U N I V E R S I DA D E FEDERAL DO RIO DE JANEIRO SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA E AVALIAÇÃO SEÇÃO DE EPIDEMIOLOGIA E ESTATÍSTICA N Ú M E R O 2 7 Informes Epidemiológicos H O S P I TA L UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO Serviço de Epidemiologia e Avaliação (SEAV) Chefe de Serviço: Maria S. C. Lobo Seção de Epidemiologia e Estatística (SEE) Sala 5A28 Ramal 2734 Equipe: Alexandre Calheiros Elizabete Albuquerque Erika F. C. Marsico Luana Isaías Rosane Loureiro J U N H O / 1 5 ZIKA VÍRUS O Zika vírus foi descrito pela primeira vez em macacos na região da floresta de Zika, em Uganda, no ano de 1947. Em 1967, foram relatados os primeiros casos em humanos no Egito, havendo uma disseminação por regiões da África, Ásia, Oceania. Em 2015, a presença do vírus foi confirmada no Brasil. O vírus Zika (Zika vírus - ZIKV) é um flavivírus transmitido pela picada do mosquito Aedes sp. Até o momento são conhecidas duas linhagens: a africana e a asiática. Em abril , foram identificados os vírus Zika em 8 de 25 amostras testadas, provenientes da região de Camaçari/BA. Em maio , foi detectada positividade para o vírus em 8 amostras vindas de Natal e 1 de São Paulo. A partir dessa data, outros estados vêm identificando a circulação de casos suspeitos de febre do Zika Vírus. No Rio de Janeiro, o vírus foi detectado pela primeira em 31 de maio na amostra de um paciente morador da Penha assistido pela Equipe do Laboratório de Doença Febril Aguda e incluído no projeto de pesquisa “Detecção de formas não usuais de dengue a partir da vigilância de síndromes febris agudas”. Até o dia 26 de junho, no município do RJ, foram confirmados laboratorialmente 16 casos da doença com maior concentração (37,5%) na AP 3.1. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro recomendou a estratégia de vigilância sentinela para os casos de doença exantemática não especificada. Foram selecionadas 05 unidades que realizarão notificação/investigação individual de casos de Síndrome Exantemática Não Especificada e a pesquisa de Zika Vírus nas amostras laboratoriais: Policlínica Rodolpho Rocco, CMS Harvey Ribeiro de Souza Filho, CMS Athayde José da Fonseca, CMS Alvimar de Carvalho e Policlínica José Paranhos Fontenelle. Vale lembrar que essas unidades não se configuram como unidades de referência. Todas as outras unidades deverão seguir o fluxograma de vigilância universal da doença exantemática (figura 1). São descritos como principais sintomas da doença a febre baixa (<38,5oC), exantema maculopapular pruriginoso, hiperemia conjuntival sem secreção e pruriginosa, artralgia, edema de membros, podendo durar até sete dias. Entretanto, apenas 18% das pessoas com Zika vírus apresentarão manifestações clínicas da doença. Sua evolução é benigna, com um período de incubação de aproximadamente quatro dias. A maior parte dos casos não apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada. O diagnóstico laboratorial é realizado mediante verificação da presença do RNA do vírus na circulação sanguínea, não havendo até o momento comercialização do teste rápido. O tratamento é sintomático e orienta-se procurar o serviço de saúde para condução adequada. Fonte: SEE/SEAV/HUCFF/UFRJ. SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA E AVALIAÇÃO U N I V E R S I DA D E SEÇÃO DE EPIDEMIOLOGIA E ESTATÍSTICA FEDERAL DO RIO DE N Ú M E R O JANEIRO 2 7 Informes Epidemiológicos H O S P I TA L UNIVERSITÁRIO J U N H O / 1 5 ZIKA VÍRUS Figura 1—Fluxograma para Investigação de Doença Exantemática. CLEMENTINO FRAGA FILHO Serviço de Epidemiologia e Avaliação (SEAV) Chefe de Serviço: Maria S. C. Lobo Seção de Epidemiologia e Estatística (SEE) Sala 5A28 Ramal 2734 Equipe: Alexandre Calheiros Elizabete Albuquerque Erika F. C. Marsico Luana Isaías Rosane Loureiro Bibliografia 1. Subsecretaria de Promoção da Saúde, Atenção Primária e Vigilância em Saúde. Informação Estratégica e Vigilância em Saúde. Nota Informativa n° 002/2015. Coordenação de 2. Subsecretaria de Promoção da Saúde, Atenção Primária e Vigilância em Saúde. Coordenação de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde. Nota Informativa n° 003/2015. Procedimentos para Vigilância em Unidades Sentinela de Síndrome Exantemática Não Especificada no município do Rio de Janeiro. 3. Prefeitura do Rio de Janeiro. Superintendência de Vigilância em Saúde. Situação Epidemiológica da Febre pelo vírus Zika. 29 de junho de 2015. Fonte: SEE/SEAV/HUCFF/UFRJ.