Introdução a Farmacotécnica Prof. Robson Miranda da Gama Prof. Luis Antonio Paludetti Definições • Matéria-prima – É toda a substância ativa, droga ou insumo farmacêutico empregado na produção dos medicamentos • Droga – É toda substância de origem animal, vegetal ou mineral de onde é extraído o princípio ativo que possui ação farmacológica • Fármaco – Substância quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável total ou parcialmente pelos efeitos terapêuticos do medicamento Definições • Excipiente ou veículo – Substância inerte utilizada para diluição ou transporte do princípio ativo • Forma Farmacêutica – É a forma pelo qual o medicamento é administrado ao paciente; apresentação do fármaco • Fórmula Farmacêutica – Refere-se a composição da forma farmacêutica, componentes e quantidades Adjuvantes Farmacotécnicos • Espessantes – Emulsões/géis • Suspensores – Suspensões/soluções • Solventes • Tensoativos • Quelantes – Emulsões • Antioxidantes • Flavorizantes • Agentes de correção de pH • Edulcorantes • Conservantes • Fragrâncias • Corantes/pigmentos Definições • Medicamento: – É o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, que contém um ou mais fármacos com finalidades: • Profilática (creme dental com flúor) • Curativa (antimicrobianos) • Paliativa (analgésicos) • Diagnóstica (evidenciadores de placa bacteriana, contrastes radiológicos) Definições • Cosméticos, produtos de higiene e perfumes – são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábio, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral – objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado Definições • Preparação Magistral – Aquela que é preparada atendendo a uma prescrição que estabelece sua composição, forma farmacêutica, posologia e seu modo de usar • Preparação Oficinal – Aquela preparada na farmácia cuja fórmula esteja inscrita em Farmacopéias, Compêndios ou Formulários reconhecidos pelo Ministério da Saúde • Especialidade Farmacêutica – Produto oriundo da indústria farmacêutica, devidamente registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária Definições • Dose – Quantidade de fármaco suficiente para produzir efeito terapêutico ideal – Determinada por estudos clínicos • Dose efetiva – influência de fatores como idade, peso corporal, patologias, terapia concomitante com outros agentes terapêuticos, formas farmacêuticas e vias de administração Definições • Dose – Conveniência de administração: dose usual do fármaco em uma única unidade – Para atender os diversos requisitos de doses: • Diferentes formas farmacêuticas • Diferentes concentrações • Posologia – Freqüência com que uma dose é administrada para manter níveis plasmáticos terapêuticos Farmacotécnica “Disciplina das ciências farmacêuticas que envolve todas os requisitos necessários para transformar uma droga ou fármaco em um medicamento estável, seguro, eficaz e que possa ser utilizado pelo paciente de modo aceitável” Formas Farmacêuticas Atributos, Importância e Classificação Atributos • Conter a quantidade adequada de fármaco • Liberar o fármaco na quantidade e velocidade adequada • Ser formulada de acordo com a via de administração a que se destina • Ser bem aceita pelo paciente Importância • Aumentar o volume, possibilitar a quantificação da dose certa de fármaco e permitir sua administração • Proteger o fármaco de agentes externos – umidade, oxidação • Proteger o fármaco da ação destrutiva do suco gástrico • Mascarar sabor desagradável Importância • Veicular sob a forma líquida fármacos insolúveis • Fornecer ação controlada • Fornecer ação farmacológica ótima a nível tópico • Permitir a administração de fármacos em cavidades • Permitir a administração do fármaco diretamente na corrente sanguínea ou no interior dos tecidos Classificação • Formas Farmacêuticas – Líquidas – Semi-sólidas – Sólidas – Estéreis – Sistema de liberação controlada Formas Farmacêuticas Formas Farmacêuticas Líquidas • Soluções – São preparações líquidas que contém uma ou mais substâncias químicas dissolvidas num solvente adequado ou mistura de solventes mutuamente miscíveis. (USP 27) • Xaropes – São preparações aquosas com elevada concentração de um açúcar ou de outro material que o substitua, podendo ou não conter agentes flavorizantes ou substâncias medicinais. (USP 27) Formas Farmacêuticas Líquidas • Elixires – São soluções hidroalcoólicas, claras e adocicadas administrada por via oral. São geralmente flavorizadas com o objetivo de aumentar sua palatabilidade. (USP 27) • Suspensões – São preparações que contém partículas de fármaco finamente divididas distribuídas de modo uniforme em um veículo no qual o fármaco apresenta mínima solubilidade (Allen et al, 2007). Formas Farmacêuticas Semi-sólidas • Géis – São sistemas semi-sólidos constituídos por suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou macromoléculas orgânicas interpenetradas por um líquido (USP 27) • Emulsões – Sistemas bifásicos nos quais um líquido está disperso em um outro líquido na forma de pequenas gotículas (USP 27) Formas Farmacêuticas Semi-sólidas • Pomadas – Formas farmacêuticas semi-sólidas para uso externo (aplicação tópica) na pele ou mucosas (membranas) que se fundem na temperatura corpórea • Pastas – Formas farmacêuticas constituídas de pós insolúveis e finamente dispersos em veículos semi-sólidos – Pós insolúveis acima de 20% Formas Farmacêuticas Sólidas • Pós – São partículas secas divididas que resultam da trituração e mistura de substâncias farmacêuticas • Granulados – Aglomerados de partículas em pó de fármaco + adjuvantes – Maior estabilidade da preparação: menor área de superfície Formas Farmacêuticas Sólidas • Cápsulas – Formas farmacêuticas sólidas nas quais os princípiosativos e substâncias inertes são acondicionadas em um receptáculo de gelatina. • Comprimidos – Formas farmacêuticas sólidas obtidas por compressão da mistura de pós,contendo fármaco e adjuvante. Formas Farmacêuticas Sólidas • Supositórios e óvulos são formas farmacêuticas moldadas sólidas homogêneas. • As suas formas, volume e consistência são adaptados à administração em suas respectivas cavidades corpóreas, onde devem dissolver-se ou fundir-se e o efeito que exercem pode ser local ou sistêmico. sistêmico. • São administrados em doses unitárias e cada unidade pode conter um ou vários fármacos (Gama e Paludetti, 2007). Formas Farmacêuticas Estéreis • Injetáveis – Soluções (aquosas e oleosas) e suspensões – Pós e granulados para econstituição – Parenteral • Colírios – Solução aquosa, pomada, suspensão – Tópico – Isotonicidade Formas Farmacêuticas de Liberação Controlada • Vantagens – – – – – – – – Maior eficácia terapêutica Administração segura (diminuição de efeitos irritantes e tóxicos) Liberação controlada Alvos dirigidos Aumenta a estabilidade química do ativo (degradação química e enzimática) Variação da composição e natureza dos veículos Administração conveniente (menor número de doses) Incorporação de substâncias lipofílicas e hidrofílicas Formas Farmacêuticas de Liberação Controlada • Desvantagens – Dificuldade ou impossibilidade de interromper rapidamente a ação farmacológica – Custo geralmente mais elevado que a formulação convencional – Risco de acúmulo, se a velocidade de eliminação for lenta – Baixa reprodutibilidade – Aceitação dos pacientes Formas Farmacêuticas de Liberação Controlada • Cápsulas gastrorresistentes • Comprimidos liberação modificada • Comprimidos de liberação lenta • Cremes, pomadas e géis transdérmicos Considerações gerais no planejamento da forma farmacêutica • Natureza da doença – Modo como é tratada (local ou sistêmica) • Idade do paciente • Condição do paciente • Características físicas e químicas do fármaco Vias de Administração Vias de Administração • Via oral – Absorção intestinal – Absorção sublingual • Via Parenteral – – – – Via subcutânea Via intradérmica Via intramuscular Via endovenosa • Via Respiratória • Outras vias – – – – Retal Vaginal Transdérmica Tópica • • • • Cutânea Ocular Otológica Nasal Via Oral • Administração sublingual • Vantagens • Desvantagens – Fácil acesso e aplicação – Pacientes inconscientes – Circulação sistêmica – Irritação da mucosa – Latência curta – Dificuldade em pediatria – Emergência Via Oral • Administração Enteral Via Oral • Administração Enteral • Vantagens – – – – – – Auto-administração Econômica Fácil Confortável Indolor Possibilidade de remover o medicamento – Efeitos locais e sistêmicos • Desvantagens – Absorção variável – Período de latência médio a longo – Ação dos sucos digestivos – Interação com alimentos – Pacientes inconscientes – Sabor – Fenômeno de primeira passagem – pH do trato gastrintestinal Via Parenteral • Vantagens – Efeito imediato e níveis plasmáticos previsíveis – Administração • Substâncias irritantes por outras vias – Tratamento de emergências • Desvantagens – Não comodidade para o paciente – Menor segurança, efeitos agudos e intensos podem ser adversos – Maior custo de preparação – Efeitos locais indesejáveis (flebite, infecção, trombose) Via Intradérmica • Via restrita • Pequenos volumes – de 0,1 a 0,5 mililitros • Usadas em reações de hipersensibilidade – Provas de PPD – Provas alérgicas – Aplicação de vacinas: BCG Via Intradérmica • Local mais apropriado: face anterior do antebraço – – – – Pobre em pelos Possui pouca pigmentação Possui pouca vascularização Ter fácil acesso a leitura Via Subcutânea • Absorção lenta – através de capilares – forma contínua e segura – Volume máximo 03 mililitros – Usada para administração • Vacinas (rábica e sarampo) • Anticoagulante (heparina) • Hipoglicemiantes (insulinas) Via Intramuscular • Absorção rápida • Músculo escolhido – Bem desenvolvido – Ter fácil acesso – Não possuir grande calibre e nem nervos • Volume injetado – Região deltóide • de 2 a 3 mililitros – Região glútea • de 4 a 5 mililitros – Músculo da coxa • de 3 a 4 mililitros Via Endovenosa • Local apropriados – Melhor local: face anterior do antebraço – Membros superiores – Evitar articulações • Indicações – Necessidade imediata de ação – Grandes volumes – hidratação – Coleta de sangue para exames Via Endovenosa • Tipos de medicamentos injetados na veia – Soluções hidrossolúveis – Líquidos hiper, iso ou hipotônicos • Sais orgânicos • Eletrólitos • medicamentos – Não deve conter cristais visíveis em suspensão Via Respiratória Via Respiratória • Vantagens • Limitações – Aplicação de pequenas – Obstrução brônquica doses com diminuição – Secreção brônquica dos efeitos adversos – Administração local para efeito sistêmico pela mucosa nasal aumentada Via Retal • Vantagens • Desvantagens – Circulação sistêmica – Lesão da mucosa – Pacientes – Incômodo • Inconscientes – Expulsão • Apresentam vômitos – Absorção irregular e – Impossibilidade da via oral – Impossibilidade da via parenteral Via Tópica incompleta Via ocular, nasal e otológica Via Transdérmica • Adesivos e implantes subdérmicos – Liberação sustentada dos ativos ao longo do tempo e fluxo constante do medicamento – Diminuindo o risco de efeitos colaterais Solução Oral Respiratória Xarope Comprimido, etc Nebulizadores Aerossóis Supositório Retal Nasal Creme Soluções, etc Pasta Tópica Loções Solução Inalações Solução Ocular Aerossóis, etc Creme Pomada Soluções Parenteral Suspensões Auricular Injetáveis Solução Suspensão Creme Obrigado! 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