo de espermatogênese, encontradas soltas na luz tubular. Ao redor dos túbulos, junto às lâminas basais, encontram-se células mioides, identificadas pela presença de núcleos alongados com a cromatina condensada. No tecido conjuntivo frouxo que se interpõe aos túbulos seminíferos estão, entre as células comumente encontradas no tecido conjuntivo propriamente dito, as células intersticiais ou de Leydig. Estas são células poligonais ou arredondadas em intensa atividade de síntese, exibindo núcleo com a cromatina mais frouxa e citoplasma vacuolado (repleto de gotículas lipídicas). - 109 - Após o processo espermatogênico, os espermatozoides são liberados na luz tubular e encaminham-se ao epidídimo, através dos ductos eferentes. O epidídimo é dividido em cabeça, corpo e cauda, sendo o último compartimento responsável pelo armazenamento dos gametas até a ejaculação. No epidídimo, os espermatozoides são ainda bastante modificados adquirindo a função de motilidade. Durante o processo de ejaculação, os espermatozoides são expulsos da cauda epididimária em direção ao ducto deferente e encaminhados até a uretra. Pelo caminho, juntam-se a secreções provenientes das vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen. OBJETIVOS GERAIS: 1. Diferenciar os componentes do parênquima testicular (túbulos seminíferos e espaço intersticial; 2. Nos túbulos seminíferos, diferenciar células de Sertoli e células germinativas; no interstício células de Leydig; 3. Localizar a região do mediastino testicular e os túbulos retos, ambos revestidos por epitélio cúbico simples; 4. Identificar os ductos eferentes, que se ligam ao ducto epididimário; reconhecer o epitélio simples cilíndrico epididimal e os estereocílios nele presentes; 5. Observar as características marcantes do ducto deferente, seu revestimento epitelial e suas três camadas musculares; 6. Diferenciar os três tipos glandulares: próstata, vesícula seminal e glândula bulbouretral; 7. Identificar os corpos cavernosos e esponjoso, além da uretra peniana. - 110 - 1. CORTE DE TESTÍCULO Localize a túnica albugínea, que é a cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado que envolve o testículo. Posteriormente, identifique os túbulos seminíferos, túbulos cortados longitudinal, oblíqua e transversalmente e revestidos por um epitélio estratificado muito especializado - o epitélio seminífero ou germinativo. Neste, pode-se observar as células de Sertoli e as células da linhagem germinativa. Esquematize as células do epitélio seminífero. Você consegue identificar as células mioides e as células de Leydig perifericamente ao túbulo? Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 111 - 2. CORTE DE TESTÍCULO E EPIDÍDIMO Identifique a região correspondente ao testículo, na qual você reconhece secções dos túbulos seminíferos. Posteriormente, procure secções (transversais, oblíquas e longitudinais) do tubo epididimário. Qual a classificação do epitélio desta região? Em alguns cortes, ao lado do epidídimo aparecem dois ou mais canais agrupados, com luz ampla e revestidos por uma camada de células mais baixas que as da epidídimo: são canais eferentes, circundados por tecido conjuntivo e musculatura lisa. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 112 - 3. CORTE DE DUCTO DEFERENTE O ducto deferente possui luz estreita e irregular; o epitélio de revestimento interno é sinuoso, sendo classificadodo como pseudo-estratificado prismático com esterocílios. Abaixo da mucosa pode-se encontrar uma camada muscular espessa formando as paredes do órgão: as fibras musculares internas são longitudinais, as da túnica média são anulares e as externas longitudinais. O conjunto é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e nervos. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 113 - 4. CORTE DE VESÍCULA SEMINAL A vesícula seminal é um tubo enovelado sobre si mesmo sendo observado, ao microscópio, o mesmo tubo seccionado várias vezes. O epitélio de revestimento interno mostra grande quantidade de pregas primárias e secundárias frequentemente anastomosadas, sendo classificado como pseudoestratificado com células predominantemente cilíndricas. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e envolvida por uma camada muscular lisa, constituída por duas lâminas: uma interna, de fibras circulares, e outra externa de fibras longitudinais. Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 114 - 5. CORTE DE PRÓSTATA A próstata é constituída por 3 grupos de glândulas, cujo o epitélio que reveste a luz varia do pseudoestratificado cilíndrico ao cúbico simples. Estas são organizadas concentricamente ao redor da uretra prostática, constituindo as glândulas da mucosa, submucosa e principais. A uretra prostática recebe as glândulas prostáticas, sendo larga e dilatável, revestida por epitélio de transição. Os canais ejaculadores são revestidos por epitélio colunar simples ou pseudoestratificado e circundados por tecido conjuntivo. Neste preparado observe: 1) Cápsula: tecido conjuntivo denso não modelado rico em fibras musculares lisas; 2) Estroma de sustentação fibromuscular: tecido conjuntivo denso não modelado com fibras musculares lisas entre as unidades glandulares; 3) Grupo de glândulas da mucosa e da submucosa: mais próximas à uretra prostática; 4) Glândulas principais: com a luz mais ampla e encontradas na zona mais periférica da próstata. Qual a classificação das glândulas prostáticas, quanto à sua morfologia? Aumento ANOTAÇÕES - 115 - Aumento 6. CORTE DE GLÂNDULA BULBOURETRAL A glândula bulbouretral é classificada morfologicamente como glândula exócrina túbuloalveolar mucosa. Ela está dividida em pequenos lobos por septos constituídos por tecidos conjuntivo e tecido muscular com fibras esqueléticas e lisas. Aumento ANOTAÇÕES - 116 - Aumento 7. CORTE DE PÊNIS Identifique a glande peniana ou as 3 massas de tecido erétil – os corpos cavernosos do pênis (dorsais) e o corpo cavernoso da uretra ou corpo esponjoso (ventral). Note que a túnica albugínea que envolve o corpo esponjoso é bem mais delgada do que a que envolve os corpos cavernosos. Localize a uretra peniana que possui luz irregular e revestimento epitelial pseudoestratificado cilíndrico. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 117 - SISTEMA SENSORIAL 13 Aspectos Gerais Os órgãos dos sentidos especiais são receptores altamente sofisticados nos quais os receptores neurais específicos estão incorporados a uma estrutura não-neural que acentua e aperfeiçoa a recepção dos estímulos aferentes. O olho e o aparelho acústico-vestibular do ouvido são os principais órgãos dos sentidos especiais, mas os receptores gustativos (gosto) e olfatórios (cheiro) estão usualmente incluídos nessa categoria. Como os dois últimos já foram estudados no capítulo de sistema digestório (corte de língua) e sistema respiratório (corte de cabeça de rato) o estudo aqui proposto será focado no olho e aparelho acústico-vestibular. O olho O olho é um órgão altamente especializado na fotorrecepção. Para isso, as células nervosas denominadas de cones e bastonetes são dotadas de dendritos modificados (fotorreceptores) capazes de conversão de energia luminosa em potenciais de ação nervosos. Os bastonetes estão relacionados à luz de intensidades diferentes, percebida de como preto e branco. Já os cones, muito mais numerosos, pertencem a três tipos funcionais, que são sensíveis às cores vermelha, verde e azul, determinando a visão colorida dos objetos. Os receptores dos cones e bastonetes assim como neurônios integrados aos dois estão localizados na região conhecida como retina, onde deve ser o ponto focal do olho. A intensidade, a localização e o comprimento das ondas luminosas são parcialmente processados pela retina e a informação coletada é transmitida pelo nervo óptico para o novo processamento e interpretação pelo córtex visual do cérebro. A parede do globo ocular consiste em três camadas: Uma camada fibrosa, externa, composta de esclera (opaca e branca) e da córnea (transparente) Uma túnica vascular média, também chamada de úvea, composta por íris, corpos ciliares e coroide. Ela é muito pigmentada na região da íris pela presença de melanócitos que produzem melanina. Uma camada mais interna denominada retina, constituída por 10 camadas de células responsáveis pela fotorrecepção. - 118 - Algumas estruturas acessórias protegem o olho de lesões externas, como as pálpebras, as glândulas lacrimais e a conjuntiva. A conjuntiva é a membrana mucosa transparente que reveste as pálpebras e, nas bordas internas das pálpebras, reflete-se sobre o globo ocular. As glândulas lacrimais secretam a lágrima, solução aquosa composta por água, peptídeos, sais e outras moléculas orgânicas que mantêm a conjuntiva e a córnea úmidas. Além disso, possuem lisozima, uma enzima antibacteriana. Por último, as pálpebras apresentam glândulas sebáceas modificadas, cuja secreção é responsável pela alteração da tensão superficial da lágrima, o que reduz sua evaporação. Outros componentes são encontrados no interior do globo ocular, como: o humor aquoso, fluido presente nas câmaras oculares; o cristalino e o humor vítreo, gel existente atrás do cristalino. Tanto o humor aquoso quanto o vítreo fornecem nutrientes para o cristalino e para a córnea, que são estruturas não vascularizadas. O ouvido O ouvido é dividido em três partes, como descrito a seguir: a) OUVIDO EXTERNO: o ouvido externo é responsável pela captação das ondas sonoras e direcionamento das mesmas até a membrana timpânica. O ouvido externo é constituído pelo pavilhão da orelha, composto por cartilagem elástica coberta por pele, convergindo para o meato auditivo externo. b) OUVIDO MÉDIO: o ouvido médio é uma cavidade repleta de ar, a cavidade timpânica, localizada no osso temporal petroso e separada do canal auditivo externo pela membrana timpânica. No ouvido médio estão presentes os três ossículos que captam as ondas mecânicas provenientes da vibração da membrana timpânica: o estribo, o martelo e a bigorna, que se articulam uns com os outros. c) OUVIDO INTERNO: o ouvido interno é constituído por um labirinto membranoso cheio de líquido, ou endolinfa, e presente no osso temporal, dentro do labirinto ósseo. Este contém os canais semicirculares, o vestíbulo e a cóclea, além do líquido denominado perilinfa. Existem células receptoras denominadas células pilosas, no labirinto membranoso. Quando ocorre movimentação da endolinfa pela vibração dos ossículos do ouvido médio, os pelos (estereocílios) das células pilosas captam a informação e convertem em impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro. - 119 - 1. CORTE DE OLHO A córnea é uma estrutura transparente, com várias camadas: é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado adjacente à membrana de Bowman. O estroma da córnea é rico em fibras colágenas e fibroblastos. A superfície interna da córnea é revestida por um epitélio simples pavimentoso/cuboide. A esclera é contínua com a córnea, mas não é transparente. Abaixo do epitélio está o tecido episcleral, que contém vasos sanguíneos. Um vasto estroma com muitas fibras colágenas e fibroblastos é evidente. A lâmina supracoroide possui diversos melanócitos com pigmentos em seu interior (melanina). A íris é um diafragma pigmentado que delimita a pupila, separando a camada anterior da posterior do olho. A íris possui três camadas: uma externa descontínua de melanócitos e fibroblastos; uma camada fibrosa intermediária que abriga células pigmentares e uma camada posterior de epitélio pigmentado. Os músculos do esfíncter e os músculos dilatadores são compostos de músculo liso e células mioepiteliais, respectivamente. Identifique a região da pupila no corte. O corpo ciliar é composto por processos ciliares que se projetam para a câmara posterior do olho. Identifique o músculo liso que compõe o corpo ciliar, além das células pigmentares. O epitélio do corpo ciliar é composto por duas camadas: um epitélio pigmentado externo e um epitélio não pigmentado interno. Identifique-os no corte histológico. Aumento - 120 - Aumento Aumento Aumento Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 121 - 2. CORTE DE OLHO (RETINA) Em pequeno aumento, note a três túnicas que compõem o globo ocular: a esclera, a coroide e a retina. Em determinadas posições, encontram-se também as porções secretoras das glândulas lacrimais. Classifique as glândulas lacrimais quanto à forma e tipo de secreção. A porção sensitiva da retina é composta por 10 camadas. A camada mais externa é o epitélio pigmentado. A partir dele encontram-se: a camada de bastonete e cones, a membrana limitante externa, a camada nuclear externa, a camada plexiforme externa, a camada nuclear interna, a camada plexiforme interna, a camada de células ganglionares, a camada de fibras do nervo óptico e a membrana limitante interna. Em determinado ponto do preparado histológico pode-se observar uma diminuição da espessura da retina, local denominado fóvea central. Nesta região ocorre a melhor formação de imagem e as únicas células presentes neste local são os cones. Na fóvea central, as camadas nuclear interna, plexiforme interna e de fibras do nervo óptico não estão presentes. A coroide, bastante vascularizada, aparece de tonalidade escura pela presença de melanócitos. Aumento ANOTAÇÕES - 122 - Aumento 3. CORTE DE OUVIDO INTERNO Neste preparado observa-se a porção petrosa do osso temporal, com vários componentes do ouvido interno. Identifique a região da cóclea, que aparece como uma espiral óssea em formato de caracol. Junto à ela é frequentemente visível o nervo vestíbulo coclear. Ao lado do nervo, por vezes é possível distinguir os corpos celulares dos neurônios do gânglio espiral. Próximo à cóclea, procure o nervo facial, que se encontra próximo ao ouvido médio, onde estão os ossículos auditivos. Existe uma grande cavidade adjacente à cóclea: o vestíbulo. Aumento Aumento ANOTAÇÕES - 123 - Aumento REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Gartner, L. P.; Hiatt, J. L. Atlas Colorido de Histologia – 6ed. Guanabara Koogan, 2014. 494 p. Hiatt, J. L.; Gartner, L. P. Tratado de Histologia em Cores. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 450 p. Junqueira, L. C.; Carneiro, J. Histologia Básica. Texto e Atlas. 12ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 524 p. Ovalle, W. K.; Nahirney, P. C. Bases da Histologia. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 518 p. Piezzi, R. S.; Fornés, M. W. Novo atlas de histologia normal de di Fiori. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 334 p. Ross, M. H.; Pawlina, W. Histologia. Texto e Atlas. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 1008 p. Tres, L. L.; Kierszenbaum, A. L., 2012. Histologia e Biologia Celular - Uma Introdução à Patologia – 3ed, Elsevier - Campus, 720p. - 124 - - 125 -