Centro de Formação Profissional do Seixal Curso EFA – Nível Secundário Módulo: Cidadania e Profissionalidade_5 Deontologia e Princípios Éticos Princípios Fundamentais da Ética 29/03/10 Ética, Moral, Intencionalidade Consciência, Liberdade, Responsabilidade e A Ética é o domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto. A Ética tem como ponto de partida a liberdade e a dignidade humana. A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-estar, ou seja, a Moral é o conjunto de regras e normas de uma sociedade. A Moral é um conjunto de condutas, é o “ TU DEVES”. A Moral e a Ética são temporais, ao longo dos tempos vão-se modificando, evoluindo porque estão abertas a novos conceitos e críticas. CP5 Formadora: Corália Sequeira / Annette Coelho Centro de Formação Profissional do Seixal Curso EFA – Nível Secundário À capacidade de o indivíduo julgar as suas acções, decidindo, se são correctas ou não, escolhendo o seu caminho de vida, denomina-se Consciência Moral. A possibilidade que o indivíduo tem de poder escolher o seu caminho na vida constitui Liberdade. A partir do momento em que estamos livres de escolher esta ou aquela acção, tornamo-nos Responsáveis pelo que praticamos. É esta Responsabilidade que pode ser julgada pela consciência moral do próprio indivíduo. O indivíduo deve ter consciência das Intenções dos seus actos. As causas dos actos praticados pelos indivíduos têm que estar nele próprio e não noutro agente que o força a agir contrariando a sua vontade, ou seja, agir sem ser coagido por outrem. PROPOSTA DE TRABALHO : TEXTO: - Em determinado dia, ao entardecer, o Sr. A conduzia um automóvel ligeiro no bairro social onde reside. Em cima da passadeira, atropela uma criança. Para de seguida o veiculo e prepara-se para sair deste e acudir a criança. Outro veículo, conduzido pelo Sr. B, sem tempo e espaço suficiente para parar, ultrapassa-o e, embate numa pessoa que se aproximava para prestar auxílio. O segundo veículo não parou de imediato. Só o fez a uns metros mais à frente, quando se certificou que já estava fora do bairro. Chamou a polícia e os bombeiros, utilizando o telemóvel, dando indicações que havia pessoas feridas. A criança atropelada era de etnia cigana, reconhecida por A, por ser sua vizinha. A segunda vítima era uma senhora de 70 anos, enfermeira, reformada e também residente no bairro. O condutor do segundo veículo, diplomata de profissão, aguardou pela chegada das autoridades para se aproximar do local do acidente e, explicar o sucedido. Analise o caso, à luz dos conceitos de Ética, Moral, Liberdade, Responsabilidade e Intencionalidade. CP5 Formadora: Corália Sequeira / Annette Coelho Centro de Formação Profissional do Seixal Curso EFA – Nível Secundário No que respeita ao Sr. A e no que refere ao conceito de ética, este Sr. por um lado agiu sem ética porque não teve as precauções necessárias para evitar o atropelamento, por outro lado agiu com ética, no ponto em que parou e socorreu de imediato a criança, onde aplicou os valores morais que foi adquirindo ao longo da sua vida. Existem diversos factores que poderão ter acontecido, o carro pode não ter correspondido ao condutor, pode o Sr. A ter tido as devidas precauções e no entanto a criança ter surgido do nada, ou até mesmo estado distraído. No entanto não teve responsabilidade e consciência de que se encontrava numa zona onde existem muitas crianças a brincar na rua, mas por outro ponto de vista teve a responsabilidade e consciência dos seus actos e parou para socorrer. Considero ainda que embora os acontecimentos, o Sr. A não teve intencionalidade de atropelar a criança Relativamente ao Sr. B, considero que este estava consciente agindo com intenção pois previu que não tinha espaço nem tempo e ainda assim ultrapassou e atropelou uma pessoa. Foi responsável porque embora não tendo parado naquele instante para socorrer, parou uns metros mais à frente e telefonou para os bombeiros e polícia e aguardou a chegada destes, para responder pelos seus actos. Por um lado teve a liberdade de agir em consciência e em responsabilidade dos seus actos ligando aos bombeiros e polícia e esperando-os. Por outro lado foi irresponsável ao ultrapassar e não parando imediatamente para socorrer, porque sabia que estava num bairro social e podia sofrer represálias. No meu ponto de vista foi ético porque parou, embora mais tarde, mas ao ligar e ficar aguardar aplicou os seus valores morais, ainda que tardiamente. A questão que se coloca é porque este sr. não parou imediatamente e esperou á saída do bairro pela policia e bombeiros? Como diplomata, teve receio de represálias, tratando-se de um bairro e onde uma criança de etnia cigana foi atropelada. Embora eu não concorde com esta atitude, mas cada um é livre de agir como quer. CP5 Formadora: Corália Sequeira / Annette Coelho