Agenda Brasil: Proposta para o Avanço Acelerado do País Apresentação O LIDE é uma associação empresarial brasileira, multi-setorial e sem qualquer vínculo partidário, porém inteiramente empenhada na permanente discussão dos temas relevantes ao futuro do Brasil. Por meio do seu Comitê de Gestão e das centenas de empresas associadas à entidade, no Brasil e no exterior, o LIDE quer colaborar de modo engajado e efetivo no aperfeiçoamento da visão estratégica de nosso País, apontando sugestões de novas políticas públicas e, inclusive, ousando recomendar certos realinhamentos, quando oportunos. O tema do crescimento brasileiro engloba extensos aspectos da agenda social, política, ambiental e econômica. Sabemos ser preciso que o País apresse o passo. As empresas representadas no LIDE são uma amostra relevante do que os empreendedores do Brasil esperam do seu País e, simetricamente, representam o que esses líderes estariam dispostos a fazer, e até a sacrificar, em prol do desenvolvimento acelerado e sustentável, nesta e nas próximas décadas. Uma Proposta para o Avanço Acelerado do País requer planejamento minucioso, compromisso político amplo e determinação de fazer, que não dependem apenas da vontade dos empresários. É necessário o concurso de lideranças públicas e privadas num compromisso sério e inabalável. Eis aqui o maior propósito desta Agenda: suscitar reflexão sobre os grandes objetivos do crescimento e de uma riqueza bem compartilhada pela Nação. Esperamos, com isso, produzir forças criativas decorrentes da Confiança de se fazer bem feito, do Entusiasmo com a grandeza dos resultados a serem obtidos e de efetiva Generosidade na correta repartição da prosperidade crescente. Devemos, pois, estimular a sociedade e o governo a se engajarem num rigoroso planejamento decenal até 2022. Estamos convencidos de que, assim fazendo, o Brasil consolidará um ritmo espetacular de progresso material e de evolução humana, com efeitos positivos sobre todos os brasileiros e nossos vizinhos. O jogo da prosperidade está sendo jogado neste momento. A qualidade do nosso futuro não dependerá do que se decidir de 2022 em diante, tanto quanto do que ficar plantado e cuidado neste e no próximo ano. É grande, enfim, o interesse do LIDE em divulgar e debater esta Agenda, como colaboração espontânea deste importante segmento da sociedade brasileira - que hoje representamos - em apoio ao programa plurianual de governo da presidente Dilma Rousseff, cuja segura liderança política é, por todos nós, respeitada e admirada. Propomos um diálogo franco, aberto e inteligente para acelerar o crescimento da economia do Brasil através do aumento da produtividade, fator-chave desta Agenda Realinhamentos para a Criação de Riqueza 1 Aumento de Eficiência no Setor Público 2 Transformar Juros em Infraestrutura Local 3 Eficiência Fiscal e Competitiva 4 Socialização da Riqueza Nacional 5 Tripé “Educação, Inovação e Sustentabilidade” A baixa produtividade da economia brasileira, se persistir, estará acarretando perda anual de R$1,3 trilhão em 2022 Brasil: PIB Potencial, projeção 2013-2022 180 6,0 % + Realinhamento EIS 170 5,6 % 160 + Realinhamento Fiscal e Gestão 150 4,2 % + Realinhamento Financeiro 3,5 % 140 Potencial Atual 130 120 110 100 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 O potencial de crescimento atual do PIB do Brasil, de 2013 a 2022, está abaixo da meta oficial de 5,5%1 e inferior ao desempenho da maioria das economias emergentes Situação atual Implicações • O consumo interno já está alinhado à meta de fazer o Brasil crescer a 5% ao ano. O problema é que a produção, ainda não! • Modelo de crescimento baseado apenas no maior consumo, que traz riscos inflacionários e inibe os investimentos privados; • O principal fator que limita o crescimento do Brasil é a Produtividade Total dos Fatores2, que considera pontos como: • Políticas defensivas (ex.: juros elevados e apreciação cambial) que destroem a competitividade; − Qualidade das Organizações; − Confiança nas instituições públicas; − Tamanho da carga fiscal; − Peso da Burocracia; − Respeito Ambiental; • Crescimento “apropriado”, em sua maior parte, pelo Governo (carga tributária marginal de 70% em 2011); • Diferença entre potencial de investimentos da iniciativa privada vs. governo3. − Profissionalismo. 1) PPA – Plano Plurianual 2012-2015 2) Equação de Cobb-Douglas: Produção Total (PIB) = Contrib. Trabalho + Contrib. Escolaridade + Contrib. Capital Físico + Contrib. Extra dos Fatores não diretamente explicados 3) Governo fica com 36% do PIB e investe 3%; Iniciativa privada fica com 64% do PIB e investe 16% Agenda Brasil: Proposta para o Avanço Acelerado do País 2013-2022 Compromisso sério e permanente para realizar Desdobramentos Metas Aumento de Eficiência no Setor Público • • • • • • Acréscimo de R$3,1 trilhões no PIB em 2022 (+75%) Renda per capita de R$ 33,2 mil em 2022 (+55%) Carga tributária cai de 36% para 30% do PIB em 2022 Investimento total de R$ 1,8 trilhão em 2022 Socialização vigorosa da riqueza nacional Grande prosperidade, e sustentável, para todos Transformar Juros em Infraestrutura Local • Gasto corrente: 1/3 • 50% dos juros da expansão do PIB dívida federativa • Previdência = 10% em Infraestrutura do PIB local • Gastos obrigatórios atrelados ao gasto corrente (ex- juros) • Aumento (%) da produção dos bens e serviços do Estado • Revisão da estrutura previdenciária • Reforma Financeira Eficiência Fiscal e Competitiva Socialização da Riqueza Tripé “Educação, Inovação e Sustentabilidade” • Carga tributária em 30% do PIB • Ativação do Conselho de Gestão Fiscal • 22 milhões de pessoas com fundos de pensão • 10 milhões de imóveis regularizados • Melhorar ranking no PISA em 10 posições • 100% de inclusão digital nas escolas • Redução de juros • ICMS nacional, • Poupanças na ponta final único e populares no • Dívida pública précompartilhado mercado de fixada • Revisão do capitais • Restrição às regras financiamento • Créditos contra o de indexação previdenciário Estado como ativos • Inserção da • Compromisso de tangíveis Federação nos devolução de ICMS • Titulação da mercados de aos exportadores propriedade capitais residencial e das posses rurais • Programa nacional de iniciação digital • Programa nacional de iniciação ao inglês e espanhol • Desburocratização geral e radical • Desengessar a Lei de Inovação • Compromisso ambiental total Existe consenso sobre a oportunidade e a urgência de a Nação brasileira “apressar o passo ” até o bicentenário da Independência em 2022 Cenário proposto “Apressando o Passo” Situação atual (2011) R$ 7,2 tri PIB Investimentos Renda per capita R$ 4,1 tri R$ 1,8 tri R$ 0,8 tri R$ 21,4 mil R$ 33,2 mil 1º Realinhamento Aumento de Eficiência no Setor Público Na improdutividade e na ineficiência do setor público está a explicação da falha crônica do País de não haver alcançado, na última década, crescimento médio do PIB de 5 a 6% a.a. Onde estamos Onde queremos chegar • Ações compensatórias de “proteção à indústria nacional”; • Aumento da competitividade da indústria nacional através do aumento da produtividade no setor público; • Desequilíbrio nos gastos públicos (alta proporção dos gastos “estéreis”); • Limite ao crescimento do gasto público corrente não-financeiro equivalente a 1/3 da expansão do PIB; • Gastos obrigatórios vinculados à receita fiscal; • Fixação de gastos obrigatórios como proporção do gasto corrente não financeiro; • Maior parte da arrecadação do governo destinada a Encargos Financeiros, Assistência e Previdência; • Dívida pública com indexação ao juro diário (Selic) e a índices de preços. • Aumento gradual da produção dos bens e serviços do Estado (correspondente contenção de gastos estéreis); • Lei de Responsabilidade Previdenciária com limite de 10% do PIB para Previdência (INSS + Servidores); • Reforma Financeira para normalizar o patamar de juros. O realinhamento da capacidade produtiva privada depende sobretudo do realinhamento dos gastos públicos correntes e da eficiência do dispêndio público, muito mais do que qualquer desoneração ou proteção seletivas. O realinhamento fundamental é o do gasto público, pela desproporção dos dispêndios “sem contrapartida”, apesar de justificáveis Presença do Setor Público na Produção/Apropriação/Distribuição Gasto “Estéril” (50%) Gasto Produtivo (50%) 2º Realinhamento Transformar Juros em Infraestrutura Local O Governo Federal tem a oportunidade de reestruturar seu próprio passivo financeiro e dos Entes Federativos, liberando significativos recursos para o investimento em infraestrutura local em quase 100% dos municípios brasileiros, sempre através de PPP’s! Onde estamos Onde queremos chegar • Parte importante do gasto corrente do Governo Federal é despendido sob a forma de juros pagos ao mercado pela rolagem da sua dívida interna; • Transformar 50% dos Juros pagos pelos Estados e Municípios ao Governo Federal em investimentos em infraestrutura local por meio de PPPs com setor privado; • Desalinhamento entre o perfil de risco do país e a taxa de juros arcada pelo Tesouro Nacional; • Revisão geral das regras de indexação da economia; • Altíssimo nível de custos tributários e parafiscais, além de burocracia fiscal; • Limitação de créditos direcionados; • Expansão dos créditos direcionados, sem controle por parte do Conselho Monetário Nacional; • Falta de investimentos públicos em projetos de infraestrutura. • Revisão radical dos custos tributários e parafiscais; • Inserção dos Estados nos mercados de capitas para financiar seus projetos de infraestrutura; • Normalização de toda a estrutura de juros do País, com o fim da cunha fiscal, menores recolhimentos compulsórios, e maior fomento ao crédito privado de longo prazo. A atual política de juro alto ainda é uma “serial killer” da eficiência. 2º Realinhamento Transformar Juros em Infraestrutura Local Brasil: Encargos da dívida (%) do PIB Caracol da Infraestrutura Federativa PAI: ~R$ 50 bi/ano 3º Realinhamento Eficiência Fiscal e Competitiva O avanço da carga tributária tem freado a taxa de eficiência do País e “mata” o crescimento da economia Onde estamos Onde queremos chegar • Peso dos tributos na estrutura produtiva brasileira estimado em 36%; • Peso máximo de 30% dos tributos na estrutura produtiva: − 10% do PIB para Previdência Social − 10% para cobrir os gastos gerais da União − 10% para as máquinas dos Estados e Municípios • Estrutura tributária complexa (ICMS estaduais, PIS, Cofins, IPI, CIDE, etc); • Descasamento entre a arrecadação e o pagamento dos benefícios da Previdência Social; • Autonomia e “anomia” dos Estados ao conceder incentivos fiscais. • ICMS nacional e único, compartilhado entre as três esferas de governo; • Empregar os resultados do Imposto de Renda e CSLL, e da contribuição patronal ao INSS na cobertura dos compromissos anuais da Previdência Social; • Criação de um lastro para a previdência do trabalhador (cumprir o art.68 da Lei de Responsabilidade Fiscal); • Regras de contratação facilitadas e desengessadas; • Compromisso de devolução de ICMS aos exportadores. A “taxação marginal” em 2011 foi de 2,1 unidades sobre as 3 unidades produzidas - ou seja, ocorreu uma carga tributária marginal de 70% (2,1/3 = 0,7) 3º Realinhamento Eficiência Fiscal e Competitiva Brasil: Carga tributária / PIB (%) – 1993-2012 Fonte: IBGE, Samuel Pessôa. Elaboração e projeção: RC Consultores. * Impacto calculado exclusivamente sobre a Produtividade Total dos Fatores (PTF) 4º Realinhamento Socialização da Riqueza Nacional A riqueza nacional pode ser poderosamente distribuída, sem ninguém perder com isso, nem ser mais taxado para tal finalidade Onde estamos Onde queremos chegar • Políticas assistenciais de distribuição da renda; • Políticas de distribuição do estoque de riqueza, como forma de estimular investimentos privados; • Mercado de capitais favorecendo apenas parcela reduzida da população; • Créditos contra o Estado representam promessa política de benefício futuro; • Governo com passivos previdenciários em aberto, tendo que constantemente renegociar regras de aposentadorias; • Patrimônio imobiliário sem documentação, não registrados = 15 milhões de habitações regularizáveis. • Inserção das poupanças populares no mercado de capitais; • Créditos contra o Estado transformados em ativos tangíveis; • Oferta de fundos previdenciários para financiar a longo prazo a infraestrutura nacional; • Proteção do futuro através do lastro de direitos previdenciários das pessoas com ações e direitos reais; • Titulação em massa da propriedade residencial e das posses rurais em assentamentos populares. É possível converter uma parte expressiva dos créditos que o cidadão já detém contra o Estado em ATIVOS representativos de tais créditos, e não apenas da promessa política do Estado de que este irá, um dia, honrar tais compromissos. 5º Realinhamento Tripé “Educação, Inovação e Sustentabilidade” (E I S) O Tripé EIS pode gerar um ganho adicional na produtividade geral (PTF), que poderia ser chamado de “última légua” a ser percorrida pelo País, na busca dos 6% de crescimento, às vésperas do bicentenário da sua Independência Onde estamos Onde queremos chegar • Educação e capital humano como fator limitante da produtividade da economia brasileira; • Avanço da produtividade total em função da melhoria na educação, por meio de “novas janelas para o mundo”: − Programa nacional de iniciação digital das crianças e jovens brasileiros (100% de cobertura em 2022) − Programa de iniciação ao inglês e ao espanhol • Lei de Inovação engessada; • Ausência de um compromisso incondicional com as metas de Sustentabilidade. • Desburocratização radical do País; • Desengessar a Lei de Inovação; • Compromisso total com o “fazer de modo sustentável”. Se nosso sistema educacional é capaz de colocar uma “merendeira” em todas as escolas, então conseguirá colocar um instrutor de iniciação digital capaz de ensinar o uso dos programas básicos de computação a 100% dos alunos brasileiros e a seus respectivos professores. O Brasil no Mundo: Escalando o Time Vencedor Créditos João Doria Jr., pela iniciativa desta Agenda; Paulo Rabello de Castro, pela autoria do relatório completo; Fernando S. Meirelles, Luiz F. Furlan e Roger Ingold, por esta síntese; Comitê de Gestão do LIDE, pelo estudo e aprovação das propostas da Agenda; Ana Lúcia Ventorim e toda equipe do LIDE, pela confecção final da Agenda; Movimento Brasil Eficiente, pela inspiração das propostas fiscais da Agenda. Relatório completo desta síntese está disponível em www.lidebr.com.br APOIO Av. Brig. Faria Lima, 2.277 – 11º andar – Jardim Europa São Paulo – SP – Brasil – CEP 01452-000 – Fone: (11) 3039-6011 [email protected] www.lidebr.com.br